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CHIBUTO
DECLARAÇÃO DE HONRA
“Declaro que este trabalho de fim de curso é resultado da minha investigação pessoal, que
todas as fontes consultadas foram citadas e devidamente referenciadas e que nunca foi
apresentado para obtenção de qualquer grau nesta Universidade, Escola ou em qualquer outra
instituição.”
Assinatura
______________________________________
(Faquir Ussene Juma)
ii
Chibuto, -----------/---------/-----------
O Presidente Rubrica
-------------------------------------------
O Supervisor Rubrica
-------------------------------------------
O Oponente Rubrica
-------------------------------------------
iii
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Quando falamos de agradecimentos há aqui uma grande confusão pois fico sem saber a quem
ou a quais pessoas endereçar a gratidão mas tentarei colocar resumidamente todos aqui.
Em primeiro lugar agradeço a Allah por ter me concedido forca, saúde e disposição para fazer
a faculdade e este trabalho de final de curso, pois sem Ele isso não seria possível.
Em Segundo lugar agradecer a todos os docentes da ESNEC pelos seus ensinamentos dados
nesta jornada académica que através destes hoje escrevo minha própria obra e em especial
minha gratidão endereço ao meu orientador Mário Simango pelo seu tempo, paciência,
conhecimento que teve para que fosse possível a realização deste trabalho, aos meus pais
Ussene Juma Faquir e Catija Abdul Latif Amad Saranga, Aos meus amigos e colegas que
fizeram parte desta vida académica, onde tivemos momentos alegres, de tristeza e superação.
Por último agradecer a todos que directa ou indirectamente contribuíram para realização deste
trabalho como também para minha formação meu muito Khanimambo.
v
RESUMO
Summary
The Economic development measures not only the growth of the per-capita product, but also
the distributive profile and the social benefits brought by this growth. This study focuses the
contribution of Informal Business to the Development of the District of Chibuto whose main
focus are the characteristics of the sector’s producers, the techniques applied, production
levels and finally the contribution of the sector to the development of the District is analyzed.
Data collection was based on the following techniques: bibliographic research and document
analysis of the municipality’s reports. The study also used structured interviews conducted to
the staff members working on the sector, including other participants who head departments
with direct or indirect impact. For data analysis and interpretation the study used the
quantitative method and results were presented in tables that explain quantitative matters such
as total revenues collected, revenues from Informal Business and Expenses incurred. The
quantitative method served as an interpretative method of the behavior of the variables
discussed. With regard to the participation of informal Business to the economic
development of Chibuto District, data revealed a contribution of around 6.83 to 9.16% in the
expenses incurred by the municipality. This percentage is not very distant from the share of
the sector in the collected revenues varying from 6.71% to 9.85% in the last 5 years by the
end of 2020.
Keywords: Business, Informal Business and Economic Development.
vii
1. INTRODUÇÃO
Segundo Mosca (2010), a economia informal surge como estratégia de sobrevivência dos pobres
por incapacidade do que se chama de economia formal, em absorver o factor trabalho e gerar
rendimentos. O autor salienta que é ainda uma consequência de desequilíbrios, distorções ou
rupturas de mercado e de políticas desajustadas. Lopes (1999 cit. em Maposse, 2011: 11), afirma
que a fraca capacidade do sector formal de gerar emprego e rendimentos em muitos países faz
com que o sector informal ganhe um papel importante e acabe por ser um meio amortecedor de
tensões económicas sociais.
Ainda segundo Lopes (1999 cit. em Maposse, 2011: 11), o sector informal assegura a manutenção
dos níveis mínimos de coesão da sociedade através da criação de empregos em situação de crise
económico-social e da geração de oportunidades de obtenção de rendimentos para os grupos mais
desfavorecidos. Está provado que nas cidades dos países em desenvolvimento, com manifestas
dificuldades do Estado e do sector dito formal darem respostas às necessidades básicas da
população, o sector informal supre essas faltas, quer nas áreas da produção, da distribuição, da
construção, dos serviços sociais e, sobretudo, do emprego gerador de oportunidades salariais de
uma grande parte da população.
O número de comerciantes informais nas zonas urbanas tem vindo a crescer a partir da adopção
por Moçambique de políticas de reajustamento estrutural. O comércio joga um papel nas
estratégias de geração de rendimento por uma parte da população que não tem emprego. Nalguns
casos o comércio é uma forma de multiplicar o salário ganho por algum membro da família. O
negócio permite transformar o salário num investimento. O comércio informal nas cidades é
exercido por mulheres e por jovens, muitas vezes vindos das zonas rurais. No campo maiores
partes das bancas fixas para a compra de cereais aos camponeses eram geridas por homens-jovens
2
com o ensino primário básico, na maior parte dos casos, concluído. Esta actividade comercial
complementava as suas actividades agrícolas que estavam sob a responsabilidade de uma jovem
esposa. Sendi (2006)
Uma das actividades intermédias e que joga papel crucial na troca de mercadorias é o comércio,
que é a troca e circulação de mercadorias. Ela tem um papel muito importante e dinamizador das
economias e é responsável pelo fenómeno de globalização dos produtos e serviços, colocando os
produtos e serviços produzidos em qualquer canto do mundo, junto ao consumidor. No nosso
país, ela não foge a regra e é o garante da sobrevivência de muitas famílias. O comércio é uma
actividade dicotómica assumindo duas formas: o comércio formal e o comércio informal. O
assunto que este estudo pretende versar é sobre o papel do comércio informal no
Desenvolvimento Económico do Município de Chibuto.
De acordo com Chivangue (2014), o sector informal em Moçambique constitui fonte de emprego
e recursos de sobrevivência da maior parte da população. Maioritariamente dominado por
mulheres, é através deste sector que se observa certa mobilidade social das populações urbanas,
garantindo educação, saúde e até lazer para as suas famílias. O presente trabalho tem por
objectivo analisar o papel do comércio informal no Desenvolvimento Económico do Município
de Chibuto (2016-2020).
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
❖ Analisar o papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico doMunicípio de
Chibuto (2016-2020).
3
1.1.2. Específicos
❖ Caracterizar o município de Chibuto;
❖ Identificar os indicadores de análise de Desempenho Económico do município de chibuto;
❖ Demonstrar o Papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico doMunicípio
de Chibuto;
❖ Avaliar o papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico do Município de
Chibuto.
1.2. Problematização
Por sua vez, Chichava (1998, citado por Jairoce 2016, p.30) advoga que a emergência da
economia e do comércio informal, pequenos importadores “Mukheristas” e “retalhistas”, em
Moçambique, teve lugar a partir da década de 1980.
Perante isto, o sector informal da economia surge como alternativa, através da empregabilidade e
distribuição de rendimentos e vem assegurar a sobrevivência da esmagadora maioria das
populações da África Subsariana, (Silva, 2010). Diante dessas afirmações surge a questão de
pesquisa: Qual é o papel do Comércio Informal no Desenvolvimento Económico do
Município de Chibuto?
4
1.3. Hipóteses
1.4. Justificação
A razão da escolha do tema, tem a ver com a massificação da sua prática nas zonas urbanas
resultando num movimento sem regresso de aventureiros que devido a várias razões encontram
nele um refúgio para sua sobrevivência, conhecidas as condições de vida que se afiguram cada
vez mais difíceis para o cidadão comum, resultando numa intensa competitividade e até conflitos
de interesses entre os seus praticantes (os formais e os informais) e dos outros elementos da
cadeia de circulação de mercadorias desde os produtores aos consumidores finais.
A outra razão prende-se com a pertinência que o tema assume ganhando contornos cada vez mais
elevados, sendo objecto de acesos debates a vários níveis, desde os bares e murros aos mais
elevados níveis de discussão como Universidades, Ministério da tutela, e outros núcleos de
interesse.
Para a sociedade, a escolha desse tema justifica-se por causa da proporção dos praticantes do
comercio informal que se denota a cada dia que passa e das taxas que são cobradas pela autarquia.
Despertando interesse de querer perceber o seu nível de participação no Desenvolvimento do
Distrito, sendo mais importante para a sociedade saber o seu papel na urbe.
2. REVISAO DA LITERATURA
2.1. Breve contextualização
O sector informal da economia teve maior relevo em África após a descolonização dos países da
África subsariana. A questão de desenvolvimento do continente africano começou a ser discutida
nos anos 60 do século XX, quando a maioria dos estados se tornou independente, (Silva, 2010).
No entanto os observadores destes países começaram por notar, segundo Chickering e Salahdine
(1991, cit. em Silva, 2010) que “perante a falta de empregos no sector formal, muitos dos pobres
foram sobrevivendo através do trabalho para eles próprios ou para familiares. Operando fora das
regras e das regulamentações da economia formal, estas actividades foram fornecendo uma vasta
gama de produtos e serviços.
2.2. Conceitos
2.2.1. Comércio
Segundo Rocco, (SD) comércio é o ramo de produção económica que faz aumentar o valor dos
produtos pela interposição entre produtores e consumidores a fim de facilitar a troca de
mercadorias.
Por sua vez segundo Vidari, (SD) sob o ponto de vista jurídico, comércio é o
complexo de actos de intromissão/troca entre produtor e o consumidor, que,
habitualmente, com fins de lucros, realizam, promovem, ou facilitam a
circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar mais fácil e
6
2.2.2. Informal
Segundo o Dicionário Online (SD), Informal é um adjectivo de dois géneros, que descreve algo
ou alguém que não é formal ou uma situação em que não existe formalidade.
Com uma grande contribuição desse tipo de comércio. Silva, Cieta, Sousa e Chicombo não
ficaram de fora ao afirmar que:
❖ Quanto ao rendimento, esta é muitas vezes assegurada através da venda dos resultados da
prática das actividades comercias que são realizadas muitas vezes para o auto-sustento e
que o seu excedente serve de produto de venda para consumidores interessados; noutros
casos, as actividades informais são realizadas exclusivamente para fins comercias, o que
pressupõe a produção de certos produtos, bem como sua compra para fins comerciais
como forma de obter daí alguns dividendos que permitam a sobrevivência dos seus
praticantes e suas famílias.
❖ Ao nível da impulsionação e geração do consumo, sendo uma forma alternativa de compra
os consumidores principalmente os de baixo rendimento que são a sua maioria, vêm uma
saída acessível para o consumo. Esses mesmos produtos, ao invés de serem vendidos em
quilos por exemplo, usam-se medidos já padronizadas remetendo-se a pequenas
quantidades de três ou cinco unidades de cada um dos produtos.
8
❖ Ao nível do abastecimento do mercado, a actividade informal tem sido solução para certas
situações de escassez de alguns produtos de consumo e não só, quer se trate de situações
de escassez premeditada (especulação) quer se trate de situações de escassez real. Nestes
casos, ela sirva tanto para o abastecimento do mercado consumidor como para os próprios
formais que por sua vez comercializam aos consumidores finais.
Formas e práticas Características comuns das formas e práticas do sector informal Silva, (2010);
Sousa (2005); Chicombo, (2008).
Lopes (2004, cit. em Silva, 2010) define economia informal como sendo “todas as actividades e
práticas económicas legais realizadas por agentes económicos totais ou parcialmente ilegais”.
Posto a isto, a definição adoptada pela 15ª Conferência Internacional de Estatística de Trabalho.
Para além dos aspectos negativos que compõem o sector informal, o mesmo também possui
vantagens, que são elas que na sua maioria contribuem para o aumento do investimento nesse
sector:
Ernst & Young (2004, cit. em Nhaca 2014, p.24) em momentos de crise
económica, política, social e principalmente de subdesenvolvimento
económico, a existência e desenvolvimento de redes informais de
comércio, solidariedade são frequentes, constituindo respostas as
necessidades das populações, pelo que não devem ser reprimidas pois,
desempenham um papel estabilizador da sociedade.
O sector Informal contribui de forma directa para a redução da pobreza, através da prática das
actividades económicas por parte da população desempregada, garantindo deste modo a geração
de auto-emprego, e na criação de fontes de rendimentos. (Mosca, 2010);
Piepoli (2006 cit. em Nhaca, 2014, p.24) perto da linha de raciocínio anterior, afirma que este
sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do comércio informal
que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo na integração do mercado.
Segundo Nhaca (2016), o sector informal contribui muito na vida dos moçambicanos, porque é
através dela que cria-se formas de ganhar algo para sobrevivência. Muitos fazem actividades de
prestação de serviços tais como: carpintaria, pedreiro, serralheiros.
Mas destas actividades a que mais contribui para a redução da pobreza é o comércio, estas
actividades abrem espaço de empregabilidade de pessoas oriundas das zonas urbanas e rurais.
10
O mesmo autor defende que, a outra forma que o sector informal contribui na redução da pobreza
é o facto de abrir espaço principalmente para as senhoras começarem a praticar alguma
actividade, este sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do
comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo na integração
do mercado.
Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector formal têm
as suas rendas aumentadas devido a prática desta actividade que lhes
permite duplicar ou triplicar os 8 seus ganhos mensais. Com os valores
ganhos na actividade informal estes usam para as despesas caseiras,
pagamento de escolas dos seus educandos e construção de casas de
melhoradas, tornando um desenvolvimento ou mudanças no bairro, no que
diz respeito ao alojamento. (Nhaca, 2016)
Os novos mercados que vão nascendo ocupam terrenos baldios e crescem de forma rápida e
descontrolada, mas, no entanto, funcionam sem infra-estruturas físicas mínimas, na maior parte
dos casos, para além das construções precárias, não estão abrangidas por um sistema de
11
saneamento, distribuição de água e electricidade, ou quando têm são de grande insuficiência para
as necessidades existentes.
De entre os factores que se podem apontar como factores que concorrem para a proliferação deste
sector em Moçambique, Chicombo (2008) destaca os seguintes:
Por vez Navalha (2001 cit. em Chicombo, 2008), destaca outros factores que levam ao aumento
da informalidade, nomeadamente:
O sector informal caracteriza-se por ser dinâmico, o que faz com que seus operadores sejam
também dinâmicos e economicamente agressivos na busca de rendimentos alternativos (Chichava,
1998 cit. em Chicombo, 2008, p. 25).
12
2.2.5. Desenvolvimento
Segundo Oliveira, Lages & Dantas (2006), não há uma verdade absoluta ou
um conceito universal para o termo desenvolvimento económico, existem
varias correntes de pensamentos que, ao longo do tempo, se revezaram na
discussão dessa questão. De maneira geral, pode-se caracterizar o
desenvolvimento económico como um processo de mudanças qualitativas,
na estrutura da economia, que conduzem a melhoria do bem-estar dos
indivíduos.
Com muita frequência indicadora são apresentados como um valor estatístico em si, desvirtuando
o sentido do próprio conceito: um indicador expressa algo que ele mesmo não é, ou seja, ele
exprime apenas parcialmente determinado aspecto; ele é somente uma espécie de representante de
14
um determinado aspecto de uma realidade bem mais complexa, a título de exemplo, o termómetro
que registra e mensura o estado febril de uma pessoa indica apenas a sua temperatura naquele
momento, mas ele não é a febre em si. Um indicador é, portanto, apenas uma unidade de medida
parcial, substitutiva.
Isto é o facto de uma região/ país apresentar altas taxas de um certo indicador não implica
necessariamente que esse país esteja desenvolvido.
❖ Indicadores per capita: estes indicadores exprimem médias estatísticas em relação ao que
eles medem directamente (pela divisão de medidas agregadas pela população estimada).
São indicadores de carácter mais económico e desconsideram classes de distribuição.
Exemplos: renda per capita, consumo de calorias por habitante.
❖ Indicadores percentuais: estes indicadores exprimem, em relação ao que eles medem
directamente, os percentuais que determinados grupos detêm ou não em relação a um
aspecto específico. São, basicamente, indicadores de carácter social e consideram classes
de distribuição. Exemplos: concentração/distribuição da renda, alfabetização.
❖ Indicadores estruturais: são indicadores que, apesar de também apresentarem os dados que
quantificam em percentuais, não representam metas de desenvolvimento, ou seja, não têm
como objectivo implícito atingir 100% ou 0% nos casos ideais; apenas demonstram
determinada estrutura. Exemplo: estrutura etária, classificação por sexo.
1
UNRISD.( 1984). “Applicability of indicators of socioeconomic change for development planning”. Paris,.
15
Todos os indicadores anteriores podem ser sintetizados pelos índices de desenvolvimento humano
(IDH), elaborados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Esse
índice mede o nível do desenvolvimento dos países, regiões e municípios, neste último caso com
algumas adaptações.
O IDH é calculado pela média simples de três componentes: longevidade, educação (taxa de
alfabetização, peso 2/3, e taxa de matrícula nos três níveis de ensino, peso 1/3) e nível de renda
(PIB real per capita em dólares PPC). O IDH varia de 0 a 1: desenvolvimento humano baixo (IDH
≤ 0,499); desenvolvimento humano médio (0,5 ≤ IDH ≤ 0,799); desenvolvimento humano alto
(IDH ≥ 0,800). Sousa (2005)
De uma maneira geral pode-se dizer que indicadores de desenvolvimento podem ser utilizados
para os mais diversos fins, entre os quais se destacam:
Como se percebe, indicadores podem ter, além de uma função meramente informativa, também
uma função avaliativa, normativa ou decisória, uma vez que servem de referência para a
implementação de objectivos, metas e estratégias. Se, por um lado, indicadores podem ser
utilizados para controlar políticas, por outro lado a política também pode utilizar indicadores para
aumentar os mecanismos de controlo e poder. Em suma, indicadores não podem ser entendidos
como um fim em si mesmo; são, na melhor das hipóteses, instrumentos analíticosauxiliares, úteis
para sistematizar e representar uma realidademuito complexa.
16
Para este indicador deve ser tomado em conta que existe uma considerável mão-de-obra familiar,
que regra geral não é remunerada de forma directa e que por isso não é contabilizada.A sua
determinação leva em conta o número de dias/hora, despendidos por membros de uma família
rural em cada sector de actividade, de forma remunerada ou não, durante um determinado período
de tempo (época).
Este indicador procura aferir a importância da força de trabalho em cada sector de actividade e
inclui trabalhadores familiares que são na sua maioria não remunerados e muitas vezes não
contabilizados.Uma maneira de medir a força de trabalho rural é através de uma pesquisa
domiciliar que recolhe especificamente informações sobre o número de dias ou horas médias que
cada membro da família dedica em sua própria exploração, sem salários explícitos, e do número
de dias ou horas que trabalham por conta de outrem (por salários).
Indica o capital fixo estruturante para o bom desempenho da economia rural, a nível local.Trata
de dados sobre infra-estruturas (estradas terciárias e vicinais, pontecas, drifts, mercados, tanques
carecidas, armazéns de apoio ao processo produtivo e económico etc) construídas por distrito.
17
3. METODOLOGIA
Segundo Lakatos e Marconi (2003), uma pesquisa científica leva sempre em consideração um
conjunto de procedimentos sistemáticos, que se apoia no raciocínio lógico e usa métodos
científicos para encontrar soluções, ou discorrer sobre, algum problema de interesse. É neste
âmbito, que a presente pesquisa é classificada da seguinte maneira:
Para atingir os objectivos propostos nesta pesquisa, basear-se-á numa pesquisa descritiva, por se
tratar de uma pesquisa que busca identificar e analisar uma realidade. Para Gil (1999) “as
pesquisas descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.
No que tange ao método de abordagem do problema, a pesquisa será qualitativa e quantitativa.
Como, na pesquisa quantitativa, as respostas de alguns problemas podem ser inferidas para o
todo, então, a amostra deve ser muito bem definida; caso contrário, podem surgir problemas ao se
utilizar a solução para o todo (Malhotra, 2001).
A pesquisa qualitativa é entendida como Segundo Fachin (1993) “a pesquisa bibliográfica diz
respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunidos nas obras”. Esta será embasada em
material já publicado pertinente ao tema, para formar uma visão conceitual, com aspectos práticos
de utilização e domínio dos elementos em questão.
Para atender aos objectivos propostos nesta pesquisa, optou-se pela combinação de abordagem
metodológica qualitativa, Ainda, para Kumar (2011) uma pesquisa de natureza qualitativa
preocupa-se em realizar estudos com profundidade em amostras pequenas e seleccionadas
intencionalmente.
I) Quanto a natureza; a pesquisa é aplicada, uma vez que tem o propósito de gerar
conhecimentos para uma aplicação prática com vista a solucionar problemas
específicos.
II) Quanto aos objectivos: está pesquisa é descritiva e explicativa. Descritiva porque
centrou-se na descrição, registo, análise e interpretação dos fenómenos. Explicativa na
medida em que identificou os factores que determinaram fenómenos e explicação do
porquê das coisas.
Segundo Kumar (2011), na amostragem não probabilística: as amostras são escolhidas por
critérios subjectivos de acordo com a experiência do pesquisador e ou objectivos do estudo.
Neste caso não é conhecida a probabilidade de escolha de um determinado elemento da
população. Este tipo de amostragem pode ser subdividido em:
19
Técnica fundamental de investigação em que “uma das partes busca colectar dados e a outra se
apresenta como fonte de informação” (Gil, 1999 p. 117). Assim, serão submetidos à entrevista o
Responsável pelos Comerciantes da Cidade de Chibuto (Vereação das Actividades Económicas
do Distrito de Chibuto), o responsável pela arrecadação das receitas fiscais do município
(Repartição das receitas do CMCC), Vereador da Economia e Finança Local (Vereação da
Economia e Finanças) e Vereador das Infra-estruturas do Distrito (Vereação das Infra-estruturas
da cidade de Chibuto), sendo que cada direcção poderá nos disponibilizar os relatórios das suas
actividades no decorrer das suas actividades correspondente ao período em análise.
3.3.2. Questionários
Esta é a última etapa da elaboração do trabalho, na qual será feita a compilação dos dados
colectados na área de estudo. Para os documentos e demais dados secundários, serão analisados
considerando a sua própria procedência, analisando-se o seu conteúdo, sendo as informações
relevantes, descritas na pesquisa. Por sua vez, os dados obtidos através dos questionários,
relatórios financeiros e entrevista,será usado alguns pacotes que ajudam a tabular e analisar tais
como: Excel e Microsoft Word na produção de tabelas e gráficos analíticos.
21
O conselho autárquico tem no seu total 6 mercados numa estimativa de mais de 1000 vendedores
informais, nos quais, dois mercados foram construídos nos últimos 5 anos, em Chimundo e
Nhocane.
Figura1-Mapa do Município de Chibuto
4.2.Discussão de resultados
4.2.1. Arrecadação de Receitas no Comercio Informal
Receitas do CI
8,000,000.00 6,866,049.45 6,468,751.57
5,376,482.16
5,234,562.19
6,000,000.00
3,952,596.00
4,000,000.00
2,000,000.00
-
2016 2017 2018 2019 2020
Na mesma proporção, em termos percentuais foi possível perceber que de 2016 para 2017 o
conselho autárquico registou um acréscimo das suas receitas em 32.43% sendo o maior aumento
em comparação com os outros anos.
A comparação feita segue a ordem de ano a ano, isto é, ano actual com ano anterior mais
próximo, desse modo tendo registado um aumento de 2.71%, 27.71% em 2018 e 2019
respectivamente e por sua vez registou um decréscimo em 2020 de 5.79%, como ilustra o gráfico
nr. 2.
23
0.35 32.43%
0.3
27.71%
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
2.71%
0 0
2016 2017 2018 2019 2020
-0.05 -5.79%
-0.1
O responsável pelas finanças da instituição afirmou que essa baixa deveu-se a pandemia que
culminou com limitações na execução das actividades comerciais ao nível nacional como
autárquica, tendo sido possível o encerramento da venda de roupas usadas nos domingos como
forma de proteger os cidadãos da propagação dos vírus.
12.00%
9.85%
10.00%
6.00%
4.00%
2.00%
0.00%
2016 2017 2018 2019 2020
Em termos das despesas, registou despesas avultadas quase iguais as receitas desde 2016 isso
tendo-se verificado devido ao orçamento que serve como base para a execução das mesmas. O
conselho autárquico durante os últimos cincos (5) anos teve despesas na reabilitação de sete (7)
Edifícios, incluindo de dois postos de saúde e duas praças; e Construção de Cinco (5) Edifícios,
inclusive de um bloco de salas e de um posto de saúde no Bairro Samora Machel.
Segundo Oliveira, Lages & Dantas (2006), diz que, de maneira geral, pode-se caracterizar o
desenvolvimento económico como um processo de mudanças qualitativas, na estrutura da
economia, que conduzem a melhoria do bem-estar dos indivíduos.
Na mesma senda das despesas o conselho conseguiu pavimentar cinco (5) avenidas e sete (7)
ruas; e asfaltou uma (1) avenida e a circular no Bairro 25 de Junho. Continuando, de acordo com
os dados fornecidos pela autarquia nestes cincos (5) anos, conseguiram realizar dezanove (19)
25
estradas de terra batida num nível correspondente; tendo sido possível melhorar onze (11) vias de
acesso ao redor da cidade de Chibuto. Vale referir que durante os cincos (5) anos foram
construídos dois (2) mercados, um em Chimundo e outro no bairro Nhocane, como ilustra o
gráfico nr. 4.
10.00%
9.16%
8.79%
9.00%
8.00% 7.38%
6.83% 6.91%
7.00%
6.00%
5.00%
4.00%
3.00%
2.00%
1.00%
0.00%
2016 2017 2018 2019 2020
Quanto à evolução da participação dessas receitas no que concerne as despesas, que de acordo
com os documentos fornecidos tendem a aumentar desde o ano de 2016 a 2020. Sendo que de
2016 para 2017 registou-se um aumento de 8.12%, desse ultimo para 2018 com uma porção de
19.01%, conseguinte de 2018 a 2019 com um acréscimo de 4.27% e por fim de 2019 a 2020 a
autarquia registou um decréscimo muito significativo atingindo um nível de 24.61%, tendo como
base de justificação a pandemia de COVID-19. como ilustra o gráfico nr. 5.
27
0.3
0.2 19.01%
0.1 8.12%
4.27%
0 0
2016 2017 2018 2019 2020
-0.1
-0.2
-24.61%
-0.3
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1.Conclusões
Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector formal têm as suas rendas
aumentadas devido a prática desta actividade que lhes permite duplicar ou triplicar os seus
ganhos mensais. Com os valores ganhos na actividade informal estes usam para as despesas
caseiras, pagamento de escolas dos seus educandos e construção de casas melhoradas,
tornando um desenvolvimento ou mudanças no bairro, no que diz respeito ao alojamento.
(Nhaca, 2016)
5.2. Sugestões
➢ Assim recomenda-se que o Conselho Municipal crie mecanismos, tanto legais, de
monitorização bem como de diálogo entre as partes de forma a incluir e conferir o seu
espaço ao comércio informal, dado o papel que joga de “salvador” para o consumo
em certas zonas ou locais distantes da concentração de comerciantes, como também
na saída que ela constitui para o grande problema que a economia não consegue
resolver que é o desemprego.
➢ É necessário que o Conselho Municipal preste o mínimo apoio para a sua
rentabilidade, tais como transporte barato, vias de acesso transitáveis, segurança e
liberdade para comerciar e acesso ao capital para o investimento.
➢ Através dos resultados do Inquérito ao Sector Informal se possa conhecer a sua
dimensão em termos numéricos e o que representam para o PIB nacional como forma
de reforçar as estatísticas distritais e dotar as Entidades competentes de meios reais
(informação) para a racional tomada de decisão.
➢ Fazer-se uma avaliação daquilo que poderá ser a contribuição deste sector para os
cofres autárquicos, e tomar as medidas necessárias para fiscalizar a actividades e
assim colher impostos e taxas que vão por um lado permitir um aumento do
rendimento fiscal da autarquia para reforço do seu défice interno (arrecadação), bem
como contribuir para o melhoramento das suas actividades no âmbito de realização de
despesas (aplicação/realização) para o aumento do bem-estar de povo.
➢ Cumprimento da postura e dever urbano por parte dos vendedores, de modo a
cumprirem as regras impostas para o exercício da actividade contribuindo desta feita
para a manutenção de um clima e ambiente de entendimento que beneficie a todos e
as gerações vindouras.
30
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Gil, António Carlos (2006). Métodos e técnicas de pesquisa social. (5ª ed). São Paulo: Atlas.
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