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A importância das estrategias de Prevenção Combinada na redução de

novas infecções pelo HIV/SIDA

The importance of Combined Prevention strategies in reducing new


HIV/AIDS infections

Deolinda Angelo Muchate

Correio eletrónico: deolindamuchate@gmail.com

Resumo
Contextualização: A Saúde tem sido tradicionalmente definida em termos de prevalência ou
ausência de doenças. Sem dúvida, a boa saúde é destacada como o valor de maior importância em
todas as sociedades. É considerado o mais precioso dos bens. Entretanto, definir saúde como um
conceito operacional tem sido ilusório. Desde a antiguidade, saúde tem sido relacionada a um
estado físico ou mental. Muitas avaliações da saúde enfocam a ausência de ameaças importantes à
sociedade em uma dada época, como morte por fome ou inanição, epidemias e nos últimos anos,
doenças crônicas. Objectivos: O presente artigo busca analisar a relação entre a doença, a saúde e os
determinantes sociais. Apresentando inicialmente o conceito de determinantes sociais de saúde (DSS) e uma breve
evolução histórica dos diversos paradigmas explicativos do processo saúde/doença no âmbito das sociedades.
Metodologia: O artigo em causa ira observar busca de conteúdos em várias fontes com mais foco a pesquisa
bibliográfica. Fontes estas que abordam esta temática em sua totalidade e outros conteúdos bibliográficos
electrónicos em formato pdf conforme citam (Gil, 2007), e o manual de normas de publicação de trabalhos que
ajudaram a enriquecer o conteúdo e estrutura do presente trabalho. Resultados:

Palavras-chave:

Abstract

1. Introdução
Embora seja há muito conhecido que a saúde-doença se produz e distribui na sociedade mediante fortes
processos de determinação social, econômica, cultural, ambiental, política, etc., só recentemente este
conceito vem sendo incorporado ao âmbito conceitual e prático para a formulação de políticas e
estratégias em direção à saúde. As condições econômicas e sociais influenciam decisivamente as
condições de saúde de pessoas e populações. A maior parte da carga das doenças, assim como as
iniquidades em saúde, que existem em todos os países, acontece por conta das condições em que as
pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem. Esse conjunto é denominado “determinantes sociais
da saúde”, um termo que resume os determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais
da saúde como supracitado. De salientar que, nem todos os determinantes são igualmente importantes;
Os mais destacados são aqueles que geram estratificação social, os determinantes estruturais que
refletem as condições de distribuição de riqueza, poder e prestígio nas sociedades, como a estrutura de
classes sociais, a distribuição de renda, o preconceito com base em fatores como o gênero, a etnia ou
deficiências e estruturas políticas e de governança que alimentam, ao invés de reduzir, iniquidades
relativas ao poder econômico.

Nesse sentido, o presente artigo torna importante destacar a relação doença, a saúde e os devidos
determinantes sociais.

2. A Saúde
Segundo o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1947), com ampla divulgação e
conhecimento, a saúde é definida como:

“Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a


ausência de doença ou enfermidade.”

Dentre diversas outras abordagens possíveis para se entender o conceito de saúde, apresentaremos
uma que nos parece mais útil à nossa discussão, e que tem sido defendida por alguns autores. (Narvai et
al., 2008). Pode-se então descrever a condição de saúde, didaticamente, segundo a soma de três planos:
subindividual, individual e coletivo, apresentados a seguir:

O plano subindividual seria o correspondente ao nível biológico e orgânico, fisiológico ou fisiopatológico.


Nesse plano, o processo saúde-adoecimento (PSa) seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a
normalidade - anormalidade / funcionalidade-disfunções. Assim, quando a balança pender para o lado
da anormalidade - disfunção podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a doença. A
enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou paciente, caracterizando-a como queda de
ânimo, algum sintoma físico, ou mesmo como dor. A doença seria a condição detetada pelo profissional
de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada como uma entidade ou classificação nosológica
(Narvai, 2008);

O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem em indivíduos que são seres
biológicos e sociais ao mesmo tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento resultam não
apenas de aspectos
biológicos, mas também das condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes sociais, ou seja,
teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre
um extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com uma série de processos e eventos
intermediários entre os dois (Narvai et al., 2008); e,

O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o PSa, que é encarado não como a simples
soma das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, mas sim como a expressão de
um processo social mais amplo, que resulta de uma complexa trama de fatores e relações,
representados por determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, domicílio, micro
área, bairro, município, região, país, continente etc. (Narvai et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil
compreender a definição de Minayo (1994 apud Narvai et al., 2008) sobre saúde: fenômeno clínico e
sociológico vivido culturalmente.

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