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Direito Fiscal- 08/02

Impostos progressivos ou regressivos, face às taxas.


Relação jurídica como modelo de regulação- analisando o índice do diploma, percebemos que o legislador
recorre a estas para organização de matéria, permitindo que os diferentes códigos tenham disciplinas
próprias.
Teoria geral da relação jurídica tributária- Joaquim Rocha
2 testes, sujeitos a inscrição- nota mínima de 2 valores (de 0-10): 12 de abril e 25 de maio
EUA- “tributação da morte”, e não aquele que vai para o herdeiro por exemplo. Juridicamente, pode ainda
haver tributação do morto (por imposto sucessório) e do herdeiro.
O que é um tributo? E quais serão os elementos necessários? Um tributo é uma (1) prestação, ou seja, algo
que é exigido a alguém (domínio obrigacional- algo exigido a alguém). Alguém exige de outra um
determinado comportamento, e esta prestação é (2) patrimonial pois, em regra, esta prestação é concretizada
em dinheiro. Não poderia ser pecuniária, pois existem situações em que este comportamento se dá por bens
diferentes de dinheiro. Ex: não paguei o IRS, e não tendo poupanças, entrego o meu carro. Esta prestação
patrimonial é (3) definitiva pois, uma vez pago, não é reembolsável (o reembolsável no IRS é o montante
que não era devido- aquilo que é devido não é devolvido). Além disso, é ainda (4) coativa quanto à origem e
quanto ao conteúdo, ou seja, ninguém paga impostos porque quer, sendo estabelecido ou exigido pela lei
(princípio da legalidade; no direito público, a administração faz apenas aquilo que a lei- lei da AR ou DL-
permitir) nem paga impostos porque a Administração Tributária quer. Os tributos são ainda uma finalidade
financeira pública, ou seja, são cobrados para satisfazer esta. Assim, está relacionada a entidades públicas,
excluindo-se as coimas e as multas.
“Qual é a parte do corpo humano que dói mais? Os bolsos”.
Dia 14/02
O Estado é importante quando tem uma ação primordial para assegurar a prossecução do interesse público.
Como se satisfaz o IP, sendo que cada um tem as suas necessidades individuais e coletivas? A PI é uma
atividade de satisfação de necessidades coletivas publicas, que são necessidades sentidas pelos membros de
uma comunidade que a integrem. O Estado deverá promover essa satisfação através de bens públicos e
semipúblicos. As características essenciais dos bens de natureza pública são disponibilizadas, produzidas e
suscetíveis de individualização. A grande dificuldade é a forma como condicionam para financiar essa
atividade. A produção de bens públicos pressupõe que o Estado atue e crie despesa sem recursos
financeiros, e essas necessidades não se satisfazem. 2 dimensões importantes:
 Despesa;
 Receita.
Há uma relação íntima entre ambas. O que acontece na despesa, repercute-se no lado da receita. Se o Estado
necessita de receita para desenvolver a sua atividade que implica a despesa, como se financia? O Estado
pode recorrer abstratamente a 3 formas de arrecadação da receita:
 Patrimoniais: o estado pode angariar receita para financiar receitas, pode ser a alineação do
património. Contudo, o estado pode ter empresas publicas a gerar lucro, e esse lucro pode gerar
receitas patrimoniais. Se existirem recursos naturais, o estado pode financiar-se por essa via. No
caso português, eles são relativamente escassos, e as empresas públicas não constituem
propriamente recursos efetivos de criação de receita, logo o estado não se consegue governar so com
aquilo que deriva do património.
 Tributarias: receitas de carater efetivo e que vao permitir satisfazer as necessidades geradas pela
utilização de bens públicos; O estado é um fiscal/tributário, pois o legislador …….
 Credenciais: o Estado, como qualquer particular com regras diferentes, pode recorrer ao
financiamento, pode endividar-se. O problema é que são receitas não efetivas. Existe pagamento dos
juris correspondentes. Acabam por ser um adiantamento de receitas futuras, estas últimas terão
natureza tributaria.
O Estado pode recorrer a crédito, mas existem limitações, como o princípio da equidade, e deve haver um
equilíbrio entre aquilo que é o esforço financeiro exigido nas relações presentes e futuras, e no que diz
respeito às necessidades coletivas. Embora existam três formas de financiamento, a segunda é uma receita
não efetiva, e a terceira é aquela a que se sobrepõem as receitas tributarias. “O Estado atual é um estado
fiscal”, e mais que isto, um estado tributário. O reduto limitado é o reduto do direito tributário, que é um
conjunto de normas de um ordenamento jurídico, que disciplina a matéria dos tributos (taxas, contribuições
ou impostos). Dentro do direito tributário, estabelecemos um reduto mais tributário, ou seja, o reduto do
direito fiscal, que disciplina a matéria dos impostos. Isto significa que impostos e tributos não são a mesma
coisa! Ex: distinção entre jurisdição comum e jurisdição administrativa e fiscal, todavia estes tribunais não
se reservam apenas a regular matéria de natureza fiscal.
Conceito de tributo: o que é um tributo? É uma prestação (o que implica que estamos num contexto
obrigacional, existindo um sujeito vinculado a realizar algo perante outrem, uma prestação- contexto
intersubjetivo); natureza patrimonial (pode ser de natureza pecuniária- antecipar a necessidade de alguns
tributos se realizar não através de dinheiro mas de outra forma- frequente no contexto histórico, como partes
de colheiras, animais ou serviços); apesar disto, existe algum contextos em que os contribuintes possam
pagar sem ser em dinheiro? Sim, em condições normais não, mas pode ser possível em matéria coerciva (a
parte que reclama o credito pode pedir uma cobrança coerciva, e serão penhorados os bens do devedor, que
serão vendidos); no processo tributário, “quem não paga a bem paga a mal”, ou seja, se alguém não cumpre
voluntariamente, isto não pode ser um obstáculo ao credor (as quantias arrecadadas são de natura publica, e
é possível que o devedor, ao ser chamado para cumprir a divida, tem 30 dias para pagar antes das penhoras,
e aqui pode propor uma forma de cumprir as obrigações, que corresponde à entrega de um bem diferente do
inicialmente previsto, que era dinheiro, e este contribuinte pode ver-se livre da entrega de dinheiro por outro
bem cujo valor visa salvar-se do valor da divida por ter um valor superior).
Atualmente, as autarquias locais podem criar taxas criadas por regulamento, que disciplinam não só as taxas
em vigor no município, sobre quem incidem, e as formas de cobrança e aqui nada obsta que ele preveja
nesse regulamento que antes da execução fiscal as taxas sejam cumpridas com a entrega de bens. Esta
prestação é definitiva, isto é, não é restituído aquilo que foi prestado. Ex: uma prestação não
definitiva/reembolsável são
 Os empréstimos onerosos ou com juros;
 Empréstimos compulsórios- o estado pode endividar-se de muitas formas, podendo emitir divida
publica recorrendo a certificados de aforro, ou pode ainda forçar o empréstimo, ou seja, o estado
determina que os contribuintes lhe emprestassem dinheiro obrigatoriamente, mas como? Basta
bloquear as contas bancarias, determinando que todos os que tenham mais de 100.000euros na conta,
durante certos meses, não podem mexer na conta.
 O IRS e o IVA não são prestações reembolsáveis pois “aquilo que é tributado, nunca é restituído”,
por exemplo, um trabalhador por conta de outrem ganha em janeiro 1200euros, mas recebe apenas
1000, e a entidade patronal não paga IRS pois é uma pessoa coletiva (estando sujeita ao IRC). Assim,
os 200 euros são devidos pelo trabalhador, e estamos perante uma substituição tributária. No final do
ano, o trabalhador adiantou de forma forçada 2400 euros, e o IRS é apurado no ano seguinte. No fim,
indica um conjunto de despesas que será relevante para calcular o IRS. Uma vez emitido a ato de
liquidação, este deve 2000 euros de IRS, e entregou 400 euros que não eram devidos. O IRS foi
cumprido, o que é restituído é o montante para alem do IRS (adiantado, e não devia), e o valor de
400 euros é um empréstimo que o contribuinte fez ao Estado, e foi obrigado a tal. É remunerado?
Pode haver lugar a juros, mas durante estes anos as taxas de juro eram negativas, logo o estado não
precisas de pagar juros. Aquilo que é pago por IRS, não é restituído! O investimento que se faz
permite poupar no imposto. Se houver a exigência de um tributo de forma ilegal do Estado é possível
reagir, mas assim se é ilegal não é devido. No caso do IVA, este é suportado pelo consumidor, mas
quem o paga é o sujeito passivo que não o consumidor. Ex: O espaço comercial vende uma garrafa
de água, e no valor da fatura emitida será colocado o preço acrescido do IVA, e a entidade exige, mas
quem paga o IVA ao estado é o comerciante, e não o consumidor. Cada uma das empresas emite uma
fatura que contém o preço + o IVA, e uma padaria paga o preço + o IVA, e a padaria vai vender o pão
aos clientes, exigindo o preço + o IVA. Aqui, a padaria pagou o IVA nos fornecimentos (inputs), mas
na sua atividade, junto dos clientes, esta empresas exigiu IVA aos clientes (Y IVA). Quem é o sujeito
passivo aqui? É a padaria, e os consumidores não são sujeitos passivos do IVA, sendo contribuintes
de facto (suportam o custo). Qual é o montante de IVA que a padaria entrega ao estado? O valor
correspondente Y IVA subtraído do X IVA que pagou aos consumidores (Y-X= IVA a pagar). Se uma
empresa se dedica a exportar bens, esta beneficia de uma dupla isenção (não exige IVA aos clientes
no estrangeiro, mas pode deduzir o IVA que consumiu, junto dos seus consumidores). Reembolsado=
pagou mais do que devia; restituir= contributo ilegal.
Os tributos são ainda coativos, sendo a coatividade um traço essencial do tributo, pois quando se afirma que
um tributo é uma prestação patrimonial definitiva e coativa, trata-se de uma prestação constituída com um
fundamento normativo (há um fundamento legal da constituição tributária e do seu conteúdo). Neste
contexto, a vontade das partes é irrelevante pois a sua génese resulta de normas jurídicas, que supõe a
verificação dos substratos patológicos para esse direito. Assim, deve haver um suporte normavio que
determine a constituição de uma obrigação tributaria. Há um pressuposto de facto por parte do legislador,
que quando houver uma reunião entre a previsão normativa e o mundo sociológico, emerge o vínculo
jurídico e a obrigação tributaria, e mesmo que eu queira (Ex: tenho vontade de pagar impostos,) isso é
irrelevante. No caso das taxas, diz-se que o contribuinte só tem de pagar a taxa pois quis beneficiar do
serviço, existindo um ato de vontade. A grande diferença do direito público para o direito privado é que
existe um princípio de legalidade em vigor, e só podem fazer aquilo que a lei permita, e no direito privado só
podem fazer aquilo que a lei não proíbe. Não é possível conceder um perdão fiscal (Ex: contribuinte
esqueceu-se de pagar, e isto pode dar lugar a um processo. Se quiser pagar mais do que é pedido, também
não o pode fazer). Também não podem as partes chegar a um acordo quanto ao montante de imposto a
pagar (Ex: contrato celebrado em que um sujeito tem de pagar 10.000 euros a outro, pode haver negociação
para pagar primeiro só 7.000. No contexto tributário, isto não existe).
Coatividade quanto à origem: no caso do IRS, as pessoas singulares terão de pagar IRS. No caso de uma
taxa prevê-se que, quem beneficiar de uma esplanada, tem de pagar a taxa. No caso do IMT, só tenho de
pagar quando adotar um comportamento previsto no código do IMT e previsto para esse efeito. O montante
a pagar não resulta de um acordo de vontades, mas da aplicação de um conjunto de ordens jurídicas que
determinam o apuramento. Quem aplica as normas tributarias na maior parte dos casos? Os contribuintes,
que têm em cada caso, conhecer o sistema jurídico-tributário para perceber se os seus comportamentos têm
relevância tributária. O IRS não é liquidado pelos contribuintes (não apura o valor do IRS), mas sim pela
Administração Tributária.
Isto permite excluir os preços, que são quantias patrimoniais e definitivas, e podem ter propriedades
financeiras, mas não são definidas coativamente (mas sim voluntariamente). Ex: o estado tem um imóvel
que integra o trafico jurídico normal, e pode ser vendido, ou seja, coloca o bem em hasta pública, e tenta
encontrar um parceiro para comprar. Se for aceite, forma-se um contrato, tendo a obrigação de pagar um
preço. A formação do valor processa-se no contexto de voluntariedade, pois o contribuinte paga um preço ao
estado por ter manifestado a vontade de contratualizar. Um preço não é um tributo pois falha na
característica da coatividade. Um tributo é ainda uma prestação arrecadada com finalidades financeiras
publicas, ou seja, são receitas arrecadadas para satisfazer as necessidades financeiras do estado, e a despesa
publica gerada com essa atividade. Assim, excluímos também as multas e as coimas, aplicadas no contexto
sancionatório. As multas têm contexto sancionatório penal (aplicadas pelo juiz) e as coimas são aplicadas no
contexto contraordenacional, pela atividade administrativa. Ex: ao excesso de velocidade, numa autoestrada
a 140, aplica-se um contraordenação leve. Ambas não constituem receita de natureza financeira, pois o seu
propósito não é o de angariar receitas para satisfazer as necessidades financeiras, pois os seus objetivos são
preventivos (evitar o comportamento, como os sujeitos não circularem a velocidade excessiva, ou sancionar
o ilícito) e repressivos. Qual é o ideal do montante de multas e coimas arrecadadas? 0, pois significa que
ninguém cometia ilícitos. O tributo não tem finalidades sancionatórias, mas isto é redundante pois se são
financeiras, não podem ser sancionatórias. Também é referido muitas vezes que são devidas em favor das
entidades públicas, mas isto significa que tudo o que seja arrecadado cumpre para satisfazer as finalidades
financeiras no contexto publico, e em princípio quem tem a função de prosseguir o IP são as entidades
públicas. Assim, os tributos são arrecadados em função destas entidades, mas o credor tributário (quem
reclama o pagamento de certas taxas) não é uma pessoa coletiva de direito publico, mas de direito privado
(Ex: concessionárias), e assim não é rigoroso afirmar que um tributo é devido a uma entidade pública. O
Estado abdica de uma prerrogativa só dele, a tributária, e poucas coisas fazem parte do seu núcleo para alem
da dimensão sancionatória e tributária. Ex: contrato de conceção, que é uma forma de o Estado de financiar.
Este tem de prosseguir alguns objetivos, e para tal precisa de dinheiro, que existe nos privados. Pode chamá-
los e perguntar o que propõem a respeito de construir uma autoestrada, e em contrapartida permite que eles,
durante 20 anos, possam explorar a autoestrada, algo que seria apenas dele. Assim, este cede
provisoriamente um poder que é só seu, permitindo que o particular substitua ao estado, cobrando uma taxa,
e correndo o risco (se o negócio não for bom, o privado tem prejuízo). Este particular vai exercer poder
tributário, cobrando taxas, e seja entregue a uma entidade publica seja a uma entidade privada, a quantia
arrecadada será afeta a uma necessidade financeira pública. A partir daqui, podemos ter três categorias de
tributo, e uma componente negativa, que afasta o que não são tributos:
 Impostos: tendencial unilateralidade;
 Taxas: bilaterais e sinalagmáticas;
 Contribuições: bilaterais, mas não sinalagmáticas.
Dia 20/02
Sistema fiscal para o jurista é um conjunto de normas jurídicas que regulam o sistema fiscal, o que quer dizer que a
analise é feita do ponto de vista jurídico.
Tarifas: tipologias entre impostos e taxas, sendo preços públicos. Se estivermos perante prestações coativas definitas,
podemos não estar entre tributos (como as coimas e multas, nas quais a finalidade não é arrecadar receita, sendo uma
consequência indesejável- na teoria). O objetivo seria que não houvesse situações de incumprimento, e assim não se
aplicariam coimas ou multas. Podemos isolar dentro da categoria de tributo realidades distintas que cumprem todos os
pressupostos, mas diferenciam-se entre si por terem características adicionais: impostos, taxas e contribuições. As
contribuições são uma figura complexa, pois podemos acrescentar diferentes tipos entre elas. A nomenclatura é um
mero indício. São figuras tributarias com características específicas, e com regimes específicos diferenciados para a
sua constituição, ou seja, aprovar um imposto tem exigências do ponto de vista procedimental que não acontece no
caso das taxas, por exemplo. São muito mais exigentes as regras de criação dos impostos do que das taxas. Assim, é
normal que entidades que não tenham poder para tal criem impostos (que são criados por lei- da AR ou do Governo;
artigo 212º CRP). Ex: autarquias locais, que têm poder normativo, mas não poder legiferante, podendo apenas emitir
regulamentos, e é possível criar taxas por via regulamentar desde que haja uma norma legal habilitante, e existe, pois,
é o regime geral de taxas das AL (inconstitucionalidade orgânica formal).
Impostos
Os impostos são prestações patrimoniais coativas e definitivas. No entanto, temos de lhe acrescentar um elemento
diferenciador face aos tributos.
 Bens públicos: bens que se caracterizam pela não concorrência e pela não exclusão, ou seja, não é possível
afastar alguém do benefício dos mesmos, e por outro lado não são concorrenciais, ou seja, o facto de alguém
beneficiar dele não exclui o facto de outra pessoa também beneficiar.
 Bens semipúblicos: possibilidade de imputação individual, em função de certos custos gerais, não sendo
concorrenciais, mas posso condicionar o acesso aos mesmos. A missão do estado e EP é a prossecução do IP,
que depois de desdobra num leque de interesses públicos (saúde, segurança, justiça, etc.). Todas as EP só
existem devido ao interesse público que prosseguem. O seu suprimento pressupõe a existência de bens
públicos e semipúblicos.
Quanto aos bens públicos, quem não tem interesse em prestar estes bens? As entidades privadas, que se movem por
interesses individuais e não públicos. As EP têm por missão prosseguir o IP, ou seja, satisfação de necessidades
coletivas, e para tal é necessário criar bens públicos e semipúblicos (Ex: iluminação pública; acesso aos tribunais,
excluindo quem não pagou a taxa de justiça; saúde, que no limite pode ser disponibilizada de forma individual e
financiada como forma comutativa ou de troca). No caso da saúde, quer paguemos impostos ou não, temos sempre
acesso a ela. Perante isto, vão resultar condicionadas pois o estado pode financiar-se através de tributos (Ex:
estudantes pagam propinas), e pela sua natureza o estado está impedido de beneficiar certos tributos devido, por
exemplo, a uma imposição normativa. Temos uma parte muito significativa, e não podemos exigir do contribuinte
aquilo que ele não beneficia, e temos de garantir isto com critérios através do princípio da igualdade. Assim, temos de
chegar a uma forma adequada para as pessoas serem chamadas a pagar. Assim, temos de encontrar uma figura que
independa de qualquer benefício: o imposto, que é uma figura tendencialmente unilateral com finalidades financeiras
(prestação patrimonial coativa e definitiva). Por regra, os impostos são tendencialmente unilaterais, pois os impostos
não são quantias pagas sem retorno, e a circunstância de pagarmos impostos têm consequências nos benefícios que
possuímos, e a circunstância de não cumprirmos a obrigação não nos exclui de beneficiarmos dessa prestação. Ex: se
utilizarmos transportes públicos circulamos em estradas, iluminadas à noite; quando assistimos à aula, estamos cá pois
pagamos propinas, mas não existe uma exigência em termos de montante. Aqui, falamos de uma unilateralidade que
não é absoluta: princípio da seletividade da despesa pública, ou seja, devem ser canalizados os recursos para quem
paga por eles, uma vez que são escassos, não podendo ser desperdiçados em atividades de caráter não essencial.

Relação entre receita e despesa

Se eu exigir aos contribuintes que paguem em função do que beneficiam, como apuro aquilo que me deve ser pago?
Quantifico os custos. Se existir essa imputação, a aproximação pode ser feita por via da aproximação da prestação
publica, mas não posso imputar o que quer que seja em função de um custo criado ou de um benefício aproveitado, e
temos assim de arranjar uma solução igualitária (aproximação entre aquilo que beneficiou, e aquilo que virá a pagar).
Assim, falamos no princípio da igualdade tributária, e sem esta imputação individual, devemos proceder a um critério
que deva ser intrínseco ao próprio contribuinte, e cada um deve apenas ser chamado a pagar consoante aquilo que
consiga (de acordo com a sua capacidade económica). Mas, como é que se evidencia esta capacidade? Capacidade
contributiva. De acordo com o património. Ex: se tenho dois sujeitos em que um tem um património de 10.000euros e
outro com 100.000 euros, então quem tem mais património é o segundo. A capacidade económica revela-se através da
estrutura patrimonial dos indivíduos. Quando o legislador recorta normativamente os impostos e a realidade sobre as
quais incidem, ele deve ter em conta a capacidade económica, mas ao final do dia o que tem mais relevância é a
capacidade contributiva. Para que possa existir um imposto é necessário a normatividade, ou seja, normas jurídicas,
que digam aquilo que será relevante para efeitos de impostos, e por isso é que não existe uma sobreposição entre
capacidade económica e capacidade contributiva. Ex: se um estudante tiver um trabalho por conta de outrem, os
rendimentos obtidos serão tributos (de acordo com o código do IRS). Se compro um quadro valioso e vendo por 10x o
seu valor. Com esta renda, manifestei capacidade económica, mas não capacidade contributiva, pois a categoria G do
CIRS não qualifica esta mais-valia como uma mais-valia tributária. Se comprar carro e o vender com lucro, existe
capacidade económica, mas não contributiva.
Como é que recortamos a CC a partir da CE? Através de índices:
 Rendimento: grandeza de fluxo; por excelência, é o índice de capacidade contributiva, sendo a forma mais
perfeita de captar a capacidade económica.
 Despesa: quem gasta manifesta capacidade para o fazer, logo o legislador pensa que quem realiza atos de
despesa manifesta capacidade económica, logo pode ser chamado a pagar para satisfação das despesas
públicas. Podemos tributar cada um em função daquilo que ganha, ou então abdicamos do resto e tributamos
apenas a despesa.
 Património: grandeza de stock, que pode ser utilizado no trafico jurídico.
Os impostos devem corresponder a uma realidade unicelular (rede de impostos), associada à ideia de sistema. A ideia
de complexidade e necessidade de ter vários impostos parte da circunstância de que pode haver uma incapacidade de
captar todos os rendimentos. Só existe obrigação de pagar imposto quando ocorrer aquilo que está previsto nas normas
de incidência fiscal. O legislador, ao recortar positivamente, recorta também negativamente aquilo que não é tributado.
Os impostos estão relacionados entre si. Em sede de IRC, as empresas podem reduzir custos segundo um documento,
nomeadamente fatura, no caso do IVA. Assim, conseguimos que o sujeito que reduz a despesa controla o sujeito que a
emite (será um rendimento tributável em sede de IRS e IRC). Em sede de IMT, será aplicado o maior imposto dos
dois.
Dia 28/02
Uma taxa será uma prestação patrimonial definitiva coativa bilateral e sinalagmática, com finalidades financeiras.
Descobrir critérios que dessem uma boa satisfação ao princípio da igualdade, face à impossibilidade de imputar a
qualquer pessoa a mesma taxa. O que acontece se alguém não pagar os impostos? Falamos de serviços de modo não
concorrencial, logo não existe suscetibilidade de exclusão. No domínio da bilateralidade, existe uma dependência
entre aquilo que pago e aquilo que beneficio (prestação e contraprestação). O princípio da capacidade contributiva não
se aplica no contexto das taxas. Aplica-se assim o princípio de estado social. Domínio da sinalagmaticidade: determina
duas condições:
 Correspondência;
 Correspetividade
Uma prestação existe apenas em função da outra, logo não existem desligadas entre si, pressupondo-se
reciprocamente, logo se uma não existir, a outra também não existe. Se não pagar determinada taxa, não vou aceder à
contraprestação que lhe corresponde. Mas, se não me for proporcionado o benefício, eu não tenho de pagar a taxa (o
que não acontecia no caso dos impostos). Esta logica comutativa determina que as taxas são dependentes. Ex: no caso
da pandemia, a maior parte dos estabelecimentos estavam fechados. Estes pagam um valor anual, para beneficiar da
taxa de esplanada ao longo do ano para terem as mesas no exterior. Apesar do pagamento, isto foi impedido por uma
imposição normativa. Desta forma, deverá haver uma restituição total ou parcial. Se paguei e não beneficiei, tenho
direito à restituição total ou parcial. Exceção de não cumprimento: temos dois sujeitos- A celebra contrato com B e
não entrega o veículo- e acordam que no dia de hoje deverão proceder à entrega das prestações, mas A apenas referiu
que ia vender. Pode fazer isto, pois se houver um acordo de vontade, as partes vinculam-se ao acordo de prestações.
Assim, B se não receber o carro, pode invocar a exceção do não cumprimento. Desta forma, se não houver
contraprestação, posso não pagar a taxa. Para alem da prestação e contraprestação dependerem uma da outra, devem
equivaler-se em termos de proporção do montante- a taxa deve ser um reflexo quantitativo da prestação. Nas taxas,
pago em função da prestação. Se houver um desajuste entre aquilo que sou chamado a pagar e aquilo que beneficio,
posso resistir ao pagamento  lógica de proporcionalidade. No caso das taxas, o critério determinante é o princípio da
equivalência (jurídica, e não económica)  deve existir uma equivalência entre a prestação e a contraprestação. No
entanto, não é um exercício exato quantificar as prestações.
Quando queremos quantificar algo, temos de perceber qual será o retorno em termos de conversão do mercado 
regras da oferta e da procura, para nos oferecerem os valores. Se estivéssemos no domínio concorrencial, não
falávamos em taxas, mas sim em preços. Desde que não exista uma grande desproporção entre aquilo que pago e
aquilo que beneficio, o juiz não irá intervir. Lógica de proporcionalidade:
 Custos;
 Benefícios.
As taxas nunca podem ser dobradas numa lógica lucrativa. Nunca pode o apuramento da taxa ser feito pela referência
do custo e acrescentando uma margem de lucro (para a empresa manter-se em atividade). No entanto, pode o valor da
prestação tributaria exigida não cobrar a totalidade do custo da entidade pública. Ex: pagamento de propinas. O valor
das propinas é um valor cujo montante é inferior ao custo de cada aluno (não cobrem aquilo que é o custo individual
de cada aluno do ensino superior). Assim, não faria sentido que na redução nas prestações, se exigisse uma restituição
por quebra da contraprestação. O valor pago pelas propinas é muito inferior ao valor dos custos, logo não deveria
haver um retorno das propinas. Segundo a perspetiva do professor, existem algumas situações em que os valores das
propinas poderiam subir. Se a contraprestação, neste caso, é igual para todos então todos devem pagar o mesmo
montante, independentemente da sua condição económica, pois a determinação da contraprestação é feita num
contexto extrínseco ao sujeito. Assim, pouco importa a condição económica. Desta forma, aplicando-se o critério da
equivalência, todos pagavam o mesmo montante, mas face à desigualdade económica entre estudantes, aplica-se o
princípio de estado social, que justifica que, em certos casos, exista uma redução das propinas ou isenção total de
acordo com a condição económica dos estudantes (mecanismo de equilíbrio).
Tipos de taxas
 Taxas pela prestação individualizada de um serviço público. Ex: taxa cobrada pela aquisição do CC.
Pagamento de propinas.
 Taxas pela utilização privativa de bens do domínio público. Ex: utilização de esplanadas, colocadas no
domínio público. Estacionamento na via pública.
 Taxas devidas pela remoção de um obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares. Ex: licença de caça
e pesca. Taxa das infraestruturas.
Distinção entre taxas e tarifas (que são preços), como o consumo de água (pelo abastecimento). A propina cobrada por
uma universidade privada é um preço (enquanto nas públicas são taxas). As entidades privadas, salvo as concessões,
não têm poderes tributários. As taxas moderadoras tinham como propósito desincentivar uma utilização quando esta
não fosse estritamente necessária. Entre a taxa e a contraprestação, vigora o princípio da equivalência. Existe uma
logica de sinalagmaticidade que implica uma lógica de correspondência e correspetividade. A prestação e a
contraprestação devem ser temporalmente encontradas, ou pode haver um desfasamento entre elas? É possível. Ex:
taxas urbanísticas- licenciamento de uma utilização que pode ocorrer a qualquer momento (primeiro paga-se a taxa, e
depois beneficia-se). Ex: se um aluno ingressar no 2ºano de mestrado e decidir desistir, deve na mesma pagar as
propinas, uma vez que se matriculou e impede outrem de ingressar no seu lugar. A prestação e contraprestação podem
ser diacrónicas. A contraprestação produz-se sempre na esfera jurídica do sujeito passivo em termos individuais
(consigo identificar um sujeito que beneficia concretamente)  deve ser efetiva, não podendo ser presumida ou
estimada, devendo ser apurada no contexto individual. Taxa turística- cobrada pelas unidades hoteleiras a favor dos
municípios. Problemas: a taxa não é individualizada na pessoa que a vai pagar, uma vez que não consigo identificar
quanto é que cada turista beneficiou. Aqui, falamos numa taxa bilateral, mas não sinalagmática. Posto isto, temos de
pagar estas taxas, mas podemos recursar-nos a pagar, nos órgãos próprios. O valor destas taxas é baixo o suficiente
para não compensar a litigância.
Ver no site no município de Braga o regulamento de taxas.
Dia 06/03
Por um lado, só existe uma prestação em função de uma contraprestação, que pode ser apreciada numa perspetiva de
benefício ou de custo. Ex: uma pessoa só paga taxas se houver um benefício associado. Assim, se eu não pagar uma
licença, esta não me será concedida. As prestações devem equivaler-se em termos de montante (princípio da
equivalência), mas está em causa uma lógica de proporção e equivalência jurídica. Aquilo que pagamos a título de
taxa, não deve ser desproporcional face ao benefício que iremos desfrutar. No caso das taxas, existe a individualização
de uma prestação. A prestação deve ser concretizada na esfera jurídica do sujeito, sendo efetiva, aproximando-se da
logica contratual. Ex: também nos contratos existe uma prestação e contraprestação. Nós podemos fazer tudo aquilo
que a lei não proíbe, mas a AP não (reserva de lei e precedência de lei). As contribuições distinguem-se das taxas.
Estas não são tendencialmente bilaterais, pois não se deixam reconduzir a um critério intrínseco, isto é, não são
exigidas em função da capacidade daquilo que cada um pode pagar, não sendo impostos. Serão taxas? Serão exigidas
de acordo com uma prestação que o individuo provoca? Sim, de certo modo, então estamos perante as taxas. Para que
estas figuras sejam verdadeiramente taxas, temos de ver verificados os critérios da correspondência e correspetividade.
Consigo saber se um sujeito teve um aproveitamento específico para aplicar uma taxa face a isso? Não. Assim, sendo
bilaterais, não eram assinalagmáticas. As contribuições são então prestações patrimoniais definitivas, coativas,
bilaterais, mas não sinalagmáticas, com finalidades financeiras públicas. Esta definição possivelmente será criticada.
Desta forma, estamos perante figuras no contexto das quais existe uma lógica comutativa, e assim estas operam
segundo o princípio da equivalência (logica de troca associada a um benefício ou custo). Aqui não opera a logica de
que temos necessidades financeiras públicas e pagar a despesa publica, não sendo possível uma imputação direta
(como acontece nos tributos), havendo nestes casos uma tentativa de aproximação de exigir de alguém uma prestação
em função daquilo que beneficiou, ou do custo que provocou, mas não é possível fazê-lo em termos perfeitos.
Em que tributos será o legislador mais exigente?
 Se estiver no domínio das taxas, tenho a exceção do não cumprimento, podendo pedir a devolução, o que não
pode acontecer nos impostos. A posição do sujeito de defesa contra a prestação é sempre mais sensível do que
a dos impostos, pois não havendo uma logica de troca, este fica numa lógica de defesa;
 No caso dos impostos, o legislador exige uma intervenção legiferante (da AR), e se isso não acontecer existe
uma inconstitucionalidade orgânica formal;
No caos das taxas, o sujeito está numa perspetiva de maior conforto, sentindo-se mais seguro. No caso das
contribuições, como estas estão a meio termo (sendo difusas), isto gera confusão. E nestas, devera haver uma
intervenção da AR? Alínea I do artigo 165º CRP- refere que a criação de impostos pressupõe uma intervenção da AR,
já a criação de taxas e contribuições pressupõe apenas o regime geral. Basta uma intervenção legal, não sendo
necessária uma intervenção da AR, pois em certos tributos a posição do contribuinte é diferente. Quanto às
contribuições estamos no domínio da bilateralidade, mas num domínio imperfeito. Artigo 3º LGT; artigo 4º/2: tipos de
taxas e impostos. O nº3 fala de contribuições especiais, e há quem autonomize estas figuras. No entanto, refere que
“são considerados impostos”, mas se o legislador sente a necessidade de o dizer, é porque não o são violação do
artigo 112º CRP. O propósito do legislador seria o de sujeitar as contribuições ao regime jurídico previsto para os
impostos. A LGT foi criada por DL, assim como a maior parte dos impostos que temos. Assim, o governo refere que
no futuro, quem quiser criar figuras desta natureza, deve fazê-lo através da AR, mas não cabe ao legislador determinar
isto. Este nº3 do artigo 4º da LGT quer acrescentar uma alínea ao artigo 165º/1 da CRP  a LGT não pode fazer isto.
Contribuições especiais:
 De melhoria: são situações exigidas no contexto em que determinados sujeitos beneficiam reflexamente de
investimentos públicos. Há uma atuação pública, como no caso das infraestruturas, que aproveita a um
determinado grupo de sujeitos, e é pela circunstância de conseguirmos identificar um grupo de sujeitos que
beneficia mais que os outros que conseguimos isolar um grupo e gerar uma contrapartida. Ex: isolar um
conjunto de indivíduos proprietários de terrenos que beneficiam mais que outros, em função de ter havido um
investimento público e o valor dos seus terrenos terem aumentado. Exigir a estes indivíduos que pagassem
uma contribuição, pois foi possível observar um benefício adicional na sua esfera jurídica  lógica de
bilateralidade, e não sinalagmaticidade, através de uma lógica de troca, pois houve um investimento público e
houve alguém que o beneficiou.
 De maior desgaste: exige-se que certos grupos de sujeitos sejam chamados a pagar uma prestação tributaria
em função de determinados custos que se estima que se associem à sua conduta. Assumir que determinadas
atividades ou comportamentos podem provocar custos adicionais, mas não estamos numa lógica
sinalagmática, mas trata-se de assumir que está associado a certas atividades uma lógica de desgaste, pelo que
isto deve reverter-se nos sujeitos. Ex: impostos sobre veículos pesados, mas será possível assumir que quem
circula com veículos pesados desgaste mais as vias de circulação? Provavelmente sim, e por isso ficou
legitimada a criação de uma contribuição especial de maior desgaste uma vez que a uma categoria de sujeitos
está associada o facto de estes onerarem os bens públicos. Outro exemplo são os impostos ambientais. O IUC
(onde opera a capacidade contributiva- domínio da equivalência difusa) e o ISV. Quais são os critérios
relevantes no montante a pagar? A cilindrada e as emissões de CO2. Contribuição dos sacos de plástico leves-
não é uma taxa, pois o lucro é da loja, sendo obrigados a cobrar. Contribuição das embalagens de take away
tem o mesmo propósito. Não sabemos o impacto associado a estas contribuições, mas existe a imputação de
uma prestação.
Existem ainda as contribuições a favor das finalidades públicas:
 Contribuição audiovisual: contribuição cobrada através da contratação de serviços de energia elétrica, não
precisando de ter um rádio em casa. Esta é cobrada para financiar serviços de rádio e televisão pública. Será
uma taxa? Se assim fosse, teríamos de saber quanto é que consumíamos.
 Contribuição incidente sobre a banca e os seguros: incide sobre os medicamentos e dispositivos médicos. Há
determinados domínios, como as telecomunicações, que não podem funcionar de acordo com as regras de
mercado, pois pela sua importância, pressupõem mecanismos de regulação. A regulação tem um custo, e as
entidades reguladoras para funcionarem dependem de recursos- ou pagamos todos de acordo com uma
socialização de impostos, ou pode o legislador entender que vai imputar o custo que lhe é associado por
regular as suas funções, e por aí criam-se as contribuições de regulação, que são exigidas às entidades que se
movem nesses mercados regulados. Quem paga isto, no final do dia, são os contribuintes.
Dia 03/04
Classificação dos tributos
Âmbito de incidência supletiva
a. Pessoas singulares: IRS, etc.
b. Pessoas coletivas. IRC, etc.
c. Ambas: IVA, IMT, IMI, etc.
Âmbito de incidência objetiva
Âmbito de incidência temporal
a. Natureza periódica: IRS, IRC, etc.
b. Obrigação única: IVA, IMT, etc.
Nota: artigo 48º LGT
Mecanismos de repercussão: regime legal que determina que o sujeito passivo tem a obrigação de imputar
economicamente o esforço financeiro de determinado tributo ou agente financeiro com o qual se relaciona. Ex: IVA.
Fornecedor de bens- sujeito passivo; quem suporta o esforço económico- consumidores. Pode ocorrer neste âmbito
crime de abuso da confiança, se o sujeito passivo não entregar ao Estado a parte que lhe é devida.
Destinatário da receita:
a. Tributos estaduais: IRS, IRC, IVA, IMI, etc.
b. Tributos não estaduais
i. Regional/local.
Elementos personalizantes:
 Tributos pessoais: incorporam elementos personalizantes. Ex: IRS;
 Tributos reais: IMI, ainda que existam aspetos de personalização;
 Ver 112º/a) CIMI: aspetos personalizantes, ainda que não integre uma lógica personalizante.
Elementos considerados na determinação da matéria tributária
a. Tributos específicos: atingem grandezas físicas, como medidas, pesos, volumes, etc. Ex: IUC- incide sobre a
cilindrada dos veículos e as emissões de CO2, sendo o valor do veículo irrelevante.
b. Tributos ad valorem: atingem o valor da capacidade contributiva (esta é manifestada através do rendimento,
consumo e património, no caso dos impostos). Ex: IMI, IRS, IRC, IVA.
Regime de taxas
a. Taxas progressivas  efeito redistributivo: aumentam mais do que proporcionalmente em funçao das
realidades sobre as quais incidem- varia positivamente em funçao do aumento em termos mais do que
proporcionais. Ex: IRS. Mecanismo de redistribuição da riqueza- antes e depois da tributação, a posição
económica altera-se, exigindo-se mais a quem tem mais numa lógica de esforço adicional.
b. Taxas proporcionais: taxa fixa- quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos, na proporção da
diferença. Ex: IVA, IRC.
c. Taxas regressivas: diminuem em função do aumento das realidades tributárias (rendimento). Não existem, mas
há determinados mecanismos de incentivo em que tenta produzir um efeito semelhante.
Artigo 112º CIMI- possibilidade de as autarquias criarem taxas especiais. Ex: prédios em situação de abandono, prédio
revoluto/não utilizado).
Autonomia
a. Tributos principais: autónomos, autossuficientes, independem estruturalmente de outros (não exclui que
pontualmente dependam de outros);
b. Tributos acessórios: dependência estrutural de outros tributos. Valor adicional do IMI (artigo 135º-A e ss.
CIMI).
Derramas:
 Estadual: necessária (artigo 87º-A CIRC) - forma de tributação acessória ao IRC;
 Local: eventual (artigo 18º RFALEI) – IRC, derrama estadual e derrama local.

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