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DIREITO TRIBUTÁRIO

1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

a)Legalidade: (art. 150, I, CF/88) É vedado à União, Estados, DF e Municípios exigir


ou aumentar tributo sem lei que estabeleça. Tal princípio ratifica o art. 3° do CTN,
segundo o qual tributo é prestação instituída mediante lei.
Exceções: Alteração de alíquotas (II, IE, IPI, IOF) → dessa forma, para
instituição/alteração/isenção de alíquotas não é necessária edição de lei.
Definição de alíquotas (ICMS combustível)

b) Isonomia (art. 150, II, CF/88) É vedado à União, Estados, DF, Municípios instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontram em situação equivalente.
Ex. alguns municípios podem ter isenção de algum tributo para fomentar o
desenvolvimento → isso não será desigualdade.

c)Irretroatividade (art. 150, III, a, CF/88) É vedado à União, Estados, DF, Municípios
cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência
da lei que os houver instituído ou aumentado.

d) Anterioridade (Anual): (art. 150, III, b, CF/88) É vedado à União, Estados, DF,
Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro, em que haja sido
publicada a lei que os institui ou aumentou. Por essa razão, o princípio da
anterioridade é comumente chamado de princípio da não surpresa.
Exceções: II, IE, IOF, IEG (imposto extraordinário de guerra), E EMPRÉSTIMO
COMPULSÓRIO (todos são de competência da União) → pode ser no mesmo ano
em que foi publicada a lei/pode ser até mesmo no próximo dia.

e)Anterioridade nonagesimal: (art. 150, III, b, CF/88) É vedado à União, Estados, DF,
Municípios cobrar tributos antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido
publicado a lei que o instituiu ou aumentou (SEGUEM ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL O IPI, seguridade social, ICMS-combustíveis E CIDE
COMBUSTÍVEIS). Exceções: II, IE, IOF, IEG + IR, alteração da base de cálculo do
IPTU e do IPVA → seguem a anterioridade anual
Em resumo/CONCLUSÃO:

II, IE, IOF, IEG + EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (em casos de


guerra/calamidade pública): podem ter alteração IMEDIATA, portanto são
exceções a anterioridade anual e nonagesimal.

IPI, ICMS E CIDE COMBUSTÍVEIS, CONTRIBUIÇÕES PARA SEGURIDADE


SOCIAL: obedecem ao princípio da anterioridade nonagesimal, por isso são
exceções à anterioridade anual.

IR, alteração da base de cálculo do IPVA E IPTU: obedecem ao princípio da


anterioridade anual e por isso são exceções a anterioridade nonagesimal.

Obs. Todo tributo é instituído por uma base de cálculo somada da alíquota

f) Princípio do Não confisco (art. 150, IV, CF/88): É vedado à União, Estados, DF e
Municípios utilizar tributo com efeito de confisco. → no caso de execução fiscal de
IPTU, pode ser colocado o bem (a casa) como garantia, que é o arresto, que se for
não for pago pode ser penhorada/leiloada. Isso não é confisco, pois passa pelo
devido processo legal.

g) Princípio da não limitação ao tráfego: É vedado à União, Estados, DF,


Municípios estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias. → pedágio não é tributo, pois é apenas um valor cobrado pela
concessionária (para recebimento de lucro) e não pelo ente público.

h) Princípio da uniformidade tributária (art. 151, I, CF/88): É vedado à União


instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao DF ou a Município, em detrimento
de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre diferentes regiões do país.
→ exemplo: Zona Franca de Manaus.

i) Uniformidade da tributação da renda (art. 150, II, CF/88): É vedado à União


tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do DF e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes
públicos.

j) Vedação à concessão de isenção heterônoma (art. 151, III, CF/88): É vedado à


União instituir isenção de tributos de competência dos Estados, do DF ou
Municípios.

2.IMUNIDADES

Normalmente, a regra geral é que ocorra um fato gerador, surja a exação tributária
e isso gere para o contribuinte a obrigação de pagar (vai para o lançamento do
tributo) ESSA É A REGRA. Contudo, há situações em que esta regra geral não
chega à sua etapa final, qual seja o pagamento do tributo. São elas: não incidência,
imunidade, isenção e alíquota zero:

 Não incidência: O ente é competente para instituir o tributo, mas não prevê
determinada situação como fato gerador, seja porque essa situação não se
enquadra na definição de fato gerador, seja porque o ente não se valeu da
sua competência para aquela situação. Ex. Feira livre (tem lucro líquido
direto, sem incidência de tributo). Existe fato, mas não há obrigação de
pagar tributo (na atividade final).

 Imunidade: É a exclusão de determinada situação, bem ou sujeito da


competência tributária do ente tributante. A imunidade é definida na própria
Constituição Federal. (art. 150, IV, CF/88) → não é rol taxativo. Ex. templos
religiosos, associações, produção de livros. Só tem o fato gerador, mas não
tem a obrigação tributária.

 Isenção: É a dispensa legal do pagamento do tributo. O ente é competente


para instituir o tributo à situação está prescrita como hipótese de incidência
ocorre o fato gerador, mas a lei determina expressamente que haverá
dispensa (isenção de pagamento). Ex. Baixa renda, carro com mais de 20
anos. Fato gerador + Obrigação Tributária + Lançamento → faz pedido de
isenção. (depende do pedido do contribuinte).

Obs. Percebe-se que a diferença entre imunidade e isenção é que a primeira


atua na definição de competência (o ente não pode cobrar, porque está na
lei) e a segunda no exercício (o contribuinte conseguiu).

 Alíquota zero: Operação matemática, onde zero de alíquota multiplicada


por qualquer base de cálculo, o resultado é nulo. Caráter extrafiscal, a fim de
estimular um setor econômico e o comportamento dos contribuintes. Os
entes podem instituir alíquota zero para incentivar certo tipo de consumo, o
contrário aconteceu com cigarros em que as alíquotas são altas, para
estimular o não consumo. Ex. quando tem excesso de frango, pode ser que
alíquota seja aumentada.
Importante lembrar que em um produto tem várias tributações, no entanto,
alguma ou outra tributação será levada à alíquota zero para questões de
incentivo/freio.
Reforma tributária: a cesta básica terá alíquota zero.

3.CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS

3.1. Quanto ao objetivo da instituição:

Os tributos podem ser fiscais, extrafiscais ou parafiscais.

 Tributos FISCAIS: são considerados fiscais quando seu principal objetivo é


arrecadar, gerar renda para que o Estado possa abastecer os cofres públicos
e assim cobrir gastos. A maioria da verba está sob forma de edital, o resto
está na mão dos parlamentares para repassar aos seus munícipes.
 Tributos EXTRAFISCAIS: podem ser classificados nesta categoria os
tributos cuja finalidade principal NÃO é arrecadar, mas REGULAR algum
setor econômico ou social, influenciando no comportamento do mercado. Não
precisam respeitar anterioridade anual, tampouco a nonagesimal. São
responsáveis por mudança de comportamento. Exemplos: II, IE, IOF.
 Tributos PARAFISCAIS: ocorre a parafiscalidade quando o ente que detém
a competência para instituir determinado tributo delega a outra entidade a
capacidade para fiscalizar e cobrar, além de determinar a esta entidade os
recursos arrecadados para desempenho das suas atividades institucionais. É
o caso dos órgãos de fiscalização dos conselhos de classe: CREA, CRM,
CRC, etc.

3.2. Quanto à atuação estatal na ocorrência do fato gerador:


Esta classificação leva em consideração a atuação estatal na situação que dá
origem ao surgimento do tributo, ou seja, o fato gerador. Nessa linha, temos:

 Tributos VINCULADOS: são aqueles cujo fato gerador ocorre em função de


uma ação estatal relativa ao contribuinte. É o caso das taxas pela prestação
de algum serviço público, como a taxa de coleta de lixo. Dada a atuação do
Estado na situação que faz nascer a obrigação tributária, pode-se afirmar que
se trata de fato do Estado.

 Tributos NÃO VINCULADOS: são os que surgem devido a alguma ação


própria do contribuinte, independente da Ação de Estado, é o caso dos
impostos.

3.3. Quanto aos aspectos pessoais do contribuinte:

A doutrina utiliza o art. 145 §1º, da CF/88 como fundamento para essa
classificação. Segundo o dispositivo, SEMPRE QUE POSSÍVEL, os impostos
terão caráter pessoal.

a) Impostos pessoais: São aqueles em que, de acordo com os preceitos


constitucionais, devem ser levados em consideração os aspectos pessoas
do contribuinte, mais especificamente o patrimônio, os rendimentos e a
atividade econômica. EX. I.R. → (existe pessoas isentas)
b) Imposto real: incide sobre bens e não leva em consideração os aspectos
pessoais do contribuinte. Ex. IPTU → (obrigação propter rem), IPVA,
ITCMD, TAXA JUDICIÁRIA.

3.4. Quanto à pessoa que suporta o ônus do tributo

a) Tributos diretos: São aqueles em que o contribuinte definido em lei é


aquele que arca com o ônus da tributação. Ex. IPVA, herdeiro da herança
que paga o ITCMD.
b) Tributos indiretos: são aqueles em que esse ônus pode ser transferido
para terceiro, que apesar de não ser o contribuinte acaba suportando a
carga tributária. (seria o ICMS, mas com a reforma tributária será criada o
imposto sobre bens e serviços e a contribuição sobre bens e serviços →
ficará diluído de forma progressiva)

3.5. Quanto ao destino legal do produto da arrecadação

a) Tributos de arrecadação vinculada: São aqueles que cujos recursos


arrecadados têm uma destinação específica e não podem ser utilizados
livremente pelo ente tributante. O tributo deve retornar em prol do
mesmo setor (efeito guarda-chuva) Ex. empréstimo compulsório, e a
extinta C.P.M.F, CID Combustíveis → para eliminar outro tributo sobre
combustíveis.

b) Tributos de arrecadação não vinculada: o ente tributante é livre para


aplicar os recursos. Ex. impostos

Da definição de impostos expressa no CTN temos que se trata de tributo não


vinculado, ou seja, o imposto surge não pela atuação estatal em relação ao
contribuinte, mas por uma ação do próprio contribuinte. Além de não ser o retorno do
tributo vinculado, o imposto é tributo de arrecadação não vinculada, por força do art.
167, IV da CF/88. → ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO NÃO VINCULADA
(município e Estados podem arrecadar, mas mandam para União que será
redistribuída de várias formas).

Princípio da capacidade contributiva: Dado que o intuito do imposto é arrecadar,


ou sejam função fiscal, a União buscará aqueles que demonstram maior capacidade
contributiva, ou seja, apresentam alguma manifestação de riqueza. Nessa linha a
CRFB em seu art. 145, §1º elenca que “sempre que possível os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica”.
Assim quem demonstra maior capacidade contributiva deverá pagar mais.

A capacidade contributiva, em regra, é observada na tributação da seguinte forma:


Capacidade contributiva → progressividade (mais aplicada nos impostos pessoais)
→ seletividade (mais aplicável aos impostos reais)

Ex. I.T.C.M.I (leva em conta a capacidade contributiva da herança)

Capacidade contributiva e progressividade


É aplicada quando as alíquotas aumentam à medida que amenta a base de cálculo.
Dessa forma, se tributa de forma mais gravosa quanto maior a manifestação de
riqueza do contribuinte, conferindo caráter pessoal.

Capacidade contributiva e seletividade


Significa aplicar alíquotas diferentes para produtos diferentes a depender da
essencialidade (ex. cesta básica) de cada um. Para itens de primeira necessidade,
alíquotas menores, para os mais supérfluos, alíquotas mais expressivas.
TRIBUTOS EM ESPÉCIE

De acordo com o art. 5º CTN temos uma definição tripartite acerca dos tributos em:
Impostos, taxas e Contribuições de Melhoria (não quer dizer que foi revogado, a CF
apenas aumentou o rol). Com o regramento da CF/1988, passou-se a ter uma
denominação pentapartite acerca dos tributos, a saber:

 Impostos - não vinculado. Função: arrecadar

 Taxas - vinculado. Obrigação do Estado, licença, certidão, distribuir o


processo. Contraprestação

 Contribuição de Melhoria - vinculado. Paga por ter seu imóvel beneficiado por
alguma obra pública

 Empréstimo compulsório. Vinculado. Ex: campanha para os consumidores


passaram a usar o combustível a álcool - década de 80. Tem que pensar na
devolução desse dinheiro depois também.

 Contribuições especiais (sociais). Art. 195 da CRFB - vinculada (característica


de taxa) e não vinculado (característica de imposto → contribuinte paga, mas
não quer dizer que vai usar.

Art. 195. CRFB A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais

Natureza jurídica do tributo: De acordo com o artigo 4º do CTN, pouco importa o


nome, as formalidades ou o destino do produto da arrecadação, o que vale para
identificar a espécie tributária é o fato gerador do tributo (receber uma herança,
comprar um carro, ganhar mais que o valor que implica em isenção).

Art. 4º CTN A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador
da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação

A pentaparticipação e a inaplicabilidade do art. 4º do CTN: Com o advento da


pentaparticipação, os empréstimos compulsórios e as contribuições acabaram
impedindo a aplicação plena do art. 4º do CTN. Isso porque o fato gerador desses
tributos não tem características próprias, o regramento constitucional traça como
elemento característico a destinação dos recursos arrecadados, a exemplo do art.
195 da CF (empréstimos compulsórios e contribuições de natureza vinculada e não
vinculada).
Pode-se verificar que a contribuição do empregador sobre a folha de salários é
vinculada ao financiamento da seguridade social (pode o segurado receber ou não).

IMPOSTOS

Pelo art. 16 do CTN, imposto é toda obrigação que tem o fato gerador como algo
independente do Estado (ou seja, o fato advém do contribuinte)

Art. 16. do CTN Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.

Da definição de imposto expressa no CTN, temos que se trata de tributo não


vinculado, ou seja, o imposto surge não pela atuação estatal em relação ao
contribuinte, mas por uma ação do próprio contribuinte. Além de não ser vinculado, o
imposto é tributo de arrecadação não vinculada, por força do art. 167, IV, da CF/88.

Art. 167 CRFB. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão,


fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos
impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino
e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo.

Princípio da capacidade contributiva: dado que o intuito do imposto é arrecadar,


ou seja, função fiscal, a União buscará aqueles que demonstram maior capacidade
contributiva, ou seja, apresentam alguma manifestação de riqueza.

Nessa linha, a CF/88, em seu art. 145, §1º elenca que “sempre que possível os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica”.

Assim, quem demonstra maior capacidade contributiva deverá pagar mais. Dessa
maneira, a capacidade contributiva é observada na tributação da seguinte forma:

CAPACIDADE CONTRIBUTIVA → progressividade (na maioria das vezes aplicada


aos impostos pessoais); seletividade (mais aplicável aos impostos reais)
Capacidade contributiva e progressividade: é aplicada quando as alíquotas
aumentam à medida que aumenta a base de cálculo. Dessa forma, se tributa de
forma mais gravosa quanto maior a manifestação de riqueza do contribuinte,
conferindo caráter pessoal.

Capacidade contributiva e seletividade: significa aplicar alíquotas diferentes para


produtos diferentes, a depender da essencialidade de cada um. Para itens de
primeira necessidade, alíquotas menores, para os mais supérfluos, alíquotas mais
expressivas.

TAXAS

(art. 145 CRFB e art. 77 CTN)

Conceito: Trata-se de tributo contraprestacional que para ser exigido depende de


atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Logo, pode-se afirmar que para
as taxas o fato gerador é um FATO DO ESTADO. Para taxa não se leva em
consideração o patrimônio/renda do contribuinte
Subdivide-se em taxa de serviço e taxa de polícia.

 Taxa de serviço: prestação de serviços públicos Específicos e Divisíveis e


a utilização pode ser efetiva ou potencial → quando o serviço for de
utilização compulsória e estiver à disposição do contribuinte e em pleno
funcionamento.
Sobre a taxa de serviço, a CRFB dispõe que tem como possíveis fatos
geradores a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos
ou divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à disposição.
 Serviços específicos e divisíveis: para ser específico é necessário
que exista um órgão responsável pela sua prestação, ex. coleta de lixo,
assim o serviço é específico quando o contribuinte sabe por qual
serviço está pagando e quem lhe presta o serviço. Para ser divisível,
precisa da utilização separadamente, por cada um dos usuários. O
serviço é divisível quando o estado pode identificar quem são os
usuários do serviço e medir qual foi utilização por cada um deles.

 Utilização efetiva e potencial: o fato gerador é a utilização. Já a


utilização potencial representa a situação em que o contribuinte tem o
serviço posto à sua disposição, utilizando efetivamente ou não.

TAXA DE POLÍCIA
Neste caso da taxa de polícia, não há que se falar em utilização efetiva ou potencial.
É o exercício da atividade estatal que figura como fato gerador.
Definição/fundamentação legal está no art. 78 do CTN

   Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Exemplos: taxa de fiscalização de obras, taxas de fiscalização de publicidade, taxa


de fiscalização e funcionamento (taxa em um bar que abriu e não deveria abrir vai
ser aplicada de acordo com a capacidade de público do local), taxa de fiscalização
sanitária.

Base de cálculo das taxas: as taxas não poderão ter base de cálculo própria dos
impostos (art. 145, §2° CRFB). Sendo a base de cálculo elemento que irá quantificar
a taxa, precisa guardar relação com o fato gerador. Já para o imposto, a base de
cálculo seria a manifestação da riqueza.

Taxa → base de cálculo (não leva em conta o patrimônio) x alíquota

Assim, sendo as taxas um fato do Estado, a sua base de cálculo deve ser uma
grandeza relacionada à atividade estatal e não ao contribuinte.
Exemplo: o serviço de coleta de lixo nos imóveis é divisível para fins de cobrança de
taxa (base de cálculo é a área da casa→ único dado que a prefeitura possui).

2º BIMESTRE

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

A CRFB permite à União, Estado, DF e Municípios instituírem contribuição de


melhoria decorrente da obra pública. A previsão constitucional está no art. 145, III e
no CTN art. 81.
Fato gerador: é a valorização do imóvel decorrente de obra pública (caso seja um
shopping/universidade particular não pode obrar, pois é obra particular). Não basta o
Estado promover a obra próxima ao imóvel.
Para fazer jus à cobrança da contribuição, há que ocorrer a valorização do imóvel e
que esta seja decorrente da obra. (Então o tributo será lançado após a conclusão e
valorização da obra efetivamente)
Princípio do não enriquecimento sem causa ou injusto: Trata-se de tributo
contraprestacional relativa ao contribuinte, qual seja, a realização da obra.

Obs. muitas vezes uma empresa pra pagar parte da obra e realiza-la e depois
desconta o valor da contribuição de melhoria.

Nesse sentido, o próprio CTN estatuiu que o valor máximo individual é a valorização
que o imóvel teve decorrente da obra e o limite global aquele arrecadado da
totalidade dos beneficiados é a despesa realizada pelo ente público.

Art. 82 CTN

Contribuição de melhoria:

 Princípio do não enriquecimento sem causa


 Valorização imobiliária decorrente de obra pública (não é o custo total da
obra)
 Limites da cobrança
a) Valorização de cada imóvel
b) Custo total da obra

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