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2º PROVA TRIBUTÁRIO – LEONARDO MANZAN!!

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 31/03/2017

1) Definição de obrigação – Pontes de Miranda


Obrigação é a criação de um vínculo jurídico entre sujeito passivo (contribuinte
ou responsável) e ativo.
Conceito: “É a relação jurídica entre duas (ou mais) pessoas, de que decorre a
uma delas, ao debitor, ou a algumas delas, poder ser exigida, pela outra, creditor,
ou outras, prestação.” (Pontes de Miranda)
As obrigações surgem com a ocorrência do fato gerador.

A obrigação tributária surge com a ocorrência do fato gerador,


contudo ainda não é exigível, visto que sua exigibilidade necessita da
constituição do crédito, decorrente do lançamento.

A obrigação decorre da lei – ocorreu o fato gerador existe a obrigação


tributária, de natureza legal. A obrigação tributária poderá existir a partir de um
ato lícito ou ilícito (exemplo: multa), não existindo obrigação tributária
decorrente de contrato, uma vez que não existe manifestação de vontade neste
tipo de obrigação.

Todas as obrigações são legais, devido ao princípio da estrita


legalidade; jamais poderão ser contratuais e poderão ser decorrentes de ato
ilícito, a exemplo disso tem-se a multa, configurando uma obrigação tributária
principal, diferenciando do Direito Civil, onde esta é considerada acessória.

A obrigação principal é sempre de pagamento, as demais serão


consideradas acessórias – obrigação de fazer (exemplo: declaração de imposto
de renda), não fazer ou tolerar (entrada de fiscalização).

Definição de Pontes de Miranda: “Obrigação é a relação jurídica entre duas


(ou mais) pessoas, de que decorre a uma delas, ao debitor, ou a algumas
delas, poder ser exigida, pela outra, creditor, ou outras, prestação”.

O sujeito passivo será sempre o ente federativo competente para a


instituição do tributo. O sujeito ativo é o contribuinte. Existe a possibilidade de
pluralidade de sujeição passiva, sendo esta impossível na sujeição ativa.

As obrigações principais se diferenciam de obrigações acessórias. A


primeira diferença é a tipicidade da patrimonialidade da obrigação principal,
enquanto a acessória é caracterizada somente por obrigações de fazer, não
fazer e tolerar, não envolvendo patrimônio. A característica da acessoriedade
indica que a obrigação acessória não segue a obrigação principal. A
indisponibilidade é característica da obrigação principal, visto que só pode ser
criado por uma lei; a obrigação acessória e disponível, pois é possível abrir

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mão de sua criação, visto que esta pode ser criada por meios mais
simplificados.

 Uma entidade imune ou isenta não possui obrigação principal, contudo, tem a
obrigação acessória como meio de comprovação de sua imunidade ou de sua
isenção, demonstrando que é possível se ter uma obrigação acessória sem ter
uma principal ou vice-versa.
 A obrigação principal deve sempre ser criada por lei. Por outro lado, a
obrigação acessória pode ser criada através de outros meios.
O fato gerador pode se traduzir em uma situação jurídica ou de fato,
uma situação de fato fica configurada quando um fato já gera seus efeitos. A
situação jurídica necessita de uma definição de outra área do direito para saber
se um fato ocorreu ou não.

Elisão significa planejamento da carga tributária a que se está


submetido – considerado como crime pela Receita Federal.

Existindo o inadimplemento de uma obrigação acessória ela se


“converte” em obrigação principal – o inadimplemento de uma obrigação
acessória gera uma multa (obrigação de pagamento, caracterizada como
principal).

2) Obrigações legais, contratuais e decorrentes de ato ilícito

Pode haver no DT uma obrigação decorrente de ato ilícito? Sim. A multa


é obrigação tributária, embora não seja tributo. Assim, pode haver obrigação
tributária decorrente de ato ilícito.
Portanto, podemos no DT ter obrigações legais e decorrentes de atos ilícitos.

3) Obrigação tributária (art. 113, CTN)

Fato Gerador  HI  Obrigação tributária (não exigível)  Lançamento


(liquidação da obrigação)
Lançamento é ato privativo da autoridade administrativa que terá natureza
declaratória (porque declara obrigação anterior) ou constitutiva (porque constitui o
crédito); a partir do lançamento surge o crédito tributário.
A fazenda tem o prazo de decadência de 5 anos para lançar o tributo,
constituindo, a partir daí, o crédito tributário. A partir do lançamento passa a correr
o prazo de prescrição, que é de 5 anos. A LEF admite a suspensão do prazo
prescricional por 1 ano para a Fazenda encontrar bens.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1o A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador,
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

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§ 2o A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por


objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3o A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,
converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade
pecuniária.

A obrigação surge com a formação do fato gerador, contudo, ainda é


ilíquida e necessita do lançamento para a constituição do crédito tributário,
sendo assim passível de ser executada – adquirindo a característica de
exigibilidade.

O sujeito ativo de uma obrigação tributária é o ente federativo. O sujeito


ativo é aquele que tem capacidade para instituir; o destinatário do produto da
arrecadação não é o mesmo que sujeito ativo. Exemplo: as contribuições do
sistema S são exigidas pelo INSS, tendo como ente competente a União e
como destinatário do produto da arrecadação as entidades do sistema S.

Ressalta-se que não é possível a plur

alidade de sujeição ativa, com o intuito da não ocorrência de uma


bitributação. É preciso observar que existe a possibilidade de bis in idem, este
fato ocorrerá quando houver repetição de base de cálculo tendo um mesmo
ente federativo no polo ativo da obrigação.

A parafiscalidade ocorre quando um ente, que exerce atividade própria


do Estado, mas não é o Estado que exerce diretamente. Exemplo:
contribuições de interesse de categoria profissional – são tributos, o Ente
competente é a União, porém, quem cobra é o próprio ente, sendo este o
sujeito ativo.

O CTN fala de sujeito ativo como competente, contudo, atualmente, o


sujeito ativo é o polo credor. Quando se diz que o sujeito ativo é o ente
competente, nas contribuições, o sujeito ativo é será o ente competente, mas
sim o órgão que cobra.

 Polo credor x Competente: o polo credor seria a entidade que cobra – o sujeito
ativo não é o ente competente e sim o ente que cobra. Exemplo: contribuição
de categoria sindical – OAB. O ente competente é a União, contudo, quem
cobra é a própria OAB.
- Sucessão ativa na obrigação (desmembramento territorial) e recepção –
artigo 120, CTN: havendo desmembramento territorial haverá a sucessão ativa
e a recepção ativa da legislação do ente que foi desmembrado. Exemplo: o DF
tornou-se sujeito ativo e recepcionou a legislação do Estado de Goiás.

 Há dois fenômenos, a sucessão e a recepção. Quando Brasília foi criada houve


a recepção da legislação de Goiás. A sucessão diz respeito à transferência da
sujeição ativa.
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O sujeito passivo da obrigação tributária é o devedor. O devedor de


uma obrigação principal será aquele que tiver que efetuar o pagamento,
enquanto o devedor da obrigação acessória será definido por exclusão, sendo
aquele que tem a obrigação de fazer, de não fazer ou de tolerar.

Existe a possibilidade de pluralidade de sujeitos passivos – dentro da


hipótese de incidência, o aspecto pessoal identificará credor e devedor, para
alargar esse aspecto é preciso que seja realizado por lei – estrita legalidade
material. Contudo, a inclusão de outros devedores na sujeição passiva é
determinado pelo CTN, que afirma que os outros devedores devem ter,
necessariamente, um vínculo com o fato gerador (não praticou o fato gerador)
– estes terceiros que são chamados a sujeição passiva são denominados
responsáveis.

A obrigação principal será de pagamento e deverá ser cumprida pelo


sujeito passivo – devedor. O alargamento da sujeição passiva dentro de uma
obrigação acessória não é possível – não existindo a figura do responsável,
estes só existem dentro de uma obrigação principal – não existe responsável
em uma obrigação acessória.

O contribuinte é aquele devedor principal que, na criação do tributo,


está incluído no aspecto pessoal. O responsável é um terceiro que foi chamado
à relação jurídica originaria tributária por ter um vínculo com o fato gerador –
sujeito passivo indireto.

 O contribuinte tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador – pratica o
fato gerador.
 O responsável tem um vínculo com o surgimento do fato gerador – sujeição
passiva indireta. Não pratica o fato gerador, mas possuem um vínculo com sua
ocorrência.
As convenções particulares não são oponíveis ao fisco – a interpretação
objetiva o fato gerador serve para analisar seus aspectos. Desta forma, a
Teoria da Interpretação Objetiva do Fato Gerador determina que um ato de
vontade não é considerável (não tem interesse na análise da hipótese de
incidência), visto que a obrigação tributária surge da lei. Não existe nenhum ato
do contribuinte que ele possa praticar que altere a sujeição passiva.

Exemplo: contrato de locação que determina que o locador deve pagar o


IPTU. Para fins tributários o imposto será cobrado do proprietário.

A capacidade tributaria independe da capacidade civil, depende


somente do que está previsto na hipótese de incidência, não levando em
consideração elementos secundários. Nenhum problema na forma ou no
negócio jurídico irá alterar o fato gerador, tampouco a capacidade civil ou a
falta de regularização de uma empresa – depende do que está previsto na
hipótese de incidência.

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O domicilio tributário é o local escolhido pelo contribuinte para que ele


se relacione com o fisco, geralmente é uma relação entre o contribuinte com as
delegacias da receita. O domicilio tributário é um domicilio de eleição escolhido
pelo contribuinte.

REGRA: o contribuinte escolhe, se não for escolhido, o fisco poderá fazê-lo.

 Pessoa física: sua residência ou local de trabalho.


 Pessoa jurídica: sede da empresa ou filiais que praticaram fatos geradores.
 Se não for conhecido, tanto da pessoa física quanto da jurídica: o local da
situação dos bens ou da ocorrência do fato gerador.

3.1 Obrigação x Crédito

3.2 Sujeito ativo x Sujeito passivo

3.3 Obrigação principal x Obrigação acessória – características


principais. Patrimonialidade é tipica de obrigação principal, porque a
acessoria é obrigação de fazer e não fazer ou totelar. A acessória tem a
função de viabilizar o cumprimento da obrigação principal.

Tem-se a obrigação principal sempre que se tem obrigação de


pagamento (obrigação de dar). Por exclusão, determina-se as obrigações
acessórias (fazer, não fazer ou tolerar). O conceito de obrigação principal é
mais amplo que o conceito de tributo.
As obrigações acessórias possibilitam um respaldo para o pagamento da
obrigação principal. A inadimplência de uma obrigação acessória faz surgir
uma obrigação principal, que é uma obrigação de pagamento. Ex: multa.
Dessa forma, não ocorre propriamente uma conversão, mas sim o
surgimento de uma obrigação principal.
Aqui no DT o acessório não segue o principal; o acessório pode existir
sem o principal; exemplo: obrigações acessórias de quem é imune e
portanto não tem obrigação principal.
O Estado não pode dispor de obrigação principal, somente amparado
por lei. O Estado, entretanto, pode dispor de obrigações acessórias.
A obrigação principal decorre de lei stricto sensu (ordinária ou
complementar), já a obrigação acessória decorre de legislação tributária.

Uma entidade isenta não tem uma obrigação principal mas tem uma
obrigação acessória. Acessoria não segue o principal, porque dá para ter
uma obrigação acessória sem uma obrigação principal e uma obrigação
principal sem uma obrigação acessória.

A obrigação principal é sempre indisponível e a acessória sempre é


disponível.
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Na relação jurídica originária, o legislador, ao instituir um tributo, precisa


montar uma hipótese de incidência e ao ser instituído seu aspecto pessoal, o
contribuinte – aquele que praticará o fato gerador – só poderá ser alterado por
lei estrito senso e para que seja incluído um terceiro na relação jurídica
originária, este deve ter necessariamente um vínculo com o fato gerador,
portanto, há um limite ao Estado para inclusão de um terceiro.

A relação jurídica tributária originária é formada através da hipótese de


incidência. O aspecto pessoal (quem praticará o fato gerador) é caracterizado
pelo contribuinte – sujeito passivo.

A possibilidade de pluralidade de sujeição passiva poderá ocorrer


através de lei, devido ao princípio da estrita legalidade material. A inclusão de
um terceiro na relação jurídica resulta em uma relação derivada, tendo em vista
que o terceiro deverá ter um vínculo com a ocorrência do fato gerador.

O responsável da relação jurídica será sempre um terceiro, visto que o


contribuinte faz parte da relação jurídica originária (quem pratica o ato gerador).
O responsável não participa do binômio fisco-contribuinte justamente por ser
um terceiro à relação.

A responsabilidade delem não surge necessariamente com a ocorrência


do fato gerador, pode haver responsabilidade em caso de fato gerador
presumido já ocorrido. Há casos de responsabilidade em que se deve pagar o
tributo mesmo que o fato gerador não tenha ocorrido, ainda que o fato gerador
tenha que ocorrer para gerar a obrigação tributária, ainda que não tenha
enquadrado o fato concreto à hipótese de incidência, sendo, portanto, um fato
gerador fictício – presume-se que o fato gerador ocorreu.

O responsável será identificado por exclusão, visto que, ao se analisar a


lei que institui o tributo, será responsável aquele terceiro que, tendo vínculo
com a ocorrência do fato gerador, não estiver previsto na lei.

A responsabilidade de um terceiro surge com a intenção de oferecer


uma maior garantia a obrigação tributária – aumentar a sujeição passiva,
reforçando a sujeição passiva. Tal pluralidade passiva permite que o Estado
cobre de quem quiser, seja por conveniência, seja por necessidade, visto que
se não houvesse um responsável, o Estado não receberia.

Dentro da responsabilidade, poderá existir a solidariedade de duas


formas. A primeira consiste no interesse comum e a segunda por designação
legal – o interesse comum não depende de designação legal. Se o principal
princípio dentro do direito tributário é a estrita legalidade, não se pode dizer que
o interesse comum não está submetido a legalidade, ou seja, não precisa de
lei, mas na verdade, somente de designação legal.

O interesse comum não significa que a solidariedade é uma espécie de


responsabilidade – não é uma forma de criar um novo responsável que não
existe dentro do CTN, é um instituto que pode ou não ser aplicado dentro das

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espécie de responsabilidade já existente e significa uma pluralidade de


contribuintes – havendo solidariedade entre os participantes devedores. A
solidariedade por designação legal impõe-se a solidariedade a um terceiro
responsável, indicado por lei.

A solidariedade, como regra, dentro do direito tributário, não comporta


benefício de ordem, a não ser que a lei o diga. É um instituto do direito
tributário que pode ser aplicado dentro das espécies de responsável já
existentes – não configura uma novo responsável que não existe no CTN ou
em lei específica.

A responsabilidade pode existir com quaisquer características desde


que esteja dentro de lei, ou seja, na criação de um responsável, a lei ordinária
pode estabelecer a relação existente entre os sujeitos passivos (devedores),
desde que não atinja as responsabilidades do CTN, pois essas são normas
gerais de direito tributário, portanto, tem status de lei complementar, de forma
que a alteração da responsabilidade prevista dentro do CTN só pode vir por lei
complementar ou norma constitucional.

Em regra, as responsabilidades especificas são criadas por leis ordinárias, no


que diz respeito a responsabilidade específica, a lei ordinária pode estabelecer a
relação existente entre os sujeitos passivos, pode estabelecer a solidariedade ou tirá-
la, pode dar benefício de ordem, desde que não fira os princípios gerais que estão
dentro das responsabilidades das normas gerais.
 A alteração de tipos de responsabilidade deverá ser feita por lei complementar.
 A criação de responsabilidade se dá por lei ordinária.
O pagamento de um aproveita aos demais devido a existência da
solidariedade. A isenção ou remissão aproveita a todos, a não ser que se
tenha uma isenção ou remissão pessoal, caso em que só atinge aquele que
cumpra os requisitos em lei ordinária para concessão – concedida por
despacho da autoridade administrativa, verificando se o contribuinte faz jus. A
prescrição interrompida poderá prejudicar ou aproveitar todos – regra
aplicada para todos. Prescrição favorável: exemplo – restituição; os demais
prejudicam o contribuinte e favorecem o sujeito ativo.

A responsabilidade está prevista nos artigos 128 e seguintes, CTN –


normas com força de lei complementar, somente poderão ser alteradas por lei
complementar. A responsabilidade poderá ser por substituição ou por
transferência.

Na responsabilidade por substituição, a priori, tem-se um


contribuinte, vem uma lei posterior que o substitui pelo responsável. Com a
ocorrência do fato gerador, o responsável já é o substituto. O aspecto pessoal
da HI foi alterado antes mesmo da ocorrência do fato gerador.

 Quando ocorre o fato gerador, o devedor já é o substituto – responsável.

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Exemplo: imposto de renda retido na fonte – a fazenda pública cobrará do


substituto (empresa) – empresa sendo substituta dos seus funcionários – maior
capacidade contributiva, favorece a fazenda.

A responsabilidade por substituição poderá ser progressiva ou


regressiva, dependendo da posição do pagamento com relação ao fato
gerador.

Se o fato gerador estiver a frente do pagamento, ocorrerá substituição


progressiva – o tributo é pago antes da ocorrência do fato gerador, ou seja, há
fato gerador fictício, presumindo a base de cálculo, o devedor também é
presumido – se o fato gerador não ocorrer, o devedor deverá ser restituído.

Se o fato gerador estiver atrás do pagamento será substituição


regressiva – o fato gerador já ocorreu, tem os mecanismos para calcular tudo
(base de cálculo e devedor), mas haverá postergação do pagamento, ou seja,
diferimento do pagamento, de forma que o substituto é quem irá pagar.

Na responsabilidade por transferência, o fato gerador ocorreu e


atingirá o contribuinte, a priori, numa relação originária. E depois ocorrera
algum fato concreto que transferirá a responsabilidade para um terceiro – o
responsável.

Quando ocorre o fato gerador, o devedor é o contribuinte e com a


existência de um fato concreto, o devedor passa a ser o terceiro – responsável.

Exemplo: morte – ainda que o espólio não seja o contribuinte, a


responsabilidade é transferida ao espólio, portanto, dele será cobrado.

Dentro da responsabilidade por transferência tem-se três espécies:

A) Responsabilidade por Transferência Dos Sucessores adquirentes,


arrematantes, remitentes, sucessor, cônjuge meeiro, espólio, fusão,
incorporação, extinção de pessoas jurídicas e aquisição:

 Responsabilidade dos sucessores adquirentes: qualquer tipo de


transferência/aquisição, está diante de um fato de responsabilidade por
transferência por sucessão. Dos sucessores, os adquirentes são os principais.
Exemplo: Compro um imóvel que carrega consigo uma dívida de IPTU, terei
que assumir esse ônus tributário e pagar esse imposto. Para bens imóveis, se
houver certidão negativa de tributos, esta pode ser oposta contra a Fazenda
Pública, caso posteriormente apareçam débitos, contudo, não há previsão para
bens móveis, e a interpretação é estrita, então mesmo que haja certidão
negativa tributária, se aparecer débitos deverá assumir o ônus, segundo o STJ,
porém o Supremo alterou o entendimento dizendo que pode ser oposta já que
é a Fazenda que emite a certidão.
 Responsabilidade dos sucessores arrematantes e remitentes: se traduz em
exclusão de responsabilidade, embora tenha possibilidade de transferência.
Adquirir imóvel em hasta pública exclui a responsabilidade pelos ônus
tributários, porque senão ninguém iria adquirir o bem. Isso também ocorre na
falência e na recuperação judicial.

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 Responsabilidade por Operações empresariais (fusão, incorporação e cisão –


não há previsão no CTN para esta última): Na fusão, todos ônus tributário das
empresas fusionadas é carregado pela nova empresa. Na incorporação, a
empresa incorporadora assume o ônus tributário.
Na responsabilidade pessoal, o CTN exclui o contribuinte, transfere-se por
sucessão os tributos devidos pelo sucedido, o STJ entende que também
sucede a multa (infração) ainda que a pena seja pessoal.
 Responsabilidade por Extinção e Aquisição de PJ: Se o alienante cessar a
atividade empresarial, e o adquirente continuar no mesmo ramo da atividade, a
responsabilidade é transferida integralmente ao adquirente, por regra básica.
Se o alienante continua a praticar qualquer tipo de atividade empresarial ainda
é contribuinte, dentro do prazo de 6 meses, o adquirente responde
subsidiariamente com ele, há portanto, benefício de ordem, ou seja, cobra-se
por primeiro do contribuinte, para somente depois atingir o responsável.

OBS: Toda vez que o CTN fala em responsabilidade subsidiaria, está caracterizando o
benefício de ordem (que não é a regra).

B) Responsabilidade por Transferência De Terceiros (é solidária):

É uma subespécie de responsabilidade por transferência, e será sempre


solidária e com benefício de ordem. Será sempre solidaria e com benefício de
ordem: cobra primeiro do contribuinte e depois atinge o responsável. O terceiro
só poderá ser responsável se houver algum tipo de culpa, não é responsável
automaticamente.
Para que envolva terceiro, a responsabilidade envolve pessoas que
tenha poder legal sobre outra ou que envolva administração de bens de outrem
em razão de dever contratual. Isso significa que o terceiro só pode ser
responsável se tiver algum tipo de culpa, o simples fato de ter ligação com o
fato gerador não lhe imputa responsabilidade.
É solidária com benéfico de ordem, ou seja, cobra primeiro o
contribuinte para depois atinge o responsável.
Art. 134 CTN. Nos casos de impossibilidade de exigência do
cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis:
A responsabilidade é subsidiária. Deve ter necessariamente a ideia
de culpa.
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; = Dever
legal.
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados
ou curatelados; = Dever legal.
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos
por estes; = Dever contratual.
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; = Dever
contratual.
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida
ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos
tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles,
em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

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OBS: Desconsideração da pessoa jurídica no direito tributário: somente se


houver cometimento de fraude, a pessoa do sócio poderá ser cobrada por
dívida tributária da pessoa jurídica – precisa comprovar cabalmente a intenção
do sócio de burlar o fisco – fraude tributária demanda dolo específico. Somente
no caso de fraude tributária, que demanda dolo específico, é possível a
descaracterização da PJ para atingir os sócios.

Art. 135, CTN – Responsável Pessoal: Art. 135. São pessoalmente


responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração
de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de
direito privado.

OBS: A fraude tributária demanda dolo específico, o fisco deve provar


cabalmente que houve dolo específico de qualquer destes contra a fazenda
pública.
 Benefício de ordem: responsabilidade subsidiária
 Responsabilidade pessoal: exclusão do contribuinte
C) Responsabilidade por transferência por infrações

O contribuinte sabendo que é devedor, antes de qualquer procedimento


de notificação, pagar o tributo (denuncia espontânea) e dessa forma exclui a
multa, ou seja, é uma causa de exclusão de responsabilidade.
Teria de pagar o tributo, o juros e a multa, mas segundo a tese da
Fazenda teria de pagar a multa de mora pois essa não constitui penalidade,
mas essa é a multa excluída de oficio.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por


infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou
do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do
ato.
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou
contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de
administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente
seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de
dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem
respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus
mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de
direito privado, contra estas.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo

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devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada


pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa
de apuração. – denuncia espontânea: o contribuinte, sabendo que é
devedor, antes de qualquer procedimento de fiscalização (intimação,
notificação), ele pagará e, por isso, será beneficiado com a exclusão
da multa. Paga-se o principal + juros (taxa celiq) e exclui-se a multa
A fazenda entende que a multa de mora deve ser paga, por não ser
considerada penalidade- o stf já entendeu que tal entendimento não
faz sentido.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia
apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou
medida de fiscalização, relacionados com a infração.

3.3.1 Patrimonialidade, acessoriedade, indisponibilidade

3.4 Obrigação x Fato gerador (art. 114, CTN)

3.4.1 Situação de fato x Situação jurídica – Elisão

Na situação de fato, o fato que ocorre já tem todas as circustâncias


materias próprias deles; é completo.

A situação jurídica depende de um conceito normativo que pode


estar no sistema tributário ou em outro ramo do direito.
O DT não pode alterar conceitos de outras áreas do direito para fins
tributários.
Exemplo: o aspecto temporal do fato gerador do ICMS é a saída da
mercadoria (situação de fato); já no caso da renda, aspecto
substancial da HI do IR, trata-se de uma situação fática, definida na
lei.
A elisão fiscal significa planejamento tributário; dentro de várias
possibilidades de caminho a percorrer, o contribuinte buscará o
menos oneroso. A Fazenda quer acabar com a elisão incluindo no
CTN que o contribuinte deve seguir o caminho mais oneroso. O
mero fato de uma empresa se enquadrar no SIMPLES, por exemplo,
já é planejamento tributário. Transferir um imóvel para o patrimônio
da empresa pode ser feito de duas formas: pagando ITBI ou
integralizando o imóvel no capital social da empresa (tomar o
caminho menos oneroso neste caso também é elisão).

3.5 “Conversão” de obrigação acessória em principal

1) Sujeito Ativo – Art. 119, CTN

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A priori, o sujeito ativo é o Estado, mas existem algumas situações, em razão


da CF,
Sujeito ativo é aquele que tem capacidade para exigir; destinatário do produto
da arrecadação não é o mesmo que o sujeito ativo;
As contribuições do sistema S são exigidas pelo próprio INSS (sujeito ativo); a
competência é da União; e o destinatário do produto da arrecadação são as
entidades do sistema S;

Sujeito ativo é ente federativo competente.

a. Parafiscalidade: é uma atividade paralela do Estado de interesse público


que ele não exerce. É o exemplo da OAB. A contribuição que o advogado
paga é um tributo. Se o CREA, por exemplo, quiser executar a contribuição
não usará a LEF. A contribuição sindical também é tributo, mas o sindicato
é pessoa jurídica de direito privado.

b. Pólo credor x Competência

c. Sucessão ativa na obrigação (desmembramento territorial) e


Recepção – Art. 120, CTN
Há dois fenômenos: a sucessão e a recepção. Quando Brasília foi criada
houve a recepção da legislação de Goiás; a sucessão diz respeito à
transferência da sujeição ativa.

Dentro do aspecto pessoal da HI de incidência, haverá a estipulação dos


sujeitos ativos e passivos. Tem que haver previsão legal.

2) Sujeito Passivo – Art. 121, CTN – devedor

a. Da obrigação principal e da obrigação acessória


A obrigação principal é sempre de pagar; por exclusão determina-se
todas as outras. Para as obrigações principais há duas figuras possíveis de
sujeitção passiva: contribuinte e responsável. O primeiro tem relação direta
e pessoal com o fato gerador. O contribuinte é o sujeito passivo por
excelência.
Só pode haver responsável por designação de lei stricto sensu, visto que
é uma alteração no aspecto pessoal da HI. A lei pode apenas substituir ao
invés de alargar o aspecto pessoal.

b. Sujeito ativo da obrigação principal

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i. Contribuinte x Responsável

1. Contribuinte: relação pessoal e direta com o fato


gerador – SPD (sujeição passiva direta).

2. Responsável: vínculo – SPI (sujeição passiva indireta)


Há responsabilidade por substituição ou por transferência
(terceiros; sucessão; infração).

3) Sujeição passiva e covenções particulares

Não existe nenhum ato do contribuinte que ele possa praticar que altere a
sujeição passiva. Se o fato concreto ocorreu e está descrito na HI, nada vai alterar
a ocorrência do fato gerador. Exemplo: cobrar o IPTU do locatário; para fins
tributários o imposto será cobrado do proprietário; o locador se quiser pode acionar
o locatário com base no contrato.
Para fins tributários convenções particulares não são oponíveis ao fisco.

4) Capacidade Tributária
A capacidade tributária independe de quaisquer formalidades. Nenhum
problema na forma ou no negócio jurídico vai alterar o fato gerador. Se um menor
de idade praticar o fato gerador terá que pagar.

5) Domicílio Tributário
Quando for fazer uma declaração de IR, se tiver um quadradinho de marcar
para aceitar receber informações e notificações por mensagem eletrônica, jamais
marque, pois poderá ser intimado por mensagem eletrônica.
O domicílio tributário é chamado domicílio por eleição, pois quem o escolhe é o
contribuinte, no momento em que informa o endereço.
a. Eleição e recusa da autoridade administrativa
Se o contribuinte elege um domicílio inacessível a autoridade fiscal pode
recusá-lo.

Exercício

1) O Detran do DF decidiu cobrar o valor pago pelos proprietários de


veículos automotores, para licenciar seus veículos, sobre o valor venal
dos automóveis. Tal exação, é taxa ou preço público. TAXA. Você,
como consultor jurídico do Detran, daria parecer favorável ou contra
essa medida? Contra, taxa não pode ter base de calculo própria de imposto
(IPVA). Ele estaria cobrando dois impostos do mesmo fato gerador (poder de
policia).

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2) Determinado cidadão entra com ação no judiciário visando não


pagamento da taxa de serviços de águas e esgotos, alegando que não
faz uso de tais serviços posto que sua propriedade encontra-se vazia.
Você, como juiz da causa, daria ou não provimento a tal ação?
Como juiz da causa, não daria provimento ao pedido, pois o inciso II, art. 145,
da CF, autoriza a instituição de taxas pela utilização de serviço público, mesmo
que potencial. Ou seja, mesmo que o indivíduo não use o serviço, se o Estado
colocá-lo à diposição, terá de pagar.
3) A taxa judiciária (custas), fazendo incidir um percentual fixo sobre o
valor atribuído à causa, respeita os requisitos constitucionais de sua
instituição?
Não. Tem que cobrar o que gasta para prestar o serviço, não pode ter lucro.
Taxa não pode ter lucro . Seria inconstitucional.
4) Seria constitucional uma tarifa de fiscalização de bombas de
combustíveis cobrada pelo INMETRO?
Não seria constitucional porque se trata de poder de polícia (fato gerador
exclusivo de taxa), então só pode ser taxa.

EXERCÍCIO
1) O DF decidiu conceder isenção de IPVA a veículos destinados à
exploração dos serviços de transporte escolar, devidamente
regularizados na respectiva cooperativa. Você, como ministro do STF,
está diante de ADIN contestando tal ato normativo. Qual seria sua
decisão?
É inconstitucional. O estado está dando isenção a quem está cooperado ferindo a
isonomia. Está dando tramento desigual para quem está no mesmo patamar de
desigualdade. Fere frontalmente o princípio da isonomia.
05/05/2017

1) Responsável -> sempre um terceiro – porque ele vai entrar em uma relação
que é o contribuinte que faz parte da relação. Responsável é um terceiro indicado
por lei.

a) Não participa do binômio fisco-contribuinte - o responsável é qualquer


pessoa fora da obrigação, é feito por exclusão.

b) Não necessariamente a responsabilidade surge com a ocorrência do fato


gerador (pode haver responsabilidade em caso de fato gerador presumido já
ocorrido); isto é uma criação da Receita Federal

c) Identificação por exclusão -> definindo quem é o contribuinte, quem sobrar


será ou não um responsável;

d) Motivos (conveniência até necessidade) – serve para reforçar a sujeição


passiva, garantir com maior força a obrigação tributária, o estado pode cobrar de
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quem ele quiser, então para o estado é conveniente que isso aconteça. São poucos os
casos que são por necessidade.

e) Facilidade de fiscalização ou necessidade;

2. Solidariedade (fora do capítulo de responsabilidade!!!) – não comporta


beneficio de ordem. A responsabilidade pode existir com quaisquer
caracterísitcas que o estado quiser, desde que de acordo com a lei.

a. Não é espécie de responsabilidade. Ela pode ser aplicada nas espécies


de responsabilidade;

b. Não comporta benefício de ordem, em regra 1;

c. Interesse comum e designação por lei. -

d. Pagamento, isenção ou remissão, interrupção da prescrição;

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não
comporta benefício de ordem.
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes
os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos
demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles,
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais
pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos
obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

3. Responsabilidade – art. 128 e ss., CTN;

3.1 Por substituição – art. 128, CTN.

a) O contribuinte sai da esfera de cobrança do fisco; o contribuinte está fora da


relação; o Fisco só poderá acionar o substituto;
1
Responsabilidade subsidiária => solidariedade com benefício de ordem
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b) Pra frente: o FG ainda irá ocorrer;

c) Pra trás: o FG já ocorreu.

3.2 Por transferências

a) Dos sucessores (podem acumular a posição de contribuinte com a


sucessão)

i) Adquirentes, remitentes, arrematantes, sucessor, cônjuge


meeiro, espólio, fusão, incorporação, transformação e extinção
das pessoas jurídicas;

ii) Arrematação em hasta pública não gera responsabilidade;

iii) No caso de alienação, ver se o alienante vai continuar no


ramo ou não (em 6 meses), sendo o caso, aplica-se o benefício
de ordem: primeiro o adquirente, depois o alienante; se ele
cessa, a responsabilidade é integral do adquirente;

b) De terceiros (também é solidária, mas nesse caso há benefício de


ordem!!!! Primeiro busca-se o contribuinte)

a) Art. 134, I a VII, CTN;

b) Art. 135, CTN: responsabilidade pessoal => afasta o contribuinte; há ato


ilícito

c) Por infrações: sempre responsabilidade pessoal

d) Denúncia espontânea (exclusão da responsabilidade pelas multas!!!)

Exercício:

O Sr. Sonegácio, autônomo, recebeu honorários da empresa tributando ltda. Sabendo-


se que o FG do IRPF é o acréscimo patrimonial, aponte as situações que podem
ocorrer com relação ao sujeito passivo da exação.

13/10/2010
Exercício valendo 0,5 ponto.
1) Não tem base constitucional, pois a matéria é reservada a lei
complementar.
2) Não agiu corretamente poque o interesse comum não pode ser utilizado
como forma de eleger responsáveis.
3) Responsabilidade por substituição. Art. 128 CTN. Subespécie:
substituição para trás – quando o fato gerador já ocorreu. A fiscalização

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não agiu corretamente porque a solidariedade não é um tipo de


responsabilidade, mas é decorrente de desiignação legal, o que no caso
não ocorreu.
4) No caso de arrematação em hasta pública os tributos não acompanham a
coisa. Dessa forma, a cobrança em questão seria ilegal.
5) Não seria possível, pois tal alteração só é possível se for feita por lei
complementar.

LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO 11/05/2017

2) CONCEITO
Fato Gerador  Obrigação  Lançamento  Crédito tributário  Prazo de 30 dias
para impugnação  Processo Administrativo Fiscal  Dívida ativa (Certidão da
Dívida Ativa)  Execução Fiscal
O crédito tributário é constituído pelo lançamento. O crédito tributário é a
obrigação tributária liquidada, portanto exigível.

Fato gerador  Obrigação  Lançamento  Crédito tributário

Com a ocorrência do fato gerador, há o surgimento da obrigação


tributária que ainda não é exigível, porque é ilíquida. É necessário o
lançamento para constituição do crédito a fim de dar liquidez a obrigação,
tornandoo ca exigível.

O lançamento, pelo CTN, é o ato privativo da autoridade administrativa


– artigo 142, CTN. A priori, o contribuinte não poderia lançar, contudo, o STJ
entende que é possível.

Hoje, qualquer tipo de declaração efetuada pelo contribuinte é um


lançamento que constitui uma confissão de dívida e constitui crédito, ou seja, a
fazenda não precisa constituir crédito tributário.

 Para que a confissão seja corrigida é necessário garantir o juízo no valor da


declaração.
O lançamento serve para verificar a ocorrência do fato gerador;
identificar a matéria tributária; identificar o sujeito passivo; identificar a
legislação tributária aplicável e calcular o montante devido (aplicação da
alíquota na base de cálculo), para constituir o credito tributário – a partir de
então, poderá ser cobrado pela Fazenda.

A alíquota pode ser modificada por atos normativos, desde que seja a
exceção a anterioridade, e não somente por lei estrito senso
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O prazo de constituição do credito tributário/lançamento é decadencial


de 5 anos, contado a partir da ocorrência do fato gerador. O prazo de cobrança
é prescricional de 5 anos, a partir do lançamento. Contudo, o STJ modificou tal
entendimento previsto pelo CTN.

O crédito tributário consiste na obrigação liquidada, que tomou


característica de exigibilidade.

3) NATUREZA (decorrente da obrigação principal)


A natureza do lançamento é declaratória e constitutiva.
O crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação tributária.

A natureza do crédito decorre da obrigação principal, tendo ambas a


mesma natureza jurídica. O lançamento é de natureza declaratória e
constitutiva porque declara a obrigação que é pré-existente e constitui o crédito
tributário.

O lançamento e o crédito tributário são institutos absolutamente


independentes, regulamentados em seções diferentes, ainda que os civilistas
sejam contra tal divisão. Se alguma causa afetar o crédito isso não afetará a
obrigação, entretanto, o que afeta a obrigação, afeta o crédito, pois este é
posterior àquela.

O agente público tem a obrigatoriedade de fiscalizar e lançar o crédito


tributário – ele é um instrumento do fisco e não pode agir discricionariamente,
constituindo um crime funcional.

A lei obriga que o fiscal lance o crédito sob pena de cometer crime
funcional. O agente público não pode dispor do patrimônio público por si só,
visto que o interesse é público (Princípio da Indisponibilidade do Interesse
Público).

 Independência: embora os civilistas sejam contra a divisão em obrigação e


crédito, eles são absolutamente independentes. Se alguma causa afetar o
crédito isso não afetará a obrigação, entretanto o que afeta a obrigação afeta o
crédito, pois este é posterior àquela.
Na prática é possível ter um crédito tributário sem obrigação (certamente este
crédito será ilegal, pois o crédito decorre da obrigação).

4) OBRIGATORIEDADE DO AGENTE PÚBLICO – CRIME FUNCIONAL


A lei obriga que o fiscal lance o crédito sob pena de cometer crime funcional. O
agente público não pode dispor do patrimônio público por si só, porque é interesse
público (princípio da indisponibilidade do interesse público).
O Estado não pode tributar por analogia porque estaria estendendo a sujeição
passiva que exige lei stricto sensu para alterar a hipótese de incidência, ofendendo
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o princípio da estrita legalidade. Também não pode dispensar um tributo devido


com base na equidade (senso de justiça), sob pena de cometer crime funcional,
sem prejuízo de crime comum.

5) CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO E LANÇAMENTO-Art. 3º CTN e artigo 142 e


parágrafo único, CTN
O lançamento é um ato privativo da autoridade administrativa. Embora a lei diga
expressamente que o contribuinte não pode efetuar o lançamento, o STJ diz que
pode. Segundo ele, a declaração de IR é considerada confissão de dívida.
A confissão de dívida elimina o processo administrativo.
O lançamento é para determinar a matéria tributária, identificar a base de cálculo,
identificar a alíquota, identificar sujeito passivo, calcular o montante do tributo
devido, tornando a obrigação líquida.
Se a Fazenda erra o sujeito passivo, o crédito tributário é nulo.
A legislação aplicável à tributação é aquela existente à época do momento da
ocorrência do fato gerador. As exceções à essa regra são (art. 106, CTN): norma
instrumental, leis expressamente interpretativas e ato não definitivamente julgado
que verse sobre infração.

Toda norma que diminui os poderes da fiscalização é ilegal.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa


constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

o lançamento é um ato privativo de autoridade administrativa. Embora a lei diga


expressamente que o contribuinte não pode efetuar o lançamento, o STJ diz
que pode.

Aplica-se a legislação vigente no momento da ocorrência do fato


gerador. As exceções à irretroatividade englobam as normas procedimentais, já
que o lançamento é um procedimento administrativo que irá culminar na
constituição do crédito tributário; as leis expressamente interpretativas e ato
não definitivamente julgados que versem sobre infração.

O lançamento possui três modalidades de aplicação: por


homologação, por declaração ou misto e ex officio ou direto.

 Lançamento por homologação ou auto lançamento: o contribuinte lança e a


fazenda somente homologará o lançamento realizado pelo contribuinte. O
pagamento antecipado configura a existência de um tributo por homologação.
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O que é homologado não é o pagamento em si, mas toda a atividade do


contribuinte que se finaliza com o pagamento antecipado – a autoridade
administrativa vai verificar se o ato praticado pelo contribuinte está
correto, se não estiver correta, a Administração vai lançar de oficio, com
multa de 75% mais juros, contados a partir do fato gerador.

OBS: passados 5 anos do fato gerador, se nada for feito pela Adminisstração,
ocorrerá a homologação tácita. Quando isso ocorre a Fazenda não pode mais
cobrar, pois este direito de cobrança foi fulminado pela decadência (prazo
decadencial só pode ser alterado por lei complementar).

 Lançamento por declaração ou misto: existe uma cooperação entre o fisco e


o contribuinte – aguarda as informações do contribuinte para efetuar o
lançamento. Não há nenhum exemplo, atualmente, deste tipo de lançamento.

 Lançamento ex officio ou direto: a Fazenda já tem todos os dados


necessários para a realização do lançamento. É praticado pela própria
autoridade administrativa diretamente porque ela detém as informações
necessárias para realizar o lançamento.
Uma autuação é exemplo deste tipo de lançamento – constata-se que dentro
de um lançamento por homologação há uma declaração menor do que deveria
estar. Exemplo: IPTU, IPVA – a comprovação de quem não recebeu o boleto
do iptu ou ipva é o contribuinte e não o fisco.

O lançamento será submetido ao princípio da imutabilidade, a priori, não


é possível que seja modificado, salvo casos previstos no artigo 149, CTN. A
revisão somente será possível quando a lei determinar ou se houver algum tipo
de fraude, da fazenda ou do contribuinte.

OBS: A revisão de oficio se dá com valores maiores que 1 milhão.

 Se houve lançamento por homologação tácita, não há prescrição.

6) LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
a. Exceções

7) MODALIDADES

São três as modalidades de lançamento.

a. Por homologação ou auto-lançamento: existe uma tendência mundial


de delegar deveres da Administração aos contribuintes. O lançamento por
homologação é justamente isso.

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Como se identifica que se está diante de um tributo lançado por


homologação? Se houver pagamento antecipado.
O que se homologa não é o pagamento em si, mas toda a atividade do
contribuinte que se finaliza com o pagamento antecipado. A autoridade
administrativa vai verificar se toda a atividade do contribuinte está correta;
se não estiver correta a Administração vai lançar de ofício, com multa de
75% mais juros contados a partir do fato gerador.

Passados os 5 anos do fato gerador se a administratção não fizer nada,


ocorre a homologação tácita (já se passaram 5 anos do fator gerador).
Quando isso ocorre a Fazenda não pode mais cobrar, pois o direito da
Fazenda lançar foi fulminado pela decadência, e consequentemente não
pode cobrar.

O prazo de decadência deve ser alterado por lei complementar.

Alguns doutrinadores chamam o lançamento por homologação de auto-


lançamento, o que não é muito correto pois é ato privativo da
administração.

b. Por declaração ou misto: o contribuinte coopera com o Fisco. O Fisco


necessita de informações que não tem para realizar o lançamento.
Exemplo: não existe nenhum tributo lançado por declaração.

c. Ex officio ou direto: é praticado pela própria autoridade administrativa


diretamente porque ela já detém as informações que necessita para realizar
o lançamento. Também será efetuado toda vez que não houver lançamento
por homologação.Exemplo: IPVA, IPTU.

Todos os tributos podem ser lançados de ofício, porque sempre o tributo


pode ser lançado errado.

8) REVISÃO (Art. 149, I a IX, CTN)


O lançamento está submetido ao princípio da imutabilidade. A priori o lançamento
é imutável. A autoridade administrativa não pode alterar o lançamento.
Possibilidades que admitem alteração do lançamento: revisão de ofício,
impugnação do sujeito passivo ou alguma hipótese do art. 149.

A revisão de ofício se dá com valores maiores que 1 milhão.

Todos os incisos do art. 149 vão falar de atos ilícitos. Como ninguém pode se
beneficiar da própria torpeza, abrir-se-á a possibilidade de alterar o lançamento
para que o sujeito passivo não se beneficie de ato ilegal.

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O lançamento só pode ser revisto se estiver dentro do prazo de decadência (prazo


para lançar) de 5 anos.

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade


administrativa nos seguintes casos:
I – quando a lei assim o determine;
II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no
prazo e na forma da legislação tributária;
III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado
declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e
na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou
não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a
qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de
declaração obrigatória;
V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o
artigo seguinte;
VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de
terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade
pecuniária;
VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em
benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado
por ocasião do lançamento anterior;
IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu
fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão,
pela mesma autoridade, de ato ou formalidade essencial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada
enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

22/10/2010
CRÉDITO TRIBUTÁRIO

FG  OT  LANÇAMENTO  CRÉDITO  PAF  JUDICIÁRIO  CDA 


EXECUÇÃO FISCAL

1) SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBTÁRIO


A suspensão da exigibilidade do crédito evita a execução fiscal. Para embargar uma
execução fiscal o contribuinte tem que depositar ou penhorar bens no valor integral
da execução.

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O recurso administrativo ou uma tutela antecipada suspendem a exigibilidade.


 Obrigações acessórias: as obrigações acessórias permancem mesmo que se
tenha a suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
 Título Executivo: dívida ativa: a certidão da dívida ativa é o título executivo.
 Constituição definitiva do crédito
 Hipóteses: Art. 151, I a VI, CTN
a. Moratória (caráter geral e individual)
Dificilmente conheceremos, porque a moratória é utilizada em situação de
calamidade pública. A moratória nada mais é que a prorrogação do prazo
de vencimento do tributo; dessa forma, não faz sentido falar de juros e
multa.
Pode ser considerada moratória geral quando está toda disciplinada na
lei. Se for moratória individual, a lei vai especificar alguns requisitos que
têm que ser cumpridos para que a moratória, concedida por despacho
administrativo, tenha efeito.
i. Competência para instituir o tributo: quem tem competência
para decretar a moratória é quem tem competência para instituir o
tributo.
ii. Tributos estaduais e municipais (União): se a União decreta
moratória para os tributos dela, ela também poderá decretar para os
tributos estaduais e municipais.
b. Depósito do montante integral (prévio ou posterior)
Se o contribuinte quiser a suspensão da exigibilidade do crédito ele pode
depositar o valor integral do crédito. Se o tributo estiver vencido, tem que
se depositar o valor do crédito, dos juros e da multa, senão não é
considerado integral. Há súmula que diz que o depósito tem que ser em
dinheiro.
É possível depositar parte do crédito para suspender a exigibilidade de
parte da execução fiscal.
i. Ação Cautelar Inominada (desnecessidade): não é necessário
entrar com ação cautelar inominada para efetuar o depósito.
ii. Não constitui receita pública: não pode ser considerado receita
porque tem contrapartida no passivo.
c. As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
PAF – Processo Administrativo Fiscal: o PAF também pode ser causa
de extinção do crédito se o contribuinte ganha em fase administrativa e
transita em julgado; neste caso a Fazenda não pode mais levar a matéria
ao Judiciário.
d. Concessão de Medida Liminar em MS ou em outras espécies de
ação judicial;
e. Parcelamento: o parcelamento não exclui juro e multa porque o tributo já
está vencido. Se a lei determinar, os juros e multa podem ser excluídos.

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A constituição do crédito gera sua exigibilidade, diante disso, a Fazenda


pode cobrar do contribuinte.

Fato gerador  Obrigação  Lançamento  Crédito  Inscrição na dívida


ativa – Certidão de dívida ativa (30 dias, a contar do lançamento, para se
defender – impugnação ao crédito tributário – contestação tempestiva)  Finda
a fase administrativa fica constituído definitivamente o crédito ou findo os 30
dias sem que haja impugnação.

A partir da constituição definitiva do crédito, passa-se a contar o prazo


prescricional de 5 anos para ajuizar a execução fiscal. O titutlo executivo da
execução fiscal é a certidão da dívida ativa que trará todas as características
do crédito que foi constituído – título extrajudicial, pois é lavrado pela Fazenda
Pública, ainda que com presunção de certeza e liquidez.

Na execução fiscal, o contribuinte pode embargar trazendo tudo que já


foi alegado na esfera administrativa e também argumentos novos, desde que
garantido o juízo. Só consegue se defender na execução fiscal, se o juízo
estiver garantido – integralidade do crédito.

O credito ainda está provisoriamente constituído porque pode ser


impugnado, correndo o prazo de 30 dias para sua impugnação. Finda a fase
administrativa fica constituído definitivamente o crédito ou findo os 30 dias sem
que haja impugnação.

 Causas de extinção, suspensão e exclusão do crédito – cada um tem seu


próprio efeito.
A suspensão da exigibilidade significa que o crédito não poderá ser
cobrado pela Fazenda pública, não podendo o fisco ajuizar a execução fiscal
(isso não quer dizer que não o faça). Ocorre com a exigibilidade do crédito –
se não é exigível não pode ser executado.

Se houver uma causa de extinção do crédito, este será extinto e a


obrigação está satisfeita. Não há efeitos de execução pq o crédito está
extinto.

Se houver uma causa de exclusão do crédito, significa uma retirada do


direito da fazenda de realizar o lançamento (isso não quer dizer que ela não o
faça). Retirada do direito de constituição do crédito.

Diante de causas de extinção, exclusão ou suspensão, as obrigações


acessórias sempre serão mantidas.

1. Suspensão da exigibilidade de crédito

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A suspensão da exigibilidade significa que o crédito não poderá ser


cobrado pela Fazenda pública, não podendo o fisco ajuizar a execução fiscal
(isso não quer dizer que não o faça). Ocorre com a exigibilidade do crédito –
se não é exigível não pode ser executado.

Se tem um deposito parcial, suspende a execução parcialmente? Para a


fazenda publica, não suspende nada – os juros correm sobre tudo e mesmo
sobre o valor depositado. O STJ confirmou tal entendimento. Contudo, o
entendimento foi modificado, sendo permitida a suspensão parcial.

Quando se fala em garantia de juízo, na execução, este deverá ser


integral, visto que se não for, os embargos a execução não serão
reconhecidos.

O CTN traz um dispositivo sobre alteração de critério jurídico pela fazenda


pública – alteração de interpretação/posicionamento da fazenda. Não pode
atingir fatos geradores pretéritos.

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em
outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de
2001)    
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)  
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento
das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo
crédito seja suspenso, ou dela consequentes.

2) EXTINÇÃO – Art. 156, Ia XI, CTN

a. Pagamento: hoje o prazo de prescrição para pedido de restituição é de 5


anos da data do pagamento (LC118).

b. Compensação: tem que fazer um pedido expresso para compensar, senão


é considerada não declarada, ou seja, o débito compensado vai correr juro
e multa até que seja reconhecida. O crédito do contribuinte a ser
compensado tem que ter natureza tributária (antigamente as espécies
também tinham que ser as mesmas).

c. Transação: significa acordo, entretanto é muito difícil de ser verificado em


face do princípio da legalidade.

d. Remissão: significa perdão da dívida.


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e. Prescrição e decadência: decadência é o prazo que a fazenda tem para


lançar o crédito (5 anos a partir do fato gerador). No tributo lançado de
ofício o termo inicial só vai começar a contar no exercício seguinte ao que o
lançamento pode ser efetuado (= exercício seguinte à ocorrência do fato
gerador, embora essa não seja a linguagem do CTN).
Prescrição é prazo para a Fazenda cobrar (5 anos a partir da constituição
definitiva do crédito).
No lançamento por homologação se houver dolo conta-se utilizando o art.
173.

f. Conversão do depósito em renda: esse depósito é aquele que suspende


a exigibilidade do crédito. Não confundir com o depósito que é causa de
suspensão, a conversão que é causa de extinção.

g. Pagamento antecipado e homologação do lançamento

h. Consignação em pagamento: dificilmente será visto em matéria


tributária, porque teria que acontecer do Estado recusar o pagamento, ou
haver dúvida de competência (exemplo: IPTU para dois municípios).

i. Decisão administrativa irreformável: a decisão irrecorrível


administrativa.

j. Decisão judicial passada em julgado

k. Dação em pagamento em bens imóveis: o conceito de tributo é o


pagamento em dinheiro. Essa dação depende de regulamentação, e nunca
o será porque fere frontalmente o conceito de tributo.

3) EXCLUSÃO – Art. 175, I e II, CTN

 Anistia x Remissão (é causa de extinção, não é causa de exclusão;


remissão é perdão de tributo): a anistia é a dispensa de pagamento de
multa; (cai na prova)

Isenção: tem que vir por lei ordinária, por isso pode ser revogada a qualquer
tempo por lei ordinária. A isenção nada mais é que uma dispensa de
pagamento, embora exista o crédito, embora exista a obrigação.

27/10/2010
CRÉDITO TRIBUTÁRIO (continuação)

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GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO


Garantias são meios jurídicos que asseguram o recebimento do crédito tributário.
Privilégio é a posição do crédito tributário em relação a todos os outros créditos.

1) Art. 183, CTN – Não taxatividade


As garantias e privilégios não são taxativas. Para acrescentar algum outro privilégio
ou garantia é preciso lei ordinária; para alterar as já existentes, pelo fato de estar
dentro das normas gerais, só por lei complementar.
O depósito recursal de 30% (administrativo) era condição para que o contribuinte
pudesse recorrer, ou a faculdade de arrolamento que substituiu o depósito não
existem mais. O arrolamento de ofício precisa de duas condições: crédito tem que
ser superior a 500 mil reais e também deve ser superior a 30% do patrimônio
conhecido do contribuinte. Para vender o bem arrolado de ofício é comunicar a
Fazenda.
Os bens absolutamente impenhoráveis estão excluídos das garantias do crédito
tributário, mas há exceção, quando, mesmo sendo bem de família, a dívida for do
próprio imóvel; neste caso o imóvel pode ser utilizado para pagamento do crédito
tributário.

2) Garantia do crédito: totalidade dos bens e das rendas


A garantia do crédito tributário envolve a totalidade dos bens e das rendas, com
exceção somente dos bens que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Mesmo
no bem de família, se for dívida do própro imóvel ele pode ser utilizado para
pagamento do crédito tributário.
 Inalienabilidade e impenhorabilidade: convenções particulares não podem
ser opostas à Fazenda Pública.

3) Início da presunção fraudulenta: inscrição em dívida ativa (LC 118/05)


A partir da inscrição do crédito tributário em dívida ativa, qualquer alienação
posterior presume-se (presunção relativa) fraude contra a Fazenda Pública. Assim,
é o contribuinte que tem que provar que não fraudou.
O CTN permite que o contribuinte reserve bens no valor do crédito tributário; se
assim o fizer vai ilidir a presunção relativa de fraude.
A LC118 foi a pior lei que já tivemos.
 Antiga redação: a antiga redação era bem melhor; dizia que só havia a
presunção de fraude depois que o contribuinte fosse citado em execução fiscal
(já teria inscrição da dívida ativa, CDA etc.).
 Exceção: quando reserva os bens não tem a presunção.

4) Indisponibilidade dos bens e direitos – Art. 185-A, CTN

1 - Citação na execução fiscal


2 - Não pagamento
3 – Não penhora para garantir a dívida

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4 – A Fazenda Pública só pode utilizar o instituto da indisponibilidade quando ela


perceber que não existem bens penhoráveis (eles não fazem isso na prática).
O juiz vai comunicar a dívida a todos os órgãos de registr/o que na teoria deveriam
bloquear o valor da dívida.
Na execução fiscal, quando se embarga tem-se toda a defesa aberta novamente,
ou seja, tudo que foi alegado administrativamente pode ser alegado de novo
judicialmente.
 Limite(?) – Art. 185-A, §§ 1º e 2º, CTN

5) Preferência (crédito trabalista ou acidente de trabalho)


O crédito tributário só tem na frente dele como preferência o crédito trabalhista e
de acidente de trabalho. Na falência a ordem é a mesma, só que entram os direitos
reais.
A quitação de tributo é provada com a certidão negativa, ou com certidão positiva
com efeito de negativa. Sem essas certidões mencionadas não se consegue realizar
os itens abaixo.

a. Exige-se prova de quitação dos tributos para:


i. Extinção das obrigações do falido;
ii. Concessão de recuperação judicial;
iii. Sentença de julgamento sobre partilha ou adjudicação e
iv. Contratar com o Estado.
6)

ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 09/06/2017

1) FISCALIZAÇÃO (regulamentação pela legislação tributária)


A regulamentação da fiscalização tributária se dá por meio da legislação
tributária. A principal norma complementar para tributação são os atos
administrativos (portarias). A fixação de competência para julgamento, por
exemplo, vem por intermédio de portaria.
A infringência a uma norma estabelecida por portaria pode anular todo um
procedimento fiscal.

 Aplicação – geral (contribuintes ou não): as obrigações acessórias


aplicam-se a todos, seja contribuinte ou não. Mesmo entidades imunes devem
cumprir obrigações acessórias.

2) DISPOSIÇÕES EXCLUDENTES OU LIMITATIVAS DOS DIREITOS DAS


AUTORIDADES FAZENDÁRIAS
Qualquer lei limitando ou excluindo poderes da autoridade administrativa não tem
validade.

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 Escrituração (prazo obrigatório de conservação – art. 195, parágrafo


único, CTN)
3) PRINCÍPIO DOCUMENTAL: OBRIGAÇÃO DA AUTORIDADE
ADMINISTRATIVA DE REGISTRAR OS PROCEDIMENTOS DE
FISCALIZAÇÃO – (MPF – Mandado de Procedimento Fiscal)
O MPF foi um instrumento criado pela própria Administração Fiscal para
controlar arbitrariedade de seus agentes. Os MPFs pode tem algumas subespécies:
complementar, especial, diligência. O MPF é entregue junto com o termo de início
de ação fiscal; são eles que delimitam o início da fiscalização (esse iníco é
importante por causa da denúncia espontânea – exclui a multa). Qualquer
procedimento que dá início à fiscalização, anula a espontaneidade, ou seja, não é
mais possível a denúncia espontânea.
Há lei ordinária (Lei 9.430) que relativiza a denúncia espontânea (art. 138,
CTN), porque dá 20 dias após o início da fiscalização para o contribuinte se valer
da denúncia espontânea.
No âmbito administrativo o MPF é mero ato de controle interno, ou seja, vício
no MPF não anularia o lançamento tributário.

4) OBRIGAÇÃO DE PRESTAR INFORMAÇÕES – Art. 197, CTN

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à


autoridade administrativa todas as informações de que disponham
com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:
I – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais
instituições financeiras;
III – as empresas de administração de bens;
IV – os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
V – os inventariantes;
VI – os síndicos, comissários e liquidatários;
VII – quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em
razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a
prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante
esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo,
ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

A extensão desse rol de pessoas obrigadas a prestar informações pode ser


aumentada por lei ordinária.
Há exceções. Quem tem o dever legal de guardar sigilio não está obrigado a
informar.

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Representação fiscal para fins penais, que vai ser enviada ao MP, que vai aguardar
o fim do processo administrativo para oferecer denúncia.

5) QUEBRA DE SIGILO FISCAL (divulgação)


A quebra de sigilo fiscal só se dá se o agente der publicidade às informações que
ele tem em virtude do cargo.

A Administração Tributária pode divulgar essas informações sem quebrar o sigilo


fiscal.
Art. 198.
§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
I – representações fiscais para fins penais;
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
III – parcelamento ou moratória.

**** PRAZO PRESCRICIONAL DAS DISPOSIÇÕES .. (PROVA)

DÍVIDA ATIVA

1) Elementos de indicação obrigatória – Art. 202, CTN

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela


autoridade competente, indicará obrigatoriamente:
I – o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem
como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de
outros;
II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora
acrescidos;
III – a origem e a natureza do crédito, mencionada especificamente a
disposição da lei em que seja fundado;
IV – a data em que foi inscrita;
V – sendo caso, o número do processo administrativo de que se
originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo,
a indicação do livro e da folha da inscrição.

* Consequência do não cumprimento: cancelamento da CDA e por conseguinte da


execução.

* Prazo: até a decisão de 1ª instância na via judicial para substituir a CDA.

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* Presunção de liquidez e certeza: a presunção é relativa porque em fase


de embargos de execução fiscal o contribuinte pode discutir tudo de novo (abre
a ampla defesa novamente). Os embargos só são recebidos se hover a penhora
ou o depósito do valor integral.

CERTIDÕES NEGATIVAS

A falta de certidão negativa praticamente inviabiliza tudo.


1. Prazo: a Fazenda Pública tem o prazo de 10 dias para emitir a certidão
negativa.
2. Positiva com efeito de negativa: vai ser emitida em 3 possibilidades:
crédito tributário não vencido; embargo à execução com segurança do juízo; e
hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito. Existe algum crédito
tributário contra você, mas que está excepcionado.
3. Art. 207, CTN – Responsabilidade solidária
Traz a possibilidade de praticar ato sem a certidão negativa, como, por
exemplo, o cartório. A entidade pode dispensar a prova de quitação do tributo,
mas torna-se responsável.
4. Certidão negativa emitida por funcionário público com dolo ou
fraude – Responsabilidade Pessoal
O funcionário público se torna-se responsável pessoal, ou seja, excluir o
contribuinte, exclui a relação original.

05/11/2010

PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF)

1) Legislação
A legislação do PAF é basicamente o decreto 70.235/72. Ele tem força de lei
ordinária, portanto só pode ser alterado por lei ordinária; diversas leis já o
alteraram. A Lei 9784/99 regulamenta o processo administrativo federal de forma
geral; quando não há dispositivo específico dentro do decreto aplica-se essa lei.
Por último temos o CPC, que é aplicado subsidiariamente, entretanto é bastante
difícil isso ocorrer.
2) Litigioso e não litigioso
Não necessariamente há litígio no PAF, ele pode ser não litigioso, como quando
o contribuinte faz um pedido de restituição (tributo pago indevidamente). Só
haverá litígio se houver negativa da Administração Tributária.
O pedido de ressarcimento não se dá por pagamento indevido, mas
simplesmente por requerimento dentro da sistemática de determinado tributo.
Exemplo: crédito presumido de IPI; o regime não cumulativo, por exemplo, gera
crédito para a empresa.
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3) Fase litigiosa (início)


A fase litigiosa se inicia quando se tem a interposição de recurso tempestivo,
seja ele impugnação ou manifestação de inconformidade. Se houver pedido de
restituição ou ressarcimento, como não há litígio, caso haja a negativa desse
pedido, vai viabilizar o recurso de manifestação de inconformidade. Quando há um
créidto constituído por um lançamento de ofício, ou seja, há o litígio já de início,
utilizar-se-á impugnação. Se o advogado manejar o recurso errado aplica-se a
fungibilidade.

4) Regiões fiscais
Há 10 regiões fiscais (superintendências) para facilitar o controle e a fiscalização.
5) Composição dos órgãos e tribunais administrativos
6) Competência
7) Fases (DRF, DRJ (1ª), CARF (2ª), CSRF)
A relação do contribuinte com o Fisco se dá pelas DRFs – Delegacia da Receita
Federal de Fiscalização, que são setores de fiscalização (não são órgãos de
julgamento). Quando há negativa da DRF, a impugnação ou manifestação de
inconformidade vai para a DRJ – Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que
é a primeira instância de julgamento (órgão colegiado só com membros da
Administração). Se o crédito for maior que 1 milhão ocorre o reexame necessário
para a segunda instância.
Da decisão negativa de 1ª instância cabe o recurso voluntário para o CARF –
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que tem composição paritária
(metade da Fazenda, metade dos contribuintes). Se houver empate é a Fazenda
que desempata. O CARF é formado por várias câmaras e turmas, que tem suas
competências definidas em portarias.
A CSRF – Câmara Superior de Recursos Fiscais, é a última instância; faz o papel
do STJ na esfera administrativa. Da decisão do CARF cabe recurso especial para a
CSRF, só se tiver divergência entre as turmas.
No processo administrativo busca-se a verdade material; vige o formalismo
moderado.
Depois da decisão definitiva há 30 dias de cobrança amigável e depois inscrever
em dívida ativa e iniciar a execução fiscal.
8) Recursos (ED, REsp, RV, MI e RO)
a. Embargos de Declaração: 5 dias.
b. Recurso Especial: o prazo do REsp é de 15 dias.
c. Recurso Voluntário: o prazo é de 30 dias.
d. Impugnação: o prazo é de 30 dias.
e. Manifestação de inconformidade: o prazo é de 30 dias.
f. Recurso de ofício: não tem prazo.
9) Prazos
10) Depósito/arrolamento

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Antes tinha que depositar 30% do valor discutido para se defender, apesar de
algumas delegacias cobrarem até hoje.
11) Decisões definitivas e renúncia
Se o contribuinte ajuizar ação no judiciário ele renuncia a esfera administrativa.
12) Prova pericial

Livro de PAF: Marcus Vinícius Lima.

O problema da decisão é que o STJ criou uma espécie de responsavel sem que
houvesse previsão na lei, conforme expressa o art. 128 do CTN.
No caso em tela, ainda não tem lançamento, ou seja, não tem crédito
constituido, conforme artigo 142. Como não o crédito ainda não foi lançada a Fazenda
não conseguiu demonstrar nem motivar estarem presentes uma das hipóteses do art.
135 do CTN
Outro problema é que no momento em que a fazendo vai executar o sócio, ela
tem que provar que houve a prática de um dos atos previstos no art. 135 do CTN pelo
sócio, o que não ocorreu.

E, além da Fazenda não ter provado, ainda houve a inversão do onus da prova,
sendo que o próprio sócio terá que provar que não houve a prática dos atos previstos
no art. 135 do CTN.
Estar o nome do sócio na CDA não é justificativa para obstar o seu direito de
ajuizar ação de exeção pre-executividade.

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