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Tete, Setembro
2022
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Índice
1. Introdução........................................................................................................................2
2. Objetivos......................................................................................................................2
2.1.1. Geral...................................................................................................................2
2.1.2. Específicos..........................................................................................................2
3. Metodologia.................................................................................................................2
2. Direito Financeiro............................................................................................................3
3. Conclusão......................................................................................................................10
Referencias bibliográficas.................................................................................................11
Legislação consultada........................................................................................................11
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1. Introdução
O estudo do direito financeiro perpassa pela análise do fenômeno financeiro, tomado esse
no sentido de observar gradativamente a razão da obtenção de ingressos de recursos, que
está atrelada ao tamanho desse Estado, a ponto de justificar uma maior ou menor
tributação, de um conjunto que envolve quatro fenômenos, quais sejam, receitas públicas,
despesas públicas, orçamento público e crédito público denominando-se atividade
financeira do Estado. A autotonia dos Estados precisa estar relacionada com a capacidade
de ter uma autonomia econômica, o que significa que, para os Estados e Municípios
atingirem seus fins principais (saúde, educação, segurança e previdência) e de se
autoadministrarem, há a necessidade de eles possuírem meios econômicos próprios para
se autogerirem.
2. Objetivos
2.1.1. Geral
Analisar a autonomia e natureza jurídica do Direito Financeiro.
2.1.2. Específicos
Compreender as características da autonomia do direito financeiro; e,
Perceber a natureza jurídica do direito Financeiro.
3. Metodologia
A compilação do trabalho em estudo foi baseada na busca de conteúdos em várias fontes
com mais foco a pesquisa bibliográfica, os relatórios que abordam esta temática em sua
totalidade e outros conteúdos bibliográficos electrónicos em formato pdf conforme citam
(Lakatos e Marconi, 2003), que abordam amplamente o tema “Autonomia e Natureza
Juridica do Direito Financeiro” e o manual de normas de publicação de trabalhos que
ajudaram a enriquecer o conteúdo e estrutura do presente trabalho. O mesmo estando
dividido em 3 partes, sendo a introdução englobando os objetivos e a metodologia, o
desenvolvimento que geralmente sustenta a fundamentação teórica e conclusão com as
suas respectivas referências.
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2. Direito Financeiro
O direito financeiro consiste no ramo do direito público que estuda as finanças do Estado
em sua estreita relação com a sua atividade financeira. Ou seja, é o conjunto de normas e
princípios que estuda a atividade financeira do Estado, compreendida esta como receita,
despesa, orçamento e crédito públicos (Nóbrega, 2002).
Esta tem estreita relação com a ciência das finanças. Esta consiste na atividade pré-
normativa, seja no âmbito econômico, social, político ou estatístico, que informa e norteia
o direito financeiro no sentido de estabelecer as regras que regerão a atividade financeira
do Estado. Ou seja, o desenvolvimento das normas do direito financeiro está estribado
também na ciência das finanças, que oferece o caráter informativo, teórico e especulativo
daquela.
Assim, enquanto a ciência das finanças se preocupa com o estudo da atividade financeira
do Estado em seu sentido teórico e especulativo, o direito financeiro estuda seu aspeto
jurídico. Logo, quando da elaboração do orçamento público, por exemplo, a ciência das
finanças oferece importante auxílio ao ente político, fornecendo dados e os meios para
que o legislador escolha a decisão política acertada (Nader, 2009).
Era o modelo do Estado polícia que se afirmava como garante da ordem constitucional e
do respeito dos direitos fundamentais dos cidadãos. Torna-se necessário garantir a
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satisfação de necessidades sociais por entes públicos em virtude de o mercado, só por si,
não assegurar a compatibilidade entre eficiência e equidade.
E tal se dá com o direito financeiro. Ele possui um sistema próprio de normas, além de
um plexo de artigos espalhados no corpo da Constituição, que tratam dos empréstimos
públicos, financiamento dos direitos fundamentais, discriminação de despesas públicas
entre as diferentes esferas de governo, princípios constitucionais, responsabilidade pelos
gastos públicos, precatórios e parâmetros para a concessão de incentivos financeiros.
Pela interpretação de Reale (2009), o direito financeiro opera a arbitragem concreta entre
patrimônio público e patrimônio privado. Concreta, no sentido de definição das relações
patrimoniais entre Estado e a coletividade num momento peculiar (o orçamento). Relação
esta que implica retirar o patrimônio da coletividade através da receita, incrementando o
do Estado.
Trata-se, portanto, de uma atividade concreta, pois é uma regulação prática, específica, já
que assevera quanto o Estado pode retirar da coletividade e de quanto pode despender,
sendo imprescindível a existência de limites, no ordenamento jurídico, ao avanço do
Estado no patrimônio da população. Isso se destina a evitar que o Estado acabe
desfalcando o patrimônio privado por meio, por exemplo, de excessiva tributação.
Entretanto, o direito financeiro não possui completa autonomia cientifica, urna vez que
opera em outras disciplinas do direito e utiliza-se também de conceitos das mesmas. Em
contrapartida, o direito financeiro tem autonomia legislativa, havendo disposição
constitucional expressa da elaboração de um direito financeiro
Temos uma forma específica de regulação social (sem a qual não se reconhece a
especificidade da satisfação das necessidades públicas), um regime jurídico autónomo e
coerente que permite o exercício de uma função social complexa, instituições jurídicas
próprias e uma disciplina jurídica autonomizada.
De acordo com Cistac (2001), o Direito Fiscal é um sub-ramo do Direito Financeiro, com
as mesmas características deste, mas que se autonomizou em razão da grande relevância
social da tributação considerando os direitos, deveres e interesses dos contribuintes.
“Não existe uma medida comum de cada tipo de autonomia, podendo a lei delimitar
diferentemente as diversas formas materiais de autonomia, integrando-as com maiores ou
menores poderes, fazendo-as depender mais ou menos da prática de actos tutelares, etc.
Cada autonomia tem de ser caracterizada em concreto e em decorrência da lei que a
configura” (Reale, 2009).
Administração de fundos especiais: Hely Lopes Meirelles nos traz uma definição
bastante esclarecedora de fundo. Segundo ele, fundo financeiro é toda reserva de receita,
para a aplicação determinada em lei. Os fundos são instituídos pela própria Constituição
ou por lei ordinária, para sua inclusão no orçamento e utilização na forma legal, por seus
destinatários. Ainda o mesmo autor, friza que se denomina Fundo o produto de receitas
das mais variadas origens (receitas próprias ou vinculadas, incentivos fiscais, dotações
orçamentárias, créditos adicionais, empréstimos internos e externos, doações, etc.), em
área de atuação, finalidade e destinação especial, com vistas à realização de determinados
objetivos ou serviços, desenvolvendo atividades específicas e adotando normas peculiares
de aplicação e contabilidade.
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3. Conclusão
Feito o estudo sobre a Autonomia e Natureza Jurídica do Direito Financeiro,
conseguimos apurar que a atividade financeira do Estado se consubstancia por ser o
conjunto de ações que o Estado desempenha com o objetivo de obter recursos
económico-financeiros necessários para sua sustentabilidade, visando a realização das
receitas, dos gastos e despesas (previstas) para a concretização das necessidades
coletivas/públicas. A mesma possui o poder de conceder as entidades publicas a
possibilidade de terem orçamentos próprios, e de os gerir de acordo com as respetivas
despesas e receitas, decidindo apenas sobre elas, neste caso, serem detentoras da sua
autonomia orçamental. Ainda se observou que, na medida em que algumas entidades
públicas poderão decidir sobre as suas próprias receitas, autonomia de receitas e do seu
património, autonomia patrimonial, que consistirá no poder das entidades públicas
possuírem o seu património, e deterem poderes de gestão sobre o mesmo. E vimos que
todas as fontes estão previstas na legislação tributária podendo estar divididas em dois
grandes grupos: receitas próprias e transferências orçamentais do governo, também
consideradas por receitas não próprias. Referiu-se também a Autonomia Creditícia, que
versa na faculdade que determinada entidade pública possui para recorrer ao crédito,
assumindo as correspondentes responsabilidades. Por fim, percebeu-se que quanto ao
poder de gerir automaticamente os recursos monetários próprios em execução ou não do
orçamento, consistirá na autonomia de Tesouraria.
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Referencias bibliográficas
Cistac, G. (2001). Manual de Direito das Autarquias Locais, Livraria Universitária,
Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.
Harada, K. (2006). Direito Financeiro e Tributário. 15ª ed. São Paulo: Atlas.
Nader, P. (2009). Curso de Direito Civil. Vol. 3. Contratos. 4ª ed. Rio de Janeiro:
Forense.
Oliveira, G. J. de. (2013). Contrato de Gestão. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais.
Oliveira, R. F. de. (2006). Curso de Direito Financeiro. São Paulo: Revista dos
Tribunais.
Legislação consultada
Moçambique, Constituição da República de Moçambique, Boletim da República, I Série,
número 51, de 22 de Dezembro de 2004.