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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª UNIDADE

JURISDICIONAL - 5º JD DA COMARCA DE JUIZ DE FORA/MG

Processo nº: 5024774-22.2023.8.13.0145

ANA LUCIA ZACARON , já deveidamente qualificada na presente Ação, que


move contra Banco Original S/A , já qualificada, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, por seu procurador, apresentar:

IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

Forte nas razoes de fato e de direito á seguir elencadas:

DA VERDADE DOS FATOS:

DA INEXISTENCIA DA CONEXÃO

A parte Autora, informa que não há conexão com o processo de nº


5022128- 39.2023.8.13.0145, por ter réus e fatos diferentes.

No processo que a parte Ré se refere a parte autora tivera furtado


o cartão do Pic Pay não percebeu o ocorrido no momento. Assim, começou a
receber mensagens pelo aplicativo da reclamada em seu celular de comprar
realizadas em seu cartão de crédito, o que soou muito estranho, tendo em
vista que não havia realizado mencionadas transações. Vale dizer, conforme
documento de print de tela do aplicativo anexo, as compras eram de valores
parecidos e constantes, ocorridas no dia 21 de agosto à partir das 05h21min
do presente ano.
Nesse mesmo momento a Autora cancelou o cartão de crédito
através do aplicativo para impedir que a pessoa criminosa continuasse a
comprar em seu cartão. E também, houve o contato da Ré com a Autora
perguntando se a mesma havia feito todas aquelas compras ditas suspeitas.
A autora imediatamente informou que não havia feito aquelas compras e que
requisitou o cancelamento do cartão para que não houvessem mais compras
fraudulentas.

Na ocasião, a Pic Pay informou que faria o estorno/cancelamento


de todas as transações não feitas pela Autora, o que a tranquilizou.

Ocorre, porém, que mesmo após o cancelamento das compras


não feitas pela Autora, a PicPay voltou a fazer cobrança, no valor de
R$ 884,63 (oitocentos oitenta e quatro reais e sessenta e três centavos).
Vale dizer, que a Autora já tentou extrajudicialmente resolver a questão, já
entrou em contato inúmeras vezes com a PicPay para fins de solução da lide,
semêxito.
.
Vejamos jurisprudencia:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA -


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS -
NEGATIVAÇÃO - INCLUSÃO EM CADASTRO DE
INADIMPLENTES - CUMULAÇÃO DE PEDIDOS EM AÇÃO
ÚNICA CONTRA RÉUS DIFERENTES - AUSÊNCIA DE
HIPÓTESE DE LITISCONSÓRCIO - OBJETO E CAUSA DE
PEDIR DIFERENTES - NULIDADE - EXTINÇÃO DO PROCESSO
- ACORDO EXTRAJUDICIAL - NÃO HOMOLOGADO NA
SENTENÇA - PREVALÊNCIA DA SOLUÇÃO CONSENSUAL -
HOMOLOGAÇÃO PELA INSTANCIA RECURSAL - CABIMENTO.
- Nos termos do artigo 327 do Código de Processo Civil, "é lícita a
cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão". É, portanto,
inepta a petição inicial de ação única promovida contra réus
diferentes, em situação que não envolve litisconsórcio passivo
necessário ou voluntário.
- Não sendo demonstrada comunhão de direitos ou
obrigações, conexão entre os pedidos ou causa de pedir e
nem outra afinidade de fato ou direito, nos termos do art. 113
do CPC, não é possível a formação do litisconsórcio,
devendo ser mantida a extinção do processo.
- Em que pese a constatação da cumulação indevida de lides, já
tendo um dos réus firmado acordo com o autor, nada obsta a
homologação da transação por essa instancia recursal, para por
fim à contenda entre essas partes em prestígio à solução
consensual do conflito.
- Recurso ao qual se dá parcial provimento. (TJMG - Apelação
Cível 1.0000.21.098499-3/001, Relator(a): Des.(a) Lílian Maciel ,
20ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 17/02/2022, publicação da
súmula em 18/02/2022)( Grifo Nosso).

Desse modo, não há que se falar em conexão com o presente


autos.

DO MÉRITO

A parte Autora, teve seu nome negativado no SPC/SERASA por


iniciativa da Ré, em 08/11/2022, referente a suposta dívida no valor de
R$ 108,43 ( CENTO E OITO REAIS E QUARENTA E TRÊS CENTAVOS) ,
DE 19/09/2022, sem que a referida dívida existente e além disso, além de
não dever nada, não possui nenhum tipo de negativação em seu nome.
Conforme IDs. 9849658119, 9849657076 e 9849657076.
Com essa negativação trouxe vários dissabores. O tratamento
Odontologico dela e de seu Companheiro (Sr. Eduardo Ferreira de Souza),
que residem em União Estável no mesmo Endereço (Rua Antônio Pinto
Pereira, 18, São Mateus, Juiz de For/MG) impediu a Contratação de
Tratamento Odontológico para ambos, na condição de parcelamento no
CARTÃO EM 24 Parcelas de R$ 193,33.

Diante desse fato, procurou tais órgãos e verificou tratar de tais


dividas com a empresa Ré, o que lhe causou estranheza, visto que jamais ter
tido quaisquer negócio jurídico com esta.

A parte Autora, diversas vezes entrou em contato com a parte Ré


para buscar informação e tentar resolver essa situação. Sempre foi informada
que a autora nunca foi cliente da empresa Ré ( Banco Original) e também
não foi informada que se tratava de uma divida com a PiCPay. Conforme
protocolos 20230477900246; 202304811540871.

A parte Autora, teve seus cartões furtados na data 20/08/2022 e


realizando B.O na data 21/08/2022 e comunicou a central dos cartões
Nubank e Pic Pay do ocorrido.

DA EXISTÊNCIA DE DANO MORAL

No caso em tela, uma vez que temos a INEXISTENCIA da dívida, é


evidente a expectativa da Autora de ver cancelado o débito, gravame ou
registro negativo, bem como a ciência do credor, após a confirmação do
pagamento, de que deverá providenciar a respectiva baixa, pois a anotação é
absurda, pois a Autora NUNCA CONTRATOU os serviços da Requerida.

DO QUANTUN INDENIZATORIO

Quanto ao valor da indenização por Danos Morais para garantir


compensação ao lesionado e penalidade ao lesionador, por certo, não pode
se descurar da capacidade econômica de cada envolvido no litígio. É válido
mencionar, a Jurisprudência, o valor deve ser fixado com caráter dúplice,
tanto punitivo do agente, quanto compensatório em relação à vítima.
Veja que neste último julgado citado, 0116774-14.2015.8.13.0079 Des.
Ramom Tácio do TJMG fixou em R$ 10.000,00 O Dano Moral em caso
análogo ao da Autora e foi acompanhado pelos DES. MARCOS HENRIQUE
CALDEIRA BRANT e DES. OTÁVIO DE ABREU PORTES. Veja V. Exa. parte
do referido acordão:

“Dessa forma, tendo em vista as particularidades do caso concreto e em


atenção aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, mostra-se
adequado reduzir o valor arbitrado pelo MM. Juiz de Direito para
R$ 10.000,00 (dez mil reais), importância esta que se encontra em
conformidade com o parâmetro adotado por esta 16ª Câmara Cível em feitos
semelhantes.
Ante o exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao presente recurso tão-
somente para REDUZIR a indenização fixada, a título de danos morais, para
o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), mantidos os demais termos da
sentença.
DO PEDIDO

Pelo exposto, espera a requerente seja afastada a preliminar arguida e, no


mérito, julgado procedente o pedido inicial, condenando -se o Banco
Original S/A ao pagamento da indenização por Dez mil Reais por Danos
Morais.

Desta feita, ante as assertivas lançadas acima, a inicial deverá ser totalmente
procedente.

Impugna-se expressamente os fatos equivocadamente nela narrados.

Termos em que,
Pede deferimento.
Juiz de Fora, 18 de outubro de 2023.

Márcio Barros Miguel


OAB/MG 140.925

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