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Aulas Teóricas de Fiscal

Conteúdo
13/09/2022...................................................................................................................................4
15/09/2022...................................................................................................................................6
27/09/2022.................................................................................................................................10
29/09/2022.................................................................................................................................14
04/10/2022.................................................................................................................................17
06/10/2022.................................................................................................................................21
11/10/2022.................................................................................................................................24
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18/10/2022.................................................................................................................................29
13/09/2022
1. Impostos para quê?

Os impostos consistem em receitas públicas, coativas, unilaterais (não há um sinalagma


jurídico; não existe uma contrapartida individualizada entre o que pagamos e o que
recebemos). Ex. IRS: não conseguimos perceber se o montante que pago vai ser afeto a
despesas de educação, saúde, despesas com os funcionários públicos, etc.

No entanto, num Estado de Direito tem de haver publicidade, e esta manifesta-se através
do Orçamento, e a sua aprovação está sujeita a reserva de lei- não há impostos sem
votação. Os tributos não podem ter fins sancionatórios. Trata-se de uma condição da
existência do próprio estado. Não há estado soberano e independente sem existirem
impostos suficientes para o seu financiamento. E esse é um dos desafios da atual
economia aberta, globalizada, com livres circulações.

É utopia falar neste momento de globalização no sentido em que se sonhava nos anos
90. No entanto, em termos económicos, ainda temos uma grande parte de livre
circulação, em termos monetários- isto é, é muito difícil captar os movimentos dos
contribuintes com maior capacidade contributiva, no sentido em que estes escolhem os
territórios onde não vão ser tributados ou onde vão sê-lo com uma carga baixa- o que se
chamava antigamente de paraísos fiscais.

Todos os estados competem para atrair os grandes investidores, como é o caso


português também, como por exemplo com o regime de residentes não habituais. Isto
mostra que os estados, devido às livres circulações, têm muita dificuldade em captar
receitas por parte de quem mais capacidade contributiva tem e por isso descem os
impostos, o que faz com que estes recaiam com maior foco nos sujeitos contribuintes
com menos mobilidade.

É muito difícil conseguir captar impostos numa lógica de justiça, de quem mais
capacidade tem. Consta da CRP que o princípio da igualdade rege a tributação- quem
mais tem, mais deve pagar.

2. Impostos para quem?

O que exige a CRP é um princípio de capacidade contributiva que consta do art. 3º e


104º e que tem de ser concretizado por lei- reserva de lei; discricionariedade do
legislador para concretizar o princípio da capacidade contributiva.

3. Direito Fiscal para quê?

O Direito Fiscal é um ramo de direito, já com vários subramos. Implica uma relação de
facto entre a autoridade tributária e o contribuinte. O Direito Fiscal é um ramo
autónomo, com as suas próprias características, e estas advêm do facto de, apesar de ser
um ramo de Direito Público, a relação entre fisco e contribuinte reger-se por princípios
autónomos face aos outros ramos do Direito.

Tem de existir sempre uma ponderação entre segurança jurídica e princípio da


igualdade/ capacidade contributiva.

 Segurança jurídica: legalidade + proibição de retroatividade. Tem de estar tudo


previsto na lei com densidade suficiente, para que o contribuinte saiba o que vai
pagar.
 Justiça fiscal: capacidade contributiva. Tensão constante entre estes 2 princípios.

4. Direito fiscal para quem?


 Tributação direta: impostos sobre o rendimento, IRS, IRC
 Tributação indireta: IVA
15/09/2022

Existe a dificuldade em tributar a capacidade contributiva, devido à quantidade de


pessoas e capitais, e isto consiste num desafio muito importante para que os estados se
mantenham soberanos.

Direito fiscal: ligado ao conceito de imposto em Portugal; Direito tributário: conceito


mais amplo. Quando falamos em Direito Fiscal falamos num estado que se sustenta
maioritariamente através de impostos.

Tributos: receitas públicas que devem satisfazer necessidades públicas e que não têm
características sancionatórias. Este conceito está relacionado com 3 áreas de fiscalidade
stricto sensu, isto é:

1. Normas fiscais stricto sensu: são aquelas que dizem respeito a uma finalidade
de arrecadação de receitas, sejam primárias ou secundárias;
2. Parafiscalidade: surge com uma especialidade- as entidades que criam os
tributos não têm base territorial e não são entidades eleitas democraticamente.
Ex. segurança social e e suas contribuições dos trabalhadores e empregadores-
não são tributos criados através de uma entidade diretamente relacionada com
uma eleição; universidades e instituições reguladores- criam tributos para
financiamento de um grupo homogéneo. Quando os tributos visão o
financiamento de atividades de entidades diversas daquelas que o instituíram.
3. Extra fiscalidade: temos receitas públicas, cuja finalidade principal não é a
arrecadação de receitas, mas a orientação de comportamentos. Ex. tributo sobre
os sacos de plástico, que pretendem que deixemos de os utilizar- pretendem
mudar o nosso comportamento. E se o comportamento não se alterou? Ness
caso, a finalidade não foi alcançada. E se houver uma aparência de extra
fiscalidade, mas na verdade o que a AR quer é arrecadar impostos? Ex. impostos
sobre o tabaco- é duvidoso que o estado esteja preocupado com a nossa saúde.

O Direito Fiscal aparece no quadro do Estado de Direito. Surge em 1918 com a 1º lei
geral tributária, na Alemanha, e dá origem ao Direito Fiscal porque é a primeira vez que
se regulam os direitos e deveres dos contribuintes numa relação jurídica tributária.

Contribuintes como sujeitos passivos podem reclamar contra ilegalidades do fisco.

Tributos: receitas cobradas por entidades públicas, de modo a satisfazer necessidades


públicas, seja a título principal ou secundário, e sem função sancionatória. Esta ausência
de função sancionatória é por vezes esquecida pelo legislador. Ex. Na EU um limite na
PAC à produção de leite- se ultrapassarem a quota, sujeitos ao pagamento de
determinado montante. Que tipo de tributo é este? Vai para o orçamento da OE, é um
tributo unilateral, é um imposto, objetivo fiscal ou com função sancionatória (o que
faria com que saíssemos do campo do Direito Fiscal e aplicar-se-ia a dogmática do
Direito das contraordenações)?

No nosso ordenamento constitucional temos uma classificação tripartida (art. 165º/1/g)


da CRP

1. Impostos:

Características:

 Unilateralidade, isto é, não existe um sinalagma jurídico nem económico.


Aquilo que pagamos a título de impostos tem de ser afeto a necessidades
públicas, este controlo é feito pelo OE, mas sem consignação. Impostos
consignados são a exceção. Ex. IRS, IRC, IVA, IMI- sabemos que é para
satisfação de necessidades públicas, mas não sabemos quais.
 Quantificação ad valorem: sobre o valor do bem ou rendimento. Isto surge
devido ao princípio da capacidade contributiva (manifestação do princípio da
igualdade), e que nos diz que deve pagar mais impostos quem mais capacidade
contributiva tem, e a tributação incide sobre o rendimento, património ou
consumo. Se é assim quando vamos quantificar o montante a pagar, este é
relativa sempre ao bem, valor, património e revela-se pela taxa.

Classificações

 Impostos reais: incidem sobre o valor dos bens e, na sua pureza, têm objetivos
de neutralidade, não tendo objetivos de entender, em concreto, qual a
capacidade contributiva dos sujeitos, através de elementos pessoais. Isto é,
não interessa qual o tamanho do agregado familiar, se vive em economia e
comum, etc. Pagos também por sujeitos passivos, bem como os restantes.

Exemplos em que a neutralidade não é assegurada: o IVA português tem vários


elementos pessoalizantes - ex. restauração ter taxa especial e não ser submetida a uma
taxa global- estabelece-se distorções ao funcionamento do mercado, onde privilegiamos
alguns setores e prejudicamos outros. Deve ser neutro para o Estado não interferir com a
eficiência empresarial. Outro exemplo: os 6% do IVA sobre bens essenciais- elemento
pessoalizante: estamos a ter em conta a capacidade contributiva. IVA é a receita mais
importante para o Estado, pois todos somos consumidores- tem elementos
pessoalizantes e tipos de distorções. Quando se reduz a taxa destes impostos

 Impostos pessoais: tem características que olham para elementos de


capacidade contributiva (art. 104º CRP). Prossegue objetivos de justiça e
têm-se em conta características mais individualizadas. Na legislação para a
identificação de contribuintes e de elementos pessoalizantes nunca podemos ter
em conta o indivíduo em concreto. Utiliza-se o tipo- categorias. Tentamos
identificar um conjunto de pessoas com aquelas características. O Direito Fiscal
tem de estabelecer tipos: quando existe uma taxa de IRC de 21% não é
individualizada, é por categorias de rendimentos com as características que são
tomadas em conta. Introduzem-se elementos pessoalizantes, mas por tipos, não
individualmente, e isso faz-se através de escalões, limites máximos, etc.

2. Taxas

3. Contribuições financeiras

Quer os impostos reais como os pessoais, têm um objeto e um sujeito. Como


objeto (incidem sobre) pode ser um bem, o consumo ou o rendimento e temos sempre
um sujeito passivo, em que o termo mais comum real é o do contribuinte. Isto significa
que a diferença entre impostos reais e pessoais não está relacionada com a presença ou
ausência de um destes elementos; a diferença assenta na configuração do imposto e
quais os elementos nessa configuração mais relevantes. Ex. IVA- imposto à partida real,
que o objetivo é haver uma neutralidade do imposto- não haver distinções entre o
objeto de tributação. Se o IVA fosse um imposto real em sentido strito haveria uma
única taxa e seria um imposto neutro pois não haveria distinções relacionadas com
eventuais capacidades contributivas dos sujeitos passivos/ contribuinte. Vão sempre
introduzidas especificidades que acabam por distorcer o que seria o ideal- atividade
legislativa. Quanto mais se cumprir os princípios sem diferenciações, mais coerente o
sistema- se não estamos a introduzir distorções- tentar que haja legislação coerente de
acordo com os princípios estudados para o imposto.

Impostos pessoais: no sec. XX e ainda no séc. XXI incidem sobre o rendimento


e incidem sobre o rendimento global em termos de princípios e tal como configurados
no início do séc. XX. Ou seja, para serem coerentes, os impostos pessoais não deveriam
distinguir entre diferentes categorias de rendimentos. Ou seja, por exemplo, o imposto
que recai sobre rendimentos de trabalho dependente deveria ser calculado da mesma
forma que o imposto que recai sobre os rendimentos de capitais- não deveria haver uma
distinção entre categorias. O IRS temos várias categorias- ex. trabalho dependente,
trabalho independente. Quando falamos de rendimento, o que conta é o acréscimo
patrimonial- faz-se atualmente- é uma ficção legal e corresponde ao ano legal do OE.
Global- independentemente do Estado que os rendimentos são gerado, ou seja,
independentemente do estado da fonte. Isto faz-se através da residência, que nos indica
o grau de conexão mais fiável no séc. XX.

A troca de utilidades é o que justifica a existência do imposto- o imposto serve


para fazer face a despesas públicas. Logo, há uma troca de utilidades, mesmo que não
consignadas.

Impostos pessoais: direito fiscal é uma das áreas da tipificação, isto é, não
podemos dizer (lei, fisco, tribunais) caso a caso as pequenas distinções entre
contribuintes. O princípio da igualdade é dado pela capacidade contributiva, pelo
acréscimo patrimonial. Elementos pessoalizantes entram depois de apurar a coleta- a
aplicação da alipta do imposto à matéria tributável. Abatimentos- elementos
pessoalizantes que vão introduzir diferenças de acordo com uma lógica de Estado
social. Abatimentos relacionados com despesas de saúde, educação etc- há um máximo
até ao qual o sujeito pode deduzir essas despesas.

Imposto pessoal: sempre sobre a pessoal singular, pessoa física.

Crise do imposto social: com a mobilidade dos sujeitos passivos, quer a nível
global quer a nível da UE, e com a mobilidade dos rendimentos de capitais, passou a ser
muito difícil englobar todo o rendimento. Isto é, os rendimentos com maior mobilidade,
como os juros, dividendos, mais-valias, etc, facilmente são deslocados para países de
baixa tributação. Como os impostos assentam na soberania estadual- cada estado aprova
os seus impostos de acordo com a reserva de lei- isso significa que o desenho dos
impostos também é nacional. Isto coloca em crise o princípio da tributação global:
embora seja mais justo não distinguir entre categorias de rendimentos, os rendimentos
de capitais são tributados de forma muito mais favorável do que os rendimentos de
trabalho, e conseguem escapar à tributação.

Taxas progressivas: elemento relacionado com a pessoalidade. Até agora 3 tipos


de elementos: tributação de rendimento global e universal (não distinção entre
categorias), abatimentos pessoalizantes (juros, despesas de saúde) e progressividade-
legislada através de escalões.

Se houvesse uma taxa proporcional, isso já assegura a capacidade contributiva-


quem tem mais, paga mais. O que justifica a progressividade é o princípio
redistributivo- quem ganha mais, paga mais em termos relativos e absolutos.
27/09/2022
Taxas e sinalagma

 Sinalagma jurídico
 Sinalagma económico? O princípio da proporcionalidade ou do custo/benefício
 Bens divisíveis
 Quantificação pelo benefício

O regime geral das taxas nunca foi criado, logo na sua ausencia o TC deveria aplicar o
princípio do custo/beneficio de forma rigorosa.

Cobrança com base no serviço prestado é aceite pelo TC. Temos de distinguir se a
utilidade decorreria do ensino da disciplina ou se o pagamento da taxa tem a ver com o
serviço (Ex. exemplo de pagamento de taxa para inscrição e pagamento de taxa
novamente para mudar de optativa).

Contribuições financeiras e sinalagma difuso (as taxas de regulação económica)

Introduzidas pela revisão da CRP de 1997

São como que uma terceira categoria.

As contribuições financeiras não são unilaterais, logo não são impostos, mas
tambem não são bilaterais no sentido das taxas, não são prestações pagas por um
benefício individualizado. São cobradas em benefício de um grupo homogéneo (Ex.
entidade reguladora das telecomunicações – todas as operadoras em PT têm de pagar a
taxa reguladora e essa tem de ser usada em benefício das entidades reguladas).

Estes tributos são tributos a favor de entidades publicas sem impasse


territorial (tal como as taxas), isto é, quando falamos de impostos falamos de entidade
públicas com base territorial, são eleitas democraticamente; quando estamos a falar de
taxas e contribuições financeiras estamos a falar de entidades públicas sem base
democrática, sem impasse territorial.

O grupo é homogéneo, são entidades reguladas naquele setor de atividade e


falamos tambem a este propósito de parafiscalidade ex. segurança social (temos duas
contribuições uma por parte do empregador – é unilateral não vai receber nada em troca
e são obrigatórias – e por parte do trabalhador – que serve para uma troca de utilidades
entre gerações, o contrato geracional ex. situação de impostos que financiam as
reformas.

Estas taxas de regulação economica prosseguem finalidades extrafiscais e são


consignadas isto é o objetivo não deve ser por si só o de arrecadar receitas, mas há
finalidades de regulação de um setor.
Estas também provocam externalidades porque justamente como o bem não é
divisível. Ex. se as várias instituições financeiras contribuem ao fundo, e se
contribuíram todos esses e que não entraram em insolvencia provocaram externalidades
positivas.

Os impostos são ad valorem, devem ser sempre calculados a partir da


percentagem de valor de riqueza, no caso das taxas e das contribuições financeiras elas
não podem e não devem ser calculadas ad valorem, porque a capacidade contributiva é
um parâmetro que tem de ser definida por lei da AR, existe discricionariedade do
legislador para fixar a quantificação em concreto, é uma valoração política sobre a
capacidade contributiva, sobre a retribuição que se pretende. Não é legitimo criarem
tributos ad valorem.

Então como calculam a contribuição financeira? Deve ser através da utilidade


de grupo. Podemos orientarmos pela legislação e jurisprudencia alemã. Deve se ver
quais são os gatos máximos das entidades reguladores e dividir esses gastos pelas
entidades reguladas porque assim tambem se controlam as despesas das entidades
reguladoras. Ao inves de olhar para a capacidade contributiva o que devem é definir
bem as suas despesas e repartir pela utilidade de todo o grupo.

Os regulamentos que criam as contribuições têm criado quantificações ad


valorem – o TC não tem impedido isso. Temos ainda muitos problemas em termos de
defesa do contributo.

 Fiscalidade
 Parafiscalidade – criada por entidades sem base democrática, legitimidade
democrática direta.
 Extra fiscalidade – tributos cujo objetivo não é a título principal a arrecadação
de receitas, podem ser objetivos culturais, religiosos… ex. benefícios fiscais –
quando são feitos eliminam ou adiam o pagamento dos impostos. Os sujeitos ou
o objeto tributário cai na norma regra/de incidência, mas depois há uma outra
norma que vem excecionar aquela situação.

Benefícios fiscais

Caso em que os crentes dão donativos elevados a uma determinada igreja, vamos
supor que esses donativos são utilizados para investimento imobiliário – questão: o
donativo em si é um acréscimo patrimonial então à partida haveria tributo, mas há
algumas leis que isentam tributação a estes donativos, como serem doados com fins
religiosos. Como é que determinamos os fins religiosos, podem as igrejas investir esses
montantes? Há capacidade contributiva, a regra é a tributação, mas depois há uma
finalidade extrafiscal que vem dizer que afinal não paga. Para os benefícios fiscais
serem compatíveis com a CRP estes não podem ser PRIVILÉGIOS FISCAIS, porque
os privilégios fiscais são contrários ao princípio da igualdade.
Qual o critério que se usa? O benefício prosseguido com a exceção tem que ser um
benefício para toda a comunidade superior à violação da capacidade contributiva
(princípio do bem estar social).

Princípios:

1. Princípio do bem-estar social – não pode ser um benefício apenas para o bem
estar de um grupo, mas sim para toda a sociedade. Se houver uma isenção para
todas as igrejas entao teremos toda a comunidade satisfeita. A finalidade pode
ser também cultural ou económica ou pode ser diplomática.
2. Princípio da proporcionalidade
3. Princípio da necessidade económica das famílias
4. Princípio do ganho – recompensa de toda a comunidade (ex. tributação dos
jovens mais favorável com objetivo de manter os jovens em território portuges).

Finalidades:

 Religiosa
 Cultural – temos por vezes isenções quando as empresas investem em arte ou
financiam a arte.
 Económica – isenções ou reduções relativamente a atividades económicas que
possam contribuir para o desenvolvimento de uma região ou a criação de
emprego
 Política ou diplomática – convenção de viena com o princípio de reciprocidade
(se fizerem o mesmo com os nossos diplomatas no exterior) em que as
embaixadas situadas em território PT não pagam IMI nem os funcionários
diplomáticos pagam IRS relativamente á sua atividade diplomática.

Tatbestand de imposto

Aparece dividido em an e o quantum

 An:
 Incidência – objeto + sujeito passivo (tem direitos e deveres na relação
tributária que podem ser materiais e formais)
 Incidência em sentido amplo – implica a quantificação do tributo. Os proveitos
menos gastos são as deduções ou rendimento bruto. A lei vai definir quais são os
gastos dedutíveis (estao relacionados com a atividades) e depois aplicamos o ad
valorem (a taxa), e objetemos a coleta (resulta da aplicação da taxa à matéria
tributada).
No caso do IRS temos a abatimentos que não estão relacionados com o
rendimento, mas estão relacionados com elementos pessoalizantes (ex. despesas
de educação, saude) e eliminação de duplas tributações. Essas duplas tributações
são deduções à coleta pois já não são pessoalizantes.
 Quantum
29/09/2022

Benefícios fiscais – são uma exceção às normas incidentes.

Caso das isenções totais – sujeito ou objeto que não pagam imposto.

Deduções ao rendimento líquido – há um gasto adquirido por uma empresa e que é


dedutível a 100%. Quando se trata, porém, de um bem duradouro, o bem não é
dedutível a 100%. A amortização diz respeito aos bens duradouros em que a redução é
feita ao longo de vários períodos orçamentais.

Ex. 2 setores de atividade, setor de automóveis e um setor de automóveis eletricos,


então quer-se incentivar a este último e atribui-se um direito de amortização para gasto
de alguns dos ativos adquiridos neste setor. Eles vao pagar menos imposto porque vai
haver menos lucros e a dedução é maior.

O benefício fiscal como uma norma extrafiscal a prosseguir objetivos não


arrecadatórios, exceção à capacidade contributiva, prossegue outros objetivos
económicos.

Os benefícios podem ser conseguidos através de diferentes mecanismos (isto


está na discricionariedade do legislador).

A relação juridica tributária é uma relação de direito público. Podemos encontrar


referências a uma relação obrigacional tributária devido a influências de jurisprudência
italiana, mas a regente não concorda, o direito fiscal é um ramo de direito público.

Objeto ou facto tributário – pode ser o rendimento o consumo ou o património.

Sujeito passivo:

 Obrigação juridica de prestações formais e materiais (art. 18º/3 e 4 da LGT). A


LGT não tem valor reforçado, isto significa que qualquer lei imposta do mesmo
nivel hierárquico podem derrogar a LGT.
 Este é o sujeito que tem a obrigação juridica de prestações formais e materiais e
não é sujeito passivo quem:
 suporta o encargo por repercussão legal ex. quando o sujeito passivo de
um imposto direto tem obrigações declarativas – obrigações juridicas o
que significa que se não forem cumpridos existe uma sanção aplicável
(regime das contraordenações); uma empresa tem prejuizos, se tem, não
vai pagar IRS (porque este impõe-se sobre o lucro), mas continua a
haver declarações juridicas que têm de ser cumpridas.
 deva prestar informações sobre terceiros ex. pede a um funcionário que
responsa a perguntas da autoridade tributária, esse funcionário não é
sujeito passivo, está meramente a prestar informações. A prestação de
informações não torna um sujeito num sujeito passivo.
 Crítica: as obrigações formais também são designadas por obrigações de
cumprimento e são muito elevadas. Ao ser atribuida esta categoria o sujeito pode
reclamar, recorrer hierarquicamente ou impugnar qualquer ilegalidade cometida
pelo fisco. Quem não é sujeito passivo, não tem esse direito.
 Quem é o sujeito passivo do IVA? As entidades económicas de prestação de
bens e serviços ou o importador (transação intracomunitária). Não é o sujeito
passivo de IVA quem suporta o imposto, mas ele recebe e entrega ao estado.

Sujeito ativo – art. 18º/1 e 2 LGT

 Titular do direito de exigir o cumprimento da obrigação tributária. Não é


necessariamente quem cobra o imposto. Ex. Temos um fisco a cobrar as
propinas, o sujeito ativo não será o estado, mas sim a universidade; se se cobrar
as portagens o sujeito ativo já será o estado.

Contribuinte

 Aquele sujeito que a lei pretende atingir na sua capacidade contributiva,


tributando-o. Ex. iva, o contribuinte é o consumidor dos serviços ou dos bens
porque o iva tributa o consumo e, no entanto, não somos sujeitos passivos no
iva dessa capacidade de consumidor.

Substituto

 A figura da substituição contributária apareceu no séx XIX no reino unido


através da retenção na ponte, ou seja, na relação entre empregador e trabalhador.
O empregador quando faz pagamento dos salários ao trabalhador deve contrair
obrigações legal de retenção de uma determinada percentagem do valor bruto do
rendimento e deve entregar esse montante ao estado num determinado prazo.
 O trabalho dependente é sujeito a IRS, portanto nesse caso o trabalhador é
contribuinte, mas tambem é sujeito passivo.
 Pede-se a uma entidade privada que o auxilia de forma a prevenir a evasão
fiscal. Pagamento é antecipado, porquê? O IRS é um imposto de obrigação
continuada cujo facto tributário só é finalizado no fim do ano fiscal
 Ex. entidade pagadora de serviços a um não residente

Responsável

 Quando há incumprimento das obrigações de substituição tributária. A


responsabilidade surge já na relação patológica.

Promotores e utilizadores de esquemas de planeamento fiscal agressivo

Com o aumento da globalização e especialmente com a organização da


globalização nas multinacionais, começou a verificar-se um plano de planeamento fiscal
agressivo. Isto significa que a organização das multinacionais, normalmente fazem
transações entre si e são praticamente autónomas de entidades concorrentes ex.
Starbucks, amazon, google – se uma sociedade afiliada na casa mãe (que está em
portugal) precisa de financiamento para o seu investimento num determinado país, então
esse financiamento não vai pedido for de bruto, mas vai ser pedido ou à casa mãe ou a
uma sociedade irmã (sucursal). Essa decisão normalmente tem uma ponderação fiscal,
do montante de impostos que vai ser pagos. Se há impostos baixos na irlanda então á
partida se houver capacidade da filial irlandesa vai ser ela a fazer financiamento. As
filiais que pediram financiamento vao pagar o financiamento e os juros. Como é que os
juros são declarados para efeitos tributários, de IRC? São deduções ao rendimento. Do
ponto de vista da sociedade portuguesa, os juros são o quê? São uma despesa, é
desmotiva. Qual foi a motivação? Foi reduzir o imposto em Portugal, mas não só, foi
escolhida a irlanda porque os impostos serão mais baixos. Está relacionado com o facto
de haver erosão das partes fiscais (da matéria tributável), como? Aumentam-se os gastos
e da transferencia de lucro, transferiu-se o lucro para a irlanda. Há um planeamento
agressivo porque a transferência de lucros foi feita para um território de baixa tributação
e os gastos estão no território de tributação normal.

Estes esquemas estão elencados desde o decreto lei 29/2008 – implica que os
utilizadores são os advogados, solicitadores ou os consultores fiscalistas. Têm de
comunicar ao fiscos estes temas de planeamento. Desta forma, tornam-se sujeitos
passivos.

Lei de 2018 – conceito de clientes.

Se houver incumprimento destes deveres de comunicação há sanções – se houver um


litígio em concreto em que alguém já utilizou o esquema, tem direito a um advogado e
está protegido por sigilo profissional. Se for advogado a recomendar o esquema, não
pode ser.
04/10/2022

Substituição e responsabilidade tributária


O mecanismo criado foi a retenção na fonte – mecanismo em que o substituto
tributário quando coloca a disposição montantes devidos a um outro sujeito passivo
deve reter o imposto corresponde às tabelas aprovadas por legislação (obrigação fiscal
que recai sobre o substituto do momento de rendimento) ex rendimentos de trabalho em
que o empregador coloca a disposição os salários ou equivalentes faz a retenção.
O residente que tem de fazer a retenção na fonte e entregar ao estado – tem a
responsabilidade da contabilidade organizada. Só os sujeitos passivos com contabilidade
organizada é que estão obrigados à retenção na fonte e entrega ao estado dos montantes.
O substituto assume essa função se tiver contabilidade organizada. Porque é que é
necessária a contabilidade organizada? Só assim é que o fisco consegue controlar
eficazmente se os deveres foram cumpridos1.
Quando estudarmos o princípio do rendimento real a professora vai insistir no ponto de
que a contabilidade e organizada é uma condição dos estados para o rendimento
presumido porque só assim é que o fisco consegue controlar efetivamente os gastos, os
proveitos e todas as outras operações. Também aqui na substituição tributária só recai
esta responsabilidade no caso de ter contabilidade organizada.
Trata-se de entidades residentes aquelas que podem ser substitutos tributários:
 Sujeito passivo residente
 Entidade empregadora com contabilidade organizada ex. faculdade
 Questão de uma entidade residente está a fazer pagamentos a uma entidade não
residente ex. um músico que vem dar concerto a aula magna, a aentidade que o
contrato quando faz o pagamento vai fazer uma retenção na fonte e entregar ao
estado portugues
Entidade não residente: Não residentes sem estabelecimento estável ex. não têm
sucursal em território português. Não residentes que não têm estabelecimento estável
em território nacional que coloca à disposição rendimentos faz a retenção na fonte.

Dois deveres:
 Retenção
 Entrega

1
Quando estudarmos o princípio do rendimento real a professora vai insistir no ponto de que a
contabilidade e organizada é uma condição dos estados para o rendimento presumido porque só assim é
que o fisco consegue controlar efetivamente os gastos, os proveitos e todas as outras operações. Também
aqui na substituição tributária só recai esta responsabilidade no caso de ter contabilidade organizada.
Responsabilidade tributária
Situação 1: Foi feita retenção corresponde a um salário, mas não foi entregue ao estado
– nesse caso vamos ter responsabilidade tributária por parte do substituto. Isto é o
fisco pode existir ao substituto o pagamento do imposto retido e não entregue no prazo,
com todas as consequencias, como juros ou coimas se existir uma infração tributária.
Neste exemplo o substituido fica liberto de qualquer obrigação tributária, porque o
imposto foi retido quando ele recebeu, pois recebeu o montante líquido, e não controla
nem sabe o que é que foi feito daquele montante, libertou-se daquela obrigação.
A responsabilidade tributária é uma figura autonoma da responsabilidade criminal e da
responsabilidade civil, pois é sempre uma responsabilidade pela divida tributária de
outrem.
Situação 2: Vamos supor que não houve retenção nem entrega. O substituido
(trabalhador) recebeu um salário bruto indevidamente, ou seja, deveria ter recebido
salário tipico do imposto, mas não recebeu. IRS categoria A recai sobre o salário então é
ele que tem de suportar esse imposto. Então o substituido vai ser chamado em
primeiro lugar. Em termos rigorosos o substituido NÃO É RESPONSÁVEL, porque a
obrigação tributária é dele.

Situação 3: Vamos agora supor que não tem património suficiente para pagar essa
divida – entao vamos ter responsabilidade subsidiária por parte do substituído. Isto
significa que vai haver uma reversão da execução fiscal contra o substituto, neste caso
a entidade empregadora que não fez a retenção do imposto. O substituido tem direito de
regresso – direito de regresso privado, questão entre os dois.

A responsabilidade tributária NÃO é uma responsabilidade objetiva, todavia o que se


passa é que o substituto está a lidar com montantes que não são dele e, portanto, para
que ele não seja efetivamente responsável terá de haver uma situação em que ele
não tem de assumir o risco.

Exemplo 1: depositou os montantes retidos numa instituição financeira que entrou em


insolvencia sem ninguém esperar – REGENTE: neste caso não é exigivel que seja
responsável pois tratou com diligencia o imposto retido e devido pelo substituido. O
risco não deve ser assumido pelo substituto.

Exemplo 2: Se o substituto pegou nos montantes retidos e afetou esses montantes a


outras finalidades ex. pagamento a credores da empresa e quando chega ao prazo da
entrega ao estado não existe montante disponível então nesse caso existe
responsabilidade. Os tribunais portugueses não aceitam que numa situação destas o
substituto possa dizer que afetou montantes de imposto a outros credores, ou que por ex
que não fez a retenção com o objetivo de pagar a trabalhadores.

Exemplo 3: 24º da LGT – aqui temos vários níveis:

1. Trabalhadores – substituídos
2. Sociedade – entidade substituta
3. Gestores e administradores que tomaram decisão de não entregar imposto retido
ao estado

O substituido, trabalhador, fica liberto pois houve retenção. Não foi entregue e significa
que vai haver uma execução fiscal contra a sociedade que é o substituto. Mas a
sociedade não tem património suficiente – neste caso é preciso saber quem tomou a
decisão de não entrega do imposto retido ao estado. Duas hipóteses:

 Ou a sociedade não está bem organizada e não tem departamento de compliance


relativo aos impostos – todos os gestores ou administradores poderão ser
solidariamente responsáveis, há uma reversão da execução discal contra o
patrimonio individual de todos eles. Sendo que o fisco pode escolher quem vai
executar por ser responsabilidade solidária.
 Existe um departamento de compliance e nesse departamento há um gestor que
tomou decisão de não entrega ao estado de montantes retidos – vai ser o gestor
que tomou a decisão que vai ser responsabilizado. Reversão de execução
contra património deste gestor2.

É difícil afastar a culpa! Por exemplo, se foi afetado o montante a pagamentos de


credores da sociedade porque o gestor do departamento estava convencido que havia
montantes que a sociedade iria receber antes do prazo. Vamos supor que era o estado
que devia reembolsos de IVA à sociedade dentro daquele prazo e se atrasou – à partida
mesmo sendo o estado NÃO vai ser aceite que o montante retido não seja entregue no
prazo. A única situação de exceção é a situação de risco – algo totalmente
imprevisível e que provoque aquele atraso.

Exemplo 4: 24º LGT - situação dos técnicos oficiais de conta.

Esta responsabilidade tributária é independente de qualquer infração – pode ter havido


infração, mas essa vai ser analisada nos termos do regime geral das infrações tributárias
(fazendo uma análise dogmática de direito penal).

Constituição, alteração e extinção da relação jurídica tributária

36º– tem pressupostos legais para a constituição da relação jurídica tributária:

 Facto monetário ocorre segundo a lei – decorre da lei, não é preciso ação por
parte do fisco
 Indisponibilidade do crédito tributário Não é possível ao fisco dispor através de
um acordo com um contribuinte do crédito – o imposto tem origem na lei e não
pode haver acordos sobre essas condições por causa do PRINCÍPIO DE
IGUALDADE.
 Proibição de moratória – devido ao PRINCÍPIO DA IGUALDADE

Problema: regimes excecionais de regularização das dívidas tributárias – são


perdões fiscais. REGENTE: Temos tido vários perdões fiscais e estes regimes são
2
Provar que foi gestor A que tomou decisão de afetar os montantes retidos a outras finalidades.
inconstitucionais e o TC deveria tomar pedidas. Inclusivamente houve um deles em que
mesmo os montantes depositados em paraísos fiscais foram objetos de perdão fiscal.
Porque é que isto pode ser aceite? Se for um (carácter excecional) pode ser aceite se
houver necessidade de poupança trazida de volta ao território – repatriação de
poupança, pois poupança é igual a investimento. A poupança tem de ficar acima do
princípio da igualdade e por isso é que tem de ser excecional. Limites: quando tenham
sido montantes depositados em paraísos fiscais.
06/10/2022
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

 Princípio formal do nosso ordenamento jurídico.


 Princípio da proibição da retroatividade

= baseados numa ideia de segurança jurídica.

Elementos do princípio da legalidade:

1. Ideia de representatividade na criação dos impostos – foi democraticamente


eleito para criar.
2. Previsibilidade das leis fiscais – têm de ser conhecidas e previamente
disponíveis aos seus destinatários
3. Assegurar procedimento legislativo parlamentar que permita discussão pública
das leis – acordo parlamentar por todos os membros do parlamento.

Na nossa CRP temos uma manifestação do princípio da legalidade em várias normas


constitucionais

 165º/1 al. i)
 103º/2
 227º/1 al. i)
 232º/1
 238º/4

4 vertentes para o princípio da legalidade:

1. Componente competencial do princípio da legalidade


2. Objeto da reserva de lei – o que é objeto da reserva de lei parlamentar. Que
tributos devem estar sujeitos à reserva de lei.
3. Vertente material – densidade exigida da lei que emana os órgãos de soberania
para vermos elemento de representativa
4. Vertente da precedência de lei - decorre do 103º/3 e consagra um direito de
resistência à tributação (tudo aquilo que viole o princípio da legalidade dá azos a
um direito de resistência).

COMPONENTE COMPETENCIAL

Assembleia da república: Reserva de competência relativa da AR sendo possível haver


autorização legislativa. Os impostos são criados por lei e lei deve ser entendida em
sentido formal (112º). Também outros tributos estarem sujeitos a reserva de lei, mas
cada um dos impostos concretamente e individualizadamente está sujeito a reserva de
lei – contrariamente os outros tributos, o caso das taxas e contribuições financeiras
apenas o seu regime geral está sujeito ao princípio da reserva de lei.
Governo: Leis de autorização legislativa. Pode legislar, mas tem de ter essa autorização
(165º/2). Quanto mais concretas forem as leis de autorização legislativa mais estão
protegidos os contribuintes.

Jurisprudência alemã que TC acompanhada:

 Existência de conteúdo material bastante


 Este conteúdo tem de conter a linha de orientação que é dada pelo legislador
 Contem a informação genérica sobre as obrigações que se pretende introduzir no
ordenamento jurídico

Vemos de certa forma isto no 165º - fala de 4 elementos:

1. Definição do objeto
2. Extensão da lei da aplicação legislativa – em que amplitude poderá o governo
legislar naquela matéria
3. O sentido – quais as diretrizes subjacentes à autorização legislativa
4. Duração – periodo atribuido à possibilidade do governo legislar sobre
determinada matéria

Continuamos a encontrar nesta delegação uma legalidade democrática – lógica de


estado social de direito democrático e uma das caracteristica é a parte dos governos
emanarem das maiorias parlamentares.

Regiões autónomas: 227º/1 al. e). Competências atribuídas às RA foram dividas:

 Conjunto de poder tributário proprio - Criação de impostos próprios


 Poder de adaptação do sistema fiscal às caracteristicas concretas destas regiões –
feito através de diplomas especiais. ex. Lei das finanças regionais

= poder legislativo próprio e originário (tem como fonte a constituição).

Na prática não há verdadeiramente impostos a serem criados pelas assembleias


legislativas regionais:

 Os impostos estaduais já abarcam toda a realidade suscetível de ser tributada


 Na prática criação de normas excecionais ou de redução de tributação, na
realidade temos uma situação de concorrência fiscal

Autarquias locais – 238º/4. Determinados elementos essenciais podem ser adaptados


por parte destas autarquias. Ex. caso do imposto municipal sobre imóveis; criação de
benefícios fiscais (desde que sejam relacionados a tributos próprios).

DIMENSÃO MATERIAL – princípio da tipicidade fiscal

Nem todas as normas fiscais estao sujeitas ao princípio da legalidade, são os elementos
do 165º/1 al. i). Este artigo é densificado então vemos no art 103º/2 uma concretização
do 165º. Relativamente aos impostos quais são os elementos essenciais que têm de
constar de lei formal – que elementos são estes?

 Incidência dos impostos – vista em sentido amplo. Vem abranger an e também


em quantum.
a. Incidência temporal
b. Incidência objetiva
c. Incidência subjetiva
d. Incidência territorial
 Base tributável – qualquer elemento que concorra para a determinação do
imposto. Visa que haja uma legitimação constitucional da base do imposto.
 Taxa – contudo as taxas não têm de ser concretamente definidas por lei, não
temos de ver relativamente a todos os impostos uma taxa fixa. A única exigencia
é que os intervalos não sejam excessivamente amplos. Esta taxa não se confunde
enquanto taxa como tipologia do tributo! A taxa deste artigo é a taxa em sentido
de montante que vai ser o valor de tributação.
 Benefícios fiscais – são normas extrafiscais (seguem outra finalidade: ambito
social, âmbito económico). À criação de benefícios é atribuida uma certa
flexibilização, por exemplo podem ser feitos através de contratos. Mas quando
tiverem alvo elementos essenciais de impostos têm de ser feitos por lei da AR.
 Garantias dos contribuintes (103º/3) – direito de resistência à tributação. Apenas
se pode verificar quando existe controlos internos.

O princípio da legalidade não significa que não passa haver uma margem de indefinição
(conceitos indeterminados – significa necessidade de densificação por parte dos
tribunais nacionais).
11/10/2022
PROIBIÇÃO DA RETROATIVIDADE FISCAL (103º/3)

Os impostos retroativos são proibidos. Introduzida na revisão constitucional de 1997.


Houve uma necessidade de proteger os direitos dos cidadãos, dos contribuintes.

A proibição da retroatividade é uma derivação do princípio da segurança jurídica do


contribuinte - essa segurança juridica tem de ser preservada numa lógica de que os
impostos são uma intrusão na nossa propriedade privada.

Impostos de formação sucessiva – nascem no dia 1 de janeiro e terminam no dia 31 de


dezembro

Impostos de obrigação única – morrem e nascem num determinado periodo do tempo.

O TC tem distinguido:

 Retroatividade autêntica – reporta-se a uma situação em que nós temos uma


lei nova que se vai aplicar a um facto tributário que já nasceu e produziu
todos os seus efeitos ao abrigo da lei antiga. Situação absolutamente proibida à
luz da nossa CRP (nem sequer é posta á prova do teste da proteção da
confiança).
 Retroatividade inautêntica/retrospetividade – casos de impostos de formação
sucessiva. Se tivermos uma alteração do orçamento do estado em relação ao
escalão do IRS com efeitos a 1 de janeiro temos uma alteração de um facto
tributário que ainda está em formação porque só vai ser formado no final do ano,
portanto só vai produzir efeitos no final do ano. Não é uma verdadeira
retroatividade pois o facto tributário ainda está em formação. Ex. código de
IRS em 2022 com taxa de 30%; a meio de 2022 o governo aprova um DL
autorizado que vem dizer que no caso dos seus rendimentos a taxa deixa de ser
35% e passa a 40%, mas apesar de se alterar a lei que veio dizer que a taxa afinal
é diferente, e retroage os efeitos ao início do ano. Esta é absolutamente aceite
porque entende que há apenas uma alteração das taxas de tributação
aplicáveis ao longo do ano. O que temos aqui é uma situação de olhar para isto
e pensar se efetivamente é uma verdadeira retroatividade ou não – não é uma
verdadeira retroatividade. TODAVIA, fica sujeita ao teste da proteção da
confiança pondo em causa a segurança juridica do contribuinte. Passamos aqui
por 4 testes:
a. Verificar se os contribuintes poderiam contar ou não com esta alteração
b. Se esta alteração de alguma forma podia ter sido dada a conhecer pelo
governo – se já tinha particulado esta intenção de alterar a lei
c. Se esta alteração causa algum prejuizo irreparável ou não
d. Teste do interesse público – ex. Acórdão 329/2010 - troika quando
entrou em Portugal e, portanto, a forma de garantir que se pagava o
dinheiro que se tinha pedido ao FMI era através do aumento dos
impostos, temos um estado discal a forma mais fácil de financiar o
estado é a través dos impostos. Alterou-se assim os escalões do IRS com
efeito no início do ano. PR como tinha dúvidas submeteu a questão ao
TC. O TC veio dizer que a único de retroatividade proibida é a
retroatividade inautêntica e tal resultava da revisão de 97 à constituição
de 76 e, portanto, o TC entendeu que no caso desta retroatividade ela era
aceite. Logo tinhamos se sujeitar ao teste da confiança. Os contribuintes
já estariam à espera desta operação? Sim os contribuintes já deveriam
estar a contar com esta alteração devido ao cenário de inflação. E o
governo já de alguma forma tinha publicitado a sua intenção de alterar a
sua legislação? Ainda não teria manifestado totalmente, mas seria
expectável para o contribuinte que perante a conjuntura o governo fosse
alterar a legislação. Causava prejuizo grave? O contribuinte deve puder
sempre estar a contar ou a esperar ou a achar que é percetível e natural
que haja alterações ao longo do ano. Mas mesmo que nenhum destes
pressupostos anteriores não tivessem preenchidos, está em causa o
interesse público – este teria sempre de prevalecer sobre o bem
individual. Logo temos um cenário em que a norma não seria
inconstitucional.

Jurisprudência – regra geral é de que a retroatividade inautêntica é sempre admissivel,


mas temos sempre de a sujeitar ao princípio da proteção da confiança. Podemos sempre
esbarrar no interesse público e vamos ter um problema porque este vai sempre
prevalecer.

Este também pode ser encontrado no art 12º/2 da LGT – não tem qualquer valor
reforçado e destina-se a desenvolver a nossa CRP. Prevê neste artigo regras relativas à
aplicação da lei no tempo. Prevê que até meio do ano aplica-se determinada taxa (taxa
em vigor até alteração da lei) e com a alteração aplica-se a nova taxa que entra em vigor
ex. entra em vigor em julho, até julho a taxa é 20%, a partir de julho aplica-se a nova
taxa de 25%. TODAVIA este artigo não serve para nada porque não é esta a conceção
do TC – a conceção do TC é que se aplica a taxa nova para o ano todo.

A CRP só proibe os impostos retroativos, mas não refere outros tributos – mas a LGT
que passou a dizer que são proibidos os TRIBUTOS RETROATIVOS. Saber como
perante isto vamos resolver a situação, se vamos fazer prevalecer a CRP ou se vamos ter
a LGT em conta. Esta disposição é recente então os tribunais ainda não têm
jurisprudência.

Ex. taxa de esgotos que a câmara todos os anos manda – se agora recebemos uma
notificação que as taxas iriam passar de 100 para 500 €. Não há resolução para isto na
lei, sem ser na LGT, que é uma lei infraconstitucional.

Alterações:
 Situação 1: tributação autónoma - tributar despesas. Ex. empresa que tens
despesas não documentadas, essa despesa fica sujeita a tributação autónoma.
Normalmente tributa-.se sobre o rendimento e não a despesa, então questiona-se
o valor desta tributação. Quando tributo despesa esta é um facto isolado no
tempo. No acórdão 18/2011 veio dizer que a tributação autonoma como estava
inserida no código do IRC como estamos a falar de factos de tributação
sucessiva, a sua alteração a meio do ano seria apenas uma situação de
retroatividade inautêntica e como tal não era inconstitucional. No acórdão
seguinte o tribunal veio dizer exatamente o contrário porque era um facto
tributário de obrigação única – SALTOS JURÍDICOS o que não traz segurança
nenhuma ao contribuinte.
Acórdão 610/2012 veio finalmente dizer que estávamos perante um facto
tributário de obrigação única e que, portanto, estariamos numa situação de
retroatividade autêntica.
 Situação 2: Mais valias - Alterou-se as taxas das mais valias – dizia-se que estas
mais valias não estavam sujeitas a tributação a não ser que não tivessem mais de
um ano. Em 2010 alterou-se a lei a dizer que haveria tributação
independentemente da sua data de aquisição – questionou-se se isto seria
retroatividade autêntica e inautêntica (sucessiva ou única).
Regente: facto tributário de formação continua – o que está em causa é o
momento em que é determinada a matéria coletável.
 Situação 3: lei olhar para o futuro quando ainda não há um facto tributário mas
pode usar as expectativas juridicas.
13/10/2022
RETORNO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Determinação e indeterminação legal

Reserva de lei tem finalidade a previsibilidade quanto ao imposto que se vai pagar –
esta previsibilidade não tem de ser previsibilidade de um leigo, é dada por quem aplica a
lei. Reserva de lei significa que votamos no partido que supostamente vai preencher as
nossas preferências ou gosto e significa que possamos prever um montante em si.

O que pretendemos:

 Previsibilidade
 Segurança juridica

Todavia temos um problema, a linguagem jurídica – se é imprecisa como conseguimos


assegurar a reserva de lei? O fiscal distingue-se do penal porque entre a lei e a
interpretação última dos tribunais temos a administração, isto é, a administração é a
primeira entidade a controlar a aplicação do imposto é a administração fiscal, a
autoridade tributária.

Saber até que ponto é que podemos exigir à lei que seja determinada – a totalmente
determinada só acontece com quantificação ex. quando temos uma taxa de 15%. Todos
os outros conceitos vão gerar dúvidas – CASOS DÍFICEIS. A última palavra dos casos
difíceis está nos tribunais – se o fisco fizer uma interpretação este está também
vinculado à lei.

OU SEJA:

LEI -> ADMINISTRAÇÃO -> TRIBUNAIS (últimos interpretes da lei)

Margem de livre apreciação – faz o catálogo para casos em que não exista
discricionariedade stricto sensu há uma margem porque não é possivel chegar a uma
vinculação absoluta.

No direito fiscal podemos falar de uma margem de livre apreciação, mas não num juizo
individualizado, tem de ser construido por um conjunto de casos. A jurisprudência
contribui para a diminuição dos conceitos vagos.

Determinação legal não é o mesmo que leis muito detalhadas. A opção essencial política
quanto ao an e o quantum tem que ser da AR.

Os aspetos técnicos podem ser desenvolvidos pelo Governo e administração fiscal –


tudo o que não tenha consequências relativamente à opção política pode ser
desenvolvido por regulamento ou por orientações genéricas.
Discricionariedade técnica – não existe. Porquê? Conceito que foi criado nos anos 70
em itália e frança para defender que certas decisões estão submetidas a juízos técnicos,
mas há uma contradição inerente às suas palravas. se é discricionariedade é um juizo
valorativo concreto, mas se é uma decisão técnica então não pode ser uma descrição
valorativa. Ex. gastos dedutivos numa festa para a empresa, não temos nenhum juizo
técnico, temos um conceito vago que é uma atividade relacionada com o objeto da
sociedade e a forma de chegar à verdade é a interpretação. Logo não há nenhuma
discricionariedade técnica, o que o fisco faz é uma interpretação e o tribunal vai chegar
a uma decisão tendo em conta a interpretação do fisco e os argumentos do contribuinte.
Ex. atividades culturais – solução: distinguir entre atividade empresarial (escola que
ensina outra língua) de atividade cultural stricto sensu (biblioteca, exposições).

ACÓRDÃO 395º/2017 – distingue interpretação legislativa e a interpretação


jurisdicional:

 Legislativa – natureza constitutiva


 Jurisdicional – mera natureza declarativa

REGENTE: Não concorda. Ou são verdadeiramente interpretativas e não são retroativas


sem elementos inovadores ou têm elementos inovadores e é proibida a retroatividade.
18/10/2022
PRINCÍPIO DA IGUALDADE FISCAL/CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (104º
CRP)

Relaciona-se assim com o imposto único e progressivo e que tenha em conta os


rendimentos do agregado familiar (IRS).

Os princípios constitucionais materiais surgem depois da segunda guerra mundial


relacionado com uma lógica de estado social.

104º:

1. O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será


único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado
familiar.

Imposto único

A forma como foi desenhado o imposto pessoal no início do século XX apontava para
um imposto único3 – não se discriminasse categorias de rendimento, não se privilegiasse
categorias em detrimento de outras. Imposto pessoal está assim relacionado com a
unicidade (um só imposto sobre rendimentos sem haver a discriminação).

A unidade implica englobamento sobre os rendimentos?

Não devem ser tratadas de formas diferentes as categorias de diversos rendimentos


então devem ser englobadas. Ex. se estamos a comparar A e B, só serão submetidos à
mesma taxa então têm rendimentos similares.

Para não haver discriminação antes têm de ser tratados com a mesma taxa – só o
englobamento é que vai permitir que os sujeitos estejam submetidos ao mesmo escalão.
Este imposto pessoal na prática perante a legislação muitas vezes não é assegurado, a
exigência constitucional não é cumprida porque há partida a unicidade implicaria
englobamento.

Imposto dual

Alguns rendimentos são excluídos ao englobamento e progressividade e outros são


tributados a uma taxa única proporcional. Porque é que alguns rendimentos estão
excluídos? Rendimentos com maior mobilidade no final do século XX, são os
rendimentos de capitais e as mais valias.

 Dividendos – distribuição de rendimentos por quem tem ações


 Juros
 Mais valias - resultam da alienação de ativos móveis ou imóveis e consistem na
diferença entre o valor de aquisição e o valor de alineação.
3
Mas no estado novo tinhamos impostos cedulares.
Com uma economia aberta e globalizada estes rendimentos são bastante móveis. Isto
significa que é muito fácil escapar aos impostos no estado de tributação normal ou alta –
facil investir em territórios de baixa tributação e investir nos paraísos fiscais. Os
paraísos fiscais são territórios não cooperantes (onde não existe um registo das próprias
sociedades que são lá criadas, não há direito das sociedades comerciais e noa há
impostos – como não existe o registo, existe apenas uma licença, então não há também
troca de informações).

Os estados para não perderem muitas receitas entao resolveram não se converter os
rendimentos com maior globalidade às taxas progressivas – tentaram manter a poupança
no seu país, pois poupança é igual a investimento. Logo resolveram criar o sistema à
parte sem englobamento e progressividade, com taxas mais baixas. Essa opção foi feita
deste o início pelo legislador portugues o que significa que temos um problema perante
CRP, pois o 104º faz referência ao imposto único e progressivo.

O código do IRS segundo a regente não respeitou desde início o 104º/1 da CRP.

Como podemos justificar este imposto dual?

Duas hipóteses:

 Podemos dizer que é inconstitucional.


 REGENTE: temos de ponderar o art 104º/1 com a constituição económica, com
a propriedade privada e liberdade empresarial para concluirmos que no quadro
da mobilidade dos capitais é o utópico englobar todos os rendimentos e
especialmente os rendimentos com maior mobilidade. Se tivéssemos
progressividade os rendimentos poupança iriam ainda mais para os paraísos
fiscais.
20/10/2022

Temos categorias de IRS: A, B, E, F, G e H

As categorias foram organizadas por objetivos de simplificação e especialmente para


calcular o rendimento líquido.

Quando tributamos do rendimento, o conceito de rendimento é um conceito de


rendimento acréscimo – diferença entre património de uma pessoa no início do ano
fiscal e no fim do ano fiscal. O rendimento acréscimo prende-se assim com proveitos
de gastos dedutíveis. Temos uma ficção legal em que se autonomizam os anos fiscais
de forma a entender a capacidade contributiva.

Categoria A (art 2º e 25º) – rendimentos de trabalhado dependente. As despesas


deduzíveis relacionadas com rendimento são praticamente inexistentes porque se
pressupõe que é o empregador que tem a obrigação de disponibilizar todos os
instrumentos do trabalho.

Categoria B (art. 3º e 28º e ss) – rendimentos empresariais e de profissões liberais,


rendimentos (empresariais e profissionais). Tem de haver incomunicabilidade com a
esfera privadas, mas é dificil perceber se por exemplo o computador é para o exercicio
da profissão ou não. Então há soluções:

a. tributação autónoma
b. não permitir a dedução de certos bens
c. impor limites à dedução.

Pode escolher entre:

 Contabilidade organizada - A contabilidade organizada implica gastos ao


trabalhador.
 Regime simplificado, isto é, abaixo de um certo valor de posses o sujeito passivo
pode optar por um regime simplificado. Regime simplificado é um regime
presuntivo, que se afasta, mas tem a vantagem de evitar gastos de cumprimento.

São categorias autónomas para não haver comunicação para as despesas por ex. de livro
e computadores só podem ser deduzíveis relativamente à categoria B; se houver
prejuizo na atividade de advocacia o prejuizo não se submete à categoria A, o prejuizo é
só no quadro da categoria B. A autonomia das categorias visa evitar comunicação e
abuso fiscal entre elas.

Categoria E (art. 5º. 40º do CIRS) – rendimentos de capitais: frutos e vantagens


económicos procedentes de elementos patrimoniais de natureza mobiliária, com exceção
dos ganhos e outros rendimentos tributários noutras categorias. Categoria subsidiária em
relação aos ganhos tributados na categoria B e até outras categorias como A ou F.

Esta definição é seguida por exemplos padrão. Não existe tipicidade fechada porque
temos dois princípios constitucionais: reserva de lei e o princípio da capacidade
contributiva. Isto significa que:

 se nós tivermos tipicidade fechada temos segurança juridica mais assegurada,


mas esta facilita as lacunas e comportamentos de abuso fiscal (planeamento de
forma que o contribuinte não caia na norma de incidência).
 Temos uma tipicidade, mas não fechada – conceitos vagos que em certa ocasião
que podem gerar indeterminação. Temos um conjunto de alíneas que não são
excludentes, são exemplificativas e esta contém exemplos tipos de certos
negócios que dão origem aos rendimentos de capitais. Se não houver algum
elemento que não estiver elencado isso não é problema, desde que caiba no
corpo do artigo.
Como a economia é muito célere então isso significa que os instrumentos
financeiros que dão origem a rendimentos de capitais estão sempre a surgir a
uma velocidade que não consegue ser acompanhada pela lei e é por isso que a
tipicidade não é fechada, haveria muitas lacunas.

Quanto ao carácter subsidiário – ir a outras categorias ver norma de carácter especial


que possam ser aplicadas ao caso:

Pode acontecer que certos rendimentos que à partida parecem rendimentos de capitais,
sejam rendimento de trabalho dependente ex. caso dos gestores e administradores de
empresas que frequentemente e para além do salário base são atribuidos prémios e
outros tipos de pagamentos por exemplo as ações com opção de venda. Como
qualificamos os rendimentos? Entende-se normalmente que está na nossa lei, a categoria
A, então são rendimentos de trabalho dependente.

Categoria F (art. 8º e 41º) – rendimentos prediais. Dedução de despesas de manutenção


e conservação.

Categoria G (9º) – incrementos patrimoniais

Esta categoria permite tributar em IRS todos e quaisquer acréscimos patrimoniais:

 Mais valias (art. 9º/1 al. a) – diferença positiva entre o valor de venda e valor de
aquisição de um ativo móvel e imóvel. São tributadas através do apuramento do
salvo (42º e 43º) – se tiver vários ativos e mais valia em relação a alguns deles e
menos valias em relação a outros. As mais valias na forma como são desenhadas
constituem um elemento integrante do IRS como imposto apurado no final do
ano (não é imposto de obrigação única). O STA entendeu que se trata de
obrigação única e a regente entende que é de obrigação sucessiva.
 Indemnização para reparação de danos não patrimoniais, exceto se fixadas
judicialmente (9º/1 al. b)
 Importâncias auferidas em virtude da assunção de obrigação de não concorrencia
(9º/1 al. c)
 Acréscimos patrimoniais não justificados (9º/1 al. d)

Esta categoria permite fechar o círculo no sentido de evitar quaisquer lacunas.

Art. 10º - “ganhos que não sendo rendimentos de capitais ou prediais resultem de” Mas
no art. 5º diz-se o mesmo na parte final, há uma inconsistência. Temos de fazer a
melhor interpretação e é dizer que esta categoria dos elementos patrimoniais é a
categoria residual.

Possibilidade de eclosão entre categoria E e categoria B – Casos de lavagem de cupões


(UTURN). OU SEJA, rendimentos de capitais vs. Rendimentos de mais valias.

a. As obrigações de cupão zero na altura em que isto foi objeto de litígio era um
instrumento financeiro novo. Houve rendimentos de obrigações, esses dão
origem a uma remuneração certa e previsível (os juros) – quando alguém
subscreve a obrigações sabe à partida quanto vai receber a remuneração e
quando recebe o capital de volta.
b. O U-TURN é o instrumento que ao invés de ser pago periodicamente os juros,
os juros eram acumulados com o capital investido e só no final do investimento
é que eram pagos conjuntamente com o pagamento. Então tinhamos instituições
financeiras a vender este produto e essas fariam eventualmente a retenção de
imposto (substituo tributário) no momento de pagamento do rendimento.
c. Vamos supor que o vencimento dos juros ocorre dia 31 de dezembro, o que
aconteceu? Verificou-se num planeamento generalizado em que os sujeitos
passivos constituíam remunerações e essas eram isentas de pagamento de
imposto pela lei. Então no dia 30 de dezembro antes do vencimento do juro o
sujeito passivo A vendia as ações à fundação e recebia um determinado
montante, e era o montante total menos 1 dia.
d. No dia 1 de janeiro a fundação revendia ao sujeito passivo A, ou seja, chama-se
a isto o UTURN, h+a uma venda e depois uma volta ao sujeito passivo inicial.
e. Não há dúvida que a fundação no momento em que venceram os juros estava
isenta, o que acontece relativamente aquela venda ente A e B, porque houve um
ganho? A pergunta é será que foi o juro ou será que foi uma mais valia?
As instituições qualificaram este montante como uma má valia pois a legislação
isentava as mais valias nesgas situações no IRS – então não gouve imposto
nenhum.
f. O fisco considerou as instituições como responsáveis para tributar. O STA veio
dizer e a regente concorda que aquela venda de A para B tinha dado origem a
juros e que deviam ter sido tributados ao abrigo da categoria E. Porquê?
A forma de calculo do montante que foi pago era uma forma tipica do
apuramento de juros.
Qual a diferença entre juros e mais valias?

Os juros constituem o pagamento certo e previsto, o montante pode ser apurado. As


mais valias não são, à partida, determinadas quanto ao seu montante, porque dependem
do valor do mercado dos títulos. O STA disse que nestes casos o montante que tinha
sido pago na transação de A para B foi calculado na lógica dos juros, dia a dia.

Incidência pessoal e englobamento

13º - sujeito passivo do IRS e distingue entre residentes e não residentes4:

 Residentes – sujeitos com maior vínculo com o território e portante recebiam


bens públicos e deviam contribuir (conceção século XX). Só relativamente aos
residentes à englobamento e progressividade. Porquê? Porque o vínculo é maior.
 Não residentes – o não residente que ofira rendimentos em Portugal, será
rendimentos ocasionais e que não têm um vínculo. São tributados por retenção
na fonte e taxas liberatórias (taxas proporcionais).

Artigo 16.º - Residência


1 — São residentes em território português as pessoas que, no ano a que respeitam os
rendimentos:

a) Hajam nele permanecido mais de 183 dias, seguidos ou interpolados;


b) Tendo permanecido por menos tempo, aí disponham, em 31 de Dezembro desse ano,
de habitação em condições que façam supor a intenção de a manter e ocupar como residência
habitual;
c) Em 31 de Dezembro, sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles
estejam ao serviço de entidades com residência, sede ou direcção efectiva nesse território;
d) Desempenhem no estrangeiro funções ou comissões de carácter público, ao serviço
do Estado Português.

2 — São sempre havidas como residentes em território português as pessoas que constituem o
agregado familiar, desde que naquele resida qualquer das pessoas a quem incumbe a direcção do
mesmo.
3 — A condição de residente resultante da aplicação do disposto no número anterior pode ser
afastada pelo cônjuge que não preencha o critério previsto na alínea a) do n.º 1, desde que efectue
prova da inexistência de uma ligação entre a maior parte das suas actividades económicas e o
território português, caso em que é sujeito a tributação como não residente relativamente aos
rendimentos de que seja titular e que se considerem obtidos em território português nos termos do
artigo 18.º
4 — Sendo feita a prova referida no número anterior, o cônjuge residente em território
português apresenta uma única declaração dos seus próprios rendimentos, da sua parte nos
rendimentos comuns e dos rendimentos dos dependentes a seu cargo segundo o regime aplicável às
pessoas na situação de separados de facto nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 59.º
5 — São ainda havidas como residentes em território português as pessoas de nacionalidade
portuguesa que deslocalizem a sua residência fiscal para país, território ou região, sujeito a um
regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do Ministro das
Finanças, no ano em que se verifique aquela mudança e nos quatro anos subsequentes, salvo se o
interessado provar que a mudança se deve a razões atendíveis, designadamente exercício naquele
território de actividade temporária por conta de entidade patronal domiciliada em território

4
Nacionalidade não interessa.
português.
6 — Consideram-se residentes não habituais em território português os sujeitos passivos que,
tornando-se fiscalmente residentes nos termos dos n.ºs 1 ou 2, não tenham sido residentes em
território português em qualquer dos cinco anos anteriores.
7 — O sujeito passivo que seja considerado residente não habitual adquire o direito a ser
tributado como tal pelo período de 10 anos consecutivos a partir do ano, inclusive, da sua inscrição
como residente em território português.
8 — O sujeito passivo deve solicitar a inscrição como residente não habitual no ato da
inscrição como residente em território português ou, posteriormente, até 31 de março, inclusive, do
ano seguinte àquele em que se torne residente nesse território.
9 — O gozo do direito a ser tributado como residente não habitual em cada ano do período
referido no n.º 7 depende de o sujeito passivo ser, nesse ano, considerado residente em território
português.
10 — O sujeito passivo que não tenha gozado do direito referido no número anterior em um
ou mais anos do período referido no n.º 7 pode retomar o gozo do mesmo em qualquer dos anos
remanescentes daquele período, a partir do ano, inclusive, em que volte a ser considerado residente
em território português.
11 — Enquadra-se no disposto na alínea d) do n.º 1 o exercício de funções de deputado ao
Parlamento Europeu.
25/10/2022
Se a permanência em território português for inferior a 83 dias vamos para o segundo
critério para perceber se há casa de moradia e intenção de o manter – esta intenção passa
pela procura de indícios concretizadores.
Art. 16º - agregado familiar estar em Portugal não indica que o sujeito passivo esteja
também em território português. Não é uma presunção inilidível.
Art. 17º - Nas RA quando há mais do que um critério de residência há um risco de
abuso fiscal.
Art. 17º-A – residência virtual: se tivermos na situação de um não residente, mas que
90% da totalidade dos seus rendimentos são auferidos em Portugal, há uma opção de ser
tratado como residente para efeitos tributados.
Acórdão do Tribunal de Justiça da EU:
 Senhor schumaker que residia na Bélgica, para efeitos fiscais, mas que
trabalhava na Alemanha. O imposto pessoal é único (englobamento) e
progressivo – o seu imposto pessoal era na bélgica, todavia nem ele nem a
mulher tinha rendimentos na bélgica, decorriam todos da Alemanha logo ele não
podia deduzir despesas pessoalizantes (Ex. saúde na bélgica porque não tinha
rendimentos), mas também não podia deduzi-los na Alemanha (porque não era
lá residente).
 Quem tributava era a Alemanha a título de não residente, como um imposto real
e isto decorria de um tratado bilateral, logo era a Alemanha que tinha
competência. Foram os tribunais alemães que reenviaram para o TJ o caso e
invocou uma discriminação ao abrigo do tratado – a livre circulação de pessoas,
e o TJ veio-lhe dar razão no sentido que a Alemanha tinha de estender os
benefícios dados aos residentes, aos não residentes que obtivessem a maior parte
dos rendimentos em território alemão, logo, se o senhor quisesse ser tratado
como residente tinha que assumir todas as consequencias e tem que declarar
todos os rendimentos na Alemanha (englobamento) – ISTO É, não pode querer
só os aspetos bons como a dedução das despesas e não se submeter a outros
aspetos.
 Chegou-se à conclusão que tinha menos carga tributária se não fosse residente –
vigorou a teoria do ato claro: se a norma ou a decisão do tribunal de justiça são
claras ou foi clarificado então os outros tribunais nacionais já não precisam de
reenviar casos semelhantes para o TJ e consequentes os acórdãos do TJ têm um
efeito multilateral, ou seja, vinculam todos os EM e todos tiveram de adotar a
sua legislação á doutrina Schumacker, incluindo Portugal.
 Esta doutrina é aplicada aos trabalhadores transfronteiriços, e Portugal só tem
Espanha.

13º/2 – agregado familiar: existe uma opção quanto aos sujeitos passivos residentes, dos
sujeitos serem tributados individualmente ou conjuntamente com o agregado familiar.
O legislador interpretou a última parte do 104º/1 parte final como uma obrigação de
englobamento dos rendimentos conjugais. TODAVIA, o imposto pessoal deve ser um
imposto individual, porque só assim se consegue perceber a capacidade contributiva de
cada pessoa. Logo, como se deve interpretar o 104º/1 parte final? É respeito o disposto
através do imposto individual, mediante a introdução de deduções à coleta do agregado
familiar.
Há englobamento de rendimentos EXCETO:
 Taxas liberatórias (art. 71º) – são as retenções na fonte que são feitas a título
definitivo, não é preciso apresentar declaração anual e englobar ex. juros pagos
por um depósito. Liberta-se o substituido de apresentar aqueles rendimentos.
(REGENTE: dá-se ainda assim opção de englobamento, mas tal serve apenas
para fingir que estamos a respeitar a constituição).
 Taxas especiais (art. 72º) – dá-se a opção de englobamento. 28º para
rendimentos, mais valias, capitais. 20% para residentes não habituais – nunca se
questionou o princípio da igualdade.
Um cidadão deixa de ser visto como não residente se tiver um estabelecimento estável
em Portugal – é tributado de acordo com o seu rendimento liquido.
Despesas não documentadas – tributadas a 50%. É a tributação autónoma. A ideia de
rendimento acréscimo exige que o sujeito passivo colabore com a administração
pública. Como o IRS, que tem contabilidade organizada, então tem que manter a sua
documentação disponível para fiscalização da autoridade tributária e quer deduzir aas
despesas – se não há documentação a provar que aquelas despesas foram feitas
(despesas ilícitas, corrupção), então há tributação autónoma. REGENTE: considera que
isto é inconstitucional pois tem uma vertente penalizadora.
Deduções à coleta (art 78º) – saúde, seguros de vida, educação, pensões de alimentos,
encargos com lares, dupla tributação internacional, benefícios fiscais.
De uma tributação da aplicação das taxas pode resultar: rendimento líquido inferior ao
valor anual da retribuição mínima mensal + 20% = devem ser coordenados com a
segurança social, sendo que isto não é uma isenção/benefício fiscal porque temos a
aplicação do princípio da capacidade contributiva.
27/10/2022
Problema do nómada digital:

Permanência por curto espaço de tempo e trabalho feita à distância. Há lacunas:

 Saber se eles são considerados residentes para efeitos do art. 10º/6 do código do
IRS. Podiamos ver qual é o minimo de permanência ou se há casa da família.
 Se o empregador está fora do território português então como é que o nosso
ordenamento vai vincular o empregador que está por exemplo na indonésia a
fazer retenção na fonte para o estado português.

Não se consegue assegurar que seja tributado como não residente.

 Quem paga as contribuições sociais (para a segurança social)?

Do ponto de vista do trabalhador fica numa situação precária porque pode não estar a
pagar impostos como residente em lado nenhum (não consegue por exemplo ter
segurança social em lado nenhum).

Isto significa que a questão dos nómadas digitais em última análise vai colocar
problemas ao próprio trabalhador, aquilo que parecem vantagens, como há lacunas
legislativas isto significa uma desproteção5.

IRC

Tributação do rendimento real das empresas

Art. 104º/2 CRP – as empresas são tributadas fundamentalmente pelo rendimento real.

Quando estamos a falar de empresas estamos a falar da categoria B do IRS e também


das empresas do IRC.

O que significa o rendimento real?

Significa que é apurado a diferença entre proveitos e gastos admitidos na lei fiscal. Esta
tributação implica deveres de cooperação pelo contribuinte que são fundamentalmente:

 Organização da contabilidade
 E outra documentação associada a essa contabilidade organizada.

5
Quando Portugal introduz uma política de atação dos nómadas digitais, está a pensar em curto
prazo, não está a pensar nos trabalhadores e nos riscos a este associados.
Esta tributação entende-se que é mais justa em termos de apuramento da capacidade
contributiva porque se há rendimentos brutos as despesas relacionadas com a obtenção
desses rendimentos devem ser deduzidas.

O rendimento real é um conceito normativo e não fáctico, ou seja, por isso as despesas
dedutíveis são aquelas consideradas como tais pela lei fiscal – juizo normativo que não
tem de coincidir com as regras de contabilidade.

A tributação também está relacionada com os métodos diretos (são sinónimos) – a


tributação segundo métodos direitos significa que há apuramento segundo contabilidade
organizada.

Enquanto neste momento a CRP exige que a tributação seja fundamentalmente sobre o
rendimento real, ANTES da reforma eram aplicados métodos presuntivos.

O rendimento real não é um método perfeito porque traz custos de cumprimento muito
elevado para o contribuinte – organizar toda a contabilidade, contratar técnicos de
contas, ter sempre documentação em dia porque isto se trata de verdadeiros deveres
jurídicos.

Objeto

 Lucro de atividades empresariais


 Rendimento global de atividade não empresarial - como se calcula o rendimento
do IRC? Soma das categorias do IRS, temos que ver quais os rendimentos que
obteve e colocá-los nas categorias devidas do IRS.
 Lucro de estabelecimento estável de não residentes – no caso do residente a
pessoa coletiva de sujeito passivo do IRC vai ser tributado por rendimento
global e universal. O Não residente vai ser tributado pelo rendimento obtido em
território portugues e temos 2 categorias de não residentes:
 Estabelecimento estável – exige presença física em território português.
a. Real – definido como a instalação fixa através do qual uma empresa
exerce toda ou parte da sua atividade. APD: esta empresa tem de ser
não residente apesar de tal não estar estabelecido na lei. Ex. sucursal
(não tem personalidade jurídica, mas têm presencia fisica em
Portugal apesar da sede ser no estrangeiro). Estes são tributados
como os residentes relativamente ao apuramento do lucro, isto é, do
rendimento real – a diferença é que só se apuram os proveitos e os
gastos incluidos em território português.
b. Pessoal – podem ser agentes dependentes da sede. Ex. arquitetos,
vêm ao território portugues negociam contratos em nome e por conta
da sede. Os efeitos juridicos e o risco desses negócios correm por
conta da sede, do não residente.

Em qualquer dos casos temos PRESENÇA FÍSICA.


Problema: a economia hoje em dia é muito digitalizada e a presença
física falha em muitos casos. Ex. problema dos dados pessoais, o
Facebook, transformam dados em perfil numérico e há um segundo
negócio que é central da publicidade e propaganda politica através da
identificação desse perfil. Aqui não há presença fisica e, portanto, não há
tributação.

 E não estabelecimento estável

Sujeitos passivos – art. 2 º

 Pessoas coletivas de direito público ou privado com:


 Sede em território português – aceitação do CSC, para efeitos do direito
das sociedades comerciais uma pessoa coletiva é residente se tiver sede
em território português. Se
 Direção efetiva em território português - No direito fiscal deve
prevalecer a substância sobre a forma e esta prevalência relaciona-se
com a pretensão que existe permanentemente entre segurança jurídica vs
capacidade contributiva. se a sociedade for portuguesa será tributada
pelo rendimento global e universal. Local onde residem sócios
administradores e são tomadas decisões estratégicas relativamente à
empresa. Os negócios estao distribuidos por vários países e
provavelmente vao fazer muitas reuniões através de zoom e outra
ferramenta – critério da OCDE: isto não funciona com a direção, só
funciona se tivermos uma atividade tradicional, OU SEJA, se for
possivel identificar fisicamente onde está a ser realizada atividade, onde
foram todas as decisões. Ex. Starbucks – à partida atividade tradicional,
o que vale mais na Starbucks é a marca e a marca está registada num
outro território – logo, será difícil discernir a direção efetiva. A questão
fundamental é a substância prevalecer sobre a forma neste caso, saber
onde a entidade é residente, vai ser muito dificil de determinar –
elemento de crise do direito fiscal e dificuldade em tributar as empresas
com maior volume de impostos.

Porque é que a sociedade iria querer dar a entender que era residente numas ilhas e não
Portugal? Se a sociedade for portuguesa será tributada pelo rendimento global e
universal, se não for residente vai ser tributada apenas pelo rendimento obtido em
território português.

 Entidades sem personalidade juridica que não sejam tributáveis em IRS e sem
transparência fiscal – Quando existe transparência fiscal?
 Sociedade de advogados não é tributada em IRC, mas existe uma
tributação á transparência, são tributados os sócios diretamente por IRS;
 Uma sociedade familiar com dois sócios, não é tributada em IRC, mas
existe transparência, vao ser tributados os sócios em IRS.
Qual a explicação?
Se for tributado o lucro de IRC depois o que pode acontecer é uma dupla
tributação – tributação em IRC e depois dos dividendos em IRS.
A transparência fiscal pretende:
a. evitar a dupla tributação económica – os mesmos rendimentos serem
tributados duas vezes.
b. Evitar o planeamento fiscal – de forma a sociedade ficar submetida a
uma taxa mais baixa de IRC e não se distribuem dividendos para
evitar cair *
 Não residentes não tributáveis em IRS

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