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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS - UNITINS

CAMPUS DE AUGUSTINÓPOLIS - TO
CURSO DE DIREITO

Clairton Alves Alencar

Tributos

AUGUSTINÓPOLIS - TO
2023

Clairton Alves Alencar


Tributos

Trabalho apresentado a Universidade


Estadual do Tocantins-UNITINS, como
requisito parcial para a avaliação da
disciplina de Direito Tributario

ORIENTADOR: Prof. FRANCISCO WAGNER SARAIVA OLIVEIRA

AUGUSTINÓPOLIS - TO
2023
Espécies de tributos: saiba o que é um tributo e os diferentes tipos

De acordo com o Art. 3º do Código Tributário Nacional: “tributo é toda prestação


pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.

As classificações das espécies tributárias são feitas por dois ramos distintos do direito,
Direito Tributário e Direito Constitucional.
Enquanto o Código Tributário Nacional classifica três espécies pertencentes ao gênero
tributo: impostos, taxas e contribuições de melhoria, a Constituição Federal classifica
outras espécies não codificadas: empréstimos compulsórios, contribuições sociais
interventivas econômicas e contribuições profissionais.

Sobre as espécies previstas na Constituição, de acordo com o art. 148 do texto, a União
Federal, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de


guerra externa ou sua iminência;

II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,


observado o disposto no art. 150, III, “b”.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório


será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

E, segundo o Art. 149 da Constituição Federal, compete exclusivamente à União


instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo
do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

A Constituição Federal de 1988, atualmente vigente, promoveu uma reestruturação do


sistema tributário até então existente. Do texto constitucional podemos extrair os
seguintes conceitos:

Imposto: cobrado em razão de signos de capacidade contributiva, como “auferir renda”,


sendo vedada a sua vinculação, bem como do valor arrecadado, a qualquer órgão, fundo
ou despesas;
Taxas: possuem justificação no poder de polícia ou utilização efetiva ou potencial de
serviços públicos específicos e divisíveis;
Contribuições de melhoria: decorrente de obras públicas;
Empréstimo compulsório: instituído para as despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidades públicas, guerra ou sua iminência;
Contribuições: divididas em contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, sendo o produto
de sua arrecadação vinculado a determinadas despesas.
Impostos
Segundo o Art. 16 do CTN, imposto “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador
uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte”.
Ou seja, ele é o tributo mais importante no sistema brasileiro, pois incide
independentemente de qualquer contrapartida ao contribuinte. Entre os principais
impostos do país, podemos citar:

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte


Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS): incide sobre a circulação de
mercadorias e as prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de
comunicação;
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): incide sobre a
propriedade de veículos, devendo ser pago anualmente;
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU): é de competência dos
municípios e incide sobre a propriedade predial e territorial urbana, tendo por fato
gerador a propriedade;
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR – pessoa física e jurídica):
incide sobre o acréscimo patrimonial, decorrente do produto do capital, trabalho, da
combinação de ambos e de proventos de qualquer natureza;
Imposto sobre Operações de Crédito (IOF): incide sobre as operações de crédito,
câmbio e seguro ou afins;
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS): tem como fato gerador a prestação
de serviços constantes em uma lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003.
ITCMD: imposto que incide sobre as doações e transmissão causa mortis, decorrente de
heranças.

Taxas

De acordo com o Art. 77 do CTN, taxa é um tributo “que tem como fato gerador o
exercício regulador do poder de polícia, ou a utilização efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível”.
Algumas das principais taxas são:
 Taxa de fiscalização e funcionamento, cobrada anualmente pelas prefeituras de
diversas cidades sobre a verificação potencial de regularidade das empresas;
 Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais): como
por exemplo, para emissão de Carta de Identidade, CPF e RG;
 Taxa de Licenciamento Anual de Veículo: esta taxa é cobrada para gerar,
anualmente, o novo documento do veículo;
 Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais): taxa cobrada para registro
do Contrato Social de uma empresa, por exemplo.
Contribuição
As contribuições são tributos com destinação específica. Isso significa que eles foram
criados para financiar determinados custos, como por exemplo:
 CIP: é a contribuição destinada à iluminação pública e o tributo é cobrado
diretamente na conta de energia elétrica;
 Contribuição Sindical Laboral: é a contribuição destinada aos sindicatos de cada
classe e o tributo é cobrado diretamente na folha de pagamento do colaborador.
Contribuição de melhoria
Segundo o Art. 81 do CTN, contribuição de melhoria “é um tributo cobrado pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra a valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.
A lei relativa à contribuição de melhoria deverá observar os seguintes requisitos
mínimos, dispostos no art. 82. do CTN :
“(…)
I – publicação prévia dos seguintes elementos:
1. a) memorial descritivo do projeto;
2. b) orçamento do custo da obra;
3. c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
4. d) delimitação da zona beneficiada;
5. e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a
zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II – fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados,
de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III – regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da
impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela
do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na
zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado
do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos
elementos que integram o respectivo cálculo.”
Empréstimo compulsório
Por fim, de acordo com o art. 148 da Constituição Federal,  “somente podem ser criados
diante de situações específicas (guerra externa ou sua iminência e calamidade pública,
ou investimento público de caráter relevante), e a aplicação dos recursos provenientes
de sua arrecadação é vinculada à despesa correspondente, que justificou sua
instituição”.
Podemos citar como exemplo desse tributo os empréstimos compulsórios realizados
durante o Plano Collor, em que as poupanças dos brasileiros foram confiscadas como
um empréstimo ao governo. Como você pode notar, é um tributo pouco usual e
altamente impopular.

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