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Brasília
2019
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2019
TIAGO DOS SANTOS NASCIMENTO
Direitos humanos de mulheres nos cuidados em saúde: análise do
caso Aline Pimentel
BANCA AVALIADORA
_________________________________________________________
Professor(a) Orientador(a)
__________________________________________________________
Professor(a) Avaliador(a)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
3
INTRODUÇÃO
O referencial internacional dos dos Direitos Humanos dos Pacientes, doravante DHP, direitos
humanos dos pacientes é um temaa temática que
ainda necessita ser exploradora, uma vez que ainda não há tanta literatura jurídica a respeito
do assunto, tampouco existe legislação nacional específica para a proteção dos pacientes.
Assim, a relação paciente/profissional de saúde merece atenção, ainda mais quando é a mulher
submetida aos cuidados em saúde, em razão de suas vulnerabilidades e especificidades. Desse
modo, o presente estudo busca analisar os direitos humanos dos pacientes sob a ótica da
mulher, com a finalidade de compreender os aspectos de tais direitos relacionados diretamente
à paciente na assistência terapêutica. Para tanto, foram levantados e examinados documentos
internacionais sobre os direitos humanos dos pacientesDHP a fim de construir um campo
teórico para analisar tal referencial internacional em relação às mulheres. Para ilustrar a
aplicação desses direitosdo referencial dos DHP à mulher paciente, o caso Alyne Pimentel
será abordado no estudo, em virtude de sua importância em relação aos direitos das mulheres,
uma vez que foi a primeira denúncia contra o Brasil sobre a mortalidade materna recebida
pelo Comitê para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, da
Organização das Nações Unidas. .
Palavras-chave:
Direitos humanos; dos pacientes; mulher; Caso Alyne Pimentel; Gênero e saúde.
O referencial teórico dos direitos humanos dos pacientes, desenvolvido por Ezer e
Cohen1 e por Albuquerque2, envolve a aplicação de princípios e de direitos ao contexto dos
cuidados em saúde. Desse modo, o referencial reconhece a dupla condição do paciente: a de
ser vulnerável e de sujeito central do processo terapêutico. Assim, por seu estado de
1 COHEN, J.; e EZER, T. Human rights in patient care: a theoretical and practical framework.
Health and Human Rights Journal. Disponível em: https://www.hhrjournal.org/2013/12/human-rights-
inpatient-care-a-theoretical-and-practical-framework/. Acesso em: 25 mar. 2017.
2 ALBUQUERQUE, A. Direitos Humanos dos Pacientes. Curitiba: Juruá, 2016.
4
fragilidade psíquica e física e pelo fato de não deter conhecimento médico especializado, o
paciente se encontra numa condição especial de vulnerabilidade, que deve ser considerada
pelos profissionais de saúde3.
Dessa forma, o direito à vida é primordial nos cuidados em saúde, tendo dois
aspectos: um relacionado à proteção de todos pacientes durante o processo terapêutico; e outro
referente à punição dos profissionais de saúde que atentem contra a vida do paciente4.
Então, o direito à vida desdobra-se na segurança que todo o paciente deve ter
enquanto submetido aos tratamentos na esfera da saúde, pois a aplicação de procedimentos
inseguros pode levar o paciente a morte7.
8 WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Quality of care: A process for making strategic choices
in health systems. WHO: Geneva, 2006, p. 9-10.
9 CIDH. Observación general n. 20. Artículo 7 – Prohibición de la tortura u otros tratos o penas
crueles, inhumanos o degradantes. Disponível em:
<http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/BDL/2001/1399.pdf?view=1> Acesso: 10 mar. 2017.
10
A/63/175, para. 50 apud UNITED NATIONS. General Assembly. Report of the Special Rapporteur
on torture and other cruel, inhuman or degradign treatment or punishment, Juan E. Méndez.
Disponível em:
http://www.ohchr.org/Documents/HRBodies/HRCouncil/RegularSession/Session22/A.HRC.22.53_Engl
ish.pdf. Acesso: 10 mar. 2017.
6
10 MENDEZ, J. United Nations. General Assembly. Report of the Special Rapporteur on torture
and other cruel, inhuman or degradign treatment or punishment. Disponível em:
http://www.ohchr.org/Documents/HRBodies/HRCouncil/RegularSession/Session22/A.HRC.22.53_Engl
ish.pdf. Acesso: 10 mar. 2017, p. 4.
11 CIDH. Observación general n. 20. Artículo 7 – Prohibición de la tortura u otros tratos o
penas crueles, inhumanos o degradantes. Disponível em:
http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/BDL/2001/1399.pdf?view=1 Acesso: 10 mar. 2017 13
CCLT. Convención contra la Tortura y Otros Tratos o Penas Crueles, Inhumanos o Degradantes.
Observación General nº 2. http://www.refworld.org/cgibin/texis/vtx/rwmain/opendocpdf.pdf?
reldoc=y&docid=47bee7f62 Acesso: 10 mar. 2017.
12 CDH. Observación General n. 16. Artículo 17 – Derecho a la Intimidad. Disponível em:
http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/BDL/2005/3584.pdf?view=1. Acesso: 10 mar. 2017. 15
OBSERVATÓRIO DE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS DOS PACIENTES. A DUBDH e os
Direitos Humanos dos Pacientes. Disponível em: http://www.observatoriopaciente.com.br/dubdh/
Acesso: 10 mar. 2017.
13 OBSERVATÓRIO DE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS DOS PACIENTES. A DUBDH e os
Direitos Humanos dos Pacientes. Disponível em: http://www.observatoriopaciente.com.br/dubdh/.
Acesso: 10 mar. 2017.
7
geral, espera que a comunicação feita acerca de seu estado seja confidencial no âmbito dos
cuidados em saúde15.
Desse modo, a detenção do paciente com deficiência mental, por ordem judicial
ou
decisão de tutor, deve ser guiado pelos seguintes parâmetros: a) o transtorno mental deve estar
baseado em perícia médica objetiva; b) o grau de desordem mental deve ser de tal forma a
justificar a medida; c) a retenção deve se pendurar enquanto durar a gravidade do transtorno;
compreensão pelo paciente das diversas opções de tratamento disponibilizados durante a fase
hospitalar18.
O último direito a ser exposto aqui é o de a não ser discriminado nos cuidados em
saúde, que diz respeito a tratamentos igualitários, sem distinções por fatores pessoais ou
socioeconômicos. Nesse sentido, não pode existir diferença entre os indivíduos em razão de
raça, cor, religião, opinião pública, gênero, ou quaisquer condições sociais, econômicas e
pessoais21.
18 B.M., Dickens; R.J, Cook apud CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde
uma Perspectiva de Derechos Humanos. Disponível em:
mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso: 11 mar. 2017, p. 14.
19 CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva de
Derechos Humanos. Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso: 11
mar. 2017.
20 CIDH. Humanos. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva
de Derechos Humanos. Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso:
11 mar. 2017.
21 CIDH. Observación General n. 18. No discriminación. Disponível
em: http://www.villaverde.com.ar/es/assets/investigacion/Discriminacin/og-18-cdh-
discriminacion.pdf.
Acesso em: 11 mar. 2017.
22 HUNT, P. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión of the human
right
to health). Disponível em:
https://documents-ddsny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?OpenElement.
Acesso em: 11 mar.
2017, p. 15.
9
atenção especial, como “as mulheres, as crianças e os grupos marginalizados, tais como as
minorias raciais e étnicas, os povos indígenas, as pessoas com deficiência e os indivíduos com
o VIH/SIDA23”.
emprego, limitam a capacidade das mulheres na proteção da própria saúde, impedindo seu
estado pleno de saúde25, sendo, portanto, fatores determinantes nos cuidados em saúde.
Diante dos direitos dos pacientes expostos, importa ressaltar aqueles que dizem
respeito à paciente mulher, pois ela é mais vulnerável no curso dos cuidados em saúde,
sofrendo, inclusive, mais violações de direitos humanos quando submetida a tratamentos
terapêuticos, em especial, aos relacionados à saúde sexual e reprodutiva26.
23 HUNT, P. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión of the human
right
to health). Disponível em:
https://documents-ddsny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?OpenElement.
Acesso em: 11 mar.
2017, p. 16.
24 OMS. Mulheres e saúde: evidências de hoje, agenda de amanhã. Disponível em:
https://www.who.int/eportuguese/publications/Mulheres_Saude.pdf. Acesso em: 21 ago. 2019, p. 3
25 OMS. Mulheres e saúde: evidências de hoje, agenda de
amanhã. Disponível em:
https://www.who.int/eportuguese/publications/Mulheres_Saude.pdf. Acesso em: 21 ago. 2019, p. 3
26 FULLER, A.; CABRERA, O.; DUGER, A. Health and Human Rights Resource Guide. Disponível
em: https://www.hhrguide.org/2014/02/20/testing-page-1/. Acesso: 04 mar. 2017.
10
Para amparo efetivo no âmbito da saúde, recomenda-se que a mulher seja vista em
sua completude, tendo por norte as particularidades dela, de modo a prevenir, detectar e tratar
referencial dos Direitos Humanos dos pacientesDHP em relação a elasa pacientes, uma vez
que o gênero influencia na dinâmica dos cuidados em saúde30, devendo ser analisados,
portanto, os direitos humanos relacionados às especificidades das mulheres.
de qualidade dos procedimentos terapêuticos. Nesse sentido, há uma grande preocupação com
segurança do paciente nos procedimentos maternos e neonatais em virtude de seus resultados
desastrosos, em caso de aplicação de procedimentos médicos inseguros31.
obstétricos imprudentes pode ocorrer infecções no período perinatal que poderá resultar em
novas internações e até a morte32. Dessa forma, a segurança do paciente é um elemento a ser
observado nos cuidados em saúde, a fim de evitar riscos às mulheres submetida à assistência
hospitalar.
saúde. Dessa forma, um dos exemplos de tratamento desumano ou degradante pode ser
encontrado em algumas práticas que caracterizam a violência obstétrica, tal como é a
violência obstétrica33.
02 ago. 2019.
35 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos
durante o parto em instituições de saúde. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/134588/WHO_RHR_14.23_por.pdf?sequence=3. Acesso em: 02
ago. 2019.
36 NACIONES UNIDAS. Asamblea General. Consejo de Derechos Humanos. Informe del Relator Especial
sobre la tortura y otros tratos o penas crueles, inhumanos o degradantes, Juan E. Méndez, A/HRC/22/53.
Tradução: Español, Genebra. p. 21
37 _________. Asamblea General. Consejo de Derechos Humanos. Informe del Relator Especial sobre la
tortura y otros tratos o penas crueles, inhumanos o degradantes, Juan E. Méndez, A/HRC/22/53. Tradução:
Español, Genebra. p. 21
38 CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva de
Derechos Humanos. Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso: 11
mar. 2017. 44 Macedo, F. S., ROSO A., LARA, M. P. Mulheres, saúde e uso de crack: a reprodução do novo
racismo na/pela mídia televisiva. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/sausoc/2015.v24n4/1285-
1298/pt/#. Acesso em: 02 ago. 2019.
13
mulher, uma vez que a não disponibilidade de orientações em saúde e serviços necessários
para a adequada saúde sexual e reprodutiva agravam a vulnerabilidade feminina45.
Desse modo, tal direito deve ser garantido a mulheres nos tratamentos de saúde,
de
modo a garantir e proteger que não seja discriminada em razão do gênero39.
Como forma de ilustrar os direitos humanos dos pacientes aplicados a mulheres,
será analisado o caso Alyne Pimentel no estudo, em virtude de sua importância em relação aos
direitos das mulheres, uma vez que foi a primeira denúncia contra o Brasil sobre a
mortalidade materna recebida pelo Comitê para a Eliminação de todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher.
45
HUNT, P. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión of the human
right to health). Disponível em:
https://documents-ddsny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?OpenElement.
Acesso em: 11 mar.
2017, p. 16.
46
CIDH. Acesso a la Información em Materia Reproductiva desde uma Perspectiva de Derechos
Humanos. Disponível em: mujeresaccesoinformacionmateriareproductiva.pdf. Acesso: 11 mar.
2017. 47 HUNT, P. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión
of the human right to health). Disponível em:
https://documents-ddsny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?
OpenElement. Acesso em: 11 mar. 2017, p. 15.
48
FULLER, A.; CABRERA, O.; DUGER, A. Health and Human Rights Resource Guide.
Dessa forma, os aspectos inerentes ao caso lhe conferem qualidade para ser um
episódio paradigma no monitoramento dos a dinâmica de direitos humanos das pacientes no
Brasil, motivo pelo qual será analisado conforme as disposições do documento do COMITÊ53.
40 ALBUQUERQUE, A. S. O.; SCHIRMER, J. B. Caso Alyne Pimentel: uma análise à luz da abordagem
baseada em direitos humanos. Disponível em: http://revista.ibdh.org.br/index.php/ibdh/article/view/202.
Acesso em: 03 ago. 2019.
41 ____________. Caso Alyne Pimentel: uma análise à luz da abordagem baseada em direitos
humanos. Disponível em: http://revista.ibdh.org.br/index.php/ibdh/article/view/202. Acesso em: 03 ago.
2019. 53 Committee on the Elimination of Discrimination against Women. Communication n. 17/2008.
Disponível em: https://www2.ohchr.org/english/law/docs/CEDAW-C-49-D-17-2008.pdf. Acesso em: 03 ago.
2019.
15
Alyne Pimentel. Segundo eles, em 11 de novembro de 2002, Alyne Pimentel, grávida de seis
meses, foi à Casa de Saúde Nossa Senhora da Glória, apresentando os sintomas de náusea e
dores abdominais.
a mandou para casa. Porém, o estado de saúde dela piorou e, em 13 novembro de 2002, ela
retornou ao mesmo hospital acompanhada de sua mãe.
placenta, sendo que, após o procedimento, o estado de saúde dela piorou bastante,
apresentando sintomas, como hemorragia extrema, vômito, pressão baixa, incapacidade de
ingestão de alimentos e desorientação prolongada.
sintomas, não tendo alterado seu quadro de saúde. Em seguida, os médicos da Casa de Saúde
solicitaram a transferência de Alyne Pimentel para outra unidade. Assim, foi verificado que
somente o Hospital Geral Municipal Nova Iguaçu possuía leito disponível. Contudo, tal
instituição se recusou a usar sua única ambulância para buscar Alyne Pimentel.
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Alyne Pimentel aguardou por oito horas para ser transferida ao referido Hospital. Após ser
transferida, o estado de saúde dela se agravou, a pressão caiu para zero e ela teve que ser
ressuscitada pelos médicos. A instituição de saúde instalou Alyne Pimentel em um local
improvisado no meio do corredor, porque não havia leito disponível.
No caso Alyne Pimentel, os peticionários alegam que não foi prestado tratamento
médico adequado durante o parto, causando o falecimento de Alyne Pimentel, uma vez que a
principal razão da mortalidade materna é atraso na obtenção de cuidados obstétricos
emergenciais de qualidade.
Sustentam, ainda, que a morte seria evitada se Alyne Pimentel fosse submetida a
exames médicos adequados durante seu primeiro atendimento, pois, já na segunda consulta,
teria sido detectado a morte do feto e o parto seria induzido de imediato, evitando
complicações em seu estado de saúde e, em última instância, sua morte.
Argumentam, também, que Alyne Pimentel deveria ser transferida para uma
instituição de saúde com melhores equipamentos para a realização de sua cirurgia, o que
evitaria o óbito dela.
Assim, essa falha do sistema judicial ocasionou efeitos devastadores para a família
de Alyne Pimentel, em especial, a sua filha, que foi abandonada pelo pai, vivendo, desde
então, em condições precatórias com a avó materna.
Além disso, os exames de urina e sangue foram realizados dois depois do primeiro
atendimento, como também a curetagem foi realizada após 14h da cirurgia, o que ocasionou
diretamente o falecimento do feto e de Alyne Pimentel.
privada, o Comitê considerou que o Estado brasileiro é responsável pela atuação de tais
estabelecimentos, devendo regulamentar e monitorar essas instituições.
que não satisfazem os interesses das mulheres, não apenas constitui violação ao direito à
saúde, como também é uma forma de discriminação contra elas.
Ademais, o Comitê CEDAW entendeu que Alyne Pimentel sofreu múltiplas discriminações
Por fim, o Comitê CEDAW considerou que a ação judicial, ajuizada em 2003, que não teve
resultado até a época do julgamento viola a garantia de medidas judiciais eficazes por parte do
Estado brasileiro.
Neste tópico, identifica-se o caso Alyne Pimentel como paradigma para ilustrar a
violação de direitos humanos dos pacientes, uma vez que não foi assegurado a ela qualquer
direito quando estava submetida aos cuidados em saúde. Dessa forma, buscou-se, a partir da
descrição do caso, exemplificar como a falta de direitos pode ter resultados desastrosos na
dinâmica da assistência em saúde da mulher.
19
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como visto, o caso Alyne Pimentel serve para ilustrar como ocorre a violação
de direitos humanos dos pacientes em relação às mulheres no contexto de saúde reprodutiva.
Dessa forma, é necessário assegurar direitos aos pacientes quando submetidos aos cuidados
em saúde, em especial, às mulheres nessa condição.
REFERËNCIAS
ALBUQUERQUE, A. Direitos Humanos dos Pacientes. Curitiba: Juruá, 2016.
A/63/175, para. 50 apud UNITED NATIONS. General Assembly. Report of the Special
Rapporteur on torture and other cruel, inhuman or degradign treatment or punishment,
Juan E. Méndez. Disponível em:
43 BRASIL. Congresso Nacional. Projeto de Lei 5559/2016: dispõe sobre os direitos dos pacientes e dá outras
providências. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?
idProposicao=2087978. Acesso em: 04 ago. 2019
20
http://www.ohchr.org/Documents/HRBodies/HRCouncil/RegularSession/Session22/A.HRC.2
2.53_English.pdf. Acesso: 10 mar. 2017.
COHEN, J., e EZER, T. Human rights in patient care: a theoretical and practical
framework. Health and Human Rights Journal. Disponível em:
https://www.hhrjournal.org/2013/12/human-rights-in-patient-care-a-theoretical-and-practical-framework/ .
Acesso em: 25 mar. 2017.
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HRC. General comment n. 35. Article 9: Liberty and security of person. Disponível em:
http://tbinternet.ohchr.org/_layouts/treatybodyexternal/Download.aspx?symbolno=CCPR%2f
C%2fGC%2f35&Lang=en. Acesso em: 11 mar. 2017
HUNT,P. Report to the Comissiono on Human Rights. (Main focus: Definitión of the
human
right to health). Disponível em: https://documents-dds-
ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G03/109/79/PDF/G0310979.pdf?OpenElement. Acesso em: 11
mar. 2017.
MACOVEI, M. The right to liberty and security of the person. A guide to the
implementation of Article 5 of the European Convention on Human Rights. Human rights
handbooks, No. 5, 2002.
WHO. Quality of care: A process for making strategic choices in health systems. WHO:
Geneva, 2006, p. 9-10.