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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA VIDA ECONÓMICA

Deve entender-se por intervenção do Estado na economia o acto de regulação da


economia mediante normas jurídicas que condicionam a actividade económica ou o
mercado e dando o Estado uma ampla capacidade de como produtor de bens e
serviços.

O fenómeno de intervenção do Estado manifesta-se de diversas formas nos sistemas


económicos.

No sistema liberal, o fim do Estado é garantir o desenvolvimento das liberdades


individuais, o seu fim não pode coincidir com os fins múltiplos dos indivíduos, mas
actuar de modo a que cada cidadão possa alcançar livremente os seus próprios fins
individuais, estabelecendo o quadro geral das regras dentro das quais a liberdade
individual de cada cidadão possa coexistir com a liberdade dos demais. O Direito é a
característica da actividade estadual.

Nos Estados contemporâneos o papel do Estado alargou-se a todas as esferas de


actividade, com destaque para a economia. A actividade económica deixou de ser
um sector da actividade privada, o Estado actual surge-nos como um agente de
realização e responsável principal pela condução e operatividade das forças
económicas, assumindo com frequência formas de actividade organizadas em ordem
à produção e distribuição de bens e serviços para o mercado e submetidas à
concorrência dos privados.

A intervenção do Estado na Economia faz-se dentro de quadro geral caracterizado


por princípios e regras da política económica, cuja acção desenha-se dentro das
normas jurídicas, com destaque para a Constituição Económica, que compreende o
conjunto de preceitos, regras, formas e modelos que o Estado prossegue na
realização da sua actividade económica.

A intervenção do Estado tem fundamento a necessidade de pôr à disposição dos do


cidadão bens e serviços que, de outro modo não seriam facilmente produzidos;
defender a indústria nacional; evitar a falência de empresas com dificuldades
financeiras e de importância para a economia nacional; evitar a diminuição da
actividade económica, a diminuição da produção nacional e o aumento do
desemprego; controlar a inflação.

Tipologias da Intervenção

é possível estabelecer uma diferença entre intervencionismo, dirigismo e planificação,


sendo que todos eles fenómenos da intervenção do Estado na economia.

A diferença entre intervencionismo e dirigismo é meramente qualitativa, sendo que


o dirigismo pressupõe uma actividade coordenada do Estado em prol da obtenção de
certos fins. A diferença entre o dirigismo e a planificação é de ordem quantitativa. A
planificação é um dirigismo por planos.

Tipos de intervenção

Intervenção global, sectorial e pontual

Temos intervenção global quando o Estado adopta normas gerais de encorajamento de


investimento global. Se adopta medidas de organização e disciplina de determinado
sector de produção, estamos diante de intervenção sectorial. Quando o estado
direcciona as suas medidas para uma empresa, estamos perante intervenção pontual.

Intervenção imediata e mediata

Quando o Estado prossegue objectivos directamente económicos, temos a intervenção


imediata. Ex. medidas de apoio ou fomento de actividades económicas. Quando as
suas medidas não têm apenas objectivos económicos, repercutindo-se apenas sobre a
economia, temos intervenção mediata. Ex. abertura de linhas de credito, empréstimos
que visem absorver o poder de compra.

Intervenções unilaterais e bilaterais

O Estado intervém por via unilateral proibindo ou autorizando certas actividades


em determinados sectores, através de regulamentos e actos administrativos. Nas
economias de mercado a tendência dos Estado tem sido recorrer para formas
contratuais do exercício da autoridade, procurando-se a prévia adesão dos parceiros
sociais – economia concertada – em que os poderes públicos oferecem certas
vantagens às empresas em troca de execução por estas de uma política de
investimento conforme à orientação geral planificada ou política económica
escolhida pelos poderes públicos.

Intervenção directa e indirecta

A intervenção directa existe quando é o próprio Estado que assume o papel de agente
produtivo, criando empresas públicas ou actuando através delas, intervindo no
circuito de comercialização. A intervenção indirecta existe quando o Estado limita-se a
condicionar, a partir de fora, a actividade económica privada, sem que o Estado
assuma a posição de sujeito económico activo. Ex. criação de políticas, criação de
infra-estruturas.

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