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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Material cedido por: Rodrigo Lourega

rodrigolourega@gmail.com
ROTEIRO DA AULA

◦ Imunidades
◦ Imunidade recíproca
◦ Imunidade dos partidos, sindicatos e instituições de
educação e assistência social.
◦ Imunidade dos templos
◦ Imunidade dos livros e periódicos
◦ Imunidade das obras musicais brasileiras
◦ Outras imunidades dentro do capítulo do Sistema
Tributário Nacional
◦ Imunidades fora do capítulo do Sistema Tributário
Nacional
IMUNIDADES
◦ É a terceira espécie de limitação ao poder de tributar,
sendo uma hipótese de não incidência
constitucionalmente qualificada (definição adotada pelo
STF com base em Amilcar Falcão).
Art. 150 da CRFB/88. [...] é vedado [...] VI - instituir
impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
IMUNIDADES

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a


sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais
produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em
geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais
que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.
10.2013)
FUNDAMENTOS DA
IMUNIDADE
◦ Ricardo Lobo Torres afirma que são
decorrências dos princípios e garantias
fundamentais.
◦ Aurélio Seixas defendia que são situações de
ausência de capacidade contributiva.
◦ Luciano Amaro sustenta que as imunidades tem
como fundamento a preservação de valores
constitucionalmente relevantes.
◦ Humberto Ávila explica que são fatos e
situações que representam finalidades a serem
atingidas pelo Estado.
IMUNIDADES

◦ Hipótese de não incidência pura (ter barba,


usar trança, ser proprietário de bicicleta ou
de relógio de pulso etc.) x hipótese de não
incidência constitucionalmente qualificada.
◦ O Supremo Tribunal Federal afirma, com
base nos ensinamentos de Amilcar Falcão,
que a imunidade é uma hipótese de não
incidência constitucionalmente qualificada.
Interpretação extensiva x restritiva?

◦ Questão controvertida na jurisprudência e na doutrina.


◦ Um dos casos em que os ministros do STF divergiram
sobre a extensão que deveria ser dada às imunidades
tributárias foi o que analisou a imunidade dos livros
eletrônico: Joaquim Barbosa afirmou ser necessário dar
uma interpretação restritiva enquanto Carmen Lúcia
defendeu uma interpretação extensiva.
◦ Na doutrina, há o entendimento voltado para a
finalidade da imunidade, como Oswaldo Othon de
Pontes Saraiva Filho, para quem a imunidade beneficia
não só o produto acabado.
IMUNIDADES
◦ Imunidades X Isenções: As regras de imunidade atuam no
plano da definição da competência tributária e as isenções
no do exercício da competência, sendo as primeiras
constitucionais e as segundas infraconstitucionais.
Classificação:
◦ Subjetivas: levam em consideração aspectos pessoais
do sujeito que se vincula às situações materiais que
seriam tributáveis.
◦ Objetivas: focam o objeto ou a situação objetiva.
Importantes imunidades estão previstas na seção II do
Título VI da CRFB/88, dedicada às limitações do poder de
tributar, mas é possível encontrá-las em outros dispositivos
espalhados pela CRFB/88.
STF –contribuinte de fato

“A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição


de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato,
sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito
constitucional a repercussão econômica do tributo envolvido“.
(RE 608872 RG/MG – tema 342 de Repercussão Geral - 23/02/2017)
IMUNIDADE RECÍPROCA
◦ Segundo a regra da imunidade recíproca, os entes
federados não podem instituir impostos uns sobre
os outros. O fundamento é o pacto federativo.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias


asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
MANTIDAS PELO PODER
PÚBLICO
◦ A Constituição do artigo 150, §2º estende a
imunidade às autarquias (como o INSS e a Guarda
Municipal) e fundações públicas, vinculadas às
atividades essenciais e o § 3º prescreve a não
imunidade nos casos em que o ente público explora
atividade econômica, ou que haja pagamento de tarifa
ou preço pelo usuário.
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda
e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
EMPRESAS ESTATAIS (EMPRESAS
PÚBLICAS E SOCIEDADES DE
ECONOMIA MISTA)
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do
parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio,
à renda e aos serviços, relacionados com
exploração de atividades econômicas regidas
pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário,
nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao
bem imóvel.
STF – Empresas Estatais
◦ O STF firmou o entendimento de que as sociedades de
economia mista podem fazer jus à imunidade recíproca,
desde que preste serviço público e não haja repercussão
relevante para o princípio da livre concorrência.
SEGUNDO AG. REG. NA ACO N. 2.243-DF
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI
EMENTA: Agravos regimentais em ação cível originária.
Imunidade tributária recíproca. Artigo 150, VI, a, da CF/88.
Possibilidade de reconhecimento a sociedade de economia
mista, atendidos os pressupostos fixados pelo Supremo
Tribunal Federal. Competência para apreciação da causa.
Artigo 102, I, f, da CF/88. Interpretação restritiva. Exclusão de
município do polo passivo. Direito a repetição do indébito e ao
reenquadramento do sistema de PIS/COFINS. Matérias de
ordem infraconstitucional inaptas a abalar o pacto federativo.
STF – Empresas Estatais
1. Nos autos do RE nº 253.472/SP, esta Corte firmou o
entendimento de que é possível a extensão da imunidade
tributária recíproca às sociedades de economia mistas
prestadoras de serviço público, desde que observados os
seguintes parâmetros: (i) a imunidade tributária recíproca,
quando reconhecida, se aplica apenas à propriedade, bens
e serviços utilizados na satisfação dos objetivos
institucionais imanentes do ente federado; (ii) atividades de
exploração econômica destinadas primordialmente a
aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares devem
ser submetidas à tributação, por se apresentarem como
manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia
política; e c) a desoneração não deve ter como efeito
colateral relevante a quebra dos princípios da livre
concorrência e do exercício de atividade profissional ou
STF – Empresas estatais
2. É possível a concessão de imunidade tributária
recíproca à Companhia de Saneamento de Alagoas
(CASAL), pois, em que pese ostentar, como sociedade de
economia mista, natureza de ente privado: (i) executa
serviço público de abastecimento de água e tratamento
de esgoto; e (ii) o faz de modo exclusivo; (iii) o percentual
de participação do Estado de Alagoas no capital social da
empresa é de 99,96%; (iv) trata-se de empresa de capital
fechado. São, ademais, tais premissas que, juntamente
com o dispositivo do decisum, formam a coisa julgada,
não havendo, destarte, que se falar que a mera
possibilidade de alteração no quadro societário da
empresa seria impedimento à prolação de decisão
concessiva da imunidade tributária recíproca a sociedade
de economia mista.
STF – EMPRESAS
3. ESTATAIS
Em face da literalidade da norma inscrita no art.
102, I, f, da Carta Maior, não compete a esta Corte,
em sede originária, processar e julgar causas na qual
antagonizem sociedade de economia mista estadual
e município, ainda que se trate de demanda versante
sobre imunidade tributária recíproca em cujo polo
passivo se situe também a União.
4. Questões referentes à repetição do indébito
tributário e à mudança no regime de recolhimento do
PIS e COFINS não guardam feição constitucional e
não são aptas a atrair a competência do STF, ante a
ausência de potencial para abalar o pacto federativo.
5. Agravos regimentais não providos. Informativo
Nº 827.
STF – Imunidade quanto aos imóveis da União explorados economicamente
pela INFRAERO

◦ Informativo n° 860 do Supremo Tribunal Federal:

“(...) O Colegiado pontuou que a imunidade recíproca


prevista no art. 150, VI, “a” (1) da Constituição Federal
(CF) não foi concebida com o propósito de permitir que
empresa privada atue livremente no desenvolvimento de
atividade econômica e usufrua de vantagem advinda da
utilização de bem público. Asseverou que a referida
previsão decorre da necessidade de observar-se, no
contexto federativo, o respeito mútuo e a autonomia dos
entes. Não cabe estendê-la para evitar a tributação de
particulares que atuam no regime da livre
concorrência.”
STF – Imunidade quanto aos imóveis da União explorados economicamente
pela INFRAERO

Nesse contexto, salientou que, uma vez verificada


atividade econômica, nem mesmo as pessoas
jurídicas de direito público gozam da imunidade (CF,
art. 150, §3º) (2). Assentou que o IPTU representa
relevante custo operacional, comum a todos que exercem
a atividade econômica da recorrida. Afastar tal ônus de
empresa que atua no setor econômico, a partir de
extensão indevida da imunidade recíproca, implica
desrespeito ao princípio da livre concorrência (CF, art.
170, IV) (3), por conferir ao particular uma vantagem
inexistente para os concorrentes. Ademais, ressaltou que
a hipótese de incidência do IPTU não se limita à
STF – Imunidade quanto aos imóveis da União explorados economicamente
pela INFRAERO

O mesmo entendimento vale para o


contribuinte do tributo, que não se restringe
ao proprietário do imóvel, mas alcança tanto
o titular do domínio útil quanto o possuidor a
qualquer título. Nesse sentido, o Colegiado
ponderou que não há falar em ausência de
legitimidade da empresa ora recorrida para
figurar em polo passivo da relação jurídica
tributária.
STF –Imunidade tributária
recíproca não exonera o sucessor
Mencionou o RE 599.176/PR (DJE de 30.10.2014), com
repercussão geral, no qual, diante também de sucessão
da RFFSA pela União, o Plenário concluiu que a
imunidade recíproca do art. 150, VI, “a”, da CF não
exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas
aos fatos ocorridos antes da sucessão. Reconheceu que a
solução do mencionado precedente poderia ser aplicada
ao presente caso e salientou que os dois julgados tratam
da mesma questão jurídica: a possibilidade de se
concederem privilégios próprios de pessoa jurídica de
direito público, sucessora de empresa privada, aos atos
processuais praticados antes da sucessão.
IMUNIDADE DOS TEMPLOS
Art. 5º da CRFB - VI - é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei,
a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
◦ O livre exercício só é maximamente garantido quando
proibida a instituição de impostos relativamente aos
templos de qualquer culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) templos de qualquer culto;
STF - LOJAS MAÇÔNICAS
Segundo o STF não (RE 562.351, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, DJe 14.12.2012):
“CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CARTA
FEDERAL. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. ART. 150, VI, B,
DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ABRANGÊNCIA DO
TERMO “TEMPLOS DE QUALQUER CULTO”. MAÇONARIA.
NÃO CONFIGURAÇÃO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
CONHECIDO EM PARTE E, NO QUE CONHECIDO,
DESPROVIDO. I – [...] III – A imunidade tributária conferida pelo
art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto religioso,
não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa
qualquer religião.
A imunidade só persiste quanto às finalidades essenciais
IMUNIDADE DOS PARTIDOS,
SINDICATOS DOS
TRABALHADORES E
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
◦ A imunidade dos partidos e sindicatos dos
trabalhadores serve como instrumento para a
concretização do princípio democrático. Quanto
às instituições de educação e assistência social
sem fins lucrativos, a imunidade visa a fomentar
objetivos constitucionais correlacionados como
o da erradicação da pobreza e o da promoção
da educação.
IMUNIDADE DOS PARTIDOS,
SINDICATOS DOS TRABALHADORES
E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 150 da CRFB/88. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
IMUNIDADE DOS PARTIDOS,
SINDICATOS DOS TRABALHADORES
E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E
◦ASSISTÊNCIA SOCIAL
A imunidade só abrange o patrimônio, a renda
ou os serviços relacionados com as finalidades
essenciais das referidas entidades.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas
"b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.
IMUNIDADE DOS PARTIDOS, SINDICATOS DOS
TRABALHADORES E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL

◦ A CRFB/88 condiciona a imunidade aos requisitos da lei complementar


(art. 146, II). Como essa lei complementar não existe, aplica-se o art.
14 do CTN, recepcionado pela CRFB/88 como lei complementar.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Art. 14 do CTN. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades
nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção
dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
IMUNIDADE DOS PARTIDOS,
SINDICATOS DOS TRABALHADORES
E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste
artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade
competente pode suspender a aplicação do
benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do
inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os
diretamente relacionados com os objetivos
institucionais das entidades de que trata este
artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos
constitutivos.
IMUNIDADE DOS PARTIDOS,
SINDICATOS DOS TRABALHADORES
E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
◦ Segundo o STF, a imunidade em questão não
protege contra a incidência de outros tributos
(que, em geral, pressupõem uma
contraprestação estatal), mas atinge os
impostos indiretos. Aplica-se, aqui, o raciocínio
de Ávila. Se a ausência de finalidade lucrativa
representar anulação da capacidade
contributiva, a imunidade deveria se estender a
outros tributos, como as contribuições.
SINDICATOS DOS
TRABALHADORES E
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA

SOCIAL
O STF entende que a imunidade não protege os
fundos de previdência privada (tal como entendia o
STJ), tendo em vista que não se inserem na categoria
assistência social, mas são, na verdade, previdência,
que é outra espécie do gênero “seguridade social”, junto
com a saúde.
Súmula vinculante nº 52 – Ainda quando alugado a
terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo
artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal,
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades para as quais tais entidades
STF –IMUNIDADE ALUGUEL
IMÓVEL A TERCEIROS VOLTADO
PARA SUAS FINALIDADES
Súmula vinculante nº 52 – Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo artigo 150,
inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
IMUNIDADE DOS LIVROS E
PERIÓDICOS
◦ Essa imunidade tem origem na constituinte de
1946, quando o parlamentar Jorge Amado, quis
proteger a liberdade de imprensa das práticas
do governo, que aumentava o Imposto de
Importação de papel, quando as publicações
eram majoritariamente de oposição.
◦ O objetivo desta imunidade é promoção da
liberdade de expressão, mas também é a
difusão da cultura, que são fomentados ao se
proibir a instituição de impostos sobre livros,
jornais e periódicos e o papel destinado à sua
impressão.
IMUNIDADE DOS LIVROS E
PERIÓDICOS

Art. 150 da CRFB/88. Sem prejuízo de outras


garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão.
IMUNIDADE DOS LIVROS E
PERIÓDICOS
◦ Livros Eletrônicos

O Supremo Tribunal Federal, em 08/03/2017,


ao apreciar o tema 593 da repercussão geral
do RE 330817 RG/RJ, fixou a seguinte tese:
"A imunidade tributária constante do art. 150,
VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-
book), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo".
IMUNIDADE DOS LIVROS E
PERIÓDICOS
◦ Álbum de figurinhas e lista telefônica:

Há, também, sobre o tema a Súmula 657, que


dispõe: “A imunidade prevista no art. 150, VI,
«d», da CF/88 abrange os filmes e papéis
fotográficos necessários à publicação de
jornais e periódicos.”, e o RE 183483-SP.
IMUNIDADE DAS OBRAS
MUSICAIS BRASILEIRAS
Art. 150 da CRFB/88. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013
Outras imunidades dentro do
capítulo do Sistema Tributário
Nacional
◦ Art. 149, § 2, I (redação da EC 33/01): descreve a imunidade das
receitas de exportação, quanto às contribuições sociais e à
contribuição de intervenção no domínio econômico.
Art. 149 da CRFB/88. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico
de que trata o caput deste artigo:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO DO
CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
◦ Art. 153, § 3º, III: define a imunidade, atinente ao IPI,
dos produtos industrializados destinados ao exterior.
Art. 153, §3º, III da CRFB/88- não incidirá sobre produtos
industrializados destinados ao exterior.

◦ Art. 153, § 4º: imunidade de ITR sobre pequenas glebas


rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com
sua família, o proprietário que não possua outro imóvel.
Art. 153, §4º, II da CRFB/88- não incidirá sobre pequenas
glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel;
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO
DO CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
◦ Art. 155 § 2º, X: Imunidade de ICMS das operações
que destinem ao exterior produtos
industrializados, exceto os semi-elaborados
definidos em lei complementar (alínea a), das
operações que destinem a outros Estados petróleo,
inclusive lubrificantes, combustíveis, líquidos e
gasosos dele derivados, e energia elétrica (alínea
b), exceto na hipótese prevista no mesmo § 2º, item
XII, há h (alínea acrescida pela EC 33/01), X, (alínea
c) – não incidirá sobre o ouro, nas hipóteses em que
se sujeita a IOF por servir para operações
financeiras.
Outras imunidades dentro do
capítulo do Sistema Tributário
Nacional
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior,
nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior,
assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.200
3)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo,
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades
de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO DO
CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
◦ Art. 155, §3º: Imunidade para qualquer tributo das
operações relativas à energia elétrica,
combustíveis, líquidos e gasosos, lubrificantes e
minerais do País.

§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II


do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro
imposto poderá incidir sobre operações relativas a
energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do
País.
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO
DO CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
◦ Art. 156, § 2º, I: ITBI – imunidade nas operações de fusão,
cisão, incorporação ou extinção de pessoa jurídica, quando
há transferência de bens imóveis, salvo objeto administração
de imóveis.

§ 2º O imposto previsto no inciso II:


I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização
de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses
bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil;
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO DO
CAPÍTULO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO
NACIONAL
◦ Art. 155 § 2º, XII: Lei complementar pode excluir da
incidência do ICMS serviços e outros produtos exportados –
Ver LC 84 parece que prevê para semi-industrializados. Eu
entendo que a lei confere imunidade por ser norma
materialmente constitucional Luciano Amaro concorda sob
outro argumento, alegando que a imunidade define
competência e a Lei estaria no presente caso definindo
competência
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO DO
CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior,
serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para
outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá
uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não
se aplicará o disposto no inciso X, b;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
(Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre,
também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO DO
CAPÍTULO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO
NACIONAL
◦ Art. 156, §3º, II – III : Sobre serviços exportados.

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para


o exterior.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - regular a forma e as condições como isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
3, de 1993)
Imunidades fora do capítulo
do Sistema Tributário
Nacional
◦ Art. 195 § 7º da CRFB/88: Usa impropriamente o
termo “isenta”, que na verdade é “imune” de
contribuições para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistência social que
atenda às exigências estabelecidas em lei.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade


social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em
lei.
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO
DO CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
◦ Artigo 5º, XXXIV da CRFB/88: Imunidade de taxas
para direito de petição e certidões

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente


do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO
DO CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
◦ Art. 5º, LXXIV da CRFB/88: Imunidade de taxas para
assistência jurídica para hipossuficientes.
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

◦ Art. 5º, LXXVI da CRFB/88: Registro civil de nascimento


e certidão de óbito para os pobres, na forma da lei.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
OUTRAS IMUNIDADES DENTRO
DO CAPÍTULO DO SISTEMA
TRIBUTÁRIO NACIONAL
◦ Art. 5º, LXVII da CRFB/88: Habeas corpus e habeas data e,
na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania.
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

◦ Art. 184 § 5º da CRFB/88: Imunidade, embora use o termo


“isenção” para impostos nas operações de transferência de
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais
as operações de transferência de imóveis desapropriados para
fins de reforma agrária.

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