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2023

LAERCIO EURICO JONAS


INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS E EDUCACAO A
DISTANCIA

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

TRABALHO DE CAMPO: TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

TEMA:CASO PRATICO DO TERCEIRO BLOCO

NOME DO CURSANDO: LAERCIO EURICO JONAS

CODIGO:81230815

PRIMEIRO ANO NAMPULA,

31/AGOSTO/2023
[OSNEGOCIOS JURIDICOS]
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Índice
INTRODUCAO ......................................................................................................................................... 2
NEGOCIOS JURIDICOS DEFINICAO....................................................................................................... 3
CASO PRATICO ................................................................................................................................ 4
REQUISITOS DE VALIDADE DOS NEGOCIOS JURIDICOS ........................................................................ 4
CONCLUSAO ........................................................................................................................................ 8
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA ......................................................................................................... 9
Índice
Introdução

Neste trabalho, será tratada da definição dos vícios do negócio jurídico, indicando conceitos
objectivos, e seus efeitos que podem tornar o negócio celebrado nulo ou anulável,
ocasionado. E

Do caso prático do senhor Ricardo.


OS NEGÓCIOS JURÍDICOS, INTERDIÇÕES A CAPACIDADE DE EXERCÍCIOS DE
DIREITOS, CAPACIDADE DE GOZO.

Definição: Negocio Jurídico é um ato, ou uma pluralidade de atos, entre si relacionados, quer
sejam de uma ou varias pessoas, e tem por fim produzir efeitos jurídicos, modificações nas
relações.

A capacidade de gozo é a aptidão genérica para aquisição de direitos e deveres, enquanto a


capacidade de exercício é a aptidão para exercer por si os actos da vida civil. Ambas são
espécies de capacidade jurídica. O

Código Civil é uma fonte importante para entender esses conceitos.


Caso pratico

O negócio jurídico realizado pelo Ricardo é nulo, uma vez que foi interditado por anomalia
psíquica e a sentença foi devidamente registada naquele mês de Abril de 2008.

A interdição é um processo judicial que visa proteger e Preservar a pessoa interditada e


salvaguardar o seu património, resguardando-a de terceiros de má-fé que com ela Queiram
estabelecer negócio jurídico vantajoso, bem como para assegurar a higidez dos negócios
jurídicos em geral.

A sentença de interdição tem efeitos retroactivos, ou seja, os negócios jurídicos realizados


anteriormente pela Pessoa interditada é nula. O tutor indicado pelo Tribunal pode invalidar o
negócio de aquisição do Equipamento.

Quanto à validade do negócio jurídico realizado pelo Ricardo, este não poderia realizar o
negócio de forma válida.

Uma vez que já padecia desde há muito de uma demência grave. A decisão do tribunal em
interdita-lo é legal.

Não há mecanismos legais para atacar o negócio firmado pelo Ricardo.

O tutor indicado pelo Tribunal pode invalidar o negócio de aquisição do equipamento.

Se Ricardo fosse maior e tivesse feito a aquisição do equipamento em Setembro de 2007 por
um preço excepcionalmente favorável, a solução seria diferente. O negócio seria válido e não
poderia ser invalidado pelo Tutor indicado pelo Tribunal.

Os requisitos de validade dos negócios jurídicos

São aqueles necessários para que o negócio jurídico seja válido. Se os possui, é válido e dele
decorrem os devidos efeitos. Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o negócio é inválido,
não produz o efeito jurídico em questão e é nulo ou anulável. Como elucida Caio Mário da
Silva Pereira,
“Para que receba do ordenamento jurídico conhecimento pleno, e produza todos os efeitos, é
de mister que o negócio jurídico revista certos requisitos que dizem respeito à pessoa do
agente, ao objeto da relação e à forma da emissão de vontade.”

Nesse sentido, os requisitos da validade do negócio jurídico são elencados no art. 104, I, II,
III do Código Civil, sendo os requisitos de carácter geral: agente capaz; objecto lícito,
possível, determinado ou determinável; e forma prescrita e não defesa em lei.

Em primeiro lugar, a capacidade do agente se mostra como a aptidão para intervir em


negócios jurídicos como declarante ou declaratório. A capacidade aqui é a de fato ou de
exercício de direito, necessária para a prática dos atos da vida civil. Nesse sentido, em regra,
é necessário que o sujeito seja maior de 18 anos ou emancipado, desde que ele não seja
interditado ou silvícola.

Nos casos em que o agente for absolutamente incapaz, a representação dele deve ser feita
pelos pais, tutor ou curador, conforme o caso, e ele não participa do ato. Já os relativamente
incapazes participam do ato, junto com os referidos representantes, que assim os assistem.

Sobre o assunto, toma-se como exemplo a Apelação Cível APC 20030110493795, julgada
pelo TJDF, publicada em 20-11-2008, cuja ementa segue abaixo:

“Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE


NEGÓCIO JURÍDICO.

Compra e venda de imóvel. contrato firmado por pessoa acometida de doença


(esquizofrenia). ausência de requisito de validade do negócio jurídico. danos materiais e
morais. ocorrência. sentença reformada. i - demonstrado por meio de prova pericial que a
autora, á época que firmou o contrato com o réu, era "inteiramente incapaz de reger sua
pessoa e de administrar seus bens" e que "estavam abolidas suas capacidades de
entendimento e autodeterminação", torna-se imperioso reconhecer a nulidade da avença, nos
termos do art. 166 do cc , face à ausência da capacidade do agente, requisito do negócio
jurídico. ii - evidenciados prejuízos causados aos réus/reconvintes advindos da conduta da
autora/reconvinda, condena-se esta última ao pagamento de indenização por dano material e
moral. iii - sentença reformada.”
A validade do negócio jurídico requer, em segundo lugar, objeto lícito, que é aquele que não
atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. O objeto deve ser, também, possível.
Quando impossível, o negócio é nulo. Para Caio Mário, “a impossibilidade jurídica condiz
com a ausência da liceidade. Fisicamente impossível é o objeto, se for insuscetível de
realizar-se materialmente”. A impossibilidade deve ser absoluta, isto é, quando a prestação
for irrealizável por qualquer pessoa, ou insuscetível de determinação. A impossibilidade
relativa, que atinge o devedor, mas não outras pessoas, não constitui obstáculo ao negócio
jurídico (art. 106). Além disso, objeto do negócio jurídico também deve ser determinado ou
determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da
execução).

Por fim, o terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que deve ser prescrita
ou não defesa em lei. Em regra, a forma é livre (art. 107 - CC). As partes podem celebrar o
contrato por escrito público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei,
para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular.
É nulo o negócio jurídico quando não revestir a forma prescrita em lei ou for preterida
alguma solenidade que a lei considera essencial para a sua validade (art. 166, IV e V - CC).

Diante do exposto é importante ressaltar que, além dos requisitos elencados no presente
trabalho, é necessário que o ato não contenha defeitos como o erro, o dolo e a coação para
que ele seja válido. Para ilustrar, toma-se como exemplo a Apelação Cível APC
20110310233834, julgada em 20-05-2015, pelo TJDF:

“Ementa: civil. processual civil. ação de anulação de escritura pública c/c reintegração de
posse e danos materiais. compra e venda de imóvel, mediante pagamento em dinheiro e
entrega de bem. escrituração do imóvel em nome da irmã. requisitos de validade do negócio
jurídico presentes. vício de manifestação de vontade. dolo. alegação de conluio entre os
vendedores e a irmã. transcurso do prazo decadencial. não comprovação da anulabilidade.
reconvenção. dano moral. configuração. quantum. ausência de impugnação. dever de outorga
de procuração pública para regularização do imóvel entregue como parte do pagamento.
litigância de má-fé. ocorrência. recurso desprovido. sentença mantida.”

Além disso, como alerta Cézar Fiuza, não se pode confundir condições de validade com
pressupostos do ato jurídico:
“Condições ou requisitos de validade são termos genéricos que ora se identificam com os
elementos, ora com os pressupostos. As condições de validade enquanto elementos essenciais
à validade do ato jurídico, hão de se observar no momento em que o ato se pratica e depois.
Mas, se as condições de validade disserem respeito aos pressupostos , significa que devem
preexistir à prática do ato.”

Dessa maneira, nota-se que apesar da capacidade do agente ser considerada um pressuposto e
a forma ser considerada elemento de validade, tais condições são unificadas pela
terminologia adequada.

No direito comparado, a França elencou a causa como requisito de validade do negócio,


podendo dizer que o Código Civil Francês adotou a teoria causalista, ao reverso da
Alemanha, que admite negócios absolutamente abstratos, filiada à teoria anticausalista. O
Brasil situa-se, talvez, em uma posição intermediária entre ambos, uma vez que o
ordenamento nacional não é causalista, mas também não admite negócios jurídicos sem
causa, determinando a nulidade (i) daquele entabulado sob falso motivo determinante, e
também (ii) daquele apalavrado com motivo ilícito e comum a ambas as partes.

O Código de Napoleão optou por eleger a causa como requisito de validade do negócio
jurídico. Com efeito, o seu artigo 1108 arrola quatro pressupostos de validade de um contrato:
a) o consentimento das partes; b) sua capacidade de contratar; c) o objeto determinado; d) e a
causa lícita na obrigação. Dessa forma, o direito francês, ao reverso do brasileiro, além dos
tradicionais requisitos de validade do ato jurídico (agente capaz, objeto determinado e
consentimento) exige um quarto requisito de validade, que é exatamente a causa lícita.

Diferentemente, o BGB, no seu parágrafo 138, prevê que “é nulo todo o negócio que ofende
os bons costumes”, não fazendo menção aos motivos nem mesmo à causa, exigindo para a
nulidade do ato negocial que o próprio negócio seja contrário aos bons costumes. Ao reverso
do francês, para o Código Civil alemão a causa não é elemento essencial de validade do
negócio jurídico, eis que lá se admite, com a mesma força, também os negócios abstratos,
entendendo-se por estes aqueles negócios cujos efeitos se produzem independentemente da
causa, eis que a sua causa é irrelevante para a sua validade

Negócio jurídico - Conceito, Requisitos, Classificação, Condição e Termo

1.0 Conceitos Quando fala de negócio jurídico, nos referimos a um ato que tem por finalidade
a aquisição, modificação ou extinção do direito. Ele forma uma conduta de auto regramento
de conduta.

Disposições gerais sobre o Negócio Jurídico


Conclusao

A conclusão é que o negócio de aquisição do equipamento pelo Ricardo é nulo e pode ser
invalidado pelo tutor indicado pelo Tribunal.

Por outro lado, será anulável o negócio jurídico, além dos casos expressamente declarados na
lei, por incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171).
Referencias:

FIUZA, Cesar. Direito Civil: curso completo. 15ª edição. Belo Horizonte: Del Rey, 2011.

MÁRIO, Caio. Instituições de Direito Civil. 23ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense,
2010.

Delcio Euler Sanábio, Estudante de Direito

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