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SAÚDE COLETIVA

@fisiostudiesdp
Modelos dos processos saúde/doença
Introdução a Saúde Coletiva
Modelo magico ou xamanístico: Os povos da época
SAÚDE PUBLICA X SAÚDE COLETIVA concebiam as causas das doenças como derivadas tanto de
elementos naturais como
A saúde pública tem como objetivo os problema de saúde de espíritos sobrenaturais.
definidos em termos de: mortes, doenças, agravos e riscos Para reatar o enlace com a
em suas ocorrências. Já a saúde coletiva, por sua vez, tem natureza e o bem-estar
como objetivo as necessidades de saúde, tudo que possui físico se fazia necessário
condições requeridas não apenas para evitar doenças e sessões com curandeiros,
prolongar a vida, mas também para melhorar a qualidade de feiticeiros e xamãs.
vida do indivíduo.
Modelo holístico: A
medicina chinesa e hindu,
trazia a noção do equilíbrio
espiritual, esta noção
associa a ideia “proporção
justa e adequada” com a saúde e doença. A saúde era
compreendida entre o equilíbrio de humores e elementos
(conhecidos também como chacras) , um desequilíbrio
desses elementos permitirá o aparecimento de doenças.
Exemplos como massagem, acupuntura, ventosa e etc são
as práticas utilizadas neste tipo de modelo.
AGENTES PUBLICA X COLETIVA
Modelo empírico: Tem seus primórdios no Egito antigo. A
COLETIVA: Atribui um papel abrangente e estratégico: tentativa dos filósofos era encontrar explicações no
processo seletivo no trabalho. Dimensão epidemiológica e sobrenatural para origem do universo e da vida, bem como
compreensão das necessidades, quanto na dimensão para a saúde e a doença. Hipócrates estabeleceu a teoria dos
organizacional e na gerencia da seleção e operação de humores na qual se defendia que a água, terra, fogo e ar
tecnologias estaria subjacente à explicação sobre a saúde e a doença.
Saúde na concepção hipocrática é fruto do desequilíbrio dos
PUBLICA: vigilância tradicional, epidemiológica e sanitária.
humores.
Aplica os modelos de transmissão de doenças, realiza
Medicina Cientifica: Tem seus contextos nas raízes do
ações voltada a educação sanitária e fiscaliza a produção e
Renascimento e era defendida por Rene Descartes, esse
distribuição de vens e serviços definidos com interesse da
método considerava-se em desajustes, falhas nos
saúde na perspectiva da diminuição de riscos.
mecanismos humanos ou ausência de reação aos estímulos
CONCEITO DE SAÚDE a cuja ação está exposta.

Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não Modelo sistêmico (atual): um conjunto de elementos de tal
somente a ausência de doenças. forma relacionados, que a
mudança no estado de
quaisquer elementos
provoca a mudança no
estado dos demais
elementos. Essa noção de
sistema incorpora a ideia de
contribuição de diferentes
elementos do ecossistema
no processo saúde-doença.
História Natural das doenças A noção de promoção da saúde no conceito da OMS
significa incluir indivíduos e grupos no processo
saúdedoença, de modo que possam identificar aspirações,
Conjunto de processos interativos que compreende as satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio
ações do agente causador e da suscetível (homem) e do meio ambiente, o que significa compreender os indivíduos e grupos
ambiente que as afetam no processo global e seu como agentes na promoção da saúde. Promover saúde é, em
desenvolvimento desde as primeiras forças que o criam última instância, promover a vida de boa qualidade, para as
estimulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro pessoas individualmente e para as suas comunidades no
lugar, passando pelas respostas do homem ao estimulo até território. A estratégia de promoção da saúde foi orientada
as alterações que levam a morte. Os estudos epidemiológicos para a modificação dos estilos de vida, para a adoção de
descritivos ou nãoexperimentais (observacionais), nesse hábitos saudáveis. A atuação na perspectiva da promoção da
caso, concentram-se na coleta e arranjo sistemático das três saúde visa a:
classes de fatores gerais (descritivos como indica a
classificação) do processo saúde-doença: o agente, o  Acesso equitativo à saúde como direito de todos;
hospedeiro e o ambiente, em seus aspectos quantitativos.  Desenvolvimento de um entorno facilitador da
Um dos aspectos práticos da utilização da estrutura saúde;
epidemiológica de descrição das doenças é a possibilidade  Ampliação e potencialização das redes de apoio
da prevenção, mesmo quando a patogênese da doença ainda social;
não é compreendida. A vertente patológica da análise da  Promoção de atitudes afirmativas para a saúde
história natural da doença limita-se ao que se passa no acompanhadas de estratégias de enfrentamento
organismo vivo. adequadas;
DETERMINAÇÃO DO PROCESSO SAUDE-DOENÇA  Emprego para o reabilitado Melhora da qualidade de
vida do sequelado;
O processo saúde-doença é um conceito central da  Ampliação da noção de construção compartilhada
proposta de epidemiologia social, que procura caracterizar a do conhecimento e de difusão de informações
saúde e a doença como componentes integrados de modo relacionadas à saúde;
dinâmico nas condições concretas de vida das pessoas e dos  Fortalecimento da noção de responsabilidade social
diversos grupos sociais; cada situação de saúde específica, e civil de gestores de forma compartilhada com a
individual ou coletiva, é o resultado, em dado momento, de sociedade organizada.
um conjunto de
determinantes PERIODO PATOLOGICO
históricos, sociais, Vírus, protozoários e bactérias.
econômicos, culturais
e biológicos. A ênfase, Pre-patogenico: ações que provocam a doença.
nesse caso, está no
Patogênico: doença instalada com todos os sintomas
estudo da estrutura
apresentados.
socioeconômica, a fim
de explicar o processo PERIODO PRE-PATOGENICO
saúde-doença de
maneira histórica, mais É a própria evolução da inter-relações dinâmicas, que
abrangente, tornando a envolvem um lado os condicionantes sociais e ambientais e
epidemiologia um dos de outro os fatores próprios do suscetível, ate que chegue a
instrumentos de uma configuração favorável à instalação de doenças
transformação socia. Fatores sociais: crescem por meio de ações econômicas,
Na atualidade, o conceito de saúde da OMS vem sofrendo psicossociais, sociopolítica e sociocultural.
mudanças e aperfeiçoamentos. Na 1a Conferência
Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em 1986, Fatores ambientais: Corantes, hormônios, agrotóxicos e etc.
o conceito passou a estar relacionado à noção de promoção Doenças como câncer, diabetes e entre outras.
da saúde, que significa capacitar a comunidade para atuar na
Fatores genéticos: doenças transmitidas pelo DNA e outros
melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma
fatores por familiares e etc.
maior participação social no controle do processo de saúde e
doença.
PERIODO PATOGENICO TERCIARIA: Fornece atendimento de alta complexidade,
sendo formado por hospitais de grande porte. Também
Esse período se inicia com as ações que os agentes
envolve procedimentos que demandam tecnologia de ponta
patogênicos exercem sobre o ser afetado. Seguem-se as e custos maiores, como os oncológicos, transplantes e partos
alterações bioquímicas em nível celular, continuam na forma
de alto risco. Os especialistas da categoria estão aptos para
e na função, evoluindo para defeitos permanentes ou não, tratarem casos que não puderam ser atendidos na atenção
fazendo alterações no corpo.
secundária por serem mais singulares ou complexos.
 Leavell e Clarck: veem o período patogênico se
 Limitação;
desenvolvendo nos seguintes estágios:
 Reabilitação;
interação/estimulo, patogênese e doença avançada.
 Fisioterapia;
 Rouquayrol: entende o período de patogênese em
 T.O;
quatro níveis de evolução: interação, alteração
 Emprego para o reabilitado;
bioquímica, sinais, sintomas e defeitos
permanentes.  Melhora da qualidade de vida do sequelado.

PREVENÇÃO DE DOENÇAS Histórico da Saúde Coletiva no Brasil


A prevenção só pode ser feita no período pre-patogenese e
patogênese. Inclui ações de profissionais da saúde, a decisão O ideário republicano estava envolto por valores positivistas
e a parte educativa. de ordem e progresso, como se vê na própria bandeira
nacional, e dessa forma, a valorização da ciência e de uma
NIVEIS DE ATENÇÃO visão de mundo europeia pautada na marca da modernidade
invadiam o país, ainda que de forma contraditória a uma
PRIMARIA: Porta de entrada para o SUS, o nível primário é
realidade ainda marcada pelo regime agrário exportador, pelo
constituído principalmente pelas Unidades Básicas de Saúde
patriarcalismo, pela tradição de um passado escravocrata. Se
(UBSs). As ações de que dá conta são voltadas à redução do
é fato que ao final do século XIX iniciou-se, ainda que de
risco de doenças e à proteção da saúde. Isso quer dizer que
forma incipiente, um processo de urbanização e
apresenta também um caráter preventivo. Neste nível, os
modernização das cidades (como se vê na capital brasileira
profissionais se articulam para atuar não apenas nas
da época, o Rio de Janeiro), o Brasil se tornou um país urbano
unidades de saúde, como também em espaços públicos da
apenas na segunda metade do século XX. Neste sentido, o
comunidade. Realizam ainda visitas domiciliares às famílias.
antigo e o moderno buscavam conviver na formação de um
 Proteção especifica; novo Brasil, agora republicano. Dentre as novidades estava a
 Higiene pessoal e do lar; ciência como a grande panaceia para um país atrasado, no
 Imunização Saúde do trabalhador; qual predominava um tipo social representado pela figura
 Proteção contra acidentes; ontológica do Jeca Tatu (criado por Monteiro Lobato),
 Controle de vetores e reservatório; estereótipo do homem do campo necessitado por cuidados.
 Uso de preservativos e siringes descartáveis. Neste sentido, uma sociedade doente, acometida por males
tropicais, necessitava ter seu diagnóstico para ser tratada. A
SECUNDARIA: A atenção secundária é composta pelos medicina teria de se empenhar na luta contra os males da
serviços especializados encontrados em hospitais e nação, o que justificariam as medidas intervencionistas e
ambulatórios. Este nível envolve atendimento direcionado autoritárias que marcam os primeiros anos da República
para áreas como pediatria, cardiologia, neurologia, ortopedia, Velha. Instaurava-se uma preocupação com a profilaxia rural
psiquiatria, ginecologia e outras especialidades médicas. e urbana. As medidas de reforma urbana e higienização da
cidade do Rio de Janeiro, assim como as campanhas para a
 Diagnóstico precoce; vacinação da população, marcaram este período. No entanto,
 Inquérito para descobrir casos; o caráter austero das medidas governamentais teve como
 Exames; consequência eventos como a Revolta da Vacina, ocorrida
 Isolamento; em 1904.
 Tratamento.
 1920: Criação da Lei Eloy Chaves –primeiro modelo
de previdência social, as Caixas de Aposentadoria e
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Pensão (CAPS), que asseguram somente
funcionários ferroviários marítimos. ARTIGO 2: A saúde é um direito fundamental, do ser
 1930: Unificação das CAPS em Institutos de humano, devendo os poderes (Estado, Federal e Municipal)
Aposentadorias e Pensões (IAPS), que prover condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
asseguravam outras categorias profissionais,
mediante registro em carteiras de trabalho. A lei já vem com a promoção, prevenção e recuperação da
saúde, o modelo da medicina comunitária.
 Contexto da saúde no Brasil entre 1930 e 1940:
dividida em dois campos de ação (saúde pública x ARTIGO 3: Os níveis de saúde expressam a organização
medicina previdência). social e econômica do país, tendo a saúde como
 1996: Criação do instituto Nacional de Previdência determinantes e condicionante, a educação, o trabalho, o
Social (INPS), a partir da unificação dos IAPS. meio ambiente, o transporte, o lazer, saneamento básico e
 1974 a 1979: pressões populares e reivindicações. outras coisas que prevaleçam o bem estar social.
 1986: 8ª Conferencia Nacional de Saúde, que
aprovou um relatório, cujas bases constituíram o A multifatoriedade interfere no processo de saúde-doença.
projeto de reforma sanitária brasileira. DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
 Fim da década de 1980: O INAMPS a partir da 8ª
conferencia de saúde, direciona-se para uma ARTIGO 4: O conjunto de ações e serviços de saúde,
cobertura mais universal dos serviços de saúde. prestados por órgãos e instituições públicas e federais,
 1987: Criado o Sistema Unificado e Descentralizado estaduais e municipais, da administração direta e indireta
de Saúde (SUDS), ainda gerido pelo Inamps. mantidas pelo poder público.
 1988: Criação definitiva do SUS Todas as instituições hospitalares, instituições de
pesquisas e etc. configuram o SUS. A iniciativa privada faz
parte desse círculo de instituições sejam por meio de vínculos
ou convênios, esses meios são pagos pela Tabela SUS
(aquilo que o SUS não oferece no município a clínica ou
hospital pode oferecer a partir dessa Tabela).
PRINCIPIOS E DIRETRIZES
ARTIGO 7: As ações e serviços públicos de saúde e os
Sistema Único de Saúde SUS serviços privados contratados ou conveniados que integram
o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de
acordo com as diretrizes previstas no Art.198 da Constituição
Lei Nº Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I. Universalidade de acesso ao serviço de saúde em todos os


PRINCIPAIS ARTIGOS níveis de assistência.; Integralidade de assistência, entendida
como conjunto articulado e continuo das ações de serviços
ARTIGO 1: Esta lei regula, em todo o território nacional, as
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para
ações e serviços de saúde, executados isolada ou
cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
(primaria, secundaria e terciaria);
pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
II. Prevenção da autonomia da pessoa na defesa da
Tudo que funcionar em relação a saúde de forma pública ou
integridade física e moral;
privada ela faz parte do SUS (mesmo sendo privadas a
algumas unidades que prestam serviços), tudo que está III. Igualdade e Equidade da assistência a saúde sem
configurada na lei, está dentro do SUS. preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
IV. Direito a informação, as pessoas assistidas sobre sua
saúde;
Lei
V. Divulgação de informações quanto ao potencial dos Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; SUS e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área e da saúde e de outras
VI. Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
providencias (Escanear o código QR ou entrar pelo link para
prioridades, a adoção de recursos e a orientação
conferir em detalhes a Lei).
programática;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm.

Como funcionam as conferencias de


Saúde?
Controle Social: a sociedade fiscaliza toda a área da saúde,
VII. Participação da comunidade; VIII. Descentralização composto por qualquer pessoa que utiliza os serviços
política-administrativa única em cada esfera do governo; públicos de saúde, também participam agentes da saúde.
Esse controle se controle social é dividido em três, são estes:
IX. A integração em nível executivo das ações de saúde, meio conselho de saúde, conferencia de saúde e plano de saúde.
ambiente e saneamento básico; Sem o controle social o SUS fica sem proteção e corre o risco
X. Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos de deixar de existir.
materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Todo primeiro ano de gestão municipal quando o prefeito é
Federal e dos Municípios prestação de serviços de ele se convoca as conferencias de saúde, lá irá ser montado
assistência à saúde da população; os planos governamentais na área da saúde. Precisa-se da
XI. Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis participação do povo para melhor trabalho. Antes da
de assistência; conferencia existem as pré-conferências que são realizados
nas unidades de saúde do município, onde a comunidade
XII. Organização dos serviços públicos de modo a evitar a também é convocada a participar. Os delegados escolhidos
duplicidade meios para fins idênticos. para representar essas comunidades vão poder participar e
votar na conferencia principal, analisando as propostas que
as unidades encaminham. A partir daí o plano vai ser
aprovado na câmara de vereadores, onde lá irão ser atribuído
os gastos de tal plano.
Todo município tem quem ter um conselho de saúde para que
seja passada a verba para tal área.
De 4 em 4 meses o secretário de saúde tem que mostrar a
prestação de contas na câmara de vereadores, para ter a
aprovação dos delegados daquele município.
PACTO PELA VIDA
Como funciona o repasse de recurso?
O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de
Todo ano o ministério da saúde diz quanto vai precisar para compromissos sanitários, expressos em objetivos de
incrementar as políticas de saúde postas nos planos de processos e resultados e derivados da análise da situação de
saúde. Precisa-se ter o relatório de gestão anual dizendo o saúde do País e das prioridades definidas pelos governos
que fez em prol da saúde pública daquele município, para federal, estaduais e municipais.
continuar recebendo o recurso. 70% dos recursos é do
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que
governo federal, 15% é do estado e mais 15% é do município
deverá ser executada com foco em resultados e com a
para fazer esse custeio da saúde.
explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e
financeiros para o alcance desses resultados.
Portaria Nº GM de As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos:
fevereiro de SAÚDE DO IDOSO: Implantar a Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os
gestores do SUS assumem o compromisso público da CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: Contribuir
construção do PACTO PELA para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e
SAÚDE 2006, que será de mama.
anualmente revisado, MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: Reduzir a
com base nos mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença
princípios diarreica e por pneumonias.
constitucionais do
SUS, ênfase nas DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE
necessidades de saúde NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E
da população e que INFLUENZA: Fortalecer a capacidade de resposta do
implicará o exercício simultâneo de sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.
definição de prioridades articuladas e integradas nos três
PROMOÇÃO DA SAÚDE: Elaborar e implantar a Política
componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e
Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de
Pacto de Gestão do SUS.
hábitos saudáveis por parte da população brasileira, de forma
Estas prioridades são expressas em objetivos e metas no a internalizar a responsabilidade individual da prática de
Termo de Compromisso de Gestão e estão detalhadas no atividade física regula alimentação saudável e combate ao
documento Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde tabagismo.
2006.
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: Consolidar e qualificar a
Pontos principais: estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção
básica à saúde e como centro ordenador das redes de
 Conduzir o SUS através de metas e indicadores; atenção à saúde do SUS.
 Através dessas metas e indicadores vai-se começar a PACTO EM DEFESA DO SUS
avaliar o nível de saúde da população, subdividindo os
gestores; O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e
 O pacto pela saúde é ANUAMLMENTE revisado, com articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de
base nos princípios constitucionais do SUS. reforçar o SUS como política de Estado mais do que política
 Fixação de conteúdos normativos de caráter técnico de governos; e de defender, vigorosamente, os princípios
processual em geral com detalhamento excessivo e basilares dessa política pública, inscritos na Constituição
enorme complexidade. Federal.
 Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, A concretização desse Pacto passa por um movimento de
os gestores do SUS assumem o compromisso publico politização da saúde, com uma clara estratégia de
da construção do pacto pela saúde em 2006. mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade
brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada ao
processo de instituição da saúde como direito de cidadania,
tendo o financiamento público da saúde como um dos pontos
centrais.
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são: As prioridades do Pacto de Gestão são:
IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A
MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A FINALIDADE DE: RESPONSABILIDADE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA
GESTORA DO SUS: federal, estadual e municipal,
 Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS superando o atual processo de habilitação.
como sistema público universal garantidor desses
direitos; ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO
 Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da SUS, com ênfase na Descentralização; Regionalização;
Emenda Constitucional nº 29, pelo Congresso Financiamento; Programação Pactuada e Integrada;
Nacional; Regulação; Participação e Controle Social; Planejamento;
 Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
orçamentários e financeiros para a saúde;
Fora estes 3 principais pactos, pode-se sitar mais dois que
 Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos contribuem para a fortificação do SUS, que são o PACTO
orçamentos das três esferas de gestão, explicitando PELA GESTAO PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL e o
o compromisso de cada uma delas. PACTO PELA GESTAO E FORMALIZAÇÃO DO PACTO.
ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS O PACTO PELA GESTAO E PARTICIPAÇÃO DO
USUÁRIOS DO SUS. CONTROLE SOCIAL, como o nome já diz é a participação
O PACTO DE GESTÃO DO SUS social no SUS é um princípio doutrinado e está assegurado
na constituição e nas leis orgânicas de saúde e é a parte
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras fundamental deste pacto.
de cada ente federado de forma a diminuir as competências
concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, Já O PACTO PELA GESTÃO E FORMALIZAÇÃO DO
contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão PACTO afirma a formalização que se deve ter em um termo
compartilhada e solidária do SUS. de compromisso assinado de forma tripartite com prazos,
vigências, explicitações de responsabilidades e metas. Este
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil contrato deve ser periodicamente redefinido.
é um país continental e com muitas diferenças e iniquidades
regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais é
necessário avançar na regionalização e descentralização do
Decreto de junho de
SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diversidade
ART. 1º Este Decreto regulamenta a Lei 8.080/90, para
operativa que respeite as singularidades regionais.
dispor sobre a organização, o planejamento, a assistência e
Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições do a articulação Inter federativa.
Ministério da Saúde para os estados, e para os municípios,
ART. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se:
promovendo um choque de descentralização, acompanhado
da desburocratização dos processos normativos. Reforça a I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído
territorialização da saúde como base para organização dos por agrupamentos de Municípios, delimitado a partir de
sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo identidades culturais, econômicas e infraestrutura de
colegiados de gestão regional. transportes, com a finalidade na execução de ações e
serviços de saúde;
Reitera a importância da participação e do controle social
com o compromisso de apoio à sua qualificação. Explicita as II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo
diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite: de colaboração firmado entre entes federativos com a
busca critérios de alocação equitativa dos recursos; reforça finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de
os mecanismos de transferência fundo a fundo entre saúde na rede regionalizada e hierarquizada;
gestores; integra em grandes blocos o financiamento federal
e estabelece relações contratuais entre os entes federativos. III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à
saúde do usuário no SUS;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação para
definição das regras da gestão compartilhada do SUS;
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de
recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados
pelo SUS e pela iniciativa privada;
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços
de saúde articulados em níveis de complexidade crescente,
com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à
saúde;
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde
específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de
agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento
especial;
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que

Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter,


no mínimo, ações e serviços de:
Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as
transferências de recursos.
Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas
no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas.
estabelece:

Organização do SUS
Art. 3º O SUS é constituído pelas ações e serviços de
promoção, proteção e recuperação da saúde, de forma direta
ou indireta, mediante a participação complementar da
iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e
hierarquizada.
§ 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde
interestaduais, por ato conjunto dos respectivos Estados em
articulação com os Municípios.
§ 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em
áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as
normas que regem as relações internacionais.
Portas de entrada para o SUS
Das Regiões de Saúde Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de
saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
As regiões de saúde são espações geográficos contínuos
que constituem agrupamentos limítrofes, identidades Parágrafo único Mediante justificativa, poderão criar novas
culturais, econômicas, sociai e de redes de comunicação. Portas de Entrada às ações e serviços de saúde,
considerando as características da Região de Saúde.
Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado,
em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes
gerais pactuadas na CIT
Para fácil explicação e entendimento, deixamos a baixo
outros principais artigos que regem o decreto 7508.
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência
Art. 10. Os serviços hospitalares, ambulatoriais farmacêutica pressupõe, cumulativamente:
especializados, entre outros de maior complexidade e
densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de
Entrada de que trata o art. 9º.
Art. 11. O acesso universal e igualitário será ordenado pela
atenção primária e deve ser fundado na avaliação da
gravidade do risco individual e coletivo.
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será
ascendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos
os respectivos Conselhos de Saúde.
Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das
necessidades no planejamento integrado, contribuindo para o
estabelecimento de metas de saúde.
CONASS E CONASEMS
Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve Como artífice de um plano de inclusão social, o
ser realizado de maneira regionalizada. CONASEMS passou a auxiliar os municípios na formulação
de estratégias voltadas ao aperfeiçoamento dos seus
Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB
respectivos sistemas de saúde, primando pelo intercâmbio de
pactuar as etapas do processo e os prazos do planejamento
informações e pela cooperação técnica. Hoje tem seu espaço
municipal em consonância com os planejamentos estadual e
político e sua luta reconhecida nas instâncias federais,
nacional.
incluindo na pauta de discussões da saúde grandes temas de
interesse como financiamento público, recursos humanos e
RENAZES E RENAME defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde.

RENAZES: serviços que o SUS oferece, exames, vacinas, O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) é
cirurgias e etc. uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que se
pauta pelos princípios que regem o direito público e que
Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se congrega os Secretários de Estado da Saúde e seus
completa, mediante referenciamento do usuário. substitutos legais, enquanto gestores oficiais das Secretarias
de Estado da Saúde (SES) dos estados e Distrito Federal. Os
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - principais objetivos do Conass são fortalecer as secretarias
RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS estaduais de saúde, torná-las mais participativas na
oferece ao usuário para atendimento da integralidade da reconstrução do setor saúde e representá-las politicamente.
assistência à saúde.
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em Política Nacional de Atenção básica
âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela
CIT. A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde
individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção,
RENAME: remédios pelo SUS, de acordo com a necessidade prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
da população. redução de danos,
Art. 25. A RENAME compreende a seleção e a padronização cuidados paliativos e
de medicamentos indicados no âmbito do SUS vigilância em saúde,
desenvolvida por meio
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão de práticas de cuidado
adotar relações específicas e complementares de integrado e gestão
medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões qualificada, realizada
Intergestores. com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido,
sobre as quais as equipes assumem responsabilidade
sanitária.
Como Funciona? Para melhor entendimento iremos deixar o link da Lei que
rege a politica de atenção básica a baixo.

No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436


grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo no local _22_09_2017.html.
mais próximo da vida das pessoas. Ela deve ser o contato
preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e
centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à
Saúde. Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos
princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da
responsabilização, da humanização, da equidade e da
participação social.
No Brasil, há diversos programas governamentais
relacionados à atenção básica, sendo um deles a Estratégia
de Saúde da Família (ESF), que leva serviços
multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades
Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames,
vacinas, radiografias e outros procedimentos são
disponibilizados aos usuários nas UBSs. A atenção básica A delimitação da unidade geográfica determinará uma
também envolve outras iniciativas, como: as Equipes de referência para a população desse território e a
Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de responsabilização da equipe de saúde pelo cuidado dessa
rua; o Programa Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; clientela adscrita, proporcionando o estabelecimento de
o Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o Programa de vínculo com a equipe e longitudinalidade do cuidado. Outro
Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que busca ponto importante da PNAB foi o estabelecimento de um
alternativas para melhorar as condições de saúde de suas método de abordagem na Atenção Primária, para ser adotado
comunidades etc. por todos os profissionais de saúde, que diz respeito ao
A Portaria 648, de 28 de março de 2006, que aprovou a Cuidado Centrado na Pessoa.
Política Nacional de Atenção Básica, assim a define: “um O método descrito por Stewart e colaboradores (2017) tem
conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, como pressuposto o compartilhamento de poder na relação
que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a médico-paciente e apresenta quatro componentes:
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
reabilitação e a manutenção da saúde (BRASIL, 2006b, p. 2)”.  Explorar a saúde, a doença e a experiência da
doença;
 Entender a pessoa como um todo;
 Elaborar um plano conjunto de manejo dos
problemas;
 Intensificar a relação entre a pessoa e o médico. A
Atenção Primária, assim como, os serviços de saúde
devem alcançar a resolutividade, cuja base, de
acordo com a PNAB, é a clínica ampliada, proposta,
que busca integrar os diferentes saberes em uma
abordagem transdisciplinar, cujos eixos são
(BRASIL, 2009):
 Compreensão ampliada do processo saúde-doença,
incluindo os determinantes sociais;
 Construção compartilhada dos diagnósticos e
terapêuticas, por meio do projeto terapêutico
singular, para indivíduos ou coletivos, utilizando o
apoio matricial e a rede de atenção;
 Ampliação do “objeto de trabalho”, evitando a
fragmentação na abordagem de pessoas e
coletivos;
 Transformação dos “meios” ou instrumentos de
trabalho, por exercício da escuta e da empatia;
 Suporte para os profissionais de saúde, pois,
problemas no processo de trabalho da equipe
podem causar adoecimento em seus membros.

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