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TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO – AULA 5 – 08/09/2021

TRIBUTOS – CONTINUAÇÃO
Princípios tributários
São linhas diretivas que informam e iluminam a compreensão de segmentos normativos,
imprimindo-lhes um caráter de umidade relativa e servindo de fator de agregação num dado
feixe de normas. Ou seja, são linhas que determinam como o governo deve agir para criar,
cobrar e administrar os tributos.
Enfim, princípios são as proposições básicas que informam e orientam as ciências. Para o
Direito, o princípio é seu fundamento, a base que irá informar e orientar as normas jurídicas.
As normas jurídicas devem ser editadas em rigorosa consonância com os princípios.
1) Princípio da legalidade:
Art 5, CF: “II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”.
Art 150, CF: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo
sem lei que o estabeleça”.
Aumento de tributo: altera-se o aspecto quantitativo – alíquota e base de cálculo
2) Princípio da isonomia tributária:
Art 150, II, CF: “II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos”. Ex: seno cara é rico e ganha 100.000,00 vai ser
descontado 27% de imposto de renda. Já um outro cidadão ganha 10.000,00 por mês e
naquele mês específico ele ganhou 100.000,00. Tanto ele ganhando 10.000,00 quanto
ele ganhando 100.000,00 será descontado 27% de imposto de renda. Isso não significa
que todo mundo vai pagar o mesmo valor. Por exemplo, uma pessoa que mora num
imóvel no Morumbi, não vai pagar a mesma coisa que alguém que tem um imóvel na
Lapa (com a mesma metragem). Cada subprefeitura tem o seu valor do metro
quadrado. Mas por exemplo, se eu e meu vizinho temos um imóvel com a mesma
metragem, e eu pago muito mais que ele, eu posso questionar.
3) Princípio da irretroatividade:
Art 150, III, a, CF: “III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado”. Ex: se a lei
vai ser publicada amanhã, o governo não poderá me cobrar hoje mesmo que tenha
ocorrido o fato gerador hoje (porque só pode ser cobrado se o fato gerador ocorreu
depois que a lei já estava em vigência).
4) Princípio da anterioridade:
Art 150, III, b, CF: “III – cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou” Exercício financeiro – tudo que
ocorrer do dia 01/01 a 31/12 (temos que declarar tudo no imposto de renda). O
governo não pode criar um imposto num exercício financeiro e cobrar nesse mesmo
exercício. Ex: se o tributo foi criado dia 08/09, ele só passará a vigorar a partir de
01/01/2022 (no próximo exercício fiscal).
Exceções (casos em que pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro) – casos em
que mexe com a economia externa:
a) Alterações de alíquotas de impostos federais: imposto de importação e
exportação; IPI; IOF
b) Contribuições sociais: Art 195, parágrafo 6,CF: “§ 6º As contribuições sociais de
que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data
da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando
o disposto no art. 150, III, b”. É o princípio da noventena – as contribuições sociais
começam a vigorar 90 dias após a sua publicação (Art 150, III, c, CF).
5) Princípio da uniformidade (Art 151, I, CF): a tributação da União deverá ser uniforme
em todo território nacional, não podendo criar distinções em relação aos Estados, aos
municípios e ao Distrito Federal. Ex: o valor do tributo da União que é cobrado em SP,
é o mesmo que é cobrado no RJ, no Ceará, etc.
6) Princípio da capacidade contributiva (Art 145, parágrafo 1, CF): estabelece o princípio
da capacidade econômica do contribuinte, que, por mera definição, seria a
possibilidade de pagar tributos.
Elementos do tributo
1) Fato gerador: é a concretização da hipótese de incidência tributária (concretização da
hipótese do governo cobrar do contribuinte) prevista em abstrato na lei, que gera a
obrigação tributária. Enfim, conceitua-se como o fato que faz nascer a obrigação de
pagar o tributo. Ex: se eu prestar um serviço eu tenho que pagar o ISS; Ex2: se eu tiver
uma fábrica e produzir um produto X, eu tenho que pagar IPI.
- fato gerador de obrigação principal (Art 114, CTN): obrigação principal – sempre de
natureza pecuniária, isto é, pagar um tributo. Ex: se eu comprar um carro eu tenho
que passar a pagar IPVA
- fato gerador da obrigação acessória (Art 115, CTN): obrigação acessória –
cumprimento de formalidades complementares, destinadas a comprovar a existência e
os limites da operação tributária. Ex: emitir NF, escriturar livros fiscais, fazer inscrição
no CNPJ, etc. já vimos na aula passada quando a obrigação acessória se torna principal
(ex: multa pelo não pagamento de um tributo. O tributo é a obrigação acessória, mas o
valor da multa também se torna).
2) Contribuinte ou responsável:
a) Sujeito ativo: é o credor do tributo, ou seja, aquele que tem o direito subjetivo de
exigir a prestação pecuniária
b) Sujeito passivo: é a pessoa que tem o dever jurídico de efetuar o pagamento do
tributo:
- contribuinte (Art 121, I, CTN): sujeito passivo da obrigação tributária que tem
relação pessoal e direta com o fato gerador. Ex; proprietário de uma casa tem que
pagar IPTU.
- responsável (Art 121, II, CTN): pessoa que a lei escolher para responder pela
obrigação tributária, em substituição ao contribuinte de fato, dada a maior
complexidade para alcançá-lo. Ex: se eu sou empregado (CLT), a empresa desconta
do meu salário o valor do INSS e paga. Então sou eu que estou pagando (porque
sai do meu salário), mas é a empresa que está fazendo o trâmite.
3) Base de cálculo
4) Alíquota
5) Adicional
6) Prazo de pagamento

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