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I – DOS FATOS
Inicialmente cumpre informar que, o Requerente foi comunicado pela
Requerida que sua fatura vencida no mês de fevereiro de 2021 no valor de R$400,00
(quatrocentos reais) constava em aberto e caso não efetuasse o pagamento da
mesma, no prazo de 2 (dois) dias, após o recebimento da comunicação, seu nome
seria levado ao Cadastro dos Órgãos de Proteção de Crédito.
Além do mais, a empresa passou a mandar cobranças diariamente via
WhatsApp, SMS e diversas ligações telefônicas.
Diante da afirmativa do débito, o autor consultou a documentação referente ao
Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322
Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396
serviço utilizado e encontrou o pagamento da fatura supostamente devida, a qual já
II – DO DIREITO
DA COMPETENCIA
A Requerente possui uma relação de consumo com a Requerida, desta forma,
o foro de competência se dá no domicilio da Requerente.
Informa ainda que, a relação de consumo é disciplinada por princípios e normas
de ordem pública e interesse social em que a competência tem caráter absoluto.
O consumidor como parte hipossuficiente na sobredita relação jurídica de
consumo, possui a faculdade de escolher o foro competente da demanda
consumerista, quer o foro do lugar ou do seu próprio domicilio, conforme norma
jurídica disposta no artigo 93, I e art 101, I do CDC. Vejamos:
DA MULTA
O Requerente fora comunicado pela Requerida, que sua fatura vencida no mês
de fevereiro de 2021 constava em aberto, e caso não efetuasse o pagamento seu
nome seria negativado, no entanto, o Requerente apresentou o comprovante de
pagamento da fatura cobrada de forma indevida.
O Requerida ao fazer a cobrança indevida e incluir no cadastro dos órgãos de
proteção de crédito, demonstra por si só, a má qualidade da prestação de serviço, vez
que a organização administrativa interna da empresa deixou a desejar, vez que não
identificaram que o Requerente sempre esteve em dia com o pagamento de suas
faturas.
O artigo 940 do CC é norma complementar ao artigo 42, parágrafo único do
CDC, que no caso sua aplicação está alinhada ao cumprimento do mandamento
constitucional de proteção ao consumidor.
Desta forma, impõe-se que o Requerido a obrigação de indenizar o Requerente
com o pagamento em dobro do valor que fora cobrado indevidamente, vez que gerou
constrangimentos ao Requerente ao ter negativado seu nome quando a fatura já tinha
sido paga.
Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322
Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396
DANOS MORAIS
Apesar de todo percalço enfrentado pelo Requerente, o mesmo ainda passou
por uma verdadeira “dor de cabeça” a fim de tentar cancelar a cobrança de tais
débitos, porém, não obteve êxito.
Por isso, se faz jus a indenização por danos morais, conforme dispõe o art. 186
e 927 do Código Civil.
Além do mais, não fora somente o desgaste em comprovar o pagamento da
fatura paga que o Requerente enfrentou, o mesmo ainda teve a frustração e vergonha
de ter tido uma compra negada por ter uma negativa totalmente indevida, vez que, o
mesmo enviou o comprovante de pagamento da fatura, fato que poderia ter evitado
todo o transtorno.
Ainda em complementação ao dever da Requerida em indenizar o requerente,
cabe destacar as palavras do Desembargador fluminense Luiz Fernando Ribeiro de
Carvalho, que ao sustentar a incidência de danos morais em situações como a
presente, afirma que “o tempo, pela sua escassez, é um bem precioso para o
indivíduo, tendo um valor que extrapola sua dimensão econômica. A menor fração de
tempo perdido em nossas vidas constitui um bem irrecuperável. Por isso, afigura-se
razoável que a perda desse bem, ainda que não implique em prejuízo econômico ou
material, dê ensejo a uma indenização. A ampliação do conceito de dano moral, para
englobar situações nas quais um contratante se vê obrigado a perder seu tempo livre
em razão da conduta abusiva do outro, não deve ser vista como um sinal de uma
sociedade que não está disposta a suportar abusos” (Dano moral em caso de
descumprimento de obrigação contratual, in AMAERJ Notícias Especiais, n. 20,
junho/2004).
Local /data
Advogado/OAB
Nome: Vitoria Caroline Cia Santos RA 20171322
Nome: Henrique Martins Galvão RA 20170396