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DIREITO TRIBUTÁRIO II

PROF: ANANIAS RIBEIRO

1. NORMA TRIBUTÁRIA

- Material: verbo (comprar) + complemento (carro); hipótese de incidência.


- Pessoal: elemento subjetivo (sujeito ativo e passivo); é uma relação jurídica que
possui conteúdo econômico.
- Temporal: momento da ocorrência da hipótese de incidência.
OBS: O vencimento de tributo não é matéria de lei e não se sujeita ao princípio da
anterioridade.
- Espacial: área em que a incidência tributária vai se materializar. Existe exceção; ex:
A mesma incidência poderá dar-se no exterior (aplicação dos tratados
internacionais).
- Quantitativo: relacionado ao valor do tributo a se pagar. Está subdividido em base
de cálculo e alíquota.
A base de cálculo deve estar sempre relacionada com o elemento material! Em
regra, a base de cálculo é apresentada em moeda corrente e a alíquota em
percentual. Quando a base de cálculo é técnica (apresentada em outra grandeza), a
alíquota é apresentada em moeda corrente.
OBS: Existem tributos que não possuem alíquota! (Tributos Fixos)

Hipótese + Consequência (relação jurídica entre um sujeito ativo e outro passivo)

2. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A obrigação principal tem conteúdo patrimonial enquanto a mesma inexiste na


obrigação acessória.
A obrigação acessória é autônoma em relação à obrigação principal, ou seja, mesmo
findando a obrigação principal, no caso de inadimplência da obrigação acessória, a
mesma continuará a existir.

A obrigação acessória é autônoma dentro do direito tributário. Ela pode existir


mesmo não existindo a obrigação principal, motivo pelo qual se difere daquela
obrigação acessória do direito civil.

Ex: A emissão de nota fiscal é uma obrigação acessória, tal qual a declaração de
imposto de renda e escrituração de livros fiscais.

A obrigação acessória é um instrumento para que o fisco possa melhor


fiscalizar/cobrar o contribuinte.

“O fisco sabe muito! Porém não sabe tudo”

“ Todo direito e liberdade tem um custo”

Obrigação principal é matéria de lei, ao passo de que a obrigação acessória não,


todavia em razão de necessitar do acompanhamento de penalidade na hipótese de
seu descumprimento, são regulamentadas por lei.

3. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO

Incidência: quanto a situação hipotética da norma se materializa em razão da


conduta do agente.

Não incidência: situações que não vão ser alcançadas pelas normas tributárias. Em
regra não precisa estar expressa!

OBS: havendo qualquer forma de isenção, esta deve estar devidamente expressa e
será interpretada literalmente (art.111)

Alguns doutrinadores criticam que o código tributário nomeie apenas um nome para
duas situações distintas. São eles:

- Becker: dividiu o fato gerador em Hipótese de Incidência e Hipótese Realizada


- Geraldo Ataliba: dividiu o fato gerador em Hipótese de Incidência e Fato Imponível
- Paulo de Barros Carvalho: dividiu o fato gerador em Hipótese e Fato Jurídico.
Situação de fato: acontecimento necessário, mas não regulamento em outro ramo
de direito com exceção do tributário , que produz efeitos necessários para a
produção de efeitos jurídicos.
Situação jurídica: elege um fato gerador que está demonstrado em outro instituto
jurídico. Ex: ITBI, IPTU e ITCMD

Classificação

a) Quanto ao número de atos praticados:


- Simples
- Complexo
b) Quanto ao tempo de sua o ocorrência
- Instantâneo: são imediatos. Ex: Imposto de renda retido na fonte (IRRF) e o Imposto
de Renda Incidente sobre Ganho de Capital em aplicação financeira
- Complexivo: pela demora da análise em sua integralidade, não podem ser realizados
em caráter imediato. Ex: Imposto de Renda
- Continuado: fatos periódicos
c) Quanto à existência ou não de uma condição
- Incondicional (regra)
- Condicional: aplica-se somente aos fatores geradores que traduzem situação
jurídica. Esta condição pode ser suspensiva (negócio ainda não ocorreu) ou
resolutória (negócio já ocorreu) Ex: IPTU, IPVA

Norma Antielisão/Antievasão

a) Elisão (ocorre antes do fato gerador): práticas lícitas do contribuinte para reduzir
sua carga de tributos. Ex: Advogar como pessoa jurídica em detrimento de pessoa
física.

OBS: O parágrafo único do art. 116 pode ser considerado uma norma anti elisão!

b) Evasão (ocorre depois do fato gerador): práticas ilícitas do contribuinte para


reduzir sua carga de tributos.
c) Elusão: atividade lícita mas praticada de forma abusiva.
4. SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO

Comentários: Não necessariamente será uma pessoa jurídica de direito público,


haja vista a possibilidade de pessoa jurídica de direito privado poder cobrar tributo.
Ex: CRM, CRC, CREA, OAB, Entidades sindicais, entre outros.

Comentários: Quem tem competência tem capacidade, mas quem tem capacidade
não necessariamente tem competência!

Comentários: Havendo desmembramento de um município A, o município


desmembrado B ficará obrigado a cobrar os tributos de A, até que o mesmo crie sua
própria legislação. Aplica-se o mesmo princípio no caso de desmembramento entre
Estados e Territórios.

Havendo o desmembramento de um território/município C, entre os


territórios/municípios A e B, passa a viger a legislação mais favorável ao contribuinte
ou a que o Fisco respectivamente escolher. Importante lembrar que essas hipóteses
são válidas apenas até a criação da legislação própria do território/município C.
Comentários: O contribuinte é a pessoa física/jurídica que possui relação pessoal
e direta com a obrigação, responsável por materializar a condição devidamente
expressa na lei que gera a sua obrigação.

O responsável é aquele que não é o contribuinte. Não disse muito, apenas que ela
decorre da lei. Não depende apenas da vontade da Fazenda Pública para definir
quem é esse terceiro. O responsável, na verdade, é um terceiro que, embora não
tenha materializado a hipótese de incidência, ele pode ser compelido/a lei pode
chamá-lo para pagar o tributo. Normalmente são pessoas que possuem uma relação
indireta com a hipótese de incidência do tributo. Ex: quem adquire um imóvel passa
a ser responsável tributário do IPTU desse imóvel que ele adquiriu. Regra, se
comprar um imóvel e ele possuir dívidas, quem pagará será a pessoa que cobrou,
mesmo que a responsabilidade tributária tenha sido adquirida pelo antigo dono.

A lei determina sempre quem será o contribuinte e quem será o responsável!

Na hipótese de morte do contribuinte, a lei determina um terceiro, ainda que não


responsável por materializar a condição inerente à cobrança do tributo, a arcar com
as despesas do contribuinte originário, desde que este terceiro tenha as relações
mínimas de vinculação com o mesmo.

OBS: Não há possibilidade do contribuinte e do responsável pela cobrança do tributo


serem a mesma pessoa!

Comentários: Consagra o princípio da inoponibilidade das convenções


particulares, que dispõe que particulares poderão dispor livremente de suas
obrigações tributárias, mas contudo não poderão impor a mesma relação contra a
Fazenda Pública. É uma norma que traz segurança jurídica e deixa determinado
quem é o sujeito passivo e ativo da obrigação tributária.

Ex: alguém vai locar imóvel de outrem, e esse locador acerta com o locatário que ele
será obrigado a pagar o IPTU. Esse contrato é válido para questão comercial, mas o
fato de ter sido acordado que o locatário vai assumir a obrigação de pagar o IPTU
não significa que se ele não pagar o Fisco irá exigir o dinheiro do locatário. Nesse
caso, o Fisco irá cobrar do locador. Ou seja, o contrato é válido para fins de locação,
mas não para mudança do polo passivo.

Súmula 614: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir
indébito desses tributos.
OBS: É permitido o direito de regresso!

5. SOLIDARIEDADE DE PAGAMENTO

Comentários: a Fazenda pode cobrar a obrigação tributária integral de mais de um


devedor. No direito tributário existe apenas solidariedade passiva, sendo ela
classificada em solidariedade de fato (I) ou legal (II).

Exceção da solidariedade ativa: imposto extraordinário.

Solidariedade de fato/comum: pessoas têm o mesmo interesse em determinada


situação; a lei não precisa demonstrar que a responsabilidade de pagamento é
solidária. Ex: imóvel que pertence a mais de uma pessoa. Ex: doutrina ensina que
esse interesse comum só tem pessoas que estão no mesmo polo na situação que
constitua o fato jurídico tributário. É o caso dos condôminos, no caso quando 3
pessoas têm propriedade de um mesmo imóvel.

Declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge, que não participou do
fato gerador do tributo, corresponsável pela dívida tributária dos rendimentos
percebidos pelo outro!

Solidariedade legal: hipóteses em que a própria lei define um terceiro que será
incluído para arcar também com a dívida.

No direito tributário, não existe ordem de preferência para realizar o pagamento da


obrigação tributária.

OBS: toda pessoa que tem poder de gestão/administração vai responder pelas
dívidas da sociedade nas hipóteses previstas no código.

Efeitos da Solidariedade
Comentários: O depósito não é pagamento! Você efetiva o depósito para evitar a
ocorrência de juros e correção monetária. O depósito pode se converter para
pagamento quando a Fazenda levantar esse valor. Logo, o depósito não extingue a
obrigação, e é listado apenas como forma de suspensão.

Quando se deposita o valor, suspende-se a exigibilidade, e ao fazer esse depósito


integral também suspende-se a exigibilidade em relação aos demais devedores
solidários.

Havendo isenção geral, ela beneficia todos os obrigados, ao passo que a isenção
específica não atinge os demais.

OBS: nas isenções gerais, o benefício é automático, não precisando o contribuinte


realizar qualquer requerimento. No caso de isenção específica, os interessados têm
que requerer a aplicação do benefício a partir da juntada de documentos e
comprovantes que demonstrem o preenchimento de todos os requisitos.

OBS²: no caso de isenção específica, que abarque um dos sócios, não comunica os
demais, porém a parte isenta é retirada do valor do crédito, devendo o valor restante
ser repartido igualmente entre os devedores restantes.

6. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA

Comentários: a regra geral é de que, a capacidade tributária não depende de nada,


apenas da materialização da hipótese de incidência do tributo.

O fato da pessoa ser absolutamente incapaz ou relativamente incapaz, conforme


está previsto no CC, é irrelevante para determinar a capacidade tributária. (princípio
da interpretação objetiva do fato gerador). Ex: Uma criança de 12 anos pode ser
sujeito passivo de uma relação jurídica obrigacional tributária, como é o caso de ser
herdeiro de imóveis que foram deixados no nome dele.

OBS: O Fisco poderá tributar a pessoa que exerce irregularmente a profissão! O fato
de receber valor independente da formação não impede o Fisco de exigir o
pagamento do ISS e imposto de renda. Ex: falso médico

O Fisco poderá cobrar tributos de Pessoa Jurídica que não está devidamente
registrada na Junta Comercial.

Sociedade em cotas de participação não é pessoa jurídica!


7. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO

Comentários: em regra, é o contribuinte que escolhe o seu domicílio tributário, não


podendo o Fisco em qualquer circunstância negar esta localização, salvo a hipótese
deste domicílio dificultar ou impossibilitar a arrecadação/fiscalização do tributo.

Não aplicando-se o previsto na lei, utilizar-se-á como domicílio tributário, o local da


ocorrência do fato gerador.

Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de


funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

OBS: caso este domicílio esteja desatualizado, e tendo nada feito o contribuinte para
informar o novo endereço, as intimações realizadas no domicílio antigo serão
consideradas válidas.

OBS²: a certidão negativa de débito deverá ser fornecida para filial, ainda que
alguma destas esteja possuindo débito ativo. A jurisprudência entende pela
autonomia do estabelecimento, e portanto pelo posicionamento favorável pelo
fornecimento da certidão.

OBS³: As certidões podem ser negativas, positivas e positivas com efeito de negativa
(débitos com exigibilidade suspensa)

8. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Comentários: diz que a lei pode atribuir a terceiro o pagamento de tributo, desde
que ele tenha alguma vinculação ao fato gerador. Essa vinculação tem que ser
expressa para que possa obter o direito de regresso.

Ex: No ISS de Manaus há a figura do prestador e tomador. Quando o Fisco elege um


terceiro para o pagamento do tributo, isso se dá em razão da praticidade, ou seja,
facilitar a arrecadação e cobrança do tributo. Para isso, ele lista as empresas
responsáveis (tomadoras) para que informem esse pagamento e liberem o prestador
de serviço.

Comentários: o sucessor pode ser responsável pelas dívidas do sucedido, sendo


esta responsabilidade pelos créditos constituídos (aqueles que não podem ser mais
modificados ou alterados no âmbito administrativo), pelos créditos em curso de
constituição e pelos créditos constituídos posteriormente aos mesmos atos.

“A sucessora é responsável por todas as dívidas tributárias relacionadas até a data


da sucessão.”

OBS: A prescrição conta-se a partir da constituição definitiva do crédito.


Comentários: este artigo consagra a figura da responsabilidade imobiliária, na qual
o adquirente sempre está obrigado a pagar os tributos dos bens imóveis adquiridos
por ele, salvo hipótese de constar prova de sua quitação (certidão negativa!). Apenas
o comprovante não serve como prova de quitação!

A certidão positiva com efeito de negativa não vale para quitação de débitos!

As taxas referidas no artigo fazem menção apenas àquelas oriundas da prestação de


serviços públicos e não do uso do poder de polícia.

Não há responsabilidade do arrematante com as dívidas anteriores do imóvel, haja


vista que a sub-rogação recai sobre o valor arrematado, permanecendo o restante do
valor original a ser pago pelo contribuinte original. O mesmo aplica-se se o bem
alienado adquirido pelo arrematante possuir dívidas expressas no edital.

OBS: estudar caso de desapropriação (aquisição originária) de imóveis feitos pelo


Estado → o adquirente não adquirirá a responsabilidade tributária do alienante.

OBS²: caso o Estado adquira um imóvel com dívidas tributárias de outros entes,
estas dívidas ficarão para o ex proprietário, constituído portando exceção ao art. 130,
embasando-se no princípio da não tributação recíproca (um ente federativo não pode
cobrar tributos de outro)

Comentários: o adquirente tem responsabilidade pessoal pelos bens (móveis) por


ele adquiridos.

No caso de arrematação de bens móveis em hasta pública, o arrematante não terá


responsabilidade tributária.

Ao contrário da arrematação, o remitente tem que pagar as dívidas do bem do qual


ele está resgatando. O remitente é aquele que paga a dívida antes que o bem seja
arrematado.
O adjudicante (aquele que adquire um bem em leilão extrajudicial por execução de
financiamentos) têm responsabilidade tributária.

Os sucessores respondem tão somente pelos bens por eles incorporados, ou seja,
quanto mais bens incorporarem, mais tributos pagarão.

OBS: O novo Código de Trânsito, em seu art. 134 define que no caso de venda de
veículo, se o antigo proprietário não comunicar a venda para as autoridades de
trânsito, dentro do prazo assinalado, ele passa a ser responsável solidário junto ao
adquirente das obrigações pretéritas daquele veículo vendido.

Súmula 585 do STJ – a responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art.


134 do CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se
refere ao período posterior à sua alienação, salvo se existir previsão legal em norma
disposta na legislação tributária estadual.

Comentários: Entendimento pacificado de que qualquer empresa que resulte da


sucessão empresarial, absorverá tanto o passivo como o ativo da empresa anterior, e
portanto tudo que surgir dessa sucessão será obrigatório realizar o pagamento do
tributo.

Também está contemplado na hipótese do referido artigo o fenômeno da cisão, que


não foi citado em razão da lei das S.As ter sido criado apenas momento posterior ao
código tributário nacional.

“Qualquer forma de sucessão empresarial implica na aquisição de créditos e


débitos”

As multas participam desse fenômeno, independente de possuir natureza jurídica


punitiva, haja vista serem débitos já contabilizados no passivo da empresa.

Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da


sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da
sucessão.

OBS: no caso de sucessão de sócios em situação de falência, na hipótese de um


terceiro adquirir as cotas de gerente de um dos sócios da empresa, a
responsabilidade do adquirente (solidária ou não com o sócio) depende da saída
regular do sucedido.
Comentários:

● I – responsabilidade de quem comprou (não privativo)


● II – primeiro cobrado de quem vendeu, mas se não for possível, passa a se cobrar
daquele que adquiriu.
○ Esse dispositivo causa muita discussão. Quem diz integralmente não diz
exclusivamente.
● Exceções do §1° em razão da lei de falência e recuperação judicial.
○ Inciso I – Em processo de falência ou de recuperação judicial, essa
responsabilidade tributária não irá continuar. Caso alguém adquira uma
empresa em recuperação, para poder manter o negócio, ele não precisará ser
responsável da dívida pretérita.
○ Inciso II – exceção da exceção, não ira se aplicar caso a pessoa que adquira
seja parente ou sócio do devedor, pois entende-se que poderia haver uma
fraude.
9. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES

Comentários: trata-se da responsabilidade de terceiros que não materializaram a


hipótese do tributo mas serão responsáveis pelo cumprimento da obrigação.
Outrossim, também diz respeito aos indivíduos que interviram ou realizaram alguma
omissão.

A responsabilidade é solidária, não isentando o contribuinte do cumprimento da


obrigação.

O pai não é responsável tributário por ser pai, mas só aqueles casos em que ele
deveria praticar determinado ato mas não praticou (atos comissivos e omissivos). Ex:
doação do avô para o neto de 3 anos: o pai deveria pagar os impostos referente a
transmissão (I); tabelião que não exige o comprovante de pagamento do itbi na
hipótese de um terceiro vir a cartório para registrar imóvel (II)
Comentários: a conduta praticada no art. 135, quando comparada com o art. 134, é
considerada mais grave. Diz respeito às hipóteses de excesso de poder ou violação
de lei (contrato/estatuto), na qual a cobrança será redirecionada para um indivíduo
em caráter pessoal. Quem não tem poder de administração ou gerência, não pode
ser demandado! (em regra! → Tema Repetitivo 981)

Ex: extinção irregular da empresa (I); falta de atualização do endereço da empresa


(II);

A responsabilidade é solidária, ou seja, chamar o terceiro não exime a


responsabilidade da empresa.

O sócio contemporâneo ao período da dissolução irregular poderá responder


pessoalmente!

OBS: O crédito tributário é a obrigação tributária líquida, em que através do


lançamento tributário será definido o sujeito passivo, a legislação que incorreu no
fato, quando o fato ocorreu e qual o valor devido dessa obrigação.

OBS²: só o sócio gerente responde pessoalmente pela dívida, contudo existe


divergência jurisprudencial e doutrinária, se haveria a condição obrigatória do Fisco
de demonstrar o excesso de poder ou violação de lei do mesmo para impor essa
responsabilidade.

Comentários: a responsabilidade por infrações da legislação tributária é objetiva,


não interessando às autoridades fiscais, se a infração ocorreu por culpa ou dolo do
agente. Se for aplicado uma multa de 150% faz-se necessário o Fisco demonstrar
que o contribuinte incorreu em fraude, etc. Contudo, se a multa for de ofício (75%),
esta demonstração está dispensada.

Súmula 509 STJ - É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS


decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a
veracidade da compra e venda.
Comentários: Na responsabilidade por transferência, o terceiro ocupou, em razão
de evento certo (morte, sucessão, etc.) um lugar que antes era ocupado pelo
contribuinte, enquanto que na substituição, o substituto ocupa um lugar em razão de
determinação do Fisco. Na responsabilidade por transferência há três hipóteses:
pessoal (art. 130), imobiliária (art. 131) e empresarial (art. 132)

A responsabilidade por substituição é definida por uma situação em que o


contribuinte existe e é identificável, mas por motivos relacionados à arrecadação e
fiscalização do imposto é mais conveniente e mais adequado que um terceiro,
possuidor de maior autonomia financeira, seja quem deva assumir o encargo de
recolher o tributo.

A substituição é encontrada na constituição (art. 150, § 7º) e nas leis específicas de


cada tributo!

OBS: A substituição existe por três motivos: possibilitar que a administração possa
fiscalizar um número menor de contribuintes (I); diminuir a possibilidade de haver
evasão fiscal (II); o Estado vai receber os recursos mais rápidos (III);

Para existir o fenômeno da substituição, deve haver grande probabilidade de


ocorrência do fato gerador e a existência de mais de 2 fases na cadeia! Não
ocorrendo este fato gerador, o substituto tem direito a imediata restituição.

STF confirma ser devida a restituição de tributos pagos a maior mediante o


regime de substituição tributária, quando a base de cálculo efetiva das
operações é inferior a presumida!

A substituição está dividida:

a) Anterior/Diferida: quando o fato gerador ocorreu antes da indicação deste terceiro;


b) Posterior/Progressiva: quando o fato gerador ocorre em momento posterior a
indicação deste terceiro;
Comentários: quando o contribuinte se autodeclara devedor da obrigação e realiza
o pagamento da mesma, ele evita aplicação superveniente de multas do Fisco. O
prazo para essa declaração é válido até o período anterior a qualquer procedimento
administrativo ou medida de fiscalização. A intimação descaracteriza a possibilidade
de denúncia.

Não se aplica denúncia espontânea em obrigações acessórias!

Denúncia espontânea só vale se for paga à vista!

OBS: analisar denúncia espontânea readquirida (só aceita no âmbito federal)

10. CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Comentários: o crédito tributário nada mais é do que a obrigação tributária


líquida. É o lançamento tributário que promove essa liquidez.

“Não existe crédito tributário sem obrigação tributária, contudo existe obrigação
tributária sem crédito!” → isenção

“`É com o lançamento que o crédito tributário se torna exigível”

“ O crédito tributário é exequível a partir da inscrição de dívida ativa”


11. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Comentários: apresenta a definição de lançamento tributário; o lançamento é um


ato privativo da autoridade administrativa (auditor fiscal); as características do
lançamento tributário são a vinculação e obrigatoriedade, não tendo espaço para
as autoridades terem discricionariedade, sob pena de responsabilidade
administrativa e criminal; a legislação aplicável no lançamento será a da ocorrência
do fato gerador, todavia tratando-se de penalidades (multas) aplica-se a mais
benéfica;

Procedimento = sucessão de atos

Só a partir da impugnação do contribuinte que surge o processo administrativo


tributário.

O prazo prescricional de 5 anos inicia-se a partir da constituição definitiva do crédito.

OBS: O Professor entende o lançamento tributário como o ato final do


procedimento fiscalizatório que quantifica o tributo devido, define quem deverá
pagar e se for o caso, a aplicação de multa cabível. Ao receber a notificação do
crédito tributário, o contribuinte tem duas possibilidades: aceitar ou impugnar, sendo
estas em âmbito administrativo ou judicial.

A defesa do contribuinte, dentro do prazo previsto em lei, automaticamente gera a


suspensão da exigibilidade do crédito. Caso sua impugnação não tenha sucesso, o
crédito será inscrito na certidão de dívida ativa e por consequência tornar-se-á
exequível.
Escolher a defesa judicial, em detrimento da defesa administrativa, implica que a
suspensão do crédito só será suspensa com decisão judicial, ao passo de que na
segunda, o benefício é automático desde que praticado dentro do prazo legal.

A defesa administrativa não pode ser aplicada concomitante com a defesa


judicial, sob pena da Fazenda considerar abdicada a primeira. → “ A propositura,
pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de
recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.”

A defesa de ofício é o pedido de revisão automático apresentado pela Fazenda


ao Carf e independe da tese em discussão. Se a exoneração fiscal ultrapassar o
valor mínimo, o Fisco deve recorrer.

A Revisão de Ofício é realizada quando a autoridade fiscal, dentro do prazo


decadencial, pode rever o trabalho que foi feito dentro das hipóteses do art. 149,
CTN. Ex: omissão de valores (I)

OBS²: O entendimento majoritário é que a natureza jurídica do lançamento é


declaratório, haja vista que o olhar está direcionado a obrigação tributária na
intenção de declarar a ocorrência de um fato ocorrido no passado, e não a
constituição do crédito, o que por sua vez faz uma minoria acreditar que a
natureza jurídica do lançamento tributário seja constitutiva.

Comentários: O lançamento em regra, reporta-se à data da ocorrência do fato


gerador, salvo, hipótese de haver novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização ampliando os poderes de investigação das autoridades. Nessas
hipóteses, utilizar-se-á a legislação vigente.
Comentários: O lançamento tributário se aperfeiçoa com a notificação do sujeito
passivo; O caput consagra o princípio da inalterabilidade do lançamento pela
autoridade fiscal, de tal modo que não poderá ser modificado, salvo exceções,
quais sejam: impugnação do sujeito passivo (I), recurso de ofício (II) e revisão
de ofício (III);

Súmula 397 - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê


ao seu endereço.

Modalidades de Lançamento

Como definiremos a diferença entre esses três tipos de lançamento? A justificativa,


embora não seja científica, é a que a doutrina se vale para explicar. A diferença,
portanto, se dá de acordo com o grau de participação do contribuinte. São elas:

a) Ofício: sem nenhuma participação do contribuinte.

No lançamento de ofício, a autoridade fiscal chega ao estabelecimento do


contribuinte, inicia o procedimento fiscal, intima-o a apresentar uma série de
documentos que serão importantes para o trabalho dele, e o contribuinte passa
essas informações. Portanto o contribuinte não tem participação nenhuma no
trabalho que a autoridade fiscal realiza. O exemplo clássico deste tipo de
lançamento e que atesta a não participação do contribuinte é o IPTU, pois a
autoridade fiscal vai ao cadastro imobiliário, verifica os dados e, anualmente, lança
as informações e notifica o contribuinte

b) Declaração/Misto: participação da Fazenda e Contribuinte.

É aquele lançamento que a autoridade fiscal realiza seu ofício com base em
informações prestadas pelo contribuinte, sendo que tais informações são
prestadas em face de obrigações acessórias. E também com fundamento no
princípio que diz que o contribuinte deve colaborar com as informações necessárias
para realização da fiscalização e arrecadação tributárias. Assim sendo, a declaração
do IR que entregamos para o Fisco é um exemplo de informações que prestamos,
para que a autoridade fiscal realize o seu trabalho

OBS: A legislação tributária federal disciplina que a declaração tem o conteúdo de


confissão de dívida. Desta forma, sendo o valor declarado insuficiente, pode o Fisco
determinar a inscrição desse crédito em dívida ativa e promover a cobrança judicial

c) Homologação: praticamente todo trabalhado pelo contribuinte. Nesta modalidade


o contribuinte apura e paga, sendo apenas em momento posterior que a Fazenda
analisará se o crédito foi totalmente contemplado, respeitado o prazo de 5 anos
para a contar da realização do pagamento.

A homologação ocorre a partir do pagamento do contribuinte e se consolida


com a devida verificação do Fisco. Não havendo pagamento, não há lançamento
por homologação, razão pela qual o Fisco realizará o lançamento por ofício.

O § 1º do art. 150 diz que o pagamento que o contribuinte faz, essa antecipação,
funciona sob uma condição resolutória, i.e., extingue a obrigação sob uma condição
resolutória, pois se a autoridade fiscal examinar a contabilidade do contribuinte e
verificar que aquele pagamento não foi suficiente para liquidar a obrigação, ela
procede ao lançamento. Se dentro do prazo decadencial, o Fisco fiscalizar o
contribuinte e verificar que o pagamento foi suficiente, ele somente homologará o
lançamento que o contribuinte realizou.

O lançamento por homologação está dividido em:

● Homologação tácita: ocorre quando o Fisco deixar transcorrer o prazo


decadencial de 5 anos e não procede ao lançamento, não realiza a visita
ao contribuinte, portanto se pressupõe que aquele pagamento foi suficiente
para liquidar a obrigação do período.
● Homologação expressa:ocorre quando dentro do prazo decadencial de 5
anos o Fisco visita o contribuinte, faz a fiscalização e homologa o que
foi informado por ele, atestando que ele cumpriu com todas as obrigações
do período.

OBS: Hoje a Fazenda tem preferência pelo lançamento na modalidade de


homologação, haja visto que é mais benéfico primeiro já ter um valor nos cofres
públicos para depois então apenas realizar uma verificação.

OBS²: Não existe nenhum tributo que se dê apenas sobre uma forma de lançamento!

OBS³: O imposto de renda pode ser contemplado pelas três modalidades!

Súmula 436 STJ - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo


débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência
por parte do fisco.

Comentários: consagra o princípio da proteção da confiança, de modo que uma


vez o lançamento realizado dentro de um critério jurídico, ele perdurará até o final do
processo, podendo apenas ser modificado no próximo lançamento tributário.
O professor não concorda com a doutrina que considera a mudança de critério
jurídico como erro. Entende ele que é apenas a diversidade de interpretação de uma
mesma norma.

Erro é a interpretação errônea das interpretações fáticas (erro de fato) ou dos


critérios jurídicos (erro de direito). O lançamento tributário poderá ser modificado
apenas por erro de fato, à exemplo do erro aritmético, enquanto que o erro de
direito não poderá ser modificado no mesmo lançamento, haja vista que estará
sendo modificado o fundamento jurídico que justificou a cobrança do tributo.

OBS: A Fazenda não pode alegar desconhecimento do Direito, razão esta


porque não poderá mudar o lançamento tributário por erro de direito.

Comentários: apresenta o fundamento do arbitramento! Contudo, não constitui


este, modalidade de lançamento, apenas sendo uma técnica de apuração na
base de cálculo do tributo no lançamento de ofício. Remete às situações nas
quais o contribuinte não poderá se eximir de pagar tributos. Ex: contribuinte não
possui escrita contábil (I); contabilidade não tem boa fé (II);

As regras de arbitramento são: o por quê de estar arbitrando (I) e justificar o valor
arbitrado (II)

OBS: Parâmetros externos como os bens do local de fiscalização podem servir como
parâmetro para o arbitramento, da mesma forma como também podem ser utilizados
valores médios praticados e análise de empresas similares.

OBS²: é dever do contribuinte, havendo a perda dos seus livros fiscais, restituí-los
antes que o Fisco realize o arbitramento!
Comentários: Lançamento de ofício, Próprio ou Supletivo: É aquele realizado
direta e exclusivamente pelo Fisco quando a lei assim o determine ou quando o
tributo seja submetido por lei a uma das modalidades anteriores (mediante
declaração ou por homologação), mas o contribuinte não tenha realizado os atos que
lhe cabiam, ou seja, não tenha prestado as informações ou apurado e pago o tributo
devido. Neste caso, o lançamento de ofício terá caráter supletivo. Será a única forma
de o Fisco obter a formalização do seu crédito tributário.

Revisão de Ofício: ao ser revisado o lançamento, na verdade, o que está sendo


revisto é a declaração, como a declaração de rendimentos, no âmbito do imposto
sobre a renda, ou a declaração de importação, necessária ao pagamento do imposto
sobre importação, porquanto elas servem de base ao lançamento dos mencionados
impostos. Essa revisão, porém, somente pode ser por inteiro, em única
oportunidade. Vale dizer que, quando se faz revisão de uma declaração, seja do
imposto sobre a renda, seja do imposto de importação, sobretudo em virtude de
fiscalização, o reexame é total em relação aos dados declarados que interessam à
tributação. Não é possível revisão pela metade, o que permite a possibilidade de
segunda revisão. Se houver, porém, segunda revisão, configurada fica uma
modificação de critérios jurídicos, tendo incidência, pois, a norma do art. 146,
de modo que só terá efeitos no lançamento do ano seguinte.

12. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


Comentários: Formalizado o crédito tributário o objetivo do Fisco é cobrar o tributo.
No entanto, podem acontecer situações em que esse crédito pode ter sua
exigibilidade suspensa, conforme os arts. 151 a 155, bem como ele pode ser
extinto, segundo os arts. 156 a 174.

São hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário:

a) Moratória: é a prorrogação do prazo de pagamento de um tributo. Geralmente é


concebida quando existe uma condição emergencial. Pode ser:

Geral: aplicada a todos os tributos. Quem é competente para instituir o tributo é


competente para instituir a moratória (geral); Quando apenas for aplicada para a
União em relação aos tributos estaduais e municipais, devendo a mesma estendê-la
aos seus tributos e as obrigações de direito privado (generalíssima).

Individual: a lei estabelece os requisitos para a sua aplicação. É realizada por


despacho da autoridade administrativa, porque é esta que irá analisar se o
beneficiado cumpre todos os requisitos.

A abrangência da mora é definida por lei, podendo corresponder na totalidade do


ente ou em uma área determinada.

OBS: quem concede a moratória é a lei, e não a autoridade administrativa! A


autoridade administrativa está autorizada apenas a examinar se aquele contribuinte
está de acordo com a lei.

Moratória x Parcelamento

Moratória e Parcelamento são figuras distintas! Precisamos deixar claro que a


moratória nada mais é do que a postergação do vencimento da obrigação, portanto
se parte do princípio que a dívida tributária não está vencida, de modo que o
contribuinte tinha um prazo para pagar, porém, aconteceu uma situação
excepcional, e a lei estabeleceu uma nova data para o pagamento do tributo. Caso
observemos, o parcelamento, em regra, é utilizado quando a dívida já está
vencida, portanto o contribuinte já possui um débito em aberto e se vale do
parcelamento para quitar a obrigação. Outrossim, no parcelamento o contribuinte
pode valer-se dele sem que haja uma situação excepcional, desde que sejam
respeitados os requisitos da legislação.

b) Parcelamento é a permissão para que o pagamento de uma obrigação se dê


através de quotas ou parcelas. Diferencia-se da moratória, pois no parcelamento a
obrigação já está vencida e não está excluída a incidência de juros e correção
monetária.

Os tipos de parcelamento podem ser:

Comum/Ordinário: a Fazenda sempre deixa vigente em lei o número de parcelas


as quais o contribuinte pode utilizar, qual seja em via de regra, 60 (sessenta) vezes.
Especial/Extraordinário: traz regras que não estão previstas no parcelamento
comum, além de outros benefícios. Geralmente tem a possibilidade de ser parcelado
em até 180 (cento e oitenta) parcelas, ou seja, três vezes mais que o parcelamento
comum. Para valores baixos, na maioria das vezes o parcelamento pode ser feito
online.

O parcelamento é uma faculdade do contribuinte! Podendo ele escolher quais


débitos deseja parcelar. É comum, a lei estabelecer prazos para o contribuinte optar
quais débitos quer parcelar.

Considera-se suspensa a exigibilidade do crédito, quando há a homologação


do parcelamento ou quando o contribuinte adere o pagamento do parcelamento.

Tema Repetitivo 365 STJ - A produção do efeito suspensivo da exigibilidade do


crédito tributário, advindo do parcelamento, condiciona-se à homologação
expressa ou tácita do pedido formulado pelo contribuinte junto ao Fisco.

“Não existe parcelamento sem confissão do débito”

É permitido direcionar-se a juízo para pedir a retratação de confissão de débito


em âmbito administrativo? → Se o erro é sobre elementos fáticos é permitido,
contudo, se o erro for sobre elementos jurídicos não.

O parcelamento deve ser disciplinado em lei específica. Na prática isto não


ocorre, haja vista a dificuldade da especificidade de uma lei tratar apenas do
parcelamento.

Mesmo havendo decisão judicial favorável ao contribuinte, suspendendo a


exigibilidade do crédito tributário, deve o fiscal manter a fiscalização do tributo, haja
vista que futuramente possa ocorrer nova decisão em desfavor da Fazenda. Este
procedimento visa sobretudo evitar o prazo decadencial. Art. 63. Na constituição de
crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência
da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art.
151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de
ofício.

c) Depósito do Montante Integral (não é forma de pagamento): Em primeiro lugar,


deve ficar claro que quando o contribuinte efetiva o depósito o foco dele não é
pagar, não é liquidar a obrigação, mas na verdade são dois os objetivos: suspender
a exigibilidade do crédito (I); impedir a marcha dos juros e da correção
monetária (II);

Para que seja suspensa a exigibilidade total da dívida faz-se necessário que o
contribuinte deposite o valor total determinado pela Fazenda. Caso o depósito
seja parcial, o benefício somente se aplica com relação ao montante
depositado, não incidindo sobre o restante do crédito, que poderá continuar sendo
cobrado.

O depósito é uma faculdade do contribuinte, sendo possível de ser realizado, tanto


no âmbito administrativo como no judicial. É mais utilizado na esfera judicial, haja
vista a pretensão de diminuir a marcha processual.
Súmula 112 STJ - o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário
se for integral e em dinheiro.

OBS: A condição de ingresso de ação, através tão somente do depósito da


quantia devida, já foi repudiada, haja vista ser considerada como uma barreira ao
direito da ampla defesa do contribuinte.

Nas hipóteses de lançamento por homologação, o contribuinte pode realizar o


depósito do tributo sob condição resolutória, haja vista a sua pretensão de evitar que
a Fazenda futuramente, caso perceba que foi realizado o depósito de um valor
inferior ao necessário, venha a demandar contra ele.

OBS²: Havendo depósito, sendo o processo extinto sem resolução de mérito,


será o valor depositado destinado a Fazenda. Ficou entendido que o depósito é
uma garantia que permite inibir a cobrança, de modo que permite ao contribuinte
discutir o crédito e evitar a ocorrência de juros e correção monetária. Todavia, não
tem sentido, não havendo resolução do mérito, o contribuinte recuperar seu
depósito, salvo se o mesmo não pertencer a fazenda.

O depósito deverá ser realizado diretamente na conta do Tesouro. Quanto ao


uso do valor depositado, pode se dar da seguinte forma:

União – pode usar o valor do depósito em toda e qualquer despesa;

Estados e Municípios – somente para pagamento de precatórios e despesas de


capital (se os precatórios estiverem em dia)
Comentários: A moratória não pode ser concedida por prazo indefinido. “O
discricionarismo do legislador competente para instituir o tributo é limitado quanto à
moratória. Não pode concedê-la por tempo indefinido nem incondicionalmente,
se em caráter individual. Geral ou individual, deverá ter prazo prefixado

O art. 153 estabelece dois requisitos obrigatórios à concessão da moratória: o prazo


de duração do favor (com menção ao número de prestações e vencimentos) e os
tributos a que se aplica.

Comentários: O CTN não compactua com práticas dolosas do contribuinte, não


aplicando a moratória em casos de fraude, simulação etc.
Comentários: a moratória geral têm benefício automático, diferenciando-se da
individual, haja vista, desta segunda precisar de comprovação por parte do
beneficiário.

Nas situações em que o contribuinte deixou de satisfazer as condições, o Fisco


poderá revogar a moratória, sendo possível cobrar o valor do crédito da data
do vencimento original acrescido de juros de mora. Nas situações de má fé do
contribuinte, poderá ser aplicado penalidades.

Nas hipóteses de má fé, o tempo de prescrição, que é contabilizado desde a


concessão da moratória até a revogação, não será aplicado. Nas hipóteses de
boa-fé, o prazo referido anteriormente será válido, não podendo o Fisco cobrar nada
depois do prazo prescricional de 5 anos.

SÚMULA 473 STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

OBS: O professor entende que o termo correto seria anulação, e não revogação,
haja vista que revogação é um ato válido que por conveniência da Administração é
descaracterizado, o que claramente não é o caso em hipótese.

13. MODALIDADES DE EXTINÇÃO


Comentários: São formas de extinção do crédito tributário:

a) Pagamento: é a forma mais conhecida de extinção. Diferentemente do que


acontece no Código Civil, no Direito Tributário o pagamento de multa não implica
na liquidação da dívida tributária. Outrossim, outra diferença entre estes dois
institutos, é que para o Direito Tributário,a quitação da última parcela não
estabelece a presunção de estarem solvidas as anteriores.

Antes, o pagamento do tributo era realizado na própria repartição do Fisco, contudo,


em razão da evolução tecnológica, essa prática tem entrado em desuso, haja vista a
possibilidade do pagamento poder ser feito em qualquer banco, inclusive na
modalidade online.

OBS: Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o


vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o
sujeito passivo notificado do lançamento. Fixação de prazo para pagamento de
tributo não é matéria de lei, no entanto, uma vez disciplinado em lei, somente poderá
ser modificado por lei.
b) Compensação: veremos mais a frente.
c) Transação: veremos mais a frente.
d) Remissão:O perdão da dívida atinente ao tributo devido (remissão) depende de lei
específica, nos termos do art. 150, § 6º, da CF

e) Prescrição e Decadência: o critério mais divulgado para se fazer a distinção entre


os dois institutos é aquele segundo o qual a prescrição extingue a ação, e a
decadência extingue o direito.

f) Conversão de depósito em renda:

No processo administrativo: Se o depósito foi realizado no processo


administrativo, a conversão dar-se-á trinta dias após a notificação do devedor,
desde que não recorra ele ao Poder Judiciário.

No processo judicial: Só será convertido em renda o depósito após o trânsito


em julgado da decisão favorável ao Fisco. – A conversão em renda extingue o
crédito, sem necessidade de prévio lançamento.

g) Pagamento antecipado e a homologação do lançamento: veremos mais a frente.

h) Consignação em pagamento: Quando julgada procedente a ação de consignação


em pagamento, a conversão do respectivo montante em renda extingue o crédito
tributário.

i) Decisão administrativa irreformável: A norma refere-se à decisão que


reconhece a inexistência do crédito. Isso porque, se a decisão administrativa
simplesmente reconhece vícios formais do lançamento e o anula, só haverá a
extinção do crédito se a Fazenda não efetuar novo lançamento no prazo
decadencial.

j) Decisão judicial passada em julgado: Extingue o crédito tributário a sentença de


eficácia desconstitutiva proferida normalmente em ação anulatória ou em embargos
à execução transitada em julgado.

k) Dação em pagamento: A dação em pagamento implica a entrega de bens pelo


contribuinte para a quitação de débitos tributários. Tendo em conta que a
obrigação tributária é sempre em dinheiro, faz-se a avaliação do bem para fins de
imputação na dívida do contribuinte.
OBS: necessita de lei autorizadora! Cabe assim a cada ente federativo, no
domínio de sua competência e segundo as conveniências de sua política fiscal,
editar norma própria para implementar a medida de dação de pagamento.

ADI 2405 - Decidiu que as hipóteses de suspensão e extinção são


exemplificativas. Outrossim, cada ente político pode decidir quais outras hipóteses
poderiam também ser exemplificativas.

Comentários: esclarece que a penalidade não substitui o tributo devido, mas,


sim, agrega-se a ele, ficando o contribuinte obrigado ao pagamento de ambos.

Comentários: Por não gerar presunção de pagamento das demais prestações


nem de outros créditos, não têm a Fazenda Pública motivo para recusar o
recebimento de um tributo ao argumento de que há dívida, ainda não paga, de
outro tributo, ou de que o valor oferecido é menor que o efetivamente devido.
Qualquer quantia oferecida pelo sujeito passivo pode ser recebida, sem prejuízo da
posterior cobrança da diferença, se for o caso

Comentários: não necessariamente o pagamento de tributo deverá ser feito no


domicílio do sujeito passivo, haja vista a possibilidade atual de pagamento em
bancos, aplicativos de celular.
Comentários: Se por motivo qualquer a lei não estabelecer o prazo para o
vencimento da obrigação, será esta de 30 dias, contados a partir da notificação
do contribuinte. A lei de cada ente político deverá fixar o prazo de pagamento de
suas obrigações. O parágrafo único estabelece a sanção premial, à exemplo do
pagamento do IPTU em cota única.

OBS: Qualquer desconto ou benefício deverá ser previsto em lei!

Comentários: Esse dispositivo consagra que uma vez não pago o tributo no
vencimento ocorrerá acréscimo no crédito tributário. Não havendo lei
disciplinando, os juros serão de 1% ao mês. Não havendo previsão de multa
em uma legislação, não será aplicado multa.

O § 2º disciplina a figura da Consulta Fiscal, meio pelo qual o contribuinte indaga


o Fisco se determinada conduta está ou não abarcada pela incidência
tributária.

Se o contribuinte resolver pagar, a fim de não caracterizar a sua mora, e


posteriormente descobrir que esse tributo não era devido, ele terá um longo caminho
para obter a devolução desse dinheiro. Por outro lado, se o contribuinte não pagar
o tributo por entender que aquela situação está fora da incidência tributária e
depois descobrir que estava sujeito à tributação, ele estará em mora e sofrerá
os acréscimos legais e não fará jus à emissão de certidão negativa (ou positiva
com efeitos de negativa), prejudicando o andamento dos seus negócios.

No final, se a consulta for julgada improcedente, o contribuinte terá 30 dias para


pagar, caso ele não pague serão acrescidos juros, multa e tudo mais.

OBS: quando o contribuinte formula uma consulta ele não pode sofrer uma
fiscalização sobre o tema da consulta, ademais ele não está colocado na posição
de devedor, conforme prevê o § 2º do art. 161, e tem direito à certidão.
Comentários: Trata da imputação de pagamento, ou seja, as formas aceitas pelo
ordenamento jurídico para findar o crédito.

“A imputação de pagamento não é causa de extinção do crédito tributário,


representa apenas a forma de processamento da modalidade extintiva, que é o
pagamento.”

O inciso I menciona o “vale postal”, o qual não existe mais.

No inciso II, encontramos menção à “estampilha”, que é o selo. Antigamente no


Brasil existia o imposto sobre o selo. Naquela época, todo documento tinha que ter
um selo, o qual provava que aquele produto foi emitido com o devido
pagamento do tributo. Essa figura não existe mais, muito embora o selo ainda
seja um instrumento de controle, pois se prestarmos atenção veremos que atrás
dos relógios há um selo, caso não o tenha é falsificado, ou entrou no país por formas
oblíquas. Hoje esse selo é uma forma de controle das autoridades fiscais
federais, então tem selo em: relógios, cigarros, bebidas. Tudo isso comprova o
pagamento do imposto

O § 2º do art. 162 dispõe que o “crédito pago por cheque somente se considera
extinto com o resgate deste pelo sacado.

Os § 3º, 4º e 5º não têm mais aplicação hoje em dia.

OBS: A regra do pagamento é em dinheiro, contudo o CTN estipula outras hipóteses,


que geralmente acontecem quando o contribuinte já está em débito.

OBS²: não existe pagamento de tributo in labore ou in natura.


Comentários: Explicita a ordem preferencial da imputação de pagamento.
Existem situações em que o contribuinte quer pagar o tributo, mas não tem
recursos suficientes. Ele fará, então, um pagamento que não liquidará todos os
débitos que ele possui. Assim, é necessário se estabelecer uma ordem, para que se
redirecione, se impute esse pagamento para liquidar a dívida em face do que o
contribuinte está disponibilizando para o Fisco.

Desta forma, o pagamento deve respeitar a seguinte ordem:

1) Obrigações que o sujeito passivo tenha na condição de contribuinte


(obrigações próprias); depois, restando um saldo, liquidam-se as obrigações nas
quais ele está compelido ao pagamento na condição de responsável tributário.
2) As contribuições de melhoria, depois as taxas e, posteriormente, os impostos.

OBS: o professor entende que empréstimos compulsórios e contribuições especiais


estão no mesmo patamar dos impostos, devendo, para definir qual deverá ser pago
primeiro, o tamanho da contraprestação.

3) Ordem crescente de prescrição: dessa forma, usa-se o valor para pagar as


dívidas mais antigas, ou seja, aquelas que estão mais perto de serem prescritas.
4) Ordem decrescente do montante: usa-se o valor para pagar as dívidas maiores,
para depois passar para as menores.
Comentários: diferencia-se da hipótese de depósito, que visa suspender a
exigibilidade do crédito. A consignação de pagamento é uma faculdade do
contribuinte, configurando-se nas hipóteses de que o credor se negue a receber
o valor.

Em se tratando de matéria tributária, as hipóteses de cabimento da ação


consignatória são as expressamente previstas no art. 164 do Código Tributário
Nacional. Ressalvados os casos excepcionais em que os títulos da dívida
pública são aceitos como meio de quitação de tributos, não há previsão de
cabimento da ação consignatória para compelir o Fisco a aceitar estes títulos como
forma de pagamento de tributo.

Legitimidade ativa: tem legitimidade ativa para a ação o sujeito passivo da


obrigação tributária (contribuinte ou responsável tributário).

A hipótese do inciso I dificilmente se verificará, mormente no que diz respeito a


tributos sujeitos a lançamento por homologação. É o próprio contribuinte que toma
a iniciativa de preencher as guias para pagamento, não havendo qualquer
intromissão da Fazenda. No que diz respeito à subordinação ao pagamento de
outro tributo, o sujeito passivo tem direito de pagar só um tributo, mesmo que
deva dois ou mais.

O inciso II consolida a posição de que a consignação de pagamento não pode ser


restrita ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamentos
legais.

O inciso III, refere-se a hipótese de quando o contribuinte não sabe para quem
deve, quando existem cobranças idênticas. O contribuinte, para evitar futura
cobrança, pode realizar a consignação de pagamento, para que que o Judiciário
decida se o valor realmente é devido e quem terá direito de receber o crédito.

OBS: Em via de regra, a competência para o processamento da ação será


perante a justiça federal. A competência só é atribuída ao STF, conforme o art. 102,
f, CF, caso envolva conflito envolvendo imunidade tributária, haja vista ser uma
questão que possa diretamente ameaçar o federalismo. Conflito envolvendo
imunidade também pode envolver empresas públicas (desde que não prevaleça
atividade privada), fundações e autarquias.

Súmula 503 STF - A dúvida, suscitada por particular, sobre o direito de tributar,
manifestado por dois Estados, não configura litígio da competência originária
do Supremo Tribunal Federal.

A consignação terá o efeito de suspender a exigibilidade do crédito tributário


apenas se for integral. A consignação extingue o crédito tributário quando julgada
procedente, contudo, quando improcedente, poderá ser cobrado o valor
remanescente + juros e correção.

Comentários: o contribuinte tem o direito de ser restituído dos valores que


indevidamente pagou ao Fisco: maior do que o devido ou em situações que ele
nem era devedor da obrigação. O contribuinte não precisa justificar o erro.

O pedido de restituição e compensação pode dar-se tanto no âmbito administrativo


quanto no judicial. No âmbito administrativo, o contribuinte pode receber em
moeda, p.ex., o valor pago a maior. Em juízo, devemos lembrar que o Fisco só paga
suas obrigações por meio de precatórios.

Comentários: Tributos indiretos são aqueles que você consegue transferir o


ônus da tributação para o objeto. Para que o sujeito passivo possa pleitear a
restituição de pagamento ele deve estar incluído nas hipóteses abaixo:

1) Que ele está autorizado a pedir a devolução por aquele que suportou o
pagamento do tributo (o que é impossível acontecer, pois imaginemos um
comerciante que vende para n pessoas... Nesse caso, ele teria que pegar a
autorização de todas elas para pleitear a devolução);
2) Que ele não embutiu no preço da mercadoria o imposto que ele está pleiteando
a devolução.

A restituição poderá se dar através de pagamento em dinheiro ou via


compensação administrativa.

Súmula 461 STJ - O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório
ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória
transitada em julgado

Somente o contribuinte de direito pode pleitear a restituição! O contribuinte de


fato só é legitimado em situações de serviços concedidos. Ex: fornecimento de
energia elétrica (I).

Súmula 546 - Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido


por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o
"quantum" respectivo.

OBS: Para realização de pagamento, o pedido deverá ser realizado até 2 de abril
para a pauta entrar no orçamento do ano solicitado e somente ser pago no
próximo ano até dia 31 de dez.

É possível ser restituída a obrigação tributária prescrita em âmbito judicial (Resp.


646.328)

Comentários: reforça o direito do contribuinte receber o valor que ele pagou


indevidamente na sua integralidade. Tanto é que ele recebe esses valores nos
mesmos percentuais e índices que o Fisco utiliza para cobrar os dele.

Súmula 162 - Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a


partir do pagamento indevido.

Súmula 188 - Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a


partir do trânsito em julgado da sentença

OBS: A confissão de dívida no Direito Tributário não impede a discussão da


obrigação e, inclusive, a pretensão de repetição de indébito de montante que com
base nela tenha sido pago.
Comentários: destina-se à repetição ou compensação de indébito tributário,
tão-somente, não se prestando para balizar a prescrição de outros pleitos contra a
Fazenda Pública.

A declaração de inconstitucionalidade não influi na contagem do prazo para


repetição ou compensação, ou seja, ainda que uma cobrança seja
inconstitucional, seguir-se-á o prazo prescricional de 5 anos.

Rompe-se a inércia, afastando-se a decadência ou a prescrição, mediante o


exercício ou apresentação de pedido de repetição de indébito ou de compensação,
conforme as normas que regem os procedimentos administrativos para tanto, ou
mediante o ajuizamento de ação judicial em que figurem como pedido.

Para fixação:

a) Lançamento de Ofício/Homologação ou erro na identificação do sujeito:


conta-se a partir da data em que se considere extinto o crédito, qual seja, a data
de pagamento do tributo.
b) Reforma/Anulação/Rescisão de decisão condenatória: contado a partir de
quando se tornou definitiva a decisão administrativa que apreciou o pedido do
contribuinte. À falta de decisão, não se opera decadência

Comentários: Aplica-se o prazo de dois anos em se tratando de pretensão de


repetição de valores cuja repetição já tenha sido indeferida administrativamente.
Efetivamente, repetição judicial, em tal situação, pressupõe a anulação da decisão
administrativa denegatória.

O professor entende que se deve aplicar às declarações de compensação, por


analogia, a regra prevista no artigo 169 do Código tributário nacional, para
reconhecer ao sujeito passivo o prazo de dois anos, contados da decisão
administrativa final que não homologar a compensação, para ajuizar ação de
repetição de indébito relativa ao crédito cuja compensação não foi homologada.
Comentários: Outra figura da extinção das obrigações. A compensação tributária
não é auto aplicável, dependendo da lei do ente tributante. Aplica-se perante
créditos líquidos e certos, outrossim, a compensação pode atingir créditos vencidos e
vincendos.

OBS: Em regra, no âmbito federal, não se compensa crédito de terceiros (há muito
tempo isso já não existe mais. Pressupõe que os tributos são da mesma espécie.

Comentários: compensação só ocorre após o trânsito em julgado, não


bastando decisão em 1ª instância.

Súmula 212 - A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em


ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória.

Súmula 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração


do direito à compensação tributária.

Súmula 460 - É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação


tributária realizada pelo contribuinte

Em suma: a convivência pacífica entre as súmulas 213 e 460 apresenta-se


manifesta, na medida em que aquilo que é permitido por uma, a outra não proíbe.
Enquanto a súmula 213 incentiva o uso do mandado de segurança de natureza
preventiva para a declaração do direito à compensação, a súmula 460 deixa claro
que esse reconhecimento não contempla a hipótese de convalidação das
compensações de créditos já efetuados por iniciativa do próprio contribuinte.

OBS: A compensação tributária só pode ser feita pelo contribuinte, e não por
terceiro.
Comentários: outra figura de extinção do crédito tributário é a transação. Consiste
em concessões mútuas autorizadas em lei, visando a extinção do crédito. Está
inserida no panorama de se encontrar formas alternativas de se extinguir o
crédito tributário, haja vista o custo, muitas vezes dispendioso, da execução.

Necessita de regulamentação de lei em razão de tratar-se de um crédito público.


Em regra, o ente determina a data e os tributos que poderão ser devidamente
transacionados.

Comentários: essa remissão é o perdão. Perdão esse que é concedido por lei
específica, ou seja, não é a autoridade administrativa que o concede. Com a
remissão, perdoa-se o crédito tributário nas hipóteses narradas no art. 172.

Dentre as hipóteses, destacam-se:

1) Situação econômica do sujeito passivo:


2) Erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo (matéria de fato):
3) À diminuição da importância do crédito tributário: é a forma mais comum de
remissão aplicada pela Fazenda. O número de devedores vem crescendo
exponencialmente, desta forma, faz mais sentido para o Fisco priorizar pelo ganho
de dívidas maiores em detrimento das menores.

Não quer dizer que o Fisco “abra mão” dos contribuintes menores.

4) Considerações de equidade de acordo com o caso:


5) Condições peculiares a determinada região do território:

Remissão X Anistia

A anistia é uma forma de exclusão de multas, enquanto que a remissão tem caráter
geral.

OBS: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 6º Qualquer
subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.

Comentários: Principal artigo sobre decadência do código tributário. Tudo no direito


tem um prazo, e o direito tributário não é diferente. A Fazenda deve formalizar o seu
crédito, com todas as informações necessárias, dentro do prazo de 5 anos, contados
a partir da ocorrência do fato gerador.

Somente se aplica aos lançamentos de ofício e por declaração.

Quanto às hipóteses de prazo decadencial:

a) Lançamento por Ofício/Declaração: o prazo começa a contar a partir do primeiro


dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Se o Fisco resolveu antecipar, começa a contar da data da antecipação.
b) Lançamento por Homologação: o prazo começa a contar da ocorrência do fato
gerador (art. 150). A diferença de pagamento realizada no lançamento por
homologação reputa-se-á ao art. 173, I.

OBS: Ocorre que quando o vício é formal o inciso II assim dispõe: o direito de a
Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício
formal, o lançamento anteriormente efetuado.

Súmula 622 - A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da


decadência para a constituição do crédito tributário; exaurida a instância
administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com a notifi cação de
seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o
pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial.

O parágrafo único remete a ideia de notificação do contribuinte, de modo que esta


notificação configura o início do prazo decadencial.

OBS: O contribuinte tem 30 dias, a partir da sua notificação, para impugnar o


lançamento, sob pena da constituição definitiva do lançamento. A Fazenda não tem
direito a recurso, da 1º para a 2º instância, devendo, dentro do prazo de 5 anos,
corrigir o vício formal a partir da sentença da decisão, e cobrar o tributo.

Tratando-se de conduta de má-fé, aplica-se a hipótese do início da contagem do


prazo a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado.

Sendo o tributo declarado e não pago/pago parcialmente, não tem razão a


Fazenda comunicar o contribuinte da realização de lançamento, desta forma
procedendo com a inscrição imediata do crédito na dívida ativa.

Súmula 555-STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial


quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do
art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de
antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.

SÚMULA 360 STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos
sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a
destempo.

SÚMULA N. 446 Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a
recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa

Súmula Vinculante 8 - São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei


1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da prescrição e decadência do
crédito tributário. → só pode ser tratado por ser complementar em razão de ser tributo, logo
não pode ser regido pela lei….

Tema Repetitivo 1048 - O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCDM,


referente a doação não oportunamente declarada pelo contribuinte ao fisco estadual, a
contagem do prazo decadencial tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido efetuado, observado o fato gerador, em conformidade com
os arts. 144 e 173, I, ambos do CTN.--> não pode cobrar o imposto do indivíduo antes de ser
devidamente alterado a titularidade através da tradição ou registro. Em regra cobra-se no
primeiro dia do exercício seguinte quando ocorre o registro, sem registro XXX

Súmula 622 -> fala sobre prazo decadencial e prescricional

Tema 980 - O termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial e
Territorial Urbano - IPTU inicia-se no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da
exação; (ii) o parcelamento de ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva da
contagem da prescrição, uma vez que o contribuinte não anuiu. →

Comentários: Nesse artigo encontramos o fundamento da prescrição. Esse prazo


prescricional começa a contar a partir da data em que o crédito tributário é
definitivamente constituído.

Crédito definitivamente constituído: aquele que não pode mais ser modificado no
âmbito administrativo, seja porque o contribuinte permaneceu inerte no que tange ao
exercício de defesa, ou porque ele utilizou de todos os meios disponíveis de defesa,
mas o Fisco determinou que o crédito era definitivo.

OBS: o ato de inscrição em dívida ativa está inserido dentro do prazo de 5 anos, cuja
fruição se deu a partir do momento em que o crédito estava definitivamente
constituído.

O prazo prescricional pode ser interrompido interrompido por:

a) Despacho de juiz que ordena a citação em execução fiscal: interrompe em razão


do despacho juiz retroagir a ocorrência do fato, vide, súmula 106 STJ.
SÚMULA N. 106 - Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora
na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o
acolhimento da argüição de prescrição ou decadência

b) Protesto Judicial: A Fazenda não utiliza mais em razão de sua preferência pelo
protesto extrajudicial. Ocorre que, no uso da via extrajudicial, não se aplica o
benefício da interrupção da prescrição. O protesto pode ser realizado independente
do valor.

c) Ato judicial que constitui em mora o devedor: não se utiliza mais na prática.

d) Qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em


reconhecimento do débito do devedor: consagra, através da confissão, o instituto
do parcelamento do crédito tributário como uma das formas de interrupção do prazo
prescricional.

SÚMULA 248 TFR - O prazo da prescrição interrompido pela confissão e


parcelamento da dívida fiscal recomeça a fluir no dia que o devedor deixa de cumprir
o acordo celebrado

OBS: considera-se como data de reinício do prazo prescricional, a data da exclusão


formal do contribuinte, que se dá através de sua devida notificação.

Julgados importantes → AgIn Resp. 1355686, AgRg1306894

Tema 383 - O prazo prescricional quinquenal para o Fisco exercer a pretensão de


cobrança judicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como vencimento
para o pagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF, GIA, entre
outros), nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que, não
obstante cumprido o dever instrumental de declaração da exação devida, não restou
adimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nem sobreveio quaisquer
das causas suspensivas da exigibilidade do crédito ou interruptivas do prazo
prescricional.

14. EXCLUSÃO DO CRÉDITO

Comentários: Excluir significa impedir a constituição do crédito tributário. Apesar da


realização da hipótese de incidência, não haverá o lançamento.
Comentários: é uma dispensa por expressão legal. Depende de previsão em dispositivo
legal. A posição majoritária é que a isenção não impede o nascimento da obrigação
tributária, mas impede o seu lançamento que tem por consequência a sua exigibilidade.

A competência para instituição da isenção está ligada à competência para instituir. Só quem
tem o poder de isentar é quem tem o poder de instituir, conforme art. 151, III da CF/88

OBS: A isenção só pode ser alcançada por meio de lei específica, sendo o instrumento
jurídico para sua instituição. Sendo assim, surge a questão: que tipo de lei é essa?
Depende, pois a lei será de acordo com o tributo que se quer isentar. Se o tributo for
instituído por lei complementar, somente por lei complementar ele poderá ser isento; no
entanto, se for instituído por lei ordinária, poderá ser instituído por lei ordinária, mas nada
impede que seja feito por lei complementar (ou seja, não há óbice para se utilizar um
instrumento que exija um quórum mais qualificado; já o contrário não é permitido, se o
tributo for instituído por lei complementar não se poderá usar uma lei ordinária para se
conceder uma isenção).

A única exceção ao § 6º do art. 150 é o ICMS, pois na legislação deste imposto as


isenções são concedidas por meio de convênio, e não por lei específica.

Imunidade x Isenção

A imunidade está relacionada à competência constitucional, enquanto a sua isenção por sua
vez está no plano infraconstitucional.

OBS: A alíquota zero não é forma de isenção! A obrigação está constituída, porém a
autoridade Fazendária exclui momentaneamente o ônus da tributação de acordo com o seu
interesse.

Isenção x Remissão

A remissão, embora o resultado seja o mesmo, ocorre o perdão. A diferença fundamental é


que na isenção o crédito tributário não foi formalizado, já na remissão o mesmo já foi
lançado, mas em razão de lei, o crédito constituído pelo contribuinte é perdoado.

A isenção pode ser geral (abrange todo o território do ente tributante, sem necessidade de
comprovação de requisitos pelo contribuinte) ou específica (abrange apenas uma parte do
território do ente tributante, e necessita da demonstração de requisitos de aplicação, além
do despacho da autoridade administrativa).
Comentários: apenas confirma que a isenção está ligada aos impostos, contudo, também
pode abranger taxas, contribuições de melhoria, a depender de previsão legal. A isenções
podem ser:

a) Transitórias: possuem prazo certo


b) Permanente: instituídas sem prazo certo para que ela acabe
c) Condicionadas/Bilaterais/Onerosas: hipóteses em que o favorecido tem que
prestar alguma contrapartida.
d) Incondicionais/unilaterais/gratuitas: não existe qualquer contrapartida pelo
interessado

Comentários: diz respeito às revogações das isenções. Em via de regra, a Administração


pode cancelar a qualquer tempo o benefício da isenção, salvo hipótese de ser isenção
contratual, qual seja aquela que possui prazo certo e determinada condição.

A isenção de 2015 deve ser pleiteada até a data de 31/12/2014.

OBS: a isenção não gera direito adquirido, portanto uma vez concedida uma isenção o ente
pode cancelá-la, pois essa é a regra, salvo quando essa isenção for concedida por prazo
certo e sob determinada condição
Comentários: a anistia está vinculada à questão das sanções ou penalidades. A anistia
também necessita de lei, ocorre que o art. 150, § 6º manda excepcionar o ICMS, só que a
lei desse imposto fala de isenção, mas não de anistia. Portanto a anistia para o ICMS deve
ser por lei. A competência para instituir a anistia é de quem tem a competência para
instituição do tributo. A anistia também pode ser geral e individual

Não pode ser isentado o indivíduo de má-fé, haja vista a preocupação do fisco de reprimir
atos com dolo, culpa, simulação etc.

OBS: A anistia tácita é quando a lei apenas deixa de considerar um ato como infração ou
estabelece uma penalidade mais branda.

Comentários: abrange as infrações ocorridas antes da vigência da lei que concede o


benefício da anistia. Deve-se analisar se a infração foi cometida antes da lei que concedeu a
anistia, e se deu antes do lançamento da penalidade pecuniária. Se a multa já tiver sido
lançada, aplicar-se-á a remissão;
15. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Comentários: a garantia dá mais segurança ao crédito tributário, e os privilégios são a


posição de superioridade que o crédito tributário tem em relação a outros créditos. Dessa
forma, em suma, o objetivo do art. 183 é proteger o crédito tributário.

OBS: Da leitura do art. 183, notamos que o rol é exemplificativo. O que significa dizer que
podem existir outras garantias para se obter essa proteção, ou seja, as leis específicas
podem atribuir outras garantias além das estipuladas no CTN.

Comentários: O art. 184 deixa claro que é o patrimônio do sujeito passivo que responde
pelo cumprimento do crédito tributário, pouco importa se esse patrimônio está gravado de
alguma forma, pois isso não é fator impeditivo, a fim de que ele possa ser utilizado para
pagamento do crédito tributário. São excepcionados do cumprimento da obrigação os bens e
rendas absolutamente impenhoráveis (art. 649 CPC).

Comentários: . A partir do momento que o crédito estiver inscrito em dívida ativa, toda e
qualquer conduta voltada à venda desses bens gera a presunção de que há uma fraude. O §
único desse artigo dispõe informando que não configura fraude se o sujeito passivo possuir
outros bens que possam garantir o crédito tributário; do contrário, caracteriza-se fraude.

OBS: se o contribuinte tiver uma restrição de um lançamento na RFB, mas não inscrito em
dívida ativa, não se caracteriza fraude, pois o art. 185 dispõe que há necessidade da
inscrição em dívida ativa.
SÚMULA 375 STJ - O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Esta súmula preserva o terceiro de boa fé. O exequente deveria ter tido o cuidado de
realizar o registro que ele fez em determinado processo. O entendimento atual é que a
presente súmula não se aplica a créditos tributários.

Comentários: trata da indisponibilidade de bens e direitos do devedor para garantir o


crédito tributário. Se o devedor for devidamente citado e não pagar nem apresentar bens à
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz decretará a
impenhorabilidade dos seus bens.

Súmula 560-STJ: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art.


185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o
qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e
a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou
Detran.

16. PREFERÊNCIAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


Comentários: Sabemos que o crédito tributário tem preferência em relação aos demais
créditos, cedendo, tão somente, para os créditos trabalhistas ou em decorrência de acidente
de trabalho. Com isso, vemos que o crédito tributário é um crédito privilegiado.

OBS: Na falência o crédito tributário perde sua posição privilegiada, ficando atrás dos
créditos extraconcursais e dos de garantia real.

Comentários: assevera que o crédito tributário não está sujeito à habilitação em falência, a
concurso de credores. O único concurso de preferência a que o crédito se submete é o que
está disposto no § único desse artigo, qual seja, em relação ao concurso entre as Fazendas,
pois esse parágrafo determina quem será pago em primeiro lugar na seguinte ordem: União;
Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; por fim, Municípios,
conjuntamente e pró rata.

Súmula 497 - Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Fazenda
estadual desde que coexistam penhoras sobre o mesmo bem.

Súmula 563 STF - O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do art. 187
do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no art. 9º, inciso I, da
Constituição Federal.

Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores


ocorridos no curso do processo de falência.
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente,
mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a
massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza
e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata.

Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou


arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos,
a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou
arrolamento.
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no § 1º
do artigo anterior.
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou
vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou
voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos.

Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de


quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei.

Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem
prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas.

Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o
contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda
Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre.

17. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

Comentários: toda pessoa física e jurídica está sujeita aos procedimentos de apuração do
crédito tributário. Assim, nenhuma pessoa está a salvo de se sujeitar ao exercício dessa
atividade administrativa fiscal, mesmo as pessoas imunes e isentas submetem-se a esse
procedimento fiscal (§ único).

OBS: uma entidade educacional sem fins lucrativos é imune a impostos, mas pode sofrer
fiscalização sobre outras espécies tributárias. O mesmo vale para os entes.

Comentários: Qualquer situação excludente, ainda que prevista em lei, não pode ser
oposta ao Fisco no que tange à autoridade fiscal ter acesso aos livros, registros e
escriturações do contribuinte. Assim, não há possibilidade de existir legislação que iniba ou
proíba a existência de fiscalização.

OBS: O Fisco pode acessar, mas não pode obrigar o contribuinte a dar as informações. A
legislação oferece mecanismos para a autoridade fiscal chegar à movimentação econômica
do contribuinte, podendo alcançar isso por meio do arbitramento.

Comentários: este artigo deixa claro que todo procedimento fiscal tem que ser noticiado ao
contribuinte, tendo uma data de início e de finalização. Lembremo-nos do art. 138, quando
tratamos da denúncia espontânea, a qual não tem lugar se já houver sido iniciado o
procedimento fiscal.

Todo procedimento fiscal é formal. A autoridade chega com um documento e informa que
naquela data está iniciando a fiscalização do “tributo x”, no “período y”, e que precisa dos
“documentos z”

Comentários: todas as pessoas estão obrigadas a prestar informações no interesse da


fiscalização. O rol deste artigo é exaustivo, principalmente, pelo disposto no inciso VII. O §
único deixa claro que existem algumas situações em que essas pessoas podem alegar sigilo
profissional para não prestar as informações que o Fisco pleiteia. Ex: proibição de intimar
padre que recebeu confissão de dívida.
Comentários: Esse dispositivo deixa claro o sigilo fiscal. Nenhum servidor fazendário,
seja de qual natureza for, pode divulgar as informações a que ele tem acesso no exercício
da profissão, sob pena de responder administrativamente por essa conduta, bem como
criminalmente. Outrossim, existem situações de fiscalização, procedimento administrativo
que o mesmo precisa compartilhar essas informações com a autoridade competente.

Comentários: disciplina a questão da ajuda recíproca entre as Fazendas, ou seja, mediante


lei ou convênio as Fazendas podem trocar informações no interesse da fiscalização e
arrecadação de tributos. Há alguns anos, essa situação não era comum, mas hoje as
Fazendas trocam muitas informações, fazem muitos convênios, para que elas disponham de
dados que possam ajudar umas as outras. Existe exemplo de convênios entre a RFB e os
Municípios, assim, este tem acesso ao cadastro de CPF e CNPJ daquela; em contrapartida,
aquela tem acesso ao cadastro imobiliário desta.

OBS: Somente a União pode realizar convênios ou parcerias para haver a troca de
informações com Estados estrangeiros.
Comentários: trata da possibilidade de requisição de auxílio da força pública federal,
estadual ou municipal quando houver embaraço no exercício das funções fiscais.

18. DÍVIDA ATIVA

Comentários: inscrição em dívida ativa da exequibilidade ao crédito tributário, este só pode


ser inscrito quando estiver definitivamente constituído, i.e., quando não houver mais
possibilidade de mudança no âmbito administrativo

Comentários: relaciona os requisitos obrigatórios que devem constar na Certidão de Dívida


Ativa (CDA), quais sejam:

a) Nome do Devedor/Co responsáveis: as execuções que apresentavam essa


característica de exigência do CPF/CNPJ foram sobrestadas. Esse recurso foi
julgado em sentido contrário a essa prática, porque a LEF não menciona o
CPF/CNPJ, embora se almeje a praticidade, o STJ vedou essa questão. (criticado
pelo professor)
b) Quantia devida e a maneira de calcular juros de mora acrescidos: cabe a
Procuradoria demonstrar o fundamento legal dos juros, mas se o contribuinte quer
saber a forma que se calcula, caberá a ele contratar um contador.
c) Origem e natureza do crédito: deve-se dizer como esse crédito se originou.
d) Data em que foi inscrita:
e) Sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito:

Súmula 392 STJ - A Fazenda Publica pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a
prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal,
vedada a modificação do sujeito passivo da execução.

Certidão não é um ato constitutivo mas sim declaratório!

Comentários: a ausência desses requisitos, ou eventuais falhas em relação a eles, podem


ser sanadas até a decisão de 1ª Instância, embora a lei estipule que eles são obrigatórios.
Assim, até essa decisão o Procurador pode pedir a substituição da CDA. Substituindo-a, ou
modificando-a, o juiz é obrigado a abrir prazo, para que o contribuinte se manifeste
especificamente em relação ao dado alterado.

OBS: Dificilmente, ocorrerá de uma CDA ser cancelada pela ausência de um requisito, salvo
se o Procurador “dormir muito no ponto”.

Comentários: A inscrição em dívida ativa goza de presunção de certeza e liquidez, e, uma


vez inscrito em dívida ativa o crédito, essa inscrição só pode ser ilidida com prova robusta,
ou seja, o contribuinte deve apresentar uma prova forte, para que possa ser
descaracterizado o crédito tributário que foi inscrito.

19. CERTIDÃO NEGATIVA


Comentários: Certidões são atos meramente declaratórios, não são modificativos, ou seja,
não criam e nem modificam nada. A CDA narra algo que está no registro das repartições
públicas. A CDA tributária somente narrará a situação do contribuinte perante o Fisco.

Existem três tipos de Certidões:

a) Certidão Negativa de Tributos: narra que o contribuinte não possui nenhuma


obrigação pendente com o Fisco, ou seja, ele não possui débitos.
b) Certidão Positiva de Tributos: demonstra a existência de débitos, débitos estes já
vencidos, sem qualquer garantia, i.e., débitos aptos à cobrança tributária.
c) Certidão Positiva com efeito de Negativa: e mostra a existência de débitos, mas
estes perante a Fazenda demonstram o mesmo efeito de quem não tem débito com
o Fisco. Pode ser concebida nas seguintes hipóteses:

● A existência de créditos não vencidos;


● Créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a
penhora;
● Créditos com exigibilidade suspensa

OBS: O prazo para emissão da CDA é de até 10 dias da data da entrada do requerimento
na repartição, nos termos do § único do art. 205. O contribuinte pensa que já terá a certidão
no mesmo momento que ele dá entrada, mas o prazo é de até 10 dias. Assim sendo, ele só
pode pleitear uma violação ao seu direito, se a Fazenda não fornecer dentro desse prazo

Comentários: certidão com dolo ou fraude responsabiliza pessoalmente o funcionário.


20. PROCESSO ADMINISTRATIVO

PENDENTE!

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