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SAÚDE E DSS

CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE As medidas terapêuticas – acupuntura, ioga – restauram o fluxo


normal de energia
Reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural.
NA MODERNIDADE
Não representa a mesma coisa para todas as pessoas:
dependerá da época/ lugar/ classe social/ valores individuais/  Descartes
concepções científicas, religiosas, filosóficas.
O desenvolvimento da mecânica influenciou as ideias de René
MÁGICO-RELIGIOSA Descartes, que postulou o duo mente-corpo, sendo o corpo
uma máquina. Nesse mesmo tempo, havia o desenvolvimento
A doença resulta de forças alheias ao organismo que o faziam da anatomia que afastou a concepção humoral da doença, a
doente a partir de maldição, pecado ou demônios (punição qual passou a ser localizada nos órgãos
divina) e só o Deus/deuses eram responsáveis pela cura
Descartes  o corpo é uma máquina e a doença seria o mau
MEDICINA GREGA funcionamento
Importante porque introduziu uma nova visão da doença,  Pasteur
diferentes da concepções mágico-religiosas
Descobriu a existência dos microorganismos, possibilitando a
É nessa cultura que nasce o pai da medicina, Hipócrates, que introdução de soros e vacinas
estabeleceu um código racionalizado de condutas, explicando
a doença sagrada é como qualquer outra, com causas naturais Então, a doença era causada por microorganismos

A doença é resultado de uma causa natural e saúde é o OMS


equilíbrio dos 4 humores
Ainda não havia um conceito universalmente aceito sobre
 Bile amarela saúde e para acontecer isso deveria haver um consenso entre
 Bile negra as nações e quem ficou responsável por tal acontecimento foi
 Fleuma a OMS na Carta de princípios de 7 de abril de 1948
 Sangue ‘’saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e
social e não apenas a ausência de enfermidade‘’

 Apesar de não negar a existência da doença, define um


estado positivo da saúde (Descentralizou da doença) e
dinâmico (sofre alterações ao longo da vida dos indivíduos,
não sendo condição definida).
 Enfatiza que a saúde não é de responsabilidade exclusiva
do setor da saúde , mas também de outros setores.
Nocampo prático, envolve ações do Estado, mas também
dos indivíduos.
 Gerou críticas:
- Natureza técnica (a saúde seria algo ideal, inatingível; a
definição não pode ser usada como objetivo pelos serviços de
A principal característica desse postulado dos 4 fluidos
saúde).
(humores) é o valor da observação empírica, refletindo uma
visão epidemiológica do problema de saúde-enfermidade e - Natureza política, libertária : o conceito permitiria abusos por
reconhecendo um fator ecológico do processo parte do Estado, que interviria na vida dos cidadãos, sob o
pretexto de promover a saúde.
Depois, Galeno revisou essa teoria e de modo que a doença
seria causada por razões endógenas  Outros consideram que a definição de saúde da OMS é um
avanço em relação ao proposto nos modelos biomédicos.
NO ORIENTE
NO BRASIL
Concepção de saúde e doença análoga à hipocrática, com
existência de forças vitais no corpo que se desequilibram e O conceito amplo de saúde é ressaltado em 1986 no Relatório
geram a doença. final da VIII conferência nacional de saúde:

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SAÚDE E DSS
Direito à saúde significa a garantia , pelo Estado, de condições  Camada C = Redes Sociais e comunitárias
dignas de vida e acesso universal e igualitário às ações e
serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, em Destaca a influência das redes comunitárias e de apoio,
todos os seus níveis, a todos os habitantes do território contribuindo para a coesão social que é fundamental para a
nacional, levando ao desenvolvimento pleno do ser humano em saúde da sociedade como um todo
sua individualidade.  Para grupos + próximos do fim da escala social (pessoas
que vivem em condições de extrema privação),os
 Artigo 196, Constituição Federal de 1988 – estabelece que
indicadores de organização comunitária registram uma
a saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo essa disponibilidade menor de redes e sistemas de apoio,
garantida por meio de políticas tanto sociais quanto menos serviços sociais e lazer, e modelos de segurança
econômicas que visem à redução do risco de doenças e mais frágeis.
agravos e por meio de ações e serviços para promoção,
 Camada D = Condições de vida e de trabalho
proteção e recuperação da saúde;
As pessoas em desvantagem social correm um risco
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE diferenciado criado por condições habitacionais mais humildes,
Em 2006 foi criado no Brasil e Comissão Nacional sobre exposição a condições mais perigosas ou estressantes de
Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), que define que os trabalho e acesso menor aos serviços
DSS são fatores sociais, econômicos, étnicos/raciais,
 Camada E = macrodeterminantes
psicológicos, comportamentais e culturais que influenciam
a ocorrência de problemas de saude e seus fatores de risco na Relacionados com as condições econômicas, culturais e
população ambientais da sociedade que possuem grande influência
sobre as outras camadas
MODELO DE DAHGREN E WHITEHEAD (D&W)
Dependem da atuação do poder público
Inclui os DSS em diferentes camadas, desde uma camada +
próxima dos determinantes individuais até uma camada distal
(macro determinantes).
Não pretende explicar com detalhes as relações e mediações
entre os diversos níveis e a gênese das iniquidades.

MODELO DE DIDERICHSEN E HALLQVIST


Enfatiza a estratificação social gerada pelo contexto social, que
confere aos indivíduos posições sociais distintas que provocam
diferenciais de saúde
 Camada A = idade, sexo e fatores hereditários
As características individuais exercem influência sobre seu
potencial e suas condições de saúde

 Camada B = Estilo de vida dos indivíduos


Aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais,
que dependem do livre arbítrio das pessoas.
Dependem também de acesso à informação, influência da
propaganda, acesso a alimentos saudáveis lazer etc (poder O sistema educacional e o mercado de trabalho influenciam o
público) modo como cada indivíduo se posiciona socialmente, o que

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SAÚDE E DSS
causa exposição a riscos e danos à saúde dependendo dessa PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
posição.
 Detecta um problema de saúde em estágio inicial no
Uma vez contraída a doença, essa posição também vai indivíduo ou população
determinar as consequências sociais da doença, seu impacto  Previne a evolução do processo patológico na tentativa, se
sobre a situação socioeconômica do indivíduo e da sua família possível, fazê-lo regredir
PROMOÇÃO DA SAÚDE  Facilita o diagnóstico, o tratamento e reduz ou previne sua
diminuição e os efeitos a longo prazo
São medidas que não se dirigem especificamente a uma
doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e Ex.: rastreamento, diagnóstico precoce, aplicação de
o bem-estar gerais antibiótico em uma doença infecciosa, uso de aspirina em
pacientes com infarto agudo do miocárdio com o objetivo de
O Projeto de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde prevenir um segundo acontecimento etc
 proporcionar à população condições para melhorar e
exercer controle sobre sua saúde, envolvendo: educação, PREVENÇÃO TERCIÁRIA
moradia, alimentação, renda e um ecossistema saudável, com
 Ação na fase final do processo
justiça social e equidade.
 Reduz em um indivíduo ou população os prejuízos
Esse projeto está estruturado em 4 áreas de atuação funcionais consequentes de um problema agudo ou
crônico
 Estilo de vida saudáveis  Incluindo reabilitação
 Reorganização das ações de saúde
 Municípios saudáveis Ex.: prevenir complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-
 Marketing social e apoio a projetos sociais infarto ou AVC

PREVENÇÃO QUATERNÁRIA

 Detecção de indivíduos em risco de intervenções,


diagnósticos e/ou terapêuticas excessivas
 Protege de novas intervenções médicas inapropriadas
na promoção da saúde, a ESF exerce um papel importante pois  Sugere alternativas eticamente aceitáveis
ela coloca em prática de acordo com as necessidades da sua Ex.: paciente que usa medicamento para evitar o colesterol
própria região alto, o médico pode retirar o medicamento (efeitos colaterais) e
sugerir mudança de alimentação, de hábito e de estilo de vida
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
Na saúde, a prevenção exige uma ação antecipada, baseada CINCO NÍVEIS DE PREVENÇÃO
no conhecimento da historia natural, a fim de tornar improvável As três fases citadas se desdobram em cinco níveis:
o progresso posterior da doença
Diferentemente da promoção da saúde, a prevenção de
enfermidades objetiva a redução do risco de adquirir uma
doença específica por reduzir a probabilidade dessa doença
afetar o indivíduo. Existem 4 níveis:

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

 Remover causas e fatores de risco de um problema de


saúde individual ou populacional
 Ação antes mesmo do desenvolvimento de uma condição
clínica
Ex.: imunização, orientação de atividade física para diminuir
chance de obesidade, educação para a saúde e saneamento
ambiental

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SAÚDE E DSS
NÍVEL 1: PROMOÇÃO DA SAÚDE MEDICALIZAÇÃO DOS FATORES DE RISCO
Ações destinadas a manter o bem-estar, sem visar nenhuma Na última década, a aumento do número de fatores de risco
doença em particular em populações saudáveis e aos menores margens de
normalidade nos exames diagnósticos e limiares de
NÍVEL 2: PROTEÇÃO ESPECÍFICA intervenção, faz com que os indivíduos saudáveis sejam
Medidas para impedir o aparecimento de uma determinada rotulados como ‘’estado de risco’’ e tenham necessidade de
afecção, como a vacinação cuidados médicos
Alguns autores chamam atenção para o ‘’patrocínio da
NÍVEL 3: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE
doença’’ pela indústria farmacêutica  através de campanhas
Identifica o processo patológico no seu início, antes do dirigidas para o público, a indústria farmacêutica pretenderia
aparecimento de sintomas. Identificada a alteração nos seus vender a doença para chamar atenção para as terapêuticas
primórdios, o tratamento imediato tem maior chance de dar mais recentes.
certo
Eles usariam uma estratégia chamada de marketing do medo,
NÍVEL 4: LIMITAÇÃO DO DANO que é a sobrestimação (estimação exagerada) de situações
clinicas e fatores de risco na população e pela medicalização
Identificar a doença, limitar a extensão das lesões e retardar o de situações fisiológicas
aparecimento de complicações, se não der para evitá-las
PREVENÇÃO X PROMOÇÃO
NÍVEL 5: REABILITAÇÃO
Objetiva desenvolver o potencial residual do organismo, após
haver sido afetado pela doença, de modo a contribuir para que
a pessoa leve uma vida útil e produtiva
É um trabalho de equipe para promover suporte físico, mental
e social que favoreça a reintegração da pessoa na família, no
trabalho e na sociedade

PREVENÇÃO QUARTENÁRIA DA IATROGENIA


REFERÊNCIAS
A prática da medicina clínica é resultado do equilíbrio entre a
gestão da incerteza diagnóstica e a limitação dos riscos Epidemiologia Teoria e prática – Maurício Gomes Pereira
terapêuticos e daí verifica-se muitas vezes um excesso de SCLIAR, M. (2007). História do Conceito de Saúde . Rev.
intervencionismo médico (curativo ou preventivo) Saúde Coletiva. Rio de Janeiro
Esse nível também se chama prevenção da iatrogenia que BUSS, P., PELLEGRINI, A. (2007). A saúde e seus
visa evitar ou atenuar o excesso de intervencionismo Determinantes Sociais. Rev: Saúde Coletiva. Rio de Janeiro
médico, associado a atos médicos desnecessários ou sem
justificativa. CZERESNIA, Dina. O Conceito de Saúde e a diferença entre
Prevenção e Promoção . Caderno de
Pretende-se capacitar os pacientes e fornecer a eles Saúde Pública. RS, 2003.
informação necessária e suficiente para poderem tomar
decisões autônomas, sem falsas expectativas, conhecendo as ALMEIDA, M., LÚCIO (2005). Da prevenção primordial à
vantagens e desvantagens dos métodos diagnósticos ou prevenção quaternária.
terapêuticos propostos Rastreamento caderno 29 de atenção primária
Alguns autores consideram ela como sinônimo de prevenção
do sofrimento, principalmente na oncologia que esse nível de
prevenção se enquadra nos cuidados paliativos, cuja
finalidade é melhorar a qualidade de vida dos doentes,
prevenindo e aliviando o sofrimento deles e de seus familiares.

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


ANTECEDENTES – SAÚDE ANTES DO SUS Assim, houve um movimento de reforma sanitária na 1ª
república com a liderança de médicos higienistas que
A adm portuguesa até a metade do séc 18 não se preocupou alcançou vários resultados:
na organização do espaço social visando a um combate às
causas da doença.  Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública
(DNSP) em 1920
O século 19 marca o início na transformação no campo da  Lei que regulamentou a criação das Caixas de
medicina, pois nasceu a medicina social: incorporou o meio Aposentadorias e Pensões (CAPs) que é indicada como o
urbano como alvo da reflexão e da prática médica e a momento inicial da responsabilização do Estado pela
situação da medicina como apoio cientifico ao Estado assistência médica
Somente no século 20 que se iniciam as políticas de saúde Porém, as CAPs era de um sistema de empresas grandes
pra enfrentar o quadro sanitário no país públicas e privadas, então os benefícios dependiam das
A SAÚDE NA COLÔNIA E NO IMPÉRIO contribuições dos segurados, então basicamente era só para
os trabalhadores (urbanos, rurais não)
A vinda da corte para a colônia provocou mudanças na área
da saúde, com o foco das ações sanitárias no RJ. Além disso, A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA (VARGAS
por ordem real foram fundadas academias médico-cirúrgicas E REGIME MILITAR)
que depois se transformaram nas duas primeiras escolas de
 Estado novo
medicina do país
O primeiro governo de Vargas é considerado um marco nas
Em 1829 foi criada a Junta de Higiene Pública, que tinha o
políticas sociais do Brasil. Em 1939 é homologada a
objetivo de cuidar da saúde da população, mas se mostrou
consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) .
pouco eficaz, porém, foi o momento em que os médicos
assumiram o controle das medidas de higiene pública. Em relação à Previdência Social, as antigas CAPs são
substituídas por Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP)
 Tinha como objetivo a inspeção da vacinação, o e agora os trabalhadores eram organizados por profissões e
controle do exercício da medicina e a policia sanitária não por empresas e também é um componente de assistência
da terra médica.
A fase imperial se encerra novamente sem o Estado Em 1933 criou-se o primeiro Instituto de Aposentadoria e
solucionar os problemas de saúde da coletividade. Pensões, o dos Marítimos (IAPM) que trazia benefícios aos
A SAÚDE NA REPÚBLICA associados  assistência médica e hospitalar e socorros
farmacêuticos
A proclamação da República em 1989 trouxe junto a ideia de
modernizar o brasil e isso iria ser feito pelo capital humano, Com a promulgação da constituição de 1946 houve marcos
reconhecendo que os trabalhadores seriam as fontes institucionais no que tange à Saúde Pública:
geradoras de riquezas das nações  Criação do Ministério de Saúde em 1953
Nesse contexto, a Medicina assumiu o papel de guia do  Implementação da campanha nacional contra a lepra e
Estado para os assuntos sanitários, se comprometendo com a campanhas no controle de erradicação de doenças, como
melhoria da saúde individual e coletiva, na mesma ideia de a malária
modernizar o país
 Governo militar
A constituição de 1891 trazia que era dever do Estado a
ações de saúde, de saneamento e de educação, porém até O Sistema Nacional de Saúde no período militar tinha um
então não havia um modelo sanitário para o país, o que predomínio financeiro das instituições previdenciárias e pela
deixava as cidades à mercê das epidemias. Tanto que no RJ hegemonia de uma burocracia técnica que atuava no sentido
do início do sec 20 tinha um estado sanitário caótico: varíola, da mercantilização crescente da saúde
malária, febre amarela e peste Nesse período, a Saúde pública foi deixada a segundo plano
Esse quadro fez com que o Estado passasse a intervir nas (por carência de recurso) e se tornou ineficiente com
questões relativas a saúde individual e coletiva, relevando a campanhas de baixa eficácia, o que gerou graves
criação de uma ‘’política de saúde’’ e o médico Oswaldo Cruz consequências para a saúde da população. Os habitantes
se destacou para definir rumos para a saúde e a criação de metropolitanos dessa época viviam em péssimas condições e
instituições isso resultava em altas taxas de mortalidade

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


Em 1975 o modelo de saúde previdenciário começa a mostrar  Conclusão
suas mazelas (vergonha):
Dessa forma, o movimento sanitário promoveu encontros cuja
 Por ter priorizado a medicina curativa, o modelo proposto finalidade não se resumia a planejar políticas para a saúde,
não solucionou os problemas de saúde coletiva, como as mas sim de influenciar a adoção dessas políticas
endemias, epidemias e indicadores de saúde
 Aumento constante dos custos da medicina curativa NASCIMENTO DO SUS
 Diminuição do crescimento econômico, diminuindo as  Contexto
receitas pra esse modelo
 Incapacidade de atender uma população crescente de Em 1985 o Regime Militar chega ao fim e, com a Nova
marginalizados, sem carteira assinada e contribuição República, as lideranças do movimento sanitário assumem
previdenciária, que estavam excluídos do sistema efetivamente posições em pontos-chave nas instituições
 Desvio de verba responsáveis pela política de Saúde no país

MOVIMENTO SANITÁRIO Nessa nova realidade, em 1986 foi convocada a 8ª


Conferencia Nacional de Saúde, o momento mais significativo
Os movimentos sociais da época do Regime Militar tornaram- do movimento pela democratização da saúde em toda a
se mais frequentes e as denúncias sobre as condições sua história
caóticas de saúde pública e dos serviços previdenciários de
atenção médica eram feitas  8ª Conferência Nacional de Saúde

Nesse contexto, os Departamentos de Medicina Preventiva Nessa reunião, foram lançados os princípios da Reforma
(DMPs) constituíram a base institucional que produziu Sanitária e consagrou uma concepção ampliada de saúde e o
conhecimentos sobre a saúde da população e organizou as princípio da saúde como direito universal e como dever do
práticas sanitárias, iniciando o movimento sanitário. Foi nesse Estado, esses atributos seriam mais tarde plenamente
período que as ideias da Medicina Social penetraram nos contemplados na CF de 88
meios acadêmicos Nessa conferência que foi aprovada a criação de um
O estudo do processo de saúde-doença deixaria de ter foco Sistema Único de Saúde, que iria se constituir como um
no indivíduo e passaria para a coletividade (classes sociais e novo arcabouço institucional, com a separação total da saúde
frações) e a distribuição demográfica de saúde e da doença em relação à Previdência

E aí o movimento sanitário foi atuando sob forte pressão  Criação do SUDS – Sistema Unificado e
contra o regime autoritário, se tornando como uma força Descentralizado de Saúde
política que foi construída a partir de várias contestações ao O SUDS foi o antecedente mais imediato da criação do SUS e
regime e ele buscou principalmente o exercício das diretrizes ele também tinha como principais diretrizes:
que transformam o sistema de saúde
o universalização e equidade no acesso aos serviços de
Alguns desses projetos no movimento sanitário tornaram-se saúde,
modelos de serviços oferecidos pelos sistema de saúde, entre o integralidade dos cuidados assistenciais,
eles o Projeto Montes Claros (MOC), que mais tarde iria o descentralização das ações de saúde
servir para nortear a proposta do SUS o implementação de distritos sanitários
 Criação do Conselho Consultivo de Administração da Foi um momento marcante porque pela 1ª vez o Governo
Saúde Previdenciária (CONASP) Federal começou a destinar os recuros para os estados e
Criada no contexto de agravamento da crise da Previdência municípios ampliarem suas redes de serviço, prenunciando a
Social, que contava com a diminuição dos benefícios dos municipalização que viria com o SUS
aposentados e a diminuição na intervenção da assistência CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
médica na previdência
Os assuntos discutidos na 8ª conferência conseguiram chegar
O CONASP então buscou organizar e racionalizar a até a Assembleia Nacional Constituinte com sua proposta
assistência médica e instituir medicas na área da saúde, discutida, legitimada e completa, do ponto de vista ideário
criando então as Ações Integradas de Saúde (AIS) que do movimento sanitário
implementou avanços consistentes, como o fortalecimento da
rede básica ambulatorial Como resultado das diversas propostas para o campo de
saúde apresentadas na Assembleia, a CF de 88 aprovou a

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


criação do SUS, reconhecendo a saúde como um direito a Também veda todo tipo de comercialização em relação à
ser assegurado pelo Estado e pautado em princípios: remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins
de transplante, pesquisa, tratamento, coleta, processamento e
 universalidade transfusão de sangue e seus derivados
 equidade
 integralidade  Artigo 200
 descentralização Traz algumas atribuições do SUS nos termos da lei:
 hierarquização e com a participação da população
 controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
ARCABOUÇO LEGAL DO SUS substâncias
 executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica e
CONSTITUIÇÃO DE 1988
de saúde do trabalhador
A constituição cidadã foi um marco na redefinição das  ordenar a formação de recursos humanos
prioridades da política de Estado na área de saúde pública  fiscalizar e inspecionar alimentos para o consumo
humano
Ela define o conceito de saúde que vai depender do acesso a
 colaborar na proteção do meio ambiente
uma série de conjunto de fatores: alimentação, moradia,
emprego, lazer, educação etc e etc
 Artigo 196 – define a universalidade da cobertura do LEI N. 8080 – LEI ORGÂNICA DA SAÚDE
SUS
Essa lei regula em todo o território nacional as ações e os
Cita que a saúde é dever do Estado, garantido mediante serviços de saúde executadas por pessoas naturais ou
políticas públicas sociais e econômicas que visem à redução jurídicas, de direito público e privado, tratanto:
do risco de doença e de outros agravos
 da organização, da direção e da gestão do SUSa
E também é garantido mediante ao acesso universal e  da definição das competências e atribuições das 3
igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção esferas de governo ( União, estados e Distrito Federal e
e recuperação os municípios)
 Artigo 197  do funcionamento e da participação complementar dos
serviços privados de assistência à saúde
O SUS faz parte das ações como ‘’relevância pública’’ e vai  da política de recursos humanos
ser atribuído ao poder público a sua regulamentação,  dos recursos financeiros, da gestão financeira, do
fiscalização e controle das ações e dos serviços de saúde planejamento e do orçamento
 Artigo 198
LEI 8142 DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990
Fala que o SUS é organizado de acordo com as seguintes
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
diretrizes:
SUS e sobre as transferências intergovernamentais de
 descentralização, com direção única em cada esfera de recursos financeiros na área da saúde, entre outros.
governo
Ela ainda trata da alocação dos recursos do Fundo Nacional
 atendimento integral
de Saúde, do repasse de forma regular a automática para os
 participação da comunidade municípios, estados e DF
além disso, fala que o SUS será financiado com recursos do O SUS conta em cada esfera de governo com as instancias
orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do colegiadas de participação da sociedade
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes
 A Conferência de Saúde
 Artigo 199
Ficou estabelecida nessa lei que deve haver a cada 4 anos
Diz que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, ou
uma Conferência Nacional de Saúde com a representação de
seja, as instituições podem participar de forma complementar,
vários segmentos sociais para avaliar a situação de saúde e
tendo preferência às entidades filantrópicas e sem fins
propor diretrizes para formular novas políticas de saúde nos
lucrativos
níveis correspondentes

 O Conselho de saúde

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


Buscam participar da discussão das políticas de saúde, tendo RESOLUBILIDADE
uma atuação independente do Governo onde se manifestam
os interesses de diferentes segmentos sociais, possibilitando Quando uma pessoa busca atendimento ou quando tem um
a negociação de propostas e o direcionamento de recursos problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço
para diferentes prioridades correspondente deve estar capacitado para enfrenta-lo e
resolvê-lo até o nível da sua competência
A representação dos usuários deverá ser paritária (50%) em
relação ao conjunto dos demais segmentos DESCENTRALIZAÇÃO

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS Redistribui as responsabilidades entre os vários níveis de


governo, pois quanto mais perto do fato a decisão for tomada,
UNIVERSALIDADE mais chance de acertar.
Garantir a saúde para todo e qualquer cidadão, o qual pode O que é da abrangência dos cidadãos  responsabilidade
ter acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como dos municípios
àqueles contratados pelo poder público
Dos municípios  responsabilidade do governo municipal
EQUIDADE
Do estado ou uma região estadual  governo estadual
Todo cidadão é igual perante ao SUS e vai ser atendido
Abrangência nacional  governo federal
conforme suas necessidades, até o limite do que o sistema
puder oferecer para todos, ou seja, os serviços vão variar de PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS
acordo com a complexidade que cada caso requeira
É a garantia constitucional que a população, por entidades
INTEGRALIDADE representativas, podem participar do processo de formulação
das políticas de saúde e do controle da sua execução, em
‘’o homem é um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser
todos os níveis, desde o federal até o local
atendido com essa visão integral por um sistema de saúde
que também é integral, voltado para promover, proteger e  Vai se dar nos conselhos de saúde e nas
recuperar sua saúde’’ conferências de saúde
Ou seja, o cidadão, as ações de promoção proteção e MAIORES AVANÇOS DO SUS
recuperação e as unidades prestadoras de serviços são
individíveis, formando um todo integral O Brasil é reconhecido internacionalmente como uma
referência no setor da saúde, por causa das iniciativas do
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS SUS.

REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO Esse setor ainda é um espaço de produção, desenvolvimento,


criação de empregos e de riqueza para a nação. Dos muitos
Os serviços devem ser organizados em forma crescente de resultados, pode-se destacar os principais:
complexidade tecnológica em uma área geograficamente
delimitada e com a definição da população a ser atendida  Com as ESF conseguiu reduzir muito a mortalidade
infantil, a ampliação de consultas do pré-natal, diminuição
Isso vai implicar na capacidade de poder oferecer os serviços da desnutrição e ampliação da adesão à vacinação
para uma população em todas as modalidades de assistência,
 O SAMU (serviço de atendimento móvel) atende mais de
bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível,
100 milhões de brasileiros e oferece uma resposta rápida
possibilitando um maior grau de solução de problemas
à população
O acesso da população se deve dar pelo serviço de nível  Principal fornecedor de medicamento
primário e os demais serão referenciados para os serviços de  O Brasil é um dos mais bem-sucedidos no quesito de
maior complexidade tecnológica programa de imunização do mundo, se constituindo como
uma poderosa ferramenta de controle de doenças
Essa forma de serviço organizada de forma hierarquizada e transmissíveis imunopreveníveis
regionalizada permite um maior conhecimento dos problemas
 Eliminou sarampo em 2007, interrompeu transmissão da
de saúde de determinada população, favorecendo diversas
cólera em 2005, da rubéola e transmissão vetorial de
ações em todos os níveis de complexidade  vigilância,
chagas
sanitária, controle de vetores etc

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


MAIORES DESAFIOS DO SUS

SUBFINANCIAMENTO
São os recursos destinados à operacionalização e ao
financiamento do SUS, que fica muito abaixo das
necessidades
Essa insuficiência é sentida pelos trabalhadores da ESF
principalmente quando há a necessidade de se acessar os
outros níveis de maior complexidade do sistema, cuja oferta
sempre ficam abaixo das demandas

AS INSUFICIÊNCIAS DA GESTÃO LOCAL DO SUS


A gestão municipal é idealizada pelo projeto da Reforma
Sanitária como a mais eficaz, porque estaria ‘’mais próxima
dos cidadãos’’ e mais sensível aos seus anseios, porém o
SUS sofre com essa falta de gestão

 A baixa resolutividade da rede básica de serviço é


fruto dessa gestão desqualificada e tem havido muita
dificuldade de produção de alternativas de cuidado ao
modelo biomédico. E isso tem resultado de
encaminhamentos desnecessários e excessivos as filas
de espera
 Também há uma deficiência na formação dos
profissionais da saúde, que ainda é muito centrada nas
práticas curativas hospitalares e possuem dificuldade em
trabalhar em equipe, implementar atividades de
promoção e prevenção em saúde e ter uma postura mais
ética com os usuários do SUS

UNA-SUS UNIFESP
CONASS 2011 – Coleção para entender a gestão do SUS
CONASS 2003 – Legislação do SUS
ABC do SUS, doutrinas e princípios, Ministério da Saúde 1990
Políticas públicas de saúde: Sistema Único de Saúde, UNA-
SUS UNIFESP

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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE


NÍVEIS DE COMPLEXIDADE
O ministério da saúde, buscando organizar e hierarquizar o
sistema por meio da implantação de redes assistenciais de
saúde, estabeleceu critérios de classificação e
hierarquização dos serviços em ordem crescente de
complexidade e agregação tecnológica
NÍVEL 1 – ATENÇÃO PRIMÁRIA
De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica, a
atenção básica é um conjunto de ações de saúde, no campo
individual ou coletivo, que abrange a promoção, a proteção
de saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde NÍVEL 3 – ALTA COMPLEXIDADE
A atenção primária é o primeiro nível de atenção à saúde Os procedimentos irão envolver alta tecnologia e alto custo,
no SUS, ou seja, o contato preferencial dos usuários que se fornecendo para a população o acesso a serviços
orienta por todos os princípios, inclusive a integralidade, mas qualificados e integrando eles aos demais níveis de atenção
emprega tecnologia de baixa densidade: à saíde

 Como procedimentos menos complexos, que são As principais áreas da alta complexidade estão organizadas
capazes de atender a maior parte dos problemas em ‘’redes’’
comuns de saúde da comunidade
Infraestrutura necessária: equipe multiprofissional (médico,
enfermeiro, cirurgião-dentista, auxiliar de consultório
dentário/téc. Em higiene dental, auxiliar/téc. de enfermagem,
agente comunitário da saúde etc
Áreas de atuação: eliminação da hanseníase, controle da
HAS, saúde da criança, da mulher, bucal, controle da
tuberculose, controle de DM, eliminação da desnutrição
infantil etc

OBSERVAÇÕES

 Possui garantia de fluxos de referência e


contrarreferência com os serviços especializados, de
apoio diagnóstico, terapêutico, ambulatorial e hospitalar
 Cabe à gestão municipal e tem a Saúde da Família como
principal estratégia
NÍVEL 2 – MÉDIA COMPLEXIDADE
É composta por ações e serviços para atender os proglemas
e agravos de saúde, cuja complexidade da assistência na
prática demande da disponibilidade de profissionais
especializados e a utilização de recursos tecnológico para
o apoio diagnóstico e tratamento
Tem uma relação com o Sistema de Informações
ambulatoriais (SIA)
Na maior parte da história esses serviços foram
contratados/conveniados juntos aos serviços de saúde

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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE


(privados com fins lucrativos, filantrópicos ou universitários) - O Plano Diretor de Regionalização (PDR)  estabelecido
conforte a oferta dos pretadores pelo NOAS/01
Seu acesso para a população sempre dependeu da procura - o Plano Diretor de Investimentos (PDI)
espontânea e voluntária dos pacientes, o que dificulta a
- Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde
alocação racional de serviços e equipamentos de saúde,
criando desigualdades regionais que ainda não foram (PPI)  instituído pelo NOB 01/96 e baseado no PDR
resolvidas NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOB’s)
DIFICULDADES Com a declaração da Lei Orgânica da Saúde outro desafio se
apresentava: construir um caminho no sentido de padronizar
 Inexistência de determinados procedimentos em uma ações típicas de um sistema único em um país continental
região com grande diversidade regional, para melhor implementar
 Incapacidade de atender à demanda esse sistema
 Insuficiência de recursos financeiros
Dessa forma, na década de 1990 o governo federal edita
REGIONALIZAÇÃO sucessivas NOB’s a fim de instruir e regular a nova
organização do sistema, cujos conteúdos abrangem:
É uma diretriz do SUS, deve orientar a descentralização das
ações e serviços de saúde e os processos de negociação e  Definir as formas de transferência de recursos
pactuação entre gestores  Definir as modalidades de pagamento dos serviços de
O SUS adotou a regionalização para estender os serviços saúde
de saúde a uma maior parcela da população, com vários  Instruir o processo de descentralização e de construção
níveis de atenção espalhados estrategicamente pelo território de uma rede de serviços
 Definir os tipos de assistência (básica, média e alta
Dificuldade: integrar e coordenar os serviços em diferentes complexidade)
espaços geográficos (requer sistemas de informação)
NOB 1993
 Contexto da adoção da regionalização
Iniciou o processo de descentralização da gestão de saúde.
Os investimentos para comprar e dar manutenção nos Teve o objetivo de fortalecer o papel dos municípios,
equipamentos e contratar mão de obra especializada são principalmente ao primeiro nível de atenção, mas teve pouca
altos, por isso fica inviável que todos os municípios adesão
disponham de recursos capazes para atender toda a
demanda de serviços de saúde da sua população, NOB 1996
considerando os vários níveis de complexidade
Acelerou o processo de descentralização, por meio da
Para tentar diminuir esse problema, o SUS adotou a redefinição das responsabilidades dos municípios, estados,
regionalização dos serviços de saúde como uma metodologia do DF e da União
para estender esses serviços para mais pessoas
Além disso, nesse NOB houve a proposta da elaboração da
Principalmente no Brasil, a gestão territorial deve levar em PPI
conta as grandes distâncias e problemas sociais
decorrentes. Houve uma tentativa de ‘’aperfeiçoamento da gestão dos
serviços de saúde e na organização do sistema, visto que o
Por isso, para a população carente, é importante que os município passou a ser responsável pelo atendimento das
serviços sejam ofertados numa distância que viabilize seu necessidades e das demandas de saúde de sua população,
deslocamento pensando no risco da população não buscar além das exigências de intervenções saneadoras em seu
esses serviços (recursos financeiros para o deslocamento) território
 Principais instrumentos  Problema
Os principais instrumentos de planejamento da Porém, nesse momento não se conseguiu uma organização
regionalização são: dos municípios em caráter complementar, devido a uma
falha na norma que implantou o NOB 96

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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE


A falha foi porque a norma enfatizou a aplicação de um novo
modelo de atenção baseada na atenção básica e na indução
da descentralização, mas foi ineficiente na reorganização
regional dos municípios
NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA SAÚDE
(NOAS-SUS)
Em face aos problemas do NOB 96, houve um processo de
discussão entre gestores, que resultou na publicação do
NOAS

NOAS 01/01
É a lei que efetivamente normatiza o sistema de
regionalização
 Objetivo: promover maior equidade na destinação de
recursos e no acesso da população às ações e
serviços de saúde em todos os níveis
Instituiu o PDR como instrumento de ordenamento da PLANEJAMENTO REGIONAL
regionalização da assistência nos estados e no DF, baseado
nos objetivos de definição de prioridades de intervenção O PDR e o PPI irão nortear a programação e a destinação
coerentes com a necessidade da população e garantia de dos recursos financeiros, a identificação e o reconhecimento
acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde das regiões de saúde, além dos recursos de investimentos
necessários no processo de planejamento regional e estadual
NOAS 01/02
PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO (PDR)
Assegura as diretrizes organizativas definidas pela NOAS
Estabelecido pelo NOAS 01, tem como função organiza de
01/01 e procura oferecer alternativas necessárias à
forma regionalizada e hierarquizada a assistência à
superação das dificuldades e impasses oriundos da dinâmica
saúde
concreta de sua implementação
a elaboração deverá conter:
 Objetivo: os mesmos do NOAS 01/01, porém por
meio de 3 grupos de estratégias articuladas:  Desenhos das redes regionalizadas de atenção em
 Regionalização e organização da assistência saúde
 Fortalecimento da capacidade de gestão do SUS  Recursos de investimentos para atender as
 Revisão de critérios de habilitação de municípios e necessidades regionais
estados  Contemplar as necessidades da área da vigilância em
saúde
Esse NOAS estabelece o comando único sobre os
prestadores de serviços de média e alta complexidade O PDR nasce da pactuação entre os gestores municipais e
servirá como subsídio para a elaboração do PPI, que dará
Também fortalece a gestão dos estados sobre as
efetividade ao que foi pactuado
referências intermunicipais, para acompanhamento da
população não residente que busca atendimento no OBJETIVOS DA REGIONALIZAÇÃO
município de referência
 Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e
serviços de sapude
 Garantir o direito à saúde, reduzir as desigualdades
sociais e territoriais e promover a equidade
 Garantir a integralidade na atenção à saúde, por meio da
organização de redes de atenção à saúde integradas

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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE


 Potencializar o processo de descentralização, MICRORREGIÃO DE SAÚDE
fortalecendo a gestão pelos estados e municípios,
organizando as demandas nas diferentes regiões Base territorial de planejamento da atenção secundária à
 Racionalizar os gastos e otimizar os recursos saúde
Possui capacidade de oferta de serviços ambulatoriais e
CRITÉRIOS PARA CONSTITUIR REGIÕES
hospitalares de média complexidade e alguns de alta
 Contiguidade intermunicipal complexidade
 Existência de identidade social/econômica/cultural entre Deve ser constituída por um conjunto de municípios
esses municípios adjacentes, com certa de 150 mil habitantes adscritos a um
 Existência de um transporte e de comunicação entre os município de maior porte (município polo) com oferta mais
municípios e as regiões ampla do elenco proposto para o nivel micro
 Avaliar a disponibilidade de recursos humanos, físicos,
equipamentos e insumos para cada região MACRORREGIÃO DE SAÚDE
Após definir as regiões, deve-se estabelecer a Base territorial de planejamento da atenção terciária à saúde
abrangência das ações e serviços e a responsabilidade que engloba microrregiões de saúde em função da
dos gestores do SUS. Dessa forma, o Pacto pela Saúde possibilidade de oferta e acesso a serviços ambulatoriais e
propõe: hospitalares de alta complexidade nos termos da Tabela
do Ministério de Saúde
 Território municipal  desenvolva todas as ações e
serviços de atenção primária à saúde e ações básicas de A abrangência deve ser macrorregional, para uma população
vigilância em saúde de 1,5 milhão de habitantes
 Microrregiões  promova serviços especializados
 Macrorregião de saúde  promova serviços MUNICÍPIO POLO
especializados de maior densidade tecnológica É aquele que exerce força de atração sobre os outros, por
MODELO DE REGIONALIZAÇÃO sua capacidade atual e potencial de equipamentos urbanos e
fixação de recursos humanos especializados
Para a adequação do modelo de regionalização às diretrizes
preconizadas pelo Plano de Govero, em 2003 foi estabelecida PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTEGRADA (PPI)
uma divisão:  Instituído pelo NOB - 01/96
 Instrumento de gestão por meio do qual (baseado no
PDR) se programam as ações que serão realizadas
A PPI traduz as responsabilidades de cada ente gestor do
sistema, com a garantia de acesso da população aos serviços
de saúde (pela oferta no município ou pelo encaminhamento
a municípios de referência), buscando a equidade da
distribuição dos recursos e da organização da rede que deve
ser regionalizada e resolutiva
Cada município deve ter a sua programação das ações que
irá executar pra depois negociar com os outros gestores a
programação das ações que serão referenciadas,
conforme o PDR
Por isso, o gestor municipal deve conhecer as
necessidades dos habitantes e quantidades de usuários que
MUNICÍPIO
serão atendidos no município e aqueles que serão
Base territorial de planejamento da atenção primária à encaminhados para atendimento de referência, conhecendo
saúde, sendo preferencialmente organizada e ofertada por as especialidades profissionais e recursos tecnológico
meio de equipes de PSF demandados

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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE


PRINCIPAIS OBJETIVOS: Ministério da Saúde 2002: Regionalização da assistência à
saúde: aprofundando a descentralização com equidade no
 Estimular o processo de planejamento e programação acesso
integrada entre gestores municipais e estaduais
 Orientar a organização do sistema de saúde e das redes Plano diretor de regionalização da saúde de Minas Gerais,
de referência, de acordo com as necessidades Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Belo
 Explicitar os fluxos de referências intermunicipais, Horizonte 2011
acordados entre os gestores NOAS: Houve impacto para o SUS? Silvana Souza e Marcus
 Orientar a distribuição de recursos financeiros por Vinicius, Revista de Direito Sanitário 2004
necessidade de saúde e prioridades estabelecidas entre
os gestores, superando a lógica de destino de recursos
orientada pela oferta de serviços
 Orientar a alocação de recursos entre municípios para o
custeio da assistência ambulatorial e hospitalar

ATENÇÃO INTEGRAL
A CF de 88, Art 198  ‘’atendimento integral, com prioridade
para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais’’ e também definiu que a saúde é direito de
todos e dever do Estado
Sendo um dos princípios do SUS, o sistema deve estar
preparado para compreender o ser humano em sua condição
integral, ou seja: ouvir o usuário, entendê-lo inserido em seu
contexto social e partir daí atender suas demandas e
necessidades
A integralidade como eixo prioritário de uma política de
saúde, ou seja, ela que concretiza a saúde como questão de
cidadania, significa compreender seu modo de operação por
2 movimentos recíprocos a serem desenvolvidos pelos
sujeitos no processo organizativo:
1. A superação de obstáculos
2. Implantação de inovações no cotidiano dos serviços de
saúde, nas relações entre os níveis de gestão do SUS e
nas relações destes com a sociedade
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
É uma estratégia frente à necessidade de concepção de um
novo modelo para a saúde, tendo como um dos segmentos
fortes a atenção primária e a ênfase na medicina
preventiva
É necessário fortalecer e qualificar a atenção primária
garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos
agravos evitáveis

REFERÊNCIAS
CONASS 2011: Assistência de Média e Alta complexidade
Integralidade em saúde, Roseni Pinheiro. Fiocruz 2009

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS


CONCEITO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA comprovados e socialmente aceitáveis, universalmente
acessível a indivíduos e famílias’’
O CONASS define a APS como:
Essa conferência especificou ainda mais que os componentes
 Conjunto de intervenções de saúde no campo individual ou fundamentais da APS eram:
coletivo, envolvendo: promoção,
 prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação  Saúde, saneamento ambiental, programas de saúde
 É o contato preferencial dos usuários com o sistema de materno-infantis, imunizações e planejamento familiar,
saúde prevenção de doenças endêmicas, medicamentos,
promoção de boa nutrição etc
Essas intervenções são realizadas em territórios (território
processo) bem delimitados, que são responsabilidade das PRÍNCIPIOS OU ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
equipes de saúde, as quais devem desenvolver práticas
De acordo com Starfield (2002), a APS deve ser orientada pelos
gerenciais, sanitárias, democráticas e participativas para a
seguintes princípios:
população
 1º contato; longitudinalidade; integralidade; coordenação;
A APS utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa
abordagem familiar; enfoque comunitário
densidade, que devem resolver os problemas de saúde mais
importantes e que aparecem com maior frequência nas PRIMEIRO CONTATO
populações
A APS deve ser a porta de entrada, isto é, o ponto de mais fácil
A APS deve considerar o sujeito em sua singularidade, acesso ao usuário para o sistema de serviços de saúde. Esse
complexidade, sociocultural, e buscar a promoção e acesso é importante na redução da morbidade e mortalidade e
prevenção de sua saúde, bem como o tratamento da doença e pode ser classificado em:
a redução dos danos associados a ela
 Sócio-organizacional
Para Bárbara Starfield, a APS é definida como:
São as barreiras que facilitam ou atrapalham os esforços dos
Nível de um sistema de serviços de saúde que: cidadãos de chegarem ao atendimento
 Oferece a entrada no sistema  Geográfico
 Fornece atenção sobre a pessoa, não direcionada para a
enfermidade Envolve características relacionadas à distância e ao tempo
 Coordena ou integra a atenção fornecida em outro lugar ou para alcançar e obter os serviços
por terceiros A acessibilidade pode ser analisada através da
CONTEXTO HISTÓRICO DA APS  Disponibilidade  a obtenção da atenção necessária ao
usuário e sua família
 1920, Grã-Bretanha
 Comodidade  tempo de espera para o atendimento, a
Foi divulgado um ‘’texto oficial’’ que falava da organização do forma de agendar, o conforto do ambiente etc
sistema de serviços de saúde, que distinguia 3 níveis principais:  Aceitabilidade  satisfação do usuário em relação a
centros de saúde primários, secundários e hospitais-escola localização, aparência do serviço e os profissionais do
atendimento
Essa formulação foi a base para o conceito de regionalização:
organização do serviço para responder aos níveis de A LONGITUDINALIDADE
necessidade de saúde da população.
É a relação pessoal de longa duração entre os profissionais
 1977, 30ª reunião da Assembleia Mundial de Saúde de saúde e os usuários nas suas unidades de saúde,
independente do problema de saúde, se é que ele exista
Instituiu a declaração ‘’saúde para todos no ano 2000’’ que
impactou o pensamento a respeito da atenção primária Traz diversos benefícios: menor uso dos serviços, melhor
atenção preventiva, menos hospitalizações e custos menores
Os princípios foram enunciados na conferência de Alma Ata
e trataram da atenção primária à saúde, que foi definida como: INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO
‘’primeiro nível de contato dos indivíduos no sistema de saúde,
baseado em tecnologia e métodos práticos, cientificamente

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS


Exige que a APS reconheça a necessidade da população e Também diz respeito ao envolvimento da comunidade na
preste serviço a essas necessidades, que devem ser atendidas tomada de decisão em todos os níveis de atenção, feito por
em outros pontos de atenção. conselhos e conferências de saúde (lei 8142)
É importante porque assegura que os serviços sejam ajustados PAPEL DA ESF NA CONSOLIDAÇÃO DA APS
às necessidades de saúde da população, para isso, é
necessário: A APS, ao ser obrigatoriamente a porta de entrada para o
sistema de assistência (pois é o primeiro atendimento), servirá
 Diagnóstico adequado da população adscrita ao mesmo tempo como um nível próprio de atendimento.
 O atendimento pela UBS, prevenção de doenças e
agravos, restauração e manutenção da saúde A ESF (estratégia de saúde da família) representa a primeira
tentativa de reformulação do modelo de APS. Ou seja, a ESF
 A organização das redes de atenção à saúde (RAS)
é um alargamento da APS, em direção a incorporação de
para poder prestar atendimento para as outras
práticas preventivas, educativas e curativas mais próximas do
necessidades que tiver
cotidiano da população
COORDENAÇÃO
O modelo de APS na ESF, pressupõe 4 embasamentos
É um desafio para os profissionais e equipes da APS pois nem fundamentais:
sempre possuem acesso às informações dos atendimentos dos
usuários realizados em outros pontos de atenção e, portanto,  Globalidade, continuidade, longitudinalidade (maior
há a dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado conhecimento da população da área de abrangência) e o
vínculo
Então precisa de informação sobre os problemas de saúde e
os serviços prestados, os prontuários clínicos e eletrônicos É importante que a ESF contribua para o desenvolvimento dos
e os sistemas informatizados ajudam nesse ponto sistemas locais de saúde, promovendo a APS de boa
qualidade.
A CENTRALIZAÇÃO NA FAMÍLIA
EQUIPE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
A equipe de saúde tem que conhecer a situação de saúde e os
problemas dos membros da família que estão adscritos, no Segundo a PNAB, deve haver equipes multiprofissionais (ESF)
caso, para o MS a família é todo mundo que vive sob o mesmo composta por, no mínimo
teto, ligadas por laço de parentesco, dependência doméstica
 Medico generalista, ou especialista em saúde da família,
ou normas de convivência (incluindo empregado doméstico,
ou médico de família e comunidade
pensionista e agregados)
 Enfermeiro
As equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um  Auxiliar/tec. De enfermagem
número definido de famílias, localizadas em uma área  Agentes comunitários
geográfica delimitada
Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais
Permite a criação de um vínculo com o usuário e sua família, de saúde bucal:
facilitando a aceitação da investigação e da intervenção,
quando for necessário  Cirurgião-dentista
 Auxiliar e/ou técnico em saúde bucal
ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA
ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO
Faz-se necessário

No Brasil, os agentes comunitários de saúde reforçam a


orientação comunitária e possibilitam um maior vinculo equipe-
comunidade

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO

ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR E DO TÉC. ENFERMAGEM


ATRIBUIÇÕES DO CIRURGIÃO DENTISTA

ATRIBUIÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS


ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL (ASB)

ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL (TSB)

REDES DE ATENÇÃO EM SAÚDE – CONCEITO

É uma integração em todos os níveis de assistência, para


observar os níveis de forma integrada e não de forma isolada.
As redes foram definidas pelo MS em 2010 como:

 Arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de


diferentes densidades tecnológicas, que integradas por
sistema de apoio técnico, logístico e gestão, buscam
garantir a integralidade do cuidado
Os objetivos de uma RAS são melhorar a qualidade da
atenção, a de vida dos usuários, os resultados sanitários, a
eficiência na utilização dos recursos e a equidade em saúde
Assim, as RAS possuem características principais, tais como:

 Organizadas de forma integral


o Levando a ações de promoção de saúde e de
prevenção, cura, cuidado, reabilitação ou paliação
das doenças
 Formação de relações horizontais entre os pontos de
atenção
Ou seja, não há hierarquia entre os pontos de saúde, mas sim
uma conformação em horizontal de pontos de atenção com

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS


diferentes densidades tecnológicas e seus sistemas de apoio, 2. Rede de Urgência e Emergência  UBS, UPA, Samu e
sem ordem e grau de importância entre eles outros serviços
3. Rede de Atenção Psicossocial  prioridade para o
 Atenção básica como centro de comunicação enfretamento do álcool, crack, e outras drogas
o Centralidade nas necessidades de saúde da 4. Rede de cuidado à pessoa com deficiência
população 5. Rede de atenção às doenças e condições crônicas
o Responsabilização por uma atenção contínua e
integral PAPEL DA ESF NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
o Cuidado multiprofissional
 O compartilhamento de objetivos e de compromissos com A integração das equipes de ESF na RAS é uma condição
resultados sanitários e econômicos especial para que as equipes possam exercer seu papel de
responsabilização sanitária mediante a população de um
No processo de implantação das RAS, é importante observar território-área
alguns aspectos:
Mesmo com a capacidade de resolubilidade da APS (85%), o
 Definição clara da população e do território fluxo dos usuários aos pontos de atenção dos outros
níveis é imprescindível para o papel integrador da ESF e na
continuidade do acompanhamento dos usuários
É necessário que para isso, existam os sistemas logísticos,
fortemente ancorados nas tecnologias de informação, que
garantem:

 Organização racional dos fluxos e contrafluxos de


informações
 Organização dos produtos e pessoas nas RAS, permitindo
 Diagnóstico situacional um sistema eficaz de referência e contrarreferência das
 Articulação do público privado pessoas ao longo dos pontos de atenção à saúde
 Criação de um sistema logístico e de suporte
SISTEMAS DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA
 Investimento em pessoas/equipes
 Criação de um sistema de regulação e governança para o O usuário atendido na UBS, quando necessário é referenciado
funcionamento da rede (encaminhado) para uma unidade de maior complexidade, a fim
de receber o atendimento que precisa.
RELAÇÃO COM A ATENÇÃO BÁSICA
Quando o atendimento dessa necessidade é finalizado, o
A atenção básica deve cumprir algumas funções para contribuir mesmo paciente deve ser contrarreferenciado, ou seja, o
com o funcionamento das RAS: profissional deve encaminhar esse paciente para sua unidade
 Ser resolutiva, ser base, coordenar o cuidado e ordenar as de origem para que a continuidade do atendimento seja feita
redes REFERÊNCIAS
RELAÇÃO COM A ATENÇÃO PRIMÁRIA PNAB – Ministério da Saúde, Brasília DF 2012
Possuem a singularidade de seus centros de comunicação Atenção primária: equilíbrio entre as necessidades de saúde,
situarem-se na APS e constituiem-se de 3 elementos serviços e tecnologia. Bárbara Starfield 2002
fundamentais:
Trabalho de conclusão de Curso - Contribuição da Estratégia
 Uma população de Saúde da Família para a consolidação do modelo
 Uma estrutura operacional assistencial preconizado pelo SUS, Elenice Pinheiro Santos
 Modelo de atenção à saúde 2011

TEMÁTICAS PRIORIZADAS NAS RAS As Redes de Atenção à Saúde, Eugenio Vilaça Mendes,
Brasília DF 2011
1. Rede cegonha  estruturada com o pré-natal, parto,
nascimento e puerpério

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE  Redução da morbimortalidade em decorrência do
uso do álcool e etc
A vigilância é a observação contínua da distribuição e da
tendência da incidência de doenças, mediante coleta de Como fortalecer as ações de vigilância em saúde junto com
dados e avaliação de informes de morbidade e mortalidade as equipes de saúde da família
Objetivo: observar e analisar permanentemente a situação Uma das estratégias é a incorporação do agente de combate
de saúde da população, utilizando de ações destinadas a às endemias (ACE) sendo agregadas ações como controle
controlar os determinantes, riscos e danos à saúde de ambiental, endemias, zoonoses e controle de riscos e danos
populações que vivem em determinados territórios também, à saúde
garantindo a integralidade da atenção
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A portaria n3252 / 2009 ampliou ações denominadas de
 Identificar novos problemas de saúde pública e detectar vigilância em saúde, buscando a descentralização das ações:
epidemias
 Documentar a disseminação de doenças  Vigilância epidemiológica
 Estimar a magnitude da morbidade e mortalidade É um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a
causados por determinados agravos detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
 Identificar fatores de riscos que envolvem a ocorrência determinantes e condicionantes da saúde individual/coletiva,
de doenças a fim de se recomentar e adotar as medidas de prevenção e
 Avaliar o impacto de medidas de intervenção por meio de controle das doenças ou agravos
coleta e análise de informações do agravo
Tem como funções: coleta de processamento de dados,
Como buscar a integralidade da vigilância com a atenção à análise e interpretação desses dados, divulgação de
saúde informações, recomendações e promoção das medidas de
controle indicadas etc
Visando a integralidade do cuidado, ela deve se inserir na
construção das RAS, coordenadas pela atenção primária Promove a vigilância e controle das doenças transmissíveis,
não transmissíveis e agravos
É obrigatório a integração entre a vigilância em saúde e a AP,
com o desenvolvimento de um trabalho condizente com a  Vigilância da situação de saúde
realidade local, tendo por diretrizes:
Faz o monitoramento contínuo de determinado local, por meio
de estudos e análises que revelem o comportamento dos
principais indicadores de saúde, contribuindo para um
planejamento em saúde mais abrangente

 Vigilância em saúde ambiental


Visa conhecer, detectar ou prevenir qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes do ambiente que
podem interferir na saúde
Também recomenta a adoção de medidas de prevenção e
controle dos fatores de risco, priorizando a vigilância da
qualidade da água, ar e solo, desastre de origem natural,
Além disso, outro aspecto fundamental é o cuidado integral substâncias químicas, fatores físicos e ambiente de
com a saúde das pessoas por meio da promoção da saúde trabalho
As ações são voltadas para a  Vigilância em saúde do trabalhador
 Alimentação saudável São várias atividades destinadas à promoção e proteção,
 Prática de atividade física recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores que
 Controle do tabagismo são submetidos aos riscos e agravos advindos das condições
de trabalho

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
 Vigilância sanitária
Várias ações que são capazes de eliminar, diminuir ou TIPOS DE DADOS
prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários do
Os dados e informações que alimentam o SVE são:
meio ambiente, a produção e circulação de bens e na
prestação de serviços de interesse da saúde

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
O SUS incorporou o Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica (SNVE) na lei 8080, que definiu ela como:
‘’conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes da saúde individual/coletiva,
a fim de se recomentar e adotar as medidas de prevenção e
controle das doenças ou agravos’’
FUNÇÕES ESPECÍFICAS
Propósito: fornecer orientação técnica permanente para os
profissionais da saúde, que possuem a responsabilidade de
decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e
agravos. Assim, VE torna disponíveis informações
atualizadas sobre essas ações, assim como os fatores que as
condicionam, numa área geográfica ou população definida
A sua operacionalização compreende um ciclo de funções Todos esses dados devem ser reunidos, analisados e
específicas e intercomplementares, que permitem conhecer o apresentados na forma de informes técnicos que serão
comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo distribuídos para pessoas que necessitem conhecer os
das ações, para que as medidas de intervenção possam ser resultados das atividades da vigilância, para fins de
desencadeadas com oportunidade e eficácia prevenção e controle de agravos importantes para a saúde
pública
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
É uma publicação de caráter técnico-científico, formato
eletrônico, mensal ou semanal para os casos de
monitoramento e investigação de doenças específicas
sazonais, e editado pela secretaria de vigilância em saúde
É um instrumento de vigilância para promover a
disseminação de informações qualificadas, com potencial
COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES
para contribuir com a orientação em saúde pública no país
Para se cumprir as funções da VE, vai depender da
disponibilidade de dados que sirvam para ajudar no processo
de produção de informação para a ação.
A qualidade dessa informação vai depender principalmente
da adequada coleta de dados gerado no local onde ocorre o
evento sanitário
A informação vai ser um instrumento poderoso capaz de
auxiliar no planejamento, avaliação, manutenção e
aprimoramento das ações

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
NOTIFICAÇÃO notificação simples. O SINAN é o principal instrumento de
coleta dos dados de notificação compulsória
É a comunicação da ocorrência de determinada doença
ou agravo à saúde, feota à autoridade saitária por CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de
A partir da notificação compulsória à vigilância
adoção de medidas de intervenção pertinentes
epidemiológica, os órgãos competentes tomam medidas
Historicamente, tem sido a principal fonte da vigilância importantes de promoção, prevenção, proteção e controle
sanitária, a partir da qual, na maioria das vezes, desencadeia
Um exemplo disso é a notificação de casos suspeitos e
o processo de informação-decisão-ação
confirmados de SARS COV-2-COVID-19, com as
Os dados sobre as doenças de notificação compulsória são informações que são gerados dados para entender o estado
incluídos no sistema nacional de agravos notificáveis epidemiológico da doença e levantar medidas para contê-la
(SINAN).
A notificação é imprescindível para a saúde pública e está
Só devem ser coletados dados para efetiva utilização no em consonância com o SUS, deixar de notificar, não só
aprimoramento das ações de saúde, sem sobrecarregar os descumpre a lei como compromete a tomada de decisão para
serviços com preenchimento desnecessário de formulários intervenções em saúde, prejudicando a garantia de saúde à
população
PARÂMETROS DE INCLUSÃO DE DOENÇAS E AGRAVOS
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
A escolha das doenças obedece a alguns critérios, por isso
essa lista é revisada constantemente, tanto em função da
situação epidemiológica da doença, como pela emergência
de novos agentes

Além da notificação compulsória, o sistema de vigilância


epidemiológica pode denifir doenças e agravos como de

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Permite obter dados que possibilitam a identificação da fonte
de infecção e mecanismos de transmissão da doença

Outros
Constam ainda nesse sistema planilha e boletim de
acompanhamento de surtos (reproduzidos pelos
municípios) e os boletins de acompanhamento de
Hanseniase e tuberculose (emitidos pelo próprio sistema)
OPERAÇÃO
A partir da alimentação do banco de dados do SINAN, pode-
se calcular a incidência, prevalência, letalidade e
mortalidade, além de realizar análises de acordo com as
características de  pessoa, tempo e lugar, principalmente
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE em relação às doenças transmissíveis de notificação
NOTIFICAÇÃO (SINAN) obrigatória.

É o mais importante para a vigilância epidemiológica. VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Foi desenvolvido entre 1990-1993 para tentar sanar as De acordo com a Lei Orgânica da Saúde (lei 8080), a
dificuldades do sistema de notificação compulsória de vigilância sanitária é:
doenças (SNCD) e substitui-lo, o SINAN é para ser operado
a partir das Unidades de Saúde, considerando o objetivo de
coletar e processar dados sobre agravos de notificação,
em todo território nacional, desde o nível local
É alimentado principalmente pela notificação e investigação
de casos de doenças e agravos, que constam na lista
nacional de notificação compulsória
Além disso, a entrada de dados no SINAN é feita mediante a
utilização de alguns formulários padronizados:

Ficha individual de notificação (FIN)


Preenchida para cada paciente, e é encaminhada pelas
unidades assistenciais aos serviços responsáveis pela Função principal: reconhecer as interações que se
informação e/ou vigilância epidemiológica estabelecem entre conjunto heterogêneo de coisas e o
Este mesmo instrumento é utilizado para notificação negativa território, as implicações que trazem para o modo de vida e
trabalho da sociedade e, sobretudo, identificar e avaliar os
 Notificação negativa riscos para se antecipar à ocorrência de danos e fazer
prevalecerem os interesses e o bem-estar da sociedade
É a notificação da não ocorrência de doenças de
notificação compulsória, na área de abrangência da CRIAÇÃO DA ANVISA
unidade de saúde. Indica que os profissionais e o sistema de
vigilância da ária estão alertas, para a ocorrência de tais A lei n.9782/1999 define o Sistema Nacional de Vigilância
eventos Sanitária e cria a ANVISA, criada para:

Ficha individual de investigação (FII)


É um roteiro de investigação, distinto para cada tipo de
agravo, que deve ser usado de preferência pelos serviços
municiais de vigilância ou unidades de saúde capacitadas CAMPOS DE ATUAÇÃO
para a investigação epidemiológica. Podemos dividir o campo de atuação em 3 grandes áreas:

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
 Produtos: alimentos, bebidas e águas minerais
 Medicamentos, cosméticos, agrotóxicos e produtos
para a saúde
 Serviços de saúde e serviços de interesse da saúde

REFERÊNCIAS
Diretrizes nacionais da vigilância em saúde – Ministério da
Saúde, 2010
Vigilância em saúde parte 1 – CONASS 2011
Vigilância em saúde parte 2 – CONASS 2011
Guia de Vigilância Epidemiológica 7ª edição – Ministério da
Saúde 2009

AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA VIGILÂNCIA SANITÁRIA


Para cumprir seu objetivo de proteger a saúde da
população, é necessário que a VS desenvolva um amplo
conjunto de ações, usando diferentes instrumentos

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MEDICINA E PESQUISA
CONCEITO DE PESQUISA CIENTÍFICA 3. ELABORAÇÃO DE UM ESQUEMA
É um procedimento reflexivo e sistemático, Depois de decidir fazer uma pesquisa, deve-se pensar em
controlado e crítico, que permite descobrir novos um esquema que facilite sua viabilidade, auxiliando o
fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo pesquisador a conseguir uma abordagem mais objetiva,
do conhecimento imprimindo uma ordem lógica do trabalho
É um procedimento formal, com método de pensamento Planejar o estudo, a obtenção de recursos materiais,
reflexivo e se constitui como um caminho para conhecer a humanos e de tempo
realidade ou para descobrir verdades parciais
4. CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO
O desenvolvimento de um projeto de pesquisa
compreende 6 passos: Recrutar pessoas para distribuir tarefas, indicação de
locais de trabalho e todo o equipamento necessário,
porém a pesquisa pode ser realizada por 1 pessoa só
também.
 Responde a pergunta ‘’quem’’

5. LEVANTAMENTO DE RECURSOS E
CRONOGRAMA
Quando a pesquisa é solicitada por alguém ou vai ser
PREPARAÇÃO DA PESQUISA patrocinada por alguma entidade, o pesquisador deve
fazer uma previsão dos gastos, fazendo um orçamento
necessário
Também deve-se estipular um cronograma
 Responde as perguntas: quanto e quando

FASES DA PESQUISA

1. DECISÃO
Momento que o pesquisador decide realizar a pesquisa,
por interesse próprio, de alguém ou de alguma entidade,
como o CNPq (conselho nacional de desenvolvimento
científico e tecnológico)
Exige dedicação, paciência, persistência etc

2. ESPECIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS


O objetivo deve ser determinado para saber o que se vai
procurar e o que se pretende alcançar, claramente
definido.
Respondem às perguntas: 1. ESCOLHA DO TEMA

 Porque, pra que e pra quem É selecionar um assunto de acordo com as inclinações,
as possibilidades e as tendências de quem se propõe a
elaborar um trabalho cientifico

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MEDICINA E PESQUISA
Deve ser executável e adequado para a pessoa, como a comum, a hipótese sempre conduz uma verificação
disponibilidade do tempo, o interesse, as qualificações empírica
pessoais (formação universitária) e etc
A função dela na pesquisa é propor explicações para os
Deve ser preciso, bem determinado e especifico certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras
informações
 Pergunta: o que será explorado
2. LEVANTAMENTO DE DADOS É necessário que haja um embasamento teórico para que
ela possa servir de guia na investigação
Podem ser utilizados
Os resultados finais da pesquisa poderão comprovar ou
 Pesquisa bibliográfica  apanhado geral sobre os rejeitar essas hipóteses e se isto acontecer, elas podem
principais trabalhos relacionados com o tema ser reformuladas e fazer outros testes para que ela seja
disponíveis na literatura comprovada
 Pesquisa documental
 Contatos diretos, pesquisa de campo ou de 6. INDICAÇÃO DE VARIÁVEIS
laboratório  realizados com pessoas que fornecem Todas as variáveis que podem interferir ou afetar o objeto
dados que vão ser informações úteis em estudo, devem ser não só levadas em consideração
3. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA como serem devidamente controladas, para impedir o
Responde às perguntas  o que e como comprometimento ou o risco de invalidar a pesquisa

Deve ser claro, conciso e objetivo para facilitar na 7. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA


construção da hipótese central Ela pode ser delimitada em relação ao
É um processo contínuo de pensamento reflexivo e sua  Assunto, à extensão e a uma série de fatores (meios
formulação requer conhecimentos prévios do assunto, humanos, econômicos e de escassez de prazo)
aliado à imaginação
Após escolher o assunto, o pesquisador pode decidir ou
Um problema mais delimitado, simplifica e facilita a pelo estudo de todo o universo da pesquisa ou sobre uma
investigação do que um problema muito amplo amostra. A amostragem consiste em obter um juízo sobre
Antes de ser considerado apropriado, o problema deve o total (universo), mediante um exame de apenas uma
ser analisado sob o aspecto de sua valoração: parte, pois nem sempre dá para pesquisar todos os
indivíduos do grupo por causa da escassez de recursos
ou tempo

8. AMOSTRAGEM
Uma parcela selecionada da população

4. DEFINIÇÃO DOS TERMOS 9. SELEÇÃO DOS MÉTODOS E TÉCNICAS

O objetivo principal é tornar os termos claros, Diretamente relacionada com o problema a ser estudado
compreensivos e adequados, não podem ser ambíguos e e a escolha vai depender  natureza dos fenômenos da
nem causar dúvidas nem confusão de ideias pesquisa, o objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a
equipe humana e outros elementos
O pesquisador está mais interessado no conceito que as
palavras indicam do que elas em si mesmas Utiliza-se todos os métodos e técnicas que são viáveis,
apropriados e necessários para o caso
5. CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES
É uma suposição que antecede a constatação dos fatos,
correta ou errada, de acordo ou contrária ao senso

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MEDICINA E PESQUISA
10. ORGANIZAÇÃO DO INSTRUMENTAL DE  Seleção  verificação crítica dos dados, a fim de
PESQUISA detectar falhas ou erros
 Codificação  técnica operacional usada para
As obras sobre pesquisa cientifica no geral oferecem categorizar os dados que se relacionam (transformar
esboços práticos que servem de orientação na  qualitativo em quantificativo)
montagem de formulários, questionários, roteiro de
 Tabulação  disposição dos dados em tabela,
entrevistas, etc
facilitando a verificação das inter-relações entre eles
Também é necessário preparar não só os instrumentos de (permite sintetizar os dados de observação e
observação, mas também o dossier de documentação representar graficamente)
relativo à pesquisa  pastas, cadernos, fichários etc
3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
11. TESTE DE INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS
A análise (ou explicação) é a tentativa de evidenciar as
Elaborados os instrumentos de pesquisa, deve-se testar relações existentes entre o fenômeno estudado e outros
eles sobre uma parte da amostra, antes de ser aplicado fatores  é realizada em três níveis: interpretação,
definitivamente, a fim de evitar que a pesquisa chegue a explicação e especificação
um resultado falso
Na análise o pesquisador entra em maiores detalhes
O objetivo é verificar em até que ponto os instrumentos sobre os dados estatísticos, para que ele consiga
conseguem garantir resultados sem erros respostas às suas indagações
Em geral, é suficiente realizar a mensutação em 5 ou 10% Já a interpretação é a atividade intelectual que procura dar
do tamanho da amostram dependendo do numero um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a
absoluto dos processos mensurados outros conhecimentos. Na interpretação pode ser feita a
ETAPAS DE EXECUÇÃO DA PESQUISA construção de tipos, modelos e esquemas ou uma
ligação com a teoria

4. REPRESENTAÇÃO DOS DADOS: TABELAS,


QUADROS E GRÁFICOS
É bom pra auxiliar na apresentação dos fados, facilitando
o leitor a compreender e interpretar os dados. Porém, o
maior propósito é ajudar o investigador na distinção das
diferenças, semelhanças e relações

1. COLETA DE DADOS Quando mais simples for, mais claro e mais objetivo ficam
as ideias
É a etapa em que aplica os instrumentos elaborados e
técnicas que foram selecionadas, a fim de efetuar a coleta Tabela  construída usando dados obtidos pelo próprio
de dados previstos pesquisador

É fundamental que haja um rigoroso controle na aplicação Quadro  elaborado tendo por base dados secundários,
dos instrumentos da pesquisa para evitar erros e defeitos obtidos de fontes como o IBGE, livros, revistas etc
resultantes de entrevistadores inexperientes ou de 5. CONCLUSÕES
informantes tendenciosos
Explicita os resultados finais, considerados relevantes e
2. ELABORAÇÃO DOS DADOS elas devem estar vinculadas à hipótese de investigação,
Após a coleta de dados, eles são elaborados e cujo conteúdo foi comprovado ou refutado
classificados de forma sistemática. Aqui eles devem
seguir os passos:

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MEDICINA E PESQUISA
Ao se redigirem as conclusões, os problemas que ficaram  Estudos observacionais
sem solução serão apontados, para que no futuro possam
Permitem que a natureza determine o seu curso: o
ser estudados pelo próprio autor ou por outros
investigador mede, mas não intervém
IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NA
Por exemplo, um estudo observacional descritivo de 4
FORMAÇÃO E PRÁTICA MÉDICA homens jovens com uma rara forma de pneumonia foi o
Todos os alunos possuem acesso ao conhecimento geral, primeiro entre vários estudos epidemiológicos sobre AIDS
porém o destaque as melhores qualificações, devido ao  Estudos experimentais ou de intervenção
progresso da medicina e ao montante de novas
informações, são daqueles que buscam saber mais sobre Envolvem a tentativa de mudar os determinantes de uma
o ser humano, podendo utilizar a pesquisa científica para doença, como uma exposição ou comportamento, ou até
obter tais informações mesmo cessar o progresso de uma doença através de
tratamento
A qualidade da graduação é diretamente proporcional à
geração e ao domínio do conhecimento ESTUDOS OBSERVACIONAIS

A produção cientifica é fundamental para a evolução da 1. ESTUDOS DESCRITIVOS


medicina, pois ela possibilita descobertas importantes no
Limita-se descrever a ocorrência de uma doença em uma
campo da saúde a constatação de melhores evidencias
população, sendo frequentemente o 1º passo de uma
para se estabelecer diagnósticos e tratamentos mais
precisos investigação epidemiológica
É a simples descrição do estado de saúde de uma
Destaca-se alguns benefícios em participar em projetos
comunidade a partir de dados coletados rotineiramente
de IC
(2º) ou diretamente por questionários específicos (1º)
 Habilidade de trabalhar em grupo
Ex: estudo que apresenta o padrão de mortalidade
 Capacidade de organizar e delegar tarefas
materna na suécia desde a metade do sec XVIII
 Enriquecimento do próprio currículo
 Maturidade intelectual 2. ESTUDO ANALÍTICO
 Essencial para uma futura prática clínica adequada de
Aborda com mais profundidade as relações entre o estado
uma medicina baseada em evidencias, minimizando
de saúde e as outras variáveis
as chances de erros do profissional
3. ESTUDOS ECOLÓGICOS
TIPOS OU DESENHOS DE ESTUDOS
São uteis para gerar hipóteses, vão ser analisadas grupos
Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em
de pessoas ao invés de indivíduos
observacionais ou experimentais
Podem ser feitos comparando-se populações em
diferentes lugares ao mesmo tempo, ou comparando a
mesma população em diferentes momentos
Ex: foi encontrada uma associação entre a média de
vendas de drogas antiasmáticas e a ocorrência de um
número elevado de óbitos por asma em diferentes
províncias da nova zelandia

4. ESTUDOS TRANSVERSAIS
Medem prevalência da doença, a questão chave é saber
se a exposição precede ou é consequência do efeito

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MEDICINA E PESQUISA
São baratos, fáceis de conduzir e úteis na investigação Difere do caso-controle porque reúne 2 ou mais grupos
das exposições que são características individuais fixas de pessoas e os acompanha longitudinalmente no tempo,
(como grupo étnico e sanguíneo) partindo da exposição e indo ao encontro do desfecho
Permitem avaliar as necessidades em saúde de uma
população, sendo usado em planejamento em saúde

5. ESTUDOS DE CASOS E CONTROLE


São frequentemente usados para tentar determinar as
causas de uma doença, incluindo pessoas com a doença
e um grupo controle (comparação) que são pessoas sem
a doença
Finalidade: quantificar fatores que ocorram com maior ou
menos frequência nos casos do que nos controles Ex: a coorte de pacientes com um numero importante de
fatores de risco para doença cardiovascular é reunida ao
Também são chamados de retrospectivos pois o mesmo tempo com uma coorte de pessoas controle que
investigador busca, no passado, uma determinada causa não tenham tais fatores. Ambos são acompanhados
(exposição) para a doença ocorrida prospectivamente por um período de tempo antes que os
resultados sejam determinados
ESTUDOS EXPERIMENTAIS
Envolvem a tentativa (intervenção) de mudar os
determinantes de uma doença, como exposição ou
comportamento ou cessar ela por um tratamento
Os efeitos de uma intervenção são medidos através da
comparação do desfecho nos grupos experimental e
controle
São sujeitos a uma serie de restrições pois envolvem
Ex: registros médicos de pessoas com a doença são intervenção na saúde das pessoas, sendo o
comparados com os de pessoas com características consentimento informado dos pacientes obrigatório e
similares (idade e sexo) mas que não tenham a condição a nenhum deles pode-se negar o tratamento apropriado
a ser investigada
1. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
6. ESTUDO DE COORTE (ALEATORIZADOS)
Também chamados de longitudinais ou de incidência Ele estuda os efeitos de uma intervenção em particular
Objetivo: ver o surgimento de novos casos de doença (ou Pessoas selecionadas aleatoriamente (por sorteio) são
outro desfecho), que difere entre os grupos, conforme a alocados para os grupos de intervenção e controle (o que
presença ou não de exposição garante comparabilidade) e os resultados são avaliados
Fornecem informação sobre a etiologia das doenças e o comparando-se os desfechos entre esses grupos
risco de desenvolvê-la, são também usados para Para a elaboração, deve-se estabelecer o duplo-cego
investigar efeitos crônicos ou tardios (nem pacientes nem cuidadores devem saber a que
São prospectivos (coletam dados atuais) mas podem estudo o paciente está submetido) ou triplo cego (quem
ser retrospectivos, quando recolhem exposições no avalia as estatísticas também não sabe)
passado

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MEDICINA E PESQUISA
saúde e também dos laboratórios se manterem
atualizados com o que há de melhor em termos de
evidências científicas
MBE é uma ferramenta muito usada na prática clínica
atualmente, que se traduz no uso consciente das
melhores evidencias disponíveis (na literatura) para
tomada de decisão tanto na pratica clinica como para a
implantação de políticas públicas de saúde
É uma designação atribuída à atividade que avalia
cientificamente a eficácia e a efetividade das intervenções
2. ENSAIOS DE CAMPO de saúde
Envolve pessoas que estão livres da doença (em É comum que os profissionais de saúde adotem práticas
contraste com os ensaios clínicos), mas sob risco de que julguem eficazes porque as aprenderam na faculdade
desenvolver ela, os dados são coletados ‘’no campo’’, ou com outro profissional, mas sem base cientifica
usualmente entre pessoas da população geral não comprovada, e é por isso que existem tantas condutas
institucionalizadas divergentes entre eles
Propósito: prevenir ocorrência de doenças mesmo entre Exemplo: alguns serviços de saúde seguem utilizando
populações que apresentam baixa frequência, e esses lugol e ácido acético no rastreamento de câncer de colo
ensaios envolvem muitas pessoas, o que os tornam caro de útero por meio do Papanicolau, porém ambos são
e logisticamente complicados desnecessários, visto que o padrão-outo é a avaliação
Um dos maiores já realizados foi para testar a vacina Salk citopatológica do material colhido
para prevenção da poliomielite, que envolveu mais de 1M O uso da BEM exige a compreensão dos seguintes
de crianças pressupostos
Ex: teste para diferentes métodos para proteção a  Os profissionais devem usar, quando possível,
exposição de pesticida, medida de chumbo sérico em informações provenientes de estudos sistemáticos,
crianças etc de forma a aumentar a confiança no prognóstico, na
eficácia da terapia e na utilidade dos testes
3. ENSAIOS COMUNITÁRIOS
diagnósticos
Os grupos de tratamento são comunidades ao invés de  A compreensão da fisiopatologia da doença é
indivíduos, sendo apropriado para doenças que se necessária, mas insuficiente para a prática clínica
originam a partir de condições sociais e que possam ser  A compreensão de determinadas regras de evidência
influenciadas por intervenções dirigidas ao é necessária para avaliar e aplicar de forma efetiva a
comportamento literatura médica, ou seja, saber avaliar um estudo
Ex: doenças cardiovasculares, campanhas de prevenção IMPORTÂNCIA DA MEDICINA BASEADA EM
de AIDS, fluoretação da água... estudo para avaliar
EVIDÊNCIAS
impacto de programa de intervenção
A principal vantagem está e proporcionar ao
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS profissional da saúde a tomada de decisões de forma
Um dos maiores desafios da prática da AP é manter-se segura e que é embasada no que há de melhor em termos
adequadamente atualizada, considerando a quantidade científicos do momento
cada vez maior de informações disponíveis Isso em detrimento à intuição ou viés de comportamento,
A área da saúde não é uma ciência exata, por causa seja do profissional ou da instituição onde ele atua
desse dinamismo há a necessidade do profissional da

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MEDICINA E PESQUISA
A chance de fracasso, de erros médicos, é reduzida se o
profissional estiver embasado em trabalhos com poder
epidemiológico e estatístico elevados

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

CONCEITO
Uma evidência cientifica é o conjunto de elementos
utilizados para apoiar ou refutar uma hipótese ou teoria
científica
Deve ser uma evidencia empírica obtida e interpretada de
acordo com o método científico  portanto, é passível de
repetição por outros pesquisadores
Os padrões das evidencias podem variar de acordo com
o campo de pesquisa, mas a força de uma evidencia é
geralmente baseada nos resultados das análises
estatísticas e no controle científico

COMO AVALIAR UM ESTUDO


A qualidade das evidencias foi classificada em 5 niveis,
Para responder as dúvidas clínicas na APS, é necessário então o nivel de evidencia pode variar de 1 (maior) e 5
obter a melhor evidencia disponível, e idealmente, as (menor)
respostas para essas duvidas deveriam ser respondidas
por revisões sistemáticas e metaanálises, ou por ensaios Dentre os níveis, existe uma variação interna que vai de
clínicos de alta qualidade A-D, que reflete a credibilidade científica da pesquisa

Diariamente, são publicados centenas e milhares de  Por exemplo, se a pesquisa for categorizada no nível
artigos científicos e o profissional da saúde deve saber 1-A o estudo é bem adequado, se for nível 1-D,
escolher e ranquear os trabalhos com base no seu nível significa que o delineamento do estudo contém falhas
de evidência e a confiança nos resultados deve ser questionada

Os estudos experimentais, principalmente os ensaios


clínicos controlados e randomizados (aleatorizados), são
os mais apropriados para avaliar o quão adequada é
uma intervenção
Na tentativa de se uniformizar a avaliação dos estudos
científicos sobre as intervenções, foram criadas escalas
de qualidade desses estudos, conforme a classificação
do Centro de Oxford para Medicina Baseada em
evidências

DESFECHOS
Também é válido ressaltar que existem vários tipos de
desfechos medidos pelos estudos e ensaios clínicos que

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MEDICINA E PESQUISA
podem gerar confusão, levando a práticas inapropriadas Podem ser usados como material educativo para os
ou contraindicadas profissionais da saúde, como auxilio administrativo para
os gestores, como parâmetro de boas práticas
Para os profissionais da saúde, o que interessa é saber
assistenciais e como documento de garantia de direito aos
se os pacientes submetidos às intervenções vão viver
usuários do SUS
mais e melhor
Os protocolos devem ser instrumentos claros e
Por isso, divide-se de maneira didática os estudos entre
objetivos com orientações relevantes ao cuidado
os que focam em desfechos intermediários e os
constituídos de recomendações baseadas em evidências
desfechos finais
de acordo com a realidade local, a fim de modificar o
DOE – DISEASE ORIENTED EVIDENCE processo de trabalho das equipes de saúde

 Evidencia orientada à doença Exemplos:

Abordam desfechos intermediários, como a redução do  Alguns que são adotados em hospitais brasileiros são
colesterol, da pressão, dos níveis de TSH, do controle de os de
arritima etc o Pneumonia, cefaleia, infarto, ou aqueles
voltados ao tratamento de pacientes que
São importantes principalmente no contexto da pesquisa sofreram queda durante a internação
e não deveriam influenciar a mudança na prática diária
no sentido da tomada de decisões e adoção de novas PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES
tecnologias ou medicamentos TERAPÊUTICAS
Por isso, elas podem ser enganosas: níveis de TAGS não Além dos protocolos clínicos, existem os PCDT que são
quer dizer um problema imediato elaborados pelo ministério da saúde, eles são
documentos que possuem como objetivo garantir melhor
POEM – PATIENT ORIENTED EVIDENCE THAT cuidado à saúde do paciente
MATTERS
São feitos individualmente para cada tipo de doença e
 Evidência de que tem importância para o paciente fornecem informações e dados seguros de como se
É importante para a prática médica e para o paciente, proceder quanto ao diagnostico, tratamento, controle e
pois medem o impacto da intervenção em termos de acompanhamento dos pacientes
redução de mortalidade, de custos para o paciente, de São documentos oficiais do SUS que estabelecem:
tempo de internação, de ganho em qualidade de vida etc
 Critérios para o diagnóstico de uma doença ou agravo
São estudos que tentam responder a perguntas clínicas
à saúde
PROTOCOLOS CLÍNICOS  Tratamento preconizado, incluindo medicamentos e
demais tecnologias apropriadas
Protocolos são instrumentos empregados pelos serviços  Posologias recomendadas
diante de problemas a serem superados, ou diante da  Cuidados com a segurança dos doentes
necessidade de se organizar melhor as ações. Eles
 Mecanismos de controle clínico
orientam fluxos, condutas e procedimentos clínicos na
área da saúde. Além disso, promovem uma São sempre elaborados por equipes técnicas do MS e
padronização das condutas médicas, auxiliando na baseados em dados confiáveis com qualidade científica,
uniformização dos tipos de tratamento para determinado o que permite nortear a equipe no atendimento médico
diagnostico
Podem ser adotados pelas instituições hospitalares para
a padronização de atendimentos

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MEDICINA E PESQUISA

REFERÊNCIAS
Fundamentos da metodologia científia, Marina de
Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos – 5ª edição
Epidemiologia básica, R. bonita, R. Beaglehole e
T.Kjellstrom – 2ª edição
A importância da iniciação científica na graduação de
medicina – Pirola, Sarah, Padilha, Jadna et al – 2018
Caderno 29 da Atenção Primária – rastreamento – 2010
Trabalho de Conclusão de Curso: Construção,
composição e implantação de protocolos clínicos nas
ações de atenção primária – Jocely Márcia de Araújo 2011

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