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“vazio absoluto” (Exu) não havia como se sustentar em alguma coisa, eis
que, após esse primeiro estado da criação, Olorum manifestou o seu
segundo estado: o “estado do espaço”! • O vazio absoluto é a ausência de
algo. • O espaço é a presença de um estado. Deus criou o espaço “em cima”
do vazio absoluto. Logo, se antes só havia o vazio absoluto, o espaço foi
criado dentro dele, e, à medida que o espaço foi se ampliando, o vazio
absoluto foi distendendo-se ao infinito para abrigá-lo e permitir-lhe
ampliar-se cada vez mais, de acordo com as necessidades da mente
criadora de Olorum. Aqui, já entramos na genealogia (no nascimento) dos
Orixás e em uma teogonia a partir dos estados da criação. Esse segundo
estado (o espaço) dentro do primeiro (o vazio absoluto) criou uma base que
se amplia segundo as necessidades do Criador, e começa a nos mostrar os
Orixás como estados da criação, pois se Exu é o vazio absoluto, o Orixá que
é em si o espaço se chama Oxalá. Sim, Oxalá é o espaço infinito porque é
capaz de conter todas as criações da mente divina do nosso Divino Criador.
Porém, o que nos levou à conclusão de que Oxalá é em si o mistério do
“espaço infinito”? Ora, o mito revela-nos que Olorum confiou-lhe a função
de sair do seu interior e começar a criar os mundos e os seres que os
habitariam. Como algo só pode ser criado se houver um espaço onde possa
ser “acomodado” e antes só havia “vazio absoluto” à volta de Olorum, assim
que Oxalá saiu (foi manifestado), com ele saiu seu estado (espaço infinito),
que se expandiu ao infinito dentro do vazio. O espaço não é maior ou menor
que o vazio, porque são estados, mas ambos são bem definidos:
• o vazio absoluto é o estado de ausência de qualquer coisa (o vazio). • o
espaço infinito é o estado de presença de alguma coisa (a ocupação). Como
Olorum tem em si tudo, e tudo ocupa um lugar no espaço, então Oxalá,
como estado preexistente em Olorum, já existia no seu interior. E, como a
mente criadora de Olorum ocupa um espaço, este era Oxalá, pois foi a Oxalá
que Ele confiou a missão de criar os mundos e povoá-los com os seres que
seriam criados. Logo, Oxalá traz em si esse estado de espaço infinito que
pode abrigar nele tudo o que for criado pela mente de Olorum. Portanto,
Oxalá também traz em si o poder criador. O vazio absoluto é um estado e
não algo mensurável. O espaço infinito, ainda que não seja mensurável, é a
existência de algo. E, como se esse algo denominado “espaço infinito” se
abriu e expandiu-se dentro do vazio absoluto, criaram-se dois estados
opostos complementares: • O vazio absoluto • O espaço infinito Exu e Oxalá
são ligados umbilicalmente por causa desses dois primeiros estados da
PEDRO SCÄRABÉLO & ROGÉRIO PAGLIARINI 2
CURSO EXU O GUARDIÃO UMA JORNADA PRÁTICA 3
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