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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Prof. Vilarins
DIREITO TRIBUTÁRIO

conceito

O Direito Tributário pode ser conceituado como o ramo do Direito Público


que se dedica a regulamentar a relação jurídico obrigacional que se
estabelece entre o ente tributante – União, Estados, Distrito Federal e
Municípios – e o sujeito passivo da obrigação tributária – contribuinte e
responsável tributário, limitando, assim, o poder de tributar concedido ao
Poder Público no exercício de sua soberania e protegendo o cidadão dos
abusos e arbitrariedades que possam existir no exercício desse poder.
O QUE É O TRIBUTO?

O Código Tributário Nacional definiu o tributo em seu art. 3º (BRASIL, 1966) que dispõe:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal e nas disposições constitucionais sobre os tributos, adota-se,
majoritariamente, no Brasil a “Teoria Pentapartite ou Quinquipartite
dos Tributos”. Por meio dessa teoria, defende-se a existência de cinco espécies tributárias, quais sejam:

Impostos;
Taxas;
Contribuições de Melhoria;
Empréstimos Compulsórios
Contribuições Especiais.
IMPOSTOS
O art. 16 do CTN define o que é imposto, estabelecendo que este é um tributo independente de qualquer atividade estatal
específica relativa ao contribuinte. É também tributo não vinculado e que incide sobre as mais variadas manifestações de riqueza
do sujeito passivo da obrigação tributária. A partir do momento que manifesta riqueza, por exemplo, compra um veículo, adquire
um imóvel ou recebe o seu salário, fica obrigado a contribuir com o Estado, entregando-lhe, de forma compulsória, os recursos de
que este precisa para satisfazer o bem comum
II

IE

IR
IPTU
ITCMD
IPI
Municípios/DF ITBI
Estados/DF ICMS
União IOF

IPVA ISS
ITR

IGF

Impostos
Residuais

Impostos
Extraordinários
TAXAS

Segundo a Constituição Federal, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte (art. 145, II – na mesma linda de raciocínio,
dispõe o art.77 do CTN).
Já que a taxa é um tributo vinculado a uma atividade estatal, o ente federado competente para instituir e
cobrar a taxa é aquele que presta o serviço ou que exerce legitimamente o poder de polícia.
.
Taxas de Polícia
O CTN, no art.78 (BRASIL, 1966), conceitua o poder de polícia como:

atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Taxas de serviço

Para que o ente público crie uma taxa de serviço é necessário que esse serviço se caracterize pela
divisibilidade e especificidade. Segundo o CTN (BRASIL, 1966), os serviços são específicos quando
possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade
públicas são divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários (art.79, II e III).

No caso das taxas de serviços se a lei define o serviço como de utilização compulsória e este serviço
é posto à disposição do usuário mediante uma atividade administrativa em efetivo funcionamento,
como vimos acima, é possível que o ente tributante cobre a taxa mesmo sem que haja a efetiva
utilização do serviço por esse usuário. É o que a lei denomina de utilização potencial (CTN, art.79,
I,b).

Vamos lembrar a diferença entre a Taxa de Polícia e a Taxa de Serviços? Por meio da Taxa de Polícia,
o Poder Público exerce atividade que limita disciplinando direito dos particulares regulando a prática
de ato ou abstenção de fato em razão de interesse público. Já pela Taxa de Serviço, o Poder Público
remunera a prestação de serviços públicos específicos ou divisíveis, por sua utilização, efetiva ou
potencial.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

O tributo tem a obrigação de ter como fato gerador a valorização de imóveis decorrente de obra pública. Para
que o ente público possa realizar a cobrança dessa contribuição, é necessário que haja a realização de uma obra
pública e que, em decorrência dela, haja uma valorização no valor dos imóveis pertencentes aos potenciais
sujeitos passivos desse tributo. Lembre-se de que o fato gerador desse tributo é a valorização do bem e não a
realização da obra. Por esse motivo, a base de cálculo da contribuição de melhoria será exatamente o valor
acrescido ao imóvel. Se não houver valorização, não há legitimidade da tributação.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
O artigo 148 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) define as situações em que é possível a instituição pela
União, mediante lei complementar, dos denominados empréstimos compulsórios. E são elas:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b“

Uma das características dos empréstimos compulsórios é que tais tributos são, por sua natureza, restituíveis. O
contribuinte, apesar de ser obrigado a pagar quando instituído – por isso, compulsório – tem o direito de ser
restituído na forma da lei; lei esta que, segundo o parágrafo único do art.15 do CTN (BRASIL, 1966), deve fixar
o prazo e as condições de resgate. Desta forma, a tributação não será legítima sem a previsão de restituição.

Somente a União pode instituir empréstimos compulsórios e isso só é possível mediante lei complementar
AS CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

São ESPECIAIS, pois não se confundem com as contribuições de melhoria.


Estão genericamente previstas no art. 149 da CF. A competência para a criação dessas contribuições é exclusiva da
União, ressalvado o §1º do art. 149.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146,
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime
próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas
progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
Há quatro espécies de contribuições especiais:

a) CIP ou COSIP – para fins de custeio de iluminação pública, competência apenas dos Municípios e do DF;
b) De interesse de categorias profissionais e econômicas – também chamadas de contribuições corporativas. São
as contribuições dos conselhos de fiscalização profissional (anuidades), a exemplo do CREA, do CRM.
Criadas por meio de lei federal, de competência da União;
c) De intervenção no domínio econômico (CIDE) – competência da União. Sua finalidade é concretizar os
princípios previstos no art. 170 da CF. Cita-se, como exemplo, a contribuição especial para o INCRA, para o
SEBRAE;
d) Sociais – subdividem-se em:
o Gerais – são destinadas a diversas áreas, a exemplo da contribuição do salário educação. É de competência da
União.
o De seguridade social – é destinada as áreas da seguridade social (saúde, assistência social e previdência social).
Em regra, é criada apenas pela União. Contudo, os Estados, o DF e os Municípios possuem competência para
instituir contribuições previdenciárias sobre os seus servidores.

Podemos afirmar que a Contribuição é um tributo federal, em regra. Comporta duas exceções, quais sejam:
• COSIP é municipal: art. 149-A, CF (competência dos Municípios e DF); e
• Contribuição previdenciária dos servidores públicos: art. 149, §1º, CF (competência da União Estados, Municípios e DF).
Federais, estaduais,
IMPOSTOS
distritais e municipais

Federais, estaduais, Art. 145 da CF


TAXAS
distritais e municipais

CONTRIBUIÇÕES DE Federais, estaduais,


MELHORIA distritais e municipais

EMPRÉSTIMOS Art. 148 da CF


União
COMPULSÓRIOS

Gerais - União

Sociaisd
Seguridade Social - União
(REGRA), Estados, DF e
Municípios Art. 149 da CF
De intervenção no domínio
econômicoc
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS1
De interesse de categorias
profissionais ou União
econômicasb

Art. 149-A da
CIP/COSIPa Municípios e DF
CF

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