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Resumo CASALTA NABAIS, Direito Fiscal, 5.ª edição, Almedina, pp.

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Princípio da legalidade fiscal, expressão do princípio do Estado de Direito democrático,
assente na ideia de autoimposição, autotributação e de autoconsentimento dos impostos

 Reserva de lei formal – tem de haver uma intervenção de lei parlamentar, seja
fixando a própria disciplina dos impostos ou autorizando o Governo, as assembleias
legislativas regionais ou as autarquias locais a estabelecer essa disciplina (165.º/1, i);
227.º/1, i) e 238.º/3 CRP) (A)
 Reserva de lei material – princípio da tipicidade. A lei deve conter a disciplina tão
completa quanto possível da matéria reservada (incidência, taxa, benefícios fiscais e
garantias dos contribuintes). (103.º/2 CRP) (B)
o Incidência real ou objectiva (material, temporal, quantitativa e espacial)
o Incidência pessoal ou subjectiva (sujeitos activo e passivo, incluindo
contribuintes, responsáveis, substitutos, etc.)
o Taxa
o Benefícios fiscais

(A) A reserva de competência da AR em matéria fiscal não pode ser restritivamente


interpretada – são por ela abrangidas as normas que beneficiem os contribuintes (estas não
podem ser daquela excluídas com fundamento no princípio democrático).

A reserva de lei não abrange qualquer outra matéria fiscal: liquidação e cobrança não estão
sujeitas ao princípio da legalidade fiscal, mas sim ao princípio geral da legalidade da
Administração Pública.
 Pode, no entanto, integrar outra reserva de lei  p.ex. a reserva relativa aos limites dos
direitos, liberdades e garantias fundamentais, se afectar a esfera jusfundamental dos
contribuintes e outros sujeitos fiscais.

8.º/2, a) LGT: princípio da legalidade tributária à liquidação e cobrança dos tributos, incluindo
os prazos de prescrição e caducidade
 a liquidação e cobrança dos impostos não podem ter a sua disciplina jurídica definida em
regulamentos, com excepção dos regulamentos das autarquias locais, que podem incidir
sobre matéria essencial dos impostos.

(B) A lei ou DL autorizado deve conter a disciplina essencial de cada imposto, tão longe
quanto possível.

Admitem-se:
 Conceitos indeterminados
Concessão de margem de livre apreciação à Administração

Exemplos: “actividades susceptíveis de originar situações de concorrência (2.º/4 CIVA); “utilidade social”
(40.º/1 CIRC); “preços considerados idóneos ou de controlo inequívoco” (26.º/3 CIRC)

 Atribuição de verdadeiras faculdades discricionárias à Administração Fiscal


O princípio da praticabilidade deve impedir que as exigências de determinabilidade
conduzam a situações impossíveis de levar à prática.
Exemplos: 29.º/4 CIRS, que permite à DGCI corrigir o valor de mercado dos bens atribuídos pelo empresário
em nome individual aquando da sua afectação à empresa ou da sua transferência para o seu património
individual; + 51.º/2 CIRS; 26.º/2, 27.º/2, 28.º/3, 29.º/3 e 5, b), 33.º/1, d), 40.º/1, 58.º, 69.º CIRC.

 Conceitos mistos ou copulativos


Associam-se uma atribuição de discricionariedade e uma margem de livre apreciação na
aplicação de conceitos indeterminados.
Exemplos: art. 11.º CIVA
Resumo CASALTA NABAIS, Direito Fiscal, 5.ª edição, Almedina, pp. 135 - 146
A exigência de determinabilidade é de exigir somente face a normas de tributação efectiva,
não face a normas de tributação fictícia ou aparente, como as que se limitam a actualizar os
elementos essenciais dos impostos que tenham sido objecto de desactualização por força da
inflação. Quando o legislador (AR ou Governo autorizado) não assumir a desactualização
desses elementos, rejeitando expressamente a actualização ou procedendo a uma mera
actualização parcial, deve ele proceder ou autorizar a Administração Fiscal a proceder à
actualização dos impostos em conformidade com a taxa de inflação.

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