Você está na página 1de 32

REALIZAÇÃO DE COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS

REALIZAÇÃO DE COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS

1
Sumário

REALIZAÇÃO DE COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEISErro! Indicador


não definido.

NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 3

DEFINIÇÃO E AUTONOMIA DO DIREITO ECONÔMICO..................................4

SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DO DIREITO ECONÔMICO................................7

FUNDAMENTOS DO DIREITO ECONÔMICO..................................................10

ATIVIDADE ECONÔMICA.................................................................................16

REALIZAÇÃO DE COMPRAS PÚBLICAS........................................................19

REFERÊNCIAS.................................................................................................31

2
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-


sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

3
DEFINIÇÃO E AUTONOMIA DO DIREITO ECONÔMICO

O conceito não é unânime na doutrina, mas em uma definição única e


preliminar tem-se o Direito Econômico como a reunião das normas que regulam
a estrutura (Ordem Econômica) e as relações entre os agentes econômicos na
realização da atividade econômica.

É o ramo do direito que disciplina a condução da vida económica do país,


tendo como finalidade o estudo e a harmonização das relações jurídicas entre
os entes públicos e os agentes privados, detentores dos fatores de produção,
nos limites estabelecidos para a intervenção do Estado na ordem económica.

4
A caracterização de um ramo do direito depende da identificação de um
objeto de proteção determinado, de um sujeito destinatário das obrigações e dos
direitos e normas jurídicas com particularidades próprias.

A justificação da autonomia do Direito Econômico sofreu e sofre dificul-


dades devido à ineficiência de determinação exata do seu objeto, que é o direito
aplicado ao fato econômico.

Da mesma maneira, a dificuldade em classificá-lo como público ou pri-


vado já antecipava discussão atual sobre o exato conteúdo desta classificação.

Portanto, o direito econômico aparece assim como um dos ramos deste


direito aplicado, que supõe evidentemente um conhecimento prévio de catego-
rias formas que se situam tradicionalmente na teoria geral do direito privado ou
na teoria geral do direito público.

E a sua unidade ou, se preferir, a sua autonomia nos é dada pela sua
finalidade: traduzir normativamente os instrumentos da política econômica do
Estado.

É bom esclarecer que a Constituição Federal, ao prever a competência


concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para legislar sobre Di-
reito Econômico (art. 24, I, da CF), reconheceu a sua existência no mundo jurí-
dico.

A sistematização dos temas tratados pelo Direito Econômico ainda é de


difícil realização, o que não implica o comprometimento da sua autonomia.

O que lhe garante tal condição é o exercício do poder do Estado para


estruturar e regular a Economia, o mercado, o que se faz pela implementação
de políticas econômicas.

As posturas gerais assumidas neste mister é que qualificam o Direito


Econômico como portador de características próprias que lhe garantem certa
individualidade.

5
O Direito Econômico cuida das normas de intervenção do Estado no do-
mínio econômico, estabelecendo políticas específicas, coibindo condutas e pre-
vendo as formas de fiscalização, regulação e participação do Estado na ativi-
dade.

O estudo do direito econômico envolve, inicialmente, a preocupação com


a compreensão do que seja atividade econômica, principalmente, o seu modo
de acontecer, para que as normas jurídicas não interfiram nas regras naturais da
ciência econômica.

Tanto o Direito quanto a economia originam-se do mesmo conjunto de


questões, pois é através deles que temos a possibilidade de compreender, en-
tender como os indivíduos, ou seja, a sociedade em geral se organiza social-
mente e produtivamente.

Direito e Economia possuem um ponto em comum que é fundamental;


ambos só existem na sociedade.

Um velho provérbio latino diz que "onde há sociedade, há direito". Isso


é verdade, pois, em qualquer lugar em que várias pessoas convivam, será ne-
cessário o estabelecimento de leis para reger as relações sociais, para dizer a
todos como proceder em determinada situação.

Da mesma forma, pode-se dizer, também, que onde há sociedade, há


economia, pois como é de conhecimento da maioria os bens são limitados, po-
rém, os desejos humanos são ilimitados.

O Título VII da Constituição Federal de 1988 introduz a chamada Ordem


Econômica e Financeira, trazendo, no seu capítulo I, os princípios gerais da ati-
vidade econômica.

O caput do art. 170 dispõe que a ordem econômica deve ser fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, com o intuito de assegurar
a existência digna a todos, conforme os ditames da justiça social, com a obser-
vância dos princípios da soberania nacional, da propriedade privada; da função

6
social da propriedade; da livre concorrência; da defesa do consumidor; da defesa
do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o im-
pacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação; da redução das desigualdades regionais e sociais; da busca do pleno
emprego e do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte cons-
tituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Características do Direito Econômico:

a) Caráter recente

b) Não codificado

c) Direito de síntese (Direito constitucional, administrativo, internacional,


entre outros)

d) Dispersão e heterogeneidade de fontes.

SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DO DIREITO ECONÔMICO

Atribui-se o aparecimento do Direito Econômico à I Guerra Mundial, em


razão da descoberta da importância da produção econômica para a eficiência
das tropas nos campos de batalha.

Tal fato impulsionou a regulamentação das atividades econômicas. As-


sim, fenômenos econômicos como a atividade monetária, a atividade de conces-
são de crédito, a atividade laboral, entre outras, passaram a ser objeto de regras
jurídicas.

A partir de então, a atividade econômica passou a sofrer algumas inter-


ferências jurídicas que visam a dirigi-la a alguns fins determinados. Dessa forma,

7
certo cuidado deve ser exigido para que não se confunda o advento do Direito
Econômico com uma nova forma de socialismo.

O nível de intervenção do Estado no domínio econômico é de graus di-


ferenciados, assim, o fato de existirem regras ou mesmo planos de desenvolvi-
mento não é suficiente para caracterizar a economia de comando, portanto, a
planificação passou a ser um recurso utilizado, em menor grau, pelas economias
não socialistas.

Economicidade

Economicidade significa utilização do raciocínio econômico nas deci-


sões jurídicas.

O conteúdo da economicidade envolve um critério de interpretação jurí-


dica da decisão ou da conduta econômica.

O uso jurídico da economicidade se deve justamente para que os órgãos


responsáveis pela criação e aplicação das normas de Direito Econômico deixem
de raciocinar somente juridicamente para alcançar os reais efeitos de uma norma
criada ou aplicada para cumprir os preceitos da ordem econômica.

As incompatibilidades entre o raciocínio econômico e o jurídico é que


fomentarão o embate dessas disciplonas na vida prática.

Planejamento

A ordem econômica prevista nas Constituições representa um certo pla-


nejamento da realização da atividade econômica. Assim, os regimes ou as ide-
ologias políticas não limitam um certo grau de planejamento; a intervenção do
Estado é ato de planejamento, pois somente intervirá nos casos autorizados por
lei.

O objetivo do Direito Econômico frente aos planos é de legitimação da


sua própria existência, ou seja, os limites jurídicos previstos não poderão ser
desrespeitados pelas disposições cridas pelo plano.

8
Intervenção do Estado no domínio econômico

O Direito Econômico representa o instrumento de intervenção do Estado


no domínio econômico, sendo que as normas jurídico-econômicas é que regulam
o nível de intervenção.

As normas jurídicas que regulam a atividade econômica resultam do en-


tendimento de que o Estado possui função de equilibrar as forças do mercado,
dirigindo-as a uma política que ele próprio desenvolve. Assim, um grau maior ou
menor de intervenção na atividade econômica é necessário para a sua operaci-
onalidade.

Uma das características elementares do Direito Econômico é a interven-


ção no domínio econômico, aliás, tal comentário é dos mais óbvios, pois o direito
é um instrumento de intervenção do Estado nos domínios social, familiar, cultu-
ral, político etc.

A ordem econômica tem por finalidade fixar os limites de intervenção do


Estado na atividade econômica, o que será analisado com mais vagar logo à
frente. Nos estados capitalistas, a intervenção do Estado no domínio econômico
é exceção.

A livreiniciativa e a propriedade privada são bases desse sistema que se


desenvolve, em regra, pela liberdade de apropriação de bens e dos meios de
produção. Entretanto, sustentar a excepcionalidade da intervenção, atualmente,
significa apenas reconhecer o menor ou maior grau da intervenção.

O intervencionismo estatal é pertinente para garantir a aplicação dos


princípios da ordem econômica, o que proporcionará, por exemplo, a liberdade
de explorar atividade comercial e garantir-se do direito constitucional da livre-
iniciativa.

9
Pode até ser difícil de entender que qualquer intervenção estatal parece
uma nova fuga do entendimento preponderante que prioriza a liberdade do ho-
mem perante o Estado, daí a ligação de liberdade e democracia, ou seja, o ho-
mem deve participar da formação da vontade estatal, pois sem a força do Estado,
viverá o indivíduo em uma pseudoliberdade, uma vez que seus governantes o
governarão sem piedade.

Política Econômica

Os objetivos de uma ‘Política Econômica’ não se esvaem na ação do


Estado sobre o comportamento dos agentes econômicos em termos de merca-
dos.

Para o atingimento dos fins propostos em sua política econômica, o Es-


tado moderno, através da norma jurídica, impõe comportamentos que denotam
uma ação estrutural mais ampla, realmente ‘institucional’, operando através de
‘estímulos’ e ‘desestímulos’, de ‘freios’ e ‘contrapesos’.

O alcance do objetivo econômico envolve a realização de uma estraté-


gia eficiente para o melhor resultado possível. A política econômica corresponde
ao desenvolvimento dessas estratégias e, para desenvolvê-las, deverá o Estado
criar e utilizar instrumentos de condução de sua política econômica.

FUNDAMENTOS DO DIREITO ECONÔMICO

Para conhecer o objeto do Direito Econômico, deve-se delimitar a estru-


tura do sistema econômico e os deveres jurídicos dos agentes econômicos.

O objeto do Direito Econômico pode parecer, em uma investigação su-


perficial, ser todo e qualquer ato, uma vez que todo ato de alguma maneira tem

10
um conteúdo econômico; por esse raciocínio, qualquer contrato de compra e
venda seria objeto do Direito Econômico.

Para entender a diferença, deve-se lembrar que a aquisição de um livro


não gera efeitos para o Direito Econômico.

Entretanto, quando o Estado desenvolve uma política de barateamento


do preço do livro para incentivar esse mercado, estamos tratando de um aspecto
de Direito Econômico e, portanto, do seu objeto.

Em síntese, o objeto do Direito Econômico consiste na possibilidade do


Estado de interferir na atividade econômica para ordenar o mercado, nos moldes
previamente definidos em sua própria ordem econômica.

Sujeitos ou agentes econômicos

Na Economia, o sujeito que desenvolve atividade econômica, seja pro-


duzindo ou consumindo apenas, é chamado de agente econômico ou unidade
econômica de dispêndio. A definição do agente econômico dependerá da análise
econômica que se pretende realizar.

Empresas, grupos econômicos, Estados, organismos nacionais ou inter-


nacionais e os próprios indivíduos, dependendo do caso que se pretende anali-
sar, poderão funcionar como um agente econômico, pois em sua realidade eco-
nômica podem: gastar recursos disponíveis; produzir bens e serviços; e podem
escolher como agir economicamente.

Fontes do Direito Econômico

O Direito Econômico possui as mesmas fontes de outros ramos jurídicos,


quais sejam: a lei, os costumes e a jurisprudência. Os precedentes judiciais tam-
bém funcionam como fontes do Direito Econômico.

Muitas vezes a interpretação dada por um Tribunal sobre determinada


lei pode influenciar diretamente o planejamento da atividade econômica.

11
Ademais, a atividade econômica se desenvolve naturalmente em razão
de sua necessidade social, o que culmina na criação rotineira de novas práticas
econômicas que também encontram as suas maneiras informais na resolução
de problemas. Em outras palavras, assim como no Direito Empresarial, os cos-
tumes representam uma das fontes primordiais; no Direito Econômico, tal cir-
cunstância também é verdadeira, boa parte das normas criadas para regular a
atividade econômica, antes de serem formalizadas, funcionaram como práticas
reiteradas no desenvolvimento da atividade econômica.

Normas de Direito Econômico

O Direito Econômico deve atuar dentro das possibilidades reais de inter-


ferência no fenômeno econômico.

O conteúdo da norma jurídica que disciplina a atividade econômica tem


sempre como finalidade determinar uma consequência de natureza econômica,
daí a dificuldade, às vezes, de particularizar a norma de Direito Econômico, pois
uma lei que venha a determinar certa postura a ser observada pelos agentes
econômicos na realização da atividade financeira, por exemplo, terá cunho eco-
nômico, pois tem por objeto a regulação de algum aspecto da vida econômica
de uma determinada comunidade.

Destaca-se que as leis econômicas possuem como uma condicionante


de grande importância a sua vinculação com outras normas jurídicas (de outros
ramos jurídicos) que caracterizam a relatividade das leis econômicas, devido a
sua condição de programática, portanto, dependente de outras que venham a
lhe dar aplicabilidade prática.

Por esse mesmo motivo, as regras econômicas também funcionam


como importantes condicionantes da eficácia das normas jurídicas que com ela
se relacionem.

12
É o que acontece, por exemplo, com a Constituição Federal quando
prescreve a proteção aos direitos dos consumidores (norma econômica progra-
mática) e o Código de Defesa do Consumidor (principal fonte do Direito do Con-
sumidor – outro ramo jurídico), que lhe confere aplicabilidade prática.

As normas de Direito Econômico funcionam como instrumentos de coor-


denação e de subordinação. Coordenação dos sistemas econômicos que são
modelados de forma a funcionarem na busca de alguns resultados determinados
e subordinação, pois as leis econômicas são dirigidas a todos que exercem ati-
vidade econômica, ainda que de forma não profissional.

Competência para legislar sobre Direito Econômico

Acerca do tema, a disposição constitucional assim determina:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar con-
correntemente sobre:

I – Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II – (...) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da


União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não ex-


clui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão


a competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a


eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I – (...) VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valo-


res;

13
VIII – comércio exterior e interestadual;

IX – Diretrizes da política nacional de transportes;

X – (...) XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança


popular;

Posto isto, a competência concorrente estipulada no inc. I, do art. 24, da


Constituição Federal, deve ser aplicado apenas quando o tema econômico não
esteja incluído na competência privativa da União (art. 22), pois, como pode-se
perceber, não há dúvidas de que legislar sobre: crédito, câmbio, transferência
de valores, sistemas de poupança, entre outros, implica na criação de normas
de natureza eminentemente econômica.

Destaca-se que a maior parte dos temas econômicos são da competên-


cia privativa da União, e não da competência concorrente da União, Estados e
Distrito Federal. A expressão “direito econômico” prevista no inc. I do artigo 24
deve compreender apenas os temas econômicos remanescentes do art. 22.

Ademais, não podemos deixar de lado a situação dos municípios que


podem legislar sobre direito econômico em razão do disposto no art. 30, II, da
Constituição Federal, nos termos:

Art. 30. Compete aos Municípios:

I – (...); II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;


em síntese, a competência para legislar sobre direito econômico é concorrente
(União, Estados e Distrito Federal).

Entretanto, devem ser excluídos os temas econômicos previstos na com-


petência privativa da União. Se existir norma geral da União (Lei Nacional), a
própria União (Lei Federal), os Estados (Lei Estadual) ou o Distrito Federal (Lei
Distrital) apenas poderão criar normas suplementares, salvo se inexistir lei fede-
ral sobre normas gerais, quando a competência se torna plena. Ou se aquela for

14
criada supervenientemente, suspenderá a eficácia da lei estadual no que for con-
trário.

De forma suplementar, os Municípios poderão legislar sobre temas de


direito econômico.

Codificação do Direito Econômico

Desde já é importante saber que as normas de Direito Econômico não


estão reunidas em um Código Econômico, mas em leis extravagantes. Muitas
leis de natureza eminentemente civil, empresarial, tributária, penal etc. represen-
tam o cumprimento de preceitos normativos de Direito Econômico.

O Direito Econômico é formado por um conjunto de leis que possuem


como norte ideológico a ordem econômica prevista na Constituição Federal.

Assim, diversas leis que determinam as práticas concorrenciais, as rela-


ções de consumo, o funcionamento da atividade financeira etc. correspondem a
regras cujo objeto principal é a intervenção do Estado no funcionamento natural
da atividade econômica.

Algumas leis de conteúdo econômico:

Lei 4.595/1964 (Mercado Financeiro);

Lei 4.728/1965 (Mercado de Capitais);

Lei 6.385/1976 (Mercado de Valores Mobiliários);

Lei 6.404/1976 (Sociedades Anônimas);

Lei 8.078/1990 (Defesa do Consumidor);

Lei 12.529/2011 (Abuso de Poder Econômico);

Lei 9.279/1996 (Propriedade Industrial – Concorrência Desleal); Lei


Complementar 105/2001 (Sigilo nas operações financeiras);

15
Lei 11.101/2005 (Recuperação de Empresas e Falência).

ATIVIDADE ECONÔMICA

Análise econômica

Num primeiro momento, o objeto da atividade econômica confunde-se


com a sua finalidade, ou seja, a produção de bens para a satisfação de necessi-
dades é o objeto e, ao mesmo tempo, a finalidade da atividade econômica.

A ciência ou a técnica criada para a reflexão sobre o fenômeno econô-


mico é intitulada análise econômica.

Qualquer raciocínio cuja finalidade seja a constatação de algum efeito


de natureza econômica será, na verdade, uma análise que levará em considera-
ção todas as variáveis possíveis para que o resultado previsto seja confirmado.

A concretização da atividade econômica não depende diretamente da


preocupação com o fomento da produção ou do incentivo ao consumo, mas da
criação de uma verdadeira infraestrutura para que o sistema econômico funcione
eficientemente; para tanto, a modernização de portos e o investimento no trans-
porte público podem ser decisões muito importantes para a realização da ativi-
dade econômica de determinada coletividade.

O trabalho hoje exigido para diagnosticar e solucionar problemas na re-


alização da atividade econômica chama-se análise econômica. De uma forma
superficial, a análise econômica é realizada por todo e qualquer agente econô-
mico.

Não há dúvidas de que existem análises econômicas mais e menos com-


plexas, mas o que a caracteriza é a ponderação de fatores para se decidir eco-
nomicamente.

16
Análises microeconômica e macroeconômica

A análise microeconômica tem por objeto a dimensão dos efeitos da


escolha, quando analisados nos limites ocasionados a um indivíduo ou a um
agente econômico. Referida análise desconsidera os possíveis efeitos da deci-
são aos outros agentes econômicos e a todo o sistema econômico.

Dessa forma, se alguém resolve guardar parte de seu salário para a re-
alização de uma viagem no final do ano, tal decisão apenas refletirá para a aná-
lise microeconômica se mantiver na esfera individual deste agente econômico.
Por sua vez, a dimensão que extrapola a preocupação individual dos agentes
econômicos faz parte da análise macroeconômica.

Em síntese, a microeconomia é o estudo de como as famílias e empre-


sas tomam decisões e de como elas interagem em mercados específicos. A ma-
croeconomia é o estudo de fenômenos que englobam toda a economia. 10

Variável econômica

O sistema econômico chegou a um momento de tamanha complexi-


dade, que mesmo os atos que não sejam de consumo ou de produção podem
trazer resultados benéficos ou não para a atividade econômica; são conhecidos
tais eventos como “variáveis econômicas”.

Em outras palavras, para ser tomada uma decisão econômica (o que


produzir, o que consumir, quando produzir etc.), leva-se em consideração uma
série de fatos, como o custo de produção, a demanda pelo produto, as condições
climáticas.

Entretanto, como nem todas essas condições podem ser antecipadas,


poderá ocorrer algum fato não esperado que modifique os efeitos econômicos
da decisão tomada. Dessa forma, quando se toma qualquer decisão econômica,
deve-se considerar a maior quantidade possível de eventos que possam alterar

17
o resultado do que se espera economicamente, pois qualquer evento não espe-
rado poderá variar as consequências da decisão tomada; tais eventos são cha-
mados de variáveis econômicas.

As consequências econômicas de tais eventos podem ser distribuídas


de forma distinta entre os participantes de qualquer ato econômico. Se o governo
toma uma medida econômica que resulta em efeitos imediatos na cotação de
certa moeda estrangeira, certamente os que possuem dívidas em tal moeda po-
derá ser inversamente beneficiados ou prejudicados em razão dos que possuem
crédito.

Todas as novas variáveis que se agregaram às já existentes fazem com


que a economia seja afetada por um grau de instabilidade sem precedentes.
Deve-se sempre lembrar que as dificuldades enfrentadas por um agente econô-
mico qualquer podem comprometer todo o funcionamento de um sistema eco-
nômico, se a compensação pelo ganho de um outro não for compatível para
equilibrar as perdas ocorridas.

A compensação da ocorrência de eventos que possam desequilibrar


uma situação econômica qualquer funciona como um mecanismo de autossus-
tentação do sistema econômico de determinada comunidade.

A estabilidade tão importante e perseguida nos mercados deve resultar


dos mecanismos de compensação nas relações econômicas.

Organização dos meios de produção

O agente econômico que produz, ao planejar o desenvolvimento de sua


atividade-fim, deve identificar quais são os meios ou fatores que interferirão nos
resultados almejados por sua atividade econômica. Fatores como capital, traba-
lho, tecnologia, entre outros, devem ser organizados e explorados pelo agente
econômico que empreende.

A atividade econômica compreende, inicialmente, a preocupação com a


melhor maneira de organizar os fatores de produção. Alguns instrumentos para

18
constatar a eficiência da organização dos meios de produção já foram desenvol-
vidos, sendo que a análise econômica pode contribuir de forma determinante
para constatar o funcionamento eficiente ou não da atividade econômica.

REALIZAÇÃO DE COMPRAS PÚBLICAS

19
O que é Licitação Sustentável?

Licitações Públicas0

O cuidado com a preservação do meio ambiente, desenvolvimento sus-


tentável e melhor aproveitamento de matérias-primas e recursos tem sido bas-
tante discutido nos anos recentes.

Projetos de lei é o que não faltam para que se estabeleça um “compro-


misso social” com a sustentabilidade. Não há nada de muito concreto aprovado
no momento. Mas iniciativas neste sentido têm sido vistas na esfera pública.

Uma dessas iniciativas é um modelo de licitação conhecido como licita-


ção sustentável.

Como é sabido por quem já se envolveu de algum modo com compras


governamentais, processos de contratação de empresas para obras, etc… sabe
que a licitação pública é uma prática obrigatória e prevista na Constituição Fe-
deral.

Assim, o uso da licitação para promover esse uso mais consciente de


recursos naturais é de grande interesse para muitos, tanto empresas que traba-
lham nesse segmento quanto setores públicos, políticos, etc..

Neste conteúdo, vamos abordar o tema em uma maior profundidade.

Entendendo não só o que é uma licitação sustentável, mas também


como ela pode beneficiar o ambiente, a administração pública e as empresas
que trazem soluções mais saudáveis, ecologicamente.

Do que se trata uma licitação sustentável

As licitações públicas são um meio de assegurar o princípio da isonomia


nas situações onde a administração pública faça compras ou adquira serviços.

20
De modo simplificado, podemos dizer que uma licitação estabelece e
sinaliza o desejo ou necessidade da administração pública por determinados
bens ou serviços.

Que podem ser, desde o fornecimento de produtos alimentares para me-


rendas escolares e mobiliário para sedes governamentais. E mesmo a contrata-
ção de empresas para fazer obras públicas como creches, obras de sanea-
mento, entre outras.

Enfim, é possível dizer que a licitação é um meio isonômico de um órgão


público administrativo sanar suas demandas por bens e serviços.

Por isonômico, afirma-se que todos os participantes que concorrem na


licitação são tratados de modo igual e que não haverá subjetividade na escolha
do vencedor.

Entendido isso, vamos tratar agora da licitação sustentável.

Ela nada mais é do que um processo convencional de licitação. Porém,


um processo que possui critérios ambientais que visam promover a sustentabili-
dade e um desenvolvimento mais aliado ao ambiente, que não cause tanto des-
gaste de recursos naturais.

Em geral, a licitação sustentável não difere muito de uma licitação sim-


ples no que se refere aos critérios de decisão a respeito do vencedor da licitação.
Ou seja os princípios são os mesmos.

Agora, neste tipo de licitação é dado um valor maior aos cuidados que a
empresa ou prestadora de serviço tem para o meio ambiente. O trabalho voltado
para um desenvolvimento sustentável por parte do concorrente da licitação ga-
nha mais valor na escolha do vencedor da licitação.

Qual a importância da licitação sustentável em relação à economia

21
A materialização das preocupações com a sustentabilidade e um desen-
volvimento que também preserva o ambiente na licitação sustentável tem uma
importância fundamental.

Tanto para o governo, quanto para o meio ambiente.

Para se ter uma ideia, o Estado Brasileiro como um todo gasta cerca de
16% do PIB (Produto Interno Bruto) todos os anos com compras governamen-
tais.

O que é um número considerável e que abre margem para muitos pro-


jetos que conciliam o cuidado com a sustentabilidade junto ao desenvolvimento
social e econômico.

Já que uma fatia razoável desse porcentagem em compras governamen-


tais, pode ser destinada a favorecer a licitação sustentável. Incentivando então
iniciativas de inovação das empresas que buscam operar e crescer em seus
mercados, sem fazer uso de ações que prejudiquem o ambiente.

22
Mesmo assim, o Estado não pode lançar licitações públicas sustentáveis
apenas como incentivo à sustentabilidade e fomento de iniciativas empresariais
no setor.

Como se dá o embasamento legal e criação de uma licitação sustentável

Não há uma ordem expressa em lei que garanta que alguns projetos de
licitação terão de ser sustentáveis. O que é algo que poderia dificultar a vitória
de propostas de empresas que apelem mais à sustentabilidade em uma licitação.

O que ocorreria por conta de que a realização de projetos com um pen-


samento maior na sustentabilidade. Não raras vezes, em custos maiores de re-
alização. E isso tornaria menos vantajoso à administração responsável pelo cer-
tame escolher tais propostas com soluções mais sustentáveis.

No entanto, existem alguns pontos na legislação brasileira que podem


ser utilizados para justificar e incentivar a criação de licitações desta ordem. Um
deles encontra-se no artigo inaugural que versa sobre o meio ambiente dentro
da Constituição Federal de 1988.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem


de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações.”.

É com base nesse texto e outros que a administração pública pode então
criar e embasar uma licitação sustentável. Nesse caso, pode-se argumentar que
a destinação de parte das licitações para atender ao desenvolvimento sustentá-
vel se justifica por atender à Constituição Federal.

Consumo consciente e vantagens das licitações sustentáveis

As licitações sustentáveis possuem como principal vantagem a promo-


ção do desenvolvimento alinhado ao meio ambiente. Bem como o consumo

23
consciente de recursos e incentivo a empresas que pensam seus negócios de
modo ecológico.

Não só isso, mas também incentiva que empresas busquem soluções


que barateiam o reaproveitamento de recursos naturais já consumidos através
da reciclagem. O que possibilita então menores custos futuros e menor depre-
dação das riquezas naturais do país

As licitações sustentáveis prometem a aplicação de uma inteligência am-


biental e social na estruturação de processos licitatórios e na concepção de con-
tratos administrativos. O desafio para implantação de licitações sustentáveis é
enorme; envolve variáveis institucionais e legais, a (des)informação e capacita-
ção dos agentes, além das limitações orçamentárias.

Pretendemos, nessa coluna, explorar essas variáveis de modo a contri-


buir para a implantação adequada da ideia de licitações sustentáveis no Brasil,
especialmente nos contornos a serem delineados pela Nova Lei de Licitações.

Neste primeiro artigo introdutório buscaremos realçar as disposições da


Nova Lei de Licitações sobre o assunto. E compreender a extensão dos avanços
propostos pela Nova Lei de Licitações no tema das licitações sustentáveis en-
volve, em alguma medida, conhecer o histórico normativo antecedente.

O desenvolvimento de uma consciência ecológica na Administração Pú-


blica decorre de um movimento internacional, externado desde pelo menos a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, ainda em 1992.

Naquela oportunidade a Agenda 21, documento resultado da Conferên-


cia, já reconhecia a influência exercida pelos governos nas decisões empresari-
ais e na opinião pública, bem como recomendava a incorporação do aspecto
ecológico em suas políticas de aquisições.

No âmbito Europeu, em 2001, a Comissão Europeia editou a Comunica-


ção Interpretativa sobre o direito comunitário aplicável aos contratos públicos e
as possibilidades de integrar considerações ambientais nos contratos públicos –

24
COM (2001) 274. O documento indica como e quando se pode lançar mão de
critérios ambientais em licitação e contratação pública. No âmbito europeu o as-
sunto culminou com incorporação de regras e critérios ambientais nos processos
de adjudicação dos contratos de empreitada de obras públicas, dos contratos
públicos de fornecimento e dos contratos públicos de serviços – Diretiva nº
2004/18.

É, portanto, à luz das experiências estrangeiras que as licitações ou con-


tratações sustentáveis foram institucionalizadas no Brasil. Buscou-se incorporar
a variável socioambiental como possibilidade (e em alguns casos, como um de-
ver) do gestor em licitações, com o propósito de minimizar os impactos ambien-
tais e sociais das atividades administrativas, induzir comportamentos do mer-
cado e incentivar adoção de hábitos e rotinas sustentáveis nos particulares.

No Brasil, desde alguns anos já se caminha neste sentido. Em 1999, a


Administração Federal editou a Agenda Ambiental na Administração Pública
(A3P), um conjunto de iniciativas cuja compilação foi coordenada pelo Ministério
do Meio Ambiente.

A A3P tem como objetivo estimular os agentes públicos a incorporar cri-


térios de gestão ambiental em suas atividades rotineiras. Trata-se de documento
voltado para o uso racional dos bens e, como o objetivo era estimular os agentes
públicos, tem forte caráter orientativo.

Basicamente a A3P estrutura-se em cinco eixos, que compreendem,


além das licitações sustentáveis, o uso racional dos recursos, a gestão ade-
quada dos resíduos, a qualidade no ambiente do trabalho e a gestão de servido-
res. Divulga, por exemplo, medidas de economia de luz e água, e orienta acerca
do padrão de cores para os recipientes de resíduos sólidos, coleta seletiva.

Nove anos depois da A3P, o Ministério do Meio Ambiente editou a Por-


taria Ministerial nº 61/08, com a finalidade de introduzir as licitações sustentáveis
naquela pasta.

25
O documento discrimina algumas práticas sustentáveis como a prefe-
rência pelo correio eletrônico, de lâmpadas eficientes, a recomendação da ado-
ção de projetos de ilhas de impressão, dentre outras medidas de gestão ambi-
ental.

O marco legal pioneiro quando se trata de licitações sustentáveis é a Lei


Federal nº 12.187/09 – Política Nacional sobre Mudança do Clima – que passou
a prever, no inciso XII do seu artigo 6º, o estabelecimento de critérios de prefe-
rência nas licitações para as propostas que proporcionem maior economia de
recursos naturais, redução da emissão de gases de efeito estufa e de resíduos.

Registra-se, já de antemão, que a norma que prevê o direito de prefe-


rência no âmbito da Política Nacional sobre Mudança do Clima depende de re-
gulamentação, posto que não discrimina requisitos e como será exercida a alu-
dida preferência.

Em 2010, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Mi-


nistério do Planejamento, Orçamento e Gestão editou a Instrução Normativa nº
01/10, que estabelece critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de
bens, contratação de serviços ou obras na Administração Pública Federal.

No final de 2010, a Lei nº 12.349 alterou o artigo 3º da Lei nº 8.666/93,


passando a veicular a promoção do desenvolvimento nacional sustentável como
uma das finalidades da licitação pública, ao lado da garantia da isonomia e da
seleção da proposta mais vantajosa.

Na Lei nº 8.666/93 é essa, portanto, a única previsão que determinaria


a incorporação da variável socioambiental na estruturação de licitações e na
concepção de contratos administrativos.

A Lei nº 12.462/11, que institui o Regime Diferenciado de Contratações


(RDC), foi além.

O §1º do artigo 4º exige que as contratações realizadas com base no


RDC devem respeitar normas relativas à disposição final adequada dos resíduos

26
sólidos gerados pelas obras, a mitigação por condicionantes e compensação
ambiental definidas nas licenças ambientais, a utilização de produtos, equipa-
mentos e serviços ecologicamente eficientes, a avaliação do impacto de vizi-
nhança, a proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial e a
acessibilidade.

O artigo 4 da mesma Lei prevê que na fase de habilitação das licitações


disciplinadas pelo RDC podem ser exigidos requisitos de sustentabilidade ambi-
ental; o artigo 7º admite a possibilidade de solicitar certificação ambiental do pro-
duto ou processo de fabricação; e o artigo 10 admite a possibilidade de remune-
ração variável vinculada ao desempenho do contratado de acordo com critérios
de sustentabilidade ambiental.

Apesar, portanto, das disposições do RDC serem um pouco mais espe-


cíficas do que a previsão amplamente genérica e abstrata do artigo 3º da Lei nº
8.666/93, o RDC tem alcance restrito às áreas contempladas pelo aludido regime
diferenciado. Para todas as demais contratações continuaria prevalecendo a pre-
visão genérica do artigo 3º da Lei nº 8.666/93.

Visando regulamentar o artigo 3º da Lei nº 8.666/93 (na forma veiculada


pela redação proposta pela Lei nº 12.349/10), a Presidente da República editou
o Decreto Federal nº 7.746/12.

O artigo 4º enumera as diretrizes de sustentabilidade que podem ser


consideradas nas licitações, como menor impacto sobre recursos naturais, pre-
ferência por fornecedores locais, maior eficiência ecológica, maior geração de
empregos, maior vida útil, preferência por inovações que reduzam pressão sobre
meio ambiente e origem regular dos recursos naturais usados na produção dos
bens e na execução de serviços e obras.

Os artigos 3º, 5º, 6º, 7º e 8º do Decreto Federal nº 7.746/12 também


enumeram as possibilidades decorrentes da utilização de critérios de sustenta-
bilidade no procedimento licitatório. Estatui que critérios e práticas de sustenta-

27
bilidade podem ser veiculados como especificação técnica do objeto ou obriga-
ção da contratada. Autoriza a Administração Pública federal a exigir que os pro-
dutos adquiridos sejam produzidos por material reciclado, atóxico ou biodegra-
dável, dentre outros elementos.

Exige que as especificações de obras e serviços de engenharia devam


proporcionar economia da manutenção e operacionalização da edificação e a
redução do consumo de energia e água. Autoriza a exigência, ao contratado, de
práticas de sustentabilidade na execução dos serviços contratados e critérios de
sustentabilidade no fornecimento dos bens, bem como que as condicionantes
veiculadas no edital sejam comprovadas por meio de certificação emitida por
instituição pública oficial, instituição credenciada ou formas alternativas contem-
pladas no edital.

Por fim, à exemplo das previsões do RDC, a Lei nº 13.303/16, Lei das
Estatais, também incorporou o desenvolvimento nacional sustentável como prin-
cípio das licitações realizadas em seu âmbito.

A Lei nº13.303/16 igualmente reproduz as previsões do RDC sobre a


disposição final adequada dos resíduos sólidos gerados pelas obras, a mitigação
por condicionantes e compensação ambiental definidas nas licenças ambientais,
a utilização de produtos, equipamentos e serviços ecologicamente eficientes, a
avaliação do impacto de vizinhança, a proteção do patrimônio cultural, histórico,
arqueológico e imaterial e a acessibilidade.

Disciplinou ainda, dentre outros dispositivos, a possibilidade de se soli-


citar certificação da qualidade do produto e processo de fabricação, inclusive sob
o aspecto ambiental e a possibilidade de estabelecimento de remuneração vari-
ável do contratado vinculada ao seu desempenho com base também em critérios
de sustentabilidade ambiental.

Esse é, em essência, o panorama normativo que antecede a Nova Lei


de Licitações.

28
Na proposta atual[4], no que tange à incorporação da variável socioam-
biental no processo licitatório e de contratação, a Nova Lei de Licitações recebe
um tratamento mais aprofundado do que as alterações promovidas pela Lei nº
12.349/10 à Lei nº 8.666/93, e bastante similar ao RDC e Lei das Estatais.

O desenvolvimento nacional sustentável continua a ser objetivo da lici-


tação no inciso IV do artigo 11, e passa também a ser previsto como princípio da
licitação no artigo 5º.

A Nova Lei de Licitações incorpora, de forma definitiva, o ciclo de vida


do objeto da licitação/contrato como importante variável de sustentabilidade das
licitações. O ciclo de vida aparece como (i) um componente da vantajosidade da
licitação, outro dos objetivos da licitação previstos no inciso I do artigo 11; além
de (ii) variável que compõe os custos indiretos da proposta a serem considera-
dos, a critério da autoridade administrativa, no julgamento pelo critério menor
preço ou maior desconto.

A certificação ambiental prevista no RDC e na Lei das Estatais é incor-


porada à Nova Lei de Licitações por meio do inciso III do artigo 41. Nesse as-
pecto, inclusive, a Nova Lei de Licitações parece ter aprimorado o modelo do
RDC e da Lei das Estatais ao admitir a possibilidade de que a qualidade e a
conformidade do produto ou do processo de fabricação à requisitos e padrões
ambientais possa ser aferida por outros documentos similares à certificação.

O artigo 44 da Nova Lei de Licitações também reproduz as previsões do


RDC e da Lei das Estatais acerca da disposição final adequada dos resíduos
sólidos gerados pelas obras, da mitigação por condicionantes e compensação
ambiental definidas nas licenças ambientais, da utilização de produtos, equipa-
mentos e serviços ecologicamente eficientes, da avaliação do impacto de vizi-
nhança, da proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial e
da acessibilidade, isso em referência às obras e serviços de engenharia.

Por fim, ainda merece destaque nessa primeira aproximação com o tra-
tamento dispensado pela Nova Lei de Licitações às licitações sustentáveis, a

29
possibilidade do estabelecimento de remuneração variável vinculada ao desem-
penho do contratado com base em critérios de sustentabilidade ambiental. O §1º
do artigo 143 inova ao estabelecer que “o pagamento poderá ser ajustado em
base percentual sobre valor economizado em determinada despesa, quando o
objeto do contrato visar à implantação de processo de racionalização, hipótese
em que as despesas correrão à conta dos mesmos créditos orçamentários, na
forma de regulamentação específica”, prática já bastante comum em contratos
de eficiência energética, notadamente nos domínios privados.

Em síntese, uma primeira análise da Nova Lei de Licitações permite con-


cluir que as previsões alusivas às licitações sustentáveis, em essência, incorpo-
ram ao estatuto geral de licitações e contratos previsões já existentes no âmbito
do RDC e das Estatais, com ajustes ou inovações pontuais especialmente rela-
cionadas ao ciclo de vida do produto, às certificações ambientais e à remunera-
ção variável vinculada ao desempenho do contratado.

A Nova Lei de Licitações não desce a alguns dos pormenores atual-


mente veiculados no Decreto Federal nº 7.746/12, tampouco incrementa o grau
de segurança jurídica que os agentes públicos encarregados e envolvidos em
processos licitatórios usualmente reclamam para incorporar, de forma substan-
cial, a variável ambiental nos processos licitatórios e contratos administrativos,
notadamente quando isso possa circunscrever de forma significativa o universo
de competidores ou incrementar, também de forma relevante, os custos finais
da contratação.

30
REFRÊNCIAS

FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18ª ed. Rio de


Janeiro, Qualliymark, 2011.

 LEI 4.595,
 LEI 9.613,
 LEI 9.307,
 LEI 7.730,
 LEI 6.385,
 LEI 12.683,
 LEI 12.154,
 LEI 10.683

Decreto 3.088

Decreto Lei 73,

Decreto Lei 168 IN CVM 554, IN CVM 539 Circular 3.119, Circular 2.698, Circu-
lar 2.900, Circular 3.461

 Resolução 2.554,
 Resolução 2.025,
 Resolução 2.682

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO

Bodie, Kane e Marcus. Investments. 2007.

Cavalcante, Misumi e Rudge. Mercado de Capitais: O que é, como funciona. 6ª


edição - Rio de Janeiro: Campus, 2005.

Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 14ª edição – Rio


de Janeiro: QualityMark Ed, 2000.

31
Sites utilizados:

 www.bcb.gov.br,
 www.cetip.com.br,
 www.cvm.gov.br,
 www.bovespa.com.br,
 www.bmf.com.br,
 www.andima.com.br,
 www.anbid.com.br,
 www.tesourodireto.gov.br.

32

Você também pode gostar