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06/2022

DIREITO TRIBUTÁ RIO

1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
É o responsá vel por controlar a imposiçã o de tributos. Ou seja, ele exige
legislaçã o tributá ria para que sejam efetuadas cobranças aos contribuintes.
Princípio da legalidade (art. 150, i, cf): é vedado à uniã o, estados, distrito
federal e municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Exigir significa instituir, criar.
Decorre do princípio da legalidade contido no art. 5º, ii da constituiçã o que
determina que somente a lei pode obrigar algué m a fazer ou deixar de fazer
algo. Logo, somente a lei pode obrigar a pagar um tributo.
Trata-se de lei em sentido estrito, aquela que obedece aos crité rios formais e
materiais, ou seja, a que é elaborada pelo poder competente, que segue todo
o rito constitucional e que dotada de generalidade e abstraçã o. Em regra,
utiliza-se a lei ordiná ria (quando també m é possível o manejo de medida
provisó ria). Há casos, poré m, que a cf exige o uso de lei complementar, como
no caso do empré stimo compulsó rio.
Exceçõ es:
Os tributos abaixo sã o exceçõ es a esse princípio. Deste modo, eles podem ser
instituídos e aumentados por outro instrumento normativo que nã o a lei em
sentido estrito, a exemplo dos decretos.

1) Alteraçã o das alíquotas do imposto de importaçã o, imposto de


exportaçã o, IPI e IOF;
2) Definiçã o, reduçã o e restabelecimento das alíquotas do ICMS incidente
sobre combustíveis e lubrificantes (art. 155, § 4º, iv, CF);
3) Reduçã o e restabelecimento da alíquota da CIDE incidente na
importaçã o ou comercializaçã o de petró leo, gá s natural e á lcool
combustível (art. 177, § 4º, i, b, CF).
4) Atualizaçõ es por base de cá lculo

2. IMUNIDADES
A imunidade tributá ria é uma proteçã o constitucional conferida
aos contribuintes, por meio da qual impede-se que os entes
federativos (uniã o, estados, municípios e distrito federal) criem e
cobrem tributos sobre determinados bens e direitos.
2.1 IMUNIDADES E AUTARQUIAS
Se recair um caso falando sobre taxas, elas podem ser cobradas
daquelas instituiçõ es porque a imunidade recai sobre impostos.
Exemplo: analisar se o tributo pode ou nã o ser cobrado. Igreja nã o
paga IPTU nem IPVA, mas se a Prefeitura ou o Estado cobrar taxa
de recolhimento de lixo ou outras taxas, deverá pagar.
O artigo 150, 2ºda CF estende a imunidade tributá ria recíproca de
impostos ao patrimô nio, a renda e aos serviços das autarquias e
fundaçõ es sustentadas pelo poder pú blico, desde que os bens
imunes estejam vinculados à s finalidades essenciais da entidade,
ou seja, consequê ncia delas. CF, artigo 150, 2º: a vedaçã o do
inciso vi, a, é extensiva à s autarquias e à s fundaçõ es instituídas e
mantidas pelo poder pú blico, no que se refere ao patrimô nio, à
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou
à s delas decorrentes.
2.2 IMUNIDADES E ISENÇÕ ES
Os principais exemplos sã o a isençã o de IPI e IOF concedida aos
deficientes físicos que compram automó veis adaptados à s suas
necessidades. De todo modo, nã o há o que se falar em direito
adquirido. Logo, se houver a apuraçã o de má -fé do beneficiá rio, é
possível a revogaçã o da isençã o.

3. MÃ O SURPRESA
O princípio da nã o surpresa está previsto no art. 9º do
cpc/2015[1] e impede que seja proferida decisã o judicial sem
pré via manifestaçã o da parte que pode ser prejudicada. No
entanto, o pará grafo ú nico do dispositivo enumera as exceçõ es à
regra, sendo estas a tutela provisó ria e a açã o monitó ria.

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4. OBRIGAÇÕ ES TRIBUTÁ RIAS
Denomina-se “obrigaçã o tributá ria” o dever de fazer de um
contribuinte, responsá vel ou terceiro em funçã o da lei. De acordo
com o artigo 113 do CTN — Có digo Tributá rio Nacional
Obrigação tributária principal
A obrigaçã o é principal quando o contribuinte tem por prestaçã o (por dever)
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniá ria (multa em dinheiro). A
obrigaçã o tributá ria principal surge com a ocorrê ncia do fato gerador e
extingue-se juntamente com o cré dito tributá rio dela decorrente (artigo 113,
§ 1, do CTN). Exemplo: fato gerador – circulaçã o de mercadorias, sujeita ao
ICMS. A obrigaçã o principal somente se extingue com o pagamento
(recolhimento) do valor integral devido. Se for recolhido parcialmente, nã o
se considera extinto.
Obrigação tributária acessória
A obrigaçã o é acessó ria quando, por força de lei, a prestaçã o a ser cumprida
é a de fazer ou nã o fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo
fisco, tudo no interesse da arrecadaçã o ou da fiscalizaçã o dos tributos (artigo
113, § 2, do CTN). Exemplo: escrituraçã o das operaçõ es de circulaçã o de
mercadoria (notas fiscais), sujeitas ao ICMS, e apuraçã o do respectivo saldo
devedor (ou credor) nos livros fiscais. Ressalve-se que, independentemente
de ser exigido ou nã o o cumprimento de obrigaçã o principal, o contribuinte é
sempre obrigado a cumprir a obrigaçã o acessó ria. É o caso, por exemplo, de
uma venda estar isenta do ICMS, mas de esse fato nã o desobrigar o
comerciante a emissã o da respectiva nota fiscal, acobertando a operaçã o. Ou
de se apurar saldo credor do ICMS (saldo a favor do contribuinte, onde nã o
haverá recolhimento do imposto).

5. LEI ORDINÁ RIA E COMPLEMENTAR


Quanto a maté ria, a lei complementar trata de maté rias reservadas
na constituiçã o federal, enquanto as demais cabem a qualquer
ato normativo, lei ordiná ria ou medida provisó ria. Cabe a lei
complementar definir tributos e suas espé cies, podendo a lei
ordiná ria instituir os tributos nã o reservados a lei
complementar.

Quando se fala em lei entende-se por lei ordiná ria, poré m em 4 momentos a
lei vai falar em lei complementar: em Impostos Residuais, Impostos Sobre
Grandes Fortunas(IGF), Empré stimos Compulsó rios e Contribuiçõ es
Sociais Residuais.

CABE MEDIDA PROVISORIA EM MATERIA COMPLEMENTAR?


SIM, MAS NÃ O É SEMPRE, NOS 4 CITADOS NÃ O CABE

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6. OBRIGAÇÕ ES E CRÉ DITO TRIBUTÁ RIO
LEITURA OBRIGATÓ RIA

HI ⇨ FG ⇨OT⇨CT
Art.113 ao 138.
OBRIGAÇÕ ES PRINCIPAIS: PAGAR/ DAR QUANTIA.
OBRIGAÇÃ O ACESSÓ RIA: FAZER/ NÃ O FAZER
Crédito tem a mesma natureza jurídica que a obrigaçã o
Multas tributá rias podem ser obrigaçõ es principais.

7. SUJEITO ATIVO E PASSIVO


Sujeito ativo: o art. 119 do CTN preconiza que sujeito ativo da obrigaçã o é a
pessoa jurídica de direito pú blico titular da competê ncia para exigir o seu
cumprimento.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigaçã o principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniá ria.
Pará grafo ú nico. O sujeito passivo da obrigaçã o principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relaçã o pessoal e direta com a situaçã o que
constitua o respectivo fato gerador;
Ii – responsá vel, quando, sem revestir a condiçã o de contribuinte, sua
obrigaçã o decorra de disposiçã o expressa de lei.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigaçã o acessó ria é a pessoa obrigada à s
prestaçõ es que constituam o seu objeto.

8. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃ O EXCEÇÕ ES


Tributo extrafiscal:
• Pode mexer por decreto
• Pode ser cobrado no outro dia? Sim
• Aumento de alíquotas

A base de cá lculo do imposto de importaçã o é :


Quando a alíquota for ad valorem (percentual), o valor aduaneiro
apurado segundo as normas do artigo vii do acordo geral sobre
tarifas e comé rcio – GATT (1994); e quando a alíquota for
específica, a quantidade de mercadoria expressa na unidade de
medida estabelecida.

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8.1 FUNÇÃ O DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃ O
Apesar de toda a reclamaçã o dos importadores em relaçã o a
algumas alíquotas do imposto de importaçã o, esse tributo possui
funçã o regulató ria, nã o tendo objetivos fiscais, mas sim de
regulaçã o da atividade econô mica. Até mesmo para poder exercer
sua funçã o, o imposto de importaçã o nã o se sujeita ao princípio da
anterioridade, podendo ser alterado no mesmo exercício
financeiro pelo poder executivo. Como exemplos da funçã o
regulató ria do imposto de importaçã o, temos aqui no blog os posts
lista dos produtos com imposto de importaçã o zerado, sobre a
reduçã o do ii em funçã o da pandemia da covid-19, importaçã o de
arroz, soja e milho: governo zera o imposto de importaçã o e
brinquedos: governo reduz o imposto de importaçã o. Sim, é claro
que, como qualquer tributo, ele arrecada recursos para a uniã o,
mas muito pouco em relaçã o ao total. Dados da receita federal dos
ú ltimos anos mostram que o montante recebido com o imposto de
importaçã o representa menos de 3% do total de tributos
arrecadados. É o imposto de renda cobrado das pessoas físicas e
jurídicas o tributo mais expressivo para a uniã o (quase 30% do
total).

9. IRRETROATIVIDADE
Pelo princípio da irretroatividade tributá ria a lei deve abranger
fatos geradores posteriores à sua ediçã o, ou seja, nã o pode
retroceder para abarcar situaçõ es preté ritas. Portanto, será
aplicada a lei vigente no momento do fato gerador.

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