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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTÂNCIA

Actos administrativos.

Estudante: Docente:

Cristóvão Ricardo Niuanane. Benjamim Saugene Sumor

Quelimane, Julho 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTÂNCIA

Actos administrativos.

Estudante: Docente:

Cristóvão Ricardo Niuanane. Benjamim Saugene Sumor

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: Direito Administrativo.

Ano de Frequência: 3º

Quelimane, Julho de 2022


Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

2.Actos administrativos...............................................................................................................4

2.1. Conceito...........................................................................................................................4

2.2.Elementos dos Actos Administrativos..............................................................................4

2.2.1.Sujeito.........................................................................................................................4

2.2.2.Objecto........................................................................................................................5

2.2.3.Forma..........................................................................................................................5

2.2.4.Motivo........................................................................................................................6

2.2.5.Finalidade...................................................................................................................7

2.3. Requisitos dos Actos Administrativos.............................................................................8

2.4. Espécies de Actos Administrativos..................................................................................8

2.5.Classificação dos Actos Administrativos..........................................................................8

2.6.Extinção dos Actos Administrativos...............................................................................10

3.Conclusão...............................................................................................................................10

Bibliografia...............................................................................................................................11
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1. Introdução
O estudo tem como tema; Acto administrativo. Importa referência que a declaração
jurídica do Estado ou de quem lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas públicas,
praticada enquanto comando complementar de lei e sempre  passível de reapreciação pelo
Poder Judiciário.

Os actos da administração pública podem praticar se subdivide em varias categorias e


ela sempre pratica esses actos regidos pelo direito público ou pelo direito privado. Os actos da
administração pública podem ser actos políticos ou de governo, actos privados, actos
materiais e actos administrativos. Os actos políticos ocorrem nos casos de haver o exercício
de alguma função política, podendo exercer os membros do Executivo, Legislativo e do
Judiciário. Os actos privados são aqueles actos praticados pela administração pública regida
pelo direito privado, ou seja, os actos em que a administração atua sem as prerrogativas
próprias do direito público. Os actos materiais, comummente denominados de fatos
administrativos, são aqueles nos quais não manifestam a vontade do Estado, são os actos de
mera execução de alguma actividade.

Referir que a metodologia usada para a realização deste trabalho foi a da consulta
bibliográfica, que consistiu na leitura, compilação e análise das informações de diversas obras
que debruçam sobre o mesmo assunto.

Este trabalho goza estrutura de um trabalho científico e na sua mancha gráfica fazem
parte os seguintes elementos: introdução, desenvolvimento do trabalho, conclusão e por fim
as referências bibliográficas.
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2.Actos administrativos

2.1. Conceito
Segundo Meirelles. (2005)."Acto administrativo é toda manifestação unilateral de
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações
aos administrados ou a si própria".

Assim José, (2007). Apresenta uma definição partindo do conceito de ato jurídico.
Segundo ele, acto administrativo é "a manifestação de vontade do Estado, por seus
representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas
mãos, fracção de poder reconhecido pelo Estado, que tem por finalidade imediata criar,
reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas subjectivas, em matéria
administrativa".

Para Mello, (2005). É a "declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes - como,
por exemplo, um concessionário de serviço público) no exercício de prerrogativas públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título de lhe dar
cumprimento, e sujeitos a controle de legitimidade por órgão jurisdicional".

Tal conceito abrange os actos gerais e abstractos, como os regulamentos e instruções, e


actos convencionais, como os contratos administrativos.

Assim o conceito geral de acto administrativo, seria aquele que é manifestado ou


declarado pela administração pública, incumbido das prerrogativas do direito público, ou por
meio dos particulares, também investido das prerrogativas do direito público, no qual possui
como finalidade imediata a produção de efeitos jurídicos determinados, estando em
conformidade com o interesse público e sob o regime predominantemente do direito público
também.

2.2.Elementos dos Actos Administrativos


São cinco os elementos ou requisitos dos actos administrativos: sujeito, objecto,
forma, motivo e finalidade.
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2.2.1.Sujeito
É o competente para a prática do ato, conforme dispõe a lei.

Em direito civil, toda pessoa é capaz para adquirir direitos e obrigações, seja por si, ou
por terceiros. Em direito administrativo, não basta ao agente público que tenha capacidade,
nos termos da lei civil, é necessário que tenha ainda competência para a prática deste ato
administrativo.

A competência é atribuída às pessoas políticas pela Constituição Federal e às demais


pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que compõem a Administração Pública, por lei.

A competência decorre da lei, conforme dispõem os artigos 61, parágrafo 1º, II, da
Constituição Federal e 25, do Acto das Disposições Constitucionais Transitórias.

A Emenda Constitucional nº 32/2001, alterou o disposto no artigo 84, VI, da


Constituição, atribuindo ao Presidente da República competência para “dispor mediante
decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos”. Assim, na esfera federal, a
competência poderá ser definida por decreto.

2.2.2.Objecto
Também chamado de conteúdo do acto administrativo, identifica-se com o efeito
jurídico imediato por ele (ato) produzido. O acto administrativo pode visar ao nascimento, à
alteração ou à extinção de um direito.

O objecto deve ser lícito (conforme à lei), possível (realizável no mundo dos fatos e do
direito), certo (definido) e moral (de acordo com os princípios de boa-fé, ética e honestidade).

2.2.3.Forma
A forma pode ser entendida num sentido amplo ou restrito. Estritamente, a forma é a
exteriorização do ato, ao passo em que, no sentido amplo, integram o conceito de forma todas
as formalidades eventualmente dispostas em lei para a prática do ato.

Normalmente, os actos administrativos são praticados na forma escrita, mas são


possíveis actos administrativos verbais como as ordens dos superiores aos subalternos, e até
mesmo actos administrativos convencionais, como os sinais de trânsito, apitos e gestos dos
guardas de trânsito, placas. Se a lei estabelecer determinada forma para a prática do ato e, não
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obstante, não for observada, o ato será nulo. Às vezes a lei estabelece, por exemplo, que o ato
praticado seja revestido da forma de decreto, resolução etc.

A Administração Pública também poderá manifestar sua vontade através do silêncio,


desde que haja previsão legal de que o silêncio da Administração Pública após certo prazo
gere algum efeito.

A Lei do Processo Administrativo na esfera federal (Lei n. 9.784/99) estabelece, em


seu artigo 22, que “os actos do processo administrativo não dependem de forma determinada
senão quando a lei expressamente a exigir”. Pode-se dizer, então, que esta lei institui o
informalismo do ato administrativo, como regra.

A motivação do ato administrativo, isto é, a exposição dos fatos e do direito que


embasam a expedição do ato, faz parte do conceito de forma. A falta da exposição dos fatos e
do direito que justificam a prática do acto administrativo causa nulidade do ato por
inobservância da forma.

2.2.4.Motivo
É o pressuposto de fato e de direito que embasa o ato administrativo.

A Administração Pública, ao praticar o acto administrativo, deverá indicar qual o


conjunto de circunstâncias que a levaram a expedir o acto administrativo. É o pressuposto de
fato. O pressuposto de direito é o dispositivo legal que fundamenta a prática do ato.

Para Pietro, (2005). Motivo difere de motivação. Motivação é a exposição dos


motivos. A motivação, como já foi dito, integra a forma do ato administrativo.

Discute-se se a motivação é obrigatória nos actos vinculados ou nos actos discricionários.

A respeito, existem três correntes de pensamento: 1ª. Entende que a motivação é


necessária apenas nos actos vinculados; 2ª. Entende que a motivação é necessária somente nos
actos discricionários; 3ª. Entende que a motivação, via de regra, deve ser observada tanto nos
actos vinculados, como nos discricionários.

A última corrente é a mais aceitável. A motivação deve existir tanto nos actos
vinculados, quanto nos actos discricionários. É claro que a motivação nos actos vinculados é
bem sucinta, basta mencionar a situação ocorrida e o dispositivo legal que autorizam a
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expedição do ato administrativo. Já nos actos discricionários, a motivação deve incluir as


razões que levaram a Administração Pública a optar por uma das soluções previstas em lei
para o caso concreto, a fim de que seja possível verificar a obediência aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.

Ainda que a lei não descreva o motivo para a prática do ato, se a Administração
Pública indicar o motivo em que se fundou para expedir o ato administrativo, ele deverá ser
existente e verdadeiro, sob pena de anulação do ato. Ex: de inexistência de motivo na
exoneração “ad nutum” de ocupante de cargo em comissão, não é necessário dispor sobre o
motivo, mas se a Administração Pública, por exemplo, disser que praticou o ato visando
reduzir gastos e, em seguida, nomear outra pessoa para o cargo, o ato será nulo.

2.2.5.Finalidade
É o resultado pretendido pela Administração. Pode ser tomada num sentido amplo e
restrito. Pelo primeiro, diz-se que o ato administrativo deve sempre atender a um fim de
interesse público, vedando-se à Administração Pública que pratique um ato tão-somente para
atender a um dado interesse particular. Ex: a desapropriação não pode, por exemplo, ser
praticada para perseguir um inimigo político. Pelo segundo, o ato administrativo praticado
deve corresponder ao específico interesse público disposto em lei. Ex: a lei prevê a remoção
de servidor para atender a necessidade do serviço público, jamais para punir o servidor, eis
que existem sanções específicas para o servidor faltoso. Se a Administração Pública remove
um servidor para puni-lo, estará se desviando do fim de interesse público disposto em lei para
a espécie.

2.3. Requisitos dos Actos Administrativos


De acordo com Freire, (2005). “São necessários à formação do ato. Sem a convergência
desses elementos, não se aperfeiçoa o ato, qual não terá condições de eficácia para produzir
efeitos válidos”.

1. Competência: é a primeira condição de sua validade; nenhum acto - discricionário ou


vinculado - pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal
para praticá-lo; sendo um requisito de ordem pública, é intransferível e improrrogável
pela vontade dos interessados, podendo ser delegada e avocada. 
2. Finalidade: é o bem jurídico objectivado pelo ato administrativo. O Administrador
não pode fugir da finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de nulidade do ato
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pelo desvio de finalidade específica. Havendo qualquer desvio, o ato é nulo por desvio
de finalidade, mesmo que haja relevância social.
3. Forma: revestimento exteriorizador do ato administrativo, a vontade da administração
exige procedimentos especiais e forma legal; todo ato administrativo, é, em princípio,
formal.
4. Motivo: é a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo.
5. Objectivo: a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas      
concernentes a pessoas, coisas ou actividades sujeitas à acção do Poder Público. Pode
ser vinculado ou discricionário.

2.4. Espécies de Actos Administrativos

1. Actos Normativos: Aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a


correta aplicação da lei
2. Actos Ordinários: Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta
funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração.
3. Actos Negociais: Aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público
coincidente com a vontade do particular.
4. Actos Enunciativos: Aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir
opinião sobre determinado assunto.

2.5.Classificação dos Actos Administrativos


Os actos administrativos possuem uma classificação muito ampla, assim podemos
evidenciar alguns que são mais comummente abordados no direito administrativo.
Temos os actos vinculados e os actos discricionários. O primeiro é aquele no qual a
administração pratica sem nenhuma margem de liberdade em sua decisão, ou seja, obedece ao
que estar previsto na lei, não cabendo ao agente apreciar a oportunidade e conveniência
administrativa da edição desse ato. Os actos discricionários são os que a administração pratica
com uma certa liberdade na sua escolha, pois apesar de o acto estar previsto na lei, a mesma
deixa uma margem quanto ao seu conteúdo, podendo a sua realização ser feita pela
oportunidade e conveniência administrativa.

Os actos gerais ou individuais outra modalidade de actos administrativos. Os primeiros


são aqueles que não possuem destinatários determinados, ou seja, são actos abstractos. Os
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actos individuais são aqueles que possuem destinatários certos, produzindo os seus efeitos
concretos directamente sobre estes.

Os actos internos são aqueles nos quais tem a finalidade de produzir os seus efeitos apenas
no âmbito interno da administração, atingindo as pessoas e os órgãos directamente ligados. Já
os actos administrativos externos são aqueles que atingem a administração de uma forma
geral.

O acto administrativo simples é aquele que vai decorrer apenas de uma única
manifestação de vontade de apenas um órgão ou colegiado, assim ele se completa a partir
de sua manifestação, não dependendo de outros. O ato administrativo complexo é aquele
que vai necessitar para a sua formação da manifestação de dois ou mais órgãos
administrativos, só sendo considerado perfeito quando ocorrer essas manifestações. O ato
administrativo composto é aquele que apesar de ser manifestado por apenas um órgão, ele
necessita de um outro ato para que o aprove e assim possa estar apto a produzir os seus
efeitos. Moraes, (2006).

Por fim, temos os actos administrativos constitutivos, extintivos, modificativos e


declaratórios. Os actos constitutivos são aqueles que criam uma situação nova para os seus
destinatários, podendo ser o reconhecimento de um direito ou a imposição de uma obrigação.
Os actos extintivos são aqueles que põem fim a uma determinada situação jurídica individual.

Os actos modificativos são aqueles que alteram uma situação já existente, sem provocar a
sua extinção, não suprimindo os direitos e obrigações já existentes. Os actos declaratórios é
aquele no qual afirma a existência de um fato ou então de uma situação jurídica.

2.6.Extinção dos Actos Administrativos

 Revogação: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de


conveniência e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder
discricionário.
 Cassação: modalidade de anulação do ato administrativo que, embora legítimo na sua
origem e formação, torna-se ilegal na sua execução. Ocorre principalmente nos actos
negociais.
 Anulação: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroactivo, por razões de
ilegalidade e ilegitimidade.
 Caducidade: extinção de ato administrativo em consequência de norma jurídica
superveniente, a qual impede a permanência da situação anteriormente consentida.
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3.Conclusão

A posterior conclui-se que actos administrativos são toda manifestação unilateral de


vontade da administração pública que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato
resguardar, adquirir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos
administrados.

Ademais, para que o ato administrativo se destaque do género ato jurídico e passe a se
qualificar, então, como administrativo, basta que se acrescente a Administração Pública como
a expedidora do ato, com a amplitude que se deu acima, a finalidade pública e o regime
jurídico-administrativo.
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Bibliografia
Filho, M.J.F. (2005).Curso de Direito Administrativo. Editora Saraiva. Maputo.

José, A.S. (2007). Curso de Direito Constitucional Positivo. 28º edição. Editora Malheiros.
São Paulo.

Meirelles, H. L. (2006).Direito Administrativo. Editora Malheiros. 32ª edição. São Paulo.

Mello, C. A. (2005). Curso de Direito Administrativo. 19º edição. Editora Malheiros. São
Paulo.

Moraes, A. (2006).Direito Constitucional. 19º edição. Editora Atlas. São Paulo.

Pietro, M.S.Z. (2006). Direito Administrativo. 19ª edição. Editora Atlas. São Paulo.

Freire, E.S. (2005).Direito administrativo: Teoria e 1000 questões, 5º ed., Rio de Janeiro.

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