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CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA I

Aula 03: Responsabilidade do Contador, Normas e


Critérios para Escrituração e Avaliação de Ativos
Contabilidade e Gestão Tributária I

OBJETIVOS DA AULA
 
Compreender as responsabilidades assumidas
pelas empresas e pelo profissional contábil na
escrituração comercial e fiscal;
Compreender e aplicar as principais obrigações
acessórias;
Compreender e aplicar os principais critérios de
mensuração e avaliação das operações, do
patrimônio e de seus resultados.

Aula 3
Contabilidade e Gestão Tributária I

CARGA TRIBUTÁRIA X GESTÃO EMPRESARIAL


No Brasil, dado a alta carga e complexidade do Sistema
Tributário Brasileiro, empresários e executivos são
extremamente preocupados com os custos dos tributos
incidentes, bem como o da manutenção e cumprimento das
obrigações acessórias, estas últimas demandando grande
esforço organizacional para gerir toda a estrutura necessária
ao completo acompanhamento e procedimentos necessários.

A gestão tributária passou a ter peso estratégico nas


organizações de qualquer porte ou atividade econômica.

Os gestores, além de enfrentar todas as ameaças e flutuações


econômicas, tem que suportar um alto custo tributário, que
mal acompanhado inviabiliza o negócio. 3
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Contabilidade e Gestão Tributária I

OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS – são as obrigações
que o sujeito passivo deve cumprir com base nos ditames
legais. 
OBIGAÇÃO PRINCIPAL – é a situação definida em lei como
necessária e suficiente para ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária.
OBIGAÇÃO ACESSÓRIA – é qualquer situação que, na forma
da legislação aplicável, impõe a prática de ato, ou
abstenção de ato, que não configure obrigação principal.
Exemplos: Livros obrigatórios a serem escriturados E
Demonstrativos; Declarações; Controle de inventário;
Informações socioeconômicas e fiscais; etc.
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Aula 1
Contabilidade e Gestão Tributária I

RESPONSABILIDADE DO CONTADOR

Os contadores precisam de profundos


conhecimentos da legislação tributária e
procedimentos contábeis vinculados à apuração e
registro dos inúmeros institutos tributários,
assumindo vital importância e grande
responsabilidade na sobrevivência organizacional.

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RESPONSABILIDADE LEGAL

 Nos termos da legislação cível e comercial vigente, a


escrituração contábil é de responsabilidade dos
contabilistas legalmente habilitados. Estas normas visam
a defesa dos interesses dos proprietários, sócios,
credores e outros interessados nas atividades
organizacionais.

 Para atender aos interesses da arrecadação, a legislação


tributária constantemente se reporta às legislações cível,
comercial, societária, etc, e aos princípios contábeis no
intuito de resguardar os interesses da fazenda.

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Contabilidade e Gestão Tributária I

RESPONSABILIDADE LEGAL

Caracteriza-se como crime a elaboração e


assinatura de qualquer documento ou demonstrativo
contendo informações inverídicas, tendenciosas ou
eivadas de má fé. Também é considerado crime, a
elaboração de demonstrativos divergentes dos
registros nos livros oficiais da entidade ou
suportados em escrita, sem a devida documentação
comprobatória ou desqualificada para tais registros.
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Contabilidade e Gestão Tributária I

ESCRITURAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

As pessoas jurídicas devem manter escrituração


com observância das leis cíveis, comerciais e
fiscais, devendo abranger todas as operações, os
resultados apurados em suas atividades no
território nacional, bem como os lucros,
rendimentos e ganhos de capital auferidos no
exterior, sendo facultado às pessoas jurídicas que
possuírem filiais, sucursais ou agências manter
contabilidade não centralizada, devendo
incorporar ao final de cada mês, na escrituração da
matriz, os resultados de cada uma delas.
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PROCESSAMENTO DE DADOS ELETRÔNICOS

Os livros comerciais e fiscais poderão ser


escriturados por sistema de processamento
eletrônico de dados, em folhas contínuas, que
deverão ser numeradas, em ordem sequencial,
mecânica ou tipograficamente.

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FALSIFICAÇÃO DA ESCRITURAÇÃO

A falsificação, material ou ideológica, da


escrituração e seus comprovantes, ou de
demonstrações contábeis, que tenham por objeto
eliminar ou reduzir o montante de imposto
devido, ou diferir seu pagamento, submeterá o
sujeito passivo a multa, independentemente da
ação penal que couber.
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LIVROS COMERCIAIS

A pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem


uniforme de escrituração, mecanizada ou não,
utilizando os livros e papéis adequados, cujo
número e espécie ficam a critério da organização.

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LIVRO DIÁRIO
É obrigatório a todas organizações, devendo ser
encadernado com folhas numeradas e seguidas,
em que serão lançados, dia a dia, diretamente ou
por reprodução, os atos ou operações da atividade,
ou que modifiquem ou possam vir a modificar a
situação patrimonial da pessoa jurídica, devendo
conter termos de abertura e de encerramento, e ser
submetidos à autenticação no órgão competente do
Registro do Comércio, e, quando se tratar de
sociedade civil, no Registro Civil de Pessoas
Jurídicas ou no Cartório de Registro de Títulos e
Documentos. 12
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LIVROS AUXILIARES

Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas-


correntes, entre outros, também podem ser
escriturados em fichas, tendo dispensada sua
autenticação, quando seus reportes tiverem sido
lançados em livros devidamente registrados.

No caso de substituição do Livro Diário por fichas,


a pessoa jurídica adotará livro próprio para
inscrição do balanço e demais demonstrações
contábeis, o qual será autenticado no órgão de
registro competente.
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LIVRO FISCAIS

Além dos livros de contabilidade previstos em leis


e regulamentos, a PJ deve possuir os livros de
acordo com as legislações específicas de cada
tributo, como por exemplo a legislação do
imposto de renda determina a adoção de livros
como: Registro de Inventário; Registro de
Entradas (compras); LALUR ou LALUC; Registro
Permanente de Estoque; Movimentação de
Combustíveis, entre outros.

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EXEMPLOS DE LIVRO FISCAIS


Nome do Livro Mod. Contribuinte
Registro de Entradas 1, 1-A IPI e ICMS
Registro de Saídas 2 IPI e ICMS
Registro de Saídas 2-A ICMS
Registro de Controle da Prod. e Estoque 3 Indústrias
Selo Especial de Controle 4 Prod. de cigarros,
bebidas, relógios, etc.
Registro de Impressão de Doc. Fiscais 5 ICMS
Reg. de util. de doc. fiscais e ocorrências 6 ICMS
Registro de Inventário 7 ICMS e IPI
Registro de Apuração de IPI 8 IPI
Registro de Apuração do ICMS 9 ICMS
Notas Fiscais de Serviços Prestados 51 Prest. de serviços
Notas Fiscais-Faturas de Serv. Prestados 53 Prest. de serviços
LALUR – Livro de Ap. do Lucro Real IRPJ – Lucro Real
LALUC – Livro de Ap. do Lucro Contábil IRPJ – SAs
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AVALIAÇÃO DE ESTOQUES (RIR/99)

O Regulamento do Imposto de Renda dispõe que ao


final de cada período de apuração a pessoa jurídica
deverá promover o levantamento e avaliação dos
seus estoques, considerando como tal:
 
As mercadorias ou produtos prontos para a venda;
Os produtos em processamento;
Materiais de embalagem;
As matérias-primas e os bens em almoxarifado.
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AVALIAÇÃO DE ESTOQUES (RIR/99)

Os bens citados devem ser avaliados pelo custo


de aquisição, enquanto os produtos em
fabricação e acabados serão avaliados pelo custo
de produção.

A entidade que mantiver sistema de


contabilidade de custos integrado e coordenado
com o restante da escrituração poderá utilizar os
custos apurados para avaliação dos estoques de
produtos em fabricação e acabados.
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SISTEMA DE CONTABILIDADE INTEGRADO


Sistema de contabilidade de custo integrado e
coordenado com o restante da escrituração é aquele
apoiado em valores originados da escrituração contábil
(matéria-prima, mão-de-obra direta, custos indiretos de
fabricação), que permita determinação contábil, ao fim
de cada mês, do valor dos estoques de matérias-primas e
outros materiais, produtos em elaboração e produtos
acabados, com base livros auxiliares, fichas, folhas
contínuas, ou mapas de apropriação ou rateio, tidos em
boa guarda e de registros coincidentes com aqueles
constantes da escrituração principal e que permita avaliar
os estoques existentes na data de encerramento do
período de apropriação de resultados segundo os custos
efetivamente incorridos. 18
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

O valor dos bens existentes no encerramento do período


de apuração poderá ser pelo custo médio (CMPM - Custo
Médio Ponderado Móvel) ou o valor dos bens adquiridos ou
produzidos mais recentemente (PEPS – Primeiro a Entrar
Primeiro a Sair), admitida ainda, a avaliação com base no
preço de venda, subtraída a margem de lucro.

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AVALIAÇÃO DE ESTOQUES (DESCUMPRIMENTO DA LEI)

Se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições


da Lei os estoques serão ser avaliados:
Materiais em processamento - por uma vez e meia o maior
custo das matérias-primas adquiridas no período de
apuração, ou em oitenta por cento do valor dos produtos
acabados;
Produtos acabados - setenta por cento do maior preço de
venda no período de apuração (o valor dos produtos
acabados deverá ser determinado tomando por base o preço
de venda, sem exclusão de qualquer parcela a título de
ICMS).
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CUSTO DOS BENS OU SERVIÇOS (RIR/99)


ENTIDADES COMERCIAIS

No caso entidades comerciais, o custo de


aquisição de mercadorias destinadas à revenda
será integrado pelos gastos com transporte e
seguro, até o estabelecimento do adquirente e os
tributos devidos na aquisição ou importação, onde
os gastos com desembaraço aduaneiro integram
o custo de aquisição, não se incluindo nestes os
impostos recuperáveis (ou compensáveis) através
de créditos na escrita fiscal.
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CUSTO DOS BENS OU SERVIÇOS (RIR/99)


ENTIDADES INDUSTRIAIS

Nas entidades industriais o custo das mercadorias


revendidas e das matérias-primas utilizadas será
determinado com base em registro permanente
de estoques ou no valor dos estoques existentes,
de acordo com o Livro de Inventário, no fim do
período de apuração.

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CUSTO DOS BENS OU SERVIÇOS (RIR/99)


ENTIDADES INDUSTRIAIS
Os custos de produção dos bens ou serviços vendidos
compreenderão, obrigatoriamente:

O custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer


outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na
produção;
O custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de
supervisão direta, manutenção e guarda das instalações
de produção;
Os custos de locação, manutenção e reparo, os encargos
de depreciação e de amortização dos itens aplicados na
produção e de exaustão dos recursos naturais utilizados
na obtenção do produto. 23
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ITENS EVENTUAIS (RIR/99)

A aquisição de bens de consumo eventual, cujo


valor não exceda a cinco por cento do custo total
dos produtos vendidos no período de apuração
anterior, poderá ser registrada diretamente como
custo.

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QUEBRAS E PERDAS (RIR/99)


Nos custos dos bens ou serviços serão incluídas,
obrigatoriamente, as quebras ou perdas de estoque por
deterioração, obsolescência ou pela ocorrência de riscos
não cobertos por seguros, desde que comprovadas:
Por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de
segurança, que especifique e identifique as quantidades
destruídas ou inutilizadas e as razões da providência;
Por certificado de autoridade competente, nos casos de
incêndios, inundações ou outros eventos semelhantes; 
Mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar
a destruição de bens obsoletos, invendáveis ou danificados,
quando não houver valor residual apurável.
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RESUMO
 OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS
 RESPONSABILIDADE LEGAL EMPRESARIAL E DO CONTADOR
 ESCRITURAÇÃO E SEUS PRINCIPAIS LIVROS E OUTRAS
OBRIGAÇÕES
 AVALIAÇÃO DE ESTOQUES
 SISTEMAS DE CONTABILIDADE INTEGRADA
 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES
 TRATAMENTO DOS CUSTOS DE BENS E SERVIÇOS EM ENTIDADES
COMERCIAIS E INDUSTRIAIS
 TRATAMENTO DOS ITENS EVENTUAIS E DAS QUEBRAS E PERDAS
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Aula 1

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