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CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA I

Aula 1- Apresentação da disciplina, contextualização


e estudo do Sistema Tributário Nacional
Contabilidade e Gestão Tributária I

OBJETIVOS DA AULA

 Apresentação do plano da disciplina


 Contextualização da Contabilidade Tributária
 Compreender o Sistema Tributário Nacional
 Identificar e compreender os principais conceitos
relacionados aos institutos tributários nacionais.

Aula 1: Apresentação da disciplina, contextualização e estudo do Sistema Tributário Nacional


Contabilidade e Gestão Tributária I

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Compreender e aplicar o tratamento


contábil mais adequado aos tributos
inerentes ao sistema tributário brasileiro,
incidentes nas atividades empresariais e
ser capaz de identificar as melhores
alternativas para a apuração, o controle e o
planejamento tributário nas organizações.

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Contabilidade e Gestão Tributária I

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA


 Compreender e interpretar a legislação tributária constante
do sistema tributário brasileiro;
 Compreender e aplicar os conceitos inerentes aos tributos
nacionais;
 Adotar o tratamento contábil mais adequado nas diversas
espécies tributárias;
 Analisar, apurar, escriturar e evidenciar os tributos
incidentes nas atividades empresariais;
 Analisar e planejar o impacto dos procedimentos fiscais nas
rotinas empresariais;
 Controlar e aplicar as obrigações principais e acessórias
inerentes ao sistema tributário.
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Contabilidade e Gestão Tributária I

CONTEXTUALIZAÇÃO

A Contabilidade é dividida em segmentos voltados às áreas


específicas como: Contabilidade Financeira, Comercial, Societária,
de Custos, Gerencial, Tributária, entre outras, que interagem entre
si, para que a Ciência Contábil adquira a necessária harmonia e
uniformidade no cumprimento dos seus objetivos.

No presente estudo, a Contabilidade Tributária tem como objeto


principal o reconhecimento dos institutos tributários incidentes
sobre o patrimônio, as operações e relações ambientais, à luz dos
regulamentos comerciais, fiscais e tributários, bem como das
normas e princípios contábeis.

Do ponto de vista das organizações, o objetivo da mesma é


reconhecer os tributos, registrá-los e cumprir as obrigações
principais e acessórias, na forma da Lei, de forma menos onerosa.
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Contabilidade e Gestão Tributária I

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
A Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade
responsável pelo controle (reconhecimento, apuração,
lançamento ou escrituração e evidenciação) e
planejamento dos tributos incidentes nas diversas
atividades organizacionais ou grupos societários, que
busca harmonizar à atividade empresarial aos direitos
e obrigações tributárias, de forma a usurfruir dos
direitos e cumprir as obrigações, sem expor a entidade
às possíveis infrações fiscais e legais.

CONHECIDO POR PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

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Contabilidade e Gestão Tributária I

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

O Estado tem por finalidade a realização do bem


comum por meio da administração pública, que
executará as políticas públicas, planos de ação para
que o Estado funcione, tendo como referência a
sociedade.

As atividades estatais não são auto-sustentáveis, e é


uma importante função do Estado estabelecer e
cobrar tributos para o financiamento das políticas
públicas, visando o bem comum.

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SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

A Constituição Federal de 1988 trouxe


importantes modificações ao sistema tributário
nacional como: distribuição dos recursos
arrecadados pertinentes aos entes federativos,
ampliação dos tributos de competência de cada
ente político da Federação, limitações ao poder
de tributar, tributos de competência residual da
União, entre outros institutos legais.

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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA FEDERAL

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros; (II)
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais
ou nacionalizados; (IE)
III - renda e proventos de qualquer natureza; (IR)
IV - produtos industrializados; (IPI)
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas
a títulos ou valores mobiliários; (IOF)
VI – propriedade territorial rural; (ITR)
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
(IGF)
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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ESTADUAL


Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito
Federal instituir impostos sobre:

I - transmissão causa mortis e doação, de


quaisquer bens ou direitos; (ITD)
II - operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior; (ICMS)
III - propriedade de veículos automotores. (IPVA)
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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA MUNICIPAL


Art. 156. Compete aos Municípios instituir
impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana; (ITR)
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por
ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
a sua aquisição; (ITBI)
III - serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar. (ISSQN)
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR


O Estado de Direito não admite direitos que possam ser
exercidos ilimitadamente não respaldando poderes sem
qualquer restrição. Desta forma, em matéria tributária o
Estado detém o poder de impor tributos ao contribuinte,
pessoa física ou jurídica, sendo observados alguns preceitos
e dispositivos da Constituição Federal e demais legislações
infraconstitucionais. Os artigos 150, 151 e 152 da CF são
compostos por diversas normas e princípios, que são
garantias constitucionais do contribuinte para que o Estado
não adentre seu patrimônio particular, devido a constante
necessidade de arrecadar recursos para se sustentar e
cumprir suas finalidades essenciais.
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS


Limitam a competência tributária dos entes estatais:

Princípio da Legalidade (art. 150, I, da CF/88): Veda aos


entes estatais exigir ou aumentar tributo sem lei que o
estabeleça.

Princípio da Anterioridade (art. 150, III, “b”, da CF/88): Veda


a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que os institua ou aumente
(exceto extra-fiscais e extraordinários).

Princípio da Irretroatividade (art. 150, III, “a”, da CF): Veda a


cobrança de tributos por fatos geradores ocorridos antes da
Lei que o criou. 13

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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

Princípio da cobrança de tributo com efeito confiscatório: (art.


150, IV, da CF).

Princípio da Capacidade Contributiva (art. 145, § 1º, da CF):


obriga o legislador a graduar a instituição do tributo, levando-
se em consideração a capacidade contributiva do
contribuinte (limitado pelos direitos e garantias individuais ou
quando essa graduação tem efeito confiscatório).

Princípio da Uniformidade da Tributação (art. 151, I, da


Constituição Federal): determina que os tributos instituídos
pela União sejam uniformes em todo território nacional.
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

Princípio da não-discriminação tributária, em razão da


procedência ou destino dos bens: (art. 152 da CF), o qual
dispõe que os entes tributantes estão impedidos de graduar
seus tributos, levando em conta a região de origem dos bens
ou local para onde se destinem, sendo que se refere aos
bens e serviços de qualquer natureza. Desta forma, a
procedência e o destino não podem ser parâmetro para a
manipulação das alíquotas e da base de cálculo pelos
legisladores.

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Contabilidade e Gestão Tributária I

TRIBUTO
De acordo com o Código Tributário Nacional –
Lei 5.172/76, tributo é definido como:

Toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituído em lei,
que não constitua sanção pecuniária decorrente
de ato ilícito, cobrado mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

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Contabilidade e Gestão Tributária I

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA


Os três elementos da obrigação tributária são:

A Lei – é o principal elemento da obrigação tributária (cria o tributo,


as hipóteses de incidência, as condições de apuração e cobrança);

O objeto do tributo – são as obrigações que o sujeito passivo


(contribuinte) deve cumprir com base nos ditames legais
(obrigação principal e obrigações acessórias);

O fato gerador – é a situação definida em lei como necessária e


suficiente para ocorrência da obrigação tributária (principal) e
qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a
prática de ato, ou abstenção de ato, que não configure obrigação
principal (acessórias).
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PARTES DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Qualquer obrigação tributária envolve:

Sujeito ativo é o ente público que tem o direito de instituir e


cobrar o tributo;

Sujeito passivo é a pessoa sobre a qual incide a obrigação de


pagar a obrigação principal ou multa pecuniária. As espécies de
sujeito passivo são:
 Contribuinte - tem a relação direta com a situação legal
que constitua o fato gerador;

 Responsável Tributário - é a pessoa que embora não


revista a condição de contribuinte, tem obrigação por
disposição expressa de lei. 18

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ESPÉCIES DE TRIBUTOS
Conforme dispõem os artigos 145 da Constituição Federal e
5º do Código Tributário Nacional - CTN, as espécies
tributárias são:

 Os impostos;
 As taxas;
 As contribuições de melhoria.

Outros institutos tributários que se encaixam perfeitamente


na definição de tributo:

 Os empréstimos compulsórios (art. 148 CF) e;


 As contribuições especiais ou parafiscais (art. 149 CF).
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TRIBUTO DIRETO

É aquele em que a pessoa que paga


(contribuinte de fato) é a mesma que faz o
recolhimento aos cofres públicos
(contribuinte de direito).

Exemplos: IRPJ, IRPF, IPVA, IPTU e CSSL.

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TRIBUTO INDIRETO

É aquele em que o contribuinte de fato não


é o mesmo que o de direito. O exemplo
clássico é o ICMS. É falsa a idéia de que o
comerciante é quem paga esse imposto;
em geral, ele simplesmente recebe do
consumidor e recolhe ao Estado o imposto
que está embutido no preço da mercadoria
vendida.

Exemplos: ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS.


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NÃO CUMULATIVIDADE

É uma característica de determinados


tributos em que o contribuinte tem o direito
de compensar os montantes devidos nas
operações anteriores com os montantes
devidos nas operações subsequentes.

Exemplos: IPI, ICMS, PIS e COFINS.

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IMUNIDADE E ISENÇÃO TRIBUTÁRIA


As imunidades são privilégios instituídos na CF, onde algumas
entidades ou pessoas ficam livres de obrigação legal. Desta
forma, é vedado aos entes estatais instituir impostos sobre
patrimônio, renda ou serviços:

 Entes do poder público, exceto as atividades econômicas


reguladas pelo direito privado;
 Templos de qualquer natureza;
 Partidos políticos, sindicatos de trabalhadores, instituições de
educação e de assistência sem fins lucrativos;
 Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

A isenção tributária consiste na dispensa concedida na própria


Lei que cria o tributo. 23

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RESUMO
 ESCOPO DA DISCIPLINA E DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
 LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR (PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS)
 TRIBUTO E OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA OBRIGAÇÃO
TRIBUTÁRIA (A LEI, O OBJETO E O FATO GERADOR) – OBRIGAÇÕES
PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS
 PARTES DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: SUJEITOS ATIVO E PASSIVO
 ESPÉCIES DE TRIBUTOS: IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUIÇÕES DE
MELHORIA, EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS E CONTRIBUIÇÕES
PARAFISCAIS
 TRIBUTOS DIRETOS/INDIRETOS, NÃO CUMULATIVIDADE, IMUNIDADE E
ISENÇÃO TRIBUTÁRIA
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