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INTERESTADUAIS.
RESUMO
1
Advogado, Bacharel em Direito pela Faculdade São Salvador. Pós-graduando em Direito Tributário,
Direito Constitucional e Direito Processual Civil pela Unifacs. Pós-graduando em Direito
Previdenciário e Direito do Trabalho pela Faculdade São Salvador, Mestrando pela Universidade
Federal da Bahia.
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1. INTRODUÇÃO
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CTN - Código Tributário Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm
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CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 30ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2015.
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BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/htm
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Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte. 5
Destarte, mostra-se claro que imposto é um tributo que não está atrelado a
nenhuma atividade, e que sua receita também não está vinculada a nenhuma
despesa, tendo em vista o quanto disposto no artigo 167, IV da Constituição
Federal.6 Tal vedação serve para reafirmar que a receita dos impostos arrecadados
busca custear as despesas públicas gerais.
Ainda no âmbito constitucional, observa-se que a Carta Magna além de
explicar o conceito de imposto, trouxe também apontamentos sobre seus princípios
norteadores e a forma como está repartida a competência entre a União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Nesta seara, pode-se afirmar que as competências tributárias estão
distribuídas entre os entes federados de acordo com o que lhes cabe, e deste modo
restou aos Estados estabelecer e cobrar ICMS - Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços. Esta determinação está presente no artigo 155, II, da
Constituição Federal:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;7
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CTN - Código Tributário Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm
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Art. 167. São vedados:
[...]
IV – a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 a 159, a destinação de recursos
para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art. 212, e prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, parágrafo 8º...
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BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/htm
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3. ICMS
pertinente aduzir que tal imposto possui um caráter totalmente fiscal o que pode
restar comprovado mediante leitura da Constituição Federal conforme art. 155, §2º,
III onde há a possibilidade de ser seletivo em razão da essencialidade das
mercadorias e dos serviços.
Entretanto, quando ocorrer uma permissão diferente desta, pode ocasionar a
extrafiscalidade do tributo, haja vista que sua incidência seria maior sobre serviços
mercadorias obtidas pela população com maior capacidade contributiva, buscando à
redistribuição de renda.
Neste diapasão, percebe-se que o ICMS está submetido a alguns princípios
tributários que necessitam ser compreendidos. No entanto, destaca-se o princípio da
legalidade como ponto chave, conforme previsto no art. 150, inciso I, da Constituição
Federal de 1988: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I -
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 8
Sendo assim, vê-se que esta determinação proíbe que os entes federados
possam exigir ou aumentar o tributo sem que esteja estabelecido em lei, pois o
legislador aplicou o princípio da legalidade tributária vinculando a instituição do
imposto à promulgação de leis, e com isso submetendo o ICMS a este princípio.
Outro ponto importante a ser abordado é sobre o princípio da anterioridade de
exercício e da anterioridade nonagesimal, ambos ligados diretamente ao ICMS. É
também na Constituição Federal de 1988 que encontra-se consagrado o artigo 150,
III, que explica sobre este assunto:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;9
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BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/htm
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Ibdem.
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SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário - Saraiva. 11ª Edição. 2019.
11
SILVA NETO, José Francisco. Apontamentos de Direito Tributário. 1ª Ed. São Paulo: Canal 6,
2012.
12
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 23ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2019.
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13
CONVÊNIO 93/2015. Disponível em: https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/
14
GRASIA, Carolina. Tudo o que você precisa saber sobre o Diferencial de Alíquotas. Disponível em:
https://ajuda.contaazul.com/hc/pt-br/articles/
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onde tem uma base de cálculo única, além das unidades federativas que pedem a
base de cálculo “dupla”.
Assim, Grasia segue aduzindo que:
Mesmo nas operações em que o remetente faz o recolhimento do Difal nas
vendas de produtos com substituição tributária, é preciso sempre verificar a
legislação do Estado de destino da mercadoria, para entender qual o
posicionamento deste em relação à base de cálculo utilizada na fórmula do
Difal (única ou por dentro).15
Percebe-se que o DIFAL tem como finalidade criar uma proteção no que
tange á competitividade do estado onde o comprador reside. O intuito é equilibrar
um possível cenário de desigualdade existente entre os estados, tendo em vista que
muitas vezes determinada mercadoria tem uma variação de preço significativa entre
os estados, pois o ICMS deste outro estado é mais baixo. Deste modo, a tendência é
que as pessoas optem por comprar neste estado onde o produto está mais barato.
Ao longo do tempo, com o avanço das vendas pela internet os estados
passaram a competir, isto porque as pessoas buscam o menor preço. Da forma pela
qual o ICMS anteriormente se apresentava (recolhido para o estado no qual o
vendedor está sediado), as compras por e-commerces se tornaram o principal
motivo de disputa entre os estados brasileiros.
Somente com o convênio ICMS 93/2015 é que se viu uma possibilidade de
equilíbrio para tentar que haja uma igualdade de condições, pois o estado onde o
comprador reside passou a receber parte do ICMS.
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LAVAL, Luísa. Qual a importância da Reforma Tributária? - Artigo - Julho/ 2020 - Disponível em:
https://economia.estadao.com.br/
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 23ª ed. rev. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2019.