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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

VARA CÍVEL DA COMARCA DE PIRACICABA – ESTADO DE SÃO PAULO

AMAURI PEREIRA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG sob


nº , inscrito no CPF nº , endereço eletrônico, endereço, na cidade de
Piracicaba/SP, CEP: , por intermédio de seu advogado, conforme instrumento de
procuração anexo, nos termos do artigo 287 do CPC/2015, vêm, respeitosamente
perante Vossa Excelência, com base no artigo 42 e seguintes do CDC, artigos 186 e
927 do CC/2002 e artigo 5º X da CF/88, propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO C/C PEDIDO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, com pedido de TUTELA PROVISÓRIA DE
URGÊNCIA com base no art. 300 do Código de Processo Civil em face de

LIGUE JÁ, pessoa jurídica, inscrita sob o CNPJ nº , endereço eletrônico,


endereço, na cidade de São Paulo/SP, CEP , pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:

I – DOS FATOS
Inicialmente cumpre informar que, o Requerente foi comunicado pela
Requerida que sua fatura vencida no mês de fevereiro de 2021 no valor de R$400,00
(quatrocentos reais) constava em aberto e caso não efetuasse o pagamento da
mesma, no prazo de 2 (dois) dias, após o recebimento da comunicação, seu nome
seria levado ao Cadastro dos Órgãos de Proteção de Crédito.
Além do mais, a empresa passou a mandar cobranças diariamente via
WhatsApp, SMS e diversas ligações telefônicas.
Diante da afirmativa do débito, o autor consultou a documentação referente ao
Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322
Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396
serviço utilizado e encontrou o pagamento da fatura supostamente devida, a qual já

Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322


Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396
fora enviada para a empresa Requerida, a fim de resolver o problema e cessar as
cobranças indevidas.
Ocorre que, após alguns dias do ocorrido, o Requerente fora surpreendido ao
tentar realizar a aprovação de compra de um veículo, pois seu nome estava incluído
no cadastro dos órgãos de proteção de credito, a pedido da Requerida.
Desta forma, toda essa situação, sem dúvida se causou sérios
constrangimentos, e tendo em vista que o problema não fora solucionado de forma
extrajudicial, busca a tutela jurisdicional para salvaguardar seu interesse e reparar os
danos causados pela Requerida, especialmente, seu abalo de crédito e os danos
extrapatrimoniais sofridos.

II – DO DIREITO
DA COMPETENCIA
A Requerente possui uma relação de consumo com a Requerida, desta forma,
o foro de competência se dá no domicilio da Requerente.
Informa ainda que, a relação de consumo é disciplinada por princípios e normas
de ordem pública e interesse social em que a competência tem caráter absoluto.
O consumidor como parte hipossuficiente na sobredita relação jurídica de
consumo, possui a faculdade de escolher o foro competente da demanda
consumerista, quer o foro do lugar ou do seu próprio domicilio, conforme norma
jurídica disposta no artigo 93, I e art 101, I do CDC. Vejamos:

“Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é


competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,
quando de âmbito local;”

“Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor


de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos
Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes
normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;”

Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322


Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396
Desta forma, requer seja admitido o foro de competência e domicilio do
Requerente na cidade de Piracicaba/SP.

DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGENCIA


O Requerente teve seu nome negativado de forma indevida, mesmo tendo
apresentado documentos que comprovaram o pagamento, via e-mail. Isso evidencia
que a Requerida agiu de má-fé e fora totalmente negligente com o consumidor. Por
esses motivos, o Requerente sofreu posterior constrangimento ao ter a compra do
veículo negada devido ao ocorrido.
Desta forma, é evidente o direito do Requerente, da urgência na exclusão do
seu nome do cadastro dos órgãos de proteção de crédito para voltar a vida
normalmente e ter a possibilidade de realizar negociações, bem como prevenir outros
prejuízos que o mesmo possa vir enfrentar em decorrência do seu nome negativado.
Assim, dispõe o artigo 300 do CPC, por isso requer o deferimento da tutela
provisória.

DA MULTA
O Requerente fora comunicado pela Requerida, que sua fatura vencida no mês
de fevereiro de 2021 constava em aberto, e caso não efetuasse o pagamento seu
nome seria negativado, no entanto, o Requerente apresentou o comprovante de
pagamento da fatura cobrada de forma indevida.
O Requerida ao fazer a cobrança indevida e incluir no cadastro dos órgãos de
proteção de crédito, demonstra por si só, a má qualidade da prestação de serviço, vez
que a organização administrativa interna da empresa deixou a desejar, vez que não
identificaram que o Requerente sempre esteve em dia com o pagamento de suas
faturas.
O artigo 940 do CC é norma complementar ao artigo 42, parágrafo único do
CDC, que no caso sua aplicação está alinhada ao cumprimento do mandamento
constitucional de proteção ao consumidor.
Desta forma, impõe-se que o Requerido a obrigação de indenizar o Requerente
com o pagamento em dobro do valor que fora cobrado indevidamente, vez que gerou
constrangimentos ao Requerente ao ter negativado seu nome quando a fatura já tinha
sido paga.
Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322
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DANOS MORAIS
Apesar de todo percalço enfrentado pelo Requerente, o mesmo ainda passou
por uma verdadeira “dor de cabeça” a fim de tentar cancelar a cobrança de tais
débitos, porém, não obteve êxito.
Por isso, se faz jus a indenização por danos morais, conforme dispõe o art. 186
e 927 do Código Civil.
Além do mais, não fora somente o desgaste em comprovar o pagamento da
fatura paga que o Requerente enfrentou, o mesmo ainda teve a frustração e vergonha
de ter tido uma compra negada por ter uma negativa totalmente indevida, vez que, o
mesmo enviou o comprovante de pagamento da fatura, fato que poderia ter evitado
todo o transtorno.
Ainda em complementação ao dever da Requerida em indenizar o requerente,
cabe destacar as palavras do Desembargador fluminense Luiz Fernando Ribeiro de
Carvalho, que ao sustentar a incidência de danos morais em situações como a
presente, afirma que “o tempo, pela sua escassez, é um bem precioso para o
indivíduo, tendo um valor que extrapola sua dimensão econômica. A menor fração de
tempo perdido em nossas vidas constitui um bem irrecuperável. Por isso, afigura-se
razoável que a perda desse bem, ainda que não implique em prejuízo econômico ou
material, dê ensejo a uma indenização. A ampliação do conceito de dano moral, para
englobar situações nas quais um contratante se vê obrigado a perder seu tempo livre
em razão da conduta abusiva do outro, não deve ser vista como um sinal de uma
sociedade que não está disposta a suportar abusos” (Dano moral em caso de
descumprimento de obrigação contratual, in AMAERJ Notícias Especiais, n. 20,
junho/2004).

Desta forma, a pratica cometida pelo Requerido, bem como os aborrecimentos


e danos ocasionados devida a negativação do nome do Requerente, requer a
indenização.

III – DOS PEDIDOS


Ante ao exposto, requer:

a) A antecipação dos efeitos da tutela provisória de urgência, no sentido de


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Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396
determinar que seja excluído o nome do Requerente do cadastro de proteção

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de crédito, e que ao final, após julgados procedentes os pedidos, se tornem
definitivos os efeitos decorrentes da antecipação da tutela.

b) A condenação da Requerida a restituição do valor em dobro referente a


cobrança indevida, conforme disposto no artigo 42, parágrafo único, do CDC.

c) A citação da Requerida para que apresente contestação no prazo legal, sob


pena de revelia e confissão, conforme dispõe artigo 344 do CPC.

d) Manifesta a requerida o interesse na audiência de conciliação, conforme artigo


319, VII do Código de Processo Civil c/c 334 da mesma Lei.

e) Comprovado que Requerida agiu de má-fé e de maneira inconsequente causou


danos à honra da Requerente, requer que a mesma seja condenada a
reparação por danos morais no valor salários mínimos, nos termos do artigo
927 do Código Civil.

f) A condenação da Requerida ao pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios, nos termos do art. 85, parágrafo 2 do CPC.

g) Requer seja admitido o foro de competência o domicílio do Requerente em


Piracicaba/SP.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,


especialmente, depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e juntadas de novos
documentos.

Dá-se a presente causa o valor de R$ .

Nesses Termos, pede Deferimento.

Local /data
Advogado/OAB
Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322
Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396

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