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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIO LUIZ DELGADO REGIS e Tribunal de Justica do Estado de Sao

Paulo, protocolado em 09/12/2020 às 13:08 , sob o número 11178739720208260100.


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Cointelegraph Brasil

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL


DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1117873-97.2020.8.26.0100 e código A2C4BA4.
SEGREDO DE JUSTIÇA E TUTELA DE URGÊNCIA

ITAÚ UNIBANCO S.A., instituição financeira, com


inscrição no CNPJ n.º 60.701.190/0001 - 04, com sede na Praça
Alfredo Egydio de Souza Aranha, n.º 100, Torre Olavo Setubal, CEP
04344-902, vem à presença de Vossa Excelência, por seus advogados
[Doc. Procuração], propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA CUMULADA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER E


PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face de (1) BANCO SANTANDER S.A., CNPJ n° 90.400.888/0001-


42, com sede na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041, Vila
Olímpia, São Paulo – SP, CEP 04.543-011; (2) BANCO DO BRASIL
S.A., CNPJ nº 00.000.000/0001-91, com sede no Setor Bancário Sul,
Quadra 04, Bloco C, Lote 32, em Brasília, Distrito Federal; (3) BANCO
BRADESCO S.A., CNPJ 60.746.948/0001-12, com sede na Cidade De
Deus, S/N, Prédio Cinza, Térreo, Vila Yara, Osasco - SP; CEP: 06.029-
900; (4) BANCO COOPERATIVO SICREDI S.A., CNPJ nº
01.181.521/0001-55, com sede social em Porto Alegre - RS, na Av.
Assis Brasil, nº 3.940, Passo D’Areia, CEP 91010-003, (5) BANCO
COOPERATIVO DO BRASIL S.A. – BANCOOB, CNPJ nº
02.038.232/0001-64, com sede na Setor de Indústrias Gráficas,
Quadra 06, nº 2.080, Plano Piloto, Brasília/DF, CEP 70.610-46, (6) NU
PAGAMENTOS S.A., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob nº
18.236.120/0001-58, com sede na Rua Capote Valente, 39 - Pinheiros,
São Paulo - SP, 05409-000, (7) BANCO ORIGINAL, CNPJ nº
92.894.922/0001-08,, com sede na Rua Porto União, 295, Brooklin
Paulista, São Paulo – SP, CEP 04.568-020, (8) BANCO INTERMEDIUN
S.A., pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF nº
00.416.968/0001-01, com sede na cidade de Belo Horizonte/MG, na
Avenida Barbacena, nº 1219, 22º Andar, “Edifício Aureliano Chaves”,
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Santo Agostinho, CEP: 30190-131, pelos motivos de fato e de direito a


seguir expostos. Cointelegraph Brasil
(i) Dos fatos

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Como se demonstrará, trata-se de ação que visa à
devolução de transferências bancárias eletrônicas recebidas
indevidamente pelos Réus em virtude de falhas sistêmicas no
processamento de diversas transferências, ocorridas em novembro,
principalmente no dia 26.11.2020

Pois bem.

Em razão de um erro sistêmico, foram realizadas


transferências indevidas e, portanto, em excesso para as contas
bancárias dos bancos favorecidos (em simples explicação: houve
débito de X e crédito de X + X). E os Réus, ainda que cientes da falha
sistêmica quando o valor ainda estava sob a sua ingerência, ao invés
de devolverem o valor indevido ao Autor, permitiram a liquidação dos
créditos nas contas dos correntistas destinatários, impedindo o
estorno e causando o enriquecimento sem causa em relação ao qual
ora se pleiteia devolução de valores, conforme será explicado a seguir.

Esse tipo de falha sistêmica ocorre com alguma


frequência no âmbito das instituições financeiras. Com efeito o
Poder Judiciário costuma enfrentar essa particular questão,
deferindo medidas liminares para autorizar as instituições
financeiras rés a bloquearem e estornarem os valores à instituição
autora, tal como pretende o Autor com a presente ação (para
referência de Vossa Excelência, até para compreender a questão
bancária que ora se expõe, o Autor junta decisões judiciais
proferidas em outras ações) 1.

Assim, os Réus têm ciência desse problema, pois também


já foram vítimas de idêntico erro em seus sistemas tradicionais, como
se pode notar, à guisa de exemplo, por algumas petições iniciais e
decisões judiciais proferidas em outras ações que ora se anexam, tanto
ajuizadas pelas instituições integrantes do conglomerado Itaú (do qual

1
A maioria dessas ações é encerrada por acordos entre as partes. No entanto, vale o registro de que em
uma delas, ajuizada pelo Autor e representado por esta mesma banca de advocacia, tombada sob o
nº 0004071-97.2016.4.03.6100, em tramite na 22ª Vara Cível da Subseção de São Paulo, houve o
julgamento do seu mérito, sendo reconhecida a responsabilidade da Caixa Econômica Federal (CEF)
pelos mesmos motivos que aqui se noticiam. [Doc. 02]
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o Autor pertence), como pelos Réus. Nessa medida, outras instituições
financeiras já passaram por similar problema, conforme relatado em
ações judiciais diversas. [Doc. 01]2.

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Possivelmente, mas não se espera isso, os Réus também
estão a mercê de sofrerem esse erro com futuras transferências
bancárias.

As transferências realizadas de forma indevida em


duplicidade totalizam o importe de R$ 966.392,86 (novecentos e
sessenta e seis mil, trezentos e noventa e dois reais e oitenta e
seis centavos), conforme documento anexo [Doc. 03].

Assim que constatou a falha, o Autor entrou em contato


imediatamente com alguns correntistas para que estes contatassem os
destinatários das transferências e resolvessem a devolução de forma
imediata. Tanto que alguns valores foram recuperados. Em paralelo, o
Autor enviou e-mails aos Réus [Doc. 04), onde relatou o ocorrido,
especificou os valores e solicitou o imediato estorno.

Vale ressaltar que era possível às instituições Rés, quando


informadas do erro sistêmico, procederem ao bloqueio e ao estorno dos
valores indevidamente creditados.

A questão operacional poderia ser resolvida se os Réus não


tivessem sido omissos mesmo cientes do erro sistêmico.

Para que não restem dúvidas acerca da operação técnica


das transferências bancárias, e da afirmação de que era possível a
devolução dos valores pelos Réus, faz-se oportuno esclarecer a
operacionalização de uma transferência bancária, tomando como
exemplo os meios mais tradicionais (DOC/TED/PIX) e que
representam de forma ampla, como funciona a operação bancária e
demonstram, de forma didática, o que causou o ajuizamento da
presente ação.

As transações bancárias são operacionalizadas por meio


de circulação de recursos entre as contas de reserva bancária das

2
Ação nº 1000280-22.2018.8.26.0228, 1103828-25.2019.8.26.0100, 1111893-09.2019.8.26.0100,
1071800-04.2019.8.26.0100, 1082613-90.2019.8.26.0100, 1022282-16.2017.8.26.0100, 1031882-
56.2020.8.26.0100, 5006682-93.2020.4.03.6100.
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instituições financeiras3, por meio de “Sistema de Transferência
Bancária” (STR) para, após, ser creditada na conta destinatária.

Por exemplo, em uma TED, se “A”, cliente Itaú, deseja fazer


uma transferência via TED para “B”, cliente Santander, a operação se

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dá da seguinte forma: o Itaú debita da conta de “A” o valor da
transferência e credita em sua conta de reserva bancária para, após,
debitar da sua conta de reserva bancária e creditar na conta de reserva
bancária do Santander; por último o Santander debita da sua conta de
reserva bancária e credita na conta de “B”4. Enquanto mantido na
conta de reserva bancária, o valor não ingressou no patrimônio do
terceiro e fica sob a ingerência da instituição vinculada à conta do
destinatário da transferência5, razão pela qual não é contra o
correntista que deve ser proposta a presente ação e sim contra o banco.
Veja-se um fluxo ilustrativo sobre a operação:

Contudo, não obstante os Réus tenham recebido as


solicitações após verificado o erro sistêmico, não procederam à
devolução dos valores duplicados na sua conta de reserva bancária,
consoante permitido pelo artigo 6º da Circular n. 3.115, de 22.04.2002,
do Banco Central do Brasil que permite aos bancos solucionarem erros
de transferências.

Ao assim serem omissos, permitiram que as transferências


fossem creditadas e disponibilizadas nas contas dos seus respectivos

3
E foi após a ordem provenientes dos correntistas do Autor, quando os valores ainda se encontravam na
conta reserva dos Réus, é que eles foram notificados para procederem ao bloqueio e a devolução ao Autor.
4
Toda essa movimentação é regulada pelo Banco Central, através de circulares e regulamentos de
observância obrigatória das instituições financeiras e com ampla regulação de forma de se evitar fraudes,
como por exemplo o presente caso.
5
Foi por isso que o Autor comunicou os Réus logo que evidenciou a duplicidade de transferências.
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clientes. Diante deste cenário, não resta outra alternativa senão a
autorização judicial para o estorno.

É evidente que os valores transferidos em em excesso,

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duplicidade ou multiplicidade compõem o patrimônio do Autor e devem
a ele retornar, conforme acima relatado e documentos anexados a este
processo.

Como antecipado nos primeiros parágrafos, essa situação


lamentavelmente ocorre, como se vê nos processos mencionados no
Doc. 01 com relação a transferência por meio de TED, por exemplo
(Ações nº 1000280-22.2018.8.26.0228, 1103828-
25.2019.8.26.0100, 1111893-09.2019.8.26.0100, 1071800-
04.2019.8.26.0100, 1082613-90.2019.8.26.0100, 1022282-
16.2017.8.26.0100, 1031882-56.2020.8.26.0100, 5006682-
93.2020.4.03.6100), em que o Judiciário reconheceu a
necessidade de tutela de urgência, a fim de garantir a devolução
dos valores que pertenciam claramente às instituições financeiras
autoras, determinando o seu bloqueio e o estorno.

Pretende-se, portanto, a devolução das transferências que


foram creditadas em duplicidade nas contas dos Réus e liquidadas nas
contas dos correntistas destinatários.

(ii) Do direito

(ii.1) Preliminarmente: da legitimidade passiva dos Réus.

Como demonstrado acima, em virtude de falha sistêmica,


o Autor creditou nas contas de reserva bancária das mencionadas
instituições financeiras as transferências em excesso, duplicadas e
multiplicadas, os quais, em sequência, foram creditados nas contas
destinatárias.

Ademais, tem ciência os Réus que os valores foram


transferidos em excesso em razão de falha sistêmica, devendo,
portanto, serem bloqueados e estornados para a conta do ora Autor,
conforme documentos juntados a estes autos.

É indubitável a legitimidade dos Réus para procederem ao


bloqueio e estorno dos valores indevidamente creditados como já
reconhecido em outras ações judiciais. Somente as instituições Rés
(que inclusive foram cientificadas sobre o erro sistêmico e ainda
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assim quedaram-se inertes quanto ao seu mister legal de
reembolsarem o Autor) – e mais ninguém – podem bloquear e estornar
ao Autor os valores indevidamente creditados nas contas dos seus
respectivos correntistas. Se assim não o fizeram, devem se

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responsabilizar, agora, pelo reembolso dos valores.

Nesse sentido, a omissão dos Réus torna a conduta


relevante e passível de responsabilização nos termos do artigo 186 do
Código Civil que dispõe que “aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”

Vale mencionar o seguinte precedente, que reconhece a


responsabilidade do banco recebedor das transferências indevidas
para devolverem os valores enviados de forma equivocada. Veja-se:

APELAÇÃO - Ação de Obrigação de Fazer combinada com


Indenização por Danos Morais e Pedido de Tutela
Antecipada - SENTENÇA DE EXTINÇÃO EM RELAÇÃO À
CORRÉ ROAD E PARCIALMENTE PROCEDENTE EM RELAÇÃO
AOS BANCOS - TED para conta de terceiro - Autor que se
equivocou ao informar dados do favorecido - inexistente
responsabilidade da casa bancária, que cumpriu determinação
do correntista, nos seus exatos termos - PEDIDO DE ESTORNO
REALIZADO TRÊS DIAS APÓS - REMANESCE, CONTUDO, O
DEVER DE DEVOLUÇÃO DO MONTANTE TRANSFERIDO,
COM SEUS CONSECTÁRIOS, PELO BANCO RECEBEDOR, A
FIM DE SE EVITAR ENRIQUECIMENTO ILÍCITO - Recurso
que fora utilizado para amortização de saldo devedor de mútuo
do favorecido – RECURSO PROVIDO. (TJSP, AC 0007171-
76.2012.8.26.0587, rel. Carlos Abrão, 14ª Câmara de Direito
Privado, j. 26.08.2015.)6

6
Em outros estados:

CIVL. Processo Civil. Transferência de importâncias por TED. LEGITIMIDADE PASSIVA.


INTERESSE DE AGIR. INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL. Autorização do titular da conta
recebedora. Pagamento do valor. 1. A ALEGAÇÃO DE RECUSA INJUSTIFICADA DA INSTITUIÇÃO
BANCÁRIA DE REALIZAR O ESTORNO DE TRANSAÇÃO BANCÁRIA LHE CONFERE
LEGITIMIDADE PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA EM QUE SE PRETENDE O
PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO PELO VALOR NÃO ESTORNADO. 2.O INTERESSE DE AGIR
CARACTERIZASE PELA NECESSIDADE E UTILIDADE DO PROVIMENTO, NÃO SE
CONFUNDINDO COM O DIREITO DO AUTOR À PROVIDÊNCIA PLEITEADA NA INICIAL. 3.A
INSTITUIÇÃO BANCÁRIA QUE SE NEGA A REALIZAR O ESTORNO DE QUANTIA
DEPOSITADA DE FORMA EQUIVOCADA, MESMO COMO AUTORIZAÇÃO DO RECEBEDOR DO
DINHEIRO, COMETE ATO ILÍCITO, DEVENDO RESSARCIR O DEPOSITANTE DA QUANTIA
NÃO ESTORNADA DEVIDAMENTE CORRIGIDA. 4.A Parte vencida na demanda deve arcar com os
ônus da sucumbência (CPC 20). 5.Rejeitaram-se as preliminares, não se conheceu de parte do apelo do Réu
e, na parte conhecida, negou-se provimento.” (TJDF, AC 0029812-98.2012.8.07.0001, rel. Sérgio Rocha,
2ª Turma Cível, j. 02.04.2014)
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Portanto, tendo havido omissão dos Réus, apesar de
cientes do erro sistêmico, que culminou na transferência indevida, é o
banco favorecido (no caso, as instituições Rés) que deve estornar o
valor ao Autor. Nesta esteira, convém trazer à baila o conceito do que

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é estorno, em sua tradução semântica:

“(...) O estorno consiste em lançamento operado pela


instituição financeira inverso àquele feito erroneamente,
anulando-o totalmente. É, portanto, a retificação de erro
cometido ao lançar uma parcela em débito ou crédito,
assentando na conta oposta quantia igual.”7

Até porque, vale acrescentar, é a conta vinculada ao


banco destinatário que recebe o crédito, e se não é sacado pelo
correntista, se mantém sob o patrimônio e ingerência da
instituição bancária destinatária.

Portanto, estorno é uma espécie de lançamento bancário


típico, utilizado para fazer acertos de erros de lançamentos pela
instituição financeira. Em outras palavras, estorno é um ato do
banco e não do cliente titular da conta favorecida pelo lançamento
indevido, a fim de reparar um equívoco.

Melhor explicando, o lançamento contábil efetuado em


duplicidade pelo Autor não teve o condão de transferir,
automaticamente, a propriedade dos recursos para os clientes
bancários. Lançamentos contábeis irregulares podem acontecer, de
modo que o instrumento adequado para sua correção é, sim, o
estorno.

Assim, fato é que somente os Réus podem proceder ao


bloqueio e ao estorno dos lançamentos indevidos realizados pelo Autor,
daí resultando a sua legitimidade passiva para responderem aos
termos da ação, sobretudo porque as instituições destinatárias já
tiveram a sua legitimidade passiva reconhecida pelo Poder Judiciário,
nas poucas vezes em que o mérito dessas ações específicas foi julgado,
o que deve ser observado, em atenção à função nomofilácica dos
Tribunais, prevista no art. 926 do CPC.

(ii.2) Mérito: invalidade da transferência realizada por


erro. Dever de realizar o estorno por parte dos Réus.

7
SALOMAO NETO, Eduardo. Direito Bancário. Atlas. p. 172.
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O erro do lançamento se deu por ato involuntário do Autor,
de modo que autoriza a anulação da transferência a teor do disposto
no art. 141 do Código Civil8.

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Em analogia, vale recorrer ao artigo 6º da Circular n.
3.115, de 22/4/2002, do Banco Central do Brasil [Doc. 05], expresso
ao dispor que a TED transmitida pode ser estornada ou cancelada, sob
pena de se consagrar o enriquecimento sem causa dos terceiros
favorecidos9. E ainda que, a fim de evitar fraudes, as instituições
financeiras destinatárias das TED’s devem postergar o crédito da TED,
conforme determina o art. 4º da Circular 3.335/06 do Banco
Central10[Doc. 06].

Nesse contexto, os Réus poderiam devolver as


transferências indevidas dos créditos em questão, que foram em
excesso.

Ora, se os Réus foram notificados pelo Autor da


transferência indevida logo após a sua ocorrência, esse crédito pode e
deve ser cancelado, não gerando qualquer tipo de pretensão por parte
dos clientes das instituições Rés. Em outra hipótese, mas correlata,
decidiu o TJSP que a correção de eventual erro do banco, mediante o
estorno de valores, não caracteriza qualquer espécie de dano aos
correntistas:

INDENIZATÓRIA. TRANSFERÊNCIA DE NUMERÁRIO. ERRO


NA TRANSMISSÃO DA TED. ESTORNO. REGULARIZAÇÃO NO
DIA SEGUINTE MEROS ABORRECIMENTOS REITERAÇÃO
DOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA PELO RELATOR.
ADMISSIBILIDADE. FUNDAMENTAÇÃO CONSOANTE
PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL. APLICAÇÃO DO ART. 252
DO RITJSP. Vencido o Relator que conhecia e negava
provimento ao recurso Turma Julgadora que, por sua maioria,
não conheceu o recurso declarando-o deserto, por falta de

8
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o
é a declaração direta.
9
“Art. 6. O sistema de liquidação de transferência de fundos deve prever a possibilidade de cancelamento
de TED não liquidada nos termos de seu regulamento.”
10
Art. 4º Em relação à cada transferência de crédito e qualquer que seja a ordem de transferência de fundos
utilizada, a instituição financeira remetente e a instituição financeira destinatária podem, em vista das
circunstâncias de cada caso, DEIXAR DE OBSERVAR, PELO TEMPO ESTRITAMENTE
NECESSÁRIO, os prazos prescritos pelo art. 2º e pelo § 1º do art. 3º, COM O OBJETIVO DE ADOTAR
AS PROVIDÊNCIAS LEGAIS E REGULAMENTARES RELACIONADAS À APURAÇÃO DE
INDÍCIOS DE IRREGULARIDADE.
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recolhimento da taxa de porte e retorno Recurso que não se
conhece, voto vencido do Relator. (TJSP; APL 9149905-
14.2009.8.26.0000; Ac. 5416906; Cotia; Décima Nona Câmara
de Direito Privado; Rel. Des. Ricardo Negrão; Julg. 13/06/2011;
DJESP 28/09/2011)

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E sendo incontroverso que os Réus receberam em sua
conta de reserva bancária, de forma indevida, créditos em dobro e que
tinham conhecimento do erro sistêmico enquanto geriram esse valor
indevido, e que praticaram ato ilícito nos termos do art. 186 CC, é
inequívoco o dever de bloqueio, estorno e devolução a ser
realizado.

Por consequência, é de rigor que os Réus sejam


condenados a bloquear e, na sequência, estornar ao Autor os valores
creditados em excesso.

Como pedido sucessivo, nas situações nas quais o estorno


não for possível (em virtude de insuficiência de fundos na conta do
favorecido), pede-se a condenação dos Réus na obrigação de fazer
consistente na apresentação do nome,, endereço, valor que não foi
possível recuperar e CPF dos clientes cujos estornos não se
efetivaram, para que o Autor possa exercer seu legítimo direito de
propor ação judicial em face dos mesmos, para recuperação dos valores
que efetivamente lhe pertencem, sob pena de enriquecimento sem
causa dos favorecidos.

(iii) Do pedido de tutela de urgência

Nos termos do art. 300 do CPC, o juiz pode antecipar, total


ou parcialmente, os efeitos da tutela, desde que preenchidos os
seguintes requisitos: a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo. E esses requisitos se encontram
presentes na ação, como passa o Autor a demonstrar.

A probabilidade do direito do Autor se demonstra por


toda documentação anexa demonstrando, por prova documental, que
os Réus quedaram-se inertes em bloquear e estornar as transferências,
apesar de cientes da patente falha sistêmica, que gerou lançamentos
indevidos, em excesso, multiplicado, não havendo procedido à
devolução.

Essa inércia não gerou prejuízo a ninguém além do próprio


Autor, de sorte que a não restituição dos valores em excesso,
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multiplicados, além de majorar de forma significativa os danos por este
sofridos, culminará no enriquecimento sem causa dos clientes das
instituições Rés.

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Além disso, a presente demanda é semelhante a
diversas outras ajuizadas anteriormente, sendo que em todas elas
são deferidas as medidas antecipatórias do pedido que aqui se
formula, sob pena de se inviabilizar a recuperação dos valores que
são evidentemente do Autor.

Dessa forma, resta inconteste a necessidade de devolução


dos valores em excesso, multiplicados, ao Autor em sede de cognição
sumária, conforme prevê o CPC.

Até porque os documentos carreados a esta petição inicial


demonstram, de forma robusta e contundente, que houve realmente
excesso, multiplicidade nas transferências e que a situação objeto
desta lide não é novidade perante o Judiciário que, ao se deparar com
a situação, como é caso das ações judiciais mencionadas no Doc. 1
valendo destacar, em reforço, a decisão proferida nos autos nº
1031129-46.2013.8.26.0100 em que foi deferida medida liminar
inaudita altera pars, [Doc. 07], tal como se verifica da transcrição
abaixo11:

“Vistos. O autor pretende pela via cautelar a antecipação de um


dos efeitos da tutela principal a ser perseguida na ação
principal. Ou, ainda que assim não se entenda, a providência
cautelar pode ser deferida a título de antecipação de tutela na
forma do §7º do art. 273 do CPC. Dessa forma, o autor não goza
de interesse de agir para a presente cautelar, pelo que deve
emendar a petição inicial, atribuindo correto valor à causa e
recolhendo as custas devidas. Contudo, dada a urgência da
medida ora pleiteada e considerando que a medida não
prejudicará terceiros, desde já determino que os réus
bloqueiem no prazo de 24 horas as quantias creditadas em
duplicidade nas contas correntes de seus clientes em
20.05.2013 (indicadas na relação de fls. 14/108) para
oportuna restituição, desde que tais valores ainda estejam
disponíveis nas respectivas contas. Observo que se tais
valores já tiverem sido movimentados pelos correntistas, ao
autor restará apenas a adoção de medidas direta e
individualmente contra os correntistas. Consigno ademais
que, caso haja concordância expressa dos correntistas, os
réus ficam autorizados a restituir os valores creditados em

11
Vale citar ainda, que em outros estados também é comum o deferimento da ordem liminar, como é o caso
da 16ª Vara da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal, nos autos nº 0062778-98.2015.4.01.3400, em
que foi deferida medida liminar aos postulantes daquela demanda [Doc. 08]
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIO LUIZ DELGADO REGIS e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 09/12/2020 às 13:08 , sob o número 11178739720208260100.
fls. 11

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duplicidade no dia 20.05.2013 ao autor independentemente
de nova determinação deste Juízo. Oficie-se aos réus, ficando
o encaminhamento dos ofícios a cargo do autor. No mais,
aguardo emenda na forma determinada, sob pena de extinção e
revogação da liminar. Intime-se.”
“(...) Por fim, considerando que a permanência do bloqueio tem

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1117873-97.2020.8.26.0100 e código A2C4BA4.
causado incomodo aos correntistas, determino que os réus
procedam ao estorno das quantias já bloqueadas,
consignado que esta decisão abrange apenas os valores
transferidos em duplicidade.”

Cita-se ainda a liminar proferida pelo dr. Rodrigo Galvão


Medina, juiz da 9ª Vara Cível Central – SP, nos autos da ação nº
1055023-07.2020.8.26.0100, em 01.07.2020:

“Presentes os requisitos previstos no artigo 300, do novo Código


de Processo Civil, hei por bem em conceder à parte autora os
efeitos jurídicos da tutela jurisdicional acautelatória, na
forma como pleiteada em petição inicial. Isto porque, dano
irreparável ou de difícil reparação virá de sofrer em sua esfera
jurídica de interesses próprios, em não sendo a medida
emergencial agora deferida. Em caráter emergencial e efetivando-
se um juízo valorativo meramente perfunctório dos elementos de
convicção que vêm de acompanhar a investida da parte autora,
ainda nesta fase processual postulatória do feito, considerando
os documentos juntados a fls. 182/195, DETERMINO aos
corréus ré que "no prazo de vinte e quatro horas, bloquear
as quantias creditadas em duplicidade nas contas de seus
clientes indicadas na relação anexa, com o consequente
estorno ao Autor, desde que tais valores ainda estejam
disponíveis nas respectivas contas". E tal, sob pena de, em
não o fazendo, incidir numa multa pecuniária diária em benefício
da parte autora pelo descumprimento da determinação acima
consignada, da ordem de R$ 1.000,00 até o limite de R$
50.000,00. Neste sentido: "AGRAVO DE INSTRUMENTO
Tutela de urgência indeferida Inconformismo Cabimento
Comprovação de transferência (TED) em duplicidade Perigo
de dano evidenciado Medida que pretende afastar a
disponibilização do valor em dobro Presentes os requisitos
legais previstos no artigo 300 do Código de Processo Civil
Decisão parcialmente reformada para deferir a tutela de
urgência a fim de que os agravados bloqueiem e estornem
os valores transferidos em duplicidade existentes na conta
reserva Impossibilidade de estono dos valores que já foram
transferidos aos correntistas Recurso parcialmente
provido." (TJSP; Agravo de Instrumento 2092876-
13.2018.8.26.0000; Relator (a): Daniela Menegatti Milano;
Órgão Julgador: 19ª Câmara de Direito Privado; Foro
Central Cível - 15ª Vara Cível; Data do Julgamento:
25/06/2018; Data de Registro: 26/06/2018).(...)”
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIO LUIZ DELGADO REGIS e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 09/12/2020 às 13:08 , sob o número 11178739720208260100.
fls. 12

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Inclusive, o Autor já foi alvo de erro sistêmico de outras
instituições financeiras, sendo também, demandando em ações
análogas ao presente caso, cuja causa de pedir se deu pelos mesmos
contornos fáticos.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1117873-97.2020.8.26.0100 e código A2C4BA4.
Veja-se, portanto, que não há qualquer dúvida da
plausibilidade do pedido do Autor, razão pela qual é inconteste a prova
inequívoca do direito de ver estornados os valores indevidamente
transferidos creditados em dobro.

Por fim, o risco de dano de difícil reparação e a urgência


são latentes, visto que, quanto mais se prolonga o período de
permanência das dobras nas contas dos clientes dos Réus, maior a
dificuldade de haver o estorno, diante de sua utilização pelos
correntistas.

Especialmente pela presente data, eis que o mercado se


encontra aquecido pelo consumo, em virtude das datas comemorativas
de final de ano, motivando o consumidor à compra e utilização de seus
créditos

Os valores pertencem ao Autor, isso é fato e inequívoco.


Portanto, nada mais justo que sejam imediatamente estornados, de
modo a evitar consequências danosas, não apenas ao Autor, mas
também aos Réus e a terceiros (no caso, os correntistas).

E nem se diga que a medida pleiteada é irreversível. Da


mesma forma como V.Exa. pode determinar que os Réus façam o
estorno das dobras irregulares, poderá também, e isso é mais que
óbvio, determinar que se proceda de forma inversa, se e quando
entender cabível o deferimento de tal ordem.

Diante do exposto, presentes os requisitos autorizadores


da concessão da tutela de urgência, pede-se que esse MM. Juízo
determine, in limine, que os Réus procedam ao imediato BLOQUEIO e
ESTORNO dos valores transferidos em duplicidade indevidamente.

(iv) Do pedido

Diante do exposto, o Autor REQUER:

a) a concessão de Tutela provisória de urgência, a fim


de que os Réus sejam intimados a, no prazo de vinte e quatro horas,
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bloquear as quantias creditadas em duplicidade nas contas de seus
clientes indicadas na relação anexa, com o consequente estorno ao
Autor, desde que tais valores ainda estejam disponíveis nas
respectivas contas dos correntistas.

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b) A citação dos Réus;

c) Ao final, a procedência do pedido, com a condenação


das instituições Rés, tornando definitiva a devolução ao Autor das
transferências em excesso que constam nas contas de seus clientes,
arcando com os ônus de sucumbência;

d) Como pedido sucessivo, no caso de impossibilidade de


estorno em razão dos clientes já haverem sacado/transferido os
valores, a condenação dos Réus na apresentação da relação constando
os nomes, endereços, valores que não foi possível recuperar e
CPFs/CNPJs dos clientes onde não foi possível o estorno, a fim de que
o Autor possa ajuizar demanda judicial específica em face deles;

e) A tramitação do presente feito em segredo de


justiça, haja vista conter informações sobre movimentações
financeiras ativas em nome de clientes dos Réus, resguardadas pelo
sigilo bancário tal como ocorre em todas as ações com o mesmo fato
gerador do que aqui se denuncia; e

f) A produção de todos os meios de provas em direito


admitido.

g) Que todas as intimações sejam remetidas ao DJE em


nome do Dr. Mário Luiz Delgado, OAB/SP nº 266.797, sob pena de
nulidade.

Dá-se à causa o valor de R$ 966.392,86 (novecentos e


sessenta e seis mil, trezentos e noventa e dois reais e oitenta e
seis centavos

Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 09 de dezembro de 2020.

Mário Luiz Delgado


OAB/SP 266.797
OAB/SP 309.350
Marcio Gomes Pires
OAB/SP 357.710
Vanessa Mori de Oliveira
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