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Faculdade Ética e Ciências Humanas

Disciplina: Gestão Financeira

Tema: Análise do Impacto da Inflação na Gestão Financeira

Discentes:

 Drica Adelina Mondlane


 Helena Anabela Chembele
 Isaura Paulo Ndlalane
 Lavínia Rossana Ernesto da Conceição
 Paulina Samuel Niuaia
 Samuel Boene Junior

Docente: Fabião Fatossone

Maputo, Outubro de 2020


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 1

2. Contextualização sobre a Inflação e Gestão Financeira ......................................................... 2

2.1. Inflação ............................................................................................................................ 2

2.1.1. Os Custos da Inflação ............................................................................................... 3

2.2. Gestão Financeira ............................................................................................................ 3

2.2.1. Finanças .................................................................................................................... 3

2.2.2. Gestão Financeira .................................................................................................... 4

3. Análise do Impacto da Inflação na Gestão Financeira ........................................................... 5

3.1. Inflação na Gestão Financeira ......................................................................................... 5

3.1.1. A separação financiamento x investimento .............................................................. 6

4. Considerações Finais ............................................................................................................. 8

5. Bibliografia ............................................................................................................................. 9
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1. Introdução

O presente trabalho versa em torno da Análise do Impacto da Inflação na Gestão Financeira.


O tema apresenta uma certa importância, na medida em que permite ter uma visão mais
aprimorada em relação a inflação e ao seu impacto na gestão financeira. É possível notar que a
inflação em causada por dois contextos ou fenômeno que são mais palpáveis, além de serem
costumeiramente distinguidos pela teoria macroeconômica: a inflação de oferta e a inflação
de demanda. A inflação de oferta, ou inflação de custos, é gerada a partir de um aumento
significativo de preços de algum insumo bastante relevante para certa economia e a inflação
de demanda é gerada pelo seu excesso na economia, de modo que passa a ser incapaz de ser
totalmente atendido pela oferta existente. E na gestão financeira é essencial para a manutenção
de todo o empreendimento. A gestão financeira realizada pela empresa é considerada um factor
interno e que pode ser controlado. Por outro lado, a inflação é um factor externo (não
controlável) que contribui para o aumento ou corrosão do poder de compra do dinheiro. Deste
modo, podemos verificar que a inflação é responsável por aumentar ou diminuir o poder do
capital financeiro (para compras, investimentos) gerido pelas organizações.

Para a investigação do tema usou-se a pesquisa bibliográfica e leitura dos textos a respeito. Por
fim, como estrutura o trabalho está dividido em introdução, a contextualização dos conceitos
(gestão financeira e inflação), a análise do impacto da inflação na gestão financeira e as
considerações finais.
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2. Contextualização sobre a Inflação e Gestão Financeira


2.1. Inflação
A inflação é vista como um problema importante do sistema económico que deve ser resolvido,
ela tem sido uma preocupação básica dos agentes económicos, pois na presença de períodos
inflacionários, as pessoas tem de pagar preços maiores para adquirir as mesmas quantidades de
bens e serviços que elas consumiam anteriormente.

Em períodos inflacionários, os agentes econômicos precisam de obter maior quantidade de


rendimento para manteremos seus níveis de vida. A inflação reduz o poder de compra (a
quantidade de bens e serviços que uma certa soma de dinheiro pode comprar) dos agentes
económicos.

Segundo Jorge Santos, et all (2010), define a inflação como sendo o aumento contínuo e
generalizado dos preços. Dentro do conceito é necessário destacar que a inflação: (a) é um
processo e não um facto isolado; (b) envolve aumentos contínuos e não esporádicos de preços;
e (c) aumento generalizado de preços e não isolado. A inflação:

 Costuma causar tanto uma crescente deterioração no valor da moeda quanto efeitos
liquidamente negativos sobre toda a economia.
 É um fenômeno econômico que causa profundas consequências sociais e políticas.
 Está estritamente relacionada ao problema mais geral do subdesenvolvimento.
 O dinheiro vale menos gradativamente e, com o passar do tempo, serve para comprar
uma quantidade menor de bens ou serviços.

Para efectuar o cálculo da inflação podemos recorrer aos seguintes indicadores:

 O Deflactor do PIB- mostra a variação de preços do PIB que ocorreu entre o ano base
e o ano corrente.
 O Índice de Preços ao Consumidor (IPC)- mede a variação do nível médio de Preços
de um cabaz fixo de Bens e serviços, representativo das compras de uma família urbana
típica.
 Para o cálculo da Taxa de Inflação (taxa de variação anual a do nível geral de
preços) com vista a medir o custo de vida, podemos recorrer a seguinte formula:
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2.1.1. Os Custos da Inflação

 Perda do Salário Real–apesar de os salários nominais acompanharem a subida de


preços, se os salários nominais não subir em numa medida proporcional ao da subida
dos preços, o salário real dos trabalhadores vai reduzir e reduz consequentemente o seu
poder de compra e o seu padrão de vida dos trabalhadores;
 Dificulta o Planeamento Financeiro: a inflação prejudica as decisões económicas dos
agentes económicos sobre quanto consumir, quanto poupar e quanto investir;
 A Inflação distorce a maneira como os Impostos são colectados: muitos dos
dispositivos do código fiscal incidem sobre o rendimento nominal e não o real, na
presença de inflação o passivo fiscal dos indivíduos pode alterar de uma maneira que os
legisladores não desejavam.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi introduzido em Moçambique em 1989 como uma
primeira tentativa para estimar a inflação no país. O seu cálculo era produzido pela Direção
Nacional de Estatística da Comissão Nacional do Plano (DNE/ CNP) e era baseado numa
pesquisa de despesas familiares da cidade de Maputo, capital administrativa e econômica do
país. Cobria inicialmente cerca de 1060 produtos, cujos pesos no IPC tinham sido definidos por
uma pesquisa de despesas familiares realizada em Agosto de 1984. Assim, o índice cobria
somente bens e serviços oferecidos na cidade de Maputo e era altamente dependente do preço
de alguns poucos produtos alimentares básicos, especialmente pelos preços do tomate e
repolho, que juntos correspondiam a cerca de 10% do IPC (UBIDE, 1997).

2.2. Gestão Financeira

2.2.1. Finanças

O dicionário Aurélio define o termo Finanças como sendo a “ciência e a profissão do manejo
do dinheiro, particularmente do dinheiro do Estado”. De uma forma mais ampla, dizemos que
ela trata do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de
fundos entre pessoas, empresas e governos. Praticamente todos os indivíduos e organizações
obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Em última análise, Finanças é a arte e
a ciência de administrar fundos.

É a arte e a ciência de gerir fundos. Ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos


envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. A maioria das
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decisões empresariais são medidas em termos financeiros. Todas as áreas da empresa:


contabilidade, produção, marketing, recursos humanos, pesquisas e outras necessitam interagir
com a área de finanças apara realizarem seu trabalho.
Principais Providências que a empresa deve tomar em relação às finanças:

 Organizar os registros e conferir se todos os documentos estão sendo devidamente


controlados;
 Acompanhar as contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamentos e
recebimentos;
 Controlar o movimento de caixa e os controles bancários.;
 Classificar custos e despesas em fixos e variáveis;
 Definir a retirada dos sócios;
 Fazer previsão de vendas e fluxo de caixas;
 Acompanhar a evolução do patrimônio da empresa, conhecer lucratividade e
rentabilidade.

Analisando o conceito parece ser alguma coisa um pouco distante do nosso dia-a-dia mas
diariamente temos envolvimento com as finanças. Tomamos decisões financeiras a todo o
momento. Na escolha pelo produto mais caro ou mais barato, na matrícula em um curso, no
parcelamento de alguma dívida, negociação salarial, escolha de um fundo de aposentadoria
mais adequado e assim por diante. Assim, precisamos entender de assuntos financeiros e tomar
as decisões financeiras corretas.

2.2.2. Gestão Financeira

De acordo com Cheng (1989), a Gestão financeira pode ser definida como a gestão dos fluxos
monetários derivados da actividade operacional da empresa, em termos de suas respectivas
ocorrências no tempo. Ela objectiva encontrar o equilíbrio entre a “rentabilidade”
(maximização dos retornos dos proprietários da empresa) e a “liquidez” (que se refere à
capacidade de a empresa honrar seus compromissos nos prazos contratados). Isto é, está
implícita na necessidade da gestão financeira a busca do equilíbrio entre gerar lucros e manter
caixa.

A gestão financeira é uma ciência que determina o mais eficiente processo empresarial de
captação de recursos. Neste conjunto, é necessário levar em conta os problemas da escassez de
recursos e a realidade funcional e prática das organizações. Contudo, não basta apenas
captar e alocar capital, é indispensável gerir os recursos para gerar resultados
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financeiros e econômicos, o que garante a continuidade da empresa e aumenta o capital aos


seus proprietários. (WILKER, 2013). A função financeira tem a finalidade de assessorar a
empresa como um todo, proporcionando-lhe os recursos monetários exigidos. As funções do
departamento financeiro vão muito além do simples controle de contas a pagar e contas a
receber da empresa, sendo assim, dele depende da sua própria sobrevivência.

Para compreensão das actividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por
todas as áreas da empresa. Essa função é responsável pela obtenção dos recursos necessários e
pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses fundos. Encontrada
em qualquer tipo de empresa, a função financeira tem um papel muito importante no
desenvolvimento de todas as actividades operacionais, contribuindo significativamente
para o sucesso do empreendimento (BRAGA, 1989).

A gestão dos recursos financeiros da empresa vai além da simples negociação de prazos e de
juros de uma transação de investimento. A optimização dos recursos financeiros pressupõe
interações contínuas do administrador com os clientes, accionista, investidores, instituições
financeiras, autoridades, regulamentação, bem como o acompanhamento constantes de taxas,
práticas, riscos, parâmetros do mercado que, por natureza, é dinâmico e volátil.
Hoji (2004, p.21) destaca três funções básicas de um administrador financeiro:
-Análise, planejamento e controlo financeiro;
- Tomadas de decisões de investimento; e.
- Tomadas de decisões de financiamentos.
O empresário deve estar atento a estas funções básicas em seu negócio. Deve analisar, planejar
e controlar o uso de seus recursos financeiros e tomar decisões de investimentos e
financiamentos precisas e inteligentes.

3. Análise do Impacto da Inflação na Gestão Financeira


3.1. Inflação na Gestão Financeira

As empresas sentem, seja por conta da queda nas vendas, seja por pagar mais juros quando
utilizarem de crédito para bancar suas operações. Assim, o que se conclui é essa subida
influencia negativamente no desempenho econômico das empresas, principalmente aquelas que
oferecem bens e serviços que possuem substitutos directos, onde novamente se faz necessário
a participação do Gestor Financeiro nesse cenário todo, afim de buscar as melhores alternativas
para empresários e organizações
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O Gestor Financeiro tem papel fundamental no planeamento e soluções, que são impostas pelo
mercado. Na prática empresarial, a gestão financeira é essencial para a manutenção de todo o
empreendimento. A gestão financeira realizada pela empresa é considerada um factor interno e
que pode ser controlado. Por outro lado, a inflação é um factor externo (não controlável) que
contribui para o aumento ou corrosão do poder de compra do dinheiro. Deste modo, podemos
verificar que a inflação é responsável por aumentar ou diminuir o poder do capital financeiro
(para compras, investimentos) gerido pelas organizações.

O objectivo de uma companhia, e, portanto, dos seus gestores, deve ser o de criar riqueza para
seus accionistas (Van Horne 1995). Riqueza representada pelo valor de mercado da empresa,
que por sua vez é uma função das políticas de financiamento, investimento e dividendos da
empresa. E este valor de mercado é descrito como o valor presente de todos os benefícios
futuros que a empresa venha a distribuir aos seus accionistas. Vemos então que o valor da
empresa depende de dois fatores básicos: a expectativa quanto aos benefícios futuros da
empresa, isto é, o fluxo de caixa que ela vai propiciar aos seus acionistas, e a taxa de juros
adequada para o desconto destes fluxos.

A questão a ser colocada é: como é que um processo inflacionário influencia este objectivo? A
resposta passa por um dos factores que acompanham os processos inflacionários: o aumento de
incerteza. Dentro de um processo inflacionário, temos sempre dois componentes: a inflação
esperada (previsível) e a não esperada. A existência desta inflação não esperada eleva a
incerteza dentro de todas as actividades.

Os processos inflacionários são por essência concentradores de riquezas. Esta concentração


ocorre em todos os níveis: entre as pessoas físicas, entre as empresas e entre as empresas e as
pessoas físicas. Essa transferência de riquezas ocorre sempre na direção do ente econômico
mais poderoso. O objetivo da empresa se mantém num processo inflacionário; ela deve gerar
riquezas para seus acionistas, porém essa geração de riquezas será no geral mais difícil e
dependerá de novos fatores como a posição relativa da empresa no cenário econômico. O papel
do administrador financeiro neste contexto reveste-se de uma importância maior que numa
situação sem inflação.

3.1.1. A separação financiamento x investimento

Um dos pilares da Gestão Financeira é o conceito de separação entre as decisões de


financiamento e investimento na empresa. Os recursos captados, depois de internados na
empresa, não são identificáveis com activos. O custo destes recursos, isto é, o custo de capital
da empresa, segundo a teoria tradicional de finanças, é função do nível de endividamento da
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empresa e da relação existente entre capitais próprios e capitais de terceiros. Este custo é uma
função contínua dada por esses dois componentes.

Boucinhas (1980) argumenta que num processo inflacionário temos uma oferta de fundos
segmentada segundo seus custos para a empresa. Esta segmentação teria a seguinte estrutura:
a) Fundos subsidiados com custo muitas vezes negativo; b) Operações com moeda estrangeira
cujo custo depende da política cambial do governo; c) Operações com taxas livres cujo custo
real dependerá da taxa de inflação durante o período da operação; d) Operações com correção
monetária pós-fixada.

A obtenção de fundos dentro de cada um dos segmentos não é independente do objecto a ser
financiado. Por exemplo, as linhas de financiamento têm destinação específica e se constituem
nas fontes de recursos mais baratas disponíveis no mercado. A obtenção destes recursos passa
necessariamente pela definição do activo a ser financiado. E essa segmentação é observada nos
processos inflacionários com pequenas variações. Logo, a separação entre financiamento e
investimento preconizada pela teoria financeira não é aplicável dentro destes processos.
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4. Considerações Finais
Investigado o tema é possível destacar que a inflação acaba por aumentar o custo dos produtos,
e que em casos de produtos substitutos as empresas acabam por ter redução em suas margens,
visto que não conseguem repassar integralmente altas em seus custos. Outro aspecto que acaba
por interferir no desempenho das empresas são as consequências do combate à inflação, por
meio de políticas econômicas adotadas pelo governo.
Os empresários não repassam integralmente todos os aumentos de custos para os produtos, uma
vez que o consumidor irá buscar produtos que substituam aquele que apresentou maior alta. Daí
o conceito de bem substituto, ou seja, aquele que o consumidor substitui parcialmente as
quantidades demandadas por outro quando ocorre variação no preço.

O Gestor Financeiro tem papel fundamental no planeamento e soluções, que são impostas pelo
mercado. Na prática empresarial, a gestão financeira é essencial para a manutenção de todo o
empreendimento. A gestão financeira realizada pela empresa é considerada um factor interno e
que pode ser controlado. Por outro lado, a inflação é um factor externo (não controlável) que
contribui para o aumento ou corrosão do poder de compra do dinheiro. Deste modo, podemos
verificar que a inflação é responsável por aumentar ou diminuir o poder do capital financeiro
(para compras, investimentos) gerido pelas organizações.
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5. Bibliografia
BOUCINHAS, J. F. C. – 1980. Custo, Estrutura de Capital e Decisões de Investimento em
Condições de Inflação – ERA, Rio de Janeiro.

CHENG, Ângela et all (1989). A Importância e a Responsabilidade da Gestão Financeira na


Empresa. Faculdade de economia e administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP),

Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 1975.

HOJI, Masakasu. Administração financeira: uma abordagem prática. 5° ed. São Paulo: Atlas,
2004.

SANTOS, Jorge, et all, (2010). Macroeconomia. 3 ed. Escolar Editora. Lisboa

SOTOMAYOR, Ana Maria e Marques, Ana Cristina. (2007). Macroeconomia. Universidade


Aberta. Lisboa.

Van Horne, J. C. - 1995 - Financial Management and Policy - 10ª ed. - Prentice Hall -
Englewood Clifts, NJ, USA.

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