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Impostos Taxas
TAXAS
As taxas são (contra) prestações patrimoniais de caráter bilateral, ou seja, assentam numa
relação jurídica do tipo do ut des = à contraprestação tributária do particular a favor do Estado
e demais entes públicos corresponde uma anterior prestação específica, uma atividade desses
mesmos entes (prestação concreta de um serviço público; disponibilização de um bem do
domínio público e/ou remoção de um obstáculo jurídico a particulares (art. 4/2 LGT)
Uma diferença muito relevante quanto ao regime constitucional é que o Princípio da legalidade
fiscal só vale para os impostos.
Como saber se é uma taxa ou imposto?
§ Unilateralidade dos impostos e bilateralidade das taxas
§ A medida ou critério do tributo: se for com base na proporcionalidade entre o tributo e
a respetiva contraprestação específica é taxa; se a medida/critério for a capacidade
contributiva (art. 103/1 e 104/1 a 4 da CRP; Art. 4/1 LGT), é imposto.
§ Aplica-se aos impostos o princípio da não retroatividade (art. 103/3 CRP), enquanto as
taxas são norteadas pelo princípio geral da segurança jurídica decorrente do Estado
Democrático de Direito (Art. 2 CRP)
o Quanto à proteção jurídica e segurança, vimos a proibição da retroatividade
(leis que pretendem produzir efeitos para o passado) e um dos casos da
proibição da retroatividade são os impostos retroativos, se há um imposto
criado para o passado, tem uma retroatividade autêntica, é inconstitucional.
Isso vale para os impostos (art. 103), mas não vale para as taxas, elas podem ser
inconstitucionais, mas não por uma inconstitucionalidade expressamente
prevista na constituição, e sim por violação da segurança jurídica e proteção da
confiança. Se eu criar uma suposta taxa, que depois chega-se a conclusão de
que verdadeiramente é um imposto, é inconstitucional.
Para saber se está em causa uma taxa, devemos fazer dois testes:
§ Para averiguar a natureza jurídica do tributo é necessário fazer o teste da bilateralidade
e o da proporcionalidade, uma vez que o tributo pode ser bilateral, mas não haver
proporcionalidade entre a prestação e a contraprestação específica.
§ A desproporcionalidade entre a quantia a pagar e, o benefício (utilidade do serviço) que
retira deverá ser intolerável para que se conclua que foi violado o princípio da
proporcionalidade.
Ou seja, devemos analisar se há ou não bilateralidade (quando é uma falsa taxa, normalmente
é aqui que para), e depois temos que analisar a proporcionalidade entre aquilo que pagamos e
aquilo que recebemos (muito difícil ser considerada inconstitucional por esse princípio, o TC tem
dito que só será inconstitucional quando for um caso flagrante, só se for mesmo intolerável, e é
muito difícil se provar que é intolerável), normalmente se tem que “chumbar”, chumba na
bilateralidade
Caso prático 1
A cobrança de uma taxa municipal pela renovação anual da licença de fixação de painéis
publicitários no domínio privado pode ser verdadeiramente considerada uma taxa ou se,
contrariamente, deverá ser qualificada como um imposto?
R: Quanto à taxa de publicidade não há dúvidas de que é de facto uma taxa. Quando eu quero
fazer uma publicidade tenho que pagar a taxa de publicidade, para conseguir a licença, e não é
só passar um mero papel, o município tem que ver se não é racista, se não viola os bons
costumes, etc.
Os municípios começaram a encontrar nas taxas uma forma de se financiar, e começaram a
cobrar uma taxa de renovação da publicidade, tudo da publicidade era exatamente o mesmo,
mas se eu anualmente quisesse manter aquela publicidade, o município exigia a tal taxa. Isso foi
ao TC, para discutir se era constitucional ou não, porque não havia uma contraprestação
específica, passavam-se licenças para publicidades exatamente iguais as que tinham sido
avaliadas antes.
Exemplos de taxas:
1) Taxa de publicidade
2) Taxas por infra – estruturas urbanísticas (Acórdão do TC nº 357/99)
3) Propinas universitárias, pagas nas universidades públicas
4) As portagens (a propósito da ponte 25 de abril) (acórdão do TC nº 640/95 – princípio da
proporcionalidade.
5) A taxa de compensação por deficiência de estacionamento
6) Taxa exigida pela recolha do lixo (acórdão do TC 1139/96)
7) Taxa de segurança alimentar mais (acórdão nº 539/2015)
Contribuições Especiais
São consideradas impostos. Podem assentar na obtenção pelo sujeito passivo de benefícios ou
aumentos de valor dos seus bens em resultados de obras públicas; ou de criação ou ampliação
de serviços públicos ocasionados pelo exercício de uma atividade (art. 4/3 LGT).
EX:
§ Contribuições por maiores despesas – encargo por deficiência de estacionamento
§ Aumento de valor dos seus bens – contribuição especial devida pelo aumento de valor
dos prédios rústicos e terrenos para construção decorrente da sua situação nas áreas
de intervenção da CRIL, CREL, CRIP, CREP
§ Especial desgaste de bens públicos – “imposto” de camionagem
Contribuições Financeiras
Aqui estamos perante taxas. São cobradas para a cobertura das despesas de pessoas coletivas
públicas não territoriais. Visam, assim, o sustento financeiro dessas entidades. Essas
contribuições financeiras são intituladas de tributos parafiscais. Não são impostos porque não
são uma participação nos gastos gerais da comunidade, mas também não são uma retribuição
de um serviço concretamente prestado por uma entidade pública ao sujeito passivo.
§ Exemplo: taxa de regulação e supervisão que visa financiar a ação quotidiana da
Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Introduzidas pela revisão constitucional de 1997, a categoria tributária das contribuições
financeiras a favor das entidades públicas, são tributos parafiscais que se situam num ponto
intermédio entre a taxa e o imposto.
As contribuições financeiras constituem um tertium genus de receitas fiscais, que poderão ser
qualificadas como taxas coletivas, na medida em que compartilham:
1. Em parte da natureza dos impostos (porque não tem necessariamente uma
contrapartida individualizada para cada contribuinte)
2. Em parte da natureza das taxas (porque visam retribuir o serviço prestado por uma
instituição pública a certo círculo ou certa categoria de pessoas ou entidades que
beneficiam coletivamente de uma atividade administrativa).
As contribuições distinguem-se especialmente das taxas porque não se dirigem à compensação
de prestações efetivamente provocadas ou aproveitadas pelo sujeito passivo, mas à
compensação de prestações que apenas presumivelmente são provocadas ou aproveitadas pelo
sujeito passivo, correspondendo a uma relação de bilateralidade genérica.
§ Preenchem esse requisito as situações em que a prestação poderá beneficiar
potencialmente um grupo homogéneo ou um conjunto diferenciável de destinatários e
aquelas em que a responsabilidade pelo financiamento de uma tarefa administrativa é
imputável a um determinado grupo que mantém alguma proximidade com as
finalidades que através dessa atividade se pretendem atingir.
O art. 165/1/i da CRP estabelece dois regimes de reserva relativa da AR:
§ Um para os impostos, sujeitando-os ao exigente princípio da legalidade fiscal
§ Outro para as taxas e demais contribuições financeiras, traduzido na integração do seu
“regime geral” na reserva relativa da competência legislativa da AR.
§ Significa isto que as contribuições de melhoria e as contribuições financeira não estão
sujeitas em igual medida ao princípio da legalidade.
Liquidação (em sentido restrito) – operação matemática que consiste na aplicação da taxa à
matéria coletável (= valor sujeito a tributação) para obter a coleta.
Tipologia de impostos
Em suma: os impostos de obrigação única são aqueles em que a obrigação do imposto constitui-
se instantaneamente (por um facto ou ato isolado no tempo ou por factos ou atos sem
continuidade entre si).
Os impostos periódicos, por sua vez, são aqueles em que a relação jurídica fonte da obrigação
de imposto tem em sua base situações estáveis, que se prolongam no tempo, dando origem,
por conseguinte, a obrigações periódicas, que se renovam todos os anos. Assim, incidem ao
longo do tempo sobre uma mesma situação jurídica, somente se estabilizando o período da
tributação ao fim do período fiscal (ex: no IRS, no ano civil), já que o facto tributário é de
formação sucessiva.
A utilidade prática da distinção decorre da configuração do elemento temporal do facto
tributário: os impostos duradouros (ou periódicos), por terem na base do facto tributário um
elemento temporal que tende a manter-se, colocam o problema do fracionamento jurídico
desse facto (diferença entre ato e facto tributário), ou seja, o problema do período do imposto
(que, em geral, coincide com o ano civil).
Daí que, para os impostos de obrigação única, o termo a quo da contagem dos prazos de
caducidade da liquidação e prescrição da obrigação de imposto dá-se na data em que o facto
tributário foi praticado, à exceção do IVA, enquanto, para os impostos periódicos, tal contagem
inicia-se a partir do término do ano em que se verificou o facto tributário (art. 45/4 e 48/1 LGT,
respetivamente), ressalvando-se os casos de retenção na fonte a titulo definitivo.
A diferença reflete-se também na aferição da natureza e limites da retroatividade das leis
fiscais (se autêntica ou inautêntica, se proibida pelo art. 103/3 da CRP ou apreciável com base
em parâmetros mais flexíveis, à luz de uma ponderação entre o princípio da segurança
jurídica/confiança legitima e o interesse público de arrecadação).
Isto porque, nos casos em que o facto tributário que a lei nova pretende regular já se tenha
formado totalmente, então estará em causa a proibição constitucional da retroatividade
(autêntica), o que, nos impostos de obrigação única, não coloca maiores problemas.
Já em casos que o facto tributário ainda esteja em formação (para os impostos periódicos) e
advenha uma nova lei, se configura uma retroatividade de natureza inautêntica ou, até, para
alguns autores, uma retrospectividade.
Para este efeito, o TC analisando a constitucionalidade de leis que modificaram a taxa do IRS ao
longo do ano fiscal, já decidiu (ex: Acórdãos 399/2010 e 18/2011) que “é possível, no que diz
respeito aos impostos periódicos, a aprovação de leis no decurso do período de tributação que
se destinem a produzir efeitos em relação a todo esse período, ficando, no entanto, tais leis
sujeitas ao teste resultante dos princípios do Estado de Direito, como seja o teste da proteção
da confiança (e não, assim, à expressa vedação de retroatividade do art. 103/3 CRP)”-
Caso prático
António, promotor de vendas de uma empresa de peixe congelado, recebeu da entidade
patronal, no ano de 2018, para além do salário o direito a utilizar a viatura de serviço para
férias e outras deslocações pessoais. Partindo do conceito de rendimento para efeitos de
Universalidade
Igualdade
Materiais Justiça
Progressividade
Princípios
Capacidade
Econômica
Formais Legalidade
O princípio da legalidade fiscal vale para a criação dos impostos e a alteração dos elementos
essenciais, mas, além desses elementos, temos ainda 2 elementos não essenciais, a liquidação
e a cobrança.
Quanto aos elementos não essenciais dos impostos, onde se inserem os elementos dos
impostos referentes à liquidação e à cobrança dispõe o art. 103/3 CRP que os mesmos têm de
ser feitos nos termos da lei. Contudo, não se encontram sujeitos à reserva de lei parlamentar
(art. 103/2 e 165/1/i CRP), mas a reserva de diploma legislativo, isto é, aos atos legislativos
previstos no número 1 do art. 112 CRP.
Cobrança: momento em que se o contribuinte não pagar voluntariamente, vai começar uma
cobrança coercitiva.
Caso Prático
Suponha que a AR aprovou, no passado mês de janeiro, um pacote de medidas de reação à
crise que atinge as finanças públicas. Entre as várias medidas aprovadas conta-se a criação de
um imposto extraordinário incidente sobre o rendimento. Nada dispôs, no entanto, quanto à
liquidação e cobrança deste imposto.
Poderá o governo disciplinar estes aspectos? Em caso afirmativo, em que termos?
R: O principio da legalidade fiscal vale para a criação dos impostos e alteração dos elementos
essenciais (art. 103/3), mas se olharmos para o (103/3/parte final – resistência fiscal) além
daqueles elementos essenciais, temos ainda dois elementos não essenciais dos impostos, a
liquidação e a cobrança. A cobrança traduz-se no momento em que se o contribuinte não pagar
voluntariamente, vai começar uma cobrança coercitiva. Sendo elementos não essenciais não
estão sujeitos ao princípio da legalidade fiscal,
Então sim, o governo pode disciplinar estes aspetos, e não precisa ser através de decreto-lei
autorizado, porque a liquidação e a cobrança não estão sujeitos à lei da AR ou decreto lei de
autorização. Tem que estar sujeito a ato legislativo, art. 112/1, lei, decreto-lei ou decreto
legislativo regional (não pode ser legislado através de um decreto regulamentar).
Estão sujeitos ao princípio da precedência da lei, a atividade da administração de gestão e
administração da atividade fiscal (a liquidação e a cobrança) está sujeita ao princípio da
legalidade administrativa (que não é a mesma coisa que o princípio da legalidade fiscal. Ou seja,
precedência, preferência e prevalência da lei).
Caso Prático
Suponha que, no dia 1 de Março deste ano, o Governo aprova em Conselho de Ministros um
Decreto Regulamentar, onde se dispõe:
“Os artigos 13º/1, e 15º/1 do Código do IRS, passam a ter a seguinte redação:
Artigo 13º/1: Ficam sujeitas a IRS as pessoas singulares de nacionalidade portuguesa, as
pessoas singulares que residam em território português e as que, nele não residindo, aqui
obtenham rendimentos.
Tipicidade
Mais Menos
discricionariedade discricionariedade
Caso Prático
Abel tem uma empresa em nome individual que atua no ramo da comercialização de águas
minerais. Suponha que Abel transferiu para o seu património particular uma viatura afeta à
sua atividade empresarial, atribuindo-lhe o valor de 5.000€. Ao abrigo do disposto no nº 4 do
artigo 29 do CIRS, a Administração Fiscal corrigiu esse valor, fixando-o em 7500€.
Aprecie o preceito à luz do princípio da tipicidade fiscal.
Tópicos a mencionar: O princípio da tipicidade fiscal (artigo 103/2 CRP) enquanto dimensão
material do princípio da legalidade fiscal – os elementos essenciais dos impostos (incidência,
taxa, benefícios fiscais e garantias dos contribuintes); exigência de densidade das normas
A alteração legislativa tem lugar depois de esgotado o facto tributário, mas antes de
efetuada a sua liquidação e cobrança
Em 1997 a não retroatividade dos impostos passou a ser expressamente acolhida na CRP (art.
103/3). No entanto, o relevo do Princípio da Segurança Jurídica na análise da questão da
legitimidade constitucional dos impostos não se limita à proibição de retroatividade. Resultante
da ideia de Estado Democrático de Direito, o Princípio da segurança jurídica relaciona-se com a
necessidade de assegurar estabilidade às relações jurídicas, inclusive as fiscais, dirigindo-se
essencialmente ao legislador não só no âmbito da vedação da retroatividade, como também
ao nível da livre revogabilidade e alterabilidade de leis fiscais favoráveis, em especial das que
se referem a benefícios fiscais.
Quando a retroatividade da lei fiscal não interfere com os elementos essenciais dos impostos,
aplica-se o Princípio da Proteção da Confiança, não onera a tributação de factos tributários
passados ou que se iniciarem em momento passado e ainda decorrem, mas, revela-se prejudicial
para os sujeitos passivos, por lhes impor novos encargos com os quais estes legitimamente não
contavam, há violação das expectativas legitimas.
Caso Prático
Em março de 2018, o Governo aprovou um decreto – lei autorizado contendo algumas
medidas extraordinárias para fazer face ao descontrole na execução orçamental em curso:
i) Aumento de 3,5% para 5% da sobretaxa extraordinária prevista no artigo 72º-A
do CIRS, incidente sobre os rendimentos auferido pelos sujeitos passivos durante
o ano fiscal de 2017
ii) Imagine agora que aquele aumento incide sobre os rendimentos auferidos pelos
sujeitos passivos em 2018
Quid iuris?
R: Na alínea i) estamos perante um imposto retroativo, reporta-se a factos tributários já
ocorridos. Estamos perante situações da vida que já ocorreram e que a norma legal posterior
vem agravar a respetiva tributação. A proibição constitucional expressa no art. 103/3 CRP
apenas se refere a estas situações. Na alínea ii) o imposto não é retroativo, logo, não se aplica a
proibição constitucional do art. 103/3. Estamos perante uma situação de retroatividade
inautêntica (para alguns autores retrospectividade) – situação em que o facto tributário ainda
não completou a sua formação. Necessidade de ponderar a alteração no âmbito do princípio da
segurança jurídica e da proteção da confiança (os testes das “expectativas” e do princípio da
proporcionalidade”).
Recapitulando:
A retroatividade só tem importância se houver agravamento da tributação, ou um
acontecimento da vida que não era tributada e passa a ser. Se for para a diminuição da
tributação dos contribuintes não há mal. Só é proibida se visa piorar a situação.
Não há uma proibição direta na constituição da retroatividade inautêntica nem da
retrospetividade. E nessas situações? não há inconstitucionalidade? Pode haver
inconstitucionalidade, desde que viole o princípio da segurança jurídica e da proteção da
confiança.
Ou seja, existem diferentes graus de retroatividade:
Retroatividade autêntica: proibida pelo art. 103/3 CRP, a menos que o regime a aplicar seja
mais favorável.
Retroatividade inautêntica: uma lei nova que se vai aplicar a um facto jurídico passado já
consumado, mas cuja liquidação e cobrança ainda não foram realizadas. Ex: tributação
autónoma (despesas tributadas autonomamente do IRC e do IRS);
A retrospetividade acontece quando estamos perante impostos periódicos, de formação
sucessiva, ou seja, que não se esgotam em um único momento.
§ Casos em que a nova lei que surge se aplica a um facto jurídico que se iniciou na
vigência da lei anterior e que se continua a formar já com a vigência da nova lei. A lei
nova só se deve aplicar à parte do imposto que ainda não se formou. A parte do facto
jurídico que já se formou deve ser tributada segundo a lei anterior. O ideal seria que a
nova lei mencionasse que apenas entra em vigor no ano seguinte, a partir de 1 de
janeiro.
Quer a retroatividade inautêntica quer a retrospectividade não são proibidas pelo 103.º/3 CRP.
Em todo o caso, podem ser inconstitucionais, se houver violação do princípio da segurança
jurídica ou da proteção da confiança legítima.
Essa é a perspetiva que segue o TC, mas o Doutor Casalta Nabais não segue essa perspetiva. Ele
não faz distinção entre retroatividade inautêntica e retrospetividade, porque diz que a
liquidação e a cobrança não são elementos essenciais dos impostos, e como não são essenciais,
não interessa se a lei altera-se antes de haver a liquidação e a cobrança, o que interessa é que a
lei alterou-se e o facto tributário já ocorreu no passado, e se já ocorreu no passado, o que temos
é uma retroatividade autentica.
Para o Doutor Casalta Nabais, a retroatividade inautêntica é a “nossa” retrospetividade. Ele
distingue quando a lei quer se aplicar a facto tributário já formado no passado, independente
da liquidação e da cobrança, que é o caso da retroatividade autêntica, e a nossa
retrospetividade, que ele chama de retroatividade inautêntica, a lei nasce hoje, e aplica-se a um
facto de formação sucessiva.
Portanto, diferentemente de outros autores, e da interpretação do TC, ele distingue apenas
entre retroatividade autêntica (factos jurídicos consumados no passado, e inclui aqui as
Caso prático
A AR emanou, em dezembro de 2018, uma lei prevendo, entre outras medidas, um aumento
de 15% para 20% da taxa de tributação autónoma das despesas com viaturas prevista no art.
88 do CIRC.
A empresa Le FDUC, Lda. Pretende saber se esta medida poderá aplicar-se a despesas com
viaturas por ela realizadas em Janeiro de 2018. O que lhe diria?
R: Caso de retroatividade inautêntica (retroatividade autêntica para Casalta Nabais, logo
inconstitucional). O TC já defendeu ambas as posições. Todo o facto tributário já ocorreu, está
esgotado no passado. Mas a liquidação e a cobrança não foram ainda realizadas. Pelo que este
caso não é inconstitucional em virtude do 103.º/3, mas poderá sim sê-lo em virtude da proteção
da confiança legítima ou da segurança jurídica.
Num caso prático, temos de expor ambas as posições doutrinais e explicar as diferentes
consequências de cada uma delas. Assim, nestes casos da tributação autónoma, pode haver
inconstitucionalidade ou não dependendo da posição doutrinal adotada.
Caso prático
O art. 8/2, do CIMI, estatui que, “nos casos de usufruto ou de direito de superfície, o imposto
é devido pelo usufrutuário ou pelo superficiário”. A Administração Fiscal considera que este
preceito é aplicável a concessionários de bens do domínio público, invocando, para tanto, o
princípio do in dúbio pro fiscum.
Abel, concessionário de um bem do domínio público hídrico em Ponte da Barca, argumenta
que tal norma não lhe é aplicável, por força do disposto no artigo 11/4 da LGT.
Identifique o problema jurídico em causa e formule a argumentação de cada um dos
intervenientes no litígio.
Caso prático
A AR aprovou uma lei que prevê a concessão de benefícios fiscais, a nível de IRC, para as
empresas que procedam à “criação líquida de postos de trabalho para trabalhadores
admitidos por contrato de trabalho sem termo com idade não superior a 30 anos”.
Marta, que tem uma empresa de software, decidiu converter todos os contratos de trabalho
a termo dos seus trabalhadores mais jovens em contratos de trabalho sem termo, esperando
com isso que lhe fosse reconhecido o dito benefício.
Tal pretensão foi, porém, rejeitada pela AT, com base no art. 11/3 da LGT
Identifique o problema jurídico em causa e formule a argumentação de cada um dos
intervenientes no litígio.
R: Acórdão do STA de 23/09/2009, processo 0248/09: Sumário: O incentivo à criação de
emprego para jovens, previsto no art. 48º-A do Estatuto dos Benefícios Fiscais, na redação
introduzida pela Lei nº 72/98, de 3 de Novembro (a que corresponde o art. 17.o na redacção de
2001) só é atribuído quando houver «criação líquida de postos de trabalho para trabalhadores
admitidos por contrato sem termo com idade não superior a 30 anos», o que pressupõe
aumento do número global de trabalhadores da empresa admitidos por contrato sem termo
com idade não superior a 30 anos em determinado exercício
Caso prático
O parlamento aprova um novo imposto sobre as emissões dos veículos automóveis e consagra
como sujeito passivo do tributo o “titular do veículo”.
A administração tributária tem dúvidas na liquidação do imposto quando esteja em causa um
aluguer de longa duração, hesitando entre liquidar o imposto à empresa proprietária ou ao
locador que utiliza a viatura pelos 4 anos previstos no contrato. Como deverá proceder?
Quem deve ser tributado pelo fisco, o proprietário ou o locador de longo prazo (leasing)?
Este é um caso prático que trata do problema da interpretação da lei fiscal, como tal devemos
analisar o artigo 11.º da LGT.
O que significa ser titular? O termo titular não é relativo a nenhum ramo específico do direito.
Substância económica - este imposto visa tributar as emissões de CO2. Como tal, o legislador
quis tributar quem utiliza o veículo e, como tal, polui o ambiente. Assim sendo, o titular do
veículo é o locador, sendo este quem deve ser tributado.
Fazer referência ao problema da interpretação da lei fiscal (art. 11 LGT e 9 CC). Art. 11/3 LGT –
não decorrendo diretamente da lei o sentido de atribuir ao conceito “titular do veículo”, nem se
encontrando tal conceito associado a outro ramo de direito (art. 11/2 LGT), a AT deve atender,
residualmente, à substância econômica dos factos tributários (que não se confunde com uma
interpretação econômica das leis fiscais). Constitui um critério residual (“persistindo a dúvida”)
de interpretação normativa para auxiliar à correta aplicação da lei fiscal.
De acordo com a substância econômica dos factos tributários, a AT poderia liquidar o imposto
sobre as emissões dos veículos automóveis ao locador que utiliza a viatura pelos 4 anos previstos
no contrato, uma vez que é o mesmo que retira o proveito econômico do uso do veículo e,
consequentemente, o que polui, por essa razão o visado diretamente pelo legislador.
Quem é que é considerado residente em Portugal (art. 16.º CIRS)? Analisar as várias alíneas do
artigo 16.º CIRS.
16.º/6 CIRS remete para a Portaria 150/2004 de 13 de fevereiro – ‘São ainda havidos como
residentes as pessoas com nacionalidade portuguesa que deslocalizem a sua residência fiscal
para país, território ou região, sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante
de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças…’
Como é que são considerados os rendimentos obtidos em território português (art. 18.º CIRS)?
18.º/1/a) e c) CIRS remete para o 71.º/4/a) - Retenção na fonte a título definitivo (o sujeito
passivo, sendo a retenção definitiva, não terá mais que declarar o rendimento, porque recebe
já o rendimento expurgado do imposto; busca-se evitar que quem obtém rendimentos em
Portugal fuja aos impostos), realizada através das taxas liberatórias (71.º/4 CIRS). Trata-se de
uma taxa proporcional e já não progressiva. Não confundir 18.º/1/c com 16.º/1/c. Alínea h) –
rendimento imóveis
IRC: Critério da universalidade (regra do WWI – art. 4.º/1 CIRC) – Entidades com sede ou direção
efetiva em território português (art. 2.º/1/a e b CIRC)
Critério da territorialidade (origem ou fonte dos rendimento) – Entidades sem sede ou direção
efetiva em território português (art. 2.º/1/c CIRC) - Rendimentos obtidos em território
português e não sujeitos a IRS (art. 4.º/2 e 3 CIRC) - Conceito do estabelecimento estável (art.
5.º CIRC)
Caso Prático
Atente nas seguintes situações:
i) Marta, residente em Portugal, auferiu rendimento em França pela realização de
interessantes palestras sobre direito fiscal
ii) Suzana, de nacionalidade portuguesa, mas que deslocalizou a sua residência para
as Ilhas Cayman, auferiu rendimentos empresariais em França
iii) Maurice, residente em França, auferiu rendas provenientes de imóveis localizados
em Portugal e trabalhou entre maio e agosto, mediante remuneração, num navio
com pavilhão português.
a) Diga se estas pessoas pagam impostos em Portugal e em que termos
b) Admitindo que Marta também pagou impostos em França pelos rendimentos ali
auferidos, identifique o problema em causa e avance critérios para a sua resolução.
R: A)
i) Pessoas singulares residentes em território português pagam imposto em Portugal
pela totalidade dos seus rendimentos (art. 13/1 CIRS). Sendo residente o IRS incide
sobre a totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território
– art. 15/1 CIRS, regra worldwide income (princípio da universalidade ou do
rendimento mundial).
ii) Pessoas singulares residentes em território português pagam imposto em Portugal
pela totalidade dos seus rendimentos (regra do rendimento mundial ou WWI. Art.
15/1 CIRS. São também havidos por residentes em Portugal, nos termos do artigo
16/6 CIRS, as pessoas de nacionalidade portuguesa que deslocalizem a sua
residência para país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais
favorável. Portaria nº 150/2004 de 13 de fevereiro. Logo, Suzana, de nacionalidade
Hipótese
Maria é proprietária de um apartamento em Coimbra. Paga o IMI. Quem são os titulares do
lado ativo e passivo desta relação?
R: Quanto ao lado ativo:
Poder tributário: AR (lei 26/2003 – autoriza o governo a aprovar o CIMI), Governo (DL 287/2003),
deliberação da Assembleia Municipal de Coimbra que fixa a alíquota (alínea c do nº 1 do art. 112
do CIMI)
Competência tributária, capacidade tributária e titularidade da receita: a administração
tributária liquida o imposto, a fazenda pública exige a sua cobrança (entidade à qual a lei
reconhece o poder de exigir o crédito do imposto), a autarquia local fica com a receita.
Hipótese
João M, Marta M e Margarida M. são sócios da “M. Sociedade de Advogados”. Explique como
é tributado o rendimento dessa sociedade.
R: No caso, trata-se de uma sociedade de profissionais desprovida de personalidade jurídica. O
apuramento da matéria coletável é feito segundo as regras do CIRC, apesar de estas entidades
não serem tributadas em IRC (art. 12 CIRC). Regime da transparência fiscal (art. 6 CIRC) e
imputação do rendimento líquido na matéria coletável de cada um dos sócios na categoria B do
CIRS (art. 20 CIRS9 – tributação dos advogados em IRS.
I. Responsabilidade tributária
Responsabilidade tributária pelas dívidas de outrem (art. 22/2 LGT)
Em regra: responsabilidade subsidiária (art. Nos casos previstos na lei: responsabilidade
22/4 LGT e 153 CPPT) solidária (art. 22/4, a contrario sensu LGT)
EX: responsabilidade dos administradores, EX: responsabilidade do representante fiscal
gerentes e diretores (art. 24 LGT) (art. 27 LGT) e dos sócios de sociedades de
responsabilidade ilimitada (art. 21/2 LGT)
A responsabilidade tributária é em regra subsidiária (art. 22/4 LGT), o responsável tributário só
é chamado a satisfazer a dívida do sujeito passivo depois de esgotado todo o patrimônio deste,
ou seja, depois de comprovado no processo de execução fiscal que não existem bens
penhoráveis do devedor originário ou que há insuficiência do patrimônio do devedor para a
satisfação da dívida exequenda (art. 23/2 LGT e 153/2 CPPT). Ou seja, a responsabilidade é,
normalmente, subsidiária, existe um devedor principal e é esse a que a administração tributária
pode exigir o pagamento da dívida, só se esse sujeito principal não tiver meios para pagar a
dívida é que se chama, subsidiariamente o responsável tributário.
MAS
A obrigação da empresa X pagar juros de mora e as custas, no caso de lhe viram a ser
encontrados bens (art. 23/6 LGT)
O responsável subsidiário fica isento de custas do processo de execução fiscal (art. 22/1 LGT)
e de juros de mora liquidados no processo de execução fiscal se, citado para cumprir a
dívida constante no título executivo, efetuar o respectivo pagamento no prazo de oposição à
execução fiscal (art. 23/5 LGT)
O art. 153/2 CPPT diz-nos os requisitos para se chamar um terceiro para o pagamento da dívida.
Os requisitos são que o devedor principal não tenha património ou não seja suficiente para
pagar a dívida.
Como se chama o terceiro? Faz o chamamento através de um processo de reversão (art. 23 LGT)
Meios de reação:
• Dedução de oposição à execução (art. 203 e 204 CPPT)
Responsabilidade
subsidiária dos
administradores
face à empresa
Empresa X não tem
patrimônio suficiente
para satisfazer a dívida
tributária
Administrador Administrador 2
(diretor, gerente, ...) Pode ser chamado a
1 satisfazer a
Pode ser chamado a totalidade da
satisfazer a totalidade obrigação fiscal que
da obrigação fiscal ainda não foi
que ainda não foi satisfeita
satisfeita
Exemplo quandoResponsabilidade
há mais do que um solidária entre os
responsável sócios. Quando
tributário: um satisfaça
suponhamos que sãotem umirmãs
duas
direito de crédito sobre o outro
e uma mãe que têm uma sociedade, e essa sociedade não tem património suficiente, a
administração tributária vai cobrar entre as irmãs e a mãe, a pessoa entre as 3 que tiver mais
dinheiro. Depois, a que pagou tem direito a regresso, pode receber o dinheiro de volta do
pagamento que fez a mais. A responsabilidade é solidária entre os gerentes para que a
administração tributaria possa buscar naquele que tem mais. Ela é subsidiaria face à empresa,
mas solidária em relação aos gerentes.
Ou seja, há uma dívida de uma pessoa que está no estrangeiro, que não está em Portugal, e tem
representantes fiscais no país, a administração fiscal pode exigir o cumprimento da dívida aos
representantes fiscais.
Põe à disposição um
Terceiro determinado rendimento Contribuinte
Retenção de acordo com as taxas estipuladas na tabela prevista no art. 100 CIRS
A parcela retida é entregue aos cofres do Estado pela entidade empregadora, sobre a qual impendem
várias obrigações acessórias (art. 119 CIRS)
Caso Prático
Jaime é titular de um depósito a prazo no banco F, pelo qual aufere anualmente juros no
montante de 300€.
a) Identifique o tipo de substituição tributaria que o rendimento em presença pode
originar
R: Pode originar uma retenção na fonte a título definitivo, também designada,
substituição total.
b) Suponha que o Banco F retém, mas não entrega ao Estado as importâncias devidas
por Jaime a título de imposto. Caso o correspondente imposto nunca chegue a ser
pago, quem responde pelo pagamento da dívida tributária?
Caso Prático
Carlos é trabalhador da empresa SZX, Lda., que lhe paga uma remuneração mensal ilíquida no
valor de 1350€.
a) Identifique o tipo de substituição tributaria que o rendimento em presença pode
originar
R: Substituição Parcial
b) Imagine que, no mês de janeiro de 2017, a SZX, Lda. Não reteve as importâncias
devidas, a título de imposto, por Carlos. Caso o correspondente imposto nunca chegue
a ser pago, quem responde pelo pagamento da dívida tributária?
R: Ocorre uma substituição parcial, retenção na fonte de terceiro por conta do
pagamento do imposto que o sujeito passivo irá efetuar no fim do ano – pagamento por
conta realizado por terceiro.
Substituto deveria ter retido e não reteve, ou reteve menos do que deveria ter retido?
Art. 28/2 LGT:
• Responsabilidade originária dos substituídos – porque é sobre eles que recaem
os pressupostos legais da tributação, sendo eles que sofrem o desfalque
patrimonial.
• Responsabilidade subsidiária do substituto
Ou seja, se a sociedade X estando obrigada a efetuar mensalmente as retenções na
fonte não o tenha feito e o trabalhador no fim do ano não satisfaça a obrigação de
imposto, a AT pode exigir à entidade empregadora, a título de responsabilidade
tributária, subsidiariamente à excussão do património do trabalhador, o pagamento do
valor correspondente ao imposto que devia ter sido retido na fonte e não foi.
O substituto fica sempre sujeito aos juros compensatórios – art. 28/2/2ª parte LGT –
porque a fazenda pública vai receber o dinheiro mais tarde, sendo a responsabilidade
por esse atraso do substituto que devia ter retido e não reteve (tinha um dever legal de
retenção).
Se a entidade patronal reteve, mas não entregou nos cofres do Estado, o substituído
fica desonerado de qualquer responsabilidade – art. 28/1
OBS: não confundir o art. 20 LGT com responsabilidade tributária
Art. 33 – substituição parcial
Art. 34 – substituição total
Porque existe esse número 6 no artigo 71? Porque é possível englobar rendimentos que já foram
sujeitos a taxa deliberatórias? É uma forma de contornar a crítica que fazem às taxas
deliberatórias. Permitindo que sejam englobadas. Está a evitar aquilo que a constituição diz.
Mas na prática ninguém engloba esses rendimentos.
Art. 28 LGT: sai sempre em exame.
Art. 28/1: aplica-se à substituição parcial e total.
Número 2: só se aplica à substituição parcial.
Número 3: só se aplica à substituição total.
O art. 28/1 quando o imposto é retido, mas não é entregue no cofre do estado
Pagamento voluntário do
imposto – 30 dias (art. 84 e 85/2
CPPT)
Processo de execução
fiscal/cobrança coerciva do
imposto (art. 148 CPPT)
Pedido de pagamento da
dívida tributária em prestações
(art. 42 LGT e 86/2)
Prazos • Contam-se nos termos do art. 279 CC (art. 20 CPPT e 57/3 LGT)
procedimentais • 57/2 LGT e 21/A CPPT
Alínea A: o regime simplificado de tributação (art. 87/1/A LGT) não constitui um verdadeiro caso
de avaliação indireta da matéria coletável pelas seguintes razões:
1) Em primeiro lugar porque não se trata de um caso de aplicação subsidiária de um
método de quantificação da matéria coletável, mas antes de uma opção do sujeito
passivo em alternativa ao regime de contabilidade organizada (art. 81/2 LGT; art. 28/1
e 31 CIRS; 86-A CIRC), desde que preencha os requisitos para poder realizar essa opção
(art. 28/2 CIRS).
2) Em segundo lugar, porque neste caso não se trata de apurar o rendimento real a partir
de indícios ou presunções, mas sim de tributar um rendimento-presumido, que se aceita
de modo alternativo ao rendimento real, como forma de não sobrecarregar os titulares
de rendimentos mais baixos com obrigações contabilísticas mais complexas.
A posição do curso é de que os dois únicos casos de “verdadeira” avaliação da matéria tributável
por métodos indiretos são: impossibilidade de comprovação direta e exata dos elementos
indispensáveis à correta determinação da matéria tributável (art.87/1/b, 88 e 90 LGT), por se
verificar qualquer anomalia ou incorreção que inviabiliza o apuramento daquela e declaração
sistemática de prejuízos fiscais em (pelo menos) três anos consecutivos ou em três anos num
período de cinco (art. 87/1/E e 90 LGT).
Ou seja: em rigor, apenas no caso de impossibilidade de comprovação e quantificação direta,
estamos perante uma verdadeira situação de determinação da matéria coletável por métodos
indiretos.
Nos demais casos, ou se pretende, à partida, apurar um rendimento diverso do rendimento
real revelado pela contabilidade, que assim é afastada quanto aos gastos, ou há lugar à
inversão do ónus da prova, presumindo-se rendimentos não declarados se o contribuinte não
justificar esses outros rendimentos.
A lista de critérios do art. 90/1 não é taxativa.
Por outras palavras: A avaliação indireta é excecional, só ocorre quando estiver em causa uma
das situações do art. 87 da LGT, só assim pode haver avaliação indireta.
O procedimento:
i. Debate contraditório entre o perito indicado pelo contribuinte logo no requerimento
inicial e o perito indicado pela administração tributária (que deve constar na lista
aprovada pelo Ministério das Finanças, exceto: art. 91/4 – 93; 92/7 e 8)
ii. Se houver acordo entre os peritos, o tributo é liquidado com base na matéria tributável
acordada, não podendo a AT alterar o valor dessa matéria tributável – art. 92/3, 4 e 5.
Inimpugnabilidade no caso de existência de acordo em sede de pedido de revisão (art.
86/4 LGT) – exceção: não pode considerar-se o sujeito passivo vinculado pelo acordo
que seja obtido, sempre que se demonstre que o representante não agiu dentro dos
limites dos seus poderes de representação e agiu em sentido contrário a estes poderes.
iii. Se não houver acordo, a AT fixa unilateralmente o valor da matéria coletável tendo em
conta as posições dos dois peritos (art. 92/6)
iv. Nomeação de perito independente: art. 91/4, 92/7 e 8 LGT
Quando a impugnação for apresentada pelo responsável subsidiário não se aplica o art. 86/5,
Dado que o art. 22/4 LGT garante ao responsável subsidiário o direito à reclamação e à
impugnação da matéria tributável, nos mesmos termos do devedor principal, e não lhe for
possível, no caso de fixação da matéria tributável por métodos indiretos, requerer ou intervir,
por se encontrar findo, no procedimento de revisão, poderá mesmo assim impugnar a avaliação
indireta com um fundamento em ilegalidade por erro na quantificação ou nos pressupostos de
determinação da matéria tributável.
Taxa
Coleta
Deduções à coleta
Imposto a pagar
Categoria F
o Noção de prédio – art. 2 do CIMI. EX: uma fração de terreno com ou sem os
edifícios ou outras construções neles implantados.
o Nº4/ art.8º - todo o bem móvel assente o mesmo local por período superior a
12 meses (ex: caravana, tenda destinada a espetáculos)
o Tem que existir uma renda. Prédios não arrendados não são tributados em sede
de IRS
o O titular de tais rendas não é necessariamente o proprietário. Ex: art.8/2/C.
o Rendas de prédios rústicos, urbanos e mistos pagos ou colocados à disposição
dos respetivos titulares e decorrentes da locação de tais prédios ou de cessões
de exploração de estabelecimentos comerciais ou industriais, incluindo a dos
bens móveis que aí se encontrem, bem como a diferença das rendas obtidas
pelo sublocator.
o Inclui também as rendas derivas da instalação num terreno ou no telhado de
um edifício de antenas de telemóveis, painéis publicitários, cedência do uso de
partes comuns na propriedade horizontal.
O rendimento imputado à casa de habitação não integra o rendimento tributável
em IRS, a título de rendimentos pessoais.
ATENÇÃO: COMPRAR CASA PARA ARRENDAR: possível inclusão na categoria B no
caso de exercício de atividade empresarial (art.3/1 e 2/A) ou opção do sujeito
passivo (art.8/1 parte final).
Categoria G
Ampliada pela Lei nº 30 – G/2000
o Mais valias + outros incrementos patrimoniais
o Designação deveria ser “outros incrementos patrimoniais” uma vez que
todos os rendimentos são incrementos patrimoniais.
o Ganhos resultantes da alienação onerosa de direitos reais, de partes sociais
e da propriedade intelectual ou industrial (quando quem transmite não é o
autor).
o Da cessação de posições contratuais ou outros direitos relativos a imóveis
o Indemnizações que visem a reparação de danos emergentes não
comprovados e de lucros cessantes (considerando-se apenas os destinados
a ressarcir os benefícios líquidos deixados de obter em consequência da
lesão).
Art. 12 – exclui as indemnizações atribuídas em consequência de lesão corporal, doença
ou morte, quando pagas por entidades públicas + Art. 9/1/B – exclui indemnizações que
visem a reparação de danos não patrimoniais, quando fixadas por decisão judicial ou
arbitral ou resultante de acordo homologado judicialmente.
Categoria H
Pensões de aposentação ou reforma, de invalidez, de sobrevivência, e outras de idêntica
natureza, pagas por entes públicos (segurança social) ou privados (companhias de
Caso prático
Diga se são tributáveis, e em que categoria de rendimentos do IRS, os seguintes proventos
auferidos por pessoas singulares residentes no território português.
a) Mais – valia pela alienação de uma casa de habitação própria e permanente, em que o valor
de realização foi reinvestido, no ano seguinte, na aquisição de outra casa com o mesmo
destino
R: tributável na categoria G (art. 9 e 10/1 alínea A do CIRS), salvo se verificada a hipótese prevista
no artigo 10/5 do CIRS.
b) Rendimento de uma exploração apícola.
R: Tributável na categoria B (art.3/1/A e 4/4), como rendimento de atividade agrícola, silvícola
ou pecuária, salvo se verificada a hipótese prevista no art.3/4.
Caso Prático
Diga se são tributáveis, e em que categoria de rendimentos do IRS, os seguintes proventos
auferidos por pessoas singulares residentes no território português. Deve indicar sempre as
normas em que baseia a sua resposta.
1. Pensão de pré aposentação do intendente Silva, da PSP.
R: categoria A – art. 2/1/D
2. Abono para falhas auferido por um empregado de um hipermercado no valor de 10% da
sua remuneração mensal fixa
R: abono para falhas – subsídio destinado a indemnizar o funcionário de despesas ou riscos
especiais a que o sujeita a função – é tributável na categoria A, al. C do nº3, do art.2, na parte
em que excedam 5% da remuneração mensal fixa.
3. Rendimento resultante da sublocação de um apartamento
R: Tributável na categoria F (art.8/2/C) a diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda
recebida do subarrendatário e a paga ao senhorio.
4. Mais – valia pela alienação de uma casa de habitação própria e permanente, em que o valor
de realização foi reinvestido, no ano seguinte, na aquisição de outra casa com o mesmo
destino, situada no Tajiquistão, devido à emigração do proprietário da casa para esse país
R: tributável na categoria G (art.9 e 10/1/A do CIRS). Não se aplica a exceção do art. 10/5/A, uma
vez que o imóvel não se situa nem em Portugal, nem na UE, nem num Estado do espaço
econômico europeu.
5. Subsídio de refeição pago ao gerente de uma sociedade por quotas, em vales de refeição,
no valor do dobro do valor fixado para os servidores do Estado.
R: isento de pagamento de imposto – art.2/3/B ponto 2 – não excede os 60%.
Dedução de perdas
Princípio da não intercomunicabilidade dos gastos: art. 55/1 parece consagrar o
princípio da intercumunicabilidade dos gastos, mas as exceções são tantas nos restantes
números que podemos afirmar que não existe intercomunicabilidade.
Mesmo dentro da mesma categoria de rendimentos não existe uma comunicabilidade
total dos prejuízos. EX: art. 55/1/B.
João e Maria são casado e obtêm, cada um, anualmente, rendimentos tributáveis
sujeitos a englobamento de 37.500€. O rendimento do casal é, assim, de 75.000€.
Optam pela tributação conjunta, como determino as taxas aplicáveis?
R: art. 68 CIRS – taxas gerais, sistema de progressividade por escalões (ao rendimento
situado no intervalo de cada escalão é aplicável a respetiva taxa).
Taxas Liberatórias
Libertam das obrigações de declaração, de englobamento e pagamento pelo
contribuinte (a obrigação de imposto considera-se cumprida com a retenção efetuada
pela entidade pagadora). Substituição fiscal total. Retenção na fonte a título definitivo.
Art. 71- não há, regra geral, englobamento. EX: juros de depósito a prazo (categoria
E).
As taxas incidem sobre rendimentos brutos. Nº6 – relativamente a certos rendimentos,
há a possibilidade de opção de englobamento (faculdade raramente exercida).
Em suma:
Operações de determinação do IRS:
1) Determinação do rendimento bruto p/categoria – Deduções específicas por cada categoria =
rendimento líquido p/ cada categoria
2) Soma dos rendimentos líquidos de cada categoria (englobamento – art. 22)
3) Rendimento englobado – algumas perdas (art. 55) = rendimento global líquido
Sendo contribuintes casados ou em união de facto: coeficiente familiar – art.69/1 = coleta –
deduções a esta = imposto a pagar.
Caso prático
João é proprietário de um prédio urbano, que lhe havia sido doado pelo seu pai, e o qual
habitou durante 5 anos, tendo, posteriormente, vendido o mesmo a António por 150.000€.
António arrendou, em Março de 2015, por 10.000€ anuais, a Daniela, tradutora, que celebrou
com Mauricio, estudante Erasmus, um contrato de prestação de serviços de tradução dos
manuais, com o valor unitário de 5.000€.
Enquadre os factos tributários referidos no âmbito das normas de incidência dos impostos a
que respeitem
R:
Propriedade do prédio urbano pelo João: ser proprietário de um imóvel é um facto tributário
(tem que pagar IMI, o sujeito passivo é João). Art. 1 e 2 do CIMI, Imposto sobre o patrimônio –
Imposto Municipal sobre imóveis.
Sujeição passiva: art. 8 CIMI, João.
Doação pelo pai: art.1/1, 1.2 Tabela Geral do Imposto do Selo – isento – art.6/E, sujeita, no
entanto à verba 1.1, de 0,8%, sendo o sujeito passivo o adquirente dos bens – art.2
Transmissão onerosa de bem imóvel do João ao António: art.1 e 2 do CIMT, imposto sobre o
patrimônio, Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis. Sujeição passiva:
art. 4 do CIMT, António.
Art.1/1 do CIS, Imposto de selo, celebração do contrato. Sujeição Passiva: art. 2 e 3/A, António.
Venda de prédio doado pelo João: tributável na categoria G (artigos 9 e 10, número 1/ alínea A
e 4 do CIRS, salvo se verificada a hipótese prevista no artigo 10/5, do CIRS. Artigo 43/2 CIRS.
Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares. Sujeição passiva: art.13/1, João.
Propriedade do prédio urbano pelo António: art. 1 e 2 do CIMI, imposto sobre o patrimônio,
imposto municipal sobre imóveis.
Sujeição Passiva: art.8 do CIMI – António
Arrendamento do imóvel por António à Daniela:
Art.1/1 do CIS
Imposto de selo – celebração do contrato
Sujeição passiva: art.2 e 3/3/B – António
Obtenção de rendimentos com o arrendamento do imóvel por António:
Art.1/1, 4/1/N ou art.8/1 e 2/A do CIRS
Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
Caso prático
Considere que, no ano de 2015, a Sra. ABC auferiu 30.000€ pela sua atividade como advogada
da sociedade ABC e JJB Advogados e 5.000 pelo arrendamento deum prédio urbano da sua
propriedade. O Sr. XYZ, seu marido, vai obter, no mesmo ano, 15.000€ da sua atividade de
caçador e de exploração direta de pastos naturais. O casal vai receber ainda 1.000€ de juros
de depósito a prazo que detém numa instituição bancária.
Com base nos elementos apresentados, responda justificadamente:
Quais os impostos a que a sra. ABC e o Sr. XYZ estão sujeitos?
R: Pode haver auferido rendimentos das categorias B (sócia e advogada da sociedade ABC e JJB
advogados), E (juros de depósitos a prazo, tributados via taxas liberatórias) e F (rendimentos
prediais por arrendamento de um prédio urbano de sua propriedade), a Sra. ABC estará sujeita
à incidência do IRS no ano de 2015, conforme a disciplina dos artigos 1;3;5;8;13 e 71 do CIRS.
Por haver auferido rendimentos da categoria B (atividade de caçador e de exploração direta de
pastos naturais) e E (juros de depósitos a prazo, tributados via taxas liberatórias), também o Sr.
XYZ estará sujeito à incidência de IRS no ano de 2015, conforme os arts. 1:3:4/4/B;5;13 e 71
CIRS.
Pela prestação de serviços de advocacia realizados, incidirá IVA (art.1/1/A; 4/1 CIVA), bem como
será devido este imposto pelo Sr. XYZ nas trocas que realizar relativamente ao produto da caça
e exploração de pastos naturais, seja quando habituais tais transmissões de bens (art.1/1; 2/1/A
e 3ºdo CIVA), seja quando não habituais (art.1/1; 2/1/A, segunda e terceira parte, e 3º do CIVA).
Cogita-se, ainda, a incidência do IMI, dada a propriedade do prédio urbano pela Sra. ABC (art.1,
2 e 8 do CIMI), e a incidência do IS, considerando a celebração de um contrato de arrendamento
entre a Sra. ABC e o respetivo arrendatário (art.1, nº1; art.2, e 3/3/A do CIS).
Caso prático
Diga, separadamente (enquadrando e justificando legalmente a sua resposta), se os seguintes
factos estão sujeitos ao pagamento de imposto e qual:
(I) Rendimentos provenientes da atividade de Belmira, como médica
(II) Ganhos de venda de uma casa em Paris, de que Sheldon era proprietário
(III) Herança recebida por Belmira, pela morte de sua mãe
(IV) Cedência de direitos de autor de Sheldon Cooper para a sociedade Big Bang, S.A
R: i: rendimentos da categoria A trabalho dependente: art.2º nº1 do CIRS, sendo possível
inclusão na categoria B, como rendimentos profissionais, artigo 3º/1/B do CIRS
Ii: rendimentos da categoria G, art.9/1/A e 10/1/A, exclusão do reinvestimento previsto no
artigo 10/5 CIRS.
Iii: sujeição a imposto de selo, art. 1/1, parte final, e tabela geral verbas 1.2 e 1.2; isenção quanto
à verba 1.2, art.6º do CIS
Iv: rendimentos da categoria B, artigo 3/1/C do CIRS, afastar a aplicabilidade do artigo 5/1, alínea
M, sendo rendimentos auferidos pelo seu titular originário não há lugar à aplicação dos artigos
5/1/M e 10/1/C, transmissão gratuita: imposto de selo, art.1/1, parte final e nº2/E, e art.2º CIS.
A não ser que a Administração Tributária utilize a faculdade prevista no art. 89 – A/4 da LGT e,
com base nos critérios do art. 90 fixe um rendimento superior ao rendimento padrão (valor de
rendimento presumidamente ocultado, fixado pelo legislador com base em regras de
experiência.
Art. 89 – A LGT
Casos em que os rendimentos declarados em sede de IRS se afastam significativamente para
menos, sem razão justificada, dos padrões de rendimento que razoavelmente possam permitir
as manifestações de fortuna evidenciadas pelo sujeito passivo.
Ónus da prova: se se verificar alguma das situações tipificadas como manifestações de fortuna
(art. 89 – A/1 e 87/1/F), cabe ao sujeito passivo a comprovação de que correspondem à
realidade os rendimentos declarados e que é outra a fonte das manifestações de fortuna – art.
89 – A/3 LGT. EX: herança ou doação, rendimentos que não esteja obrigado a declarar, etc.
E se não fizer essa prova? Considera-se como rendimento tributável em sede de IRS, a
enquadrar na categoria G (incrementos patrimoniais), o rendimento padrão enunciado na
tabela do nº4 (falso caso de avaliação indireta). Contudo, caso hajam indícios fundados de
acordo com os critérios previstos no art. 90 a AT pode fixar um rendimento superior a esse
rendimento padrão.
Pressupostos de funcionamento
Justificação Parcial
Quando o sujeito passivo apenas consegue fazer uma justificação parcial de origem do
rendimento que lhe permitiu realizar os negócios qualificados, segundo a lei, como
manifestações de fortuna.
Nestes casos, o tribunal tem entendido que esta justificação não é suficiente para afastar a
aplicação do regime jurídico das manifestações de fortuna, mas a mesma há de relevar para a
Impugnação dos atos que determinam a aplicação do regime jurídico das manifestações de
fortuna
Da decisão de avaliação da matéria coletável segundo os critérios do art. 89 – A/1 e 4 cabe
recurso para o tribunal tributário.
Este recurso tem efeito suspensivo, tramita com o processo urgente.
Não é aplicável o procedimento do pedido de revisão da matéria coletável – Art. 89 – A/7 e 8
LGT e art. 146 – B CPPT. Ou seja, admite-se no âmbito da impugnação judicial a análise da
ilegalidade por excesso de quantificação, mesmo sem o pedido de revisão.
Tramitação
Art. 73 CPPT:
o A reclamação graciosa pode ser deduzida com os fundament0os previstos para a
impugnação judicial (art. 70/1 e 99 CPPT).
o É apresentada no prazo de 120 dias, contados a partir dos factos previstos no art. 102/1
CPPT – art.70/1. A lei dá esse prazo de 120 dias para incentivar as pessoas a recorrerem
à reclamação graciosa ao invés de irem direto ao tribunal (o prazo da impugnação
judicial é de 3 meses invariavelmente, após a reclamação graciosa abre-se novamente
o prazo para a impugnação judicial).
o Salvo quando a lei estabeleça em sentido diferente, a reclamação graciosa é dirigida ao
órgão periférico regional da AT e instruída, quando necessário, pelo serviço periférico
local da área do domicílio ou sede do contribuinte, da situação dos bens ou da liquidação
– art.73 CPPT
o O órgão periférico local instaurará o processo, dentro de um prazo não superior a 90
dias, com os elementos de que disponha e elaborará proposta fundamentada da
decisão
o Art, 75: nos demais casos, a entidade competente para a decisão de reclamação graciosa
é o dirigente do órgão periférico regional da área do domicílio ou sede do contribuinte,
da situação dos bens ou da liquidação – art.75/1
o Se a entidade competente para a decisão entender que a mesma deve ser indeferida,
cabe-lhe entender que a mesma deve ser indeferida, cabe-lhe elaborar proposta de
decisão e ouvir o reclamante nos termos do art.60/1/B da LGT, podendo esta
formalidade ser dispensada nos termos do art. 60/3 da LGT
o A notificação da decisão deve ser acompanhada da proposta de decisão elaborada pelo
serviço periférico local – art. 37/1 CPPT
OBS: Qual é o prazo para ser decidida a reclamação graciosa pela AT? Se formos ao Art. 68 ss.
Não encontramos um prazo, não se diz, e não se diz porque o prazo está no art. 57/1 da LGT, é
o prazo geral (remeter do art. 68 para o 57/1 LGT), 4 meses, o prazo geral aplica-se sempre na
falta de um prazo específico.
Se ao fim dos 4 meses, a AT não disser nada, há o indeferimento tácito, presume-se que a AT
deu resposta, que ela indeferiu a minha reclamação (isso acontece para proteger o contribuinte,
Apresentação de reclamação
III. O sujeito pode impugnar e depois reclamar, desde que utilize um fundamento
diverso daquele que invocou na impugnação (art. 68/2 CPPT), sendo a mesma neste
caso também apensa ao processo de impugnação judicial (art. 111/4 CPPT) – forma de
alargar a causa de pedir da impugnação judicial.
Ou seja, se eu apresentar uma impugnação judicial primeiro, e depois resolver fazer
reclamação graciosa, pode? Em regra, não. O que pode acontecer é, eu me esqueço de
um argumento, não usei na reclamação judicial, faço uma reclamação graciosa com
outro argumento, e essa reclamação graciosa vai subir, para a impugnação judicial, é
juntada ao processo principal e decide-se as duas coisas.
Mas a reclamação nunca vai poder ser com os mesmos fundamentos que a impugnação
judicial.
Nunca posso impugnar e depois reclamar com os mesmo argumentos.
IV. O sujeito não pode impugnar e depois reclamar, se o fizer com o mesmo fundamento
(art. 68/2 CPPT)
V. Não pode ser deduzida impugnação judicial depois de terminado o prazo dos 3 meses
(art, 102 CPPT), sem que antes tenha havido decisão expressa da reclamação ou e tenha
formado o ato de tácito indeferimento
2) Art. 132 CPPT – Em caso de substituição tributária (ex: 71/6 CIRS; pagamento do
imposto devido a final)
A retenção na fonte é suscetível de impugnação por parte do substituto em caso de erro
na entrega de imposto superior ao retido.
Neste caso, a regra é a de que o imposto entregue a mais será descontado nas entregas
seguintes da mesma natureza a efetuar no ano do pagamento indevido.
Só no caso de não ser possível corrigir desta forma, é que o substituto terá de
impugnar judicialmente a retenção na fonte, mas antes terá de reclamar
graciosamente para o órgão periférico regional da administração tributária
competente, no prazo de 2 anos a contar do termo do ano do pagamento indevido
(art. 131/2 e 3 CPPT).
Nº4: o mesmo se aplica ao substituído da retenção na fonte que lhe tiver sido efetuada.
Esta possibilidade está vedada aos casos de retenção com natureza de pagamento por
conta do imposto devido a final, pois neste caso o substituído terá sempre direito à
devolução da diferença, acrescida de uma remuneração compensatória (ex: 96º CIRS)
Contudo, também aqui se aplica o disposto no nº3/art.131.
OU seja: Este artigo é especialmente para esses casos de substituição. Imaginemos que
o substituto entrega mais imposto que devia entregar, ele pode impugnar. O imposto
pago a mais pode ser descontado nas entregas seguintes. O problema é quando não há
entregas seguintes, porque não há mais descontos, aí sim, dá a possibilidade para o
substituto de reclamar graciosamente antes de impugnar. Ele pode impugnar, mas tem
que previamente fazer uma reclamação graciosa. Aqui o prazo é de 2 anos do momento
em que entregou nos cofres mais dinheiro que devia ser entregue.
Recurso Hierárquico
Caso Prático
Suponha que Sheldon Cooper deduziu uma reclamação graciosa contra uma liquidação
adicional de IVA relativo ao ano de 2017, que lhe fora notificada em 30 de setembro de 2018.
A reclamação graciosa deu entrada no dia 15 de janeiro de 2019 no serviço de finanças de
Aveiro, mas até à data o reclamante não foi notificado de qualquer decisão da administração
fiscal.
Inconformado com o silêncio da administração, Sheldon Cooper pretende reagir. Explique as
possibilidades que lhe assistem.
R: referência aos meios administrativos e judiciais. Formação de indeferimento tácito,
explicitação do seu sentido, relacionar com o princípio da decisão e explicitar quando ocorre.
Explicitação das possíveis vias de ação: recurso hierárquico (prazo) seguido de impugnação ou
ação administrativa especial, ou impugnação judicial (prazos). O eventual recurso à intimação
para um comportamento e o dever de decisão expressa.
Legalidade do acto
tributário
Reclamação Impugnação
Graciosa Em certas situações
Judicial
obrigatório: revisão
da matéria coletável
OU (art.91 da LGT)
Decisão Favorável
OU Ilegalidade da
OU liquidação de
tributo
Recurso
Hierárquico
Decisão Favorável
OU
Pedido de
Ação impugnação do
Administrativa acto administrativo
Caso prático
Joaquim é gerente da empresa “Le FDUC, LDA” desde Fevereiro de 2013. Na sequência de um
procedimento de inspeção tributária, relativo ao exercício de 2012, a Administração Tributária
procedeu a uma correção da matéria tributável por métodos indiretos, da qual resultou uma
liquidação adicional a título de IRC, no montante de 10.000€. Suponha que, decorrido o prazo
legal (outubro 2013), a Le FDUC não efetuou o pagamento da dívida tributária.
Como a empresa não dispunha de bens suficientes para pagar a dívida, esta foi revertida
contra Joaquim. Por sua vez, Joaquim entende que a AT não provou a sua gerência da facto e
pretende ainda impugnar a liquidação adicional por entender ter havido um erro na
quantificação da matéria coletável. De que meios é que o Joaquim se pode socorrer?
R: reversão: art. 153/2 CPPT. Para reagir contra o acto de reversão: oposição à execução,
fundamento: ausência de prova da Administração de facto da Oponente na devedora originária
(art. 24 da LGT).
Para impugnação do acto de liquidação: fundamento previsto no art. 86/5 da LGT, necessário
proceder primeiramente ao pedido de revisão da matéria coletável, art. 91 LGT.
Como o artigo 22/4 LGT, garante ao responsável subsidiário o direito à reclamação e à
impugnação da matéria tributável, nos mesmos termos do devedor principal, o STA tem vindo
a defender que o responsável subsidiário neste caso tem o direito de fazer o pedido do artigo
91 da LGT, no prazo de 30 dias após a sua citação para o processo executivo (ver acórdão do STA
de 17/03/2011, processo nº 0876/09).
Contudo, mesmo que não faça aquele pedido tem direito de impugnar com base nos
fundamentos previstos no artigo 86/5 LGT.
Caso Prático
Francisco e Humberto exerceram as funções de gerência da sociedade F. & H. Teclados
Furiosos, Lda, entre os anos de 2010 e 2015. Face ao modo negligente e irresponsável como
sempre exerceram as suas funções, foram substituídos, no dia 1 de janeiro de 2016 por Idalina
e João.
Com efeito, durante o período em que Francisco e Humberto geriram a sociedade F. & H.
Teclados Furiosos, Lda: (1) não foi feito qualquer registo contabilístico, (ii) as importâncias que
retiveram aos seus trabalhadores não foram entregues nos cofres da Fazenda Pública e (iii) o
patrimônio da sociedade sofreu sério desfalque.
1) Pode a administração tributária proceder à fixação da matéria coletável sem quaisquer
registos contabilísticos?
R: Sim, pode. Está em causa a avaliação indireta da matéria coletável: à partida (art. 81/1 LGT)
a matéria coletável é determinada por mero cálculo (elementos exclusivamente objetivos +
operações matemáticas) ou por avaliação (métodos que envolvem subjetividade, apesar do que
se estabelece no nº1 do art. 84); De acordo com o art. 81/1 LGT distingue-se entre a avaliação
direta (visa a determinação do valor real dos rendimentos ou bens sujeitos a tributação) e a
avaliação indireta (determinação do valor dos rendimentos ou bens tributáveis a partir de
indícios, presunções ou outros elementos), tendo esta última sempre caráter excecional (art.
87) e sendo subsidiária da avaliação direta.
Apesar do seu caráter excecional, um dos casos permitidos é quando é impossível comprovar e
quantificar direta e exatamente os elementos indispensáveis à correta determinação da matéria
coletável do imposto (art. 87/B LGT); Referir a al. A do art.88, que densifica a previsão anterior
e o art. 90 LGT em relação à forma de quantificação.
Execução Fiscal
Cobrança coerciva das dívidas tributárias (sem prejuízo de este procedimento ser também
utilizado para cobrança de outras dívidas – art. 148/2 CPPT).
Crítica ao 103/1 LGT: o processo de execução fiscal conjuga e articula actos da AT e fases
processuais aí enxertadas que são dirigidas pelos tribunais tirbutários. Contudo, maior parte do
procedimento decorre na AT.
Fases principais do procedimento de execução fiscal:
1. Instauração da execução
2. Citação do devedor Fase que decorre nos tribunais
3. Oposição à execução tributários
Fase que decorre nos tribunais
4. Penhora
tributários
5. Embargos de terceiro
6. Convocação, verificação e graduação dos créditos
Fase que decorre nos tribunais
7. Reclamação judicial tributários
8. Venda dos bens penhorados
9. Extinção ou reversão da execução
Questões:
A analogia é proibida no âmbito do direito fiscal?
R: Falso. Análise da disposição do artigo 11/4, da LGT; explicitação da “reserva de lei da
Assembleia da República – princípio da legalidade fiscal (elementos essenciais do imposto) e a
questão da tipicidade; compatibilidade constitucional da analogia com os princípios
constitucionais: o artigo 11/4, LGT, como opção meramente legislativa e não como injunção
constitucional; a analogia não é proibida, por lei, no Direito Fiscal, fora do domínio dos
elementos essenciais do imposto.
Caso prático 1
Manuel é trabalhador da empresa XPTO, Lda, auferindo uma remuneração mensal líquida no
valor de 1.500€
a) Imagine que, no ano de 2016, a XPTO, Lda. pagou a Manuel um valor superior a título
de salários, por não ter realizado mensalmente a retenção na fonte dos montantes
que a lei impunha. Caso Manuel não venha a pagar voluntariamente o valor de IRS
Caso Prático 2
Joaquim Posto, Juiz-Conselheiro reformado, aufere uma pensão no valor anual de €
80.000,00 e recebe €4.000,00, por ano, de rendas de um apartamento T3 que arrendou a
estudantes, relativamente ao qual suportou €1.000,00 de IMI e €10.000,00 de despesas de
conservação. A) Indique, fundamentadamente, como se procederá ao apuramento do
rendimento colectável desse sujeito passivo;
R: Pensão no valor anual de € 80.000,00 – categoria H; € 4.000,00, por ano, de rendas de um
apartamento T3 - categoria F; Relativamente aos € 80.000,00 é necessário proceder- se às
deduções específicas previstas no 53/4; Relativamente aos €1.000,00 de IMI e €10.000,00 de
Caso Prático 3
Albertino vendeu em Junho de 2011, por € 250.000,00, a sua casa de habitação que adquirira
quatro meses antes por € 200.000,00, tendo aplicado o valor de realização decorrente da
venda na aquisição de um outro imóvel por € 750.000,00.
Tendo em consideração estes elementos, responda de forma justificada à seguinte questão:
Existirá, neste caso, tributação em sede de IRS, a título de mais-valias?
R: Tributável na categoria G (artigos 9 e 10/1, alínea A e 4 do CIRS), salvo se verificada a
hipótese prevista no artigo 10 /5, do CIRS, ou seja, se o reinvestimento cumprir as condições aí
previstas; caso tal não aconteça, a mais-valia será apenas considerada em 50% (artigo 43/2
CIRS).
Caso prático 4
Enquadre os factos tributários referidos no âmbito das normas de incidência dos impostos a
que respeitem:
A Sra. ABC comprou, em 2010, um prédio urbano localizado na R. das Flores, no. 1, Coimbra,
por € 100.000,00, o qual vendeu, em 2014, ao Sr. XPTO por € 180.000,00. O Sr. XPTO
transformou esse prédio no seu escritório para a prestação de serviços de consultoria, que
lhe renderam, em 2014, € 120.000,00.
R:
- Transmissão onerosa de imóvel do antigo proprietário para a Sra. ABC em 2010:
Arts. 1 e 2 do CIMT
Imposto sobre o património - Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis
Sujeição passiva: art. 4 do CIMT – Sra. ABC
Art. 1/1 do CIS
Imposto de Selo - celebração do contrato Sujeição passiva: art. 2 e 3/3, al. A– Sra. ABC
- Propriedade do prédio urbano localizado na R. das Flores, nº. 1, Coimbra, pela Sra. ABC:
Arts.1 e 2 do CIMI
Imposto sobre o património - Imposto Municipal sobre Imóveis
Sujeição passiva: art. 8 do CIMI – Sra. ABC
- Transmissão onerosa de bem imóvel da Sra. ABC ao Sr. XPTO em 2014:
Arts. 1 e 2 do CIMT
Imposto sobre o património - Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis
Sujeição passiva: art. 4 do CIMT – Sr. XPTO
Art. 1/1 do CIS
Imposto de Selo - celebração do contrato Sujeição passiva: art. 2 e 3/3, al. A – Sr. XPTO
- Mais-valia obtida pela Sra. ABC com a venda do imóvel em 2014:
Arts. 1; 9/1/A; e 10/1/A do CIRS
Imposto sobre o rendimento - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares Sujeição
passiva: art. 13 CIRS – Sra. ABC
- Obtenção de rendimentos com a prestação de serviços de consultoria pelo Sr. XPTO em 2014:
Arts. 1; 3/1/B do CIRS
Imposto sobre o rendimento - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
Sujeição passiva: art. 13 CIRS – Sr. XPTO
- Prestação de serviços pelo Sr. XPTO:
Caso Prático 5
António dispõe de € 300.000 de que espera não precisar nos próximos 5 anos e que pretende
investir em Portugal. Mas está hesitante entre: 1) constituir um depósito bancário a prazo
por 5 anos, 2) comprar imóveis para revender; 3) comprar ações na Bolsa de Valores; ou 4)
comprar um imóvel para arrendar a estudantes.
António conhece as implicações jurídicas gerais que cada uma destas opções desencadeia,
mas não sabe com que consequências fiscais pode contar. Tente ajudá-lo, indicando o
tratamento fiscal correspondente ao rendimento que possa obter no caso de optar por cada
uma dessas situações.
R:
1) Tributação em sede de IRS - Categoria E – artigo 5/1 e 2, alínea B – sujeição à taxa
liberatória 28% artigo 71/1, alínea A e possibilidade de opção pelo seu englobamento;
2) Possibilidade de inclusão nas Categorias B (art. 3/1, alínea A e nº 2, alínea C, no caso de
exercício de atividade empresarial; a tributação das mais-valias, nos restantes casos,
enquadrada na Categoria G (artigo 9 e 10/1, al. A, sendo neste caso o saldo das mais-valias
considerado apenas em 50% (art. 43/2);
3) Eventuais rendimentos das acções: Dividendos – Categoria E (artigo 5/1 e 2, alínea H; e, no
caso de alienação das ações, eventuais mais-valias (artigo 9 e 10/1, alínea B– Em ambos os
casos, aplicação de taxa liberatória de 28%, e possível opção pelo englobamento;
4) Rendimento proveniente do arrendamento: Categoria F (artigo 8/1 e 2). Possível inclusão
na Categoria B no caso de exercício de atividade empresarial (art. 3/1 e 2, alíneas A ou opção
do sujeito passivo (artigo 8/1, parte final). Sendo tributados como rendimentos de categoria F,
serão sujeitos à taxa especial de 28% (artigo 72/1, al. E, existindo opção pelo seu
englobamento.
Caso prático 6
Enquadre os factos tributários referidos no âmbito das normas de incidência dos impostos a
que respeitem:
O Sr. ABC, proprietário do imóvel situado na R. da Indústria no. 10, Lisboa, celebrou, em
2013, com a empresa XYZ Calçados S.A., contrato de arrendamento do imóvel pelo período
de 10 anos, iniciando-se, naquele local, em Janeiro de 2014, actividade industrial de
produção de calçado por parte da arrendatária. No ano de 2014 a empresa XYZ Calçados S.A.
obteve rendimentos de € 3.000.000,00 pela venda de 20.000 unidades de mercadoria a
diversas lojas no território português.
R:
Propriedade do prédio urbano localizado à R. da Indústria, no. 1, Coimbra, pelo Sr. ABC:
Arts.1 e 2 do CIMI
Imposto Municipal sobre Imóveis Sujeição passiva: art. 8 do CIMI – Sr. ABC
• Arrendamento do imóvel por ABC à empresa XYZ Calçados S.A.: Art. 1/1 do CIS
Imposto de Selo - celebração do contrato
Sujeição passiva: art. 2 e 3/2, al. A – Sr. ABC
• Obtenção de rendimentos com o arrendamento do imóvel por ABC:
Arts. 1/1; 3/2, al. A; 4/1, al. N ou art. 8/1 e 2, al. A do CIRS Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Singulares
Caso Prático 7
Ana doou, em 2010, ao seu filho Bernardo um prédio urbano avaliado em €100.000.
Bernardo habitou no imóvel até 15 de Janeiro de 2015, data em que o vendeu a Carlos por
€130.000. Após realizar obras no imóvel, Carlos arrendou- o, em Fevereiro de 2015, por
€20.000 anuais, a Daniela.
Enquadre os factos tributários referidos no âmbito das normas de incidência dos impostos a
que respeitem.
R: Doação da Ana ao seu filho – art. 1/1, 1.2 Tabela Geral do Imposto do Selo – isento – art. 6,
al. e)
Sujeita, no entanto, à verba 1.1. o,8%, sendo o sujeito passivo o adquirente dos bens – artigo 2
Propriedade do prédio urbano pelo Bernardo: Arts.1 e 2 do CIMI
Imposto sobre o património - Imposto Municipal sobre Imóveis Sujeição passiva: art. 8 do CIMI
– Bernardo
Transmissão onerosa de bem imóvel do Bernardo para Carlos: Arts. 1 e 2 do CIMT
Imposto sobre o património - Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis
Sujeição passiva: art. 4 do CIMT – Carlos
Art. 1/1 do CIS
Imposto de Selo - celebração do contrato: verba 1.1. da Tabela Geral do I.S.
Sujeição passiva: art. 2 e 3/3, al. A – Carlos
Venda de prédio doado pelo Bernardo: Tributável na categoria G (artigos 9 e 10/1, alínea A e
4 do CIRS), salvo se verificada a hipótese prevista no artigo 10/5, do CIRS.
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares Sujeição passiva: art. 13/1 – Bernardo
Propriedade do prédio urbano pelo Carlos:
Arts.1 e 2 do CIMI
Imposto sobre o património - Imposto Municipal sobre Imóveis Sujeição passiva: art. 8 do CIMI
– Carlos
Arrendamento do imóvel por Carlos à Daniela: Art. 1/1 do CIS
Imposto de Selo - celebração do contrato: Verba 2 da Tabela Geral do I.S.
Sujeição passiva: art. 2 e 3/3/B – Carlos
Obtenção de rendimentos com o arrendamento do imóvel por Carlos: Arts. 1/1; 4/1/N ou art.
8/1 e 2/A do CIRS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
Sujeição passiva: art. 13/1 – Carlos
Caso prático 8
Suponha que, em 2015, Bernardo auferiu ainda rendimentos provenientes de trabalho
dependente no valor de €10.000 e juros de depósitos a prazo no valor de €500,00. Indique
como se procederá à determinação do seu rendimento tributável
R:
• A consideração das categorias de rendimento em causa (a necessidade de discriminação
qualitativa do rendimento); Identificação das categorias em causa: Categoria G artigo 10/1/A e