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1. Informes médicos
Este tipo de informe diz respeito à informação ou dados de natureza médica do sujeito a
orientar. Para Santos (1963), são considerados neste tipo de informe, os seguintes dados:
antecedentes hereditários (pré-natais, perinatais e por fim os pós-natais) e a lista de indicações
e contra-indicações. Os informes médicos devem ser recolhidos por pessoas especializadas
em orientação, pois se assim não for, estaremos perante um simples exame médico comum.
A função dos exames de saúde em orientação profissional na esteira de Santos (Op. Cit) é:
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- Fornecer dados sobre a saúde geral do sujeito a orientar;
- Fornecer informação sobre as deficiências e desvios da normalidade deste sujeito
- Prever bases para a compensações de eventuais deficiências ou desvios incorrigíveis.
Para a recolha destes informes é mais prático usar um extracto de ficha médica, contendo as
principais observações que devem constar no processo individual para fins de
aconselhamento.
2. Informes escolares
Refere-se a todo o conjunto de informações académicas ou escolares, construído pelo
individuo durante o seu percurso académico ou escolar.
Segundo Santos (op Cit) os informes escolares podem ser divididos em 3 grupos
principais:
- Resultados específicos de exames, provas e tarefas que exprimem a
aprendizagem;
- Dados relativos às atitudes interesses, aptidões e outros traços de
personalidade que poem em evidência a dinâmica de factores actuantes no
individuo;
- Histórico escolar, como meio de análise retrospectiva dos interesses,
condições socioeconómicas, sucessos e fracassos.
Neste contexto que encontramos a importância do formador, por ser a figura que
estabelece um contacto directo e diário com os formandos, podendo observar o seu
desempenho, suas atitudes, comportamentos e reacções diante do currículo escolar,
ou mesmo dos seus colegas. Portanto ele lida com testes pedagógicos ou exames
académicos, assim como com outras notas oficiais que decidem sobre o
aproveitamento. O autor acima indicado, refere que os dados pedagógicos numéricos
são evidentemente falhos, pois podem não expressar, por vários factores a realidade
do formando em termos de capacidades e aptidões. Dai que sugerimos que sejam
valorizados os resultados escolares (dados) qualitativos, pois ajudam-nos a aferir o
nível de desempenho do nosso formando, assim como termos uma visão sobre o
comportamento deste.
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Fontes de recolha de informes escolares
a) Directamente dos formadores;
b) Dos registos escolares, sob forma de histórico do formando (processo do formando);
c) Da opinião do próprio formando (auto-avaliação) ou do grupo de formandos.
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Nota Bem:
Caros formandos! Como formadores nas IEP vocês devem ter um papel fundamental
na organização do processo de recolha, sistematização e documentação dos informes
escolares dos formandos, sendo que o processo do aluno/formando (documento)
deve ser visto como um instrumento essencial no desenho do histórico dos vossos
formandos.
3. Informes psicológicos
Este grupo de informes, é considerado um dos mais relevantes, porém difíceis de serem
colhidos, pois exigem profissionais (psicólogos). O alvo destes informes é conhecer a forma
pela qual a personalidade do formando reage, no que concerne ao respeito ás suas aptidões
gerais e especificas, seus interesses, suas atitudes, suas motivações, seu nível de aspirações,
suas reacções emocionais e seu padrão pessoal de comportamento. A finalidade básica destes
informes é estudar a personalidade integral nas suas componentes intelectuais, afectivas e
psicomotoras.
Entre os diversos atributos psicológicos que importam ao processo de orientação profissional
e aconselhamento, são de destacar os seguintes:
• As aptidões
• Os interesses
• E os valores individuais
a) Aptidões e capacidades
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Em muitas ocupações as aptidões só podem ser utilizadas com sucesso se também existirem
certas características temperamentais e comportamentais, por exemplo:
b) Interesses:
Para Lowman (1991, p. 11) citado por Giacaglia (2003, p. 147) os interesses são “indicadores
dos tipos de actividades (trabalho ou não) que as pessoas gostam de realizar”. Este autor
considera ainda que no âmbito da orientação vocacional, os interesses simetrizam-se aos tipos
de ocupação que possivelmente podem despertar motivação e consequentemente
desencadearem sentimentos de satisfação no indivíduo.
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Principais dimensões ou Tipologia de interesses profissionais:
A avaliação dos interesses pode ser feita com a observação directa dos interesses expressos e
dos manifestos (actividades exercidas, ocupações preferidas, reacções de agrado e desagrado,
de sucesso ou de fracasso, actividades de lazer, etc). Pode ainda ser feita através de Testes,
Inventários e questionários. Outro recurso são as Autobiografias, registos episódicos, relatórios de
formadores e dos pais
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c) Os valores
Os valores, embora igualmente importante para a intervenção vocacional, são muitas vezes
ignorados e até confundidos com os interesses (Giacaglia, 2003). Eles dizem respeito ao
conjunto de ideais supremos de uma cultura ou de uma pessoa. De uma forma resumida
podemos dizer que valores são aquilo que nós prezamos (valorizamos) isto é, atribuímos mais
importância ou valor.
De referir que as pessoas se diferem em relação àquilo que atribuem maior ou menor valor,
e subjacente àquilo que são os modos preferenciais de actuação dos vários profissionais,
encontramos os valores. Embora em muitas profissões haja espaço para actuação de acordo
com valores pessoais, existem profissões em que predominam certos valores como é o caso,
da medicina em que deve predominar o valor assistencial; da economia, o valor financeiro; do
sacerdócio o valor religioso; das artes o valor estético. Por exemplo, se um indivíduo não
valoriza a ajuda ao próximo, profissões como a de fonoaudiólogo (terapeuta da fala), médico,
psicoterapeuta, etc. também deveriam ser excluídas de suas possibilidades.
Podemos identificar valores políticos, éticos, religiosos, económicos, sociais, familiares,
estéticos. No dia-a-dia até podemos nem pensar neles, mas sempre que há decisões
importantes a tomar, a nossa escala de valores é activada (Giacaglia, 2003). Por exemplo,
quando há eleições, são os valores políticos que influenciam o nosso voto, da mesma forma,
quando escolhemos um curso ou uma profissão podem estar em confronto valores sociais e
valores económicos ou outros. Para algumas pessoas, os valores económicos (dinheiro,
propriedades, negócios) estarão em primeiro lugar; mas para outras, poderão ser os valores
sociais (ajudar os outros, trabalhar em causas sociais) ou os valores familiares (constituir uma
família, acompanhar os filhos) ou os valores científicos (estudar, investigar, etc.)
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c) Regime de vida familiar: relações psicológicas e sociais entre pai e mãe, entre estes e
os filhos, entre os irmãos, entre estes e outras pessoas (parentes, amigos, conhecidos);
regime de disciplina e de comportamento no lar (dependência, ascendência,
cooperação, atitudes de aceitação e rejeição, lazeres, recreação, etc); atitudes da
família no círculo restrito do lar e o comportamento exterior com relação e problemas
profissionais, estudos, alvos educacionais e outros; personalidade do pai, da mãe e dos
“astros” dominantes da constelação familiar; sociometria familiar (relações
interpessoais); regime de reuniões e conversações familiares.
d) Status: socioeconómico, profissional e cultural; profissão dos pais, irmãos e outros
agentes familiares; atitudes no plano económico, social, político e religioso.
e) Facilitações e barreiras: oportunidades de estudo e de trabalho; de aprendizagem e de
treinamento; limitações físicas (doenças, handcaps ou psicológicos).
f) Vida extra-familiar: clubes, associações, centros e organizações frequentadas pelos
membros da família e pelo orientando, em particular, ou de outra, actuem no
comportamento social (Santos, op cit).
Estes informes sociais são facilmente recolhidos por questionários, tais como profissão
de pais, composição da família entre outros, e a família é a fonte mais indicada.
5. Informes económicos