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ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE

CHIBUTO

O papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico do Município de


Chibuto (2016-2020).

Faquir Ussene Juma

Chibuto, Maio de 2022


Faquir Ussene Juma

O papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico do


Município de Chibuto (2016-2020).

Monografia submetida à Escola


Superior de Negócios e
Empreendedorismo de Chibuto
(ESNEC), como um dos requisitos
para a obtenção de grau de
Licenciatura em Gestão de Empresas.

Supervisor: Lic. Mário José Simango

Chibuto, Maio de 2022


i

DECLARAÇÃO DE HONRA

“Declaro que este trabalho de fim de curso é resultado da minha investigação pessoal, que
todas as fontes consultadas foram citadas e devidamente referenciadas e que nunca foi
apresentado para obtenção de qualquer grau nesta Universidade, Escola ou em qualquer outra
instituição.”

Assinatura
______________________________________
(Faquir Ussene Juma)
ii

FOLHA DE AVA LIAÇÃ O

O papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico do Município de


Chibuto (2016-2020).

Monografia apresentada à Escola


Superior de Negócios e
Empreendedorismo de Chibuto (ESNEC),
como um dos requisitos para a obtenção
de grau de Licenciatura em Gestão de
Empresas, sob supervisão de Mário
Simango.

Chibuto, -----------/---------/-----------

O Presidente Rubrica
-------------------------------------------
O Supervisor Rubrica
-------------------------------------------
O Oponente Rubrica
-------------------------------------------
iii

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus heróis, Ussene Juma Faquir e


Catija Abdul Latif Amad Saranga! Pelo esforço e paciência,
pelo amor, confiança e apoio constante que me
proporcionaram durante a minha formação e me ajudaram a
seguir o caminho certo da vida. Aos meus irmãos que sempre
estiveram ao meu lado ajudando-me em todos os momentos
difíceis em que mais precisei. Esta dedicatória é fruto do meu
reconhecimento aos vossos feitos durante toda a minha
formação, o que me possibilitou alcançar com sucesso a meta
definida.
iv

AGRADECIMENTOS

Esse trabalho não é resultado apenas de um esforço individual. É também resultante da


convergência de uma imensa rede de colaboração a quem devo profundo agradecimento.

Quando falamos de agradecimentos há aqui uma grande confusão pois fico sem saber a quem
ou a quais pessoas endereçar a gratidão mas tentarei colocar resumidamente todos aqui.

Em primeiro lugar agradeço a Allah por ter me concedido forca, saúde e disposição para fazer
a faculdade e este trabalho de final de curso, pois sem Ele isso não seria possível.

Em Segundo lugar agradecer a todos os docentes da ESNEC pelos seus ensinamentos dados
nesta jornada académica que através destes hoje escrevo minha própria obra e em especial
minha gratidão endereço ao meu orientador Mário Simango pelo seu tempo, paciência,
conhecimento que teve para que fosse possível a realização deste trabalho, aos meus pais
Ussene Juma Faquir e Catija Abdul Latif Amad Saranga, Aos meus amigos e colegas que
fizeram parte desta vida académica, onde tivemos momentos alegres, de tristeza e superação.

Por último agradecer a todos que directa ou indirectamente contribuíram para realização deste
trabalho como também para minha formação meu muito Khanimambo.
v

RESUMO

O desenvolvimento económico não apenas mede o crescimento do produto per-capita, como


também o perfil distributivo e os benefícios sociais trazidos por esse crescimento. O presente
trabalho visa estudar o contributo do Comércio Informal no desenvolvimento do Distrito de
Chibuto. Para o efeito, foram abordadas questões relacionadas com as características dos
produtores do sector, as técnicas aplicadas, os níveis de produção e por fim analisou-se o
contributo do sector no desenvolvimento do Distrito. A recolha de dados baseou-se nas
seguintes técnicas: pesquisa bibliográfica e análise documental dos relatórios da autarquia
acompanhada pela aplicação da entrevista estruturada direccionada ao sector e outras
estruturas com impacto directo ou indirecto. Para a análise e interpretação de resultados
recorreu-se ao método quantitativo (tabelas que explicam questões quantitativas como
receitas totais arrecadadas, receitas provenientes do Comercio Informal e Despesas
realizadas) e qualitativo que serviu como método interpretativo do comportamento das
variáveis em estudo. Em termos departicipação do comércio informal no desenvolvimento
económico do Distrito mostra-se uma contribuição em tornos dos 6.83 a 9.16% nas despesas
realizadas pela autarquia e uma percentagem não muito distante na comparticipação do sector
nas receitas arrecadadas variando de 6.71% à 9.85% durante os 5 anos findos em 2020.

Palavras-chave: Comércio Informal, Comércio e Desenvolvimento Económico.


vi

Summary

The Economic development measures not only the growth of the per-capita product, but also
the distributive profile and the social benefits brought by this growth. This study focuses the
contribution of Informal Business to the Development of the District of Chibuto whose main
focus are the characteristics of the sector’s producers, the techniques applied, production
levels and finally the contribution of the sector to the development of the District is analyzed.
Data collection was based on the following techniques: bibliographic research and document
analysis of the municipality’s reports. The study also used structured interviews conducted to
the staff members working on the sector, including other participants who head departments
with direct or indirect impact. For data analysis and interpretation the study used the
quantitative method and results were presented in tables that explain quantitative matters such
as total revenues collected, revenues from Informal Business and Expenses incurred. The
quantitative method served as an interpretative method of the behavior of the variables
discussed. With regard to the participation of informal Business to the economic
development of Chibuto District, data revealed a contribution of around 6.83 to 9.16% in the
expenses incurred by the municipality. This percentage is not very distant from the share of
the sector in the collected revenues varying from 6.71% to 9.85% in the last 5 years by the
end of 2020.
Keywords: Business, Informal Business and Economic Development.
vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

➢ PIB - Produto Interno Bruto


➢ IDH- Índice de desenvolvimento humano
➢ PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
➢ PPC – Per-capita em dólares
➢ CMCC – Conselho Municipal da Cidade de Chibuto
➢ INE – Instituto Nacional de Estatística
➢ RCI - Receitas no Comercio Informal
➢ CI- Comércio Informal
➢ DP – Despesas Públicas
➢ RP – Receitas Públicas
Índice
DECLARAÇÃO DE HONRA .................................................................................................... i
FOLHA DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................ii
DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... iii
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. iv
RESUMO ................................................................................................................................... v
Summary ................................................................................................................................... vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..............................................................................vii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. Objectivos.................................................................................................................... 2
1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 2
1.1.2. Específicos ........................................................................................................... 3
1.2. Problematização .......................................................................................................... 3
1.3. Hipóteses ..................................................................................................................... 4
1.4. Justificação .................................................................................................................. 4
2. REVISAO DA LITERATURA .......................................................................................... 5
2.1. Breve contextualização ............................................................................................... 5
2.2. Conceitos ..................................................................................................................... 5
2.2.1. Comércio .............................................................................................................. 5
2.2.2. Informal................................................................................................................ 6
2.2.3. Comércio Informal ............................................................................................... 6
2.2.3.1. Importância do Comércio Informal .............................................................. 7
2.2.4. Economia informal............................................................................................... 8
2.2.4.1. Vantagens do Sector Informal ...................................................................... 9
2.2.4.2. O impacto do sector informal no desenvolvimento Económico................... 9
2.2.4.3. Funcionamento do Sector Informal ............................................................ 10
2.2.4.4. Factores que levam a maior integração no sector informal ........................ 11
2.2.4.5. Características do Sector Informal ............................................................. 11
2.2.5. Desenvolvimento ............................................................................................... 12
2.2.6. Desenvolvimento Económico ............................................................................ 13
2.2.7. Indicadores de desenvolvimento ........................................................................ 13
2.2.7.1. Principais tipos de indicadores ................................................................... 14
2.2.8. Índices de desenvolvimento humano ................................................................. 15
2.2.8.1. As principais funções dos indicadores........................................................ 15
2.2.9. Indicadores de Desenvolvimento Económico .................................................... 16
2.2.9.1. Percentagem da mão-de-obra rural empregada por sector de actividade ... 16
2.2.9.2. Número de infra-estruturas públicas de apoio ao processo Produtivo e
económico …………………………………………………………………………….16
3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 17
3.1. Método da pesquisa ................................................................................................... 17
3.2. Quanto a abordagem.................................................................................................. 18
3.3. Instrumentos de recolha de dados ............................................................................. 19
3.3.1. Entrevistas .......................................................................................................... 19
3.3.2. Questionários ..................................................................................................... 19
3.4. Análise e interpretação dos dados ............................................................................. 20
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ............................................... 21
4.1. Breve Caracterização da Área em Estudo Localização geográfica do distrito de
Chibuto ................................................................................................................................. 21
4.1.1. Quanto a área do estudo ..................................................................................... 21
4.2. Discussão de resultados ............................................................................................. 22
4.2.1. Arrecadação de Receitas no Comercio Informal ............................................... 22
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES ..................................................................................... 28
5.1. Conclusões .................................................................................................................... 28
5.2. Sugestões....................................................................................................................... 29
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................. 30
1

1. INTRODUÇÃO

A economia é caracterizada por uma multiplicidade de tarefas ou actividades que conjuntamente


mobilizam forças e recursos para que funcione e, deste modo sirva de elo de ligação entre os
produtores e os consumidores. Segundo uma abordagem de Comércio por aquilo que é conhecido
como a cadeia alimentar, ela compreende um conjunto de actividades desenvolvidas por diversos
actores que vão desde o Agricultor ou camponês ao consumidor final, passando por várias fases
intermédias nas quais ocorre a transformação e circulação das matérias.

Segundo Mosca (2010), a economia informal surge como estratégia de sobrevivência dos pobres
por incapacidade do que se chama de economia formal, em absorver o factor trabalho e gerar
rendimentos. O autor salienta que é ainda uma consequência de desequilíbrios, distorções ou
rupturas de mercado e de políticas desajustadas. Lopes (1999 cit. em Maposse, 2011: 11), afirma
que a fraca capacidade do sector formal de gerar emprego e rendimentos em muitos países faz
com que o sector informal ganhe um papel importante e acabe por ser um meio amortecedor de
tensões económicas sociais.

Ainda segundo Lopes (1999 cit. em Maposse, 2011: 11), o sector informal assegura a manutenção
dos níveis mínimos de coesão da sociedade através da criação de empregos em situação de crise
económico-social e da geração de oportunidades de obtenção de rendimentos para os grupos mais
desfavorecidos. Está provado que nas cidades dos países em desenvolvimento, com manifestas
dificuldades do Estado e do sector dito formal darem respostas às necessidades básicas da
população, o sector informal supre essas faltas, quer nas áreas da produção, da distribuição, da
construção, dos serviços sociais e, sobretudo, do emprego gerador de oportunidades salariais de
uma grande parte da população.

O número de comerciantes informais nas zonas urbanas tem vindo a crescer a partir da adopção
por Moçambique de políticas de reajustamento estrutural. O comércio joga um papel nas
estratégias de geração de rendimento por uma parte da população que não tem emprego. Nalguns
casos o comércio é uma forma de multiplicar o salário ganho por algum membro da família. O
negócio permite transformar o salário num investimento. O comércio informal nas cidades é
exercido por mulheres e por jovens, muitas vezes vindos das zonas rurais. No campo maiores
partes das bancas fixas para a compra de cereais aos camponeses eram geridas por homens-jovens
2

com o ensino primário básico, na maior parte dos casos, concluído. Esta actividade comercial
complementava as suas actividades agrícolas que estavam sob a responsabilidade de uma jovem
esposa. Sendi (2006)

Uma das actividades intermédias e que joga papel crucial na troca de mercadorias é o comércio,
que é a troca e circulação de mercadorias. Ela tem um papel muito importante e dinamizador das
economias e é responsável pelo fenómeno de globalização dos produtos e serviços, colocando os
produtos e serviços produzidos em qualquer canto do mundo, junto ao consumidor. No nosso
país, ela não foge a regra e é o garante da sobrevivência de muitas famílias. O comércio é uma
actividade dicotómica assumindo duas formas: o comércio formal e o comércio informal. O
assunto que este estudo pretende versar é sobre o papel do comércio informal no
Desenvolvimento Económico do Município de Chibuto.

O desenvolvimento económico é um processo de aumento do capital humano, ou seja, dos níveis


de educação, saúde e competência técnica dos trabalhadores, e da transferência dessa força de
trabalho para sectores com maior conteúdo tecnológico que implicam em salários mais elevados.
Enquanto os capitalistas, embora buscando lucros e crescimento, se contentam com uma taxa de
lucro satisfatória que os incentiva a reinvestir, o aumento dos salários e ordenados não tem limite:
pode crescer indefinidamente com a produtividade. Bresser-Pereira (2007)

De acordo com Chivangue (2014), o sector informal em Moçambique constitui fonte de emprego
e recursos de sobrevivência da maior parte da população. Maioritariamente dominado por
mulheres, é através deste sector que se observa certa mobilidade social das populações urbanas,
garantindo educação, saúde e até lazer para as suas famílias. O presente trabalho tem por
objectivo analisar o papel do comércio informal no Desenvolvimento Económico do Município
de Chibuto (2016-2020).

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
❖ Analisar o papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico doMunicípio de
Chibuto (2016-2020).
3

1.1.2. Específicos
❖ Caracterizar o município de Chibuto;
❖ Identificar os indicadores de análise de Desempenho Económico do município de chibuto;
❖ Demonstrar o Papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico doMunicípio
de Chibuto;
❖ Avaliar o papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico do Município de
Chibuto.

1.2. Problematização

O comércio é uma actividade económica que deixou vestígios arqueológicos e documentais em


Moçambique que remontam a mais de 2000 anos. Estudos especializados mostram como é que
actividade comercial quer interna ou externa, desde muito cedo influenciou a formação,
desenvolvimento e expansão de Estados Pré coloniais; a derrocada da economia agrícola de
alguns Estados e a formação de novas estruturas sociais. Sandi (2006)

A emergência do Sector Informal em Moçambique Para Chicombo (2008, p.18) a emergência do


sector informal está associada as crises económicas que assolaram vários países em
desenvolvimento, de que Moçambique faz parte, pela falta de recursos, de tecnologia e
competência que estiveram na origem do declínio tanto do sector agrícola como industrial desde
anos de negociação e proclamação da independência, outro factor deve-se campo-cidade.

Por sua vez, Chichava (1998, citado por Jairoce 2016, p.30) advoga que a emergência da
economia e do comércio informal, pequenos importadores “Mukheristas” e “retalhistas”, em
Moçambique, teve lugar a partir da década de 1980.

Perante isto, o sector informal da economia surge como alternativa, através da empregabilidade e
distribuição de rendimentos e vem assegurar a sobrevivência da esmagadora maioria das
populações da África Subsariana, (Silva, 2010). Diante dessas afirmações surge a questão de
pesquisa: Qual é o papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico do
Município de Chibuto?
4

1.3. Hipóteses

H0: O Comércio Informal tem um papel crucial no Desenvolvimento do Município de Chibuto.


H1:O Comércio Informal não tem um papel crucial no Desenvolvimento do Município de
Chibuto.

1.4. Justificação

A razão da escolha do tema, tem a ver com a massificação da sua prática nas zonas urbanas
resultando num movimento sem regresso de aventureiros que devido a várias razões encontram
nele um refúgio para sua sobrevivência, conhecidas as condições de vida que se afiguram cada
vez mais difíceis para o cidadão comum, resultando numa intensa competitividade e até conflitos
de interesses entre os seus praticantes (os formais e os informais) e dos outros elementos da
cadeia de circulação de mercadorias desde os produtores aos consumidores finais.

A outra razão prende-se com a pertinência que o tema assume ganhando contornos cada vez mais
elevados, sendo objecto de acesos debates a vários níveis, desde os bares e murros aos mais
elevados níveis de discussão como Universidades, Ministério da tutela, e outros núcleos de
interesse.

Para a sociedade, a escolha desse tema justifica-se por causa da proporção dos praticantes do
comercio informal que se denota a cada dia que passa e das taxas que são cobradas pela autarquia.
Despertando interesse de querer perceber o seu nível de participação no Desenvolvimento do
Distrito, sendo mais importante para a sociedade saber o seu papel na urbe.

A presente pesquisa é de relevância académica na medida que servirá de motivação e de suporte


para os futuros estudos nesta temática bem como poderá servir de material de apoio ao processo
de ensino e aprendizagem nas instituições de ensino, em particular na ESNEC. Justifica-se
também realizar este trabalho a obtenção do título de Licenciatura em Gestão de Empresa.
5

2. REVISAO DA LITERATURA
2.1. Breve contextualização

O sector informal da economia teve maior relevo em África após a descolonização dos países da
África subsariana. A questão de desenvolvimento do continente africano começou a ser discutida
nos anos 60 do século XX, quando a maioria dos estados se tornou independente, (Silva, 2010).

O mesmo autor dá a conhecer que os estados africanos apostaram fortemente em modelos


económicos que se baseavam em substituição da importação e na intervenção do estado na
economia. Estes modelos económicos trouxeram uma urbanização acelerada e um grande
contingente de trabalhadores do campo para a cidade a par de um “boom” demográfico superior
ao crescimento económico.

No entanto os observadores destes países começaram por notar, segundo Chickering e Salahdine
(1991, cit. em Silva, 2010) que “perante a falta de empregos no sector formal, muitos dos pobres
foram sobrevivendo através do trabalho para eles próprios ou para familiares. Operando fora das
regras e das regulamentações da economia formal, estas actividades foram fornecendo uma vasta
gama de produtos e serviços.

2.2. Conceitos
2.2.1. Comércio

Segundo o Dicionário Online, comércio é proveniente do latim “commercĭu”, pode se referir à


transacção que envolve a compra e/ou venda de um produto. Também se refere ao local ou espaço
onde se realizam as actividades comerciais.

Segundo Rocco, (SD) comércio é o ramo de produção económica que faz aumentar o valor dos
produtos pela interposição entre produtores e consumidores a fim de facilitar a troca de
mercadorias.

Por sua vez segundo Vidari, (SD) sob o ponto de vista jurídico, comércio é o
complexo de actos de intromissão/troca entre produtor e o consumidor, que,
habitualmente, com fins de lucros, realizam, promovem, ou facilitam a
circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar mais fácil e
6

pronta a oferta. São elementos do conceito jurídico de comércio: a)


mediação/troca – ato de intromissão ou mediação entre produtor e
consumidor; b) fins lucrativos; c) habitualidade ou continuidade - os actos
de intromissão ou mediação existentes entre produtor e consumidor ocorrem
de forma habitual e não eventual.

2.2.2. Informal

Segundo o Dicionário Online (SD), Informal é um adjectivo de dois géneros, que descreve algo
ou alguém que não é formal ou uma situação em que não existe formalidade.

De acordo com Barbosa (2008), o termo informal é utilizado para designar


actividades económicas que se caracterizam de forma geral por: unidades
produtivas baseadas no descumprimento de normas e legislação
concernentes a contratos, impostos, regulações e benefícios sociais;
ocupações sem protecção social, garantias legais e estabilidade, sendo
recorrente ainda o fato de serem actividades de baixa produtividade, sem
estabilidade, baixos salários, quando não se realizam sem remuneração por
acção de familiares e auto-emprego (Pag. 91).

2.2.3. Comércio Informal

O comércio informal caracteriza-se como uma actividade predominantemente de rua.

Assim, conforme escreveu Yázigi (1997), por ser economia de rua,


depende, como é natural, exclusivamente do espaço público. Deste ângulo,
não paga alugueis, mas apenas taxas municipais, quando são legalizados.
Neste sentido, caracterizam-se ainda, em variados casos, por nomadismos:
conforme o calendário de eventos, deslocam-se para onde há concentração
de pessoas, conforme o horário de entrada-saída: jogos de futebol, escolas
etc. Em alguns casos, há continuidade nocturna. Estes são os genuínos
ambulantes. (p.110)
7

Comércio informal – actividades comerciais realizadas, totalmente ou parcialmente, à margem do


quadro legislativo e regulamentar que enquadra o seu exercício, o não cumprimento de diversas
disposições legais é social e administrativamente tolerado. (Lopes, 1996)

2.2.3.1. Importância do Comércio Informal

Com uma grande contribuição desse tipo de comércio. Silva, Cieta, Sousa e Chicombo não
ficaram de fora ao afirmar que:

Segundo Silva, (2010); CIET, (1993); Sousa (2005); Chicombo, (2008); O


comércio informal joga um papel de relevo aos vários níveis: emprego,
rendimento, impulsionamento e geração do consumo, abastecimento do
mercado. Ao nível do emprego tem-se que devido a massificação da sua
prática, ela permite com que milhares de habitantes que não possuem um
emprego possam através dela minimizar a sua condição de vida. Mais de
metade da população activa não possui emprego, a maioria das quais nunca
teve sequer um emprego e outras tantas que perderam seu emprego; uma
alternativa que tem encontrado para minimizar sua condição de vida é
através das actividades informais geradoras de rendimento.

❖ Quanto ao rendimento, esta é muitas vezes assegurada através da venda dos resultados da
prática das actividades comercias que são realizadas muitas vezes para o auto-sustento e
que o seu excedente serve de produto de venda para consumidores interessados; noutros
casos, as actividades informais são realizadas exclusivamente para fins comercias, o que
pressupõe a produção de certos produtos, bem como sua compra para fins comerciais
como forma de obter daí alguns dividendos que permitam a sobrevivência dos seus
praticantes e suas famílias.
❖ Ao nível da impulsionação e geração do consumo, sendo uma forma alternativa de compra
os consumidores principalmente os de baixo rendimento que são a sua maioria, vêm uma
saída acessível para o consumo. Esses mesmos produtos, ao invés de serem vendidos em
quilos por exemplo, usam-se medidos já padronizadas remetendo-se a pequenas
quantidades de três ou cinco unidades de cada um dos produtos.
8

❖ Ao nível do abastecimento do mercado, a actividade informal tem sido solução para certas
situações de escassez de alguns produtos de consumo e não só, quer se trate de situações
de escassez premeditada (especulação) quer se trate de situações de escassez real. Nestes
casos, ela sirva tanto para o abastecimento do mercado consumidor como para os próprios
formais que por sua vez comercializam aos consumidores finais.

Formas e práticas Características comuns das formas e práticas do sector informal Silva, (2010);
Sousa (2005); Chicombo, (2008).

❖ Mercado legal, com práticas económicas ilegais ou semi-legais;


❖ Os trabalhadores não têm qualquer vínculo laboral;
❖ A economia informal é uma forma de sobrevivência social;
❖ A economia informal é constituída por pequenas empresas ou mini actividade;
❖ Doméstica;
❖ A economia informal é praticada na sua esmagadora maioria por mulheres;
❖ Os rendimentos não são contabilizados.

2.2.4. Economia informal

De acordo com o Jairoce, (2016). Quando se fala da economia Informal consideram-se


actividades caracterizadas por um baixo nível de organização com divisão limitada ou inexistente
entre trabalho e capital e relações de trabalho, geralmente baseadas em colaboração ocasional, de
relação familiar ou de amizade, ao invés de contratos formais. (p.13).

Lopes (2004, cit. em Silva, 2010) define economia informal como sendo “todas as actividades e
práticas económicas legais realizadas por agentes económicos totais ou parcialmente ilegais”.
Posto a isto, a definição adoptada pela 15ª Conferência Internacional de Estatística de Trabalho.

Segundo CIET, (1993 cit. em Chicombo, 2008), é “O sector informal pode


ser caracterizado como consistido em unidades engajadas na produção de
bens ou serviços, com o objectivo primário de gerar emprego e
rendimentos para as pessoas ligadas a essas actividades. Estas unidades
operam tipicamente, com um baixo nível de organização, com pouca ou
9

sem divisão entre trabalho e capital, factores de produção em escala menor


as relações de trabalho onde são baseadas, maioritariamente, em emprego
casual, parentesco, pessoais ou relações sociais, e não em arranjos sociais.

2.2.4.1. Vantagens do Sector Informal

Para além dos aspectos negativos que compõem o sector informal, o mesmo também possui
vantagens, que são elas que na sua maioria contribuem para o aumento do investimento nesse
sector:

Ernst & Young (2004, cit. em Nhaca 2014, p.24) em momentos de crise
económica, política, social e principalmente de subdesenvolvimento
económico, a existência e desenvolvimento de redes informais de
comércio, solidariedade são frequentes, constituindo respostas as
necessidades das populações, pelo que não devem ser reprimidas pois,
desempenham um papel estabilizador da sociedade.

O sector Informal contribui de forma directa para a redução da pobreza, através da prática das
actividades económicas por parte da população desempregada, garantindo deste modo a geração
de auto-emprego, e na criação de fontes de rendimentos. (Mosca, 2010);

Piepoli (2006 cit. em Nhaca, 2014, p.24) perto da linha de raciocínio anterior, afirma que este
sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do comércio informal
que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo na integração do mercado.

2.2.4.2. O impacto do sector informal no desenvolvimento Económico

Segundo Nhaca (2016), o sector informal contribui muito na vida dos moçambicanos, porque é
através dela que cria-se formas de ganhar algo para sobrevivência. Muitos fazem actividades de
prestação de serviços tais como: carpintaria, pedreiro, serralheiros.

Mas destas actividades a que mais contribui para a redução da pobreza é o comércio, estas
actividades abrem espaço de empregabilidade de pessoas oriundas das zonas urbanas e rurais.
10

Segundo Mosca (2010 cit. em Nhaca, 2016) o Sector Informal contribui


para a redução da pobreza, geração de auto-emprego, criação de
rendimentos e acalma eventuais manifestações e revoltas, sendo deste
modo a forma de contribuição do sector informal na redução da pobreza é
criando emprego de modo que as pessoas tenham uma ocupação e terem
um rendimento mensal.

O mesmo autor defende que, a outra forma que o sector informal contribui na redução da pobreza
é o facto de abrir espaço principalmente para as senhoras começarem a praticar alguma
actividade, este sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do
comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo na integração
do mercado.

Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector formal têm
as suas rendas aumentadas devido a prática desta actividade que lhes
permite duplicar ou triplicar os 8 seus ganhos mensais. Com os valores
ganhos na actividade informal estes usam para as despesas caseiras,
pagamento de escolas dos seus educandos e construção de casas de
melhoradas, tornando um desenvolvimento ou mudanças no bairro, no que
diz respeito ao alojamento. (Nhaca, 2016)

2.2.4.3. Funcionamento do Sector Informal

Segundo Silva (2005, cit. em Nhaca 2014, p.24) o sistema informal, em


termos gerais, funciona com um capital de base limitado e as suas
actividades situam-se, normalmente, nas áreas de alimentação
confeccionada, bebidas, venda de bens alimentares diversos, roupas,
utensílios domésticos, ferragens, quinquilharias, entre outros.

Os novos mercados que vão nascendo ocupam terrenos baldios e crescem de forma rápida e
descontrolada, mas, no entanto, funcionam sem infra-estruturas físicas mínimas, na maior parte
dos casos, para além das construções precárias, não estão abrangidas por um sistema de
11

saneamento, distribuição de água e electricidade, ou quando têm são de grande insuficiência para
as necessidades existentes.

2.2.4.4. Factores que levam a maior integração no sector informal

De entre os factores que se podem apontar como factores que concorrem para a proliferação deste
sector em Moçambique, Chicombo (2008) destaca os seguintes:

❖ O aumento do custo de vida, constatando-se um aumento na progressão geométrica dos


preços face ao aumento em progressão aritmética dos salários, aliado a isso está a
crescente remoção dos subsídios;
❖ Privatizações que levam ao despedimento de muitos trabalhadores gerando um aumento
de número de desempregados que não encontram alternativas de sustento senão o ingresso
nas actividades do sector informal;
❖ Alargamento dos impostos quanto mais altos os impostos maior tendência em não
declarar os rendimentos tributáveis e por essa razão maior tendência em ocultar as
transacções que geram os tais rendimentos tributáveis.

Por vez Navalha (2001 cit. em Chicombo, 2008), destaca outros factores que levam ao aumento
da informalidade, nomeadamente:

❖ As autoridades do Ministério de Finanças que aplicam os impostos com base de lucros


presumindo (impostos, muitas vezes acima das suas reais receitas);
❖ A actividade dos inspectores de comércio e a aplicação das suas regras;
❖ A fiscalização do Ministério de Trabalho e da Saúde; e
❖ A falta de incentivo para quem opera (ou tencione começar a operar) no sector formal em
certas áreas das zonas suburbanas e as rurais.

2.2.4.5. Características do Sector Informal

O sector informal caracteriza-se por ser dinâmico, o que faz com que seus operadores sejam
também dinâmicos e economicamente agressivos na busca de rendimentos alternativos (Chichava,
1998 cit. em Chicombo, 2008, p. 25).
12

❖ Não beneficiam de crédito bancário formal, depende de poupanças pessoais, de amigos e


familiares;
❖ Alem de ser de fácil entrada, é um mercado competitivo e sem exclusividade no exercício
de actividades;
❖ Comercializam uma vasta gama de produtos e presta serviços diversos que não envolvem
grandes tecnologias e equipamentos;
❖ Não exige qualificação académica, privilegiando-se as praticas de aprendizagem no
processo de trabalho e;
❖ Não observam os procedimentos legais, e não contribui para as receitas do estado, embora
as vezes seja sujeita a pagamento de taxas e multas diversas.

2.2.5. Desenvolvimento

Em momentos que todos os dias falamos de desenvolvimento reflecte-se na:

A questão do desenvolvimento tem sido relevante para qualquer


sociedade, muito mais do que mudanças quantitativas na condição de
vida do indivíduo, leva-se em consideração os aspectos qualitativos. A
grande dificuldade se encontra em como mensurar, de maneira eficiente,
o desenvolvimento de uma sociedade. (Oliveira, Lages& Dantas, 2006)

Para Perroux (1967), o desenvolvimento é a combinação de mudanças mentais e sociais que


tornam uma população apta a fazer crescer, cumulativa e duradouramente, seu produto real e
global.

Segundo Sitoe, (2005), Na actualidade a análise do desenvolvimento não


pode ser feita apenas em função da informação sobre a riqueza ou
Produto Interno Bruto - PIB, a qual é inadequada para alcançar os
desafios das análises de desenvolvimento, é preciso incorporar outros
aspectos relacionados com o desenvolvimento do capital social e
humano, como sejam: a questão das liberdades políticas,
desenvolvimento intelectual e cultural, estabilidade familiar, liberdade de
13

escolhas com responsabilidade, paz, democracia e não-violência. (Pag.


13).

2.2.6. Desenvolvimento Económico

De acordo com Vasconcellos & Garcia, (2008), “O desenvolvimento económico é um conceito


mais qualitativo, incluindo as alterações da composição do produto e alocação de recursos pelos
diferentes sectores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar económico e
social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimentação, educação e
moradia) ”. (Pag. 255).

Segundo Oliveira, Lages & Dantas (2006), não há uma verdade absoluta ou
um conceito universal para o termo desenvolvimento económico, existem
varias correntes de pensamentos que, ao longo do tempo, se revezaram na
discussão dessa questão. De maneira geral, pode-se caracterizar o
desenvolvimento económico como um processo de mudanças qualitativas,
na estrutura da economia, que conduzem a melhoria do bem-estar dos
indivíduos.

Para Griffths(1997), o termo desenvolvimento económico designa a satisfação das necessidades


básicas de todos os membros da sociedade tais como: abrigo, alimentação, água potável, saúde e
higiene, acesso a educação e outros elementos.

Segundo Mankiewi (1998) “desenvolvimento económico geralmente é


indicado pelo aumento da qualidade de vida dos cidadãos e essa qualidade
geralmente é medida usando o (IDH) índice de desenvolvimento humano
que é um modelo económico que considera factores pessoais intrínsecos
não considerados no crescimento económico”. (Pag. 432-438)

2.2.7. Indicadores de desenvolvimento

Com muita frequência indicadora são apresentados como um valor estatístico em si, desvirtuando
o sentido do próprio conceito: um indicador expressa algo que ele mesmo não é, ou seja, ele
exprime apenas parcialmente determinado aspecto; ele é somente uma espécie de representante de
14

um determinado aspecto de uma realidade bem mais complexa, a título de exemplo, o termómetro
que registra e mensura o estado febril de uma pessoa indica apenas a sua temperatura naquele
momento, mas ele não é a febre em si. Um indicador é, portanto, apenas uma unidade de medida
parcial, substitutiva.

Isto é o facto de uma região/ país apresentar altas taxas de um certo indicador não implica
necessariamente que esse país esteja desenvolvido.

2.2.7.1. Principais tipos de indicadores

É possível diferenciar indicadores de desenvolvimento de acordo com o tipo de informações que


propiciam e conforme sua capacidade de representar tecnicamente os objectivos do
desenvolvimento. Segundo o Unrisd (1984)1, é possível diferenciar entre:

❖ Indicadores per capita: estes indicadores exprimem médias estatísticas em relação ao que
eles medem directamente (pela divisão de medidas agregadas pela população estimada).
São indicadores de carácter mais económico e desconsideram classes de distribuição.
Exemplos: renda per capita, consumo de calorias por habitante.
❖ Indicadores percentuais: estes indicadores exprimem, em relação ao que eles medem
directamente, os percentuais que determinados grupos detêm ou não em relação a um
aspecto específico. São, basicamente, indicadores de carácter social e consideram classes
de distribuição. Exemplos: concentração/distribuição da renda, alfabetização.
❖ Indicadores estruturais: são indicadores que, apesar de também apresentarem os dados que
quantificam em percentuais, não representam metas de desenvolvimento, ou seja, não têm
como objectivo implícito atingir 100% ou 0% nos casos ideais; apenas demonstram
determinada estrutura. Exemplo: estrutura etária, classificação por sexo.

1
UNRISD.( 1984). “Applicability of indicators of socioeconomic change for development planning”. Paris,.
15

2.2.8. Índices de desenvolvimento humano

Todos os indicadores anteriores podem ser sintetizados pelos índices de desenvolvimento humano
(IDH), elaborados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Esse
índice mede o nível do desenvolvimento dos países, regiões e municípios, neste último caso com
algumas adaptações.

O IDH é calculado pela média simples de três componentes: longevidade, educação (taxa de
alfabetização, peso 2/3, e taxa de matrícula nos três níveis de ensino, peso 1/3) e nível de renda
(PIB real per capita em dólares PPC). O IDH varia de 0 a 1: desenvolvimento humano baixo (IDH
≤ 0,499); desenvolvimento humano médio (0,5 ≤ IDH ≤ 0,799); desenvolvimento humano alto
(IDH ≥ 0,800). Sousa (2005)

2.2.8.1. As principais funções dos indicadores

De uma maneira geral pode-se dizer que indicadores de desenvolvimento podem ser utilizados
para os mais diversos fins, entre os quais se destacam:

❖ Diagnosticar as condições de desenvolvimento social ou sectorial;


❖ Propiciar informações sobre problemas sociais ou crises potenciais;
❖ Subsidiar planos e decisões políticas;
❖ Avaliar metas e estratégias globais/sectoriais.

Como se percebe, indicadores podem ter, além de uma função meramente informativa, também
uma função avaliativa, normativa ou decisória, uma vez que servem de referência para a
implementação de objectivos, metas e estratégias. Se, por um lado, indicadores podem ser
utilizados para controlar políticas, por outro lado a política também pode utilizar indicadores para
aumentar os mecanismos de controlo e poder. Em suma, indicadores não podem ser entendidos
como um fim em si mesmo; são, na melhor das hipóteses, instrumentos analíticosauxiliares, úteis
para sistematizar e representar uma realidademuito complexa.
16

2.2.9. Indicadores de Desenvolvimento Económico


2.2.9.1. Percentagem da mão-de-obra rural empregada por sector de actividade

Para este indicador deve ser tomado em conta que existe uma considerável mão-de-obra familiar,
que regra geral não é remunerada de forma directa e que por isso não é contabilizada.A sua
determinação leva em conta o número de dias/hora, despendidos por membros de uma família
rural em cada sector de actividade, de forma remunerada ou não, durante um determinado período
de tempo (época).

Este indicador procura aferir a importância da força de trabalho em cada sector de actividade e
inclui trabalhadores familiares que são na sua maioria não remunerados e muitas vezes não
contabilizados.Uma maneira de medir a força de trabalho rural é através de uma pesquisa
domiciliar que recolhe especificamente informações sobre o número de dias ou horas médias que
cada membro da família dedica em sua própria exploração, sem salários explícitos, e do número
de dias ou horas que trabalham por conta de outrem (por salários).

2.2.9.2. Número de infra-estruturas públicas de apoio ao processo Produtivo e económico

Indica o capital fixo estruturante para o bom desempenho da economia rural, a nível local.Trata
de dados sobre infra-estruturas (estradas terciárias e vicinais, pontecas, drifts, mercados, tanques
carecidas, armazéns de apoio ao processo produtivo e económico etc) construídas por distrito.
17

3. METODOLOGIA

Segundo Lakatos e Marconi (2003), uma pesquisa científica leva sempre em consideração um
conjunto de procedimentos sistemáticos, que se apoia no raciocínio lógico e usa métodos
científicos para encontrar soluções, ou discorrer sobre, algum problema de interesse. É neste
âmbito, que a presente pesquisa é classificada da seguinte maneira:

3.1. Método da pesquisa

Para atingir os objectivos propostos nesta pesquisa, basear-se-á numa pesquisa descritiva, por se
tratar de uma pesquisa que busca identificar e analisar uma realidade. Para Gil (1999) “as
pesquisas descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.
No que tange ao método de abordagem do problema, a pesquisa será qualitativa e quantitativa.

De acordo com Bogdan & Biken (2003), o conceito de pesquisa qualitativa


envolve cinco características básicas que configuram este tipo de estudo:
ambiente natural, dados descritivos, preocupação com o processo,
preocupação com o significado e processo de análise indutivo, por outro
lado, na pesquisa quantitativa, a determinação da composição e do tamanho
da amostra é um processo no qual a estatística tornou-se o meio principal.

Como, na pesquisa quantitativa, as respostas de alguns problemas podem ser inferidas para o
todo, então, a amostra deve ser muito bem definida; caso contrário, podem surgir problemas ao se
utilizar a solução para o todo (Malhotra, 2001).

A pesquisa qualitativa é entendida como Segundo Fachin (1993) “a pesquisa bibliográfica diz
respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunidos nas obras”. Esta será embasada em
material já publicado pertinente ao tema, para formar uma visão conceitual, com aspectos práticos
de utilização e domínio dos elementos em questão.

Para Lakatos e Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica, abrange


toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
18

monografias, teses, materiais cartográficos, entre outros, cuja finalidade é


colocar o pesquisador em contactodirecto com tudo o que foi escrito, dito
ou filmado sobre determinado assunto.

3.2. Quanto a abordagem

Para atender aos objectivos propostos nesta pesquisa, optou-se pela combinação de abordagem
metodológica qualitativa, Ainda, para Kumar (2011) uma pesquisa de natureza qualitativa
preocupa-se em realizar estudos com profundidade em amostras pequenas e seleccionadas
intencionalmente.

I) Quanto a natureza; a pesquisa é aplicada, uma vez que tem o propósito de gerar
conhecimentos para uma aplicação prática com vista a solucionar problemas
específicos.
II) Quanto aos objectivos: está pesquisa é descritiva e explicativa. Descritiva porque
centrou-se na descrição, registo, análise e interpretação dos fenómenos. Explicativa na
medida em que identificou os factores que determinaram fenómenos e explicação do
porquê das coisas.

As principais fases da pesquisa:

a) Revisão bibliográfica e documental: Esta fase consiste basicamente na pesquisa


bibliográfica e documental com recurso à leitura apurada de obras e artigos científicos,
bem como arquivos documentais de instituições que abordam a temática em estudo. A
mesma teve como objectivo identificar marcos e modelos teóricos, e ajudou a produzir
instrumentos de colecta de dados secundários.
b) As variáveis da pesquisa: As variáveis, como consideram Cervo e Bervian (2002), são
aspectos, propriedades ou factores reais potencialmente mensuráveis pelos valores que
assumem e discerníveis em um objecto de estudo.

Segundo Kumar (2011), na amostragem não probabilística: as amostras são escolhidas por
critérios subjectivos de acordo com a experiência do pesquisador e ou objectivos do estudo.
Neste caso não é conhecida a probabilidade de escolha de um determinado elemento da
população. Este tipo de amostragem pode ser subdividido em:
19

a) Por conveniência: as amostras são escolhidas de acordo com a conveniência do


pesquisador, podendo ser constituída por indivíduos que estejam ao alcance do
pesquisador e dispostas a colaborar no estudo;
b) Por julgamento: os elementos da amostra são escolhidos de acordo com um critério
de julgamento do pesquisador, acreditando no que o elemento escolhido possa
fornecer ao estudo.
c) Por cota: o pesquisador procura uma amostra que se identifica, em alguns aspectos,
com a população. É necessário conhecer, a priori, a distribuição na população de
algumas características controláveis e relevantes para o delineamento da amostra.
d) Realização do trabalho de campo: será feita com um breve relatório acerca dos
resultados obtidos para responder a questão norteadora da pesquisa. Reunidas todas as
condições para a realização do trabalho. O trabalho de campo terá duração de dois
meses, onde os dados serão recolhidos por meio.
3.3. Instrumentos de recolha de dados
3.3.1. Entrevistas

Técnica fundamental de investigação em que “uma das partes busca colectar dados e a outra se
apresenta como fonte de informação” (Gil, 1999 p. 117). Assim, serão submetidos à entrevista o
Responsável pelos Comerciantes da Cidade de Chibuto (Vereação das Actividades Económicas
do Distrito de Chibuto), o responsável pela arrecadação das receitas fiscais do município
(Repartição das receitas do CMCC), Vereador da Economia e Finança Local (Vereação da
Economia e Finanças) e Vereador das Infra-estruturas do Distrito (Vereação das Infra-estruturas
da cidade de Chibuto), sendo que cada direcção poderá nos disponibilizar os relatórios das suas
actividades no decorrer das suas actividades correspondente ao período em análise.

3.3.2. Questionários

Considerando o questionário como um conjunto de questões pré-elaboradas, dispostas sistemática


e sequencialmente em itens que constituem o tema da pesquisa, serão aplicados questionários aos
responsáveis das vereações do Município da Cidade de Chibuto, acima referenciados.
20

3.4. Análise e interpretação dos dados

Esta é a última etapa da elaboração do trabalho, na qual será feita a compilação dos dados
colectados na área de estudo. Para os documentos e demais dados secundários, serão analisados
considerando a sua própria procedência, analisando-se o seu conteúdo, sendo as informações
relevantes, descritas na pesquisa. Por sua vez, os dados obtidos através dos questionários,
relatórios financeiros e entrevista,será usado alguns pacotes que ajudam a tabular e analisar tais
como: Excel e Microsoft Word na produção de tabelas e gráficos analíticos.
21

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS


4.1. Breve Caracterização da Área em Estudo Localização geográfica do distrito de
Chibuto
4.1.1. Quanto a área do estudo

O Distrito de Chibuto, com 5.700 Km2, situa- se a Sudeste da Província de


Gaza, fazendo limites a Este, com os distritos de Manjacaze e Panda
(província de Inhembane); Norte com o distrito de Chigubo; a Ocidente
com o distrito de Guijá e a Sul com os distritos de Xai-Xai e Chokwé.
Chibuto tem uma população estimada e 72.605 habitantes. O Mapa a
seguir, apresenta a localização geográfica do distrito. (INE, 2017)

O conselho autárquico tem no seu total 6 mercados numa estimativa de mais de 1000 vendedores
informais, nos quais, dois mercados foram construídos nos últimos 5 anos, em Chimundo e
Nhocane.
Figura1-Mapa do Município de Chibuto

Fonte: Google Maps


22

4.2.Discussão de resultados
4.2.1. Arrecadação de Receitas no Comercio Informal

Segundo os relatórios financeiros do conselho autárquico de Chibuto respeitante ao ciclo da


governação de 2014 a 2018, no que concerne as receitas provenientes do Comercio Informal que
é o ponto focal desse trabalho. Sendo que de 2016 a 2020 o município teve os registos que
rondaram entre 3,952,596.00Mts a 6,866,049.45mts nas arrecadações das suas receitas no que
tange ao comércio Informal, registando um crescimento significativo a cada ano até 2019 e um
decréscimo em 2020, devido a pandemia que assolou o mundo inteiro e tendo em consideração
que maior parte dos comerciantes informais realizam as suas actividades em terrenos baldios,
como ilustra o gráfico nr. 1.

Gráfico 1- Receitas do Comercio Informal (2016-2020)

Receitas do CI
8,000,000.00 6,866,049.45 6,468,751.57
5,376,482.16
5,234,562.19
6,000,000.00
3,952,596.00
4,000,000.00
2,000,000.00
-
2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Elaborado pelo Autor

Na mesma proporção, em termos percentuais foi possível perceber que de 2016 para 2017 o
conselho autárquico registou um acréscimo das suas receitas em 32.43% sendo o maior aumento
em comparação com os outros anos.

A comparação feita segue a ordem de ano a ano, isto é, ano actual com ano anterior mais
próximo, desse modo tendo registado um aumento de 2.71%, 27.71% em 2018 e 2019
respectivamente e por sua vez registou um decréscimo em 2020 de 5.79%, como ilustra o gráfico
nr. 2.
23

Gráfico 2- Evolução das Receitas

0.35 32.43%

0.3
27.71%
0.25

0.2

0.15

0.1

0.05
2.71%
0 0
2016 2017 2018 2019 2020
-0.05 -5.79%

-0.1

Fonte: Elaborado pelo Autor

O responsável pelas finanças da instituição afirmou que essa baixa deveu-se a pandemia que
culminou com limitações na execução das actividades comerciais ao nível nacional como
autárquica, tendo sido possível o encerramento da venda de roupas usadas nos domingos como
forma de proteger os cidadãos da propagação dos vírus.

Participação das Receitas do CI nas Receitas Gerais do Município

Segundo o relatório financeiro do Conselho Municipal da Cidade de Chibuto compreendido entre


2016-2020 respeitante as receitas totais colectadas em comparação as Receitas provenientes do
Comercio Informal, foi possível detectar que durante esse período registou uma comparticipação
elevada em 2019 acentuado em 9.85%. De todos os itens relacionados com as receitas
Municipais no que concerne as provenientes do Comercio Informal, para a autarquia representou
um nível de 6.71%, 7.30%, 7.07%, 9.85% e 6.85% para os anos de 2016, 2017, 2018, 2019 e
2020 respectivamente. Como ilustra o gráfico nr. 3.
24

Gráfico 3- Participação das Receitas do Comercio Informal no total das Receitas


Arrecadadas

12.00%

9.85%
10.00%

8.00% 7.30% 7.07% 6.85%


6.71%

6.00%

4.00%

2.00%

0.00%
2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Elaborado pelo Autor

Participação das Receitas do Comercio Informal nas realizações das Despesas

Em termos das despesas, registou despesas avultadas quase iguais as receitas desde 2016 isso
tendo-se verificado devido ao orçamento que serve como base para a execução das mesmas. O
conselho autárquico durante os últimos cincos (5) anos teve despesas na reabilitação de sete (7)
Edifícios, incluindo de dois postos de saúde e duas praças; e Construção de Cinco (5) Edifícios,
inclusive de um bloco de salas e de um posto de saúde no Bairro Samora Machel.

Segundo Oliveira, Lages & Dantas (2006), diz que, de maneira geral, pode-se caracterizar o
desenvolvimento económico como um processo de mudanças qualitativas, na estrutura da
economia, que conduzem a melhoria do bem-estar dos indivíduos.

Na mesma senda das despesas o conselho conseguiu pavimentar cinco (5) avenidas e sete (7)
ruas; e asfaltou uma (1) avenida e a circular no Bairro 25 de Junho. Continuando, de acordo com
os dados fornecidos pela autarquia nestes cincos (5) anos, conseguiram realizar dezanove (19)
25

estradas de terra batida num nível correspondente; tendo sido possível melhorar onze (11) vias de
acesso ao redor da cidade de Chibuto. Vale referir que durante os cincos (5) anos foram
construídos dois (2) mercados, um em Chimundo e outro no bairro Nhocane, como ilustra o
gráfico nr. 4.

Em consonância com as teorias científicas que de acordo com um dos indicadores do


desenvolvimento que olha para as infra-estruturas que Indica o capital fixo estruturante para o
bom desempenho da economia rural, a nível local. Trata de dados sobre infra-estruturas
construídas por distrito, sendo que o conselho Municipal da Cidade de Chibuto conseguiu as
construir e reabilitar as estruturas acima referenciadas com o apoio das receitas provenientes do
comércio informal.
Para a concretização dessas despesas alistadas e mais outras que a autarquia realizou, foram
despendidos avultados somas de valores que por sua vez em comparação as receitas arrecadadas
no comércio informal chegou a seguintes conclusões com base nos cálculos: Sendo que do total
das despesas realizadas nos últimos 5 (cinco) anos em comparação as receitas do Comércio
informal que contribuíram não em grande parte, pois, não chegaram de atingir 10% do total,
dessa forma registou-se uma participação em 6.83%; 7.38%; 8.79%; 9.16% e 6.91%, para os
anos de 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020 respectivamente. Conforme os dados podemos aferir que
somente em 2019 registou uma participação significativa e em 2016 registou a participação mais
baixa não muito distante do que foi registado em 2020. Para o primeiro caso sustentaram que a
crise influenciou para o registo dos resultados e para 2020 a crise afectada pela pandemia de
COVID-19. como ilustra o gráfico nr. 4.
26

Gráfico 4- Participação das Receitas do Comercio Informal nas Despesas

10.00%
9.16%
8.79%
9.00%
8.00% 7.38%
6.83% 6.91%
7.00%
6.00%
5.00%
4.00%
3.00%
2.00%
1.00%
0.00%
2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Elaborado pelo Autor

Quanto à evolução da participação dessas receitas no que concerne as despesas, que de acordo
com os documentos fornecidos tendem a aumentar desde o ano de 2016 a 2020. Sendo que de
2016 para 2017 registou-se um aumento de 8.12%, desse ultimo para 2018 com uma porção de
19.01%, conseguinte de 2018 a 2019 com um acréscimo de 4.27% e por fim de 2019 a 2020 a
autarquia registou um decréscimo muito significativo atingindo um nível de 24.61%, tendo como
base de justificação a pandemia de COVID-19. como ilustra o gráfico nr. 5.
27

Gráfico 5- Evolução da Participação das RCI na realização das Despesas

0.3

0.2 19.01%

0.1 8.12%
4.27%
0 0
2016 2017 2018 2019 2020
-0.1

-0.2
-24.61%
-0.3

Fonte: Elaborado pelo Autor


28

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1.Conclusões

Ao longo deste trabalho procurou-se, Analisar o papel do Comércio Informal no


Desenvolvimento Económico doMunicípio de Chibuto. Conclui-se esta pesquisa, com o
alcance de todos os objectivos traçados, tendo sido possível responder a questão primordial
da pesquisa e as hipóteses elaboradas foram confirmadas integralmente. Findo o trabalho
percebe-se que o comercio informal contribui na redução da pobreza sendo o facto de abrir
espaço principalmente para as senhoras começarem a praticar alguma actividade, este sector
altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do comércio informal
que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo na integração do mercado.

Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector formal têm as suas rendas
aumentadas devido a prática desta actividade que lhes permite duplicar ou triplicar os seus
ganhos mensais. Com os valores ganhos na actividade informal estes usam para as despesas
caseiras, pagamento de escolas dos seus educandos e construção de casas melhoradas,
tornando um desenvolvimento ou mudanças no bairro, no que diz respeito ao alojamento.
(Nhaca, 2016)

Em termos evolucionários da participação desse sector de actividade, os dados mostram uma


participação não muito significativa mas que a cada ano que passa vem ganhando espaço
directo ou indirectamente no Desenvolvimento do Distrito. Visto que de acordo com os
relatórios, essa áreadisponibiliza fundos financeiros de forma imediata adjudicando o mesmo
para as despesas correntes com grande impacto na execução do trabalho do conselho
autárquico.

De forma conclusiva de toda análise do papel do comércio Informal no desenvolvimento


Económico do Distrito de Chibuto contribui com um mínimo de 6.71% e máximo de 9.85%
nos últimos 5 anos no total das receitas arrecadadas pelo conselho autárquico e com uma
participação de 6.83% a 9.16% nas despesas realizadas nessa autarquia. Findo a analise, é
possível perceber que mesmo sendo um sector com abrangência de maior parte de pessoas
com menos recursos tem um papel não menos importante no desenvolvimento do Distrito
com participação aproximadamente a 10% tanto no total das receitas como nas despesas e
com uma evolução contínua nos últimos anos com excepção do ano.
29

5.2. Sugestões
➢ Assim recomenda-se que o Conselho Municipal crie mecanismos, tanto legais, de
monitorização bem como de diálogo entre as partes de forma a incluir e conferir o seu
espaço ao comércio informal, dado o papel que joga de “salvador” para o consumo
em certas zonas ou locais distantes da concentração de comerciantes, como também
na saída que ela constitui para o grande problema que a economia não consegue
resolver que é o desemprego.
➢ É necessário que o Conselho Municipal preste o mínimo apoio para a sua
rentabilidade, tais como transporte barato, vias de acesso transitáveis, segurança e
liberdade para comerciar e acesso ao capital para o investimento.
➢ Através dos resultados do Inquérito ao Sector Informal se possa conhecer a sua
dimensão em termos numéricos e o que representam para o PIB nacional como forma
de reforçar as estatísticas distritais e dotar as Entidades competentes de meios reais
(informação) para a racional tomada de decisão.
➢ Fazer-se uma avaliação daquilo que poderá ser a contribuição deste sector para os
cofres autárquicos, e tomar as medidas necessárias para fiscalizar a actividades e
assim colher impostos e taxas que vão por um lado permitir um aumento do
rendimento fiscal da autarquia para reforço do seu défice interno (arrecadação), bem
como contribuir para o melhoramento das suas actividades no âmbito de realização de
despesas (aplicação/realização) para o aumento do bem-estar de povo.
➢ Cumprimento da postura e dever urbano por parte dos vendedores, de modo a
cumprirem as regras impostas para o exercício da actividade contribuindo desta feita
para a manutenção de um clima e ambiente de entendimento que beneficie a todos e
as gerações vindouras.
30

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Bresser-Pereira, L.L.C. (2007). Conceito histórico de desenvolvimento económico. Versão de


Fevereiro.

Chicombo, A. F. F. (2008). Sector informal em Moçambique: Seu contributo na geração de


emprego. Tese de Licenciatura, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo,
Moçambique.

Chivangue, A. (2014). Mukhero em Maputo: Analise das Logísticas do Comercio Informal.


Revista Angolana de Sociologia, nr. 14. Editora-ISEG-CEsA.

Gil, António Carlos (2006). Métodos e técnicas de pesquisa social. (5ª ed). São Paulo: Atlas.
INFOR. Resultados do Primeiro inquérito ao Sector Informal (2004/2005). Instituto
Nacional de estatísticas, Maputo.

Griffithis, P.E., (1997) Whateconomicreally are: the problema ofpsychologicalcategories.


Chicago. Universityof Chicago Press.

Instituto Nacional de Estatística (INE). (2016). Índice de Preços no Consumidores em


Moçambique: Dezembro 2016. Maputo: INE. Recuperado a 20 de Janeiro de 2020, de

Instituto Nacional de Estatística (INE). (2017). IV Recenseamento Geral da População e


Habitação: Censo 2017. Recuperado a 08 de Fevereiro de 2020, de
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.ine.gov.mz/iv
-rgph-2017/mocambique/apresentacao-resultados-do-censo-2017
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