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SAÚDE

INTEGRAL
AULA 1
PROFESSORA: ALINE GOMES (CRP 05-36088)
@ALINEGOMESPSICOLOGA
21 997739928
ALINEBFGOMES@YAHOO.COM.BR
SAÚDE - DOENÇA
• O processo saúde-doença é uma expressão usada para fazer referência a todas as variáveis
que envolvem a saúde e a doença de um indivíduo ou população e considera que ambas
estão interligadas e são consequência dos mesmos fatores.
• De acordo com esse conceito, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um
processo complexo que envolve diversos fatores.
• Diferentemente da teoria da unicausalidade, muito aceita no início do século XX, que
considera como fator único de surgimento de doenças um agente etiológico – vírus,
bactérias, protozoários.
• o conceito de saúde-doença estuda os fatores biológicos, econômicos, sociais e culturais e,
com eles, pretende obter possíveis motivações para o surgimento de alguma enfermidade.

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PROCESSO SAÚDE - DOENÇA
• A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois
quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e
sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece. (CANGUILHEM; CAPONI, 1995 In:
BRÊTAS; GAMBA, 2006)

• Quadros patológicos parecidos, que possuem o mesmo diagnóstico, prognóstico e parâmetros


patológicos, podem afetar as pessoas de diferentes formas, tendo como resultado, sintomas,
desconfortos e comprometimentos distintos para lidarem com seus quadros clínicos.
• “O conhecimento clínico pretende balizar a aplicação apropriada do conhecimento e da
tecnologia, o que implica que seja formulado nesses termos. No entanto, do ponto de vista do
bem-estar individual e do
desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta.”
(EVANS; STODDART, 1990)
CONCEITO DE SAÚDE

“Um estado de completo bem-estar físico, mental e


social, e não apenas a ausência de doença ou
enfermidade”
(OMS- 1974)
UMA DAS FORMAS DE COMPREENDERMOS A SAÚDE

• Podemos descrever a saúde somando 3 planos:

1.Subindividual
2.Individual
3.Coletivo
SUBDINDIVIDUAL

• Relaciona-se ao nível fisiológico, orgânico.


• Neste plano, o processo saúde- doença seria definido pelo equilíbrio entre a normalidade/ anormalidade.
Funcionalidade/ disfuncionalidade.
• Assim, quando a balança pender para o lado
da anormalidade - disfunção podem ocorrer basicamente duas situ-
ações: a enfermidade e a doença.

ENFERMIDADE: DOENÇA:
Condição percebida pela pessoa, caracterizando-a Condição detectada pelo profissional de saúde, com
como queda de ânimo, algum sintoma físico, ou quadro clínico definido e enquadrada como uma
mesmo dor. entidade ou classificação nosológica.
INDIVIDUAL

• O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem em indivíduos que são
biológicos e sociais concomitantemente.
• Assim, as alterações no processo saúde-adoecimento resultam não apenas de aspectos
biológicos, mas também das condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas
COLETIVO

O processo de saúde é encarado não como a simples soma das condições orgânicas e sociais de cada
indivíduo isoladamente, mas como a expressão de um processo social mais amplo composto por: família,
domicílio, micro área, bairro, município, região, país, continente etc.
Nessa linha, fica mais fácil compreender a definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al, 2008) sobre
saúde:
“Fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente”
SAÚDE
• A saúde é silenciosa
• A saúde é uma experiência de vida
• Não existe um limite preciso entre saúde e
doença
Água Alimentação

Ar Moradia

Trabalho Tecnologia
Os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento,


água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações
familiares e sociais) podem causar doença.
Tal constatação nos remete à reflexão de o processo saúde-
doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta
do local que os seres ocupam na sociedade.

(BERLINGUER in BRÊTAS; GAMBA, 2006)
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O CONSIDERADO NORMAL EM UM
INDIVÍDUO PODE NÃO SER EM
OUTRO; NÃO HÁ RIGIDEZ NO
PROCESSO

O normal e o patológico só podem ser


apreciados em uma relação.
CONCEPÇÕES DE DOENÇA NO PERCURSO DA
MEDICINA

Concepção fisiológica de Hipócrates Concepção Ontológica


Explica as origens das doenças a partir de um Defende que as doenças são “entidades” exteriores
desequilíbrio entre as forças da natureza que estão ao organismo, que o invadem para se localizarem
dentro e fora da pessoa. Esta medicina, centra-se no em várias das suas partes.
paciente, como um todo, e no seu ambiente,
A concepção ontológica tem estado frequentemente
evitando ligar a doença a perturbações de órgãos
ligada a uma forma de medicina que dirige os seus
corporais particulares.
esforços na classificação dos processos de doença,
na elaboração de um diagnóstico exato, procurando
identificar os órgãos corporais que estão
perturbados e que provocam os sintomas.
MODELO EPIDEMIOLÓGICO DO PROCESSO
SAÚDE DOENÇA

Agente Hospedeiro Meio


Campo de saúde
Estilo de vida Sistemas de serviços de
Não apenas o ambiente saúde
Biologia humana
físico
PROCESSO SAÚDE- DOENÇA

• O sofrimento experimentado pelas pessoas, suas famílias e grupos sociais não corresponde
necessariamente à concepção de doença que orienta os provedores da assistência, como os profissionais
da Estratégia de Saúde da Família.
• Uma nova maneira de pensar a saúde e a doença deve incluir
explicações para os achados universais de que a mortalidade e a morbidade obedecem a um gradiente,
que atravessa
as classes sócio-econômicas, de modo que menores rendas ou status social estão associados a uma pior
condição em
termos de saúde.
• Tal evidência constitui-se em um indicativo de que os determinantes da saúde estão localizados fora do
sistema de assistência à saúde.
PROCESSO SAÚDE- DOENÇA

• O entendimento da saúde como um dispositivo social relativamente autônomo em


relação à ideia de doença, e as repercussões que este novo entendimento traz para a vida social e para as
práticas cotidianas em geral e dos serviços de saúde em particular, abre novas possibilidades na
concepção do processo saúde doença.

• Desta maneira, o Processo Saúde Doença, está diretamente atrelado à forma como o ser humano, no
decorrer de sua existência, foi se apropriando da natureza para transformá-la, buscando o atendimento às
suas necessidades.

(GUALDA e BERGAMASCO, 2004)


Esperamos que todos possam ter assegurado o exercício e a
prática deste direito à saúde, a partir da aplicação e
utilização de toda a riqueza disponível, conhecimento e
tecnologia que a sociedade desenvolveu e vem
desenvolvendo neste campo, adequados as suas
necessidades, envolvendo promoção e proteção da saúde,
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças
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CONEXÃO SAÚDE - CONCEPÇÃO SAÚDE/DOENÇA (1 DE 3)
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (DSS)
DSS É A ABREVIATURA DE “DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE”, UM CONCEITO
DA ÁREA DE SAÚDE PÚBLICA.

Que se refere a um conjunto de acontecimentos,


Que afetam positiva ou negativamente a saúde
fatos, situações e comportamentos da:
de:

• vida econômica;
• indivíduos;
• social;
• segmentos sociais;
• ambiental;
• coletividades;
• política;
• populações e territórios.
• governamental;
• cultural e subjetiva.
DSS

• Na América Latina, a temática dos determinantes sociais emerge na década de 1970, em um contexto de
revisão crítica dos paradigmas vigentes nos campos da medicina preventiva e comunitária e da saúde
pública, em que a compreensão dos limites das tecnologias médicas na resposta aos problemas de saúde
levou a que se desse maior atenção aos fatores sociais e econômicos relacionados com a produção do
processo saúde-doença e o sistema de cuidados.
• No Brasil, vários estudos buscaram compreender os fenômenos saúde-doença como processos
socialmente determinados no contexto das relações entre Estado, economia, sociedade e saúde. Assim, os
DSS passaram a ser analisados pela Epidemiologia, pelo Planejamento e pelas Ciências Sociais em
Saúde.
• Os DSS são associados ao conceito de equidade em saúde
DSS SÉC. XXI DEFINIDA PELA (OMS)

• “As circunstâncias nas quais as pessoas nascem, crescem, trabalham, vivem, e envelhecem, e o
amplo conjunto de forças e sistemas que moldam as condições da vida cotidiana. Essas forças e
sistemas incluem sistemas e políticas econômicas, agendas de desenvolvimento, normas sociais,
políticas sociais e sistemas políticos” .

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DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE
(DSS)
• As condições de vida, trabalho e renda de indivíduos ou grupos, está diretamente relacionado às suas
condições de saúde.
• Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), estabelecida em 2006, os
DSS são:
• “Os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que
influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores
de risco na população”
• (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007)
MODELO DE DAHLGREN E WHITEHEAD

• Vários modelos foram propostos para estudar os determinantes sociais e a trama de relações
entre os diversos fatores estudados através desses diversos enfoques Um adotado pela CNDSS
é o modelo de Dahlgren e Whitehead que inclui os DSS dispostos em diferentes camadas,
desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até
uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes.
MODELO DE DAHLGREN E WHITEHEAD
ANÁLISE DOS DSS

Aristóteles

• A análise dos determinantes sociais de saúde nos permite intervenções no sentido de ampliar
políticas públicas que possam reduzir as iniquidades, desigualdades consideradas injustas, e
avançar para políticas de saúde com mais equidade.
• Para além do conceito epidemiológico de determinantes sociais de saúde como fatores de
risco, é necessário ainda, compreender a determinação social da saúde como um conceito mais
ampliado e politicamente construído que envolve a “caracterização da saúde e da doença
mediante fenômenos que são próprios dos modos de convivência do homem, um ente que
trabalha e desfruta da vida compartilhada com os outros, um ente político, na medida em que
habita a polis, como afirmava Aristóteles”
• (PASSOS NOGUEIRA, 2010)�
O PAPEL DA EQUIPE NA ATUAÇÃO NO
PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• A equipe da Estratégia de Saúde da Família precisa ter consciente seu papel de educador em saúde e
conjuntamente saber o resultado que quer atingir em cada situação.
• É preciso fundamentalmente contribuir com a autonomia dos sujeitos no sentido de que cada um seja
protagonista de sua produção de saúde.
• Ao prestar a assistência ao indivíduo, à família ou à comunidade há que se considerar quem é ou quem
são os usuários, como se apresentam na situação de necessidade de saúde, seus direitos, deveres, valores
e prerrogativas.
• O ser humano é complexo e não há como abranger sua totalidade por uma única definição. Mesmo que
se considere a pessoa um ser biopsicossocial e espiritual, não se consegue expressar toda sua
individualidade e singularidade.
O PAPEL DA EQUIPE NA ATUAÇÃO NO
PROCESSO SAÚDE DOENÇA

• Não podemos nos esquecer de que o ambiente é o local onde a pessoa se encontra com as coisas ao seu
redor e que exercem nela influências, afetando-a de várias maneiras.
• Por exemplo: uma família de seis, oito pessoas que habitam um único cômodo, provavelmente terão
conflitos entre si, problemas que atingirão sua saúde mental; por outro lado, viver num quarto úmido, ou
seja, num ambiente insalubre, provavelmente acarretará doenças como bronquite, tuberculose, etc. e
assim, uma infinidade de exemplos.
O PAPEL DA EQUIPE NA ATUAÇÃO NO
PROCESSO SAÚDE DOENÇA

Ambiente Saúde ou doença

Pessoas

Ações preventivas Ações curativas


O PAPEL DA EQUIPE NA ATUAÇÃO NO
PROCESSO SAÚDE DOENÇA
• Para qualquer ação, por mais simples que seja, temos em mente dar resposta às questões já vistas
anteriormente: o que é, para quem, como, quando e onde será realizada a ação.

• Neste modelo ou teoria para ação os elementos são


os conceitos que vão sendo relacionados uns aos outros, ou seja, a organização dos dados representados
por ideias.

• Os conceitos são as palavras que expressam as ideias concebidas sobre a realidade Isso faz toda a
diferença quando organizamos nossos serviços voltados às necessidades das pessoas que vivem no
território onde
atuamos e temos a produção de saúde e de cuidado como foco de nosso trabalho.
MODELO BIOPSICOSSOCIAL X MODELO BIOMÉDICO

• O modelo biomédico é aquele que estuda a causa e o progresso de doenças com base exclusivamente
em fatores biológicos, como por exemplo, fatores genéticos, vírus e anormalidades somáticas.
• Esse modelo da medicina está centrado na doença e tem paradigma curativista, isto é, atua no sentido de
curar as doenças que os indivíduos desenvolvem. Tais doenças são estudadas a partir de uma perspectiva
individualista, considerando apenas o indivíduo e não seu contexto ambiental e social.
• A especialização também é outra característica estrutural do modelo biomédico, que divide a saúde em
áreas específicas (cardiologia, dermatologia, neurologia, etc.) e trata de cada doença e sintoma de
maneira compartimentada.
MODELO BIOPSICOSSOCIAL X MODELO BIOMÉDICO

• O modelo biopsicossocial, por sua vez, estuda a saúde e a doença a partir de uma perspectiva integral.
Considera além dos fatores biológicos, as condições psicológicas e emocionais e o contexto social e
ambiental em que o indivíduo está inserido.
• A saúde para o modelo biopsicossocial é compreendida de maneira abrangente e considera também as
dimensões subjetivas do indivíduo. O modelo biopsicossocial rejeita o mecanicismo do biomédico e
adota uma perspectiva interdisciplinar.
SEGUNDO OS PESQUISADORES FUSTER BELLOCH E
GONZÁLEZ OLABARRÍA, EXISTEM 6 PRINCÍPIOS QUE
NORTEIAM ESSE MODELO:

1. O corpo é um organismo biológico, social e psicológico. O indivíduo recebe informações, interpreta,


atribui significado e reage de determinada maneira.
2. A saúde e a doença estão em equilíbrio dinâmico e são determinadas pelos três componentes do modelo,
que interagem e se alteram constantemente.
3. A prevenção, o diagnóstico e o tratamento de uma doença devem considerar os componentes biológicos,
sociais e psicológicos em conjunto.
4. As doenças não são resultado de apenas um fator, mas de um conjunto de fatores que interagem entre si.
5. Os profissionais especializados em cada uma das três áreas devem atuar de maneira integrada para o
devido tratamento.
6. A saúde e o bem-estar físico, social e psicológico não devem estar restritas a uma especialidade médica,
mas trabalhadas de maneira interdisciplinar.
CONEXÃO SAÚDE - CONCEPÇÃO
SAÚDE/DOENÇA (2 DE 3)
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