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"EMPREENDEDORISMO E DELIVERY - O mundo pós COVID/19: as novas

relações de negócios e as implicações no direito brasileiro"

4ª Revolução industrial – economia colaborativa


Recorte de classe: empresa x colaborador
Profissional “liberal”
Segundo Rita Von Hurty, personagem criada por Guilherme Lima, o
novo trabalho, trabalho remoto ou “home office”, estimulado pela
pandemia da Covid 19, possui características novas: como, em
primeiro lugar, a perda de limite temporal para a realização do
trabalho, ou seja, o trabalhador não exerce sua atividade de 8h às
17h, mas sim jornada intermitente, quase eterna. E, em segundo
lugar, a perda do limite espacial, isto é, não há o lugar geográfico onde
é exercido o trabalho, ele pode ser devolvido em qualquer ambiente.
Diante desse cenário, o trabalhador de aplicativos está sujeito a
jornadas de trabalho de 12h a 15h por dia sem descanso, podendo ser
exercido seu trabalho em qualquer lugar da cidade ou fora dela, sem
ser assegurado direitos mínimos à sua atividade empregatícia pela
ausência de relação trabalhista em virtude da falta de subordinação.
Diante disso, meu questionamento é: como pensar a relação de
trabalho, após pandemia da Covid-19, respeitando a integridade física
e psíquica dos trabalhadores, tanto de aplicativos, como em geral, a
fim de garantir direitos trabalhistas dentro do “novo mundo”?

No final da fala da Andressa,


Na economia colaborativa ou compartilhada, por meio do sistema de
delivery (entrega rápida), há a cultura da não responsabilização pelo
trabalhador. Por exemplo, para ficar claro, o sujeito que trabalha em
aplicativos de entrega de comida ou transporte de passageiros, muitas
vezes, aluga a bicicleta ou carro (sua ferramenta de trabalho), entrega
comida de um restaurante que ele não tem vínculo de emprego para
uma pessoa que ele não conhece. Caso haja um acidente de trabalho,
de quem é a responsabilidade pelo acidente do entregador? Da
emprega de aluguel de bicicleta ou carro? Do restaurante de comida?
Da pessoa para qual a refeição é entregue?
Diante disso, meu questionamento é: como responsabilizar as
empresas de aplicativos de delivery ou de transporte de passageiros
particulares quando não existe relação de trabalho entre o sujeito
prestador do serviço e a empresa de aplicativos?
Empresa como postos de trabalho
Direitos trabalhistas
Na coluna de José Manuel Diogo, cujo título era motoboy: escravo
moderno, publicado no Jornal “Isto é” em 03 de julho de 2020, houve
um estudo que revelou o aumento da jornada de trabalho, depois do
início da pandemia da Covid 19, resultando em menos rendimentos
para o entregador. Assim, 52% dos motoboys que passaram a
trabalhar mais horas tiveram quebra nos ganhos e dos que
mantiveram a carga horária, 54% passou a receber menos.
Portanto, a pessoa sujeita ao trabalho de delivery está trabalhando
mais, recebendo menos e com o risco de ser infecção pelo novo
coronavírus, sem qualquer assistência em saúde por parte das
empresas.
Diante disso, meu questionamento é: como manter a renda mínima
para o entregador durante a pandemia da Covid 19, já que, em tese,
ele não é empregado, é “profissional liberal”, exercendo suas
atividades por conta e risco próprios?

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