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Direito Tributário

TRIBUTO

ž Conceito: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo


valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade plenamente vinculada”. Art. 3º do Código
Tributário Nacional
TRIBUTO

ž Prestação pecuniária compulsória: obrigação tributária pecuniária, representada


por um “dar” e não “fazer”, decorrente de lei, independentemente da vontade do
particular/contribuinte;

1) moeda ou cujo valor nela se possa exprimir:

2) exemplo de modalidades de extinção do tributo (art. 156, CTN): pagamento,


compensação de créditos com débitos, dação em pagamento de bens imóveis, na
forma e condições estabelecidas em lei.
TRIBUTO

ž Que não constitua sanção de ato ilícito: a incidência do tributo decorre de


manifestações lícitas do contribuinte, não há incidência de tributo em razão de atos
ilícitos.

1) tributo: campo licitude ≠ multa: campo ilicitude

2) ideia do pecúnia non olet: o dinheiro não cheira

3) em sentido complementar é a disposição do art. 118 do Código Tributário


Nacional:
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I- da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II- dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos .
TRIBUTO

• Instituída em lei: em razão do princípio da legalidade, a instituição de tributo está


condicionada à existência de lei. A lei tem função indispensável em matéria
tributária, não estando restrita apenas à hipótese de instituição ou majoração do
tributo, nos moldes do art. 150, inc. I da Constituição Federal, mas abrangendo
todos os elementos necessários para a configuração da obrigação tributária, nos
moldes do art. 97 do Código Tributário Nacional.
TRIBUTO

• Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a


administração pública está vinculada à cobrança do tributo, não podendo agir com
discricionariedade.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
ž Importância da classificação: identificar a natureza jurídica de cada tributo, de
sorte a possibilitar o controle da constitucionalidade da sua exigência.

ž Possíveis classificações:

1) teoria tripartite/tricotômica: impostos, taxas, contribuição de melhoria


(art. 145 da Constituição Federal)

2) teoria pentapartite/quinquipartite: impostos, taxas, contribuições de


melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições (ex: art. 145, art. 148, art.
149 da Constituição Federal).
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
ž Impostos: segundo o art. 16 do Código Tributário Nacional, “imposto é o
tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Dessa definição, emergem algumas conclusões:


1) o fato gerador dos impostos independe de qualquer atividade estatal
específica, trata-se de tributo não vinculado à atividade estatal.
2) não há afetação da receita, o produto da arrecadação não possui
qualquer finalidade específica, servindo para cobrir as despesas gerais do Estado.
É neste contexto que deve ser compreendido o art. 167, inc. IV da Constituição
Federal que, em regra, veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo
ou despesa.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
ž Justificativa para cobrança dos impostos: a manutenção do próprio Estado,
cujo interesse é estendido à toda coletividade

ž Parâmetro para cobrança dos impostos: manifestação de conteúdo


econômico, a ser mensurado pelo princípio da capacidade contributiva,
enquanto reflexo dos valores da justiça e da solidariedade.

Art. 145, § 1º da CF. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
ž Taxas: segundo o art. 145, inc. II da Constituição Federal e art. 77 e ss. do
Código Tributário Nacional, as taxas têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Dessa definição, emergem algumas conclusões:

1) o fato gerador das taxas depende de uma atividade estatal, trata-se de


tributo vinculado à atuação estatal,

2) tratando-se de tributo vinculado à atividade estatal, há afetação do


produto da arrecadação.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
ž Justificativa para cobrança das taxas: a taxa é a contraprestação que o
contribuinte paga ao Estado em razão da atuação deste em favor daquele,
serve para atender à despesa pública decorrente da prestação do serviço.

O artigo 145, § 2º da Constituição Federal deve ser interpretado nesse


contexto: “as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”.

ž Parâmetro para cobrança das taxas: retributividade, equivalência,


referibilidade são alguns termos utilizados para mensurar a cobrança das taxas.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
ž Contribuição de melhoria: segundo o art. 145, inc. III da Constituição Federal,
a contribuição de melhoria decorre apenas de obras públicas. No entanto, o
art. 81 do Código Tributário Nacional, desempenhando as funções típicas de
lei complementar, nos termos do art. 146 da Constituição Federal, dispõe: “a
contribuição de melhoria cobrada pelo União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado”.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Dessa definição, emergem algumas conclusões:

1) o fato gerador da contribuição de melhoria depende de uma atividade


estatal, somada à valorização imobiliária, trata-se de tributo vinculado à atuação
estatal;

2) tratando-se de tributo vinculado à atividade estatal, há afetação do


produto da arrecadação, a ser destinado para cobrir a despesa ou o custo
realizado com a obra pública.

3) os requisitos formais para a instituição do contribuição de melhoria


estão previstos no art. 82 do Código Tributário Nacional e devem ser
devidamente cumpridos, sob pena de inconstitucionalidade e ilegalidade.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
• Art. 82 do Código Tributário Nacional:
A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;

- regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação
judicial.

§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis
situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.

§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento
e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
ž Empréstimo compulsório: O art. 148 da Constituição Federal, dispõe: “a
União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I- para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,
de guerra externa ou sua iminência; II- no caso de investimento púbico de
caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art.
150, III, “b”. Parágrafo único: A aplicação dos recursos provenientes de
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou a sua
instituição”.

Dessa definição, emergem algumas conclusões:


ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

1) Trata-se de tributo cuja competência tributária é reservada à União

2) No caso, o princípio da legalidade é representado por meio da lei


complementar
3) o fato gerador do tributo encontra finalidades especificadas no texto
constitucional, justificando uma espécie de atuação estatal
4) o produto da arrecadação do tributo está afetado à finalidade
específica que fundamenta a sua instituição
5) tratando-se de empréstimo, uma vez encerrada a finalidade
constitucional que lhe dá fundamento de existência, o tributo não pode ser
mantido e o valor deverá ser devolvido ao contribuinte
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
• Contribuições: O art. 149 da Constituição Federal, dispõe: “Compete
exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto
nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo”.
De imediato, surgem as seguintes conclusões:
1) Trata-se de tributo de competência exclusiva da União;
2) O dispositivo constitucional elenca 3 espécies de contribuições: (i) as
sociais, (ii) as de intervenção no domínio econômico e (iii) as de interesse
das categorias profissionais ou econômicas.
3) Todas as contribuições devem ser direcionadas como instrumento de
atuação nas respectivas áreas.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
• Contribuições sociais: As contribuições sociais, tal qual os impostos, não se
vinculam a uma atividade estatal. No entanto, o produto da arrecadação possui
afetação específica, servir de instrumento de atuação da União na área social.
Logo, trata-se de tributo com afetação.
• Área de atuação: atuação social da União, sendo exemplo: (i) seguridade
social, compreendida pela saúde, previdência e assistência social; (ii)
educação.
• Possíveis contribuições sociais: Art. 195, art. 212, § 5º, Art. 240 da
Constituição Federal.
• Parâmetro para cobrança das contribuições sociais: princípio da capacidade
contributiva, enquanto reflexo dos valores da justiça e solidariedade
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

• Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE): A intervenção


no domínio econômico pela União é atípica, mas pode ser utilizada para
fomentar o desenvolvimento de determinado setor, subsidiar determinado
setor, etc.
• Área de atuação: não há uma área específica, cita-se a título exemplificativo as
áreas de monopólio da União, tal qual previsto no art. 177, § 4º da Constituição
Federal
• Possíveis bases de cálculo: Art. 149, § 2º, inc III, da Constituição Federal:
faturamento, receita bruta ou valor da operação e, no caso de importação, o
valor aduaneiro.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
• Contribuição de interesse de categoria profissional e econômica: Os
órgãos de classe são representados por autarquias federais que fiscalizam o
exercício de profissões regulamentadas, ex: CRM, CRC, CREA, etc.
• Área de atuação: na categoria profissional ou econômica.
• Possíveis bases de cálculo: não há menção específica na Constituição
Federal. Geralmente, o valor é representado por uma quantia fixa.
• Parâmetro para cobrança da contribuição de interesse de categoria
profissional e econômica: referibilidade em relação aos custos das autarquia
despendidos em interesse da categoria profissional e econômica.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
• Caráter jurídico da OAB?
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME
JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA
E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO
DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE
SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO
BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora
era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a
alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da
Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas
existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias
especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da
Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-
vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função
constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja
finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão
público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos
demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8.
Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é
autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da
Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10.
Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade.
Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada,
sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido. (ADI 3026, Relator(a): EROS
GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006, DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-00478 RTJ VOL-00201-01 PP-00093)
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

ž O que seria? É a aptidão conferida pela Constituição Federal para que o


federado institua tributos

ž Como funciona? A rigor, a competência tributária pode ser compreendida por


2 fenômenos indissociáveis, a saber: instituição vs isenção; aumento vs
redução.

ž A Constituição Federal distribuiu competências específicas para cada ente


federativo, reforçando, também via tributação, a opção pelo federalismo.

ž A Constituição Federal criou tributos?


COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

ž Características:

1) privatividade;

2) incaducabilidade;

3) indelegabilidade;

4) irrenunciabilidade;

5) facultatividade;

6) inalterabilidade
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

ž Diferença entre competência tributária (instituição, majoração, redução, etc) e


capacidade tributária (arrecadação, notadamente- parafiscalidade). Esta última é
delegável pelo ente competente, ao contrário da competência tributária que é
indelegável.
Art. 7º do CTN: A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do par. 3º do art. 18 da Constituição .

• Bitributação: Denota a ideia de invasão de competência. Quando dois ou mais


entes cobram tributos sobre o mesmo fato jurídico;

• Bis in idem: oneração do mesmo contribuinte, mais de uma vez, sobre a mesma
materialidade, pelo mesmo ente tributante.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
ž Princípio da legalidade: art. 150, inc. I da Constituição Federal e art. 97 do
Código Tributário Nacional

“espera-se que o legislador descreva, com a maior precisão possível, as circunstâncias que
dão ensejo à tributação”. (Schoeuri, p. 310)

• Instituição, aumento, redução, alíquotas, base de cálculo, contribuintes,


extinção, exclusão e suspensão são exemplo de elementos afeitos à lei em
direito tributário

• Mitigação da legalidade: art. 153, § 1º; art. 177, § 4º, inc. I, ”b” da Constituição
Federal. Merece destaque que não se trata de dispensa de lei, mas sim
faculdade para fixação de alíquotas previamente previstas em lei.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Mitigação da legalidade: O Poder Executivo (não necessariamente apenas o
Presidente da República), pode, atendidos os limites estabelecidos por lei,
alterar as alíquotas dos impostos sobre: (i) importação de produtos
estrangeiros; (ii) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados; (iii) produtos industrializados; (iv) operações de crédito,
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; (v) contribuição
de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou
comercialização de petróleo, gás natural e álcool e derivados.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. ALTERAÇÃO DE ALÍQUOTA. ART. 153, § 1º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PRESIDENTRE DA REPÚBLICA NÃO CONFIGURADA.
ATRIBUIÇÃO DEFERIDA À CAMEX. CONSTITUCIONALIDADE. FACULDADE DISCRICIONÁRIA CUJOS LIMITES
ENCONTRAM-SE ESTABELECIDOS EM LEI. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. I - É compatível com a
Carta Magna a norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade
de estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação. II - Competência que não é privativa do Presidente da
República. III - Inocorrência de ofensa aos arts. 84, caput, IV e parágrafo único, e 153, § 1º, da Constituição Federal
ou ao princípio de reserva legal. Precedentes. IV - Faculdade discricionária atribuída à Câmara de Comércio
Exterior - CAMEX, que se circunscreve ao disposto no Decreto-Lei 1.578/1977 e às demais normas regulamentares.
V - Recurso extraordinário conhecido e desprovido.

(RE 570680, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 28/10/2009, REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-228 DIVULG 03-12-2009 PUBLIC 04-12-2009 EMENT VOL-02385-05 PP-01024 RTJ VOL-00213-01 PP-
00693 RSJADV mar., 2010, p. 41-51 RT v. 99, n. 894, 2010, p. 105-124 LEXSTF v. 32, n. 373, 2010, p. 215-245)
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Princípio da igualdade na tributação: art. 150, inc. II da Constituição Federal

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos;
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Igualdade: (i) critério de discriminação; (ii) fundamento constitucional para o critério;
(iii) nexo causalidade entre os dois anteriores

“Celso Antônio Bandeira de Melo- O conteúdo jurídico do princípio da igualdade”.

• Em certa medida, o princípio da capacidade contributiva é a representação do


princípio da igualdade.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Princípio da irretroatividade: art. 150, inc. III da Constituição Federal
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Princípio da anterioridade: art. 150, inc. III da Constituição Federal
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

• Há um prazo que deve ser observado entre a lei que institui ou aumenta e o
início da sua vigência.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

• Anterioridade do exercício financeiro: o início da vigência da lei que institui


ou aumenta está condicionado à virada do exercício financeiro seguinte.

• Anterioridade nonagesimal/noventena: o início da vigência da lei que


institui ou aumenta está condicionado também à observação do prazo de 90
dias da publicação da lei.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Exceções:
Art. 150 § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I,
153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos
nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Art. 195 § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

• A simples modificação dos fatores de indexação, simples atualização


monetária, não se confunde com a majoração de tributo. (RE 200.844, Min.
Celso de Mello. Julgamento: 08 de 2002.
TRIBUTO ANTERIORIDADE EXERCÍCIO ANTERIORIDADE 90 DIAS
II e IE Não se aplica Não se aplica
IOF Não se aplica Não se aplica
Imposto Extraordinário (art. 154, I Não se aplica Não se aplica
da CF)
Empréstimo compulsório (art. Não se aplica Não se aplica
148, I da CF)
Imposto de Renda Aplica-se Não se aplica
IPVA Aplica-se Não se aplica em relação à
fixação da base de cálculo
IPTU Aplica-se Não se aplica em relação à
fixação da base de cálculo
ICMS- combustíveis e Não se aplica Aplica-se
lubrificantes
IPI Não se aplica Aplica-se
Contribuições sociais Não se aplica Aplica-se
CIDE- combustível, gás (art. 177, Não se aplica Aplica-se
par. 4 da CF)
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

• É preciso observar a anterioridade na hipótese de redução?

• É preciso observar a anterioridade na revogação de isenção que implique na


majoração de tributo?

• É preciso observar a anterioridade na hipótese da alteração da data de


pagamento do tributo?
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

• Princípio da vedação ao confisco: art. 150, inc. IV da Constituição Federal


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco

• Remete à ideia de exagero, excesso. O imposto é o preço da liberdade, mas


não pode ser sufocante, prejudicando o exercício de liberdades individuais, ex:
exercício profissão, direito à propriedade
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
MULTA

Ementa: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS.


MULTA MORATÓRIA APLICADA NO PERCENTUAL DE 40%. CARÁTER CONFISCATÓRIO.
INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES DO TRIBUNAL PLENO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal
Federal já decidiu, em diversas ocasiões, serem abusivas multas tributárias que
ultrapassem o percentual de 100% (ADI 1075 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO,
Tribunal Pleno, DJ de 24-11-2006; ADI 551, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal
Pleno, DJ de 14-02-2003). 2. Assim, não possui caráter confiscatório multa moratória
aplicada com base na legislação pertinente no percentual de 40% da obrigação tributária.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(RE 400927 AgR, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 04/06/2013,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-115 DIVULG 17-06-2013 PUBLIC 18-06-2013)
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Para ponderar:
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Princípio da proibição de limitações ao tráfego por meio de tributos,
interestaduais e intermunicipais, ressalvado o pedágio

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público;

• De certa forma, em sentido complementar:


Súmula 323 do STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos
Súmula 70 do STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para
cobrança de tributo.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária:

Ausência de competência tributária para instituir impostos, não restritos ao patrimônio, renda
ou serviços.

Matéria constitucional- previsão no texto constitucional

ATENÇÃO: A imunidade deve ser averiguada junto à figura do contribuinte

1. Amplitude da imunidade no setor público- relação liberdades e garantias fundamentais

2. Amplitude da imunidade no setor privado, desde que os recursos sejam 100% destinados às
finalidades da entidade imune- relação com capacidade contributiva e liberdades e
garantias fundamentais

3. Ponderação da imunidade no setor privado- relação com princípio da livre concorrência


LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Classificação das imunidades Tributárias:

Subjetivas: relacionada às pessoas, em razão da sua natureza jurídica ou às


atividades que desenvolvem

Ex: imunidade recíproca, autarquia, fundações, instituições de ensino, sem fins


lucrativos, e outros.

Objetivas: relacionada aos fatos, bens ou situações

Ex: livros, jornais, periódicos, papel destinado a sua impressão

Mistas: junção do aspecto subjetivo e objetivo


LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária Recíproca
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio,
à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária:
EMENTA Recurso extraordinário com repercussão geral. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Peculiaridades do Serviço Postal. Exercício de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com particulares.
Irrelevância. ICMS. Transporte de encomendas. Indissociabilidade do serviço postal. Incidência da Imunidade do art. 150,
VI, a da Constituição. Condição de sujeito passivo de obrigação acessória. Legalidade. 1. Distinção, para fins de tratamento
normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade
econômica. 2. As conclusões da ADPF 46 foram no sentido de se reconhecer a natureza pública dos serviços postais,
destacando-se que tais serviços são exercidos em regime de exclusividade pela ECT. 3. Nos autos do RE nº 601.392/PR,
Relator para o acórdão o Ministro Gilmar Mendes , ficou assentado que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a,
CF, deve ser reconhecida à ECT, mesmo quando relacionada às atividades em que a empresa não age em regime de
monopólio. 4. O transporte de encomendas está inserido no rol das atividades desempenhadas pela ECT, que deve
cumprir o encargo de alcançar todos os lugares do Brasil, não importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. 5. Não há
comprometimento do status de empresa pública prestadora de serviços essenciais por conta do exercício da atividade de
transporte de encomendas, de modo que essa atividade constitui conditio sine qua non para a viabilidade de um serviço
postal contínuo, universal e de preços módicos. 6. A imunidade tributária não autoriza a exoneração de cumprimento das
obrigações acessórias. A condição de sujeito passivo de obrigação acessória dependerá única e exclusivamente de
previsão na legislação tributária. 7. Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá provimento, reconhecendo
a imunidade da ECT relativamente ao ICMS que seria devido no transporte de encomendas.
(RE 627051, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 12/11/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-028 DIVULG 10-02-2015 PUBLIC 11-02-2015)
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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Ementa: TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. NATUREZA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO.
PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA DISPERSA E NEGOCIADA EM BOLSA DE VALORES. EXAME DA RELAÇÃO ENTRE OS SERVIÇOS PÚBLICOS
PRESTADOS E O OBJETIVO DE DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS A INVESTIDORES PÚBLICOS E PRIVADOS COMO ELEMENTO DETERMINANTE
PARA APLICAÇÃO DA SALVAGUARDA CONSTITUCIONAL. SERVIÇO PÚBLICO DE SANEAMENTO BÁSICO SEM FINS LUCRATIVOS. CF/88,
ARTS. 5º, II, XXXV, LIV E LV; 37, INCISOS XIX E XXI E § 6º; 93, IX; 150, VI; E 175, PARÁGRAFO ÚNICO. PRECEDENTES QUE NÃO SE
ADEQUAM PERFEITAMENTE AO CASO CONCRETO. IMUNIDADE QUE NÃO DEVE SER RECONHECIDA. REDATOR PARA ACÓRDÃO (ART.
38, IV, B, DO RISTF). FIXAÇÃO DA TESE DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. A matéria foi decidida por maioria pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal, que acompanhou o voto do I. Relator, Min. Joaquim Barbosa. Redação da proposta de tese de repercussão geral (art.
38, IV, b, do RISTF). 2. A imunidade tributária recíproca (art. 150, IV, “a”, da Constituição) não é aplicável às sociedades de economia
mista cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, estão voltadas à remuneração do capital
de seus controladores ou acionistas, unicamente em razão das atividades desempenhadas. 3. O Supremo Tribunal Federal nos autos do
RE 253.472, Redator para o acórdão Min. Joaquim Barbosa, DJe 1º/2/2011, já decidiu, verbis: atividades de exploração econômica,
destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por
apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. 4. In casu, trata-se de sociedade de economia
mista de capital aberto, autêntica S/A, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores (Bovespa e New York Stock
Exchange, e.g.) e que, em agosto de 2011, estava dispersa entre o Estado de São Paulo (50,3%), investidores privados em mercado
nacional (22,6% - Bovespa) e investidores privados em mercado internacional (27,1% - NYSE), ou seja, quase a metade do capital social
pertence a investidores. A finalidade de abrir o capital da empresa foi justamente conseguir fontes sólidas de financiamento, advindas
do mercado, o qual espera receber lucros como retorno deste investimento. 5. A peculiaridade afasta o caso concreto da jurisprudência
da Suprema Corte que legitima o gozo da imunidade tributária. 6. Recurso Extraordinário improvido pela maioria do Supremo Tribunal
Federal. 7. Proposta de tese de repercussão geral: Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de
Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela
regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas.

(RE 600867, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-239 DIVULG 29-09-2020 PUBLIC 30-09-2020 )
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Ementa: TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. NATUREZA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO.
PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA DISPERSA E NEGOCIADA EM BOLSA DE VALORES. EXAME DA RELAÇÃO ENTRE OS SERVIÇOS PÚBLICOS
PRESTADOS E O OBJETIVO DE DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS A INVESTIDORES PÚBLICOS E PRIVADOS COMO ELEMENTO DETERMINANTE
PARA APLICAÇÃO DA SALVAGUARDA CONSTITUCIONAL. SERVIÇO PÚBLICO DE SANEAMENTO BÁSICO SEM FINS LUCRATIVOS. CF/88,
ARTS. 5º, II, XXXV, LIV E LV; 37, INCISOS XIX E XXI E § 6º; 93, IX; 150, VI; E 175, PARÁGRAFO ÚNICO. PRECEDENTES QUE NÃO SE
ADEQUAM PERFEITAMENTE AO CASO CONCRETO. IMUNIDADE QUE NÃO DEVE SER RECONHECIDA. REDATOR PARA ACÓRDÃO (ART.
38, IV, B, DO RISTF). FIXAÇÃO DA TESE DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. A matéria foi decidida por maioria pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal, que acompanhou o voto do I. Relator, Min. Joaquim Barbosa. Redação da proposta de tese de repercussão geral (art.
38, IV, b, do RISTF). 2. A imunidade tributária recíproca (art. 150, IV, “a”, da Constituição) não é aplicável às sociedades de economia
mista cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, estão voltadas à remuneração do capital
de seus controladores ou acionistas, unicamente em razão das atividades desempenhadas. 3. O Supremo Tribunal Federal nos autos do
RE 253.472, Redator para o acórdão Min. Joaquim Barbosa, DJe 1º/2/2011, já decidiu, verbis: atividades de exploração econômica,
destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por
apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. 4. In casu, trata-se de sociedade de economia
mista de capital aberto, autêntica S/A, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores (Bovespa e New York Stock
Exchange, e.g.) e que, em agosto de 2011, estava dispersa entre o Estado de São Paulo (50,3%), investidores privados em mercado
nacional (22,6% - Bovespa) e investidores privados em mercado internacional (27,1% - NYSE), ou seja, quase a metade do capital social
pertence a investidores. A finalidade de abrir o capital da empresa foi justamente conseguir fontes sólidas de financiamento, advindas
do mercado, o qual espera receber lucros como retorno deste investimento. 5. A peculiaridade afasta o caso concreto da jurisprudência
da Suprema Corte que legitima o gozo da imunidade tributária. 6. Recurso Extraordinário improvido pela maioria do Supremo Tribunal
Federal. 7. Proposta de tese de repercussão geral: Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de
Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela
regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas.

(RE 600867, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-239 DIVULG 29-09-2020 PUBLIC 30-09-2020 )
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Ementa: TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. NATUREZA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO.
PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA DISPERSA E NEGOCIADA EM BOLSA DE VALORES. EXAME DA RELAÇÃO ENTRE OS SERVIÇOS PÚBLICOS
PRESTADOS E O OBJETIVO DE DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS A INVESTIDORES PÚBLICOS E PRIVADOS COMO ELEMENTO DETERMINANTE
PARA APLICAÇÃO DA SALVAGUARDA CONSTITUCIONAL. SERVIÇO PÚBLICO DE SANEAMENTO BÁSICO SEM FINS LUCRATIVOS. CF/88,
ARTS. 5º, II, XXXV, LIV E LV; 37, INCISOS XIX E XXI E § 6º; 93, IX; 150, VI; E 175, PARÁGRAFO ÚNICO. PRECEDENTES QUE NÃO SE
ADEQUAM PERFEITAMENTE AO CASO CONCRETO. IMUNIDADE QUE NÃO DEVE SER RECONHECIDA. REDATOR PARA ACÓRDÃO (ART.
38, IV, B, DO RISTF). FIXAÇÃO DA TESE DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. A matéria foi decidida por maioria pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal, que acompanhou o voto do I. Relator, Min. Joaquim Barbosa. Redação da proposta de tese de repercussão geral (art.
38, IV, b, do RISTF). 2. A imunidade tributária recíproca (art. 150, IV, “a”, da Constituição) não é aplicável às sociedades de economia
mista cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, estão voltadas à remuneração do capital
de seus controladores ou acionistas, unicamente em razão das atividades desempenhadas. 3. O Supremo Tribunal Federal nos autos do
RE 253.472, Redator para o acórdão Min. Joaquim Barbosa, DJe 1º/2/2011, já decidiu, verbis: atividades de exploração econômica,
destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por
apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. 4. In casu, trata-se de sociedade de economia
mista de capital aberto, autêntica S/A, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores (Bovespa e New York Stock
Exchange, e.g.) e que, em agosto de 2011, estava dispersa entre o Estado de São Paulo (50,3%), investidores privados em mercado
nacional (22,6% - Bovespa) e investidores privados em mercado internacional (27,1% - NYSE), ou seja, quase a metade do capital social
pertence a investidores. A finalidade de abrir o capital da empresa foi justamente conseguir fontes sólidas de financiamento, advindas
do mercado, o qual espera receber lucros como retorno deste investimento. 5. A peculiaridade afasta o caso concreto da jurisprudência
da Suprema Corte que legitima o gozo da imunidade tributária. 6. Recurso Extraordinário improvido pela maioria do Supremo Tribunal
Federal. 7. Proposta de tese de repercussão geral: Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de
Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela
regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas.

(RE 600867, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-239 DIVULG 29-09-2020 PUBLIC 30-09-2020 )
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária templos de qualquer culto
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.

• templo sentido amplo: ex da religião católica e seus anexos: casa paroquial, convento,
abadia, seminário, venda de objetos sacros, veículos, etc.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária templos de qualquer culto

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU.


ARTIGO 150, VI, "B", CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1.
Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão
abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade
da incidência de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os templos
de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da
Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, "b". 3. As áreas da
incidência e da imunidade tributária são antípodas. Recurso extraordinário provido.
(RE 578562, Relator(a): EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008, DJe-172 DIVULG
11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 EMENT VOL-02332-05 PP-01070 RTJ VOL-00206-02 PP-00906
LEXSTF v. 30, n. 358, 2008, p. 334-340)
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária templos de qualquer culto
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade tributária partidos políticos e suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores e das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade tributária partidos políticos e suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituições de
educação e assistência social, sem fins lucrativos
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
CTN
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele
referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade Tributária:

Súmula 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas no art. 150, VI, “c’ da Constituição, desde
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade tributária dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a
sua impressão.

Difusão de cultura, livre expressão e outras garantias constitucionais. Pouco


importa o conteúdo

Integração de novas tecnologias à imunidade.

Sumula vinculante 57, STF: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da
CF/88 aplica-se à importação e comercialização, no mercado interno, do livro
eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados para fixá-los, como
leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades
acessórias.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Imunidade tributária de fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores ou literomusicais de
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
da replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laiser.

Videofonograma/fonograma: sons ou imagens que exprimem uma coisa incorpórea, que


pode ser obra literária ou artística. (José Ascensão, Direito do Autor. p. 494)
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
• Vedações direcionadas à UNIÃO

Art. 151. É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover
o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios.
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

ž Constituição Federal: estabelece regras de competência tributária, regras de


imunidade tributária, natureza jurídica das espécies tributárias, princípios e
limitações ao poder de tributar, regras para edição de outros instrumentos
introdutores de normas tributárias (lei complementar, lei ordinário, decreto,
resolução, etc)

O Direito Tributário é, por excelência, um Direito Constitucional Tributário.


FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ž Lei Complementar: instrumento extremamente relevante para o Direito Tributário, que se submete
ao rito previsto no art. 69 da CF (maioria absoluta).

Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ž Lei Complementar, duas propostas:

1) Complementar a Constituição Federal: servir de instrumento de regulação nacional

• delimitar a competência tributária para evitar conflitos de competência entre os entes federados.
Exemplos: ISS e ICMS (art. 156, inc. III da CF).

• Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar

Exemplos: imunidade tributária dos partidos políticos, entidades sindicais e instituições educacionais e
sociais, sem fins lucrativos (art. 150, IV, c da CF); princípio da legalidade (art. 97, I do CTN).

• Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária (ex: definir tributos e espécies; obrigação,
lançamento, crédito, prescrição, decadência, etc)
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ž Normas gerais: organizar a ordem jurídica nacional (federal, estadual, municipal)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.

Neste contexto, sobressai a relevância do Código Tributário Nacional.

Mas seria este a única lei complementar em matéria tributária?


FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ž Lei Complementar, duas propostas:

2) Servir de instrumento de atuação da União Federal

Ex: instituição de empréstimo compulsórios (art. 148, CF); instituição de impostos extraordinários (art.
154,inc. II, CF); instituição do imposto sobre grandes fortunas (art. 153, inc. VII da CF); exercício da
competência residual (art. 154, inc. I da CF).

Neste caso, há distinção entre a lei complementar e lei ordinária? Formal? E de conteúdo?
ž
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

ž Lei Ordinária: é a fonte, por excelência, para a instituição dos tributos (art. 150, inc. I e art. 97 do
CTN- Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua
redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal,
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua
base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e
extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades )

ATENÇÃO: LEI e LEGISLAÇÃO, mesmo sentido?

CTN- Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os
decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

ž Medida provisória: art. 62 da CF (relevância e urgência)

Quais os limites? Matérias reservadas à lei complementar, urgência e relevância

Art.62, § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

ž Medida provisória:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. CSLL. MAJORAÇÃO DE


ALÍQUOTA. MP 1.807/1999 E REEDIÇÕES. POSSIBILIDADE. CONTAGEM DO PRAZO NONAGESIMAL A
PARTIR DA PRIMEIRA EDIÇÃO. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que me parece
juridicamente correta, é firme no sentido de que é constitucional a majoração da alíquota da CSLL pela
MP 1.807/1999 e suas reedições e que a contagem do prazo nonagesimal se dá com a primeira edição
da medida provisória. 2. Agravo regimental desprovido.

(RE 636319 AgR, Relator(a): AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 06/09/2011, DJe-205 DIVULG
24-10-2011 PUBLIC 25-10-2011 EMENT VOL-02614-02 PP-00195)
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

• Resolução: competência exclusiva do Senado Federal para fixar alíquotas mínimas ou máximas, a
depender do tributo.

(ex: art. 155, § 1º, IV da CF, art. 155, §6º, inc I da CF)

Alíquotas máximas ITCMD (Resolução 9 de 1992- 8%), alíquotas mínimas do IPVA (Resolução 15 de
2022, 0% para o IPVA para veículos de 2 rodas de até 170 cilindradas), por exemplo.

• Decreto legislativo: em determinadas hipóteses serve para majorar ou reduzir as alíquotas de


impostos, nos termos da lei; serve para tornar aspectos da lei mais claros e precisos. Em matéria
tributária, justamente em razão do princípio da legalidade, o decreto legislativo tem função muito
reduzida (art. 99 do CTN).
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

ž Tratados internacionais: acordos para evitar a bitributação, por exemplo.

ž Convênios: Por determinação legal, os convênios estão muito presentes no caso do ICMS. No caso,
os Estados devem firmar convênios para autorizarem a concessão de benefícios fiscais, por exemplo.

ž Normas complementares: atos normativos (portaria, instruções normativas, etc), se dirigem aos
subordinados de determinada autoridade competente; decisões administrativas; práticas reiteradas
observadas pela administração pública; convênios firmados entre União, Estados, Distrito Federal e
Municípios (ex: ITR entre União e Municípios para delegação de capacidade contributiva).

ž
DIREITO FINANCEIRO

ž Objeto do Direito Financeiro: a atividade financeira do Estado, que abrange o orçamento público;
as formas, condições e limites para obtenção da receita; as formas, condições e limites para gasto do
dinheiro.

ž Cisão do Direito Tributário e Direito Financeiro com a promulgação do Código Tributário Nacional
(Lei 5.172/1966).

“O Direito Tributário termina com o pagamento do DARF”. (Alfredo Augusto Becker).

Contraponto: art. 3º da CF- Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.

• Constituição Federal de 1988 estabelece regras de repartição das receitas arrecadadas, regras para o
trato do orçamento público, regras para o controle do gasto público e outros temas atinentes.

• O contexto histórico no país demandou/demanda uma atenção especial com as contas públicas.
DIREITO FINANCEIRO
DIREITO FINANCEIRO

Programa de Estabilidade Fiscal no Governo FHC- 1999 a 2001

1. Equilíbrio das contas públicas;

2. Estabilidade da moeda REAL;

3. Reforma da previdência (teto máxima para benefícios; combinação de idade e tempo de


contribuição; competência da justiça do trabalho para cobrar contribuições sociais, etc).

4. Reforma tributária (reduzir os tributos sobre o consumo, reestruturar a Receita Federal);

5. Reforma administrativa;

6. Reforma trabalhista;

7. Lei de Responsabilidade Fiscal (2001);

8. Privatizações;
DÍVIDA PÚBLICA
DÍVIDA PÚBLICA
DÍVIDA PÚBLICA

ž Parâmetro para classificação: crescimento econômico e reservas nacionais, por exemplo.


DÍVIDA PÚBLICA
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO

• Direito Constitucional Financeiro: normas jurídicas constitucionais que regem a atividade


financeira do Estado, desde a obtenção da receitas até a realização do orçamento e das despesas,
considerando todas as competências materiais, federalismo, custos dos direitos e liberdades,
patrimônio estatal, etc (Curso de Direito Financeiro Brasileiro- Marcus Abraham).

• Competência legislativa para o Direito Financeiro é concorrente (art. 24, inc. II da CF). Como ocorre
em matéria tributária, caberá à União estabelecer normas gerais através de lei complementar, em
razão do art. 163 da Constituição Federal (ex: Lei de Responsabilidade Fiscal).

Art. 163. Lei Complementar disporá sobre: (i) finanças públicas; (ii) dívida pública externa e interna,
incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; emissão e
resgate de títulos da dívida pública; sustentabilidade da dívida, etc.
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO
ž Art. 48 da CF: Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre: I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; XIII- matéria financeira,
cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; XIV- moeda, seus limites de emissão, e montante
da dívida mobiliária federal.

ž Art. 52 da CF: Compete privativamente ao Senado Federal: V- autorizar operações externas de natureza
financeira de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI- fixar, por
proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII- dispor sobre limites globais e condições para as operações de
crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público Federal; VIII- dispor sobre limites e condições para a
concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX- estabelecer limites globais para
o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO

• Art. 62, par. 1 da CF: é vedado medida provisória para tratar de planos plurianuais, diretrizes
orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares.

• Art. 84 da CF: Cabe ao Presidente da República enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos na Constituição;
prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

• Art. 85 da CF: Crime de responsabilidade o ato do presidente contra a lei orçamentária.

• Art. 34 e art. 35 da CF: possibilidade de intervenção financeira de um ente federado sobre o outro:
reorganizar as finanças da unidade da Federação/Município que não pagar a dívida por mais de 2
anos consecutivos; não repartir as receitas, por exemplo.
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO
• Fiscalização da atividade financeira da União, Estados e Municípios: controle interno de cada
ente (legislativo, judiciário e executivo); câmara dos deputados; câmaras de vereadores; assembleias
legislativas, etc e controle externo (tribunais de contas, controladoria geral da União, controladoria
do Estado, etc).

• Competências tributárias e repartição de receitas:

União Federal II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF, I.Extraordinários
Estados e Distrito Federal ITCMD, ICMS, IPVA
Municípios e Distrito Federal IPTU, ITBI, ISS

Competência privativa da União para instituir empréstimos compulsórios; contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico, e interesse categoria profissional ou de classe; competência residual. No entanto, não há
repartição para a maioria delas.
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO
Art. 157, CF. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem; II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência
que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Art. 158, CF. Pertencem aos Municípios: I- o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
Incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II- cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis
Neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, par. 4, III; III- cinquenta por cento do produto da
Arrecadação do imposto do Estado sobre o IPVA licenciados em seus territórios; IV- vinte e cinco por cento do produto da arrecadação
do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação.
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO
Art. 159, CF. A União entregará:
I- do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre pro-
dutos industrializados, 50% (cinquenta por cento), da seguinte forma: a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Par-
ticipação dos Estados e do Distrito Federal; b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das regiões norte, nordeste e centro oeste, através
de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi
árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região na forma da lei; d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios,
que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos
Municípios,
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal,
proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados;
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por
cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c ,
do referido parágrafo.
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO
DIREITO CONSTITUCIONAL FINANCEIRO

ž Fontes do Direito Financeiro: Constituição Federal; Leis Complementares (Lei Orçamento n. 4320,
64; Lei Responsabilidade Fiscal; Leis ordinárias (anuais, diretrizes orçamentárias, planos plurianuais),
decretos.

• Controle de constitucionalidade: discricionariedade do Poder Legislativo ou Executivo?

O STF entende que cabe controle de constitucionalidade sobre a fiscalização abstrata de


normas orçamentárias.
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO
Legalidade nos 2 (dois) grandes eixos da atividade financeira.

(i) gasto do dinheiro público: endividamento, abertura de créditos, lei


orçamentária anual, etc ;
(ii) concessão de renúncia de receita/gastos tributários: opção, característica
própria da facultatividade na competência tributária, da não arrecadação
pelo ente federado (isenção, anistia, remissão, redução, etc).
Art. 150, § 6º da CF: Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição (...).
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO

• Legalidade: é a regra.

EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA


PROVISÓRIA N° 405, DE 18.12.2007. ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. LIMITES
CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA
EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE
LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS
PARA ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. Interpretação do art. 167, § 3º c/c o art. 62,
§ 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. Além dos requisitos de relevância e urgência (art. 62),
a Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja feita apenas para atender a
despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que ocorre em relação aos requisitos de
relevância e urgência (art. 62), que se submetem a uma ampla margem de discricionariedade
por parte do Presidente da República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167, §
3º) recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões
"guerra", "comoção interna" e "calamidade pública" constituem vetores para a interpretação
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO

interpretação/aplicação do art. 167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. "Guerra",
"comoção interna" e "calamidade pública" são conceitos que representam realidades ou situações fáticas
de extrema gravidade e de conseqüências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, e que dessa
forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas singulares e extraordinárias. A leitura
atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de motivos da MP n° 405/2007 demonstram que
os créditos abertos são destinados a prover despesas correntes, que não estão qualificadas pela
imprevisibilidade ou pela urgência. A edição da MP n° 405/2007 configurou um patente desvirtuamento
dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de
créditos extraordinários. IV. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência da Lei n° 11.658/2008,
desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008.

(ADI 4048 MC, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2008, DJe-157 DIVULG 21-
08-2008 PUBLIC 22-08-2008 EMENT VOL-02329-01 PP-00055 RTJ VOL-00206-01 PP-00232)
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:


d) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e créditos adicionais ou suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º ;

Art. 167. São vedados:

V- a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem


indicação dos recursos correspondentes;

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas


imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade
pública, observado o disposto no art. 62.
Art. 167, CF: São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos


orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEF- 31.08.2016
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO
ž Economicidade:

Art. 70, CF: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.

Relação com o princípio da eficiência: “fazer mais com menos”. Com o mínimo de
recursos, atingir o máximo da satisfação das necessidades públicas.
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO

• Transparência: pretensão de controle dos gastos públicos por parte dos


cidadãos. Conexão entre o dever de pagar tributos e a utilização correta dos
recursos arrecadados (tax morale)
Lei de Responsabilidade Fiscal, Portal da Transparência, Sociedade Civil, etc.

Art. 74, § 2º CF: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é


parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União.
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO

• Transparência: pretensão de controle dos gastos públicos por parte dos


cidadãos. Conexão entre o dever de pagar tributos e a utilização correta dos
recursos arrecadados (tax morale)
Lei de Acesso à informação, Portal da Transparência, Sociedade Civil, etc.

Art. 74, § 2º CF: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é


parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União.
PRINCÍPIOS DO DIREITO FINANCEIRO

• Responsabilidade fiscal: assegurar que o gasto público seja realizado dentro


dos limites e regras legais, sob pena de sanção dos entes públicos ou até
autoridades públicas.
ORÇAMENTO PÚBLICO

• Conceito de orçamento público: instrumento de planejamento, gestão e


controle financeiro do Estado e permite provisionar as receitas, fixar as despesas
por um período de tema, observando a transparência e equilíbrio fiscal.

• Natureza do orçamento público: instrumento político; instrumento econômico;


instrumento técnico e instrumento jurídico.
ORÇAMENTO PÚBLICO

• Três leis orçamentárias previstas na Constituição Federal:


Plano plurianual (PPA): define diretrizes, objetivos e metas de médio prazo (4)
anos.
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): estabelece as metas e prioridades da
administração pública, orienta a elaboração da lei orçamentária anual
subsequente.
Lei Orçamentária Anual (LOA): estabelece todos os gastos, é a lei do orçamento do
exercício financeiro, contém limites para despesa, equilíbrio entre receitas e
despesas.
ORÇAMENTO PÚBLICO

Princípios aplicáveis à confecção do orçamento público

• Legalidade;
• Exclusividade: enfoque legal nas matérias relacionadas com finanças públicas
Art. 165, § 8º CF: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações
de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei,
ORÇAMENTO PÚBLICO
• Universalidade: previsão de todas as receitas e despesas na LOA;
A LOA deve abranger todos os aspectos do programa orçamentário dos Poderes
da União, seus fundos, órgãos, entidades da administração direta e indireta,
fundações, etc, incluindo as previsões de receitas e despesas, metas, objetivos e
metodologia para realização das despesas.

• Unidade: determinação de um único orçamento para cada ente da Federação


(códigos DARF, códigos das GIAS, etc)
ORÇAMENTO PÚBLICO

• Anualidade: os orçamentos valerão para um único exercício financeiro,


compreendido de 01 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. Ressalva ao
princípio da anualidade é o PPA (plurianual), que não trata efetivamente da
atividade financeira do Estado.

• Programação: muito mais que a indicação de receitas e despesas para o


exercício financeiro, trata-se de previsão de objetivos e metas relacionadas à
realização das necessidades públicas.
ORÇAMENTO PÚBLICO

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional (...)
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º , I e II, deste artigo, compatibilizados com o
plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
egionais, segundo critério populacional.
ORÇAMENTO PÚBLICO

• Equilíbrio orçamentário: é exigência de que haja um equilíbrio entre as


despesas e receitas, considerando um ambiente fiscal estável.
ORÇAMENTO PÚBLICO

• Boas práticas orçamentárias da OCDE (Organização para Cooperação e


Desenvolvimento Econômico).

1. Gerenciar os orçamentos dentro de limites claros, creditáveis, previsíveis;


2. Alinhar os orçamentos com as prioridades estratégicas de médio prazo do
governo;
3. Conceber o quadro de orçamento de capital capaz de atender às necessidades
nacionais;
4. Assegurar transparência dos documentos e dados orçamentários
ORÇAMENTO PÚBLICO

• Boas práticas orçamentárias da OCDE (Organização para Cooperação e


Desenvolvimento Econômico).

5. Proporcionar debate inclusivo e participativos sobre o orçamento;


6. Apresentar uma contabilidade abrangente, precisa e confiável;
7. Planejar, gerenciar e monitorar a execução do orçamento;
8. Certificar o desempenho, avaliação e relação custo-benefício sejam partes
integrantes do processo orçamentário;
9. Identificar, avaliar e gerenciar os gastos e riscos fiscais;
ORÇAMENTO PÚBLICO

• Boas práticas orçamentárias da OCDE (Organização para Cooperação e


Desenvolvimento Econômico).

10. Promover a integridade e qualidade das previsões orçamentárias, planos fiscais


e implementação orçamentária através de um rigorosa garantia de qualidade no
processo, incluindo auditoria externa independente.
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• Características comuns: iniciativas do Poder Executivo (art. 165, CF);


• Propostas de outros Poderes: Poder Judiciário, relativo aos seus interesses (art.
Art. 99, § 1º 2º da CF; Art. 127- Ministério Público, Art. 134- Defensoria Pública);
Poder Legislativo, relativo aos seus interesses (emendas individuais, bancadas)
DETALHE: Art. 37, XI da CF- teto remuneratório das carreiras jurídicas não pode
ultrapassar a remuneração dos Ministros.
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• Emendas individuais: 2% da receita corrente líquida do exercício anterior ao


Poder Legislativo.
1,55% aos deputados
0,45% aos senadores

Deste valor, metade deve ser destinado a ações e serviços públicos de saúde.

RESULTADO 2022:
R$ 2.273.114.292.345,01
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• Emendas coletivas: 1% da receita corrente líquida realizada no exercício


anterior.

Bancada/relator?
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• Procedimento: Os projetos de leis orçamentárias serão apreciadas pelas duas


Casas do Congresso Nacional, através de comissão mista permanente.
• Alterações: (art. 166)
Presidente da República: enquanto não iniciada a votação no Congresso;
Não serão aprovadas emendas incompatíveis com o plano plurianual;
Admitidas emendas para fins de alteração para correção de erros ou omissões,
que sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias e demais situações previstas no par. 3 do art. 166, CF.
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• PRAZOS PARA ENVIO PELO PRESIDENTE AO CONGRESSO NACIONAL

PPA- Até 31 de agosto do primeiro ano do mandato;

LDO- Até 15 de abril de cada ano

LOA- Até 31 de agosto de cada ano


LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• PRAZOS PARA SANÇÃO DO PRESIDENTE

PPA- Até 22 de dezembro (encerramento da sessão legislativa);

LDO- Até 17 de julho de cada ano

LOA- Até 22 de dezembro de cada ano


LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• Natureza: IMPOSITIVA ou FACULTATIVA?

Art. 165, par. 10 da CF: A administração tem o dever de executar as programações


orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de
garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade.

Art, 166, par. 11 da CF: É obrigatória a execução orçamentária e financeira das


programações oriundas de emendas individuais, em montante correspondente ao
limite a que se refere o par. 9º deste artigo
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

• Natureza: IMPOSITIVA ou FACULTATIVA?

Exceção imposição por impedimentos de ordem técnica


LEIS ORÇAMENTÁRIAS

PPA (PLANO PLURIANUAL)- art. 165, par. 1 da CF.


“diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada”.
Vigência: 4 anos
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

LDO (Leis de Diretrizes Orçamentárias)- art. 165, par. 2 da CF.


“metas e prioridades da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes
de política fiscal e respectivas metas, em consonância com a trajetória sustentável
da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento”.
Vigência: 1 ano
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

LDO (Leis de Diretrizes Orçamentárias)- art. 165, par. 5 da CF.


Deve apresentar:
1) Orçamento fiscal referente aos Poderes da União, fundos, órgãos,
entidades da administração pública direta e indireta, fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público;
2) Orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
3) Orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos
a ela vinculados, da administração direta ou indireta, fundos e fundações
instituídas e mantidos pelo Poder Publico.
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

LDO (Leis de Diretrizes Orçamentárias) segundo a LEI DE RESPONSABILIDADE


FISCAL (LC 101/2000)

- Inclusão do anexo das metas fiscais


Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
Demonstrativo das metas atuais em comparação com as metas fixadas nos 3
exercícios anteriores para evidenciar a consistência da política econômica
nacional;
Avaliação da situação financeira;
Evolução do patrimônio líquido.
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

LDO (Leis de Diretrizes Orçamentárias) segundo a LEI DE RESPONSABILIDADE


FISCAL (LC 101/2000)

- Inclusão do anexo dos riscos fiscais


Passivos e riscos capazes de afetar as contas públicas;
Contingências

Modulação de efeitos em ações tributárias, previdenciárias;


Judicialização de medicamentos de alto custo?
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

LOA (Lei de Orçamento Anual)

Estabelece as receitas e despesas para o exercício financeiro seguinte,


considerando o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento
da Seguridade social;
Deve ser compatível com o PPA e LDO;
É vedado constar na LDO valor para finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada;
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

LOA (Lei de Orçamento Anual)

Todas as despesas e receitas devem constar na LDO. Exceção: crédito


suplementar e operação de crédito.
Art. 167, CF: São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos


orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
LEIS ORÇAMENTÁRIAS

4 ETAPAS DO CICLO DO ORÇAMENTO PÚBLICO:


Conseguem aponta-las e explica-las brevemente?
RECEITAS PÚBLICAS
DEFINIÇÃO: É a entrada de dinheiro nos cofres públicos de forma definitiva.

CLASSIFICAÇÃO
• Quanto à origem:
1. Originária
2. Derivada
3. Transferida

• Quanto ao motivo:
1. Correntes
2. Capital
RECEITAS PÚBLICAS

Receitas originárias: resultam da atividade do Estado enquanto agente


empreendedor, privado, gerador de riqueza.
Exemplos: doações, herança vacante; exploração do patrimônio do Estado
(estradas, aeroportos, portos, ilhas, praias, monopólios- petróleo, gás natural,
recursos minerais, energia elétrica, etc); prestação de serviços públicos por
concessionário (preços públicos ou tarifas).
RECEITAS PÚBLICAS

Receitas derivadas: resultam da imposição legal do Estado em face do particular.


Exemplos: tributos, penalidades (multa, sanções).

Receitas transferidas: decorrem da transferência de recursos entre os entes da


Federação.
Exemplo: transferências obrigatórias ou voluntárias.
RECEITAS PÚBLICAS

Receitas correntes: resultam da atividade própria do Estado, tais como: obtenção


de recursos via tributação; cobrança de preços públicos dos particulares e outros
valores decorrentes da exploração do patrimônio do Estado nos moldes do direito
privado; entrada de receitas por transferências obrigatórias ou voluntárias
realizadas entre os entes.
RECEITAS PÚBLICAS

Receitas de capital: resultam da captação de recursos externos.


(exemplo: são receitas provenientes das operações de endividamento).

Renúncia da receita: redução de ingressos nos cofres públicos


• Condições para a concessão: estimativa do impacto orçamentário-financeiro,
demonstrar que a renúncia foi considerada na LOA e demonstrar que não
haverá afetação das metas de resultados fiscais OU criação de medida de
compensação da renúncia
DESPESAS PÚBLICAS
Definição: conjunto de gastos do Estado para realizar as necessidades públicas.

A possibilidade de abertura de crédito adicional: despesas não computadas no


orçamento ou dotadas de forma insuficiente.
1- créditos suplementares: reforçar a existência de dotação orçamentária que se
mostrou insuficiente,
2- créditos especiais: não havia dotação original no orçamento- para atender a
quaisquer despesas;
3- créditos extraordinários: não havia dotação original no orçamento- para atender
despesas urgentes e imprevistas: guerra, comoção interna, calamidade pública.
DESPESAS PÚBLICAS

Classificação

Despesas Correntes: manutenção das atividades próprias do Estado, para a


manutenção da estrutura administrativa. Não há intenção de aumento do
patrimônio do Estado.

Despesas de capital: visa o aumento do patrimônio público e capacidade


produtiva do Estado= investimento.
DESPESAS PÚBLICAS

DESPESAS VINCULADAS E OBRIGATÓRIAS NA CONSTITUIÇÃO

ü SAÚDE (art. 198)

ü EDUCAÇÃO (art. 212)


DESPESAS PÚBLICAS
Art. 198, § 1º ao § 3º:
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício


financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);
DESPESAS PÚBLICAS
Art. 198, § 1º ao § 3º:

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos


impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157
e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios;

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação


dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts.
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
DESPESAS PÚBLICAS
Art. 198, § 1º ao § 3º:

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá:
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados
a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais;
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde
nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
DESPESAS PÚBLICAS
ADCT- art. 77, replicado na Lei Complementar 141/2012

Art. 77
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, doze por cento do produto da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que
tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a , e inciso II, deduzidas as parcelas
que forem transferidas aos respectivos Municípios; e

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, quinze por cento do


produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos
recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
DESPESAS PÚBLICAS
EDUCAÇÃO
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte


dos recursos a que se refere o caput do art. 212 desta Constituição à
manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à
remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes
disposições:
I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal,
os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a instituição, no âmbito
de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e
DESPESAS PÚBLICAS
EDUCAÇÃO

(cont). desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos


Profissionais da Educação (Fundeb), de natureza contábil;

II - os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por


20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III
do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e IV
do caput do art. 158 e as alíneas "a" e "b" do inciso I e o inciso II do caput do
art. 159 desta Constituição;
DESPESAS PÚBLICAS
EDUCAÇÃO

III - os recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão distribuídos


entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número de
alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial
matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária,
conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição,
observadas as ponderações referidas na alínea "a" do inciso X do caput e no
§ 2º deste artigo;

IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o inciso II


do caput deste artigo;
V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vinte e
três por cento) do total de recursos a que se refere o inciso II do caput deste
artigo, distribuída da seguinte forma:
DESPESAS PÚBLICAS
DÍVIDA PÚBLICA

Definição: obrigações financeiras de determinado ente federado de curto,


médio e longo prazo.
Exemplo: operações de crédito, empréstimos, contratos, títulos públicos,
precatórios, etc.

Limites para o endividamento:

Art. 52, CF: Compete privativamente ao Senado Federal:


VI- fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
VIII- dispor sobre limites e condições para a concessão da garantia da União em
operações de crédito externo e interno;
IX- estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
DÍVIDA PÚBLICA

Resolução Senado 40/2001

Art. 3º. A dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro contado a partir do
encerramento do ano de publicação desta Resolução, não poderá exceder,
respectivamente, a:
I- no caso dos Estados e do Distrito Federal: 2 (duas) vezes a receita corrente
líquida, definida na forma do art.2º; e
II- no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita
corrente líquida, definida na forma do art. 2º.
DÍVIDA PÚBLICA

Controle: a cada quadrimestre de acordo com o art. 30 da LRF.


Identificado o excesso: o ente não poderá realizar qualquer operação de
crédito- interna ou externa; deverá obter resultado positivo para reconduzir a
dívida.

Condições para contratação de crédito: autorização legislativa, inclusão do


crédito na LOA, requerimento apresentado ao Ministério da Economia que
demonstre: (i) cumprimento dos limites e condições estabelecidos pelo
Senado; (ii) existência de autorização específica do Senado quando se tratar de
operação externa; (iii) ausência de infração à Lei de Responsabilidade Fiscal.
DESCUMPRIMENTO: Nulidade da operação
DÍVIDA PÚBLICA

Vedações da LRF: operações de crédito entre entes federados- exceção:


2º BIMESTRE
FATO GERADOR

ü Admite, ao menos, duas conotações

• Refere-se ao momento do fato jurídico tributário= situação de fato e situação


jurídica
Ex: situação de fato- ex: ICMS, ISS.
situação jurídica- ex: ITBI, ITCMD

• Refere-se ao motivo relacionado ao fato jurídico tributário.


Ex: o fato gerador da contribuição de melhoria é a obra pública acompanhada da
valorização imobiliária
FATO GERADOR

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são
próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
FATO GERADOR
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

ü É composto pelos mesmos elementos da relação jurídica de direito privado: (i) sujeito
ativo; (ii) sujeito passivo; (iii) objeto.

ü A obrigação tributária pode incluir o tributo e a sanção (multa).

PRINCIPAL ACESSÓRIA

Art. 113, CTN. A obrigação é principal ou acessória.


§ 1º. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.
§ 2º. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos.
§ 3º. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
• Obrigação de pagar, de dar
Ex: pagar o imposto de renda

PRINCIPAL • Decorre da lei, em razão do


princípio da legalidade
FATO
GERADOR
• Obrigação de fazer ou não fazer
Dever instrumental
ACESSÓRIA
Ex: fazer a declaração de imposto de
renda

• Decorre da legislação tributária


especificada no art. 96 do CTN

• A existência de imunidade
tributária não torna o sujeito
desobrigado da obrigação
acessória
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA- LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Ementa: Direito constitucional e tributário. Ação cível originária. Obrigação tributária acessória. Imunidade
recíproca. 1. Compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer e julgar originariamente causas que envolvam a
interpretação de normas relativas à imunidade tributária recíproca, em razão do potencial abalo ao pacto
federativo. Precedentes. 2. A obrigação acessória decorre da legislação tributária (art. 113, § 2º, do Código
Tributário Nacional). Esse termo não engloba apenas as leis, mas também “os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e
relações jurídicas a eles pertinentes” (art. 96 do Código Tributário Nacional). 3. A imunidade tributária recíproca
(art. 150, VI, a, da Constituição) impede que os entes públicos criem uns para os outros obrigações relacionadas
à cobrança de impostos, mas não veda a imposição de obrigações acessórias. Precedentes. 4. O art. 9º, § 1º, do
Código Tributário Nacional institui reserva legal para a definição das hipóteses de responsabilidade tributária e
dos atos que os entes públicos deverão praticar na qualidade de responsáveis tributários. O dispositivo não
afasta a possibilidade de obrigações acessórias serem impostas por atos normativos infralegais. 5. Não ofende o
princípio da isonomia ou abala o pacto federativo norma que impõe a obrigação de apresentação de
declaração de débitos e créditos de tributos federais aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal, mas não
a estende aos órgãos da própria União. 6. Pedido que se julga improcedente.
(ACO 1098, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 11/05/2020, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-135 DIVULG 29-05-2020 PUBLIC 01-06-2020)
REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA

ü
REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA

ANTECEDENTE CONSEQUENTE

Critério Material
Critério Contribuinte
(o quê)
Verbo + pessoal
complemento (quem)

Situação fato
Base de
Critério Critério cálculo
temporal Situação quantitativo
(quando incide) (quanto)
jurídica
Alíquota

Critério especial
(onde)
CRITÉRIO QUANTITATIVO
“ A base de cálculo encontra uma relação com o aspecto material da hipótese
tributária, já que procura quantificar o fato jurídico tributário, valorá-lo, estimá-lo. O
legislador escolhe um modo de expressar, numericamente, a hipótese tributária, e
define tal modo como base de cálculo. Daí porque não se pode cogitar base de
cálculo definida de modo independente da hipótese”.

Luis E. Schoueri. Curso de Direito Tributário. 11ª ed. Saraiva.


CRITÉRIO PESSOAL= SUJEIÇÃO PASSIVA
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo
ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de
disposição expressa de lei.
Responsável
=
Contribuinte
Não pratica o fato gerador, mas a lei
=
determina a sua responsabilidade
Pratica o fato gerador
pelo pagamento
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto.
CRITÉRIO PESSOAL= SUJEIÇÃO PASSIVA
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo
saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica
aos demais
CRITÉRIO PESSOAL= SUJEIÇÃO PASSIVA

Não comporta benefício de ordem

Solidariedade
(art. 124 CTN)
O pagamento efetuado por um dos
obrigados aproveita aos demais

A isenção ou remissão de crédito exonera todos os


obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um
deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade aos
ü Interesse comum no fato demais pelo saldo
gerador;
A interrupção da prescrição, em favor ou
ü Outras situações previstas em contra um dos obrigados, favorece ou
lei (ex: art. 134, CTN) prejudica aos demais.
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA E DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus
bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma
da legislação aplicável, considera-se como tal:
I- quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II- em relação às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada
estabelecimento.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este
em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente
constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos
posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até
a referida data.

A responsabilidade tributária está relacionada com o privilégio e garantia do crédito


tributário. A partir do momento em que terceiros podem ser responsabilizados pelo
pagamento dos tributos, confirma-se a condição de privilégio e garantia do crédito
tributário.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Sucessão

Solidariedade
Responsabilidade

Terceiros

Pessoal
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

ü Responsabilidade tributária decorre de lei;

ü Nos termos do art. 146, inc. III da Constituição Federal, somente a lei complementar pode estabelecer
normas gerais sobre responsabilidade tributária.

EMENTA: Direito constitucional e tributário. Ação direta de inconstitucionalidade. Responsabilidade tributária solidária do contabilista.
Ausência de ofensa reflexa à Constituição. Competência concorrente. Legislação estadual que conflita com as regras gerais do CTN.
Inconstitucionalidade.. 2. A presente controvérsia consiste em definir se os atos normativos estaduais foram editados em contrariedade
com as regras constitucionais de competência tributária, notadamente o art. 146, III, b, da CF/1988. Eventual inobservância de tais
regras de competência implica ofensa direta à Constituição. Precedentes. 3. Legislação estadual que amplia as hipóteses de
responsabilidade de terceiros por infrações, invade a competência do legislador complementar federal para estabelecer as normas
gerais sobre a matéria (art. 146, III, b, da CF/1988). Isso porque as linhas básicas da responsabilidade tributária devem estar contidas
em lei complementar editada pela União, não sendo possível que uma lei estadual estabeleça regras conflitantes com as normas
gerais (ADI 4.845, sob a minha relatoria). 4. Inconstitucionalidade formal. Legislação do Estado de Goiás aborda matéria reservada à lei
complementar e dispõe diversamente sobre (i) quem pode ser responsável tributário, ao incluir hipóteses não contempladas pelos
arts. 134 e 135 do CTN, (ii) em quais circunstâncias pode ser responsável tributário (“infração à legislação tributária”), sendo que,
conforme as regras gerais, para haver a responsabilidade tributária pessoal do terceiro, ele deve ter praticado atos com excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, não havendo a responsabilização pelo mero inadimplemento de obrigação
tributária. 5. Ante todo o exposto, voto pelo conhecimento da presente ação direta de inconstitucionalidade e julgo procedente o
pedido, para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 45, XII-A, XIII e § 2º, da Lei nº 11.651/1991, do Estado de Goiás, e 36, XII-A e XIII,
do Decreto nº 4.852/1997, do mesmo Estado. (ADI 6284, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2021,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-191 DIVULG 23-09-2021 PUBLIC 24-09-2021)
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

ü Súmula 554 do STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos
geradores ocorridos até a sucessão.

ATENÇÃO: Embora a súmula se refira à sucessão empresarial, o conteúdo da súmula se aplica às demais
hipóteses de responsabilidade por sucessão.
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO

Sucessão Sucessão pela Sucessão causa


aquisição bem aquisição de mortis
imóvel bens móveis (Art. 131, II e III
(art. 130 CTN) (art. 131, I CTN) CTN)

Sucessão
Sucessão aquisição de fundo de
operações
comércio ou estabelecimento comercial,
societárias
industrial ou profissional (art. 133, CTN)
(Art. 132 CTN)
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO

Ø Aquisição de imóveis, sujeitos a obrigação propter rem.

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando consta do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único: No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o
respectivo preço.
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO

Ø Sucessão da pessoa física


(data da sucessão e data da partilha)

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


I- o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos.
II- o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até
a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão
do legado ou da meação;
III- o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da abertura da sucessão.

Art. 1791 do Código Civil. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários
sejam os herdeiros.
Parágrafo único: Até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto à propriedade e posse da
herança será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.

* espólio: é o próprio patrimônio respondendo pelo débitos.


RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO

Ø Sucessão das pessoas jurídicas em operações societárias

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outro ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único: O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual.
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO

Ø Sucessão na aquisição de estabelecimento ou fundo de comércio

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido,
devidos até à data do ato:
I- integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II- subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de
seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de
comércio, indústria ou profissão.
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
I- em processo de falência;
II- de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial;
§ 2º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo quando o adquirente for:
I- sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor
falido ou em recuperação judicial;
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO

Ø Sucessão na aquisição de estabelecimento ou fundo de comércio

II- parente, em linha reta ou colateral até o 4º grau (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do
devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III- identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o
objetivo de fraudar a sucessão tributária.
§ 3º Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade
produtiva isolada permancerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo
prazo de 1 ano, contado da data da alienação, somente podendo ser utilizado para o
pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA POR ATO OU OMISSÃO

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal


pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os
atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de
caráter moratório.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA POR ATO OU OMISSÃO

Ø Solidariedade por ato ou omissão- situações lícitas

Ø Existência de um débito tributário contra um sujeito passivo originário, abrangendo, em


matéria de penalidades, apenas as de caráter moratório;

Ø Seja impossível a cobrança do débito do sujeito passivo originário- contribuinte;

Ø O débito surgiu em razão de uma ação ou omissão do responsável;


RESPONSABILIDADE PESSOAL

PESSOAS ELENCADAS NO
ART. 134, CTN

MANDATÁRIOS, PREPOSTOS
RESPONSABILIDADE OU EMPREGADOS
PESSOAL

DIRETORES, GERENTES,
REPRESENTANTES/SÓCIOS DE PESSOAS
JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
RESPONSABILIDADE PESSOAL

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes
de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I- as pessoas referidas no artigo anterior;
II- os mandatários, prepostos e empregados;
III- os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Requisitos:
(i) Ato praticado com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou estatutos (ato ilícito);
(ii) Dolo;
(iii) Capacidade de decisão, autonomia de gestão.

Sumula 430- STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio- gerente.

Sumula 435- STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio
fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o
sócio-gerente.
RESPONSABILIDADE PESSOAL

AGENTE QUE COMETEU CRIMES (LEI) OU


CONTRAVENÇÕES (LEI) SALVO SE PRATICADAS NO
EXERCÍCIO REGULAR DA ADMINISTRAÇÃO

AGENTE QUE COMETEU INFRAÇÃO COM DOLO


RESPONSABILIDADE
ESPECÍFICO
PESSOAL POR
INFRAÇÕES

PESSOAS ELENCADAS NO ART. 134, CTN,


MANDATÁRIOS, PREPOSTOS, EMPREGADOS
CONTRA MANDANTES, PREPONENTES OU
EMPREGADORES, DIRETORES, GERENTES,
REPRESENTANTES/SÓCIOS DE PESSOAS JURÍDICAS
DE DIREITO PRIVADO
RESPONSABILIDADE PESSOAL

Apenas situações em que se exija o dolo específico do agente.

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:


I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou
empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra
estas.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Art. 139. do CTN. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza
desta.

LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Fato gerador/ Crédito tributário


Obrigação tributária

O lançamento tributário reporta-se ao fato gerador que ensejou a obrigação tributária


principal. O lançamento declara a obrigação. Após o lançamento, não há que se falar em
obrigação tributária, mas sim em crédito tributário, dotado de liquidez, certeza e
exigibilidade.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Art. 142, CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito


tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso,
propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único: A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob
pena de responsabilidade funcional.

Art. 143, CTN. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja
expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á a sua conversão em moeda
nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Ø O LANÇAMENTO REPORTA-SE À DATA DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR

Art. 144, CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação
e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Par. 1º. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO

Ofício Declaração Homologação

• Deve ser acompanhado da • Deve ser acompanhado da


• Iniciativa exclusiva do antecipação do
Fisco-autoridade antecipação do
pagamento por parte do pagamento por parte do
administrativa sujeito passivo;
Ex- IPVA, IPTU sujeito passivo;
Ex= Imposto Importação Ex: ICMS, ISS, IR.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO

Lançado/constituído de ofício a
cada exercício financeiro

Ofício Primeiro dia do


Constituído definitivamente pela exercício
notificação do sujeito passivo seguinte àquele
em que poderia
ter sido efetuado

Direito de constituir o crédito em Da data em que


5 anos- nos termos do art. 173 do se tornar
CTN definitiva a
decisão que
houver anulado,
Atenção: parágrafo único do art. 173, CTN por vício formal o
lançamento
MODALIDADES DE LANÇAMENTO

Efetuado com base na declaração


do sujeito passivo ou de terceiro

Declaração Sujeito passivo presta informações


(art. 147, CTN) sobre a matéria de fato, são
informações indispensáveis para o
lançamento

A emissão da guia de pagamento


é feita pela autoridade
administrativa, que irá notificar o
sujeito passivo para pagamento.

Segue a mesma regra de contagem do prazo decadencial do lançamento de ofício mencionado


no art. 173, CTN.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO

O sujeito passivo verifica a ocorrência do fato


gerador, calcula o tributo.

HOMOLOGAÇÃO/
AUTOLANÇAMENTO
Realizar o pagamento antecipado, sem intervenção
da autoridade administrativa

Caberá a autoridade administrativa homologar,


dentro do prazo decadencial, o lançamento
efetuado, de maneira expressa ou tácita.

O lançamento por homologação poderá ser desconsiderado se comprovado a hipótese de dolo,


fraude ou simulação, hipótese em a contagem do prazo decadencial seguirá a regra do art. 173 do
CTN e não a regra do art. 150, par. 4º do CTN.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida
pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.
ALTERAÇÃO DE LANÇAMENTO CONSTITUÍDO

IMPUGNAÇÃO DO SUJEITO
PASSIVO

Art; 145 CTN


RECURSO DE OFÍCIO

INICIATIVA DE OFÍCIO DA
AUTORIDADE ADMINISTRATIVA,
NOS CASOS PREVISTOS NO ART.
149 DO CTN.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO (5 anos)
DECADÊNCIA (5 anos)
Perda do direito de ajuizar a
Perda do direito de constituir ação para cobrança do crédito
o crédito tributário, ou seja, tributário (art. 174, CTN)
de efetuar o lançamento;
O termo inicial se dá com a
O termo inicial para a constituição definitiva do
contagem do prazo variará de lançamento (notificação do
acordo com a modalidade do sujeito passivo)
lançamento tributário
(ofício ou homologação) Se houver hipótese de
suspensão de exigibilidade
do crédito tributário, não
fluirá o prazo de prescrição
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

“Por exigibilidade havemos de compreender o direito que o credor


tem de postular, efetivamente, o objeto da obrigação, e isso tão só
ocorre, como é óbvio, depois de tomadas as providências
necessárias à constituição da dívida, com a lavratura do ato de
lançamento tributário. No período que antecede tão expediente,
ainda não se tem o surgimento da obrigação tributária, inexistindo,
consequentemente, o crédito tributário, o qual nasce com o ato do
lançamento tributário. Ocorrendo alguma das hipóteses previstas no
art. 151, aquilo que se opera, na verdade, é a suspensão da
exigibilidade do crédito, não do próprio crédito que continua
existindo tal qual nascera.
Paulo de Barros Carvalho, Curso de Direito Tributário. 28ª ed
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


- moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
conseqüentes.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

MORATÓRIA: Dilação/extensão legal do prazo de pagamento do tributo.


Não há dispensa do pagamento do tributo. A moratória depende de lei para
ser concedida. De acordo com o art. 152 e seguintes do Código Tributário
Nacional, a moratória pode ser geral ou individual.
Em caráter geral, alcança uma generalidade de pessoas, indistintamente, e,
assim sendo, não depende de despacho da autoridade administrativa.
Em caráter individual, alcança apenas algumas pessoas que preenchem
determinados critérios estabelecidos em lei, e dependem de lei e do
despacho da autoridade administrativo.
A concessão está condicionada à competência do ente federado.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL: É uma faculdade do sujeito passivo.


Uma vez depositado o montante integral (principal, juros, multa), suspende-
se a incidência de juros. Se ao final da demanda, o sujeito passivo obter êxito,
o depósito retorna para o seu patrimônio. Do contrário, será convertido em
renda a favor do sujeito ativo.

De acordo com a Súmula 112, STJ: O depósito somente suspende a


exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro. Significa
dizer, por mais que o Código de Processo Civil equipare dinheiro à fiança
bancária ou seguro garantia, o Código Tributário Nacional não faz esta
equiparação.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

RECLAMAÇÃO E RECURSOS ADMINISTRATIVOS: De acordo com a


Constituição Federal, o devido processo legal é assegurado igualmente na
esfera administrativa. No contencioso administrativo, não há incidência de
custas processuais, exigência de depósito judicial. O acesso é garantido a
todos os cidadãos, sem necessidade de intervenção de advogado com
registro na OAB, por exemplo.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA:


Atenção, a mera impetração do mandado de segurança não é suficiente para
suspensão da exigibilidade do crédito tributário. É preciso que haja a
concessão da medida liminar. Em acordo com a Lei 12.016/2009 (Lei do
Mandado de Segurança), a concessão da medida liminar está condicionada à
demonstração do fumus boni iuris e periculum in mora. É possível que o juiz
condicione a concessão da medida liminar ao oferecimento de caução, fiança
ou depósito, por exemplo.
De acordo com a Súmula 512 do STF, não há condenação de honorários de
sucumbência em mandado de segurança. De certa forma, é um prestígio ao
mandado de segurança, reconhecido como remédio constitucional, que não
demanda dilação probatória.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU TUTELA ANTECIPADA EM


OUTRAS ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL: Tal qual ocorre no mandado de
segurança, o mero ajuizamento das ações não é suficiente para suspensão da
exigibilidade do crédito tributário. É preciso que haja a concessão da medida
liminar ou tutela antecipada. A concessão da tutela antecipada pressupõe a
demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

PARCELAMENTO: Deve ser concedido por lei específica, nos termos do art.
155-A do Código Tributário Nacional.
EXTINÇÃO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no
artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Hipóteses em impedem o lançamento do crédito tributário.

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
excluído, ou dela conseqüente.

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