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Discentes:
- Aniano Júnior
- Agostinho Júnior
- Dália Cuche
- Paula Manuel
- Ranya Nizar
- Yannich Dimas
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Indice
Introdução ...................................................................................................................................................... 3
I. O Consentimento Do Ofendido ............................................................................................................. 4
1. Noção Do Consentimento do Ofendido ............................................................................................. 4
2. Pressupostos e Objecto do Consentimento do Ofendido ................................................................... 5
3. O Consentimento Presumido ou Hipotético ...................................................................................... 6
II. Os Elementos Subjectivos Das Causas De Justificação .................................................................... 7
1. As causas de justificação têm como elemento subjectivo o conhecimento dos seus pressupostos
de facto................................................................................................................................................... 7
2. Erro sobre pressupostos de facto de uma causa de justificação..................................................... 8
Conclusão ...................................................................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 11
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Introdução
O Direito Penal é um meio de controle social, e é definido como um conjunto de normas que fixam
os pressupostos ou requisitos de aplicação das reacções criminais que abarcam as penas e medidas
de segurança, tratamento e correcção.
Neste contexto, o Direito Penal fala também só consentimento do ofendido que é o tema que por
nós será apresentado. Falaremos da sua noção e conceito, dos seus pressupostos, do seu objecto,
dos tipos de consentimento e dos elementos subjectivos das causas.
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I. O Consentimento Do Ofendido
Mais detalhadamente, dir-se-ia que o consentimento do ofendido significa o acto livre e consciente
da vítima capaz em anuir ou concordar de modo inquestionável com a lesão ou perigo de lesão a
bem jurídico disponível do qual é o único titular ou agente expressamente autorizado a dispor
sobre ele.
O Artigo 56 do Código Penal diz que “Além dos casos especialmente previstos na lei, o
consentimento exclui a ilicitude do facto quando se referir a interesses jurídicos livremente
disponíveis e o facto não ofender os bons costumes”.
O consentimento do ofendido aparece “por via negativa” no código penal na medida em que a
referência explícita do código penal é para dizer exactamente o contrário. Isto é, é para dizer que
o consentimento do ofendido não funciona como causa de justificação. Só que logo no início diz:
“Além dos casos especialmente previstos na lei”. E hoje em dia lei tem uma regra geral no sentido
inverso: Artigo 340 do Código Civil.
Com efeito, o artigo 340 do CC diz que “O acto lesivo dos direitos de outrem é lícito, desde que
este tenha consentido na lesão”. Isto é, se a vítima, ou o lesado consentir uma certa actuação, essa
actuação torna-se lícita.
Mas é necessário ver que nem em relação a todos os crimes que existem no código penal faz
sentido discutir a existência do consentimento do ofendido como uma causa de exclusão de
ilicitude. Isto porque há certos tipos de crimes que já pressupõem para a sua própria existência que
não haja consentimento. Isto é, quando o código penal define o crime de introdução em casa alheia
como a introdução na casa de habituação de alguma pessoa, ou a permanência de uma pessoa em
casa de outra, contra a vontade dela (Artigo 250 CP), isto quer dizer que se uma pessoa permanecer
em casa de outra de acordo com a vontade dela, não vamos dizer que há aqui um crime de
introdução em casa alheia legitimado, isto é, cuja ilicitude é afastada por um consentimento do
ofendido. Aqui, a própria falta de consentimento é um elemento essencial do próprio tipo de crime.
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• O consentimento do ofendido como causa de exclusão da ilicitude deverá distinguir-se do
perdão (alínea d) do Artigo 155 do CP), ou da dependência do exercício da acção penal de
queixa, denúncia, participação ou acusação do ofendido. Efectivamente, nestes casos trata-
se de actos posteriores à realização do crime, enquanto que o consentimento do ofendido
de que aqui ocupamos há-de justamente verificar-se antes da execução da actividade
criminosa.
Surgem duas importantes questões. A primeira quando é que o bem jurídico encerra em si uma
mera expressão do livre desenvolvimento da personalidade que cabe ao direito proteger,
encontrando-se o respectivo objecto sujeito à faculdade de livre disposição da pessoa. Se o
consentimento só é relevante quando o bem jurídico se encontra na esfera de disponibilidade do
seu titular, importa saber quais são os limites que o direito impõe à faculdade de disposição.
Dado como assente o carácter disponível de determinado bem jurídico (ou interesse), levanta-
se então, num segundo momento, a questão de saber em que condições é possível encarar o
consentimento prestado como uma manifestação efectiva da liberdade pressuposta no bem
jurídico, problema que remete para os requisitos de eficácia do consentimento.
• A vontade não tem sequer que ser declarada, ou de qualquer forma, não é a declaração que
importa, mas sim a direcção da vontade de quem consente. Daí que seja irrelevante a
declaração que não corresponde a uma vontade: - Só a vontade quando livre, séria e tomada
com perfeito conhecimento da situação será relevante. Por isso, qualquer erro em que o
agente faça cair aquele que consente, exclui o consentimento. (art. 56.º, nº 2 CP)
• A capacidade para consentir, como causa que exclui a ilicitude, não tem por sua vez nada
que ver com a capacidade jurídico-civil. O que importa é que existindo capacidade de gozo
se tenha ao mesmo tempo discernimento suficiente para avaliar o significado, valor e
conteúdo do consentimento no momento em que é prestado. Se o primeiro requisito assenta
na presunção de que alguém com idade inferior a 16 anos carece de capacidade para tomar
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decisões responsáveis, o segundo parte do reconhecimento de que, apesar da maioridade,
muitas vezes falta o equilíbrio mental para o fazer (art. 56.º, nº 3 CP)
• O consentimento tem que ser, anterior ao exercício da acção consentida. Executada ou
consumada a infracção, estar-se-á, não em face de um consentimento eficaz, mas sim de
um possível perdão ou renúncia ao exercício da acção penal. O consentimento pode ser
revogado por quem a prestou, até à execução da actividade consentida. (art. 56.º, nº 2 CP)
• A acção consentida não pode ser contrária aos bons costumes, por isso será irrelevante o
consentimento no adultério, em actos contra natureza, por exemplo sadismo.
• O consentimento não tem de ser declarado nem sequer conhecido pelo agente e por via
dele fica excluída a criminalidade de facto praticado, sob a forma de consumação. (art. 56.º,
nº 2 CP)
• O consentimento não pode ser geral nem para certo tempo, visto que quem consente deve
apreciar a situação concreta de cada caso e pode revogar o consentimento prestado até ao
momento da prática da acção típica.
Esse será o caso em que o agente actua no quadro de circunstâncias tais que tornem razoável supor
que o titular do bem jurídico, conhecendo a verdadeira situação das coisas, teria consentido, ou
seja, a acção com base no consentimento presumido do portador do bem jurídico é, normalmente,
acção no interesse alheio, isto é, é a acção que o portador do bem jurídico tomaria se estivesse
presente.
a) O consentimento não foi obtido, mas o titular do bem jurídico consentiria, se perguntado.
b) O consentimento do titular do bem jurídico poderia ser obtido, mas é desnecessário ou mesmo
absurdo.
O consentimento não pode ser presumido se o autor conhece vontade contrária do portador do bem
jurídico. Tendo em conta o exemplo de incêndio, conclui-se que o proprietário não permitiria a
entrada do vizinho, em sua casa, em nenhuma circunstância.
Isto é, para que uma situação seja qualificada de estado de necessidade, de acção directa, de
consentimento do ofendido, e assim sucessivamente, funcionando como causas de justificação, é
necessário, que a pessoa que age no exercício desses direitos tenha consciência da situação
objectiva.
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2. Erro sobre pressupostos de facto de uma causa de justificação
No primeiro caso, se o A agride B pensando que B o está a agredir, só que o B não está. Nesta
situação há uma disparidade entre a representação da situação por parte de A e a situação
Objectiva. No primeiro caso, a situação objectiva é a de que B está a agredir o A e o A não tem
consciência do facto.
Neste segundo caso, o A pensa que o B o está a agredir, mas o B não está por hipótese, o B levanta
o braço numa saudação eufórica e o A pensa que o B lhe vai agredir e defende-se, isto é, pensa
que está numa situação de responder a uma agressão. Isto é evidentemente uma situação de erro,
o A representa de uma forma errada a realidade objectiva.
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Conclusão
No entanto conclui-se que a figura do consentimento do Ofendido como causa de ilicitude pode
ser interpretada de diferentes formas entre a natureza jurídico-penal e a natureza jurídico-penal
civil.
De tal modo que na esfera jurídico civil o consentimento do ofendido torna a situação lícita com a
representação no artigo 340 CC "O acto lesivo dos direitos de outrém é lícito desde que este tenha
consentido na lesão”, temos o exemplo do pagamento em atraso de alimentos onde se o a esposa
na posse do filho concorda com que o pai da criança pague em atraso a situação é lícita, temos o
caso da tomada temporária de cuidados de um animal doméstico que precisa de ajuda com
emergência e o dono do animal não se faz presente, dá se o caso de consentimento presumido.
De outro lado temos o exemplo da esfera jurídico-penal onde em alguns casos a discussão de
consentimento como exclusão da ilicitude é desnecessária, sendo a falta consentimento parte
integral da natureza do crime, temos o exemplo de introdução em habitação alheia.
Temos também situações em que o consentimento afasta a ilicitude, dado o exemplo de violação
sexual.
No entanto o consentimento do ofendido não significa o perdão é importante estabelecer a
separação entre essas duas figuras o consentimento não deve aparecer por via de acções posteriores
como (denúncia, queixa) este consentimento supracitado deve ser verificado antes da acção penal.
O consentimento do ofendido não precisa do elemento Declarativo por si só, o que importa é a
vontade séria, clara e objectiva tomada em perfeito conhecimento.
No entanto em situações de erro em que a vontade não é perfeitamente expressa exclui o
consentimento.
É necessário que haja capacidade de gozo e discernimento para avaliação do valor, significado e
conteúdo no momento em que o consentimento ou falta do mesmo é prestado.
O consentimento não deve ser contrário aos bons costumes, entretanto é irrelevante o
consentimento em casos de adultério.
O consentimento do ofendido não tem efeitos imediatos, podendo o agente revogar o
consentimento até o momento da acção típica.
Dá se também a figura de consentimento em casos em que se presume que o agente consentiria na
acção típica, pode se dar à título exemplificativo uma casa em chamas em que o agente pode partir
as janelas para tentar sanar o dano em causa, trata-se de uma consentimento hipotético ou
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presumido.
Temos também a situação da necessidade de conhecimento e consciência objectiva da situação,
para que haja consentimento.
Portanto para verificação do consentimento é necessário verificar uma série de elementos para que
este seja efectivo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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