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RESUMO
The present work has as its theme “The Tax Reform and the tax on great
wealth”. The same was based on the following issue: What are the advantages
and disadvantages of the Tax Reform for the less favored society? To find the
answer to this question, some objectives were established, the general one
being: to analyze the negative and positive points of this reform in the Brazilian
tax system in proposals of PEC 45/2019 and PEC 110/2019. The specific
objectives: talk about Taxes: taxes, fees and contributions for improvement;
analyze the PEC 45/2019 and PEC 110/2019 and Bill No. 3887/2020 (PL
3887/2020. Debate on the delay in the institution of a complementary Law on
the Tax on Great Fortunes brought by the Federal Constitution of 1988, so that
it is possible a fairer tax system to reduce inequalities. For this, deductive and
comparative methods were used. The conclusion reached is that the lack of
approval of this complementary law instituting the Tax on Great Fortunes is a
political party issue. it is a bibliographical research, which was the basis for
theoretical investigation, as it is a subject that is addressed in several materials
published in books, magazines, electronic network and article, etc. Finally, it is
concluded that the tax reform is necessary to respect the dictates of the
Constitution and progressive taxation.
1Lei nº 5.172 de outubro de 1966, denominado Código Tributário Nacional pelo art. 7°
do ato complementar nº 36, de março de 1967.
Entre os tributos mais complexos pode-se destacar a Taxa, a mesma
diferencia-se do imposto, pois quando paga-se uma taxa, em contrapartida tem
se a prestação de um serviço público. Significa dizer que, “As taxas são uma
espécie tributária com seu fator gerador vinculado a uma atividade estatal
específica, portanto é uma prestação pecuniária e compulsória, que pode ser
um serviço público ou o exercício do poder de polícia” (MONTEIRO, 2006,
p.17).
O código Tributário Nacional, segundo Amaro (2007), conceitua as taxas
como cobranças direcionadas pela União (Federal, Estadual e Municipal). As
taxas não devem ser baseadas em cálculo ou fator gerador corresponde a
imposto e nem mesmo a função do capital das empresas. Assim, considera-se
que taxa é como uma receita pública derivada e compulsória que
consequentemente dá ao Estado a oportunidade de ressarcir as despesas
procedentes de serviços que estão a disposição do contribuinte.
A Contribuição de Melhoria para Silva (2012) é uma espécie de tributos,
da qual podem ser arrecadadas por meio de obras públicas que resultem em
benefícios ao contribuinte, já que as ações podem valorizar imobiliária como
por exemplo pavimentação das ruas, rodovias entre outras. As cobranças
podem ser aplicadas pela União: Federal, Estadual e Municipal. Contudo, além
das Contribuições de melhoria existem a Contribuições Sociais.
2.2. Uma breve análise das PEC 45/2019 e PEC 110/2019 e Projeto de Lei
nº 3887/2020 (PL 3887/2020.
.
A reforma tributária segundo Sauders, é um dos assuntos mais
comentados no cenário político atual e é de extrema necessidade, uma reforma
tributária no nosso país. Dos mais conservadores aos mais liberais, é quase
consensual que a quantidade de tributos existentes no Brasil e a abissal carga
tributária sofrida pelos contribuintes precisam ser imediatamente revistas”.
(SAUNDERS, 2019, p. 33), porém tem que ser uma reforma justa.
Moreira; Amoni (2019, p. 125) entendem ser “de conhecimento geral que
possuímos um sistema tributário altamente complexo e oneroso, que tende a
beneficiar o abastado em detrimento ao hipossuficiente, colocando de lado os
ditames da justiça fiscal”.
As propostas de reforma tributária discutidas nas PEC’s nº. 45 e 110 dão
ênfase à simplificação do sistema tributário brasileiro, o que é confirmado pelo
estudo realizado pelos consultores legislativos da Câmara dos Deputados,
Nunes et al, que afirmam que: em ambas as proposições, a alteração do
Sistema Tributário Nacional tem como principal objetivo a simplificação e a
racionalização da tributação sobre a produção e a comercialização de bens e a
prestação de serviços, base tributável atualmente compartilhada pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Nesse sentido, ambas propõem a
extinção de uma série de tributos, consolidando as bases tributáveis em dois
novos impostos: (i) um imposto sobre bens e serviços (IBS), nos moldes dos
impostos sobre valor agregado cobrados na maioria dos países desenvolvidos;
e (ii) um imposto específico sobre alguns bens e serviços (Imposto Seletivo),
assemelhado aos excise taxes. (NUNES et al, 2019, p. 2).
Como bem disse Maia: O legislador infraconstitucional optou por
concentrar os tributos sobre o consumo (bens e serviços), de onde vem
praticamente 50% da arrecadação tributária no Brasil, em detrimento de outras
bases como renda e propriedade. Ao se concentrar a tributação no consumo,
faz-se com que a população mais pobre, pague, proporcionalmente, mais
tributos que a população mais abastada. (MAIA, 2019, p. 398).
Sander explica bem essa situação de tributação regressiva: Não
precisamos explicar muito que vivemos em um regime tributário regressivo, ou
seja, nosso sistema de tributação arrecada proporcionalmente mais de quem
ganha menos. Por exemplo: uma empregada doméstica ao comprar uma
geladeira pagará de imposto o mesmo valor que será recolhido por um
banqueiro que comprar essa mesma mercadoria. Ainda que o rendimento
deste contribuinte seja muito maior do que o montante ganho por uma
empregada, a tributação sofrida por ele é exatamente a mesma de uma pessoa
de baixa renda. Nessa (“hipotética”) situação, houve um efeito regressivo
cobrando proporcionalmente mais de quem ganha menos. (SAUNDERS, 2019,
p. 40).
Esses projetos são visíveis que eles sobrecarrega a tributação sobre
consumo e folha de salário, o que afeta a população pobre e beneficiam sobre
a renda e o património dos ricos.
O correto seria como afirma Amoni, “[…] Para que tenhamos um sistema
tributário eficiente, os impostos diretos, aqueles que levam em conta o caráter
pessoal do contribuinte, como a renda e o patrimônio, devem ter como
característica primordial a progressividade, respeitando a capacidade
econômica e atendendo políticas de distribuição de renda. Já os impostos
indiretos, aqueles incidentes sobre o consumo, devem possuir alíquotas
seletivas e diferenciadas, de acordo com a essencialidade ou não de
determinado produto” (MOREIRA; AMONI, 2019, p. 125)
O sistema tributário desenhado na Constituição de 1988 foi ignorado, e
em muitos casos frontalmente contrariado, pela legislação infraconstitucional
dos últimos 30 anos. O sistema tributário desenhado na Constituição de 1988
não é, de forma alguma, o sistema tributário regressivo, injusto, imprevisível e
caótico que se construiu ao longo das últimas três décadas. O constituinte de
1987/88 optou claramente por impostos com caráter pessoal e graduados pela
capacidade econômica do contribuinte (art. 145, §1º) […]. (GODOI, 2019, p.
722).
Nesse sentido o R7 (2020) noticiou que o Deputado Federal Aguinaldo
Ribeiro, relator da Comissão Mista da PEC nº. 45, defendeu que “vai ser
necessário avançar em uma discussão mais progressiva, de atuar em impostos
para taxar quem hoje é menos taxado, porque nosso sistema tributário é injusto
e taxa mais os mais pobres”.
Sobre a extinção dos benefícios fiscais proposta pela PEC nº. 45,
discorre Maia que: não será possível a concessão de qualquer benefício fiscal,
ou seja, aplicar o IBS, nos termos da proposta da EC 45/2019, implica em
extinguir todas as medidas extrafiscais existentes em relação ao consumo e o
fato de aplicar uma alíquota única a todos os bens e serviços impossibilita uma
tributação diferenciada para bens e serviços tidos como essenciais,
inviabilizando a aplicação da seletividade tributária. (MAIA, 2019, p. 409)
O princípio da seletividade se destina a minorar os efeitos regressivos da
tributação sobre o consumo. Deste modo, a supressão da seletividade da
tributação sobre o consumo, promovida pela proposta em comento, faz com
que a capacidade contributiva deixe de ser aplicada em relação ao IBS, uma
vez que a tributação proporcional nesse tipo de tributo gera um efeito
regressivo, agravando a iniquidade do nosso sistema, já por demais injusto
com os mais pobres, violando o princípio da capacidade contributiva. Não se
presta a salvar a validade constitucional da proposta, a previsão para que a
União institua impostos seletivos para desestimular o consumo de
determinados bens, uma vez que tal autorização se relaciona à extrafiscalidade
negativa associada aos bens nosedives ao consumerism. Em inhumane media
é ideia relacionada à capacidade contributiva ou ao implemento de políticas
públicas de Estados e Municípios. (RIBEIRO, 2019, p. 2 e 16)
uma reforma tributária no Brasil não pode ter como objetivo único a
simplificação, pois, apesar deste ser um problema relevante, temos outro
problema tão grave quanto. Julgamos que o sistema tributário também tem
como uma de suas funções ser instrumento de justiça, podendo ser aplicado
para reduzir as desigualdades existentes no país. (MAIA, 2019, p. 422).
Assim, a tributação sobre o consumo, embora dirigida à população por
inteiro, atinge mais pesadamente os mais pobres que gastam todos os seus
rendimentos na aquisição de bens e serviços essenciais à sua própria
sobrevivência. A esses, não é possível amealhar patrimônio. Já a tributação da
renda, em geral dirigida aos extratos que superem o mínimo existencial, atinge
em maior grau, em um plano ideal, os rendimentos mais elevados. Por essas
razões, a tributação sobre o consumo favorece a acumulação de capital, sendo
um meio inferior de promoção da justiça distributiva, tendo quase sempre um
efeito regressivo, na medida em que os consumidores suportam a carga
tributária sobre os bens e serviços cuja aquisição para os mais pobres, por
meio de itens essenciais à própria sobrevivência, esgota inteiramente todos os
seus recursos. Essas camadas excluídas também não conseguem poupar o
suficiente para formar patrimônio a ser tributado. Em síntese, os tributos sobre
consumo, sendo reais e indiretos, quando aplicáveis à generalidade dos
produtos sobrecarregam os preços, onerando regressivamente os mais pobres.
(RIBEIRO, 2019, p. 15-16).
No Brasil a concentração de tributação sobre o consumo é superior à
média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), sendo equivalente a 14,3% do PIB, enquanto em outros países a
média é 11,1% (RECEITA FEDERAL, 2020).
Segundo levantamento do IPEA em 2008, aqueles que recebem até dois
salários mínimos destinam 53,9% dos seus rendimentos para o pagamento de
tributos, já aqueles com renda superior a trinta salários mínimos essa carga
tributária é de apenas 29% sobre os rendimentos. (RODRIGUES, 2009).
Segundo estudo realizado pela Receita Federal, a tributação sobre bens
e serviços no Brasil correspondeu a 44,74% da arrecadação total do país no
ano de 2018. De acordo com dados de 2017, o Brasil é um dos países que
menos tributa sobre a renda (7% do PIB) com relação aos países da OCDE, e
a tributação sobre consumo representa 14,3% do PIB, enquanto a média dos
países da OCDE é 11,1%. (RECEITA FEDERAL, 2020)
De acordo com Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017-2018, as
famílias brasileiras com renda de até dois salários mínimos comprometiam uma
parte maior de seu orçamento em despesas com alimentação e habitação
(correspondendo, em conjunto, 72,2% dos gastos com despesas de consumo)
do que aquelas com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (BRASIL,
2013)
Quem paga e como se gasta no Brasil” realizado pelo IPEA em 2009, os
10% mais pobres da população brasileira destinam 32,8% da sua renda para o
pagamento de tributos, enquanto que para os 10% mais ricos, o ônus estimado
é de 22,7% da renda (IPEA, 2009)
De acordo com Relatório do Desenvolvimento Humano 2019 do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil é o
sétimo país mais desigual do mundo, ficando atrás apenas de nações
africanas. O relatório também traz que a parcela dos 10% mais ricos do Brasil
concentra cerca de 42% da renda total do país. (PNUD, 2019).
Marciano Buffon e Vinícius de Oliveira Barcellos (2018) defendem que:
Neste papel primordial que apresenta no Estado Democrático de Direito, a
tributação não poderia ter como base outro princípio senão o da capacidade
contributiva, no qual aqueles que possuem maiores condições devem contribuir
mais vigorosamente com os fins do Estado, e aqueles que menos, ou nada,
possuem, suportarão menores encargos tributários, ou até mesmo nenhum. Tal
princípio é uma decorrência lógica do atual modelo de Estado, oriundo do
princípio da igualdade, dotando-o de maiores condições para cumprir os
objetivos estatais. Isto porque tal princípio preserva o mínimo vital, ou seja,
aquela parcela de renda necessária para que se tenha uma vida digna,
evitando-se, também, que a tributação seja um meio de suprimir a propriedade
privada, através do confisco. O melhor formato para a concretização do
princípio da capacidade contributiva é mediante a tributação progressiva.
(BUFFON; BARCELLOS, 2018).
2.3. O Imposto sobre a grande fortuna
BRASIL. Código Tributário Nacional, 1966. 31. Ed. São Paulo, 2003.
SAUNDERS, Ana Paula. A justiça social e a reforma tributária. In: CUNHA, Ivan
Luduvice; CAMPOS, Marcelo Hugo de Oliveira; CASTRO JÚNIOR, Paulo
Honório de; BITTENCOURT JÚNIOR, Rogério Abdala [Orgs.]. Reforma
Tributária Brasileira. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2019.
IPEA. Receita pública: quem paga e como se gasta no Brasil. IPEA, 2009.
Disponível em: Acesso em: 17 nov. 2019.
MAIA, Débora Bezerra de Menezes Serpa. Tributação indireta e cidadania
fiscal: uma análise dos mecanismos de conscientização para mitigação da
anestesia fiscal. 2015, 150 f. Dissertação de mestrado – Programa de Pós-
Graduação em Direito, Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2015.
RODRIGUES, Azelma. Carga tributária dos mais pobres é de 54%, diz estudo
do Ipea. O Globo, 30 jun. 2009.