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APRESENTAÇÃO

Professor Leonardo Manzan (advogado)

A base do Direito Tributário é toda constitucional. O CTN (lei 5.172/66) foi


recepcionado como lei complementar, embora em sua época tenha sido editado
como lei ordinária. Mas nem todo o CTN tem status de lei complementar,
principalmente depois da divisão feita pelo STF em norma do CTN material e formal.

Bibliografia

- Nenhum livro de Direito Tributário é completo.

- Hugo de Brito Machado: é bom para quem está começando; a linguagem é bem
objetiva, com exemplos práticos; a parte de PAF está completamente errada (não ler);

- Luciano Amaro;

- Ives Gandra da Silva Martins;

- Sacha Calmon Navarro Coelho: muito bom, embora carregado demais de teoria pura,
ciência pura;

- Paulo de Barros Carvalho: muito prolixo;

- Aliomar Baleeiro: melhor livro de DT que já tivemos; é precursor em várias


manifestações do STF; o problema é que ele morreu antes da CF de 88 e se reporta à CF
de 67; ele está sendo atualizado por uma excelente advogada de Minas Gerais, Misael
Derzi;
DIREITO FINANCEIRO x DIREITO TRIBUTÁRIO

DIREITO FINANCEIRO x DIREITO TRIBUTÁRIO

O Direito Tributário se destacou do Direito Financeiro. O Direito Tributário é uma


rubrica do Direito Financeiro. Dessa forma, o objeto do Direito Tributário é muito
menor que o objeto do Direito Financeiro.

1) Finalidade do Estado

Alcançar o bem-estar social. Atingimento do bem comum.

2) Atividade Financeira do Estado

A atividade financeira consiste em três pontos principais: arrecadação, gestão


e aplicação de recursos. Essa atividade existe para suprir as necessidades.

3) Necessidades Públicas x Necessidades Coletivas

A necessidade pública é uma necessidade coletiva regulamentada. No


momento em que ela é regulamentada, o Estado se obriga a suprí-la.

4) Controle: orçamento

A atividade financeira é controlada pelo orçamento. O direito financeiro gira


em torno do orçamento. O principal controlador do orçamento é o cidadão.

5) Receitas Correntes x Receitas de Capital

Receita pública é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional,


incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e
as necessidades de investimentos públicos. A receita pública se divide em dois
grandes grupos: receitas orçamentárias e extra-orçamentárias.

Receitas orçamentárias são aquelas que fazem parte do orçamento público,


estabelecidas na LOA. Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não fazem
parte do orçamento público.

Dentro das receitas orçamentárias temos a receitas correntes e as receitas


de capital.

Receitas correntes são aquelas destinadas a cobrir as despesas


orçamentárias que visam à manutenção das atividades governamentais.

Receita de capital é a que o Estado recebe como retorno de investimento ou


como operação de crédito (empréstimo); pode entrar também como transferências.

Taxonomia

1) Receita Pública
a. Receita orçamentária

i. Receita Corrente

1. Receita Originária

2. Receita Derivada

ii. Receita de Capital

b. Receita extra-orçamentária

1) Receitas correntes: Receitas Originárias x Receitas Derivadas

Dentro das receitas correntes existem as receitas originárias e derivadas (esta


classificação foi importada do direito alemão). O CTN traz a classificação tripartíte:
impostos, taxas e contribuições de melhorias. A CF trouxe mais duas espécies:
empréstimos compulsórios e contribuições.

Receita originária é oriunda da exploração de bens e serviços do Estado; o Estado


explorando uma atividade econômica. As receitas originárias não comportam
tributos. A característica essencial da receita derivada, cuja principal espécie é o
tributo, é o constrangimento legal à arrecadação.

PRINCÍPIOS FINANCEIROS

O princípio financeiro pode ser alegado se o Estado infringe um dispositivo


financeiro. O beneficiário da denúncia de violação a um princípio financeiro será toda a
sociedade. Já a violação a um princípio tributário vai gerar efeitos interpartes. Isso
significa dizer que não posso alegar infringência a princípio financeiro para obter efeito
individual.

1) Princípio da Exclusividade (Entradas x Receitas) – Art. 165, § 8º, CF, Art. 7º,
LDF (lei 4.320/64);

O orçamento só pode fixar despesa e prever receita. A receita tem


definitividade, não gera contrapartida no passivo, não gera uma obrigação de
devolução, mas no orçamento a entrada também será classificada como receita. A
entrada tem como característica a geração de uma obrigação (terá que devolver). No
orçamento entrou é receita, saiu é despesa. Lei orçamentaria não pode alterar
alíquota (prova). Toda receita é entrada, mas nem toda entrada é uma receita.

2) Princípio da Programação – Art. 48, II e IV e Art. 165, § 4º, CF;

Vai dividir a ação estatal em programas de governo que serão realizados


através de projetos especiais.
§ 4o Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional.

3) Princípio do Equilíbio Orçamentário

É o equílíbrio de receitas e despesas; não é um fim em si mesmo, mas tem


que controlar as despesas de forma que não se tenha maiores gastos do que os
ganhos. É muito aplicado na lei de responsabilidade fiscal. Equilíbrio não significa
que você tem que igualar despesa e receita.

4) Princípio da Anualidade Orçamentária;

O orçamento é anual; por isso a lei orçamentária anual.

CF -> LDF (Lei de normas gerais do direito financeiro) -> PPA -> LDO ->
LOA.

5) Princípio da Plurianualidade das Despesas de Capital;

Refere-se ao plano plurianual (PPA). A plurianualidade será executada pela


anualidade (LOA).

6) Princípio da Unidade – Art. 165, § 5º, CF;

Faz com que a regulamentação orçamentária siga uma mesma diretriz


política. Nenhuma das leis orçamentárias pode entrar em confronto com a outra.
Tem que haver uma unidade de orientação política.

O orçamento é formado por três “micro-orçamentos”: orçamento fiscal dos


três poderes (o mais importante para o Estado), orçamento de investimento das
empresas estatais e o orçamento da seguridade social. A seguridade social
envolve saúde, assistência e previdência.

§ 5o A lei orçamentária anual compreenderá:

I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;

II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e


órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
7) Princípio da Universalidade

Vai dizer que todos os valores que figuram no orçamento devem figurar em
seu modo bruto, seja de receita ou de despesas, para não permitir deduções
camufladas.

8) Princípio da Legalidade

No Direito Financeiro é igual aos outros ramos, mas no Direito Tributário o


princípio da legalidade é mais forte.

9) Princípio da Transparência Orçamentária – Art. 165, § 6º, CF;


Não confundir com transparência tributária. Qualquer tipo de beneficio
econômico, seu impacto deve ser demonstrado nas leis orçamentárias. Diz que o
orçamento tem que demonstrar os impactos financeiros oriundos de benefícios e
subsídios fiscais e créditos concedidos pelo governo.
10) Princípio da Publicidade
Tornar público. O orçamento tem que ser publicado (lei federal ordinária). Para
que o ato tenha validade você tem que ter consciência dele.
11) Princípio da Não-Vinculação ou Não-Afetação – Art. 167, IV, CF; (vai cair na
prova, com certeza)
Por esse princípio, receita de imposto (uma das espécies tributárias) não
pode ser vinculada, ou seja, o que o Estado arrecada com imposto ele gasta de forma
genérica, senão ele infringe o princípio da não-afetação. Existem exceções a esse
princípio: repartição da receita tributária; ação e serviço público de saúde; educação,
manutenção e desenvolvimento do ensino; atividade da administração tributária
(incluído recentemente); prestação de garantia as operações de crédito por
antecipação de receita ,garantia ou contragarantia para dívidas com a união;

Art. 167. São vedados:

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,


ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2o, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8o, bem como o disposto no § 4o deste artigo;

12) Princípio da Discriminação ou Especialização – Art. 5º, LDF


Tem que ter o detalhamento máximo para que o cidadão possa entender o
orçamento; para possibilitar a transparência orçamentária. Todas as despesas que
tem chegar ao máximo de classificação possivel.

PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

 Princípios da Estrita Legalidade, Isonomia, irretroatividade, Anterioridade,


Nonagesimal, Vedação de Efeitos Confiscatórios, Liberdade de Tráfego,
Uniformidade Nacional e Não-Cumulatividade

 Uniformizacao do Direito Tributário

Universalizar os procedimentos tributários dentro de cada ente federativo.


Isso permite o controle de qualquer Município ou Estado.

 Uniformização do Direito Tributário – Período Militar

Na época do período militar cada um fazia de um jeito. A uniformização


veio através do CTN, que tem características autoritárias em virtude do período
em que foi criado.
 Normas Gerais – natureza de Lei Complementar

Os dispositivos do CTN que preveem normas gerais têm natureza de lei


complementar, aplicando-se a todos os entes da federação (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal). Por exemplo, os arts. 96 em diante possuem
natureza de lei complementar. Por outro lado, as normas que não são gerais têm
status de lei ordinária.
NORMA JURÍDICA

NORMA JURÍDICA

 Conceito: O direito tributário se baseia na teoria da normativa pura. Para


explicar tal ramo, é preciso entender que o direito é uma ciência dogmática, que
exige que o comportamento humano seja regulamentado por ele para se ter a
norma jurídica.

Norma é imposição de comportamento. Dessa forma, o comportamento vai se


enquadrar necessariamente nas obrigações de dar, fazer, não fazer e, no direito
tributário, de tolerar.

 Conteúdo essencial: mandamento principal. Mandamento = obrigação.

 Objeto do mandamento: só pode ser o comportamento humano

Se não tiver comportamento não é norma; não é possível montar a estrutura


principal.

 Da validade: respaldo do concreto no geral e abstrato

 Direito é, pois, um conjunto de normas (o qual convencionou-se chamar de


sistema jurídico ou ordenação jurídica) emanadas do poder competente.

Estrutura principal

HI + MP (obrigação) + S (se o mandamento principal não for cumprido gera


sanção)

 HI: a hipótese de incidência é uma descrição abstrata e geral do fato que pode
ou não ocorrer. Se a hipótese acontecer, vai gerar uma obrigação de pagamento.
Para que uma hipótese de incidência seja perfeita, necessariamente todos os
aspectos abaixo devem ser descritos. A falta de qualquer dos aspectos abaixo
invalida a norma. O fato concreto tem que se enquadrar perfeitamente na
hipótese de incidência, senão não haverá incidência da norma.

O fato concreto é o que se chama de fato gerador.

o Aspecto Pessoal: este elemento mostrará o sujeito ativo e o passivo. A


falta do sujeito ativo no Direito Tributário não invalida a norma porque
está expresso na Constituição. Entretanto, se faltar o sujeito passivo não
existe possibilidade da norma ser válida. A sujeição ativa está dividida na
Constituição por competência, entre os entes federativos, de forma que
um ente não pode intervir na competência do outro.
o Material: é a substância do fato que está sendo tributado. É o objeto da
tributação. No ICMS, por exemplo, o aspecto material é a circulação de
mercadorias e serviços. No IR o aspecto material é a renda. Base de
cálculo: é o elemento dimensível do aspecto material do objeto de
incidência.

o Espacial: dirá onde a obrigação vai surgir.

o Temporal: dirá quando a obrigação vai surgir. No ICMS (imposto sobre


circulação de mercadorias), por exemplo, o aspecto temporal é a saída da
mercadoria.

 MP: é o mandamento principal; é a obrigação que será gerada no momento em


que ocorrer a perfeita adequação do fato concreto à hipótese de incidência. A
alíquota está no MP. A alíquota pode ser alterada por decreto, portaria ministerial
e lei, nos casos de exceção ao princípio da anterioridade. A alíquota não está
submetida a estrita legalidade.

 S: é a sanção.

Estrutura lógica-virtual

 Kelsen

 Subsunção do fato à hipótese

 Exs:

o Se tiver dívidas (HI), pague-as (MP). A dívida vai ser o aspecto


material. Aspecto espacial vai ser onde surgiu a dívida. Aspecto temporal
vai ser quando contraiu a dívida

o Faça o Serviço Militar (MP). HI Aspecto material vai ser o serviço
militar. Aspecto pessoal a pessoa que vai servir. Aspecto temporal: idade
de 18 anos. Aspecto espacial: território nacional.

 Definição de Incidência segundo Pontes de Miranda: “Para que os fatos


sejam jurídicos, é preciso que regras jurídicas, isto é, normas abstratas, incidam
sobre eles, desçam e encontrem os fatos colorindo-os, fazendo-os jurídicos”.

 Fato Gerador – confusão terminológica (no Brasil): o fato gerador é o fato


concreto. Cuidado! O CTN se refere ao fato gerador ora como fato concreto, ora
como hipótese de incidência. Se cair na prova falando que é o mesmo que
hipótese de incidência coloque que é falso.
 Incidência x Não-Incidência:

 Incidência é quando se enquadra perfeitamente a norma.

 Não incidência não há enquadramento.

INTEGRAÇÃO

Utiliza-se a integração quando há uma lacuna.

 Art. 108, I a IV, CTN

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente


para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem
indicada:

I – a analogia;

II – os princípios gerais de direito tributário;

III – os princípios gerais de direito público;

IV – a equidade.

§ 1o O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de


tributo não previsto em lei.

§ 2o O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do


pagamento de tributo devido.

DIREITO TRIBUTÁRIO

1. DIREITO TRIBUTÁRIO (Receita Originária x Derivada)

Receita originária é uma receita oriunda da exploração do próprio


patrimônio do Estado ou de serviço.

A receita derivada é caracterizada por coerção a fim de receber sua receita,


que é imposição legal. O tributo é o principal exemplo de receita derivada. A multa
também é uma receita derivada. O tributo não pode servir de sanção; se for sanção é
multa. A multa é uma obrigação tributária principal.

AULA DIA 09/09


2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL – DEFESA DO CONTRIBUINTE

O sistema tributário nacional vem todo montado na CF. O constituinte fez


essa opção porque sabe que no Brasil o Estado tem a tendência a atacar o patrimônio
do cidadão. Em tese, a nossa Constituição é uma das melhores do mundo na defesa
do contribuinte. Nosso sistema tributário vem para a defesa do contribuinte, por esse
fato nenhum princípio de garantia pode ser utilizado para a defesa do Estado. Art.
150, CF – a arrecadação já não é um sistema tributário, pois se trata do direito
financeiro. O sistema dentro da CF vem com as limitações, com a indicação dos
órgãos indicativos. Foi elegido constitucional como defesa contribuinte.

2.1. Competência x Capacidade tributária – Art. 11, LRF

Competência é rigidamente fixada pela Constituição. A competência é o


poder que a união dá ao ente federativo para que possa instituir o tributo,
precisando ditar lei para instituir este tributo. A competência é o poder de
legislar. Um ente federativo não pode interferir na competência do outro. A
Constituição regula a divisão do poder de tributar entre os entes federativos por
meio da competência. Dentro da competência há diversos outros poderes,
como: arrecadação, gestão, aplicação. Retirando o poder de legislar, os poderes
que sobram são denominados capacidade. A capacidade é delegável, a
competência é indelegável. A capacidade está dentro da competência. O ITR é
um exemplo no qual a União tem a competência para legislar, mas delega a
capacidade de fiscalizar e arrecadar aos municípios (nesse caso, porque a
Constituição assim institui, a receita fica para o município).

O DF é dotado de competência cumulativa porque tem competência


tanto em relação aos tributos estaduais quanto aos municipais.

A LRF diz que os entes federativos são obrigados a exercer a sua


competência tributária (art. 11). Entretanto, o exercício da competência
tributária não é obrigatório, como determina o art. 11 da LRF. Mas se o ente
exercer a competência e instituir o tributo ele é obrigado a arrecadar. O imposto
sobre grandes fortunas é um exemplo de que o ente não está obrigado a exercer
a competência tributária, pois a União ainda não o fez.

Tipos de competência:

a) Competência Comum: todos os entes podem arrecadar, contribuir


etc.
b) Competência Cumulativa: são tributos do Estado e Município (DF
cobra dessa maneira).

c)Competência Residual: exclusiva para União para instituição de


imposto novos ou contribuição social.

d) Competência Concorrente: cada um vai legislar sobre os seus


tributos.

o Classificação quanto à competência impositiva (federais, estaduais e


municipais – Arts. 153, 155 e 156, CF)

É o que a CF reserva a cada ente.

Repartição dos impostos

União:

 Imposto de Renda (IR)

 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

 Imposto de Importação (II)

 Imposto de Exportação (IE)

 Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR)

 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Estados:

 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de


transporte interestadual e intermunicipal e comunicação (ICMS)

 Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

 Imposto sobre Transmissão causa mortis e Doações (ITCMD).

Municípios:

 Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU)

 Imposto sobre serviço ou imposto sobre serviço de qualquer


natureza (ISS ou ISSQN)

 Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).


1.1. Tributo (definição) – Art. 3º, CTN

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou


cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei (ordin

ária) e cobrada mediante atividade administrativa plenamente


vinculada.

Tributo: é obrigatória, não podendo ser em pecunia, apenas em dinheiro.


Tributo não tem nada haver com multa e nem pode ser usado com efeito
sancionatorio.

Compulsoria: não dependde do estado, porque é uma obrigação legal, quanto


para o estado quanto para o contribuinte em relação ao fato gerador.

Prestação = essa prestação é uma obrigação;

Pecuniária = o tributo tem que ser pago em dinheiro; não existe no Brasil
tributos in natura e in labore (pago com produto ou com trabalho).

Compulsória = para que exista o tributo, para que haja a formação da


obrigação tributária, não depende do Estado ou do contribuinte, depende apenas
da ocorrência do fato gerador. O tributo é uma obrigação imenimentemente
legal.

“[...] O dever de pagar tributo nasce independentemente da vontade.

Não se diga, pois, que a prestação tributária é compulsória porque o


pagamento do tributo é obrigatório. A distinção essencial há de ser vista no
momento do nascimento da obrigação, e não no momento de seu adimplemento.
Por isto é que se explica a clássica divisão das obrigações jurídicas em legais,
ou ex-lege, e contratuais, ou decorrentes da vontade.” (MACHADO, Hugo de
Brito. Curso de Direito Tributário. 31. ed. São Paulo: Malheiros. p. 62).

Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir = esta parte já está superada.

Que não constitua sanção de ato ilícito = quer dizer que o tributo não é multa;
o Estado não pode usar o tributo para sancionar o contribuinte. Não pode haver
um ato ilícito dentro da hipótese de incidência do tributo, senão este deixa de
ser tributo e passa a ser multa. Se o ato ilícito estiver fora da hipótese de
incidencia, ele poderá ser tributado.

“A vigente Constituição Federal, entretanto, autoriza a instituição de um


tributo que tem nítida natureza penal. É o imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana, progressivo no tempo, com a finalidade de obrigar o
proprietério de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado a
promover o seu adequado aproveitamento (CF, art. 182, § 4º, II).

A rigor, o dispositivo constitucional pode ser interpretado como


autorização apenas para a instituição de um tributo extrafiscal proibitivo. Mas
não se pode negar que ele autoriza um tributo punitivo. Tudo fica a depender da
lei federal que regular a matéria. Se o legislador federal autorizar um tributo
com feição extrafiscal, não estará violando o preceito da Lei Maior; entretanto,
se autorizar um tributo de natureza penal, pode ser entendido como expressa
exceção ao que estabelece o art. 3º do Código Tributário Nacional ao definir
tributo como prestação não decorrente de ato ilícito.

A Lei nº 10.257, de 10.7.2001, conhecida com Estatuto da Cidade,


parece ter optado pela tributação penal, autorizando a cobrança do IPTU com
alíquotas majoradas nos casos de infração da lei, como providência a anteceder
a desapropriação do imóvel pelo Município.

Assim, interpretada, essa lei contraria o disposto no art. 3º do CTN, que


define o tributo como prestação pecuniária que não constitua sanção de ato
ilícito. Sua validade, porém, pode ser sustentada com fundamento no art. 182, §
4º, II, da vigente CF, que expressamente autoriza essa forma de tributação
penal. Nem é necessário dizer que a Constituição prevalece sobre o Código
Tributário Nacional.” (MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito
Tributário. 31. ed. São Paulo: Malheiros. p. 65-66).

Instituída em lei = toda hipótese de incidência terá que estar presente em lei,
que pode ser ordinária ou complementar.

Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada = na


fiscalização a Administração Tributária é absolutamente restrita ao que diz a lei;
qualquer prática fora do que diz a lei é ato ilícito da própria Administração, que
pode ser crime funcional, ou até mesmo, a depender da situação, crime comum.

A função do tributo não é meramente arrecadatória, como, por exemplo,


o caso da CPMF, que era utilizada para auxiliar na fiscalização.

Função (fiscalidade x extrafiscalidade)


Quando há o objetivo meramente de arrecadação para abastecer os cofe
públicos, se chama fiscalidade. Quando há um objetivo que não seja só
arrecadatório se está dentro do que se chama extrafiscalidade. A extrafiscalidade
ultrapassa a função meramente arrecadatória do Estado. Ex: IPI em bebida
alcoolica.

Classificação quanto à espécie (Art. 145, CF e Art. 5º, CTN)

Há cinco espécies tributárias: imposto, taxa, contribuição de melhoria


(divisão tripartite do CTN), contribuições sociais e empréstimos compulsórios
(adicionados pela CF). O CTN como só considera a divisão tripartite, ele vai
entrar em confronto com a CF, mas a CF que vai ganhar essa discussão.

1.2. Classificação quanto à vinculação

Princípio financeiro da não vinculação. Esse princípio, embora


financeiro, tem efeito para as espécies tributárias. O imposto por si só é não
vinculado; é a única espécie tributária existente no Brasil que é não vinculada,
as outras quatro espécies são vinculadas.

A vinculação quer dizer que a espécie tributária tem uma destinação


estatal específica.

2. NATUREZA JURÍDICA ESPECÍFICA DO TRIBUTO – Art. 4º, I e II, CTN

O art. 4º não tem a menor aplicação atualmente. Para saber a natureza


jurídica específica do tributo há, simplesmente, que se analisar o fato gerador. Isso é
a coisa mais importante diante de qualquer problema prático. O direcionamento da
receita é importante porque vai caracterizar se um tributo é vinculado ou não.

Art. 4o A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato


gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.


AULA DIA 15/08

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS (jus imperii)

1. IMPOSTOS – Art. 16, CTN

CTN. Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.

1.1. Não-vinculados

O imposto é a única espécie tributária não vinculada no Brasil. Por isso


tem duas características: generalidade (todo mundo vai ter que pagar) e a
universalidade (não tem vinculação; vai suprir os serviços uti universi; o
governo pode gastá-lo onde quiser). Universalidade quer dizer que o produto
da arrecadação do imposto vai ser gasto sem vinculação.

“A expressão não vinculada, com que se qualifica o imposto, nada tem a ver
com a qualificação da atividade administrativa vinculada, na definição legal de
tributo. Quando se diz que o imposto é uma exação não vinculada, o que se está
afirmando é que o fato gerador do imposto não se liga a atividade estatal
específica relativa ao contribuinte. Quando se fala de atividade administrativa
vinculada, no art. 3º do CTN, o que se quer dizer é que a atividade
administrativa tributária é sempre vinculada à lei, não se admitindo
discricionarismo da atuoridade administrativa na cobrança dos tributos.

Os impostos distinguem entre si pelo respectivos fatos geradores e com


base nessa distinção, nos países de organização federativa, como o nosso, são
atribuídos às diversas entidades entre as quais se divide o Poder Político.

1.2. Capacidade contributiva, indicando capacidade econômica

Capacidade contributiva: capacidade que o sujetio passivo tem de


contribuir para a sobrevivência do Estado. Vai sempre indicar capacidade
econômica. Geralmente nos impostos de caráter pessoal se faz valer a
capacidade contributiva, porque e HI vai ser montada sobre um fato econômico.

1.3. Diretos e indiretos


Essa classificação é importante para a restituição, mas é extremamente
frágil cientificamente.

É possível distinguir duas figuras: contribuinte de fato e de direito. O


contribuinte de fato é quem suporta o ônus, quem paga o imposto. O
contribuinte de direito é quem a lei indica como sendo sujeito passivo da
exação, do tributo, ou seja, o devedor (=exigência; tributação;). Se for possível
distinguir esses dois contribuintes em pessoas diferentes, o imposto é indireto.
Se vc não consegue distinguir esses dois contribuintes, trata-se de imposto
direto, ou seja, contribuinte de fato se confunde com contribuinte de direito,
pois são a mesma pessoa.

Exemplo: sujeito passivo do imposto de renda é quem aufere renda; se a


lei me indica sou contribuinte de direito; se eu mesmo pago o imposto de renda,
então sou ao mesmo tempo contribuinte de fato e de direito. Neste caso o
imposto é direto.

Exemplo: no caso do ICMS o sujeito passivo é o comerciante; quem


paga é o consumidor. Neste caso o imposto é indireto.

Esta classificação é frágil porque o comerciante pode passar o IR para o


preço.

1.3.1.Diretos: o contribuinte de direito e o contribuinte de fato são a mesma


pessoa.

1.3.2.Indiretos: o contribuinte de direito e o contribuinte de fato são pessoas


diferentes.

1.4. Reais e pessoais

Imposto real é aquele que recai sobre a coisa (Ex: valor, propriedade).
Imposto pessoal é considera as características individuais do sujeito
passivo.

1.5. Proporcionais, progressivos e regressivos

Proporcionais são aqueles que têm alíquota fixa.

Progressivo a alíquota varia de acordo com a variação da base de cálculo


do imposto (as vezes para cima, as vezes para baixo). Se a base de cálculo
aumenta, a alíquota também aumenta. Obs: Lembrar que a aliquota está fora da
HI, ela n se submete a estrita legalidade!

Regressivo quando o imposto diminui de acordo com o tempo

Base de cálculo: a base de cálculo é o que vai mensurar o aspecto


material da hipótese de incidência. É o elemento dimensível do aspecto
material.
Todos os aspectos da HI estão submetidos à estrita legalidade. A
alíquota está fora da HI, ou seja, pode ser modificada sem lei strito sensu, ao
passo que a base de cálculo não pode ser modificada, senão por lei em sentido
estrito, por integrar a HI.

2. TAXAS x PREÇOS PÚBLICOS OU TARIFAS

2.1. Art. 145, II, CF; Art. 77, CTN.

CF. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos:

[...]

II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,


efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;

CTN. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador
idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do
capital das empresas.

Nenhum doutrinador do mundo inteiro conseguiu fixar requisitos que


distinguem taxas e preços públicos.

De início, sabemos que taxa é uma espécie tributária e que o preço


público não é, ele está submetido ao regime jurídico de direito privado (preço
público é sinônimo de tarifa).

2.2. Poder de polícia – Art. 78 e parágrafo único, CTN

São dois fatos geradores que o Estado tem para cobrar a taxa: exercício
do poder de polícia ou prestação de serviço público específico (é possível
determinar o serviço) e divisível (é possível saber quanto cada um paga pelo
uso do serviço).

Específico e divisível é aplicado ao serviço público e não ao poder de


polícia, o poder de polícia não precisa ser específico e divisível. O poder de
polícia é a limitação da liberdade e propriedade individuais em prol do interesse
coletivo. Esse conceito é mais amplo que o do art. 78 do CTN.

Exemplos de taxas nas quais o fato gerador é o exercício do poder de


polícia: taxa de licença para localização e funcionamento, taxa de licença para
publicidade, taxa de licença para construções ou edificações.

2.3. Serviço público

“Ao nível de nosso Curso e para o efeito de situar o problema da


cobrança de taxas, podemos entender por serviço público toda e qualquer
atividade prestacional realizada pelo Estado, ou por quem fizer suas vezes,
para satisfazer, de modo concreto e de forma direta, necessidades coletivas.
Não se confunde com o poder de polícia porque é sempre atividade prestacional
de natureza material.” (Hugo de Brito Machado. Curso de Direito Tributário.
31ª ed. Malheiros Editores, São Paulo: 2010. p. 450).

2.4. Art. 145, § 2º, CF

§ 2o As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

*Se não geraria a bitributação.

2.5. Custo/benefício

O que o Estado arrecada com a instituição da taxa tem que servir para
exercer o poder de polícia ou prestar o serviço público. A taxa não pode gerar
lucro! Uma característica fundamental do preço público é o lucro.

2.6. Ex lege

Taxa só pode ser instituída por lei.


2.7. Receita derivada

O tributo é pricipal espécie de receita derivada, já o preço público faz


parte da receita originária.

2.8. Uso compulsório x uso Facultativo

Quando o serviço é de uso compulsório, ou seja, só o Estado o oferece,


trata-se de taxa. A taxa é uma obrigação ex lege.

O uso facultativo significa que o sujeito passivo tem vários meios para
utilizar o serviço (preço público ou tarifa). O preço público é uma obrigação ex
voluntate.

Nos casos práticos inicie por aqui. Alvará, por exemplo, é taxa, porque
só o Estado pode fornecer. As custas judiciais, porte de arma, CVM são taxa.
São taxas porque so o estado disponibilza.

Pedágio: hoje o pedágio é taxa porque o STF determinou, porque tem o


prinpcio da liberdade de trafego. Hoje atualmente para o dia 15/08, é
considerado tarifa, podendo amanhã ser considerado como taxa ou não.

Água e esgoto aqui no DF é taxa

Coleta de lixo: existe uma divergencia se pode ser considerado taxa ou


não. Corrente a favor disse : A base de cálculo não é a mesma. A divisibilidade
como leva em consideracao a área do imóvel da para saber quanto cada um gera
de lixo.

Iluminação pública: não é taxa, pois não é divisível. Nesse caso será
uma contribuição. A conta de luz sobre o que vc usa é chamado de tarifa.

Passagem do ônibus: é preço público/tarifa

Passa-porte: é taxa

2.9. Interesses primários do Estado

Suprir as necessidades públicas (incluídas na lei).

2.10. Uso Efetivo x Uso Potencial

Uso potencial é uma característica que só a taxa tem . Se o Estado


coloca o serviço à diposição, mesmo que não seja utilizado tem que ser pago.

No uso efetivo o sujeito passivo usa e paga o serviço. Preço público vai
ser sempre uso efetivo. Não pode cobrar sem ter usado.
AULA DIA 16/08/18

3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

O Estado pode cobrar a contribuição de melhoria se em razão de uma obra


pública o imóvel individual se valorizar.

Para cobrar a contribuição de melhoria é preciso avaliar a valorização e


dispobilizar as despesas das obras. É de competencia comum. Zona de afetação é
uma aérea que será abarcada pela contribuição. Para cada obra deve-se existir uma
contribuição. Antes da obra deve-se contestar a contribuição. O limite é até o valor
da obra, o estado não pode tirar lucro. Contribuição de melhoria é considerado um
reembolso.

3.1. Art. 145, III, CF

3.2. Limite total e individual

Na cobrança da contribuição de melhoria o Estado sofre limitações de


duas ordens: individual e total.

Limite individual: valorização do bem individual. O Estado não pode


comprar de cada contribuinte, um valor maior do que a valorizacao do bem do
contribuinte teve.

Limite total: valor total da obra realizada. Com a contribuição de


melhoria o Estado não pode ter lucro, o máximo que ele pode cobrar é o valor
da obra.

4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

Depois que cessar a causa da instituição o Estado devolve. Têm dois fatos
geradores: guerra externa, iminência de guerra ou calamidade pública;
investimento urgente e de relevante interesse nacional. O emprestimo compulsório
serve como uma antecipação de receita.

Características:

 o empréstimo compulsório é de competência exclusiva da União;

 é matéria reservada a lei complementar.

No primeiro fato gerador o Estado não precisa respeitar o princípio da anterioridade,


por óbvio.
No caso do segundo fato gerador é preciso respeitar o princípio da anterioridade.

Art. 148, I e II, CF

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos


compulsórios:

I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade


pública, de guerra externa ou sua iminência de guerra; (não precisa respeitar
o principio da anterioridade)

II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante


interesse nacional, observado o disposto no artigo 150, III, b (precisa respeitar
o princípio da anterioridade).

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo


compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

1. CONTRIBUIÇÕES

Sendo uma espécie tributária vinculada, o mais importante é a finalidade dela.


Dentro da própria construção normativa já terá indicado para onde vão os recursos.
É necessário uma lei ordinária para criar uma contribuição.

As subespécies de contribuição são:

 sociais (saúde, assistência e previdência);

 de interesse de categoria profissional, também chamadas de contribuições


corporativas;

 de interesse de categoria econômica (anuidade da OAB);

 de intervenção no domínio econômico e


 por último a contribuição de iluminação pública, que já é específica
(substituiu a taxa de iluminação pública – inconstitucional (por ser um fato
indivisível). Art.149 A, CF.

CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. A CIDE serve


para desenvolvimento de estrutura de transporte; diminuição de impacto ambiental
relacionado a exploração de petróleo; diminuição do preço do combustível na
bomba.

CIDE COMBUSTIVEIS – direcionado aos transportes. Competencia


exluciva da união.

1.1. Finalidade

1.2. Arts. 149 e 195, CF

1.3. O problema da COFINS e da CSL (ou CSLL). CSL = contribuição social


sobre o lucro. COFINS = contribuição para o financiamento social.

EXERCICIO de TRIBUTÁRIO

1. Detran do DF decidiu cobrar o valor pago pelos proprietários de veículos


automotores, para licenciar seus veículos, sobre o valor venal do automóvel. Tal
exação (tributação) é taxa ou preço público? Você, como consultor jurídico do
Detran, daria parecer favorável ou conta essa medida? Uma taxa tendo em vista
que somente o Estado pode efetivar tal tributação. Tal medida está incorreta, visto que
possui a mesma base de cálculo do IPVA. A taxa não pode haver base de calculo.

2. A taxa judiciária fazendo incidir um percentual fixo sobre o valor atribuído


à causa, respeita os requisitos constitucionais de sua instituição? O valor da
causa não tem relação com o serviço público prestado, o que geraria lucro para o
Estado, não podendo a taxa ter lucro.

3. Seria constitucional uma tarifa de fiscalização de bombas de


combustíveis cobrada pelo Inmetro? Tendo em vista que o serviço realizado pelo
Inmetro constitui uma atividade estatal típica, decorrente do poder de polícia, esta
deveria ser considerada como taxa e não tarifa. A fiscalização consiste em poder de
polícia, devendo ser utilizada taxa.

AULA DIA 22/08/18


PRINCIPIOS E IMUNIDADES
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Já falamos sobre a diferença entre competência e capacidade tributária. A
competência diz respeito ao poder de legislar. Dentro da fatia de poder que o ente
federativo tem, ele age dentro de algumas balizas, que evitam que o Estado ataque o
patrimônio dos contribuintes de maneira arbitrária.

Acima dos princípios, temos as imunidades.

A parte de garantias constitucionais foi copiada da Constituição italiana e


aprofundada, criando princípios e garantias que não existem naquela. Na teoria, a
Constituição brasileira está entre as mais avançadas, que mais protegem o sujeito
passivo.

As limitações ao poder de tributar não são taxativas. Significa que se vier uma
emenda constitucional para incluir nova garantia não há problema.

O STF fixou o entendimento de que essas garantias são individuais. Isso


significa que esses princípios e imunidades são cláusulas pétreas.

1) Art. 150, I, CF – Princípio da estrita legalidade

Tipicidade fechada ou cerrada

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado


à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

A legalidade é mais forte que a legalidade genérica do art. 5º. Se o tributo


não for instituído por lei ordinária ou complementar, violará o princípio da estrita
legalidade.

O STF entende que uma lei ordinária pode revogar lei complementar se a lei
complementar não for materialmente complementar, ou seja, se ela for apenas
formalmente complementar. Assim, se a matéria que a lei complementar trata é
reservada a lei complementar, então a lei será materialmente complementar; se a
matéria não for reservada a lei complementar, então a lei será apenas formalmente
complementar.

A estrita legalidade material É descrição perfeita dos elementos que


montam, estruturam o tributo. É o que se chama de tipicidade fechada ou cerrada. É
simplesmente o cumprimento e o estabelecimento de todos os aspectos que
compõem a HI. A HI está sob reserva absoluta de lei estrito senso (ordinária ou
complementar). A alíquota está no mandamento principal, não na HI.

A estrita legalidade formal é simplemente o respeito aos procedimentos do


processo legislativo para a confecção do ato normativo.
2) Art. 150, II, CF – Princípio da Isonomia

II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em


situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

É a mesma ideia da isonomia normal. Isonomia é tratar os desiguais de


forma desigual, na medida das suas desigualdades. Contribuintes que estão no
mesmo patamar não podem ter tratamento desigual.

3) Art. 150, III, a, CF – Princípio da Irretroatividade

Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

III – cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os


houver instituído ou aumentado;

A tributação se rege pela legislação vigente no momento da ocorrência do fato


gerador.

O Estado não pode instituir um tributo hoje e cobrar de fatos geradores pretéritos.

Obs: não retroagem leis que reduzam base de cálculo do tributo.

a. Exceções – Art. 106, CTN

i. Quando a norma for expressamente interpretativa

Hoje, não precisa ser mais “expressamente”, o Supremo não


consideravam interpretativa, mas já foi abolida.

Norma interpretativa: norma que define alcance de uma legilação já


existente.
O legislador instituiu a HI (hipoteses de incidência) na lei e algum
instituto está sem interpretação definida para fixar o seu alcance. Se a
partir da interpretação há alteração do direito, então não se trata de
norma interpretativa.

ii. Quando se tratar de infração

Desde que o caso não esteja definitivamente julgado

Seemelhante à Retroatividade Benigna, norma penal que retroage


para beneficiar o réu

Exemplo: só se aplica a multa (punição/ sanção)

iii. Normas procedimentais (ou instrumentais)

São normas que não atingem o tributo diretamente.

Exemplo: o Estado tinha interesse no CPMF não por causa da


arrecadação, mas porque ajudava a fiscalizar a movimentação
financeira. Assim, essa parte considerada fiscalizatória poderia
retroagir, porque é instrumento de fiscalização.

Os tres pincipios acima são exceções.

4) Art. 150, III, b, CF – Princípio da Anterioridade

III – cobrar tributos: [...] b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

É chamado de princípio da não surpresa, porque vai dar uma ideia ao contribuinte de
qual vai ser a mudança na tributação. Se o Estado institui um tributo, só pode cobrá-
lo no exercício financeiro seguinte/subsequente àquele em que foi instituído.

É muito confundido com o princípio da anualidade tributária (constituição de 46).


Este princípio existia na época em que os princípios financeiros e tributário se
confundiam. Não confundir também com o princípio da anualidade financeira. O
princípio recebido pela constituicao de 88 é o da anterioridade e não anualidade!

a. EXCEÇÕES AO PRINCPIO ANTERIORIDADE


i. IMPOSTOS FEDERAIS: não se enquadram nas exceções o IR e o
ITR.

1. Importação

2. Exportação: o Estado age e já vale imediatamente.

3. IPI (imposto sobre produtos industrializados): porque tem a


função extrafiscal de intervir na produção.

4. IOF: mexe no câmbio. Nesse caso, não há como imaginar


uma intervenção do Estado no câmbio que só tenha validade
no exercício posterior.

Esses quatro também são exceções ao principio da estrita


legalidade!

ii. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – art. 148, I, CF

1. Impostos Extraordinários (impostos de guerra)

2. Calamidade pública

3. Guerra externa

4. Eminencia externa

iii. ICMS combustíveis

iv. CIDE combustíveis

5) Art. 150, III, c, CF – Princípio Nonagesimal – EC 42/03

III – cobrar tributos: [...] c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea
b;
Pode ser chamado também de princípio da noventena ou da anterioridade mitigada.
Foi criada recentemente em 2003. Antes de 2003 na CF só havia previsão deste
princípio para as contribuições sociais (previdência, saúde e assistência).

A partir da instituição o Estado tem que esperar 90 dias para cobrar. A ideia foi
fortalecer o princípio da anterioridade, ou seja, ele é um acréscimo ao princípio da
anterioridade. O princípio existe para os tributos, só que para o IR ele não vale
(exceção expressa).

Para as contribuicoes sociais só se aplica o principio nonagesimal ou anterioridade


mitigada.

a. Exceções: é só inverter IR e IPI. São as mesmas do princípio da


anterioridade, com duas modificações. Para o IR não é aplicado o princípio
nonagesimal, e para o IPI é aplicado. A fixação da base de cálculo do IPVA e
IPTU também são exceções ao nonagesimal, porque só se aplica o princípio
da anterioridade.

i. Importação

ii. Exportação

iii. Imposto de Renda

iv. IOF

v. Empréstimos Compulsórios

vi. Impostos Extraordinários

vii. Alteração da Base de Calculo do IPTU e IPVA

EXERCÍCIO:
1) O DF decicisiu conceder isenção de IPVA a veiculos destinados a a exploração dos
serviços de transportes escolres, devidamente regularizados na respectiva cooperativa.
Vc, como Ministro (a) do STF está diante de ADI contestando tal ato normativo. Qual
seria sua decisão?
Ninguém é obrigado a participar de uma cooperativa, desta forma, fere a
isonomia daqueles que não participam da cooperativa, indo contra um princípio
constitucional.
AULA DIA 23/08/18
CONT. PRINCIPIOS E IMUNIDADES

6) Art. 150, IV, CF, Princípio da Vedação de Efeitos Confiscatórios

O que se proíbe nesse princípio é que o efeito da tributação gere confisco. A


proibição de efeitos confiscatórios no que tange à tributação é dirigida a todos os
entes da União. Ex: O Estado não pode elevar tanto a alíquota de um tributo a ponto
de confiscar sua renda, seu patrimônio. Este princípio é extremamente subjetivo.

a) Efeito confiscatório x Confisco oriundo de infração.

7) Art. 150, V, CF – Princípio da Liberdade de Tráfego

O Estado não pode instituir um tributo que limite a liberdade de locomoção do


indivíduo. O pedágio é expressamente excluído dessa regra, senão seria proibido.
Supremo definiu que não sera mais taxa, e sim, tarifa, deixando de ser um imposto.

8) Art. 151, I, CF – Princípio da Uniformidade Nacional

Refere-se à União. Significa que a União NÃO pode adotar alíquotas diferentes
alegando diferenças regionais.

Entretanto, a União pode conceder incentivos, mas sem ferir o princípio, pois a
alíquota continua a mesma. Políticas desse tipo estão de acordo com o princípio da
integração nacional.

9) Art. 152, CF – Princípio da Uniformidade de Tributo Estadual ou Municipal


quanto à procedência ou destino de bens e serviços de qualquer natureza

Alíquotas diferentes entre estados e municípios sempre vão acontecer. O que ocorre
é que um estado ou município não pode discriminar um estado ou município em
face de outro.

10) Princípio da Transparência Tributária


Diferente da tranparencia financeira: voltado ao orçamento, O Estado é obrigado a
mostrar quanto de imposto nós pagamos em cada produto, a carga tributária existente
em um produto que adquirimos, por meio de nota fiscal.
11) Princípio da Não-Cumulatividade

O efeito cascata na tributação quer dizer que em todos os elos da produção será pago
integralmente o tributo.

Pensando nisso o Estado criou o que se chama NÃO-CUMULATIVIDADE, que é


a permissão que se tem para deduzir o que já foi pago nos elos das cadeias
produtivas anteriores. Isso evita que voce tenha a tributacao integral durante toda
cadeia produtiva, para o consumidor final.

a. Competência residual – Art. 154, I, CF

É uma competência exclusiva da União para a instituição de impostos novos.


Estados e municípios não podem instituir impostos que não estejam na
Constituição. A união pode, desde que o imposto novo seja não cumulativo e não
tenha base de cálculo ou fato gerador já discriminados dentro da Constituição.

A competência do DF é cumulativa: de estado e município.

A característica primordial da competência concorrente é que cabe à União


estabelecer as normas gerais. No caso do Direito Tributário, o CTN.

AULA DIA 29/08/18

12) Imunidade x Isenção x Não-Incidência x Não-Incidência Juridicamente


Qualificada x Alíquota Vazia x NT

IMUNIDADES
As IMUNIDADES são o maior poder que o contribuinte tem dentro da
Constituição (impedimento ou pribição consitucional).

Todas as imunidades que vamos estudar aqui (Art. 150) só existem para
IMPOSTOS.

Existem outras imunidades espalhadas pelo texto Constitucional que não essas.

a. Características

i. A principal característica da IMUNIDADE é que ela é sempre


constitucional.

ii. É uma GARANTIA INDIVIDUAL. Assim como os princípios, a


imunidade é uma cláusula pétrea.

iii. É uma competência negativa.

É uma proibição constitucional voltada para o legislador constituinte


derivado, dizendo que ele sequer pode legislar.
Não tem como existir fato gerador porque não há a hipótese de
indidência.

Quando a não incidencia é justificada por lei, se chama NÃO


INCIDÊNCIA QUALIFICADA.

Na isenção há hipótese de INCIDÊNCIA E HÁ FATO GERADOR.

Então, a isenção é apenas uma dispensa de pagamento.

b. Finalidade

É extremante importante saber a finalidade para a qual a imunidade foi


criada, a não ser quando se trata de imunidades objetivas. Estas só protegem
a coisa, ou seja, protege-a de impostos reais. Na imunidade subjetiva
protege-se uma entidade, ou seja, se a entidade estiver dentro da atividade
dela, toda a atividade da entidade é protegida.

c. Interpretação

A interpretaçao da imunidade, necessariamente, sempre, é ampla; visa a


atingir o maior número de casos possíveis. Busca-se, portanto, um efeito
extensivo na interpretação.

d. Classificação

1. Alinea “a”: Imunidade recíproca (art. 150, VI, ‘a’, CF)

É uma imunidade voltada para os entes públicos, ou seja, um ente federativo


não poder cobrar IMPOSTO um do outro. Ela não é extensível a terceiros. A
finalidade dessa imunidade é defender o federalismo. Essa imunidade se
extende a autarquias e fundações públicas. A imunidade tem que ser o mais
ampla possivel para abarcar o maior número de hipóteses possiveis.

Essa imunidade é uma imunidade subjetiva.

Imunidades Genéricas (art. 150, VI, ‘b’, ‘c’, e ‘d’, CF)

Podem ser verificadas em 2 classificações:

OBJETIVAS: protege a coisa


1. Alinea “d”: (...) LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS e o papel
destinado à sua impressão (art.150, VI, d)
É imunidade objetiva porque está protegendo a coisa. A editora, por
exemplo, não paga imposto pelo papel, mas paga IR se auferir renda, porque
este imposto é de natureza pessoal.
Questão interessante submetida ao STF é se revista pornográfica teria
imunidade. O STF entendeu que sim; a interpretação tem que ser a mais
ampla possível.

O STF se pronunciou no sentido de que CD-ROM ou qualquer tipo


magnético que tenha informação é imune, mais uma vez utilizando a
interpretação extensiva.

Lista telefônica também tem imunidade.

SUBJETIVAS: protege a entidade

Protege entidades (e não coisas) e todas as suas atividades que tem relação
com sua finalidade essencial. O STF extendeu para as atividades também
que não tem haver com a finalidade, mas não tem fins lucrativos. 100%
nacional, não há possibilidade de estrangeiro. Protege a entidade.

1. Alinea “b”: (...)TEMPLOS de qualquer culto (art.150, VI, b, CF)

Difusão religiosa. Garantir a crença religiosa. Qualquer atividade religiosa


vai estar protegida pela imunidade.

2. Alinea “c”: PATRIMÔNIO, renda ou serviços dos

partidos políticos,

inclusive suas fundações,

das entidades sindicais dos trabalhadores,

das instituições de educação e de assistência social,

sem fins lucrativos,

atendidos os requisitos da lei (art.150, VI, c, CF)

Sem fins lucrativos significa respeitar o art. 14 do CTN, ou seja, não pode ter
distribuição de dividendos. Todo o lucro é revertido em prol da entidade (não
pode remeter divisas ao exterior). Qualquer lei que regulamente garantias e
princípios necessariamente tem que ser lei complementar.

ISENÇÃO

Imunidade não pode ser revogada; isencao pode ser revoda a qualquer tempo.

Imunidade é sempre uma proibição constitucional; Isenção só por lei ordinária.

A interpretação na imunidade é ampla, na isenção é restrita.

NÃO-INCIDÊNCIA

Há um fato concreto que traz alguma peculiaridade que faz com que ele não se
enquadre perfeitamente na hipótese de incidência. Doação para IR é caso de não-
incidência.

NÃO-INCIDÊNCIA JURIDICAMENTE QUALIFICADA

A lei expressamente diz que em determinados fatos não incide a lei.

ALÍQUOTA ZERO

Se o imposto não for submetido ao princípio da anterioridade ele pode ter alíquota
alterada por decreto, porque não está sob a reserva legal. Isso faz com que o governo
fique mais dinâmico na tributação.

No instituto da alíquota zero, o governo consegue o mesmo efeito de uma isenção, com
mero decreto. É utilizada em política fiscal.

A aliquota zero é utilizada conseguir um efeito e imediato e não precisar de uma lei
strictu sensu.

Não tributado: É uma classificação restrita ao IPI. O governo indica, por decreto, quais
são os produtos não tributados.

Todo tributo tem um decreto regulamentado.


AULA DIA 30/08 – NÃO CAIRÁ NA PROVA

- DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS

REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

1) Partilha de competência x Partilha do produto da arrecadação

Esta aula é de Direito Financeiro, não é de Direito Tributário, pois se trata já do


produto da arrecadação. A ideia é saber o pedaço da arrecadação que fica para cada
ente federativo. A importância da contribuição hoje para a União é tão grande que a
sua arrecadação já está quase ultrapassando a receita de imposto.

Estes repasses deveriam ser automáticos mas na prática não é o que acontece, com a
União e os estados colocando óbices.

Neste ponto já houve a arrecadação, já é receita do Estado. Trataremos da divisão do


produto da arrecadação.

A lei complementar 63 fixa as regras de repasse.

O IOF de forma geral vai todo para a União, salvo no caso de IOF sobre ouro/ativo
financeiro ou instrumento cambial, nesse caso a União não recebe nada.

2) Arts. 157 e ss, CF

a. Estados e DF

i. 100%  IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte: é uma


espécie de responsabilidade por substituição; há um substituto, que
retém na fonte, e se for o caso repassar para a União. O que o Estado
retém de D imposto no salário do servidor público não chega nem a
ser repassado à União. O IR é receita da União, mas no caso de
servidores públicos do Estado, DF ou município o valor não é
repassado.

ii. 20%  CR – Competência Residual: 20% do que a União arrecada


no exercício da competência residual tem que ser repassado para os
Estados e o DF. Não há nenhum imposto, atualmente, que seja fruto
do exercício da competência residual.

iii. 10%  IPI (proporcionais às exportações de produtos


industrializados dentro do território nacional): 10% do que a
União arrecadar terá que repassar aos Estados e DF. O repasse será
proporcional às exportações de produtos industrializados dentro do
território nacional. Neste caso quem é mais industrializado receberá
mais.

Nenhuma unidade federada poderá receber parcela superior a 20% do


montante (10% do IPI), devendo o eventual excedente ser distribuído
entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério
de partilha nele estabelecido.

É para compensar o que os Estados perderam na exportação.

iv. 30%  IOF sobre ouro/ativo financeiro ou instrumento cambial:


não é o IOF de forma geral. Embora o IOF seja de competência
federal, neste caso a União não fica com nada, porque 30% fica para
os Estados e para o DF e 70% para os municípios. Entretanto, é
importante ressaltar que só se aplica ao IOF que incide sobre o ouro
utilizado como ativo financeiro. O repasse é feito igualitariamente
entre os Estados e o DF.

v. 29%  CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio


Econômico: a CIDE, sendo contribuição, tem que ser vinculada. Ela
cobre infraestrutura de transporte, serve para diminuir o impacto
ambiental da produção do petróleo, serve para reduzir o preço da
gasolina. O Estado repassará aos municípios 25% desses 29% que
recebe da União. Se a União repassasse diretamente ao município o
valor seria de 7,25% da CIDE.

b. Fundo de Participação dos Estados e do DF

i. 21,5%  IR: repassa 21,5% de todo o imposto de renda. Se somar


tudo que a União repassa de IR dará 48%.

ii. 21,5%  IPI

Esse caso de transferencia indireta, pois passa por um fundo.

c. Municípios

i. 100%  IRRF

ii. 50% ou 100%  ITR (Imposto sobre propriedade Territorial


Rural): é outro exemplo de delegação de capacidade.

1. 50% - Se a União fiscalizar e cobrar


2. 100% - Se o município optar por fiscalizar e cobrar o
ITR: Se o município recebe a delegação de capacidade e
pratica o que a União deveria praticar reduzindo os custos
dela, fica com 100% do que for arrecadado sobre as áreas
rurais do seu território.

iii. 50%  IPVA: o que o Estado arrecada com IPVA, ele repasse 50%
aos municípios.

iv. 25%  ICMS (3/4 na proporção do valor adicionado e ¼


conforme dispuser lei estadual): 25% da arrecadação dos Estados
com ICMS ele repassará aos municípios.

VALOR ADICIONADO (indice de produção) = valor das


mercadorias saídas + valor dos serviços prestados (das prestações de
serviços) – o valor das mercadorias entradas. Fator proporcial de
distribuição.

Os Estados criam vários obstáculos para repassar o ¼ regulado pela


lei estadual.

v. 2,5%  IPI (mesmos critérios do ICMS): os critérios de


distribuição são os mesmos do ICMS.

Os Estados entregarão aos respectivos Municípios 25% dos


10% de IPI que receberem da União, observados os critérios
estabelecidos para o repasse do ICMS.

vi. 25%  CIDE transferida ao estado (7,25%)

vii. 70%  IOF sobre ouro/ativo financeiro ou instrumento cambial

d. Fundo de Participação dos Municípios

i. 22,5%  IR

ii. 22,5%  IPI

iii. 1%  IR e IPI (deve ser pago até o 1º decêndio do mês de


dezembro de cada ano): esse 1% foi um acréscimo realizado por
uma emenda à Constituição.

e. Programas de Financiamento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-


Oeste
Esses programas (são fundos) foram criados para fazer valer o
princípio da integração nacional, ou seja, desenvolver de forma equânime as
regiões.

i. 3%  IR

ii. 3%  IPI

3) PS: art. 160, CF: o inciso I matou o caput. Nenhum ente federativo pode criar
empecilhos para repassar esses valores, a não ser se for para compensar dívidas que
os entes tenham entre si.

AULA DIA 05/09/18 - FONTES

FONTES

A atividade tributária é a fonte material do Direito Tributário. As fontes abaixo


são fontes formais do Direito Tributário.

1) Abrangência – art. 96, CTN

O art. 96 define o termo legislação tributária.

2) CF e ECs
Regula toda a base do Direito Tributário é constitucional.

3) Leis Complementares – CAIRÁ PROVA

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União,


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (se tiver conflito é a lei
complemetar que resolvera)

II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; (qualquer desses


dispostivos sopodem ser regulamentadas por lei complementar)

III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,


especialmente sobre:

Este foi o art. que recepcionou o CTN com status de lei complementar.

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos


impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas


sociedades cooperativas;

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas


e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239.

A alinea “D” : É a previsão constitucional do SIMPLES (Sistema simplificado


de pagamento de tributos).

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá
instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:

I – será opcional para o contribuinte;


II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas
por Estado;

III – o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da


parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será
imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;

IV – a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas


pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.

Também são matérias reservadas à lei complementar: instituição de


empréstimos compulsórios e competência residual da União na instituição de
impostos.

4) Leis Ordinárias (hierarquia)

A lei ordinária é o veículo normativo principal de instituição de tributo. O


exercício da competência tributária se dá por lei ordinária, com as exceções
previstas.

Não há hierarquia entre as leis (federal e municipal), uma vez que a


competência está estabelecida na Constituição.

5) Leis Delegadas

É uma autorização do congresso que se dá ao poder executivo, o poder de


legislar. O Estado nunca usa lei delegada, porque pode utilizar Medida Provisória.

6) MPs

As medidas provisórias são bastante utilizadas arbitrariamente. Tem força de


lei ordinária, mesmo porque não podem tratar de matéria reservada a lei
complementar. Nova fonte de custeio de contribuição social é matéria reservada a lei
complementar. A competência residual é também matéria reservada a lei
complementar.

7) Tratados e Convenções Internacionais

É importante para a tributação em relação ao IR para evitar a bitributação


internacional. A força do tratado internacional para o Direito Tributário é de lei
ordinária. O art. 98 do CTN utiliza a expressão revogar, sendo que na verdade
queria dizer suspender a eficácia.
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

Tem que haver a assinatura do tratado, ratificação pelo Congresso, por meio
de decreto legislativo, e depois internalizado no ordenamento jurídico brasileiro por
meio de decreto presidencial.

IMPORTANTE

8) Resoluções

As resoluções do Senado Federal são utilizadas para suspender eficácia de


lei.

O controle difuso de constitucionalidade tem efeito inter partes, mas pode


ter eficácia erga omnes se o Senado retirar a eficácia do dispositivo.

A resolução do Senado é utilizada para fixar alíquotas interestaduais.

O ICMS, ITBI e ITCMD podem ser atingidos por resoluções do Senado.

9) Decretos Legislativos

Para o Direito Tributário a importância, como já dito, é ratificar os tratados


internacionais. Também é utilizado para regulamentar os efeitos da MP que perde a
validade. Antes da EC/32 as MPs valem até hoje.

10) Convênios

Não se paga o ITCMD no DF porque não há convênio com a União para a


transmissão das informações das declarações de renda.

O convênio é importante também para o ICMS.

11) Decretos regulamentares (presidencial)

São bastante comuns. Quase todo imposto tem decreto. Exemplos: RIR, RIPI
etc.

Os decretos regulamentares não podem ferir o que está na lei.


É possível a existência de decreto autônomo para o Direito Tributário?

Sim, no caso de alteração de alíquota, por exemplo.

a. OBS: art. 212, CTN: este artigo é mais uma piada.

Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais


expedirão, por decreto, dentro de noventa dias da entrada em vigor
desta Lei, a consolidação, em texto único, da legislação vigente,
relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta providência até o dia
31 de janeiro de cada ano.

12) Normas Complementares

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos:

I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; Obs: tem


força de lei stricto sensu.

II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição


administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;

III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

Costumes.

IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios.

Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a


imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do
valor monetário da base de cálculo do tributo.

a. OBS: art. 100, parágrafo único, CTN

Se o contribuinte, de boa-fé, não paga o tributo porque a norma era


complementar, ele não será penalizado, mas terá de pagar o tributo.
EXERCICIO

1. Principios de Garantias, principalmente as exceções e 2 imunidades que não estao no inciso


VI do Art. 150, CF

- Exceções

a) Anterioridade

b) Nonagésimal

c) Irretroatividade

- Imunidades fora do inciso VI

a) Art. 184, § 5º

b) Art. 195, § 7º

AULA DIA 06/09/18 – REVISÃO


cont... VIGÊNCIA E APLICAÇÃO/ INTERPRETAÇÃO

VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

A legislação tribtária aplicável é a vigente no momento da ocorrência do fato


gerador.

1) LICC – caráter supletivo

Ela será utilizada como legislação supletiva.

2) Art. 102, CTN – Extraterritorialidade

A legislação de um estado ser aplicada a outro, desde que haja um convênio.

3) Art. 103, CTN – Prazos

Fala sobre os prazos de vigência das normas complementares.

4) Art. 105, CTN – Fatos geradores futuros e pendentes (aplicação)

O art. 105 traz a figura de fatos geradores futuros e pendentes. Se ocorrer é fato
gerador, senão não é fato gerador. Com esse artigo criou-se um fato gerador
presumido; o exemplo típico é o de substituição tributária.

Podemos estabelecer três espécies de fatos geradores:

 instantâneos – já tem todas as características descritas na HI;

 complexivos – é o inverso, é um somatório de fatos (conjunto de atos) que vão


ser considerados num determinado tempo que a lei tem que fixar - e seu aspecto
temporal ocorre no dia 31 de dezembro (ou seja tem todo seu exercicio fiscal à
somar até seu prazo final);

 periódicos – é o que se mantém (fato gerador de propriedade, por exemplo).

INTERPRETAÇÃO (técnicas)

1) Quanto ao método

a. Gramatical, literal, filológica ou sintática: é o sentido literal dos


termos. Geralmente na área tributária a utilização de interpretação
gramatical é impositiva, principalmente no que diz respeito a
desoneração. Exemplo: art. 111, CTN. Quando se aplica a interpretação
gramatical quer se restringir a extensão da norma, quanto aos resultados.
É a pior forma de interpretação porque desconsidera o sistema, levando a
verdadeiros absurdos.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que


disponha sobre:

I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;

II – outorga de isenção;

III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

b. Lógica ou teleológica: buscar a finalidade para a qual a norma foi


criada.

c. Histórica: evolução ou involução dos institutos ao longo do tempo.

d. Sistemática: considerar o sistema no seu todo.

2) Quanto à origem ou agente de que promana

a. Autêntica: significa a interpretação que o próprio legislador dá dentro da


lei. O próprio legislador conceitua o instituto.

b. Doutrinária ou Livre: é a interpretação dada pelos doutrinadores.

c. Judicial/Adm: é a jurisprudência judicial ou administrativa.

3) Quanto aos resultados

a. Declarativa: tal qual está escrito. Não há ampliação ou restrição do que


está positivado.

b. Restritiva: restringe o foco. Dá-se à norma interpretação mais restrita do


que está positivado na norma.

c. Extensiva: extende o foco. Exemplo: imunidades (têm que ser


interpretadas da forma mais ampla possível).
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

1) Definição de obrigação – Pontes de Miranda

Obrigação é a criação de um vínculo jurídico entre sujeito passivo (contribuinte ou


responsável) e ativo. As obrigações surgem com a ocorrência do fato gerador.

“É a relação jurídica entre duas (ou mais) pessoas, de que decorre a uma delas, ao
debitor, ou a algumas delas, poder ser exigida, pela outra, creditor, ou outras,
prestação.” (Pontes de Miranda)

2) Obrigações legais, contratuais e decorrentes de ato ilícito

Pode haver no DT uma obrigação decorrente de ato ilícito? Sim.

A multa é obrigação tributária, EMBORA NÃO SEJA TRIBUTO. Assim, pode


haver obrigação tributária decorrente de ato ilícito.

Portanto, podemos no DT ter obrigações legais e decorrentes de atos ilícitos.

Contratuais, nunca.

3) Obrigação tributária (art. 113, CTN)

Fato Gerador  HI  Obrigação tributária (não exigível)  Lançamento


(liquidação da obrigação)

Lançamento é ato privativo da autoridade administrativa que terá natureza


declaratória (porque declara obrigação anterior) e constitutiva (porque constitui o
crédito); a partir do lançamento surge o crédito tributário.

O prazo de decadência de 5 anos que a Fazenda tem é para lançar, ou seja, para
constituir o crédito. A partir do lançamento passa a correr o prazo de prescrição, que
é de 5 anos. A LEF admite a suspensão do prazo prescricional por 1 ano para a
Fazenda encontrar bens.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1o A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por


objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2o A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos.

§ 3o A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-


se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária.

a. Obrigação x Crédito

b. Sujeito ativo x Sujeito passivo

c. Obrigação principal x Obrigação acessória

Tem-se a obrigação principal sempre que se tem obrigação de pagamento


(obrigação de dar). Por exclusão, determina-se as obrigações acessórias (fazer,
não fazer e tolerar). O conceito de obrigação principal é mais amplo que o
conceito de tributo.

As obrigações acessórias possibilitam um respaldo para o pagamento da


obrigação principal. A inadimplência de uma obrigação acessória faz surgir uma
obrigação principal, que é uma obrigação de pagamento. Ex: multa. Dessa
forma, não ocorre propriamente uma conversão, mas sim o surgimento de uma
obrigação principal.

Aqui no DT o acessório não segue o principal; o acessório pode existir sem o


principal; exemplo: obrigações acessórias de quem é imune e portanto não tem
obrigação principal.

O Estado não pode dispor de obrigação principal, somente amparado por lei. O
Estado, entretanto, pode dispor de obrigações acessórias.

A obrigação principal decorre de lei stricto sensu (ordinária ou complementar),


já a obrigação acessória decorre de legislação tributária.

i. Patrimonialidade, acessoriedade, indisponibilidade

d. Obrigação x Fato gerador (art. 114, CTN)

i. Situação de fato x Situação jurídica – Elisão

ii. Na situação de fato, o fato que ocorre já tem todas as circustâncias


materias próprias deles; é completo.
A situação jurídica depende de um conceito normativo que pode estar
dentro do sistema tributário ou outro ramo do direito.

O DT não pode alterar conceitos de outras áreas do direito para fins


tributários.

Exemplo: o aspecto temporal do fato gerador do ICMS é a saída da


mercadoria (situação de fato); já no caso da renda, aspecto
substancial da HI do IR, trata-se de uma situação fática, definida na
lei.

A elisão fiscal significa planejamento tributário; dentro de várias


possibilidades de caminho a percorrer, o contribuinte buscará o
menos oneroso. A Fazenda quer acabar com a elisão incluindo no
CTN que o contribuinte deve seguir o caminho mais oneroso. O mero
fato de uma empresa se enquadrar no SIMPLES, por exemplo, já é
planejamento tributário. Transferir um imóvel para o patrimônio da
empresa pode ser feito de duas formas: pagando ITBI ou
integralizando o imóvel no capital social da empresa (tomar o
caminho menos oneroso neste caso também é elisão).

e. “Conversão” de obrigação acessória em principal

MATÉRIA SEGUNDA PROVA


OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

4) Definição de obrigação – Pontes de Miranda

Obrigação é a criação de um vínculo jurídico entre sujeito passivo (contribuinte ou


responsável) e ativo. As obrigações surgem com a ocorrência do fato gerador.

“É a relação jurídica entre duas (ou mais) pessoas, de que decorre a uma delas, ao
debitor, ou a algumas delas, poder ser exigida, pela outra, creditor, ou outras,
prestação.” (Pontes de Miranda)
5) Obrigações legais, contratuais e decorrentes de ato ilícito

Pode haver no DT uma obrigação decorrente de ato ilícito? Sim.

A multa é obrigação tributária, EMBORA NÃO SEJA TRIBUTO. Assim, pode


haver obrigação tributária decorrente de ato ilícito.

Portanto, podemos no DT ter obrigações legais e decorrentes de atos ilícitos.

Contratuais, nunca.

6) Obrigação tributária (art. 113, CTN)

Fato Gerador  HI  Obrigação tributária (não exigível)  Lançamento


(liquidação da obrigação)

Lançamento é ato privativo da autoridade administrativa que terá natureza


declaratória (porque declara obrigação anterior) e constitutiva (porque constitui o
crédito); a partir do lançamento surge o crédito tributário.

O prazo de decadência de 5 anos que a Fazenda tem é para lançar, ou seja, para
constituir o crédito. A partir do lançamento passa a correr o prazo de prescrição, que
é de 5 anos. A LEF admite a suspensão do prazo prescricional por 1 ano para a
Fazenda encontrar bens.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1o A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por


objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.

§ 2o A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as


prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos.

§ 3o A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-


se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária.

a. Obrigação x Crédito

b. Sujeito ativo x Sujeito passivo

c. Obrigação principal x Obrigação acessória


Tem-se a obrigação principal sempre que se tem obrigação de pagamento
(obrigação de dar). Por exclusão, determina-se as obrigações acessórias (fazer,
não fazer e tolerar). O conceito de obrigação principal é mais amplo que o
conceito de tributo.

As obrigações acessórias possibilitam um respaldo para o pagamento da


obrigação principal. A inadimplência de uma obrigação acessória faz surgir uma
obrigação principal, que é uma obrigação de pagamento. Ex: multa. Dessa
forma, não ocorre propriamente uma conversão, mas sim o surgimento de uma
obrigação principal.

Aqui no DT o acessório não segue o principal; o acessório pode existir sem o


principal; exemplo: obrigações acessórias de quem é imune e portanto não tem
obrigação principal.

O Estado não pode dispor de obrigação principal, somente amparado por lei. O
Estado, entretanto, pode dispor de obrigações acessórias.

A obrigação principal decorre de lei stricto sensu (ordinária ou complementar),


já a obrigação acessória decorre de legislação tributária.

i. Patrimonialidade, acessoriedade, indisponibilidade

d. Obrigação x Fato gerador (art. 114, CTN)

i. Situação de fato x Situação jurídica – Elisão

ii. Na situação de fato, o fato que ocorre já tem todas as circustâncias


materias próprias deles; é completo.

A situação jurídica depende de um conceito normativo que pode estar


dentro do sistema tributário ou outro ramo do direito.

O DT não pode alterar conceitos de outras áreas do direito para fins


tributários.

Exemplo: o aspecto temporal do fato gerador do ICMS é a saída da


mercadoria (situação de fato); já no caso da renda, aspecto
substancial da HI do IR, trata-se de uma situação fática, definida na
lei.

A elisão fiscal significa planejamento tributário; dentro de várias


possibilidades de caminho a percorrer, o contribuinte buscará o
menos oneroso. A Fazenda quer acabar com a elisão incluindo no
CTN que o contribuinte deve seguir o caminho mais oneroso. O mero
fato de uma empresa se enquadrar no SIMPLES, por exemplo, já é
planejamento tributário. Transferir um imóvel para o patrimônio da
empresa pode ser feito de duas formas: pagando ITBI ou
integralizando o imóvel no capital social da empresa (tomar o
caminho menos oneroso neste caso também é elisão).

e. “Conversão” de obrigação acessória em principal

cont... OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

7) Sujeito Ativo – Art. 119, CTN

A priori o sujeito ativo é o Estado, mas existem algumas situações, em razão


da CF,

Sujeito ativo é aquele que tem capacidade para exigir; destinatário do


produto da arrecadação não é o mesmo que o sujeito ativo;

As contribuições do sistema S são exigidas pelo próprio INSS (sujeito ativo);


a competência é da União; e o destinatário do produto da arrecadação são as
entidades do sistema S;

a. Parafiscalidade: é uma atividade paralela do Estado de interesse público


que ele não exerce. É o exemplo da OAB. A contribuição que o advogado
paga é um tributo. Se o CREA, por exemplo, quiser executar a contribuição
não usará a LEF. A contribuição sindical também é tributo, mas o sindicato é
pessoa jurídica de direito privado.

b. Pólo credor x Competência

c. Sucessão ativa na obrigação (desmembramento territorial) e Recepção –


Art. 120, CTN

Há dois fenômenos: a sucessão e a recepção. Quando Brasília foi criada


houve a recepção da legislação de Goiás; a sucessão diz respeito à
transferência da sujeição ativa.

Dentro do aspecto pessoal da HI de incidência, haverá a estipulação dos


sujeitos ativos e passivos. Tem que haver previsão legal.

1) Sujeito Passivo – Art. 121, CTN – devedor


a. Da obrigação principal e da obrigação acessória

A obrigação principal é sempre de pagar; por exclusão determina-se


todas as outras. Para as obrigações principais há duas figuras possíveis de
sujeitção passiva: contribuinte e responsável. O primeiro tem relação direta e
pessoal com o fato gerador. O contribuinte é o sujeito passivo por excelência.

Só pode haver responsável por designação de lei stricto sensu, visto


que é uma alteração no aspecto pessoal da HI. A lei pode apenas substituir ao
invés de alargar o aspecto pessoal.

b. Sujeito ativo da obrigação principal

i. Contribuinte x Responsável

1. Contribuinte: relação pessoal e direta com o fato gerador


– SPD (sujeição passiva direta).

2. Responsável: vínculo – SPI (sujeição passiva indireta)

Há responsabilidade por substituição ou por


transferência (terceiros; sucessão; infração).

1) Sujeição passiva e covenções particulares

Não existe nenhum ato do contribuinte que ele possa praticar que altere a
sujeição passiva. Se o fato concreto ocorreu e está descrito na HI, nada vai alterar a
ocorrência do fato gerador. Exemplo: cobrar o IPTU do locatário; para fins
tributários o imposto será cobrado do proprietário; o locador se quiser pode acionar
o locatário com base no contrato.

Para fins tributários convenções particulares não são oponíveis ao fisco.

2) Capacidade Tributária

A capacidade tributária independe que quaisquer formalidades. Nenhum


problema na forma ou no negócio jurídico vai alterar o fato gerador. Se um menor
de idade praticar o fato gerador terá que pagar.

3) Domicílio Tributário

Quando for fazer uma declaração de IR, se tiver um quadradinho de marcar


para aceitar receber informações e notificações por mensagem eletrônica, jamais
marque, pois poderá ser intimado por mensagem eletrônica.

O domicílio tributário é chamado domicílio por eleição, pois quem o escolhe


é o contribuinte, no momento em que informa o endereço.
a. Eleição e recusa da autoridade administrativa

Se o contribuinte elege um domicílio inacessível a autoridade fiscal pode


recusá-lo.

Exercício

1) O Detran do DF decidiu cobrar o valor pago pelos proprietários de veículos


automotores, para licenciar seus veículos, sobre o valor venal dos automóveis. Tal
exação, é taxa ou preço público. TAXA. Você, como consultor jurídico do Detran, daria
parecer favorável ou contra essa medida? Contra, taxa não pode ter base de calculo
própria de imposto (IPVA). Ele estaria cobrando dois impostos do mesmo fato gerador
(poder de policia).

2) Determinado cidadão entra com ação no judiciário visando não pagamento da taxa
de serviços de águas e esgotos, alegando que não faz uso de tais serviços posto que
sua propriedade encontra-se vazia. Você, como juiz da causa, daria ou não
provimento a tal ação?

Como juiz da causa, não daria provimento ao pedido, pois o inciso II, art. 145, da CF,
autoriza a instituição de taxas pela utilização de serviço público, mesmo que potencial.
Ou seja, mesmo que o indivíduo não use o serviço, se o Estado colocá-lo à diposição,
terá de pagar.

3) A taxa judiciária (custas), fazendo incidir um percentual fixo sobre o valor atribuído à
causa, respeita os requisitos constitucionais de sua instituição?

Não. Tem que cobrar o que gasta para prestar o serviço, não pode ter lucro. Taxa não
pode ter lucro . Seria inconstitucional.

4) Seria constitucional uma tarifa de fiscalização de bombas de combustíveis cobrada


pelo INMETRO?

Não seria constitucional porque se trata de poder de polícia (fato gerador exclusivo de
taxa), então só pode ser taxa.

EXERCÍCIO

1) O DF decidiu conceder isenção de IPVA a veículos destinados à exploração dos serviços


de transporte escolar, devidamente regularizados na respectiva cooperativa. Você, como
ministro do STF, está diante de ADIN contestando tal ato normativo. Qual seria sua
decisão?

É inconstitucional. O estado está dando isenção a quem está cooperado ferindo a


isonomia. Está dando tramento desigual para quem está no mesmo patamar de
desigualdade. Fere frontalmente o princípio da isonomia.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

1) Responsável

- sempre um terceiro
- Não participa do binômio fisco-contribuinte;
- Não necessariamente a responsabilidade surge com a ocorrência do fato gerador
(pode haver responsabilidade em caso de fato gerador presumido já ocorrido);
- Identificação por exclusão -> definindo quem é o contribuinte, quem sobrar será
ou não um responsável;
- Motivos (conveniência até necessidade)

a) Facilidade de fiscalização ou necessidade;

1. Solidariedade (fora do capítulo de responsabilidade!!!)

a. Não é espécie de responsabilidade. Ela pode ser aplicada nas


espécies de responsabilidade;
b. Não comporta benefício de ordem, em regra1;
c. Interesse comum e designação por lei;
d. Pagamento, isenção ou remissão, interrupção da prescrição;
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o
fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta
benefício de ordem.
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos
da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a
solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados,
favorece ou prejudica aos demais.

2. Responsabilidade – art. 128 e ss., CTN;

2.1. Por substituição – art. 128, CTN.

2.1.1. O contribuinte sai da esfera de cobrança do fisco; o contribuinte está


fora da relação; o Fisco só poderá acionar o substituto;

2.1.2. Pra frente: o FG ainda irá ocorrer;

1Responsabilidade subsidiária => solidariedade com benefício de ordem


2.1.3. Pra trás: o FG já ocorreu.

2.2. Por transferências

2.2.1. Dos sucessores (podem acumular a posição de contribuinte com a


sucessão)

2.2.1.1. Adquirentes, remitentes, arrematantes, sucessor, cônjuge


meeiro, espólio, fusão, incorporação, transformação e
extinção das pessoas jurídicas;

2.2.1.1.1. Arrematação em hasta pública não gera responsabilidade;

2.2.1.1.2. No caso de alienação, ver se o alienante vai continuar no


ramo ou não (em 6 meses), sendo o caso, aplica-se o
benefício de ordem: primeiro o adquirente, depois o
alienante; se ele cessa, a responsabilidade é integral do
adquirente;

2.2.2. De terceiros (também é solidária, mas nesse caso há benefício de


ordem!!!! Primeiro busca-se o contribuinte)

2.2.2.1. Art. 134, I a VII, CTN;

2.2.2.2. Art. 135, CTN: responsabilidade pessoal => afasta o


contribuinte; há ato ilícito

2.2.3. Por infrações: sempre responsabilidade pessoal

2.2.4. Denúncia espontânea (exclusão da responsabilidade pelas multas!!!)

LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO

LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO

1) CONCEITOS

a) Lançamento

- Lançamento (para que serve?): audio... constituir o crédito tributário

b) Crédito Tributário
Fato Gerador  Obrigação  Lançamento  Crédito tributário  Prazo de 30 dias
para impugnação  Processo Administrativo Fiscal  Dívida ativa (Certidão da
Dívida Ativa)  Execução Fiscal

O credito tributário é constituído pelo lançamento. O crédito tributário é a obrigação


tributária liquidada, portanto exigível.

2) NATUREZA (decorrente da obrigação principal)

A natureza do lançamento é declaratória e constitutiva.

O crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação tributária.

 Independência: embora os civilistas sejam contra a divisão em obrigação e


crédito, eles são absolutamente independentes. Se alguma causa afetar o crédito
isso não afetará a obrigação, entretanto o que afeta a obrigação afeta o crédito,
pois este é posterior àquela.

Na prática é possível ter um crédito tributário sem obrigação (certamente este


crédito será ilegal, pois o crédito decorre da obrigação).

1) OBRIGATORIEDADE DO AGENTE PÚBLICO – CRIME FUNCIONAL

A lei obriga que o fiscal lance o crédito sob pena de cometer crime funcional. O
agente público não pode dispor do patrimônio público por si só, porque é interesse
público (princípio da indisponibilidade do interesse público).

O Estado não pode tributar por analogia porque estaria estendendo a sujeição
passiva que exige lei stricto sensu para alterar a hipótese de incidência, ofendendo o
princípio da estrita legalidade. Também não pode dispensar um tributo devido com
base na equidade (senso de justiça), sob pena de cometer crime funcional, sem
prejuízo de crime comum.

2) CONSTITUIÇÃO-LANÇAMENTO-Art. 142 e parágrafo único, CTN

O lançamento é um ato privativo da autoridade administrativa. Embora a lei diga


expressamente que o contribuinte não pode efetuar o lançamento, o STJ diz que
pode. Segundo ele, a declaração de IR é considerada confissão de dívida.

A confissão de dívida elimina o processo administrativo.

O lançamento ser para determinar a matéria tributária, identificar a base de cálculo,


identificar a alíquota, identificar sujeito passivo, calcular o montante do tributo
devido tornando a obrigação líquida.

Se a Fazenda erra o sujeito passivo o crédito tributário é nulo.


A legislação aplicável à tributação é aquela existente à época do momento da
ocorrência do fato gerador. As exceções à essa regra são (art. 106, CTN): norma
instrumental, leis expressamente interpretativas e ato não definitivamente julgado
que verse sobre infração.

Toda norma que diminui os poderes da fiscalização é ilegal.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o


crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação
da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e


obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

3) LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

a. Exceções (aúdio importante)

4) MODALIDADES

São três as modalidades de lançamento.

a. Por homologação ou auto-lançamento: existe uma tendência mundial de


delegar deveres da Administração aos contribuintes. O lançamento por
homologação é justamente isso.

COMO SE IDENTIFICA QUE SE ESTÁ DIANTE DE UM TRIBUTO


LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO? SE HOUVER PAGAMENTO
ANTECIPADO.

O que se homologa não é o pagamento em si, mas toda a atividade do


contribuinte que se finaliza com o pagamento antecipado. A autoridade
administrativa vai verificar se toda a atividade do contribuinte está correta;
se não estiver correta a Administração vai lançar de ofício, com multa de
75% mais juros contados a partir do fato gerador.
Passados os 5 anos do fato gerador se a administratção não fizer nada, ocorre
a homologação tácita (já se passaram 5 anos do fator gerador). Quando isso
ocorre a Fazenda não pode mais cobrar, pois o direito da Fazenda lançar foi
fulminado pela decadência, e consequentemente não pode cobrar.

O prazo de decadência deve ser alterado por lei complementar.

Alguns doutrinadores chamam o lançamento por homologação de auto-


lançamento, o que não é muito correto pois é ato privativo da administração.

b. Por declaração ou misto: o contribuinte coopera com o Fisco. O Fisco


necessita de informações que não tem para realizar o lançamento. Exemplo:
não existe nenhum tributo lançado por declaração.

c. Ex officio ou direto: é praticado pela própria autoridade administrativa


diretamente porque ela já detém as informações que necessita para realizar o
lançamento. Também será efetuado toda vez que não houver lançamento por
homologação.Exemplo: IPVA, IPTU.

Todos os tributos podem ser lançados de ofício, porque sempre o tributo


pode ser lançado errado.

5) REVISÃO (Art. 149, I a IX, CTN)

O lançamento está submetido ao princípio da imutabilidade. A priori o lançamento é


imutável. A autoridade administrativa não pode alterar o lançamento.

Possibilidades que admitem alteração do lançamento: revisão de ofício, impugnação


do sujeito passivo ou alguma hipótese do art. 149.

A revisão de ofício se dá com valores maiores que 1 milhão.

Todos os incisos do art. 149 vão falar de atos ilícitos. Como ninguém pode se
beneficiar da própria torpeza, abrir-se-á a possibilidade de alterar o lançamento para
que o sujeito passivo não se beneficie de ato ilegal.

O lançamento só pode ser revisto se estiver dentro do prazo de decadência (prazo


para lançar) de 5 anos.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade
administrativa nos seguintes casos:

I – quando a lei assim o determine;

II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e


na forma da legislação tributária;

III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração


nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da
legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo
daquela autoridade;

IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer


elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração
obrigatória;

V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa


legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo
seguinte;

VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro


legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício


daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;

IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou


falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma
autoridade, de ato ou formalidade essencial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não


extinto o direito da Fazenda Pública.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO

CRÉDITO TRIBUTÁRIO
 Alteração de Critério Juridico

1) SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBTÁRIO

A suspensão da exigibilidade do crédito evita a execução fiscal. Para embargar uma


execução fiscal o contribuinte tem que depositar ou penhorar bens no valor integral
da execução.

O recurso administrativo ou uma tutela antecipada suspendem a exigibilidade.

 Obrigações acessórias: as obrigações acessórias permancem mesmo que se


tenha a suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

 Título Executivo: dívida ativa: o título executiva é a certidão da dívida ativa.

 Constituição definitiva do crédito

 Hipóteses: Art. 151, I a VI, CTN

a. Moratória (caráter geral e individual)


Dificilmente conheceremos, porque a moratória é utilizada em situação de
calamidade pública. A moratória nada mais é que a prorrogação do prazo de
vencimento do tributo; dessa forma, não faz sentido falar de juros e multa.

Pode ser considerada moratória geral quando está toda disciplinada na lei.
Se for moratória individual a lei vai especificar alguns requisitos que têm
que ser cumpridos para que a moratória, concedida por despacho
administrativo, tenha efeito.

i. Competência para instituir o tributo: quem tem competência para


decretar a moratória é quem tem competência para instituir o tributo.

ii. Tributos estaduais e municipais (União): se a União decreta


moratória para os tributos dela, ela também poderá decretar para os
tributos estaduais e municipais.

b. Depósito do seu montante integral (prévio ou posterior)

Se o contribuinte quiser a suspensão da exigibilidade do crédito ele pode


depositar o valor integral do crédito. Se o tributo for vencido tem que se
depositar o valor do crédito, dos juros e da multa, senão não é considerado
integral. Há súmula que diz que o depósito tem que ser em dinheiro.

É possível depositar parte do crédito para suspender a exigibilidade de parte


da execução fiscal.

i. Ação Cautelar Inominada (desnecessidade): não é necessário


entrar com ação cautelar inominada para efetuar o depósito.

ii. Não constitui receita pública: não pode ser considerado receita
porque tem contrapartida no passivo.

c. As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do PAF –


Processo Administrativo Fiscal: o PAF também pode ser causa de extinção
do crédito se o contribuinte ganha em fase administrativa e transita em
julgado; neste caso a Fazenda não pode mais levar a matéria ao Judiciário.

d. Concessão de Medida Liminar em MS ou em outras espécies de ação


judicial;

e. Parcelamento: o parcelamento não exclui juro e multa porque o tributo já


está vencido. Se a lei determinar, os juros e multa podem ser excluídos.

- todas as causas de suspenção, extinção ou exclusão, necessita-se de uma


lei ordinária para que a autorize. Logo, o parcelamente também esta
sujeito a disponibilidade da lei. (Princípio da Estrita Legalidade) – exmplo:
REFIS
CT: EXTINÇÃO

2) EXTINÇÃO – Art. 156, Ia XI, CTN

a. Pagamento: hoje o prazo de prescrição para pedido de restituição é de 5


anos da data do pagamento (LC118).

b. Compensação: tem que fazer um pedido expresso para compensar, senão é


considerada não declarada, ou seja, o débito compensado vai correr juro e
multa até que seja reconhecida. O crédito do contribuinte a ser compensado
tem que ter natureza tributária (antigamente as espécies também tinham que
ser as mesmas). DECOMP (PERDECOMP), formulário de compensação,
tansmite pela internet eletronicamente.

c. Transação: significa acordo, é uma possibilidade, mas na pratica não há


como ser eficaz, entretanto é muito difícil de ser verificado em face do
princípio da legalidade.

d. Remissão: significa perdão da dívida.

cont... CT: EXTINÇÃO e EXCLUSÃO

2) EXTINÇÃO – Art. 156, Ia XI, CTN

e. Prescrição e decadência: decadência é o prazo que a fazenda tem para


lançar o crédito (5 anos a partir do fato gerador). No tributo lançado de
ofício o termo inicial só vai começar a contar no exercício seguinte ao que o
lançamento pode ser efetuado (= exercício seguinte à ocorrência do fato
gerador, embora essa não seja a linguagem do CTN).

Prescrição é prazo para a Fazenda cobrar (5 anos a partir da constituição


definitiva do crédito).
No lançamento por homologação se houver dolo conta-se utilizando o
art. 173, icniso I.

f. Conversão do depósito em renda: esse depósito é aquele que suspende a


exigibilidade do crédito. Não confundir com o depósito que é causa de
suspensão, a conversão que é causa de extinção.

g. Pagamento antecipado e homologação do lançamento

h. Consignação em pagamento: dificilmente será visto em matéria tributária,


porque teria que acontecer do Estado recusar o pagamento, ou haver dúvida
de competência (exemplo: IPTU para dois municípios).

i. Decisão administrativa irreformável: a decisão irrecorrível administrativa.

j. Decisão judicial passada em julgado

k. Dação em pagamento em bens imóveis: o conceito de tributo é o


pagamento em dinheiro. Essa dação depende de regulamentação, e nunca o
será porque fere frontalmente o conceito de tributo.

2) EXCLUSÃO – Art. 175, I e II, CTN

 Anistia x Remissão (é causa de extinção, não é causa de exclusão; remissão é


perdão de tributo): a anistia é a dispensa de pagamento de multa; (cai na prova)

 Isensão: tem que vir por lei ordinária, por isso pode ser revogada a qualquer
tempo por lei ordinária. A isenção nada mais é que uma dispensa de pagamento,
embora exista o crédito, embora exista a obrigação.
LEI COMPLEMENTAR Nº 118, 9/FEVEREIRO/2005

Altera e acrescenta dispositivos à Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário


Nacional, e dispõe sobre a interpretação do inciso I do art. 168 da mesma Lei.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art. 1o A Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, passa a vigorar
com as seguintes alterações:

"Art. 133. ..................................................


§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor
falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do
devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo
de fraudar a sucessão tributária.
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade
produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo
prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o
pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário." (NR)

"Art. 155-A. ...................................................................


§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do
devedor em recuperação judicial.
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das
leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não
podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal
específica." (NR)

"Art. 174. ..................................................................


Parágrafo único..........................................................
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;

"Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados,
pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita." (NR)

"Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo
de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do
acidente de trabalho.
Parágrafo único. Na falência:
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor
do bem gravado;
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho; e
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados." (NR)
"Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
"Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos
no curso do processo de falência.

"Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos."
(NR)
Art. 2o A Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 185-A e 191-A:

"Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem
apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz
determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas
atribuições, façam cumprir a ordem judicial.
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível,
devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores
que excederem esse limite.
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo
enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja
indisponibilidade houverem promovido."

"Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de


quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei."
Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de
1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo
sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o
§ 1o do art. 150 da referida Lei.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto
ao art. 3o, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código
Tributário Nacional.

Brasília, 9 de fevereiro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palloci Filho
Ricardo José Ribeiro Berzoini

CT: GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO


GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO

Garantias são intituos que fortalem o CT, e viabilizar o pagamento dos mesmo, ou seja,
meios jurídicos que asseguram o recebimento do crédito tributário. Privilégio
(Preferência) é a posição do crédito tributário em relação a todos os outros créditos.

1) Art. 183, CTN – Não taxatividade

§ único, somente o fato gerador por gerar alterações na natureza da Obrigação


Tributária, logo, qualquer fator externo não pode alterar nada ao CT.
(desnecessidade)

As garantias e privilégios não são taxativas. Para acrescentar algum outro privilégio
ou garantia é preciso lei ordinária; para alterar as já existentes, pelo fato de estar
dentro das normas gerais, só por lei complementar.

O depósito recursal de 30% (administrativo) era condição para que o contribuinte


pudesse recorrer, ou a faculdade de arrolamento que substituiu o depósito não
existem mais. O arrolamento de ofício precisa de duas condições: crédito tem que
ser superior a 500 mil reais e também deve ser superior a 30% do patrimônio
conhecido do contribuinte. Para vender o bem arrolado de ofício é comunicar a
Fazenda.

Os bens absolutamente impenhoráveis estão excluídos das garantias do crédito


tributário, mas há exceção, quando, mesmo sendo bem de família, a dívida for do
próprio imóvel; neste caso o imóvel pode ser utilizado para pagamento do crédito
tributário.

2) Garantia do crédito: totalidade dos bens e das rendas

Ônus Real (Termo). A garantia do crédito tributário envolve a totalidade dos bens e
das rendas, com exceção somente dos bens que a lei declare absolutamente
impenhoráveis. Mesmo no bem de família, se for dívida do própro imóvel ele pode
ser utilizado para pagamento do crédito tributário.

 Inalienabilidade e impenhorabilidade: convenções particulares não podem ser


opostas à Fazenda Pública.

1) Início da presunção fraudulenta: inscrição em dívida ativa (LC 118/05)

A partir da inscrição do crédito tributário em dívida ativa, qualquer alienação


posterior presume-se (presunção relativa) fraude contra a Fazenda Pública. Assim, é
o contribuinte que tem que provar que não fraudou.
O CTN permite que o contribuinte reserve bens no valor do crédito tributário; se
assim o fizer vai ilidir a presunção relativa de fraude.

A LC118 foi a pior lei que já tivemos.

 Antiga redação: a antiga redação era bem melhor; dizia que só havia a
presunção de fraude depois que o contribuinte fosse citado em execução fiscal
(já teria inscrição da dívida ativa, CDA etc.).

 Exceção: quando reserva os bens não tem a presunção.

1) Indisponibilidade dos bens e direitos – Art. 185-A, CTN

Bancenjud: é um sistema que interliga a Justiça ao Banco Central e às instituição


bancárias, para agilizar a solicitação de informações e o envio de ordens

1 - Citação na execução fiscal

2 - Não pagamento

3 - Não penhora para garantir a dívida

4 - A Fazenda Pública só pode utilizar o instituto da indisponibilidade quando ela


perceber que não existem bens penhoráveis (eles não fazem isso na prática).

O juiz vai comunicar a dívida a todos os órgãos de registro que na teoria deveriam
bloquear o valor da dívida.

Na execução fiscal, quando se embarga tem-se toda a defesa aberta novamente, ou


seja, tudo que foi alegado administrativamente pode ser alegado de novo
judicialmente.

 Limite(?) – Art. 185-A, §§ 1º e 2º, CTN

1) Preferência (crédito trabalista ou acidente de trabalho)

O crédito tributário só tem na frente dele como preferência o crédito trabalhista e de


acidente de trabalho. Na falência a ordem é a mesma, só que entram os direitos
reais.

A quitação de tributo é provada com a certidão negativa, ou com certidão positiva


com efeito de negativa. Sem essas certidões mencionadas não se consegue realizar
os itens abaixo.

2) Exige-se prova de quitação dos tributos para:


a) Extinção das obrigações do falido;

b) Concessão de recuperação judicial;

c) Sentença de julgamento sobre partilha ou adjudicação e

d) Contratar com o Estado.

ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E DÍVIDA ATIVA

ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

1) FISCALIZAÇÃO (regulamentação pela legislação tributária)

A regulamentação da fiscalização tributária se dá por meio da legislação


tributária. A principal norma complementar para tributação são os atos
administrativos (portarias). A fixação de competência para julgamento, por exemplo,
vem por intermédio de portaria.

A infringência a uma norma estabelecida por portaria pode anular todo um


procedimento fiscal.

 Aplicação – geral (contribuintes ou não): as obrigações acessórias aplicam-se


a todos, seja contribuinte ou não. Mesmo entidades imunes devem cumprir
obrigações acessórias.

1) DISPOSIÇÕES EXCLUDENTES OU LIMITATIVAS DOS DIREITOS DAS


AUTORIDADES FAZENDÁRIAS

Qualquer lei limitando ou excluindo poderes da autoridade administrativa não tem


validade.

 Escrituração (prazo obrigatório de conservação – art. 195, parágrafo único,


CTN)

1) PRINCÍPIO DOCUMENTAL: OBRIGAÇÃO DA AUTORIDADE


ADMINISTRATIVA DE REGISTRAR OS PROCEDIMENTOS DE
FISCALIZAÇÃO – TDPF (MPF – Mandado de Procedimento Fiscal)
O MPF foi um instrumento criado pela própria Administração Fiscal para
controlar arbitrariedade de seus agentes. Os MPFs pode tem algumas subespécies:
complementar, especial, diligência. O MPF é entregue junto com o termo de início
de ação fiscal; são eles que delimitam o início da fiscalização (esse iníco é
importante por causa da denúncia espontânea – exclui a multa). Qualquer
procedimento que dá início à fiscalização, anula a espontaneidade, ou seja, não é
mais possível a denúncia espontânea.

Há lei ordinária (Lei 9.430) que relativiza a denúncia espontânea (art. 138,
CTN), porque dá 20 dias após o início da fiscalização para o contribuinte se valer da
denúncia espontânea.

No âmbito administrativo o MPF é mero ato de controle interno, ou seja,


vício no MPF não anularia o lançamento tributário.

2) OBRIGAÇÃO DE PRESTAR INFORMAÇÕES – Art. 197, CTN

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade


administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens,
negócios ou atividades de terceiros:

I – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;

II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições


financeiras;

III – as empresas de administração de bens;

IV – os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;

V – os inventariantes;

VI – os síndicos, comissários e liquidatários;

VII – quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de


seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de


informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente
obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério,
atividade ou profissão.

A extensão desse rol de pessoas obrigadas a prestar informações pode ser aumentada
por lei ordinária.
Há exceções. Quem tem o dever legal de guardar sigilio não está obrigado a
informar.

Representação fiscal para fins penais, que vai ser enviada ao MP, que vai aguardar o
fim do processo administrativo para oferecer denúncia.

3) QUEBRA DE SIGILO FISCAL (divulgação)

A quebra de sigilo fiscal só se dá se o agente der publicidade às informações que ele


tem em virtude do cargo.

A Administração Tributária pode divulgar essas informações sem quebrar o sigilo


fiscal.

Art. 198.

§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:

I – representações fiscais para fins penais;

II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;

III – parcelamento ou moratória.


DÍVIDA ATIVA

1) Elementos de indicação obrigatória – Art. 202, CTN


Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade
competente, indicará obrigatoriamente:
I – o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre
que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III – a origem e a natureza do crédito, mencionada especificamente a
disposição da lei em que seja fundado;
IV – a data em que foi inscrita;
V – sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o
crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a
indicação do livro e da folha da inscrição.

a) Consequência do não cumprimento


* cancelamento da CDA e por conseguinte da execução.

b) Prazo
* até a decisão de 1ª instância na via judicial para substituir a CDA.

c) Presunção de liquidez e certeza


* a presunção é relativa porque em fase de embargos de execução fiscal o
contribuinte pode discutir tudo de novo (abre a ampla defesa novamente). Os
embargos só são recebidos se hover a penhora ou o depósito do valor integral.

2) Certidões negativas
* A falta de certidão negativa praticamente inviabiliza tudo.

a) Prazo
* A Fazenda Pública tem o prazo de 10 dias para emitir a certidão negativa.

b) Positiva com efeito de negativa


* Vai ser emitida em 3 possibilidades: crédito tributário não vencido; embargo à
execução com segurança do juízo; e hipótese de suspensão da exigibilidade do
crédito. Existe algum crédito tributário contra você, mas que está excepcionado.

c) Art. 207, CTN – Responsabilidade solidária


* Traz a possibilidade de praticar ato sem a certidão negativa, como, por
exemplo, o cartório. A entidade pode dispensar a prova de quitação do tributo,
mas torna-se responsável.

d) Certidão negativa emitida por funcionário público com dolo ou fraude –


Responsabilidade Pessoal
* O funcionário público se torna-se responsável pessoal, ou seja, excluir o
contribuinte, exclui a relação original.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF)

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF)

1) Legislação

A legislação do PAF é basicamente o decreto 70.235/72. Ele tem força de lei


ordinária, portanto só pode ser alterado por lei ordinária; diversas leis já o alteraram.
A Lei 9784/99 regulamenta o processo administrativo federal de forma geral;
quando não há dispositivo específico dentro do decreto aplica-se essa lei. Por último
temos o CPC, que é aplicado subsidiariamente, entretanto é bastante difícil isso
ocorrer.

2) Litigioso e não litigioso

Não necessariamente há litígio no PAF, ele pode ser não litigioso, como
quando o contribuinte faz um pedido de restituição (tributo pago indevidamente). Só
haverá litígio se houver negativa da Administração Tributária.

O pedido de ressarcimento não se dá por pagamento indevido, mas


simplesmente por requerimento dentro da sistemática de determinado tributo.
Exemplo: crédito presumido de IPI; o regime não cumulativo, por exemplo, gera
crédito para a empresa.

3) Fase litigiosa (início)

A fase litigiosa se inicia quando se tem a interposição de recurso tempestivo,


seja ele impugnação ou manifestação de inconformidade. Se houver pedido de
restituição ou ressarcimento, como não há litígio, caso haja a negativa desse pedido,
vai viabilizar o recurso de manifestação de inconformidade. Quando há um créidto
constituído por um lançamento de ofício, ou seja, há o litígio já de início, utilizar-se-
á impugnação. Se o advogado manejar o recurso errado aplica-se a fungibilidade.

4) Regiões fiscais

Há 10 regiões fiscais (superintendências) para facilitar o controle e a fiscalização.

5) Composição dos órgãos e tribunais administrativos

6) Competência
7) Fases (DRF, DRJ (1ª), CARF (2ª), CSRF)

A relação do contribuinte com o Fisco se dá pelas DRFs – Delegacia da


Receita Federal de Fiscalização, que são setores de fiscalização (não são órgãos de
julgamento). Quando há negativa da DRF, a impugnação ou manifestação de
inconformidade vai para a DRJ – Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que é
a primeira instância de julgamento (órgão colegiado só com membros da
Administração). Se o crédito for maior que 1 milhão ocorre o reexame necessário
para a segunda instância.

Da decisão negativa de 1ª instância cabe o recurso voluntário para o CARF


– Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que tem composição paritária
(metade da Fazenda, metade dos contribuintes). Se houver empate é a Fazenda que
desempata. O CARF é formado por várias câmaras e turmas, que tem suas
competências definidas em portarias.

A CSRF – Câmara Superior de Recursos Fiscais, é a última instância; faz o


papel do STJ na esfera administrativa. Da decisão do CARF cabe recurso especial
para a CSRF, só se tiver divergência entre as turmas.

No processo administrativo busca-se a verdade material; vige o formalismo


moderado.

Depois da decisão definitiva há 30 dias de cobrança amigável e depois


inscrever em dívida ativa e iniciar a execução fiscal.

8) Recursos (ED, REsp, RV, MI e RO)

a. Embargos de Declaração: 5 dias.

b. Recurso Especial: o prazo do REsp é de 15 dias.

c. Recurso Voluntário: o prazo é de 30 dias.

d. Impugnação: o prazo é de 30 dias.

e. Manifestação de inconformidade: o prazo é de 30 dias.

f. Recurso de ofício: não tem prazo.

9) Prazos

10) Depósito/arrolamento

Antes tinha que depositar 30% do valor discutido para se defender, apesar de
algumas delegacias cobrarem até hoje.

11) Decisões definitivas e renúncia

Se o contribuinte ajuizar ação no judiciário ele renuncia a esfera administrativa.


12) Prova pericial

Livro de PAF: Marcus Vinícius Lima.

O problema da decisão é que o STJ criou uma espécie de responsavel sem que
houvesse previsão na lei, conforme expressa o art. 128 do CTN.

No caso em tela, ainda não tem lançamento, ou seja, não tem crédito
constituido, conforme artigo 142. Como não o crédito ainda não foi lançada a Fazenda
não conseguiu demonstrar nem motivar estarem presentes uma das hipóteses do art. 135
do CTN

Outro problema é que no momento em que a fazendo vai executar o sócio, ela
tem que provar que houve a prática de um dos atos previstos no art. 135 do CTN pelo
sócio, o que não ocorreu.

E, além da Fazenda não ter provado, ainda houve a inversão do onus da prova,
sendo que o próprio sócio terá que provar que não houve a prática dos atos previstos no
art. 135 do CTN.

Estar o nome do sócio na CDA não é justificativa para obstar o seu direito de
ajuizar ação de exeção pre-executividade.
AULA xx/xx – EXERCICIO
O DF decidiu conceder isenção de IPVA a veículos destinados à exploração dos serviços
de transporte escolar, devidamente regularizados na respectiva cooperativa. Você, como
ministro do STF, está diante de ADI contestando tal ato normativo. Qual seria sua
decisão? R: É inconstitucional. O estado está dando isenção a quem está cooperado
ferindo a isonomia. Está dando tramento desigual para quem está no mesmo patamar de
desigualdade. Fere frontalmente o princípio da isonomia.

O Sr. Sonegácio, autônomo, recebeu honorários da empresa tributando ltda. Sabendo-se


que o FG do IRPF é o acréscimo patrimonial, aponte as situações que podem ocorrer
com relação ao sujeito passivo da exação.

Não tem base constitucional, pois a matéria é reservada a lei complementar.

Não agiu corretamente poque o interesse comum não pode ser utilizado como forma de
eleger responsáveis.

Responsabilidade por substituição. Art. 128 CTN. Subespécie: substituição para trás –
quando o fato gerador já ocorreu. A fiscalização não agiu corretamente porque a
solidariedade não é um tipo de responsabilidade, mas é decorrente de desiignação legal,
o que no caso não ocorreu.

No caso de arrematação em hasta pública os tributos não acompanham a coisa. Dessa


forma, a cobrança em questão seria ilegal.

Não seria possível, pois tal alteração só é possível se for feita por lei complementar.

O DF decidiu conceder isenção de IPVA a veículos destinados à exploração dos serviços


de transporte escolar, devidamente regularizados na respectiva cooperativa. Você, como
ministro do STF, está diante de ADIN contestando tal ato normativo. Qual seria sua
decisão? R: É inconstitucional. O estado está dando isenção a quem está cooperado
ferindo a isonomia. Está dando tramento desigual para quem está no mesmo patamar de
desigualdade. Fere frontalmente o princípio da isonomia.

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