Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Caríssimos alunos, neste material vocês estudarão essas disciplinas e seus principais
aspectos legais e doutrinários.
Aproveitem a leitura e contem comigo para esclarecimento de dúvidas no nosso Fórum de
Dúvidas.
Aguardo vocês!
Professora Luane Nascimento
Além dessas obrigações gerais, ainda existem outras obrigações específicas que
naturalmente vão depender da particularidade de cada atividade econômica a ser
exercida. Ex.: uma empresa que deseja fabricar medicamentos deve possuir autorização
da ANVISA, além da obrigação de possuir profissional habilitado para tal.
Marcelo Bertoldi nos leciona que existem no mundo três sistemas de escrituração de
livros comerciais dominantes, a saber:
Externa – tem por fim fornecer ao fisco condições de apuração dos fatos geradores de
reflexo tributário, fornecer elementos probatórios ao poder judiciário, dentre outras.
Intrínsecos - São requisitos pertinentes à técnica contábil. A escrituração deve ser feita
em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil, por ordem cronológica de dia,
mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões emendas ou transportes
para as margens (Art. 1.183 do CC/02).
O livro obrigatório comum a todos os empresários no Brasil é o Livro Diário (art. 1180 do
CC/02).
No livro Diário devem ser lançadas, “com individuação, clareza e caracterização do
documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações
relativas ao exercício da empresa”, podendo ser escriturado de forma resumida, conforme
Material Autoral – protegido. A reprodução ou veiculação deste material sem autorização da
Autora sujeitará o infrator às penalidades da Lei 9.610/1998 – Lei da Propriedade Intelectual.
Luane Silva Nascimento
dispõe o art. 1.184, caput e § 1.º, do Código Civil. Também “serão lançados no Diário o
balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por
técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade
empresária” (art. 1.184, § 2.º, do Código Civil). _ André Ramos -
Além do livro obrigatório comum, existem os obrigatórios especiais, cujas exigências são
particulares a cada atividade específica desenvolvida pelo empresário. Exs: Livro de
Registro de Duplicatas (19 da Lei n. 5.474/68); O livro de Entrada e Saída de Mercadorias
que deve ser escriturado pelo empresário que explora armazém - Geral (art. 7º do decreto
n. 1020/03) e Livro de Registro de Ações Nominativas, Atas das Assembleias Gerais,
Presença dos Acionistas (art. 100 da Lei n. 6.404/76).
Estes livros existem para controle do fisco. São considerados obrigatórios criados por leis
específicas e servem para atestar os fatos comerciais praticados pelo empresário com
reflexo tributário. Exs: livros de registro de entrada, saída e apuração de ICMS.
Livro Diário: é o livro que retrata as atividades do empresário; ele deve apresentar dia a
dia as operações relativas ao exercício da empresa. O empresário deve lançar,
diariamente, todas as operações realizadas, títulos de crédito que emitir, aceitar ou
endossar, fianças dadas e o mais que representar elemento patrimonial nas suas
atividades. Ao final de cada exercício, deverão ser lançados no livro o balanço patrimonial
e o balanço de resultado econômico. De acordo com o Código Civil (art. 1.185), o
Material Autoral – protegido. A reprodução ou veiculação deste material sem autorização da
Autora sujeitará o infrator às penalidades da Lei 9.610/1998 – Lei da Propriedade Intelectual.
Luane Silva Nascimento
empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos
poderá substituir o Livro Diário pelo Livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as
mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele.
Livro Caixa: registra qualquer entrada e saída de dinheiro. Neste livro, há um controle
dos recursos que ingressam no patrimônio do empresário e daqueles que saem do
patrimônio do empresário, facilitando a apuração do resultado do exercício. Aos
empresários que optarem pelo SIMPLES Nacional (questões tributárias), em regra, é
obrigatório o livro Caixa (Lei Complementar 123/06, art. 26, § 2o).
Livro Razão: são registrados os vários atos ou operações praticadas pelo empresário
pelas contas a que dizem respeito. Ao invés de fazer os lançamentos pelo dia da
operação, os lançamentos são feitos pelas contas a que dizem respeito. o Livro Razão é
obrigatório para as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação pelo lucro real e
apenas para estas.
Livro Conta Corrente: Este livro tem por finalidade escriturar, separadamente, as contas
de cada freguês do estabelecimento comercial. É um desdobramento do título Conta
Corrente do Razão. Existe uma sequência lógica na escrituração do Diário, Razão e
Conta-Corrente. Enquanto no primeiro são lançadas, cronologicamente, todas as
operações realizadas pelo comerciante, qualquer que seja a sua origem ou modalidade, o
Razão distribui os diversos títulos dessas contas, escriturando-as de per se. O Conta-
Corrente faz o desdobramento do título Contas-Correntes do Razão, estampando as
Material Autoral – protegido. A reprodução ou veiculação deste material sem autorização da
Autora sujeitará o infrator às penalidades da Lei 9.610/1998 – Lei da Propriedade Intelectual.
Luane Silva Nascimento
operações de cada freguês do estabelecimento. Serve, assim, este livro para mostrar a
situação individual de cada pessoa que possui relações com o estabelecimento.
Os livros empresariais, desde que preencham os requisitos da lei (art. 1.183 CC/02) têm
eficácia probatória (art. 378 do CPC):
Os livros comerciais são protegidos pelo princípio do sigilo (Art. 1.190 CC/02), uma vez
que as informações ali contidas guardam estritos interesses comerciais, não podendo cair
na vala comum do conhecimento público, sob pena de prejuízos econômico
concorrenciais.
• Total – Esta pode importar sua retenção em cartório durante todo o andamento da
ação, não se assegurando o sigilo de seus dados, e dificultando a sua utilização e
escrituração pelo comerciante.
A exibição total dos livros só poderá ser determinada pelo juiz a requerimento das partes,
em apenas algumas ações. Como exemplo, tem-se as questões relativas à sucessão,
comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem ou falência, ao
passo que a exibição parcial pode ser decretada de ofício ou a requerimento da parte, em
qualquer ação judicial, sempre que útil à solução da demanda. É o que preveem os arts.
417 usque 421 do CPC, além do art. 1.191 do CC/02:
Material Autoral – protegido. A reprodução ou veiculação deste material sem autorização da
Autora sujeitará o infrator às penalidades da Lei 9.610/1998 – Lei da Propriedade Intelectual.
Luane Silva Nascimento
De acordo com o art. 1.193 do CC/02 a tutela do sigilo dos livros empresariais não tem o
alcance de eximir o comerciante da sua exibição para determinadas autoridades
administrativas. Ao contrário, em duas hipóteses o legislador expressamente garante a
certos funcionários públicos irrestrito acesso à escrituração mercantil. Como exemplo, o
CTN em seu art. 195, prevê a inaplicabilidade de qualquer exclusão do direito de exame
da escrituração do comerciante pela autoridade fiscal e o art. 33, §1, da Lei n. 8.212/91
reconhece à fiscalização a Seguridade Social idêntica prerrogativa.
Nota:
• Os livros empresariais extraviados devem ser noticiados através de publicação em
jornal, bem como deve ser comunicado à junta comercial no prazo de 48 horas.
O empresário que não agir de acordo com os preceitos legais, estará sujeito às
consequências na órbita civil e penal.
Notas:
• O empresário que mantém irregular a sua escrituração fica impedido de usufruir
dos benefícios que a lei oferece aos empresários regulares.