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JUIZADO ESPECIAL
MARIA JOYCYELY VIERA FERREIRA, Status Civil: Casada com JOSÉ LOPES
DE ARAÚJO SEGUNDO, Profissão: Do Lar, sob n° CPF: 074.698.413-85 e n° RG
2008744979-4, residente na rua D. PEDRO II, n° 1763, CEP: 63792-945 na cidade
CRATEÚS-CEARÁ, por intermédio de seu ADVOGADO JOELSON MOURÃO com
procuração infra-assinada e com endereço declinado ao rodapé, vêm, respeitosamente
perante Vossa Excelência, propor a presente
I – I. DA JUSTIÇA GRATUITA
Em primeira análise, cumpre ressaltar que a Autora é economicamente carente, não tendo
condições de atender o pagamento das custas processuais, sem que seus sustentos e de
suas famílias seja prejudicado, conforme demonstram os comprovantes de rendimentos e
a declaração de hipossuficiência anexa.
Sendo assim, pleiteiam a concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art.
4º, §§ 1º e 2º da Lei n. 1.060/50 c/c o art. 5º, inc. LXXIV da Constituição Federal.
Nos termos do artigo 319, VII, do atual Código de Processo Civil, as Requerentes
informam que têm interesse em resolver a lide de forma consensual, pois pretendem
dirimir o litígio de forma célere.
II – DOS FATOS e OCORRIDOS
Em 17 de SETEMBRO de 2023, a Autora, pessoa do lar, casada com José Araújo, na
ânsia de possuir seu primeiro veículo automotor, fazendo pesquisa em sites, entrou
em contato com o Representante de Vendas Sr. PEDRO MOURA, para saber mais do
anúncio de venda de veículo na OLX, site: https://ce.olx.com.br/fortaleza-e-
regiao/autos-e-pecas/carros-vans-e-utilitarios/hyundai-veloster-2012-em-otimo-
estado-1229989707 , no qual o Requerido MESMO REPASSOU UMA SIMULAÇÃO
DE ORÇAMENTO, CONFORME O ANEXO
Sendo assim orientado por WhatsApp , visto o interesse na compra do veículo,
firmaram um contrato n° 0000869970 SÉRIE A de consórcio para uma compra de
veículo automotor VELOST DE ANO 2012 com o Sr. PEDRO MOURA, que se
intitulou como funcionário da Empresa ALPHA PROMOÇÕES (FTZ) CNPJ N°
31.052.201/0001-66, contato esse que se deu por WhatsApp (85) 98965-7845,
conjuntamente com RESERVA CONCÓRCIOS LTDA (RJ) ) CNPJ N°
074.698.413-85
Ocorre Excelência que a Autora, estava em buscar de conseguir por intermédio desse
CONTRATO DE CONSÓRCIO o seu primeiro veículo automotor, portando
oferecendo lances em valores monetários, tanto que efetuou pagamentos para Empresa
RESERVA ADMINIST DE CONSORC LT, com sede AV. GOV ROBERTO
SILVEIRA n° 909, LOT BELVEDERE, MUNICÍPIO BOM JESUS DA
ITABAPOANA, RIO DE JANEIRO, com CNPJ N° 28.904.092/0001-53, conforme
print em anexos:
Valores esse no dia 23/10/2023 às 11:51 foi efetuado e depositado a quantia de R$
4.874,04 (quatrocentos e Oitocentos e Setenta e Quatro e Quatro centavos) e logo
depois de alguns meses, na data do dia 21/12/2023, foi efetuado e depositado R$ 868,52
(Oitocentos e Sessenta e Oito Reais e Cinquenta e Dois centavos)
Só que quando a Autora tenta fazer a utilização do consórcio para comprar algum
veículo, os mesmos sempre alegam que o lance não cobre, que os mesmos tem que
depositar mais dinheiro para suprir os lances monetários para adquirir um veículo.
Dessa maneira, a parte Autora se sente lesada e se acha vítima de um estelionato vil
mediante a todas essas circunstâncias e constrangimentos.
Dessa forma, vez que é uma consumidora adimplente e responsável com suas obrigações,
não ver outra alternativa.
Ficando a situação sem opções restou a Autora não ser ingressar com a presente ação,
para dar fim a relação contratual e ao abalo promovido pelo Réu ao primeiro Autor, além
de reaver o quantum a ser reconstituído pela falta de entrega de todos os móveis
contratados.
Vale ressaltar em um primeiro momento que, todo negócio jurídico deverá ser norteado
pelo princípio da boa-fé, bem como, interpretados através do mesmo, conforme expresso
in verbis no atual Código Civil,
“art. 113 - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos
do lugar de sua celebração” (grifou-se).
Quando falamos sobre contratos, é principalmente sobre obrigações adquiridas entre
partes capazes que objetivam uma finalidade através da autonomia de contratar, conforme
expõe no Código Civil in verbis:
“art. 427 - A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.”
Nesse sentindo, corrobora a jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO CUMULADA
COM REEMBOLSO. PROVA TESTEMUNHAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA
LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. PRELIMINAR REFUTADA. MÓVEIS SOB
MEDIDA. ATRASO NA ENTREGA DO PRODUTO. CONTRATO INADIMPLIDO.
MORA COMPROVADA. RESCISÃO OPERADA. DEVOLUÇÃO DOS VALORES
PAGOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. "O Juiz, na condição de
destinatário da prova, deve indeferir a produção de provas desnecessárias, inúteis ou
protelatória, que se constituam em atraso na prestação jurisdicional, se os elementos
constantes dos autos forem suficientes ao seguro julgamento do processo" (TJSC,
Apelação Cível n. 2013.030845-6, de Joinville, rel. Des. Saul Steil, j. 4-2-2014). "As
obrigações nascem com a eventual previsão de resolução, ante a inexecução por uma
das partes. Verificado o inadimplemento, a parte lesada buscará a resolução judicial,
com espenque no art. 475 do Código Civil" (doutrina). (TJSC, Apelação Cível n.
2013.088455-4, de Joinville, rel. Des. Fernando Carioni, Terceira Câmara de Direito
Civil, j. 18-02-2014). (Grifou-se)
À vista disso, os Autores podem rescindir o contrato e, ainda, ter a restituição dos valores
pagos mediante transferências PIX’s, ainda, ESSES VALORES MONETÁRIOS,
corrigidos monetariamente, já que receberam o valor financeiro e não cumpriram com o
contrato a respeito do consórcio de compra de veículo.
Nesse sentido, colaciona-se o disposto no art. 14, senão vejamos:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,
pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação
dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.
No caso em tela, conforme já mencionado, o Réu presta serviços de consórcio serviço
esse, defeituoso e fraudulento (aparentemente), pois gerou danos ao consumidor, visto
que terão de refazer novos esforços para adquirir dinheiro para novo financiamento, o que
irá gerar novos gastos que não estavam previstos em seus orçamentos familiares.
Por isso, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor deverá ser atendida, tendo em
vista que a relação de fornecedor/ consumidores, além da culpa e dos defeitos relativos à
prestação dos serviços estão claramente demonstrados.
III.3 - Da Tutela de Urgência
Diante dos fatos acima narrados, não resta alternativa ao primeiro Autora, senão requerer
a concessão da tutela de urgência, a fim de que seja ordenado, ao Réu, a imediata baixa
de qualquer cobrança ou envio de cobrança, visto já ter sido pedido o cancelamento.
A principal finalidade da tutela provisória é amenizar os males do tempo e garantir a
efetividade da jurisdição (os efeitos da tutela).
Em verdade, o requisito invariável da tutela, seja ela qual for, é a probabilidade do direito.
No caso em tela, verifica-se que a Autora agiu de boa-fé e efetuou os pagamentos dia
23/10/2023 às 11:51 foi efetuado e depositado a quantia de R$ 4.874,04 (quatrocentos e
Oitocentos e Setenta e Quatro e Quatro centavos) e logo depois de alguns meses, na
data do dia 21/12/2023, foi efetuado e depositado. A empresa garantindo que o lance daria
para comprar o veículo, coisa que nunca ocorreu, assim houve a quebra do vínculo
contratual por parte do Réu, não havendo porquê o Autor continuar pagando mais parcelas
sem ter qualquer tipo de retorno daquele, sem ao menos saber se haveria ou não a entrega
do objetivo do consórcio.
Sendo que, Excelência, foram pagos os valores a mais, pois a Autora aguardava mais um
tempo antes de se resolver, coisa que não ocorreu, sendo assim requer a devida suspensão
dessas cobranças.
Demais disso, o Código de Processo Civil nos elucida as tutelas cabíveis, sendo no caso
em tela a tutela de urgência:
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental. (Grifou-se).
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
(Grifou-se).
Em análise com o presente pedido de tutela provisória de urgência antecipada
(satisfativa), objetiva-se satisfazer o direito material do Autor, requerendo, a
determinação de baixa de protesto em nome daquele, conforme já mencionado.
Insta salientar, ademais, que o periculum in mora resta demonstrado pela necessidade do
Autora em realizar transações comerciais e pela imagem negativa posta perante a
sociedade, causado pela inclusão do seu nome em registro de protesto, a qual foi
totalmente indevida e ilegal.
Já em análise ao fumus boni iuris, constata-se sua presença através dos documentos
trazidos à análise, tais como intimações de protesto e canhotos dos cheques entregues ao
Réu, já que o Autor apenas parou de efetuar o pagamento por não receber os móveis.
Dessa feita, deve ser concedida a tutela provisória de forma antecipada, pois não há
prejuízo de reversibilidade da medida.
Diante disso, tendo em vista que se trata de direito líquido e certo, devidamente
comprovado nos autos, a Autora REQUER a concessão da tutela liminarmente, para que
os REQUERIDOS seja compelido a dar baixa em qualquer contrato a respeito dessa
negociação.
III.4 - Do Quantum a restituir
Excelência, para valorar o quantum a ser devido pelo Réu a Autora
Conforme demonstram os documentos anexos, o total dos orçamentos ficou em:
· R$ 55.000 (Cinquenta e Cinco Mil reais)
· PARCELA DE R$ 4.874,04 (quatrocentos e Oitocentos e Setenta e Quatro e Quatro
centavos)
· R$ 868,52 (Oitocentos e Sessenta e Oito Reais e Cinquenta e Dois centavos)
Assim, é possível constatar que o Réu deixou de entregar o correspondente QUE É A
COMPRA DO VEÍCULO FINANCIADO, VELOST ANO 2012.
Além disso, os Autores tiveram um GASTOS EXTRAS, além do TEMPO ÚTIL
perdido.
Em resumo, somando-se os valores financeiros não entregues pelos Réus juntamente com
os gastos extras, tem-se o montante de R$ 5.716,56 (Cinco Mil e Quarenta e Dois e
Cinquenta e Seis Centavos), os quais deverão ser arcados pelo Réu, além de incidir juros
e correção monetária desde a data em que deveriam ser entregues.
a) o deferimento da tutela de urgência pleiteada, em caráter liminar, para que, desde logo,
seja ordenada a imediato cancelamento do contrato n° 0000869970 SÉRIE A em nome
da AUTORA MARIA JOYCYELY VIERA FERREIRA;
c) seja realizada a Audiência de Conciliação, nos termos do artigo 334, § 5º do CPC, por
haver interesse em autocomposição;
Termos em que,