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Sugeridas:
1
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil – Direito das Sucessões. V. 6. Rio
de Janeiro: Forense. 4ª Ed. 2010.
NONATO, Orosimbo. Estudo sobre sucessão testamentária. Vol. I a III.
Rio de Janeiro: Forense, 1957.
PLANIOL, Marcel & RIPERT, Georges. Traité Elémentaire de Droit Civil.
Paris, Lisbraire Générale de Droit et de Jurisprudence, 1937.
PORTO, Mário Moacyr. Teoria da aparência e herdeiro aparente. Ação
de Responsabilidade Civil e outros estudos. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1966.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Vol VII. 28ª ed. São Paulo: Saraiva,
2003.
RUGGIERO, Roberto de. Instituições de Direito Civil. Vol.III . São Paulo:
Saraiva, 1973.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Vol. VI. 10ª ed. São Paulo: Atlas,
2010
WALD, Arnoldo. Direito das Sucessões.14ª ed. São Paulo: Saraiva,
2009.
Avaliação
o AMC: 21/05/2019
2
Sumário
1. Vínculo jurídico familiar..............................................................................................8
1.1. Casamento.......................................................................................................... 9
1.2. União estável.......................................................................................................9
1.3. Parentesco........................................................................................................10
2. Regime de bens.......................................................................................................15
2.1. Pacto antenupcial..............................................................................................17
2.2. Espécies de regime de bens.............................................................................18
2.2.1. Comunhão parcial de bens.........................................................................18
2.2.2. Comunhão universal de bens.....................................................................20
2.2.3. Participação final nos aquestos..................................................................20
2.2.4. Separação de bens.....................................................................................23
2.3. Bens excluídos..................................................................................................24
2.4. Disposições comuns a todos os regimes de bens.............................................24
3. Aspectos históricos do Direito das Sucessões.........................................................27
4. Classificação (lato sensu)........................................................................................29
4.1. Quanto à origem................................................................................................29
5. Classificação (strictu sensu)....................................................................................29
5.1. Quanto às formas fundamentais........................................................................29
5.2. Quanto às espécies...........................................................................................31
5.3. Quanto à abrangência.......................................................................................31
6. Sujeitos de direito....................................................................................................32
7. Disposições gerais acerca do fenômeno sucessório................................................33
7.1. Conceituação do fenômeno sucessório.............................................................33
7.2. Princípio da saisine...........................................................................................33
7.3. Posse e possessão hereditária..........................................................................34
7.4. Momentos do fenômeno sucessório..................................................................34
7.4.1. Primeiro momento: abertura da sucessão...................................................34
7.4.2. Segundo momento: devolução sucessória ou delação...............................35
7.4.3. Terceiro momento: aquisição da herança ou adição...................................35
8. Delação (ou devolução sucessória).........................................................................37
8.1. Aceitação...........................................................................................................37
8.2. Renúncia...........................................................................................................39
9. Cessão de direitos hereditários................................................................................44
3
10. Disposições gerais a respeito da vocação hereditária...........................................47
10.1. Conceito.......................................................................................................... 47
10.2. Pressupostos da vocação hereditária..............................................................47
10.2.1. Pressupostos fáticos.................................................................................47
10.2.2. Pressuposto jurídico.................................................................................50
10.2.3. Pressupostos negativos............................................................................51
11. Vocação hereditária na sucessão legítima.............................................................64
11.1. Disposições gerais..........................................................................................64
11.2. Regras da vocação hereditária na sucessão legítima.....................................66
11.2.1. Regras gerais da vocação hereditária na sucessão legítima....................66
11.2.2. Modo de suceder......................................................................................66
11.2.3. Modos de partilhar....................................................................................67
11.3. Tipos de herdeiros...........................................................................................68
11.3.1. Herdeiros legítimos...................................................................................68
11.3.2. Herdeiros necessários..............................................................................69
11.3.3. Herdeiros facultativos................................................................................69
12. Direito de representação........................................................................................70
12.1. Limites do direito de representação.................................................................72
12.2. Extensão do direito de representação.............................................................73
12.3. Pressupostos do direito de representação......................................................74
13. Herança jacente e herança vacante.......................................................................75
13.1. Herança jacente..............................................................................................75
13.2. Herança vacante.............................................................................................79
14. Sucessão dos colaterais........................................................................................81
14.1. Ordem de vocação hereditária........................................................................81
14.2. Modos de suceder...........................................................................................82
14.3. Modos de partilhar e a exceção da concorrência entre irmãos bilaterais e
irmãos unilaterais.....................................................................................................83
14.4. Concorrência entre colaterais de terceiro grau: sobrinhos e tios.....................84
15. Sucessão dos descendentes.................................................................................85
15.1. Aspectos históricos..........................................................................................85
15.2. Modos de suceder...........................................................................................86
15.3. Modos de partilhar...........................................................................................87
16. Sucessão dos ascendentes...................................................................................87
16.1. Aspectos históricos..........................................................................................87
16.2. Modos de suceder...........................................................................................88
4
16.3. Modos de partilhar...........................................................................................88
17. Sucessão do cônjuge.............................................................................................89
17.1. Aspectos históricos..........................................................................................89
17.2. Regime de bens..............................................................................................91
17.2.1. Comunhão parcial de bens.......................................................................91
17.2.2. Comunhão universal de bens...................................................................92
17.2.3. Participação final nos aquestos.................................................................92
17.2.4. Separação de bens...................................................................................93
17.3. Ordem de vocação hereditária........................................................................93
17.4. Pressupostos para a sucessão do cônjuge.....................................................95
17.5. Modos de suceder...........................................................................................96
17.6. Modos de partilhar...........................................................................................97
17.7. Direito real de habitação..................................................................................99
18. Sucessão do companheiro...................................................................................101
18.1. Aspectos históricos........................................................................................101
18.2. Modos de suceder.........................................................................................104
18.3. Modos de partilhar.........................................................................................105
18.4. Companheiro como herdeiro necessário.......................................................107
18.5. Direito real de habitação................................................................................107
19. Sucessão testamentária.......................................................................................110
19.1. Aspectos históricos........................................................................................110
19.2. Sistemas jurídicos.........................................................................................111
19.3. Testamento...................................................................................................112
19.4. Características do negócio jurídico................................................................113
19.5. Pressupostos da sucessão testamentária.....................................................114
19.6. Capacidade testamentária ativa....................................................................115
19.7. Capacidade testamentária passiva................................................................115
20. Testamento.......................................................................................................... 120
20.1. Formas (tipos de testamento)........................................................................120
20.2. Testamento público.......................................................................................121
20.3. Testamento cerrado......................................................................................125
20.4. Testamento particular....................................................................................128
20.5. Testamento marítimo e testamento aeronáutico............................................129
20.6. Testamento militar.........................................................................................131
21. Codicilos.............................................................................................................. 134
21.1. Formalidades.................................................................................................134
5
21.2. Codicilos e testamento..................................................................................135
22. Disposições testamentárias.................................................................................135
22.1. Espécies de disposições testamentárias.......................................................136
22.2. Disposições restritivas (ou “cláusulas restritivas”).........................................137
22.3. Cláusulas restritivas sobre a legítima do herdeiro necessário.......................138
22.4. Regra da separabilidade das disposições.....................................................139
22.5. Disposições nulas ou anuláveis.....................................................................140
22.6. Distribuição dos quinhões testamentários.....................................................142
23. Legados............................................................................................................... 145
23.1. Classificação dos legados.............................................................................146
23.1.1. Legado de coisas....................................................................................146
23.1.2. Legado de crédito...................................................................................149
23.1.3. Legado de alimentos...............................................................................150
23.1.4. Legado de usufruto.................................................................................151
23.1.5. Legado alternativo..................................................................................152
23.1.6. Legado com encargo..............................................................................153
23.2. Forma de aquisição dos legados...................................................................154
23.3. Caducidade dos legados...............................................................................155
24. Substituições........................................................................................................157
24.1. Classificação das substituições.....................................................................157
24.1.1. Substituição vulgar..................................................................................158
24.1.2. Substituição recíproca.............................................................................158
24.1.3. Substituição fideicomissária....................................................................159
24.2. Conjunção.....................................................................................................160
24.3. Direito de acrescer........................................................................................161
24.3.1. Direito de acrescer entre herdeiros.........................................................161
24.3.2. Direito de acrescer entre co-legatários...................................................162
24.4. Sub-rogação do substituto nos encargos impostos ao substituído................163
25. Redução das disposições testamentárias............................................................165
25.1. Excesso de liberalidade.................................................................................165
25.2. Procedimento da redução das disposições testamentárias...........................165
25.3. Redução incidente sobre prédio indivisível....................................................166
26. Revogação e rompimento do testamento.............................................................168
27. Sonegados e colação...........................................................................................171
27.1. Conceitos básicos.........................................................................................171
27.2. Espécies de colação......................................................................................173
6
27.3. Dispensa de colação.....................................................................................175
27.4. Renúncia e colação.......................................................................................176
27.5. Sonegados....................................................................................................176
28. Inventário............................................................................................................. 179
28.1. Procedimento................................................................................................179
7
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------------------------------ CAPÍTULO I – SUCESSÃO LEGÍTIMA -------------------------------
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Aula 1 – 13/02/2019
Programa – Aula 1
o (i) Casamento
o (iii) Parentesco:
(I) Adoção
(II) Afinidade
8
(III) Outras origens
1.1. Casamento
9
§3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
1.3. Parentesco
o (i) Linha reta: é uma linha, centrada em um indivíduo, que cresce para
cima e para baixo, infinitamente. A linha é reta quando a relação se dá
entre uma pessoa e seus ascendentes e descendentes (art. 1.591, CC).
O casamento sempre é impossível na linha reta, mas, para fins de
sucessão, a herança só vai até o 4º grau (tataranetos não herdam).
10
Parentes em linha reta, portanto, são aqueles que fazem parte
do mesmo tronco familiar, com descendência uns para com os
outros, seja para cima (ascendentes) ou para baixo
(descendentes). Na linha reta, não há limites para o parentesco.
[CC] Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão
umas para com as outras na relação de ascendentes e
descendentes.
11
[CC] Art. 1.594. Contamse, na linha reta, os graus de parentesco
pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número
delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e
descendo até encontrar o outro parente.
12
Observação: Parentesco transversal. Muitas vezes, a doutrina usa
os termos “parentesco colateral” e “parentesco transversal”, como
sinônimos, contudo, trata-se de uma simplificação equivocada. O termo
“parentesco transversal”, se refere, unicamente, ao parentesco com
irmãos. Enquanto isso, o parentesco colateral se refere a todos os
parentes que se relacionam mediante um ancestral comum, até o 4º
grau.
13
(...)
§5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da
lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por
parte de estrangeiros.
§6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
14
IV havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que
tenha prévia autorização do marido.
2. Regime de bens
15
absoluta de acordo com o art. 1.639, §2º, CC, que permite a mudança
de regime mediante autorização judicial, frente a pedido motivado de
ambos os cônjuges, desde que devidamente apuradas as razões e
ressalvados os direitos de terceiros. É importante salientar que tal
motivação não pode ser sustentada unilateralmente ou por iniciativa de
apenas um dos cônjuges, em processo litigioso, posto que a redação do
artigo traz a expressão “de ambos”.
o (ii) Princípio da livre estipulação: este princípio pode ser extraído do art.
1.639, caput, CC, bem como do art. 1.640, parágrafo único, CC, o qual
permite aos nubentes a escolha do regime de bens antes da celebração
do casamento.
16
o (iii) Princípio da variedade de regimes: o princípio da variedade de
regimes se materializa no fato de que a lei autoriza aos nubentes
selecionar um dentre os quatro regimes que podem ser adotados.
[CC] Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por
escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
17
Validade do pacto antenupcial: o pacto será considerado válido contra
terceiros quando registrado em livro especial do registro de imóveis do
domicílio dos cônjuges. Desta forma, se não registrado, o regime valerá
apenas entre os nubentes e, contra terceiros, será considerado que o regime
adotado foi o da comunhão parcial (art. 1.657, CC).
18
[CC] Art. 1.659. Excluemse da comunhão:
I os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe
sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou
sucessão, e os subrogados em seu lugar;
II os bens adquiridos com valores exclusivamente
pertencentes a um dos cônjuges em subrogação dos bens
particulares;
III as obrigações anteriores ao casamento;
IV as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão
em proveito do casal;
V os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de
profissão;
VI os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII as pensões, meiossoldos, montepios e outras rendas
semelhantes.
19
[CC] Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas
obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos
encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes
de imposição legal.
20
o (*) Caso ocorra a dissolução do casamento, deverá ser apurado o
montante dos aquestos e excluir da soma dos patrimônios próprios dos
cônjuges (art. 1.674, CC):
21
o Em respeito a um princípio de ordem pública, que não pode ser
contrariado pela vontade das partes, o direito à meação não é
renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial
(lembrando-se que a meação é definida como a metade ideal de um
patrimônio comum). Quando da dissolução do regime de bens por
divórcio, o montante dos aquestos deverá ser verificado à data em que
cessou a convivência (arts. 1.682 e 1.683, CC).
22
Pacto antenupcial no regime de participação final nos aquestos: como já
visto anteriormente, assim como o regime da comunhão universal, o regime de
participação final nos aquestos nasce da convenção, devendo ser
expressamente firmado no pacto antenupcial. No pacto antenupcial, que adotar
este regime, será possível convencionar, também, acerca da livre disposição
dos bens imóveis, desde que particulares (art. 1.656, CC).
23
regime é determinado por lei. O art. 1.641, CC, estabelece que este regime é
obrigatório no casamento:
24
IV as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao
outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
Atos permitidos e possíveis limitações: o art. 1.642, CC, traz os atos que
ambos os cônjuges ou companheiros podem praticar livremente,
independentemente do regime de bens, enquanto o art. 1.647, CC, traz as
limitações a estes atos.
25
Decretação de invalidade dos atos de outro cônjuge ou companheiro: de
acordo com os arts. 1.649 e 1.650, CC, a falta de autorização, não suprida pelo
juiz, quando necessária, tornará anulável o ato praticado, podendo o outro
cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a
sociedade conjugal. Adicionalmente, a decretação de invalidade dos atos
praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só
poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus
herdeiros.
Dano sofrido por terceiro prejudicado por negócio jurídico praticado por
um dos cônjuges ou companheiros: nos casos de reivindicação de imóveis
que tenham sido gravados ou alienados sem o consentimento do outro
cônjuge, ou sem suprimento judicial; ou em casos de demanda pela rescisão
dos contratos de fiança e doação, ou de invalidação do aval, realizados pelo
outro cônjuge com infração de fiança ou doação, o terceiro que for prejudicado
por sentença favorável ao autor terá direito regressivo contra o cônjuge, que
realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros (art. 1.646, CC).
26
Aula 2 – 14/02/2019
Programa – Aula 2
27
o Mais tarde, foi alterada a limitação dos parentes em linha colateral até o
4º (quarto) grau de parentesco.
28
[CC] Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da
sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na
vigência da união estável, nas condições seguintes: (Vide Recurso
Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota
equivalente à que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança,
tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a
um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade
da herança.
29
o (ii) Divisão necessária: nessa sistemática, a herança é dividida entre
tantas pessoas quantas forem capazes de herdar, ou seja, entre tantas
quantas comprovarem o preenchimento de determinadas condições
previstas em lei. Essa é a sistemática que melhor se aproxima do
sistema brasileiro, contudo, esse sistema também leva em conta a
vontade testamentária.
30
críticas da doutrina majoritária se concentram no fato de que, se há
mitigação, não há total liberdade testamentária.
31
(ou seja, não há que se falar em legado). Assim, a figura da herança é
compatível tanto com a sucessão legítima, quanto com a sucessão
testamentária (desde que se utilize porcentagens do todo unitário, a
exemplo de “deixo 10% de todo o meu patrimônio para determinada
pessoa”). Quem sucede a título universal, sucede em proporção do todo
unitário, composto por todos os bens e direitos do de cujus.
6. Sujeitos de direito
o (ii) Herdeiro: o herdeiro é aquele que tem direito, seja por meio da lei
(sucessão legítima), seja por meio de testamento (sucessão
testamentária), a determinada quota-parte do todo unitário de bens e
direitos do de cujus.
32
Aula 3 – 20/02/2019
Programa – Aula 3
33
condição de herdeiro. A abertura de inventário, portanto, não significa
um desrespeito ao princípio da saisine.
o (i) Morte real: a morte real é aquela comprovada tanto no plano físico e
biológico (na forma do laudo médico), quanto no plano jurídico (na
forma da certidão de óbito, ou atestado de óbito, feito em um cartório de
registro civil), na forma do art. 6º, CC.
34
(a) Se for extremamente provável a morte de quem estava em
perigo de vida (como nos casos de acidentes aéreos, ou dos
acidentes com barragens da Vale, em Mariana e Brumadinho);
35
Efeitos: os efeitos da aquisição retroagem até a data da morte, quando se
operou a transmissão ficta (não importando o tempo que decorreu entre a data
exata da morte e o momento da delação com aceitação). Adicionalmente, de
acordo com o art. 1.804, CC, a aquisição da herança torna permanente a
transmissão ficta. Também importa ressaltar que, nos termos do art. 1.812, CC,
tanto a aceitação quanto a renúncia são irretratáveis e irrevogáveis.
36
Aula 4 – 27/02/2019
Programa – Aula 4
8.1. Aceitação
Espécies: o Código Civil brasileiro traz três espécies de aceitação. Elas são:
37
inventário, para alguns autores, pode ser considerado ato
privativo da condição de herdeiro.
38
[CC] Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em
parte, sob condição ou a termo.
§1º O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los,
renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los.
§2º O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um
quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode
livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que
renuncia.
8.2. Renúncia
39
o (i) Escritura pública: a renúncia pode ser feita por escritura pública,
lavrada em cartório de notas. Nesse caso, há necessidade de pagar
emolumentos. Os efeitos da renúncia se operam desde a data da
formalização da escritura pública.
o (ii) Termo judicial: a renúncia pode ser feita por termo judicial, lavrado
em cartório da Vara de Órfãos e Sucessões. Ela deverá ser feita por
meio de petição, assinada pelo advogado do renunciante. Após
recepção da petição, o juízo lavrará o termo judicial e intimará o
renunciante para comparecer ao cartório da Vara para assiná-lo. Os
efeitos da renúncia se operam somente a partir da assinatura do termo.
Em geral, se utiliza essa forma quando não se deseja pagar os
emolumentos cartorários referentes à escritura pública.
40
o (ii) Irrevogabilidade e irretratabilidade: a renúncia integraliza o
patrimônio do herdeiro, desde a data do falecimento do de cujus, nos
termos do art. 1.812, CC, de modo que é irrevogável e irretratável.
o (i) Primeiro efeito: de acordo com o art. 1.810, primeira parte, CC, na
sucessão legitima, a parte do renunciante acresce aos outros
legitimados da mesma classe sucessória. Esse efeito, portanto, não se
aplica à sucessão testamentária.
o (ii) Segundo efeito: de acordo com o art. 1.811, primeira parte, CC,
ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante.
41
[CC] Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro
renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se
todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os
filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
o (iii) Terceiro efeito: de acordo com o art. 1.810, segunda parte, CC, se
um herdeiro legítimo for o único legitimado de sua classe e renunciar, a
herança legítima passará, na totalidade, para a classe subsequente.
o (iv) Quarto efeito: de acordo com o art. 1.811, segunda parte, CC, se o
herdeiro renunciante for o único legitimado em sua classe, ou se todos
os outros legitimados da mesma classe renunciarem, os filhos dos
renunciantes podem suceder, por direito próprio, e por cabeça.
42
Renúncia no Código Civil de 1916 e jurisprudência: na vigência do Código
Civil de 1916, havia dúvidas a respeito da possibilidade de renúncia em favor
de outro indivíduo. Assim, a jurisprudência criou duas figuras diversas, a partir
da renúncia. Elas eram:
43
Aula 5 – 28/02/2019
Programa – Aula 5
Forma: há forma prescrita na lei, que deve ser forma de escritura pública,
registrada em cartório de notas (art. 1.793, caput, CC). No TJDFT,
especificamente, no entanto, há precedentes no sentido de legitimar cessões
de direitos hereditários na forma de escritos particulares ou termo judicial, nos
autos do inventário (dispensando-se a escritura pública), requerendo
homologação judicial, desde que para co-herdeiros ou cônjuges. Entende-se,
por co-herdeiros, somente aqueles legitimados à sucessão (ou seja, que estão
na mesma classe sucessório e distantes de mesmo grau de parentesco).
[CC] Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão
de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por
escritura pública.
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§3º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da
sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo
hereditário, pendente a indivisibilidade.
o Neste caso, se a cessão for feita sem anuência dos outros co-herdeiros,
o negócio jurídico será anulável e dependerá de impugnação do co-
herdeiro interessado, em prazo de 180 dias contados da data do
negócio jurídico de cessão (no entanto, caso haja má-fé do co-
herdeiro cedente, comunicando os outros co-herdeiros apenas após os
180 dias, o juiz poderá levar em conta a data de conhecimento para
rever o prazo de impugnação). Para ficar com a quota-parte do co-
herdeiro cedente, o co-herdeiro interessado poderá depositar o valor do
negócio jurídico (art. 1.795, caput, CC).
45
[CC] Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota
hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a
quiser, tanto por tanto.
46
Aulas 6, 7 e 8 – 07/03/2019, 13/03/2019 e 14/03/2019
Programa – Aulas 6, 7 e 8
10.1. Conceito
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suceder e a ela também se aplica o princípio da coexistência, ou seja, o
registro na Junta Comercial ou órgão competente já deve ter sido feito antes da
morte do sucedido.
[CC] Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou
já concebidas no momento da abertura da sucessão.
o (ii) Prole eventual (ou “concepturo”): nos termos do art. 1.799, I, CC, é
possível indicar o filho ainda não gerado de uma pessoa viva como
herdeiro. Essa exceção se aplica somente à sucessão testamentária.
O herdeiro é o concepturo, ou seja, aquele que será concebido pelo
indivíduo indicado no testamento (sua prole eventual, limitada somente
aos filhos, ou seja, sem chegar aos netos do indicado).
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será nomeado e, normalmente, este curador será a pessoa
responsável pela concepção. De acordo com o STJ, não há a
possibilidade de diferenciação entre um filho natural, adotado ou
de qualquer outro tipo, por conta da vedação constitucional ao
tratamento discriminatório entre filhos.
o (iii) Fundações: nos termos do art. 1.799, II, CC, a pessoa jurídica
também pode suceder, mas a ela também se aplica o princípio da
coexistência, ou seja, o registro na Junta Comercial ou órgão
competente já deve ter sido feito antes da morte do sucedido. O art.
1.799, III, CC, no entanto, traz uma exceção ao princípio da
coexistência, que se perfaz na figura da fundação, uma pessoa jurídica
que poderá ser criada após a morte do sucedido, de acordo com a
manifestação de vontade desse de cujus. Essa exceção se aplica
somente à sucessão testamentária.
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Observação: A situação dos embriões excedentários. A manipulação do
material genético após a morte de um dos genitores já é aceita pelo
ordenamento jurídico brasileiro. No caso dos embriões excedentários, ou seja,
daqueles que restam fecundados, mas ainda não implantados, após a morte do
sucedido, no entanto, ainda não há solução expressa na lei. Trata-se, portanto,
de lacuna normativa. Há correntes doutrinárias que entendem que se aplicaria
analogicamente o mesmo prazo de 2 anos do art. 1.800, §4º, CC, previsto para a
prole eventual (tratando-se, portanto, de nova exceção ao princípio da
coexistência), enquanto outras correntes entendem de maneiras diversas.
50
o (ii) Testamentário: é o vínculo jurídico entre sucessor e sucedido, que
se dá por meio de documento formal (testamento).
10.2.3.1. Indignidade
o (i) Homicídio doloso: nos termos do art. 1.814, I, CC, podem ser
excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que houverem sido
autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa
deste, contra o sucedido ou contra seu cônjuge, companheiro,
ascendente ou descendente. Há necessidade de procedimento cível
específico para tal exclusão. Não há necessidade de qualquer
condenação no juízo criminal, em razão do princípio da independência
de instâncias, contudo, caso ocorra absolvição ou desclassificação (por
exemplo, para homicídio culposo) na esfera penal, esse resultado
poderá influenciar o processo cível.
[CC] Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou
legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de
homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja
sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou
descendente;
o (ii) Acusação caluniosa: nos termos do art. 1.814, II, primeira parte, CC,
podem ser excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que
houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança. Assim
51
como no homicídio doloso, há necessidade de procedimento cível
específico para tal exclusão e não há necessidade de qualquer
condenação no juízo criminal.
o (iii) Crimes contra a honra: nos termos do art. 1.814, II, segunda parte,
CC, podem ser excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que
incorrerem em crime contra a honra do de cujus, ou de seu cônjuge ou
companheiro. O entendimento da doutrina é divergente quanto à essa
situação. A corrente minoritária advoga que é desnecessária a
apuração no juízo criminal (assim como na situação do homicídio
doloso). A corrente majoritária, à qual a jurisprudência se filia, no
entanto, advoga que é necessária a condenação na esfera penal, em
razão do termo “crime”, utilizado no art. 1.814, II, segunda parte, CC,
visto que somente o juízo criminal pode definir o que é um crime e o
que não é assim caracterizado.
o (iv) Inibir ou obstar a livre disposição dos bens, por meios violentos ou
fraudulentos: nos termos do art. 1.814, III, CC, podem ser excluídos da
sucessão os herdeiros ou legatários que por violência ou meios
fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor
livremente de seus bens por ato de última vontade. Exemplos poderiam
ser afirmações do tipo “se você não revogar esse testamento, você não
verá mais seus netos!”, ou “se você não mudar esse testamento, tenho
uns amigos que podem resolver essa situação de outros modos...”, ou
mesmo uma comprovação de destruição de testamento particular).
52
caput, CC, que é utilizado impropriamente), dependendo de comprovação em
processo judicial específico, com sentença judicial, nos termos do art. 1.815,
CC.
53
(b) Legitimidade por interesse moral: a legitimidade por
interesse moral é aquela titularizada pelos que se demonstram
moralmente ofendidos, mesmo sem interesse econômico, a
exemplo dos pais do falecido, quando há descendentes na linha
sucessória (visto que os pais nada receberiam, afastando o
interesse econômico, mas não se sentiriam moralmente à
vontade com a herança indo para o assassino.
o (iv) Sentença: nos termos do art. 1.815, CC, somente com o trânsito em
julgado da sentença declaratória de indignidade é que pode haver a
exclusão do indigno da sucessão.
54
[CC] Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os
descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto
fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao
usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores
couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.
55
[CC] Art. 1.817. (...)
Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir
os frutos e rendimentos que dos bens da herança houver
percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a
conservação deles.
o (i) Perdão expresso: o perdão expresso é aquele feito por escrito, por
meio de testamento ou outro ato autêntico, a exemplo da escritura
pública, nos termos do art. 1.818, CC. No perdão expresso, o perdão
se estende para toda a quota-parte da herança que couber ao
herdeiro perdoado.
10.2.3.2. Deserdação
56
sucessão, de excluir qualquer de seus herdeiros necessários em razão
da prática de algum ato ofensivo, na forma considerada pelo legislador.
A forma de manifestar o desejo de deserdar é por meio de identificação
específica da deserdação, no testamento.
o (i) Homicídio doloso: nos termos do art. 1.814, I, CC, podem ser
excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que houverem sido
autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa
deste, contra o sucedido ou contra seu cônjuge, companheiro,
ascendente ou descendente. Há necessidade de procedimento cível
específico para tal exclusão. Não há necessidade de qualquer
condenação no juízo criminal, em razão do princípio da independência
de instâncias, contudo, caso ocorra absolvição ou desclassificação (por
exemplo, para homicídio culposo) na esfera penal, esse resultado
poderá influenciar o processo cível.
[CC] Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou
legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de
homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja
sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou
descendente;
o (ii) Acusação caluniosa: nos termos do art. 1.814, II, primeira parte, CC,
podem ser excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que
houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança. Assim
como no homicídio doloso, há necessidade de procedimento cível
específico para tal exclusão e não há necessidade de qualquer
condenação no juízo criminal.
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o (iii) Crimes contra a honra: nos termos do art. 1.814, II, segunda parte,
CC, podem ser excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que
incorrerem em crime contra a honra do de cujus, ou de seu cônjuge ou
companheiro. O entendimento da doutrina é divergente quanto à essa
situação. A corrente minoritária advoga que é desnecessária a
apuração no juízo criminal (assim como na situação do homicídio
doloso). A corrente majoritária, à qual a jurisprudência se filia, no
entanto, advoga que é necessária a condenação na esfera penal, em
razão do termo “crime”, utilizado no art. 1.814, II, segunda parte, CC,
visto que somente o juízo criminal pode definir o que é um crime e o
que não é assim caracterizado.
[CC] Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou
legatários:
(...)
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da
herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu
cônjuge ou companheiro;
o (iv) Inibir ou obstar a livre disposição dos bens, por meios violentos ou
fraudulentos: nos termos do art. 1.814, III, CC, podem ser excluídos da
sucessão os herdeiros ou legatários que por violência ou meios
fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor
livremente de seus bens por ato de última vontade. Exemplos poderiam
ser afirmações do tipo “se você não revogar esse testamento, você não
verá mais seus netos!”, ou “se você não mudar esse testamento, tenho
uns amigos que podem resolver essa situação de outros modos...”, ou
mesmo uma comprovação de destruição de testamento particular).
58
I - ofensa física;
59
Importa ressaltar que o indivíduo com alienação mental, que não
tem capacidade para fazer testamento, também não terá
capacidade para manifestar sua vontade de deserdar. Assim,
por exemplo, caso uma mãe seja alienada mentalmente e tenha
um filho que não lhe presta nenhuma assistência, ela não
poderá deserda-lo, mas o pai, que não é mentalmente alienado,
poderá deserdar o filho pela falta de cuidado com a esposa. A
grave enfermidade, desde que desacompanhada de alienação
mental, não impossibilita a feitura de testamento e,
consequentemente, não impossibilita a deserdação.
60
esse testamento seja público, particular, cerrado, marítimo ou qualquer
outro).
61
dá com a distribuição do testamento em juízo, para uma das Varas de
órfãos e sucessões. As Varas de órfãos e sucessões, ao receberem um
procedimento de inventário, juntarão, com base nos dados do sistema
nacional integrado de cartórios, certidão atestando que existe (ou não)
testamento. É importante ressaltar, no entanto, que nem todos os
estados da Federação já participam no sistema nacional integrado,
então é possível que o autor da sucessão tenha deixado testamento
registrado em cartório não incluído, caso no qual, se o testamento for
apresentado, em momento posterior, ele poderá alterar o procedimento
de inventário.
62
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao
usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores
couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.
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Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir
os frutos e rendimentos que dos bens da herança houver
percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a
conservação deles.
64
Aula 9 – 20/03/2019
Programa – Aula 9
65
Classes sucessórias na sucessão legítima: as classes sucessórias são
grupos de sucessores, ordenados e organizados de acordo com o vínculo
jurídico familiar que mantinham com o sucedido. Na sucessão legítima, elas
são:
(a) Descendentes
(b) Ascendentes
(c) Colaterais
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I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da
comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art.
1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o
autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
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Exemplo: na classe parentes, grupo dos descendentes, quem
sempre sucede por direito próprio são os filhos.
68
Entendimento: se houver apenas um herdeiro, esse herdeiro adjudicará a
herança. Adjudicar, portanto, é tomar para si a totalidade da herança. Se, no
entanto, houver mais de um herdeiro, esses herdeiros deverão partilhar a
herança. A sistemática da sucessão legítima no Direito das Sucessões
brasileiro prevê três diferentes modos de partilha. Eles são:
69
1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o
autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
o (*) Importa ressaltar que nem todo herdeiro legítimo é necessário, mas
nem todo herdeiro necessário é legítimo. Com a equiparação do
companheiro e do cônjuge, pelo STF, no entanto, os herdeiros
necessários são os descendentes, os ascendentes, o cônjuge e o
companheiro. Se a pergunta, no entanto, for no sentido de quais os
herdeiros necessários para o Código Civil, o companheiro não entrará,
visto que a equiparação é uma construção jurisprudencial.
70
71
Aula 10 – 21/03/2019
Programa – Aula 10
o (i) Pré-morte: nos termos do art. 1.851, CC, a lei chamará certos
parentes do pré-morto a ocuparem seu lugar e a receber o que esse
representado receberia se vivo fosse.
72
Em termos de nomenclatura, é importante ressaltar que o termo
“falecido” se refere ao “pré-morto”. Não há que se falar em
“herdeiro falecido”, visto que, em sendo pré-morto, nunca foi
herdeiro. Outras nomenclaturas possíveis para se referir ao
falecido são “possível herdeiro” ou “pretenso herdeiro”.
73
12.1. Limites do direito de representação
o (i) Linha reta descendente: nos termos do art. 1.852, CC, o direito de
representação não encontra limites na linha reta descendente. Assim,
admite-se a representação pelos descendentes, não importando o grau
de descendência.
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I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da
comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art.
1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o
autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
75
todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os
filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
76
Aula 11 – 27/03/2019
Programa – Aula 11
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testamento, mas há ausência de herdeiro legítimo notoriamente
conhecido, se o testamento for válido, restará jacente somente a parte
referente à legítima.
78
§2º Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará
depositário e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos
autos, depois de compromissado.
§3º Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial
inquirirá os moradores da casa e da vizinhança sobre a
qualificação do falecido, o paradeiro de seus sucessores e a
existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição
e informação.
§4º O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas
missivas e os livros domésticos e, verificando que não apresentam
interesse, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim
entregues aos sucessores do falecido ou queimados quando os
bens forem declarados vacantes.
§5º Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca,
mandará expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
§6º Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa,
quando, iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o
cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro
notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do
curador, de qualquer interessado, do Ministério Público ou do
representante da Fazenda Pública.
Prazos: nos termos do art. 741, CPC, nas varas que tiverem
sítio na internet, haverá somente uma publicação nesse sítio e
no sítio de editais do CNJ, onde permanecerão por 3 meses.
Caso a vara não tenha sítio na internet, a publicação será feita
por 3 vezes, com intervalos de 1 mês entre cada publicação,
para habilitação de sucessores.
79
venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da
primeira publicação.
§1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em
lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§2º Quando o falecido for estrangeiro, será também
comunicado o fato à autoridade consular.
80
§4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos
inventários ou propor a ação de cobrança.
81
Entendimento: a herança vacante é aquela que, após procedimento judicial de
declaração de vacância, foi assim declarada por meio de sentença de
vacância. A herança vacante pode ser total ou parcial. A vacância, portanto, é
estágio posterior à jacência.
82
Aula 12 – 28/03/2019
Programa – Aula 12
83
[CC] Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal,
até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem
descenderem uma da outra.
o (i) Direito próprio: nos termos do art. 1.840, CC, na classe dos
colaterais, via de regra, os mais próximos excluem os mais remotos.
Assim, dentre os colaterais, quem terá maior preferência serão os
irmãos do autor da sucessão. Os colaterais sucederão por direito
próprio quando não houver descendentes, ascendentes, cônjuge
supérstite ou companheiro supérstite.
84
14.3. Modos de partilhar e a exceção da concorrência entre irmãos bilaterais
e irmãos unilaterais
85
unilaterais têm pais distintos e a mesma mãe, serão chamados de
unilaterais uterinos. Quando os irmãos unilaterais têm mães
distintas e o mesmo pai, serão chamados de unilaterais
consanguíneos.
Entendimento: de acordo com o art. 1.843, caput, CC, os tios somente serão
chamados à herança se não houverem sobrinhos, mesmo estes sendo de
mesmo grau (terceiro grau). A razão material para essa disposição jurídica é
uma presunção legal de que os sobrinhos têm maior necessidade do
acréscimo patrimonial representado pela herança, visto que são, via de regra,
mais jovens.
86
Aula 13 – 03/04/2019
Programa – Aula 13
87
(iii) Prole espúria: era aquela advinda de relação adulterina ou
incestuosa. A prole espúria nunca poderia ser legitimada.
o (i) Direito próprio: nos termos do art. 1.833, CC, na classe dos
descendentes, via de regra, os mais próximos excluem os mais
remotos.
88
15.3. Modos de partilhar
89
(...)
§2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e
colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação
hereditária.
Entendimento: nos termos do art. 1.836, §1º, CC, o único modo de suceder
que é possível, na sucessão de ascendentes, é o direito próprio, na qual os
mais próximos excluem os mais remotos.
Entendimento: nos termos do art. 1.836, §2º, CC, o único modo de partilhar,
na sucessão de ascendentes, é a partilha por linha, na qual, havendo
igualdade em grau e diversidade em linha, cada linha herdará a metade da
herança.
90
Aulas 14 e 15 – 04/04/2019 e 10/04/2019
Programa – Aulas 14 e 15
91
ascensão de prioridade, com relação às Ordenações Filipinas). A quarta
continha os parentes em linha colateral até o 6º (sexto) grau de
parentesco. A quinta continha o Estado. Dentro de cada classe
sucessória, mantinha-se a preferência daqueles que estivessem em
grau mais próximo do falecido.
92
17.2. Regime de bens
93
IV as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão
em proveito do casal;
V os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de
profissão;
VI os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII as pensões, meiossoldos, montepios e outras rendas
semelhantes.
94
[CC] Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada
cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título,
na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de
cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
95
III de todos os que dependerem, para casar, de suprimento
judicial.
96
aqüestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a
concorrência se restringe a tais bens, devendo os bens comuns
(meação) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes.
Entendimento: nos termos do art. 1.830, CC, há dois pressupostos para que
se verifique o direito sucessório do cônjuge. Eles são:
97
o (ii) Ausência de separação de fato há mais de 2 anos: somente será
reconhecido o direito sucessório do cônjuge se, ao tempo da morte, não
havia separação de fato há mais de 2 anos. A separação de fato,
também chamada de separação informal, é aquela que se verifica
quando o casal deixa de compartilhar a vida em comum (mesmo que
morando na mesma casa).
98
(b) Sucessão em concorrência com ascendentes: a
sucessão concorrente com os ascendentes sempre existirá,
independentemente do regime de bens, na forma do art. 1.829,
II, CC.
o (ii) Sucessão por direito próprio: de acordo com o art. 1.829, III, CC, o
cônjuge é o terceiro na ordem de vocação hereditária. Assim, herdará
por direito próprio sempre que não houverem descendentes ou
ascendentes.
99
mínima ao cônjuge supérstite, a partir do quarto filho comum (se
o autor da sucessão e o cônjuge têm três filhos comuns, o
cônjuge receberá um quarto da sucessão, mas se o autor da
sucessão e o cônjuge têm quatro filhos comuns, o cônjuge ainda
receberá um quarto da sucessão e os filhos dividirão o que
sobrar).
o (ii) Partilha com ascendentes: nos termos do art. 1.837, CC, o legislador
previu regras específicas dependendo do grau dos ascendentes e de
quantos dos ascendentes de primeiro grau são sobreviventes.
Relembra-se que a partilha com ascendentes se dará sobre a
totalidade da herança do autor da sucessão (tendo em vista que o
regime de bens, nesse tipo de sucessão, não faz diferença). As regras
são:
100
herança, cabendo um terço a cada um dos dois ascendentes em
primeiro grau sobreviventes (pai e mãe).
101
7) do usufruto e do uso sobre imóveis e da habitação,
quando não resultarem do direito de família;
102
Aula 16 – 11/04/2019
Programa – Aula 16
103
quatro classes sucessórias e o cônjuge ocupava a quarta posição (antecedido
pelos descendentes, pelos ascendentes e pelos colaterais até o 10º grau,
nessa ordem).
o (v) Lei nº 6.858/80: a Lei nº 6.858/80 foi a primeira norma que conferia,
efetivamente, direitos patrimoniais ao convivente. Ela conferia ao
convivente a possibilidade de se habilitar para receber os montantes
das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do
Fundo de Participação PIS/PASEP, não recebidos em vida pelos
respectivos titulares.
104
sucessórios, nos termos do direito vigente à época. A lei também previu
o instituto do usufruto vidual.
105
CÓDIGO CIVIL ÀS UNIÕES ESTÁVEIS HOMOAFETIVAS.
AUSÊNCIA DE OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO.
1. Embargos de declaração em que se questiona (i) a
aplicabilidade do art. 1.845 do Código Civil às uniões estáveis
homoafetivas e (ii) o marco temporal de aplicabilidade do art. 1.829
do Código Civil às uniões estáveis homoafetivas.
2. A repercussão geral que foi reconhecida pelo Plenário do STF
diz respeito apenas à aplicabilidade do art. 1.829 do Código Civil às
uniões estáveis homoafetivas. Não há omissão a respeito da
aplicabilidade do art. 1.845 do Código Civil a tais casos.
3. A decisão recorrida é clara em estabelecer que “o
entendimento ora firmado é aplicável apenas aos inventários
judiciais em que não tenha havido trânsito em julgado da
sentença de partilha e às partilhas extrajudiciais em que ainda
não haja escritura pública”. Ausência de contradição.
4. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no RE nº 646.721 /
RS, relator Min. Roberto Barroso, julgamento em 10/05/2017, DJe
10/12/2018)
106
Entendimento: as possibilidades de modos de suceder, no que diz respeito ao
companheiro, são exatamente as mesmas do cônjuge, ou seja, (i) sucessão
em concorrência e (ii) sucessão por direito próprio. De maneira mais detalhada,
tem-se:
o (ii) Sucessão por direito próprio: de acordo com o art. 1.829, III, CC, o
cônjuge (ou companheiro) é o terceiro na ordem de vocação hereditária.
Assim, herdará por direito próprio sempre que não houverem
descendentes ou ascendentes.
107
o (i) Partilha com descendentes: nos termos do art. 1.832, CC, o
legislador previu que, via de regra, ao cônjuge (ou companheiro)
supérstite, caberá quinhão igual ao que os descendentes têm direito. Se
há dois filhos, portanto, a legítima será dividida em três partes iguais
(uma para cada filho e outra para o cônjuge ou companheiro).
Relembra-se que a partilha com descendentes se dará somente
quanto aos bens particulares do autor da sucessão, ou seja, naquilo
que não houve meação.
108
receberiam os filhos exclusivos. Essa diferenciação entre
filhos, no entanto, é inconstitucional, de modo que a
aplicação da reserva do art. 1.832, segunda parte, CC, é
inaplicável.
o (ii) Partilha com ascendentes: nos termos do art. 1.837, CC, o legislador
previu regras específicas dependendo do grau dos ascendentes e de
quantos dos ascendentes de primeiro grau são sobreviventes.
Relembra-se que a partilha com ascendentes se dará sobre a
totalidade da herança do autor da sucessão (tendo em vista que o
regime de bens, nesse tipo de sucessão, não faz diferença). As regras
são:
[CC] Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau,
ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta
se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.
109
foi adotada como o lar da família, mesmo após a morte do autor da sucessão e
mesmo que ao sobrevivente não caiba este imóvel, a título de herança (ou
seja, independentemente do resultado da sucessão), nos termos do art. 1.831,
CC. Esse dispositivo, no entanto, também traz apenas a figura do cônjuge, de
modo que ainda restaria dúvida a respeito do direito do companheiro ao direito
real de habitação, visto que a equiparação do art. 1.829, CC, não é,
necessariamente, sinônimo de igualdade entre as figuras. O STJ, no entanto, já
determinou que o art. 7º, Lei nº 9.278/96 (que previa este instituto desde 1996),
não foi derrogado pelo julgamento do RE nº 646.721 e do RE nº 878.694, de
modo que o instituto do direito real da habitação vale, também para o
companheiro.
110
SEPARAÇÃO JUDICIAL. ACORDO HOMOLOGADO. DISSOLUÇÃO
DE CONDOMÍNIO. INADEQUAÇÃO DA VIA. ERRO DE DIREITO EM
RELAÇÃO À PROVA ABSTRATAMENTE CONSIDERADA.
CONSTITUIÇÃO DE DIREITO REAL DE HABITAÇÃO.
TRANSCRIÇÃO NO REGISTRO. DIREITO DE FAMÍLIA.
PRESCINDIBILIDADE.
I - Apesar de reconhecidas as apontadas nulidades, decorrentes
da violação aos artigos 132 e 535, I e II, do Código Processual, em
homenagem aos princípios da celeridade e da economia processual,
e nos exatos termos do artigo 249, §2º, da lei processual, em virtude
do exame meritório do recurso favorável à recorrente, não há
necessidade de pronunciá-las, ou mesmo de determinar a repetição
de qualquer ato processual.
II - O acordo homologado judicialmente, nos autos de ação de
divórcio, em que fica convencionado que um dos divorciandos
permanecerá residindo num dos imóveis do casal, com isenção de
quaisquer ônus, pelo tempo que desejar, renunciando, inclusive, ao
direito à pensão, implica na constituição do direito real de
habitação, sendo desnecessário o registro em cartório,
conforme se extrai da redação dos artigos 715 c/c 748 do Código
Civil, bem como do artigo 167, I, 7, da Lei 6015/75.
Recurso provido. (REsp 282.716/SP, Rel. Ministro CASTRO
FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/02/2006, DJ 10/04/2006,
p. 168)
111
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------------------------ CAPÍTULO II – SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA -------------------------
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Aula 17 – 25/04/2019
Programa – Aula 17
[CC] Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento,
da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua
morte.
§1º A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser
incluída no testamento.
112
§2º São válidas as disposições testamentárias de caráter não
patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha
limitado.
113
o (ii) Doutrina minoritária: a doutrina majoritária entende que o Brasil
adota um sistema híbrido, composto pela sistemática da divisão
necessária e pela sistemática da liberdade testamentária mitigada. As
críticas da doutrina majoritária se concentram no fato de que, se há
mitigação, não há total liberdade testamentária.
19.3. Testamento
114
[CC] Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento,
da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua
morte.
§1º A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser
incluída no testamento.
§2º São válidas as disposições testamentárias de caráter não
patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha
limitado.
115
diferença entre os testamentos ordinários e os especiais (como o
testamento marítimo ou o testamento aeronáutico).
o (iii) Gratuito: o testamento deve ser gratuito, de modo que não cabe
qualquer tipo de negociação onerosa para que se receba patrimônio.
No entanto, é possível impor condição onerosa ao eventual herdeiro ou
legatário (ou seja, é possível condicionar o legado de uma casa ao
pagamento de um valor pecuniário, pelo legatário, a uma creche, por
exemplo). Disposições onerosas condicionais, portanto, não retiram a
natureza de gratuidade do testamento.
116
o (iii) Declaração de vontade na forma da lei: como terceiro pressuposto
da sucessão testamentária, tem-se a necessidade de uma declaração
de vontade na forma da lei, a qual se dá, exclusivamente, na forma do
testamento. Se não observado esse pressuposto, o testamento será
nulo.
[CC] Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento,
da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua
morte.
[CC] Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no
ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
117
19.7. Capacidade testamentária passiva
118
o Não há vedação direta aos descendentes
daquele que escreveu a rogo o testamento,
contudo, também importa ressaltar que, nos
termos do art. 1.802, parágrafo único, CC,
presumem-se “laranjas” (interpostas pessoas), os
ascendentes, os descendentes, os irmãos e o
cônjuge ou companheiro do não legitimado a
suceder. Assim, os descendentes daquele que
escreveu a rogo, o testamento, também não são
legitimados a suceder.
[CC] Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem
legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu
cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
119
(...)
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa
sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos;
120
Nos termos do art. 1.802, parágrafo único, CC,
presumem-se “laranjas” (interpostas pessoas), os
ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou
companheiro do não legitimado a suceder. Trata-se, em
regra, de presunção absoluta (apesar de ser possível
encontrar, na jurisprudência, situações nas quais tal
presunção foi afastada por prova significativa).
121
Aula 18 – 08/05/2019
Programa – Aula 18
20. Testamento
20.1. Formas (tipos de testamento)
20.2. Testamento público
20. Testamento
o (i) Ordinários: os testamento ordinários são aqueles que não tem prazo
de validade e que, em regra, devem ser utilizados pelo testador. Eles
podem ser:
122
admitem outros testamentos especiais além dos três previstos no art.
1.886, CC, que são:
o (i) Redação: o testamento público deve ser escrito por tabelião ou por
seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as
declarações do testador. Também é possível a redação em processo
123
mecânico (como por um computador, por exemplo), ou ainda pode ser
feito pela inserção da declaração de vontade em partes impressas de
livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se
mais de uma (art. 1.864, parágrafo único, CC).
o (iii) Leitura: nos termos do art. 1.864, II, CC, a leitura é requisito formal
essencial do testamento.
124
(b) Testador surdo: o indivíduo inteiramente surdo, se souber
ler, lerá seu testamento. Se o testador surdo não souber ler,
designará quem leia o testamento em seu lugar, estando
presentes as testemunhas, na forma do art. 1.866, CC. Tudo
deve estar circunstanciado na cédula testamentaria, sob pena
de nulidade.
[CC] Art. 1.866. O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá
o seu testamento, e, se não o souber, designará quem o leia em seu
lugar, presentes as testemunhas.
125
para uma das Varas de órfãos e sucessões. As Varas de órfãos e
sucessões, ao receberem um procedimento de inventário, juntarão, com
base dos dados do Sistema nacional integrado de cartórios (CENSEC),
certidão atestando que existe (ou não) testamento. É importante ressaltar,
no entanto, que nem todos os estados da Federação já participam no
sistema nacional integrado, então é possível que o autor da sucessão
tenha deixado testamento registrado em cartório não incluído, caso no
qual, se o testamento for apresentado em momento posterior, ele poderá
alterar o procedimento de inventário.
126
Aula 19 – 09/05/2019
Programa – Aula 19
127
I - que o testador o entregue ao tabelião em presença de duas
testemunhas;
II - que o testador declare que aquele é o seu testamento e
quer que seja aprovado;
III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na
presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador
e testemunhas;
IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas
testemunhas e pelo testador.
Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito
mecanicamente, desde que seu subscritor numere e
autentique, com a sua assinatura, todas as páginas.
128
o (iv) Assinaturas: o testamento cerrado, após lido, deve ser assinado
pelo tabelião, pelas duas testemunhas e pelo testador.
Guarda e cumprimento: nos termos do art. 1.875, CC, o documento deve ficar
intacto até a chegada ao juiz da Vara de órfão e sucessões, lavrando certidão
de que o recebeu sem indícios de violação, em frente ao diretor de secretaria.
Após a abertura, o juiz procede à citação dos interessados para tomar
conhecimento do teor do testamento. Se o testamento tiver indícios de
violação, será nulo. A abertura do testamento cerrado por um herdeiro ou
legatário constitui ato de indignidade, na forma do art. 1.814, III, CC.
129
20.4. Testamento particular
130
[CC] Art. 1.879. Em circunstâncias excepcionais declaradas na
cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado pelo
testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz.
o (iii) Leitura: o testamento particular deve ser lido e assinado por quem o
escreveu, na presença de, pelo menos, três testemunhas (sem número
88888máximo).
131
impossibilidade de utilização de qualquer forma de testamento ordinário. De
maneira similar, o testamento aeronáutico se trata do testamento lavrado em
aeronave, quando há impossibilidade de utilização de qualquer forma de
testamento ordinário. A previsão legal dos dois tipos de testamento está entre
os arts. 1.888 e 1.892, CC. Esses testamentos são utilizados em circunstâncias
especiais, quando há total impossibilidade de utilização de qualquer forma de
testamento ordinário, de modo que se houvesse possibilidade de testar de
forma ordinária, o testamento especial não valerá (art. 1.892, CC).
[CC] Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito
no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava
em porto onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma
ordinária.
o (i) Redação: na forma do art. 1.888, CC, quem fará as vezes de notário,
no testamento marítimo, será o comandante da embarcação, sendo
responsável pela redação do testamento no livro de bordo (no caso de
testamento similar ao público), ou pela aprovação do documento e a
transcrição do auto de aprovação no livro de bordo (no caso de
testamento similar ao cerrado). No testamento aeronáutico, quem fará
as vezes de notário será uma pessoa designada pelo comandante da
aeronave, conforme o art. 1.889, CC, tendo em vista que o comandante
não pode perder a atenção de sua função.
132
dependendo de a qual das formas o testamento em questão se
assemelhar.
133
caso se assemelhe ao testamento particular. Na falta desses, poderá
ser feito pelo oficial mais graduado do local. Em se tratando de
regimento destacado, o testamento será escrito pelo respectivo
comandante, ainda que de graduação ou posto inferior. Caso se
assemelhe a testamento cerrado, as mesmas autoridades serão
responsáveis pela aprovação do testamento. Se o testador souber
escrever, poderá fazer o testamento de seu punho, contanto que o date
e assine por extenso (art. 1.894, CC).
134
o (iv) Assinaturas: o número de testemunhas exigido é de duas, que
deverão assinar o testamento. Caso o testador não possa ou não saiba
assinar, o número de testemunhas exigido é de três, caso em que uma
delas assinará pelo testador.
135
Aulas 20 e 21 – 15/05/2019 e 16/05/2019
Programa – Aulas 20 e 21
21. Codicilos
21.1. Formalidades
21.2. Codicilos e testamento
22. Disposições testamentárias
22.1. Espécies de disposições testamentárias
22.2. Disposições restritivas (ou “cláusulas restritivas”)
22.3. Cláusulas restritivas sobre a legítima do herdeiro necessário
22.4. Regra da separabilidade das disposições
22.5. Disposições nulas ou anuláveis
21. Codicilos
21.1. Formalidades
136
sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e
determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo
lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de
seu uso pessoal.
137
22.1. Espécies de disposições testamentárias
138
entanto, é possível impor condição onerosa ao eventual
herdeiro ou legatário (ou seja, é possível condicionar o legado
de uma casa ao pagamento de um valor pecuniário, pelo
legatário, a uma creche, por exemplo). Disposições onerosas
condicionais, portanto, não retiram a natureza de gratuidade do
testamento.
o (v) À termo: são aquelas que estabelecem prazo de início e/ou final
para a transmissão de bens e direitos a legatários. Disposições
testamentárias à termo para herdeiros tem seu prazo desconsiderado,
tendo em vista a regra da transmissão automática da herança no
momento da morte do autor da sucessão (princípio da saisine), não
havendo que se falar em nulidade ou anulabilidade da cláusula. A única
hipótese em que se pode aplicar disposição à termo para o herdeiro é
nos casos de disposições fideicomissárias, nos termos do art. 1.898,
CC.
139
Entendimento: as disposições restritivas são cláusulas que estabelecem
restrições ao direito de propriedade do herdeiro ou do legatário. Elas estão
previstas no art. 1.911, CC, e podem ser de três tipos:
140
A cláusula de inalienabilidade inclui a incomunicabilidade dos
bens.
141
[CC] Art. 2.042. Aplica-se o disposto no caput do art. 1.848,
quando aberta a sucessão no prazo de um ano após a entrada em
vigor deste Código, ainda que o testamento tenha sido feito na
vigência do anterior, Lei no 3.071, de 1º de janeiro de 1916; se, no
prazo, o testador não aditar o testamento para declarar a justa causa
de cláusula aposta à legítima, não subsistirá a restrição.
142
[CC] Art. 1.900. É nula a disposição:
(...)
II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa
averiguar;
143
portanto, disposição que versar: “Deixo, para meu enfermeiro
Mário, legado de valor a ser definido por meu filho Eduardo”).
144
[CC] Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias
inquinadas de erro, dolo ou coação.
Parágrafo único. Extingue-se em quatro anos o direito de
anular a disposição, contados de quando o interessado tiver
conhecimento do vício.
Sujeitos de direito: os sujeitos de direito das sucessões podem ser de três tipos. Eles são:
o (i) Primeira regra: de acordo com o art. 1.904, CC, se o testamento
o (i) Autor da sucessão: é o dede
nomear mais cujus, aquele que
um herdeiro, origina
sem a sucessão.
discriminar a parte de cada um, a
partilha da a porção disponível do testador será feita por igual, entre
o (ii) Herdeiro: o herdeiro é aquele que tem direito, seja por meio da lei (sucessão legítima), seja
todos.
por meio de testamento (sucessão testamentária), a determinada quota-parte do todo unitário
de bens e direitosdo Exemplo:
de cujus. “Nomeio herdeiros Vitor, Glauciete, Cecília e Paulo”.
Cada um dos herdeiros receberá 25% da porção disponível do
(a) Legítimo: são os herdeiros que assim o são em razão da ordem de vocação
testador.
hereditária (art. 1.829, CC).
(b) Testamentário:[CC]
sãoArt.os1.904. Se o testamento
herdeiros que assimnomear
o são dois ou maisdaherdeiros,
em razão manifestação de
sem discriminar a parte de cada um, partilhar-se-á
vontade do de cujus. Assim, em um testamento que verse, por exemplo, por igual, “Deixa
entre 10% da
herança para todos, a porção
Renata”, disponível do
se verificará testador.
uma herança, visto que os bens não estão
singularizados.
o (ii) Segunda regra: de acordo com o art. 1.905, CC, se o testador
o (iii) Legatário:nomear
é aquelecertos
que receberá
herdeirosum bem certo e determinado,
individualmente desde que, quando
e outros coletivamente, a da
morte, este bem compusesse o patrimônio do de cujus. A figura do legatário só existe na
sucessão testamentária. Em um testamento que verse, por exemplo, “Deixa o apartamento 145 da
SQS 212, Bloco K, para Renata”, se verificará um legado, visto que o bem foi singularizado.
herança será dividida em tantas quotas quantos forem os indivíduos e
os grupos designados.
146
147
Aulas 22 e 13 – 22/05/2019 e 23/05/2019
Programa – Aulas 22 e 23
23. Legados
23.1. Classificação dos legados
23.1.1. Legado de coisas
23.1.2. Legado de crédito
23.1.3. Legado de alimentos
23.1.4. Legado de usufruto
23.1.5. Legado alternativo
23.1.6. Legado com encargo
23. Legados
148
herdeiro ou legatário deixa de cumprir a condição estipulada pelo testador,
também conforme o art. 1.913, CC.
o Exemplo: “Deixa, para Lídia, 10% da herança, desde que ela entregue
seu apartamento em Samambaia para Larissa”. Neste caso, o
apartamento de Samambaia é um sub-legado.
149
que gastou para cumprir a condição, visto que os
herdeiros é que pagam os legados (e não os legatários).
150
[CC] Art. 1.931. Se a opção foi deixada ao legatário, este poderá
escolher, do gênero determinado, a melhor coisa que houver na
herança; e, se nesta não existir coisa de tal gênero, dar-lhe-á de
outra congênere o herdeiro, observada a disposição na última parte
do art. 1.929.
[CC] Art. 1.922. Se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois
novas aquisições, estas, ainda que contíguas, não se compreendem
no legado, salvo expressa declaração em contrário do testador.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo às
benfeitorias necessárias, úteis ou voluptuárias feitas no prédio
legado.
151
CC). Por exemplo, caso o testador deixe “o quadro de Van Gogh, que
está na sala da casa do Lago Sul”, a disposição somente terá eficácia
se o quadro, de fato, estiver no local indicado. Caso, no entanto, se
comprove que o quadro foi removido pelos outros herdeiros
dolosamente, a disposição permanecerá válida. Alternativamente, caso
se comprove que o quadro está, temporariamente, no ateliê de
restauro, a disposição também permanecerá válida.
152
dívida, o legado será ineficaz e a cláusula caducará. Se, no entanto, no
terceiro momento, outra dívida for contraída com Maria e o testador
morrer, o legado será eficaz.
153
Observação: Medidas coercitivas em ação de execução
advinda de legado de alimentos. O herdeiro instituído obrigado a
pagar legado de alimentos está sujeito, em ação de execução, a
todas as medidas coercitivas do Direito de Família (constrição de
bens, dentre outros), exceto a prisão civil, visto que este instituto está
ligado ao poder familiar, o que não se verifica no caso sucessório
154
aplica a regra do art. 1.410, III, CC, estando limitado tal direito a 30 anos. O
usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos
(art. 1.394, CC). Se for legado um usufruto a somente um usufrutuário, a
propriedade do dono se consolidará com a eventual morte desse usufrutuário.
Se, no entanto, for legado usufruto a dois ou mais usufrutuários, após a morte
(ou “falta”, na dicção do artigo) de um deles, sua parte do usufruto caberá aos
outros colegatários (e não ao proprietário, como seria na regra geral do
usufruto), nos termos do art. 1.946, caput, CC.
155
subsistir no momento da morte, será como se a opção fosse ignorada,
persistindo as alternativas restantes.
156
Aula 24 – 29/05/2019
Programa – Aula 24
157
legatário que deverá buscá-lo no outro município e pagar as multas. Entende-
se, então, os herdeiros não têm que sanear os débitos existentes sobre a coisa
legada, nos termos do art. 1.937, CC.
o (ii) Alienação: nos termos do art. 1.939, II, CC, se, depois do
testamento, o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte
a coisa legada; haverá caducidade do legado até onde a coisa deixou
de pertencer ao testador.
o (iii) Perecimento e evicção: nos termos do art. 1.939, III, CC, se, depois
do testamento, se a coisa perecer (ou seja, quando a coisa deixar de
existir) ou for evicta (ou seja, quando a coisa é perdida em razão de
decisão judicial), haverá caducidade do legado. Essa regra se aplica
independentemente de o testador estar vivo ou morto, e
independentemente de haver ou não culpa do herdeiro ou legatário
incumbido do cumprimento do legado.
158
permanecerá válido, quanto ao seu remanescente, nos termos
do art. 1.940, CC.
159
Aula 25 – 30/05/2019
Programa – Aula 25
24. Substituições
24.1. Classificação das substituições
24.1.1. Substituição vulgar
24.1.2. Substituição recíproca
24.1.3. Substituição fideicomissária
24.2. Conjunção
24.3. Direito de acrescer
24.3.1. Direito de acrescer entre herdeiros
24.3.2. Direito de acrescer entre co-legatários
24.4. Sub-rogação do substituto nos encargos impostos ao substituído
24. Substituições
Observação: Regra do art. 1.947, CC. Nos termos do art. 1.947, CC,
ainda que o testador tenha se manifestado somente quanto a uma das
possibilidades de substituição (“não poder” ou “não querer”), presume-se
que as duas situações estão abrangidas pela cláusula.
Por exemplo, na cláusula “Caso Paulo não queira receber seu
quinhão, será substituído por Rayanne e Lucas”, mesmo que Paulo seja
pré-morto (ou seja, não havendo que se falar em “não querer”, mas sim em
“não poder”), a substituição ainda ocorrerá, ainda que o testador tenha se
referido somente a uma das alternativas.
160
o (ii) Substituição recíproca;
161
Exemplo: “Nomeia Tiago como herdeiro”. “Nomeia Renata
como herdeira”. “Caso Tiago não possa receber, será
substituído por Renata”. Há reciprocidade porque a substituta
também é herdeira.
162
[CC] Art. 1.951. Pode o testador instituir herdeiros ou legatários,
estabelecendo que, por ocasião de sua morte, a herança ou o legado
se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua
morte, a certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que
se qualifica de fideicomissário.
24.2. Conjunção
163
o (iii) Conjunção mista: trata-se da nomeação de dois ou mais herdeiros
e/ou legatários, sem quotas-parte pré-definidas pelo testador. Nesta
espécie, a nomeação é feita na mesma disposição testamentária.
164
o Exemplo: “Nomeia herdeiros Camila, Marilene, Lana e Vitor”. Se Vitor
for declarado indigno (não podendo aceitar a herança) e não houver
substituto expresso, sua parte será acrescida, somente, para Camila,
Marilene e Lana, independentemente de existirem outros herdeiros
instituídos em disposições testamentárias adicionais.
165
reprodutor, com cláusula de inalienabilidade, e Glauciete renunciasse
ao legado, como o touro não pode ser dividido sem desvalorização,
então se verificaria o direito de acrescer.
o Exemplo: “Deixo 10% de minha herança para Tiago, que para receber
esse valor, deverá entregar um carro 0 km para Eduardo. Caso Tiago
não possa ou não queira receber a herança, nomeio Vitor como
substituto”. Trata-se de substituição vulgar simples. Se Tiago falecer
antes do testador, os 10% de Tiago vão para Vitor, mas este ainda terá
166
de cumprir a obrigação, pois será sub-rogado nos encargos impostos
ao substituído.
o Outro exemplo: “Deixo 10% de minha herança para Tiago, que, como
proeminente restaurador, para receber esse valor, deverá reformar a
igreja de minha cidade natal. Caso Tiago não possa ou não queira
receber a herança, nomeio Vitor como substituto”. Trata-se de
substituição vulgar simples. Se Tiago falecer antes do testador, os 10%
de Tiago vão para Vitor, e este não precisará cumprir a obrigação, visto
que é personalíssima.
167
Aula 26 – 05/06/2019
Programa – Aula 26
168
terão preferência, a redução ocorrerá nas partes dos outros, na forma do art.
1.967, §2º, CC.
169
legatário ficará com o prédio e deverá compensar os herdeiros
legítimos no valor que lhes é devido (art. 1.968, §1º, segunda parte,
CC).
170
Aula 27 – 06/06/2019
Programa – Aula 27
171
ofício, dado que tais situações constituem matéria de ordem pública. Também
é possível que a revogação seja declarada a requerimento das partes. De
maneira mais detalhada, quanto às espécies, tem-se:
172
filho e, em seguida, falece sem outorgar novo
testamento. Nesse caso, a sucessão será unicamente
legítima, visto que o testamento restará rompido.
173
Aula 28 – 12/06/2019
Programa – Aula 28
174
[CC] Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de
um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por
herança
Bens excluídos da colação: nos termos dos arts. 2.010 e 2.011, CC, alguns
bens não precisarão ser levados à colação. Eles são:
175
conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena
de sonegação.
176
suficientes para igualar as legítimas dos descendentes e do
cônjuge, os bens assim doados serão conferidos em espécie, ou,
quando deles já não disponha o donatário, pelo seu valor ao
tempo da liberalidade.
[CC] Art. 2.004. O valor de colação dos bens doados será aquele,
certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade.
§1º Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver
estimação feita naquela época, os bens serão conferidos na
partilha pelo que então se calcular valessem ao tempo da
liberalidade.
§2º Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim
o das benfeitorias acrescidas, as quais pertencerão ao herdeiro
donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou
lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.
177
de 15 (quinze) dias, decidirá à vista das alegações e das provas
produzidas.
§1º Declarada improcedente a oposição, se o herdeiro, no
prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, não proceder à
conferência, o juiz mandará sequestrar-lhe, para serem
inventariados e partilhados, os bens sujeitos à colação ou imputar
ao seu quinhão hereditário o valor deles, se já não os possuir.
§2º Se a matéria exigir dilação probatória diversa da
documental, o juiz remeterá as partes às vias ordinárias, não
podendo o herdeiro receber o seu quinhão hereditário, enquanto
pender a demanda, sem prestar caução correspondente ao valor
dos bens sobre os quais versar a conferência.
178
segundo o seu valor ao tempo da abertura da sucessão,
observadas, no que forem aplicáveis, as regras deste Código
sobre a redução das disposições testamentárias.
§3º Sujeita-se a redução, nos termos do parágrafo
antecedente, a parte da doação feita a herdeiros necessários que
exceder a legítima e mais a quota disponível.
§4º Sendo várias as doações a herdeiros necessários, feitas
em diferentes datas, serão elas reduzidas a partir da última, até a
eliminação do excesso.
Entendimento: nos termos do art. 2.008, CC, mesmo nos casos em que o
donatário faz a renúncia (ou que é excluído da herança), deverá conferir as
doações recebidas, comunicando-as no inventário, para repor o que exceder o
disponível, caso necessário.
27.5. Sonegados
179
[CC] Art. 1.995. Se não se restituírem os bens sonegados, por já
não os ter o sonegador em seu poder, pagará ele a importância dos
valores que ocultou, mais as perdas e danos.
180
[CC] Art. 1.976. O testador pode nomear um ou mais
testamenteiros, conjuntos ou separados, para lhe darem cumprimento
às disposições de última vontade.
181
Aula 29 – XX/06/2019
Programa – Aula 29
28. Inventário
28. Inventário
Entendimento: T
28.1. Procedimento
o (vi) Avaliação: T
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