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EXCELENTÍSSIMO (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA _______ª VARA CÍVEL DA COMARCA

DE CAXIAS, ESTADO DO MARANHÃO

IDOSO (A) - ART. 71, Lei nº. 10.741/2013


PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DA AÇÃO – FATOR IDADE (art. 1048, I do NCPC)
PROCEDIMENTO: COMUM – ART. 318 E SEGS. DO CPC.
GRATUIDADE DA JUSTIÇA

PARTE AUTORA/REQUERENTE

1. Nome FRANCISCO DOS REIS BACELAR


2. Estado Civil 3. Profissão: APOSENTADA
Localidade: PV SANTO ANTONIO N°: S/N
Complemento: CENTRO Bairro: ZONA RURAL
4. Endereço Município: CAXIAS UF: MA
CPF/MF: 565.066.433-15 CEP: 65600-010
RG/IDENTIDADE:064443372018-5 Órgão Expedidor: SSP/MA
5. Número do Contrato em Discussão: 010018294835
6. Valor do Empréstimo: R$ 13.738,55
7. Número de parcelas: 3
8. Valor da parcela/mensal: R$ 330,00
9. Data Inicial dos Descontos: 03/2021
10. N.º de Parcelas Pagas (Até o Fornecimento do Histórico): 1
11. Total Pago (Até o Ajuizamento da Ação): R$ 330,00

PARTE REQUERIDA
1.NOME BANCO C6 S.A.

2.CNPJ/MF 31.872.495/0001-72 Insc. Estadual:

Logradouro: AV. NOVE DE JULHO Nº: 3148/3186

3.ENDEREÇO Complemento:

Município: SÃO PAULO UF: SP - CEP: 01406-000

Rua: Tomaz Tajra, n.º 766 – Edifício João Luiz Moura, Sala 09, Bairro: Jóquei – Teresina/PI –
CEP: 64048-380 -
O autor(a), através do(s) seu(s) advogado(s), que esta subscreve(m), com escritório
localizado na Rua Tomaz Tajra, n.º 766 – Edifício João Luiz Moura, Sala 09, Bairro: Jóquei – Teresina/PI;
vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO CONTRATUAL C/C


REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL E MORAL

I – PRELIMINARMENTE

I.1 – DA JUSTIÇA GRATUITA

Preliminarmente, o(a) autor(a) requer seja deferido os benefícios da Justiça


Gratuita, por não poder arcar com os ônus financeiros desta ação, sem que com isso
sacrifique o seu próprio sustento e o de sua família, conforme declaração anexa.

1.2 ATENDIMENTO PRIORITÁRIO – IDOSO(A)

É assegurado o atendimento prioritário ao idoso com idade igual ou superior a


60 anos de idade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos
e diligências judiciais, em qualquer instância, requerendo, assim, o deferimento do
benefício, conforme art. 71, § 1.º da Lei 10.741/03 e art. 1.048, I, do CPC.
1.3 DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS ANEXADOS À PEÇA

O Advogado que subscreve, declara autênticas as cópias dos documentos


anexos à peça inicial, nos moldes do art. 425, IV, do CPC.
1.4 DO COMPROVANTE DE ENDEREÇO

No que concerne ao comprovante de residência, esclarece-se que a requerente


possui comprovante de endereço em seu nome.

Ainda nessa linha, com a intenção de sanar eventuais vícios e, sobretudo, de


atender aos requisitos determinados pelo artigo 319, II do CPC, o autor junta igualmente
ao processo o seguinte documento: DECLARAÇÃO DE RESIDÊNCIA (ratificando o
comprovante já anexo aos autos) para demonstrar a competência deste E. Juízo para
processar, julgar e prestar a devida jurisdição ao jurisdicionado.

1.5 DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

A parte autora declara não haver interesse na realização da audiência de


conciliação ou de mediação, conforme artigo 319, VII, do CPC, sobretudo pelo fato da
parte autora já ter buscando a tentativa de resolução administrativa, via canais de
atendimento, como por exemplo, e-mail corporativo da parte ré, conforme documentos
anexos aos autos.

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Além disso, é notória a conduta da parte contrária em casos semelhantes ao em
apreço, sendo possível concluir que eventual tentativa de conciliação (audiência) seria
inócua.

II- DOS FATOS

Com a edição da Lei nº 10.820/03, aperfeiçoada pela Lei nº 10.953/04, foi


institucionalizado no ordenamento jurídico e no cenário econômico nacional a figura do
empréstimo por retenção e consignado em benefícios de renda mínima pagos pelo
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

O objetivo fundamental das referidas leis foi facilitar a obtenção de


empréstimos por parte dos segurados da Previdência Social, diminuindo o risco da
operação para as entidades credoras e, por conseguinte, as taxas de juros praticadas
para esse nicho específico da população.

Anualmente, em torno de 50 bilhões de reais são disponibilizados pelas


instituições financeiras autorizadas a operar o sistema, a aposentados e pensionistas
da Previdência Social, gerando as operações vantajosos lucros, em face do risco
mínimo, dos incentivos fiscais e da desburocratização na realização das contratações.

Ocorre, Excelência, que na operação desse mecanismo de concessão de


crédito, um imenso abuso vem sendo cometido por algumas Instituições Financeiras
credenciadas a operar o sistema, especialmente por aquelas que se utilizam de
correspondentes ou agentes credenciados, prejudicando de forma irreparável os
consumidores que, via de regra, são pessoas de idade avançada, analfabetos ou
analfabetos funcionais. Estes últimos até conseguem “desenhar” o nome, porém não
sabem ler, além de não compreenderem a real dimensão de um contrato de
empréstimo bancário - quando o assinam - resultando nas mais injustas, variadas e
absurdas cláusulas contratuais. Isso, repita-se, quando contrato expresso existe,
autorizando consignações diretas nos parcos proventos dos beneficiários da
Previdência.

Dentre as várias situações existentes no contexto acima narrado, estão as


vítimas que até podem ter firmado contratos de empréstimos, mas receberam aquém
do contratado, ou são surpreendidos com a existência de outros empréstimos que
nunca fizeram, deparando-se com a existência de bancos credores dos quais nunca
ouviram falar, e de valores supostamente recebidos, que de fato nunca receberam,
apesar de terem ou estarem suportado os descontos.

In casu, a parte autora, de avançada idade, foi surpreendida ao receber seus


proventos, com a diminuição considerável do valor que costumara receber
mensalmente.

Diante disso, dirigiu-se então a Agência do INSS para obter algum


esclarecimento do fato incômodo, sendo lá surpreendida com a informação de que
havia diversos empréstimos supostamente contratados, mensalmente consignados em
seus proventos, alguns findos, completamente pagos, e outros ainda ativos.

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Da análise do Histórico de Consignações no benefício previdenciário da parte
Autora, depreende-se que foi gerado, por ação da parte Requerida, o contrato de
empréstimo acima nominado e que se pretende seja declarada sua inexistência, pois
em momento algum pretendeu o que ele materializa.

Vale registrar que a parte Autora requereu, administrativamente, a exibição do


referido contrato para que comprovasse o ingresso dos recursos em seu património, ou
seja, da entrega do valor supostamente contratado, entretanto, quedou-se silente,
deixando claro, que a avença nunca existiu.

Não é demais lembrar que estamos diante de uma relação de consumo,


hipótese em que o ônus da prova deve ser invertido; e cabia a parte Demandada provar
a existência do contrato e que o mesmo foi celebrado com todas as observâncias das
formalidades legais.

Ora, infelizmente, pessoas como a parte Autora, idoso, costumam ser alvo de
fraudes por partes de indivíduos que se dizem representantes dessas Instituições
Financeiras, por serem hipossuficientes em excelência, tornando fáceis de ludibriar,
sem ter a real noção do contratado por este ato.

Na hipótese, nem mesmo é possível afirmar que isso ocorreu, pois nada foi
apresentado em resposta a requerimento administrativo da parte Autora – documento
anexo, que demonstrasse a existência do contrato e a legalidade das consignações
efetivadas mensalmente.

Diante dos fatos acima transcritos, a parte Autora, sobrecarregado pelas


parcelas mensalmente “confiscadas” de seu único e insuficiente rendimento de forma
injusta, pagando algo que não deve, com enorme sensação de impotência, não teve
outra opção senão propor a presente Ação, com intuito de declarar nulo/inexistente o
suposto contrato objeto da ação, afim de que possa reaver o confiscado injustamente
(em dobro), montante este que pode ser facilmente identificado pelas informações
constantes no Histórico de Consignações anexado aos autos, e ser devidamente
ressarcido (a) pelos danos morais decorrentes da capciosa contratação.

Dispostos os fatos, passa-se às razões de direito que guarnecem esta


pretensão.

III – DO DIREITO

III.I – DA INEXISTÊNCIA DA RELAÇÃO JURÍDICA

Inicialmente, ressalta-se que para haver uma relação jurídica contratual são
necessários certos elementos, quais sejam: a) agente capaz; b) objeto lícito; c) forma
prescrita ou não defesa em lei; d) manifestação de vontade e/ou consentimento.
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Em que pese tais requisitos, cabe aqui tecer alguns comentários somente a
respeito da manifestação de vontade, já que esta inexistiu no caso em evidência. Nesse
contexto, tal tema encontra-se, de maneira interpretativa, no artigo 186 do Código Civil.

Pois bem, neste caso pode-se observar a violação do aludido artigo, uma vez
que a parte ré agiu dolosamente na celebração do contrato de empréstimo incluindo a
rubrica “consignação empréstimo bancário” sem o consentimento expresso e
conhecimento do Autor.

Além disso, nota-se também que a instituição financeira, ora ré, não agiu com
boa-fé objetiva, isto é, violou o dever de probidade, lealdade, transparência, etc.
com a contratante.

Da mesma forma há violação ao CDC, mais precisamente do artigo 6º, inciso III,
visto que este determina a adequada informação sobre os diferentes produtos e serviços
contratados, o que, evidentemente, faltou no caso em tela, pois jamais foi interesse da
Requerente este serviço. Por conseguinte, requer a declaração de
inexistência/nulidade do contrato, dado que a autora não pactuou de forma livre,
consciente e expressa o suposto contrato celebrado.

III.II – DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO

Como adiante se demonstrará a responsabilidade da instituição bancária por


falha do serviço é de ordem objetiva e sequer comporta digressões acerca de culpa. O
Banco agiu de má-fé “criando” empréstimo não contratado ou – no mínimo -
assumindo o risco da contratação intentada por algum agente que lhe presta
serviço, que de posse dos dados do autor, “fabricou” empréstimo para lucrar com
comissão.

Nesse sentido, deve o banco assumir o ônus de arcar com prejuízos decorrentes
de sua omissão, reparando os danos causados ao autor que foi surpreendido com a
redução de seus proventos, sem ao menos receber qualquer vantagem em troca.

No mais, a conduta ilícita está demonstrada, pois, como já referido, o


requerimento administrativo foi encaminhado à parte Demandada, a qual não
apresentou e nem tampouco justificou a recusa em apresentar o suposto contrato
gerador das consignações que reduz o benefício da parte Autora e, em
consequência, impõe a esta, sensíveis perdas de sua renda mensal de
subsistência.

Destaque-se o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça – STJ, através


da Súmula Jurisprudencial n°.479, que diz “in verbis” “as instituições financeiras
respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a
fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”.

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III.III – DO DIREITO À RESTITUIÇÃO EM DOBRO

Resta claro que os descontos efetuados pela Requerida no benefício do(a) Autor(a),
são indevidos, o que culmina na incidência das disposições do CDC ao caso em exame,
devendo a questão da repetição do indébito ser analisada à luz dos seus postulados.

Com efeito, a sanção da repetição reclama a presença de alguns requisitos, quais


sejam: que a dívida seja proveniente de relação de consumo, tenha sido efetivamente paga e
tenha a cobrança sido efetuada extrajudicialmente.

Observe-se que, a repetição de indébito deve ser aplicada sempre que o fornecedor
(direta ou indiretamente) cobrar e receber, extrajudicialmente, quantia indevida. Nesse sentido,
“in verbis”:
Art. 42. Parágrafo único do CDC: “O consumidor cobrado em
quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável”.

Nesta feita, o direito acima delineado, decorre não só da inexistência do suposto


contrato, devendo-se destacar que a cobrança e o pagamento indevido resultaram de ato desleal
do demandado, que efetuou abusivos descontos mensais na folha de pagamento da parte
Autora, gerando- lhe manifesto superendividamento, além de ter comprometido de forma densa
a renda e a subsistência da parte requerente

III.IV – DO DANO MORAL

No tocante aos danos morais, há uma série de dispositivos na legislação que


abordam o tema, defendendo a ideia de que é obrigação daquele que causar dano a
outrem efetuar a sua devida reparação.

Os citados dispositivos estão insculpidos desde a Constituição da República até


nas legislações infraconstitucionais, destacando o Código Civil e o Código de Defesa do
Consumidor, senão vejamos:

Constituição Federal de 1988

Art. 5.º (...)

V – “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao


agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem”. (...)
X – “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação”.

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Código Civil
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo ÚNICO. “Haverá obrigação de reparar o
dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem”

Código de Defesa do Consumidor - CDC


“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a efetiva
prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos; Art. 22. Os órgãos
públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo,
serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las
e a reparar os danos causados, na forma prevista
neste código” (destacamos).

Destaque-se, também, o posicionamento do Tribunal da Cidadania, através da


Súmula Jurisprudencial n°. 479:

“As instituições financeiras respondem


objetivamente pelos danos gerados por fortuito
interno relativo a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias”.

O entendimento jurisprudencial de nosso Egrégio Tribunal, firmada no IRDR nº


53.983/2016, é patente no sentido de indenizar os consumidores pelos danos morais
sofridos em razão de empréstimo fraudulento, por parte das instituições bancárias,
vejamos:

“CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃ O


CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA
DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. EMPRÉSTIMO FRAUDULENTO.
INCIDÊNCIA DO CDC. REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO RAZOÁVEL E PROPORCIONAL.
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RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
UNANIMIDADE. I. Incidem as regras do Código de
Defesa do Consumidor, vez que o recorrente figura
como fornecedor de serviços, enquanto a recorrida
enquadra-se no conceito de destinatária final, portanto,
consumidora, nos termos dos artigos 2º e 3º, § 3º da Lei
nº 8.078/90. II. Da análise detida dos autos, verifica-se
que o apelante não se desincumbiu de provar que
houve a contratação do empréstimo consignado pela
apelada, ônus que lhe cabia, nos termos do art. 373,
inciso II, do CPC e da Tese nº 1 firmada no IRDR
53983/2016. III. Assim, correta é a decisão que
determina a devolução em dobro do valor descontado,
ante a ausência de prova da validade do contrato de
empréstimo consignado (Tese nº 3 do IRDR
53.983/2016). IV. Registre-se que a conduta do
Banco ensejou danos morais passíveis de
indenização, haja vista que, ao efetuar os descontos
indevidos, provocou privações financeiras e
comprometeu o sustenta da apelada, trazendo-lhe
sérios prejuízos e abalos internos. V. Manutenção o
quantum indenizatório fixado na sentença em R$
5.000,00 (cinco mil reais). VI. Apelação cível
conhecida e desprovida. Unanimidade. (ApCiv no (a)
ApCiv 006829/2017, Rel. Desembargador (a)
RAIMUNDO JOSÉ BARROS DE SOUSA, QUINTA
CÂMARA CÍVEL, julgado em 02/03/2020, DJe
06/03/2020). [Destacamos].

EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. ILICITUDE DOS


DESCONTOS. DANO IN RE IPSA. QUANTUM
INDENIZATÓRIO/ASTREINTES.
ROOPORCIONALIDADE. 1. O só desconto indevido de
benefício previdenciário, mercê de empréstimo não
contratado, configura dano moral in re ipsa, segundo
entendimento predominante neste Tribunal. 2. Arbitrada
em patamar razoável, não discrepante daqueles
adotados pelo Tribunal para casos semelhantes, deve
ser mantida a reparação por danos morais na quantia
fixada. 3.A obrigação de abstenção de descontos
indevidos decorrentes de empréstimos fraudulentos não
enseja aplicação de multa diária, devendo incidir a partir
de cada dedução irregular. 4. Apelo conhecido e
parcialmente provido. Unanimidade. (ApCiv
0168342019, Rel. Desembargador(a) PAULO SÉRGIO
VELTEN PEREIRA, QUARTA CÂMARA CÍVEL,
julgado em 27/08/2019, Dje 06/09/2019).”
[Destacamos].

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Portanto, tendo em vista as especificidades da causa em fomento o arbitramento
do dano moral em R$ 10.000,00 (dez mil reais) é o tido como justo para reparar o
sofrimento da Autora, bem como para penalizar educativamente à Requerida, para que
esta melhore seus canais de atendimento e busque efetivamente resolver as questões
no âmbito administrativo, evitando a busca do Poder Judiciário que deve se ocupar de
assuntos de maior relevância.

IV – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O Código de Defesa do Consumidor, ao adotar a Teoria Objetiva dos


fornecedores de produtos e serviços, os impôs, unilateralmente, a prova em contrário
nas relações de consumo, assim deve contraprova os fatos alegados pelo consumidor
na chamada inversão do ônus da prova:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências”. (Destacamos).
Vê-se, então, que a inversão do ônus da prova em favor do consumidor depende
de dois requisitos: a verossimilhança da alegação ou quando o consumidor for
hipossuficiente.
Sendo assim, invoca-se a inversão do ônus da prova na presente demanda, no
sentido de obrigar a requerida a provar a falsidade das alegações, apresentando os
documentos necessários que comprovem a inexistência das falhas de serviço, tendo em
vista a mesma possuir maiores condições para a produção das provas necessárias.

V - DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS

Tendo em vista que o autor não teve acesso aos documentos referentes ao
seu suposto contrato de empréstimo, requer seja oficiado o banco réu para que junte aos autos a
documentação referente à autora no prazo de 05 dias, sob pena de multa diária a ser fixada por
este juízo. Sendo que tal ato tem o condão de verificar a veracidade dos fatos aqui narrados,
bem como determinando a baixa do débito automático e, ao final, julgar procedente os pedidos
formulados pelo requerente.

VI – DOS PEDIDOS

Rua: Tomaz Tajra, n.º 766 – Edifício João Luiz Moura, Sala 09, Bairro: Jóquei – Teresina/PI –
CEP: 64048-380 -
Isto posto, REQUER:
a) A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, conforme
artigos 98 a 102 do CPC;
b) Com fulcro no art. 319, VII, do NCPC, seja dispensada a designação de
audiência de conciliação e mediação, requerendo, pois, o prosseguimento do feito;
c) Que seja recebida, autuada e devidamente processada a presente Ação pelo
PROCEDIMENTO COMUM (Art. 318 e segs. do NCPC), com tramitação preferencial,
nos termos do Estatuto do Idoso, bem como do art. 1048, inciso I, do NCPC, devendo,
assim, receber o processo identificação própria e diferenciada;
d) A citação da parte requerida, via postal, por meio de carta com AR (aviso de
recebimento), ou, ainda, por meio eletrônico, tudo nos termos do art. 246, incs. I e V, do
NCPC, para que a mesma tome conhecimento da ação e manifeste-se quanto ao
requerimento de dispensa da audiência de conciliação, e sim assim concordar, que
apresente contestação no prazo que lhe defere a lei, sob pena de revelia e confissão;
e) Que caso Vossa Excelência julgue necessário, determine na forma dos arts.
396 e seguintes do NCPC, que a parte Requerida exiba o CONTRATO de número
constante no início desta petição, bem como o comprovante de entrega dos valores
objeto do contrato à parte Autora (de uma vez que deixou de fazê-lo em atendimento a
requerimento administrativo, cfe. cópia anexa); ou outros documentos que entenda
Vossa Excelência indispensáveis à comprovação do alegado, tudo na forma dos arts.
399 e seguintes e sob pena de aplicação das sanções legais previstas no citado diploma
legal.
f) Que seja consolidada, diante do que dispõe o art. 6º, VIII, do Código de
Defesa do Consumidor, a inversão do ônus da prova em benefício da parte Autora,
tendo em vista o verdadeiro “abismo” social/econômico que existe entre as partes, a
verossimilhança das alegações e o grau de fragilidade econômica e intelectual da parte
Requerente.
g) Que seja reconhecida a responsabilidade objetiva da Requerida, com fulcro
no art. 14 do CDC e SÚMULA 479 DO STJ;
h) Que seja a ação julgada procedente, declarando-se nulo ou inexistente o
contrato acima indicado, que vem sendo utilizado para os descontos mensais do
Benefício Previdenciário de renda mínima da parte Autora – histórico de consignações
anexo – suspendendo em definitivo quais desconto decorrentes do mesmo e, ainda,
condenando-se a Requerida:
I) A repetição do indébito, nos termos do artigo 42, parágrafo único, da Lei
8.078/90, Código de Defesa do Consumidor, ressarcindo a parte Autora em dobro o que
cobrou indevidamente;
II) A indenizar a parte Promovente pelos danos morais injustamente suportados,
pois, por culpa exclusiva da Demandada, que praticou atos que causou dor, abatimento
psicológico, sofrimento, enfim, forte abalo emocional e financeiro aquela, gerando,
assim, um dano moral que reclama reparação ou um lenitivo em forma de pecúnia, em
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quantia a ser definida por arbitramento de Vossa Excelência, considerando para tanto, o
constrangimento gerado à parte Autora, pela impossibilidade de utilização da totalidade
de seus recursos, bem como o caráter punitivo e inibidor a quem provocou, evitando que
novos casos se verifiquem;
III) Por tratar-se de demanda que envolve unicamente questões de direito, e
uma vez que todas as provas devem ser apresentadas junto com a Contestação,
REQUER seja feito o julgado antecipado, na forma do que dispõe o art. 355, I do NCPC
c/c art. 595 do CC;
IV) Em sendo considerada a presente demanda procedente, REQUER
aplicação de MULTA diária no importe de R$ 200,00 (duzentos reais), caso a Requerida
não cumpra a r. sentença proferida, de acordo com o previsto no art. 536, § 1º, do
NCPC;
V) A condenação da parte requerida ao pagamento de custas processuais e
honorários advocatícios, estes a serem arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o
valor da total condenação;
VI) Requer, outrossim, provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, especialmente através dos documentos acostados e depoimento pessoal de
representante da Demandada RUA TOMAZ TAJRA Nº 766, ED. JOÃO LUIZ MOURA,
SALA 09, BAIRRO JOQUEI, TERESINA- CEP: 64.048-380 – TEL. (86) 98104-1536 12
E-MAIL: acordos2022@hotmail.com
Dá-se a causa para efeitos meramente legais, o valor de R$ 10.000,00 (Dez mil
reais).
Nestes Termos, Pede Deferimento.

Caxias/MA, 17 de setembro de 2023.

ARQUIMEDES DE FIGUEIREDO RIBEIRO

ADVOGADO – OAB/MA 22.978-A

Rua: Tomaz Tajra, n.º 766 – Edifício João Luiz Moura, Sala 09, Bairro: Jóquei – Teresina/PI –
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