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IMUNIDADES GENÉRICAS
IMUNIDADES RECÍPROCAS
A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, “a” da CF, consequência do
modelo Federal de Estado, cujas bases repousam na necessária igualdade política-
jurídica entre as unidades que compõe o Estado Federal, veda a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios de instituírem impostos sobre o patrimônio, renda e
serviços um dos outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
O artigo supracitado prevê que a imunidade tributária recíproca alcança apenas os
impostos, podendo incidir, portanto, em outras espécies tributárias, como taxas,
contribuições e etc.
O art. 150, VI, “b” da CF veda aos Entes Federativos instituírem IMPOSTOS sobre os
templos de qualquer culto.
A expressão “templos de qualquer culto” deve ser interpretada de forma ampla,
abrangendo todas as formas de expressão de religiosidade. Só não irá abranger os
templos de inspiração demoníaca, nem cultos satânicos, nem suas instituições, por
contrariar a teleologia do texto constitucional. Portanto, deve haver valores morais e
religiosos.
A imunidade dos templos de qualquer culto visa tutelar a liberdade religiosa, e por
essa razão tudo, exatamente tudo, que estiver em nome da instituição religiosa e
cumprir sua finalidade essencial terá imunidade, ou seja, não terá que pagar impostos.
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O STF decidiu que não incide IPTU sobre os cemitérios que sejam extensão da
entidade religiosa:
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, "B", CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE
ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os cemitérios que consubstanciam
extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia
contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da
incidência de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os
templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o
texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, "b".
3. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas. Recurso
extraordinário provido.
(RE 578562, Min. Rel. Eros Grau, D.J. 21-05-2008)
"templos de qualquer culto", para que sejam, assim, abrangidos pela imunidade
prevista no art. 150, VI, b, da Constituição federal. Nesse sentido, sustenta a
ilegitimidade da cobrança do IPTU sobre referidos bens.
O recurso não merece seguimento.
Cumpre assinalar, por primeiro, que o acórdão recorrido não padece dos vícios
apontados pela ora agravante, pois prestou, inequivocamente, jurisdição, sem
desrespeitar os princípios do contraditório e da ampla defesa, tendo enfrentado as
questões que lhe foram postas.
Quanto ao ponto principal da controvérsia, melhor sorte não assiste à recorrente. É
que o acórdão impugnado fundou-se no argumento de que "a finalidade da entidade-
proprietária consiste na comercialização de jazigos, conforme comprova a tabela de
preços" (fls. 89).
Ora, dada a destinação econômica, e não religiosa, dos bens, e em face do caráter
não-eclesiástico da entidade proprietária, não cabe falar, no caso, em existência de
templos destinados à celebração de cultos. A fixação de entendimento diverso
implicaria reexame de fatos e provas, vedado na via extraordinária (Súmula 279). Do
exposto, nego seguimento ao agravo.
(AI 551712 / SP - SÃO PAULO, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Publicação:
14/03/2006)
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