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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTÂNCIA

Síntese de cinco unidades inerente a Administração e Execução do orçamento Publico

Estudante: Docente:

Cristóvão Ricardo Niuanane-708204321. Timóteo Tomo

Quelimane, Abril 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTÂNCIA

Síntese de cinco unidades inerente a Administração e Execução do orçamento Publico

Estudante: Docente:

Cristóvão Ricardo Niuanane-708204321. Timóteo Tomo

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: administração e execução do orçamento publico.

Ano de Frequência: 3º

Quelimane, Abril de 2022


Índice
1. Introdução...............................................................................................................................4

Unidade I.....................................................................................................................................5

1.Introdução a administração e execução orçamental.................................................................5

1.1.Aspectos conceituais.........................................................................................................5

1.2.Administração Pública......................................................................................................5

1.3.Orçamento.........................................................................................................................5

1.4.Orçamento público............................................................................................................6

1.5.Objecto do orçamento.......................................................................................................6

1.6.Objectivos do Orçamento..................................................................................................6

1.7.Execução orçamental.........................................................................................................6

1.8.Processo orçamental..........................................................................................................6

1.9.Princípios Orçamentários..................................................................................................7

1.9. Princípios Orçamentários Clássicos.................................................................................7

1.10.Princípios Orçamentários Modernos...............................................................................7

Unidade II...................................................................................................................................8

2.Noções e Funções do Orçamento.............................................................................................8

2.1. Orçamento e as Funções de Estado..................................................................................8

2.4.As diferentes ópticas de orçamento...................................................................................8

2.4.1.Técnicas Orçamentárias..............................................................................................8

2.4.2.Orçamento Clássico ou Tradicional...........................................................................9

2.4.3.Orçamento de Desempenho ou de Realizações........................................................10

Unidade III................................................................................................................................10

3.Noções Contabilidade Publica...............................................................................................10

3.1.Conceito de contabilidade...............................................................................................10

3.2.Contabilidade pública......................................................................................................11
5

3.4.Objecto da contabilidade pública....................................................................................11


3.5.Objectivos da Contabilidade Publica

3.6.Campo de aplicação

Unidade IV

4.Processo de execução orçamental

4.1.Execução do orçamento de receita

4.2.Classificação das receitas

4.6.Características e Tipos de receitas

4.9.Receita extra-orçamentais

4.10.Despesa Públicas

4.11. Classificação da despesa pública

4.12.Despesa extra-orçamentais

4.13.Despesas orçamentárias

4.14.Classificação por Esfera Orçamentária

Unidade V

5.Dotações e alterações orçamentais

5.1.Dotação orçamentária

5.2.Dotação utilizável

5.3.Dotação disponível

5.4.Dotação provisional

5.5.Alteração orçamental

5.6.Dotação reforçada

5.7.Dotação reduzida

6.Conclusão

Bibliografia
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1. Introdução
A prior e de salientar que é este estudo tem como foco, Síntese de cinco unidades
inerente a Administração e Execução do orçamento Publico. Assim sendo importa referenciar
que neste módulo vamos detalhar os componentes e conceitos da receita e despesas públicas,
que são os principais elementos do orçamento público.

A Administração Pública é formada por um conjunto de entidades, pessoas jurídicas,


agentes públicos e órgãos públicos que tem por finalidade exercer a função administrativa
(planejar, dirigir, organizar e controlar) do Estado, ou seja, obedecer os objectivos do
governo, de forma a atingir o bem comum.

Referir que a metodologia usada para a realização deste trabalho foi a da consulta
bibliográfica, que consistiu na leitura, compilação e análise das informações de diversas obras
que debruçam sobre o mesmo assunto.

Este trabalho goza estrutura de um trabalho científico e na sua mancha gráfica fazem
parte os seguintes elementos: introdução, desenvolvimento do trabalho, conclusão e por fim
as referências bibliográficas.
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Unidade I

1.Introdução a administração e execução orçamental

1.1.Aspectos conceituais

1.2.Administração Pública
Para Andrade, (2008). Administração Pública é “todo o aparelhamento do Estado
preordenado à realização de serviços, cujo objectivo é a satisfação das necessidades
colectivas”.

Administração Pública abrange as actividades exercidas pelas entidades, órgãos e


agentes incumbidos de atender concretamente às necessidades colectivas. “A palavra
"administrar" significa não só prestar serviço, executá-lo, mas também dirigir, governar,
exercer a vontade com o objectivo de obter um resultado útil; e até, traçar um programa de
acção e executá-lo.

Distingue-se da propriedade no sentido de que, na administração, o dever e a


finalidade são predominantes; no domínio, a vontade prevalece”. Moreira Enquanto o
Governo é a expressão política de comando, de fixação dos objectivos do Estado e de
manutenção da ordem jurídica, a Administração executa as tarefas que os órgãos
governamentais do próprio Estado lhe confiarem. A administração é, portanto, o instrumento
do Estado - conhecido por "arquitecto do bem estar social"- para colocar em prática as opções
políticas e o programa de governo, sem praticar actos inerentes a este, mas apenas os de
execução.

1.3.Orçamento
O orçamento é um plano que ajuda a estimar despesas, ganhos e oportunidades de
investimento em um período determinado de tempo. A partir da sua definição, é
possível estabelecer objectivos, que vão permitir que os resultados sejam acompanhados de
perto e medidos.

Se algo estiver fora do planejado, fica fácil identificar e fazer as alterações de rotas
necessárias. Além disso, agir preventivamente também se transforma em uma opção.
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O Orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância e provavelmente


o mais antigo da administração pública. É um instrumento que os governos usam para
organizar os seus recursos financeiros. Partindo da intenção inicial de controlo, o orçamento
público tem evoluído e vem incorporando novas instrumentalidades.

1.4.Orçamento público
O orçamento público é o planeamento feito com os recursos públicos (dinheiro
público, cobrado a partir de impostos, por exemplo), para suprir as necessidades prioritárias
da sociedade, como a saúde, educação, cultura e etc.

1.5.Objecto do orçamento
É ainda um dos pilares da Gestão Orçamentária, cujo objecto é a prossecução da
política financeira da empresa. O planeamento orçamentário tem como função planejar as
Receitas, Custos, Despesas e Investimentos que sua empresa possui e prevê para os próximos
meses ou anos.

1.6.Objectivos do Orçamento
O objectivo primordial do orçamento é o mesmo para qualquer empresa: gastar menos
do que ganha e aumentar seus lucros.

O outro objectivo é definir e controlar os custos de operação do negócio e o quanto


cada sector interno requer de investimentos.

Também proporciona o Planeamento de vendas; Projecção das Deduções de vendas;


Orçamento de custos de produção; Orçamento de gastos com pessoal; Orçamento de despesas
operacionais; Orçamento de investimentos.

1.7.Execução orçamental
A execução orçamental é o conjunto de operações que reflectem a cobrança de receitas
e o pagamento de despesas previstas no Orçamento da Empresa ou estado.

1.8.Processo orçamental
O processo orçamental abrange todas as regras e procedimentos que regem a
elaboração, aprovação e execução do Orçamento do Estado, incluindo a prestação de contas e
auditoria.
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  É através do processo orçamental que o Governo obtém a autorização do Parlamento


para aplicar recursos públicos com vista ao desenvolvimento de actividades que visam obter
resultados de política pública definidos ex-ante.

1.9.Princípios Orçamentários
De um modo objectivo, podemos dizer que: os princípios orçamentários são aquelas
regras fundamentais que funcionam como norteadoras da prática orçamentária. São um
conjunto de premissas que devem ser observadas durante cada etapa da elaboração
orçamentária. Um sentido mais rigoroso para esse conceito foi expresso por SANCHES
(1997): “é um conjunto de proposições orientadoras que balizam os processos e as práticas
orçamentárias, com vistas a dar-lhe estabilidade e consistência, sobretudo ao que se refere a
sua transparência e ao seu controle pelo Poder Legislativo e demais instituições da
sociedade”... Mesmo reconhecendo a importância dos princípios orçamentários na formulação
dos orçamentos, não há uma aprovação absoluta e unânime destes.

Segundo SILVA (1962), “esses princípios não têm carácter absoluto ou dogmático,
mas constituem categorias históricas e, como tais, estão sujeitos a transformações e
modificações em seu conceito e significação”. É comum encontrar na literatura clássica sobre
orçamento doutrinadores divergindo sobre estrutura e conceituação dos princípios
orçamentários.

1.9. Princípios Orçamentários Clássicos


Princípio da anualidade; Princípio da clareza; Princípio do equilíbrio; Princípio da
exclusividade; Princípio da legalidade; Princípio da não-afetação (não-vinculação) das
receitas; Princípio da publicidade; Princípio da unidade orçamentária; Princípio da
uniformidade; Princípio da universalidade; Princípio do orçamento bruto.

1.10.Princípios Orçamentários Modernos


Princípio da Simplificação; Princípio da Descentralização; Princípio da Responsabilização;
Campo de aplicação.
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Unidade II

2.Noções e Funções do Orçamento


Nos dias de hoje, podemos reconhecer o orçamento público como um instrumento que
apresenta múltiplas funções. A mais clássica delas, a função controle político, teve início nos
primórdios dos Estados Nacionais.

Além da clássica função de controle político, o orçamento apresenta outras funções


mais contemporâneas, do ponto de vista administrativo, gerencial, contábil e financeiro. A
função incorporada mais recentemente foi a função de planeamento, que está ligada à técnica
de orçamento por programas. De acordo com essa ideia, o orçamento deve espelhar as
políticas públicas, propiciando sua análise pela finalidade dos gastos.

2.1. Orçamento e as Funções de Estado


Sabe-se que os governos costumam participar de muitas formas na economia dos
países. A condução da política monetária, a administração das empresas estatais, a
regulamentação dos mercados privados e, sobretudo, a sua actividade orçamentária funcionam
como meios dessa participação e influenciam o curso da economia.

Ao tomar parte na condução das actividades económicas, o governo executa as


funções económicas que o Estado precisa exercer. Nesse sentido, a partir dos estudos
propostos por Richard Musgrave, e para os efeitos deste curso, as funções económicas ou,
como ficaram conhecidas, as funções do orçamento se dividem em três tipos: alocativa,
distributiva e estabilizadora.

2.4.As diferentes ópticas de orçamento


É evidente que os esforços públicos são, normalmente, diferentes segundo os níveis de
ensino, o tipo de despesas, e os sistemas de administração.

2.4.1.Técnicas Orçamentárias
O surgimento do orçamento público está intimamente ligado à ideia de controlo. Prova
disso é que o orçamento originou-se pela necessidade de regular a discricionariedade dos
governantes na destinação dos recursos públicos.

Porém, deve-se considerar que este é apenas um esboço daquilo que hoje se considera
como orçamento público moderno.
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De lá para cá, foram desenvolvidas muitas técnicas orçamentárias, fazendo frente às


exigências e necessidades dos novos arranjos entre o Estado e a sociedade. Muito embora se
possa reconhecer uma trajectória de avanços em matéria de orçamento público, não é comum
verificarmos uma ruptura completa entre o modelo tradicional e o actual, no processo de
elaboração dos orçamentos. De forma oposta, a evolução mais comum é a modificação
paulatina de uma determinada técnica por outra. Assim, pode haver alguns casos do convívio
de mais de um modelo na elaboração do orçamento, seja em momentos de transição política,
ou mesmo pelas características legais que envolvem sua concepção. Para efeitos didácticos, é
possível relacionar algumas dessas técnicas ou práticas que são marcantes na evolução
orçamentária.

Na continuidade deste tópico serão apresentados os modelos de orçamento tradicional


(ou clássico), de desempenho (ou de realizações) e por programas. Para apresentarmos um
resumo esquemático do tema, será mostrada a seguir uma tabela-resumo, na qual são
comparadas algumas das técnicas ou práticas orçamentárias mais difundidas.

2.4.2.Orçamento Clássico ou Tradicional


A prática orçamentária antecedente à Lei nº 4.320, de 1964, baseava-se na técnica
tradicional de orçamentação. Essa técnica clássica produz um orçamento que se restringe à
previsão da receita e à autorização de despesas. Não se verifica uma preocupação primária
com o atendimento das necessidades bem formuladas da colectividade ou da própria
administração pública.

Nem mesmo ficam claros os objectivos económicos e sociais que motivaram a


elaboração da peça orçamentária. Por outro lado, nesse modelo de orçamento, há uma
preocupação exagerada com o controle contábil do gasto, reflectida no obsessivo
detalhamento da despesa. Outra característica dessa técnica é a elaboração orçamentária com
viés inercial (ou incremental), que procura introduzir pequenos ajustes nas receitas e despesas.
Ao tomar essa direcção, a distribuição dos recursos para unidades orçamentárias se dá com
base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores e não em função do programa
de trabalho que pretendem realizar. Nesse caso, as distorções são inevitáveis, promovendo um
ciclo vicioso baseado no incentivo ao gasto indiscriminado, apenas para garantir maior "fatia"
nos orçamentos seguintes.
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2.4.3.Orçamento de Desempenho ou de Realizações


A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque na elaboração da peça
orçamentária. Evidenciar as "coisas que o governo compra" passa a ser menos importante em
relação às "coisas que o governo faz".

Assim, saber o que a administração pública compra tornou-se menos relevante do que
saber para que se destina a referida aquisição. O orçamento de desempenho, embora já ligado
aos objectivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento programa, visto que lhe falta
uma característica essencial, que é a vinculação ao sistema de planeamento.

Unidade III

3.Noções Contabilidade Publica


Evolução histórica da contabilidade A contabilidade constitui um dos conhecimentos
mais antigos da humanidade e surgiu em função da necessidade que o ser humano tem de
controlar suas posses e riquezas, ou seja, seu património. É tão antiga quanto à própria
humanidade. Há inclusive, hipóteses de que a contabilidade tenha surgido antes mesmo da
escrita e até que tenha sido base para o surgimento desta. (Ávila, 2006)

Portanto, a contabilidade nasceu com o objectivo principal de controlar o património.

Em termos históricos, registos indicam que a ciência contábil praticamente surgiu com
o advento da civilização. Com a sedentarização da humanidade e a descoberta da
capacidade do homem de armazenar bens, nasceu a necessidade de controlo desses
bens. Há evidências históricas de registro contábeis nas civilizações dos sumérios,
babilónios, assírios, egípcios, hebreus, gregos etc. (Angelico, (1999).
O livro bíblico de Jó, considerado por muitos estudiosos como o mais antigo da bíblia,
relata a respeito do património do personagem chamado Jó, que diz:

“Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, e quinhentas
jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem
era o maior de todos os do Oriente”. (Jó 1:3 Bíblia Sagrada).

3.1.Conceito de contabilidade
A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um
controle permanente do Património da empresa. (Ribeiro, 2003, p. 19) É a ciência que estuda
e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no património das entidades, mediante o
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registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer


informações sobre a composição do património, suas variações e o resultado económico
decorrente da gestão da riqueza económica. (Angelico, 1999).

3.2.Contabilidade pública
Sendo a Contabilidade pública uma ramificação da contabilidade, é possível defini-la
como a ciência que permite através de suas técnicas manter o controlo permanente do
património Público. Também podemos definir a contabilidade pública como a ciência que
estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no património público, mediante o
registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer
informações sobre a composição do património, suas variações e o resultado económico
decorrente da gestão pública.

3.4.Objecto da contabilidade pública


O objecto de qualquer ramo de contabilidade é o Património, portanto, o objecto da
Contabilidade Pública é o Património Público (bens, direitos e obrigações). No caso da
administração pública há a obrigatoriedade legal de planeamento e controle da receita e
despesa pública.

Com base na definição apresentada, concluímos que a Contabilidade Pública não


desenvolve seu interesse somente no Património e suas variações, mas também, no atinge o
Orçamento e sua execução (Previsão e Arrecadação da Receita e a Fixação e Execução da
Despesa). Valente. (2014).

Para um melhor entendimento é interessante distinguir os bens públicos, de acordo


com a sua divisão: Os bens do Estado, de forma geral, recebem diversas classificações. Para
nosso estudo, consideraremos a seguinte divisão:

a) Bens de Domínio Público ou Bens de Uso Comum do Povo – são aqueles que a
comunidade utiliza directamente e sem intermediário. Por exemplo: praças, ruas, parques,
rios, etc. Não são contabilizáveis. Não são inventariados e não podem ser alienados. Somente
sofrerão lançamentos orçamentários e financeiros à conta de investimentos.

b) Bens Especiais – são para uso do público, porém há necessidade de alguém para
tornar isso possível. Por exemplo: biblioteca, escola, creche, etc. São utilizados para o Estado
prestar um serviço público. São contabilizados, ou seja, sofrem lançamentos orçamentários e
financeiros, além de lançamentos patrimoniais, também à conta de Investimentos. Devem ser
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objecto de registro de imóvel em nome da Instituição, tendo obrigatoriamente a afetação da


área pública e seu respectivo registro. Via de regra, são inalienáveis.

c) Bens Dominiais (Dominicais) – são os bens sobre os quais o Estado tem a posse e o
domínio. Podem ser utilizados para qualquer fim. Estão sujeitos à contabilização. São
inventariados. Podem ser alienados conforme a Lei, e podem produzir rendas.

3.5.Objectivos da Contabilidade Publica


A Contabilidade Aplicada à Administração Pública tem por objectivo registar a
previsão da receita e a fixação da despesa, estabelecida no Orçamento Público aprovado para
o exercício; escriturar a execução orçamentária da receita e da despesa, fazer a comparação
entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controlar as operações de créditos, a
dívida activa, os valores, os créditos e obrigações, revelar as variações patrimoniais e mostra o
valor do património.

Baseado nos conceitos da contabilidade geral, que trabalham, actualmente, com o eixo
central do fornecimento de informações, outro objectivo da Contabilidade Aplicada à
Administração Pública é o de fornecer informações actualizadas e exactas à Administração
para subsidiar as tomadas de decisões e aos Órgãos de Controle Interno e Externo para o
cumprimento da legislação, bem como às instituições governamentais e particulares
informações estatísticas e outras de interesse dessas instituições.

3.6.Campo de aplicação
O campo de aplicação da Contabilidade Pública é restrito à administração, nas suas
três esferas de governo: Federal; Estadual; Municipal.

Também e extensivo à suas Autarquias, Fundações e Empresas Públicas.

Unidade IV

4.Processo de execução orçamental


O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser definido como um processo
contínuo, dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os
programas do sector público nos aspectos físico e financeiro, corresponde, portanto, ao
período de tempo em que se processam as actividades típicas do orçamento público. Faz-se
necessário ressaltar que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro.
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Este, na realidade, é o período durante o qual se executa o orçamento, correspondendo,


portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário. O ciclo orçamentário é um período muito
maior, iniciando com o processo de elaboração do orçamento, passando pela execução e
encerramento com o controle.

Uma condição para que possamos compreender o orçamento como um instrumento de


planeamento das acções a serem executadas é entender como este deverá se processar, ou
seja, quais as fases formais que deverão ocorrer. Cabe salientar que o ciclo orçamentário é de
vital importância para uma melhor aplicabilidade das normas e exigências impostas na LRF.

Primeiramente nos cabe evidenciar o período como um todo para que possamos
entender posteriormente cada fase isoladamente, segundo Calil (p.15) o ciclo orçamentário “É
o período compreendido entre o início da elaboração orçamentária e o encerramento de
determinando exercício financeiro”, ou seja, compreende desde o início do planeamento até a
prestação de contas.

4.1.Execução do orçamento de receita


Dentro do período do ciclo financeiro deverão ser transcorridas quatro fases distintas:

a) Elaboração: consiste na fase do planeamento propriamente dito, compreende a


fixação de directrizes e metas concretas para o período a ser considerado, bem como o cálculo
do montante de recursos humanos, materiais e financeiros necessários para materialização das
directrizes e metas, culminando com a entrega da proposta pelo Executivo ao Legislativo;

b) Estudo e Aprovação: esta fase deverá ser desenvolvida sobre os auspícios do


Legislativo, que deverá discutir, por meio de comissões especialmente criadas para este
objectivo, os temas na proposta abordados com o objectivo de aprová-los e encaminhar
novamente ao Executivo.

c) Execução: período no qual a proposta já convertida em lei deverá ser posta em


prática com a finalidade de concretizar todos os objectivos estabelecidos;

d) Avaliação: consiste na verificação da implementação do orçamento, ou seja,


constatação da real materialização do que se havia planejado e aprovado. A avaliação não
deve ser estática, mas sim activa, tendo em vista que se constitui em papel importante no
processo de realização do orçamento.
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4.2.Classificação das receitas


A Receita pública divide-se em dois grandes grupos, sendo: Receita Orçamentária; Receita
Extra-orçamentais.

Esta subdivisão é levando-se em consideração a relação que a Receita tem, levando em


conta a sua participação no orçamento. Portanto, de maneira geral podemos verificar que pela
própria nomenclatura, uma das divisões será contemplada no orçamento enquanto a outra não
estará descrita no orçamento.

4.6.Características e Tipos de receitas


As Receitas Públicas são classificadas em quatros grandes grupos, como descrito a seguir:
Receitas Administradas; Receitas não Administradas ou Vinculadas; Receitas Directamente
Arrecadadas; Operações de Créditos.

Receitas administradas: são as receitas arrecadadas pela Secretaria da Receita Federal. A


este órgão também compete a administração e fiscalização das Receitas.

Exemplo: Imposto sobre a Renda; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, etc.

Receitas não administradas ou vinculadas: são as receitas arrecadas pela, mas não são
administradas por esta. A SRF arrecada a receita e a transfere para quem é de direito. Embora
seja arrecadada pelo INSS, através de GRPS, a contribuição previdenciária está incluída neste
grupo.

Receitas directamente arrecadadas ou próprias: estas receitas são provenientes de


esforço próprio de arrecadação de Órgãos da Administração Directas ou de Órgãos da
Administração Indirecta. Têm como característica o fato de serem arrecadadas por meio de
guias próprias de arrecadação e que os recursos delas advindos geralmente não transitam pela
Conta Única do Tesouro Nacional. As Receitas directamente Arrecadadas subdividem-se em
Receitas Directamente Arrecadadas do Tesouro e Receitas directamente Arrecadadas de
Outras Fontes.

Receitas de operações de crédito: são as receitas provenientes de operações financeiras


do Tesouro e das decorrentes de obrigações contratuais.

4.9.Receita extra-orçamentais
A Receita Extra-orçamentais compreende os recolhimentos efetuados, que constituirão
compromissos exigíveis, cujo pagamento não esta vinculado a uma autorização legislativa.
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Este tipo de receita é a que não integra o orçamento público. Sua realização não se vincula à
execução do Orçamento, nem constitui renda efectiva do Estado, que é apenas depositário
desses valores.

Exemplo de Receitas Extra-orçamentais: Cauções; Fianças; Salários não reclamados;


Depósitos de Terceiros.

No caso da receita extra-orçamentais o governo é obrigado a arrecadar valores que,


legalmente não lhe pertencem, portanto, não deveria se considerar válida a expressão
“receita” extra-orçamentais, devido a estamos diante de um simples embolso ou ingresso
extra-orçamentais.

Os ingressos extra-orçamentais inadequadamente chamados de receita extra-


orçamentais, nunca podem ser confundidos com as contas de resultado positivo, na óptica de
ciência contábil, pois eles detêm as características listadas ao lado, que são inteiramente
distintas das receitas: a) Não alteram o PL; b) São oriundos de fatos permutativos; c) Geram
dispêndios extra-orçamentais.

4.10.Despesa Públicas
A Despesa Pública é definida como sendo um o conjunto de dispêndios do Estado ou
de outra pessoa de direito público, destinados para o funcionamento efectivo dos serviços
públicos. Nesse sentido a despesa é parte integrante do orçamento público, ou seja, aquele em
que se encontram classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e
funções governamentais. Em outras palavras as despesas públicas evidenciam todas as acções
que serão necessárias para que a administração pública atinja seus objectivos, utilizando as
receitas para o seu custeio.

Despesa: Constitui-se de toda saída de recursos ou de todo o pagamento


efetuado, a qualquer título, pelos agentes pagadores para saldar gastos fixados
na lei do Orçamento ou em lei especial e destinado à execução dos serviços
públicos, entre eles custeios e investimento, além dos aumentos patrimoniais,
pagamento de dívidas, devolução de importâncias recebidas a título de cação,
depósito e consignações. (Jund, (2008).
4.11. Classificação da despesa pública
A despesa pública, assim como a receita pública, divide-se em dois grandes grupos,
sendo: Despesa Orçamentária; Despesa Extra-orçamentais
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Esta subdivisão é levando-se em consideração a relação que a Despesa tem, levando


em conta a sua participação no orçamento. Portanto, de maneira geral podemos
verificar que pela própria nomenclatura, uma das divisões será contemplada no
orçamento enquanto a outra não estará descrita no orçamento, assim como acontece na
receita. (Beck e Valente, 2014).
4.12.Despesa extra-orçamentais
A Despesa Extra-orçamentais compreende os valores cujos pagamentos não estão
vinculados a uma autorização legislativa. Este tipo de despesa não está discriminado no
orçamento público. Sua realização não se vincula à execução do Orçamento, e constitui-se em
saídas do passivo financeiro que possuem a finalidade de compensar as entradas no activo
financeiro através de receitas extra-orçamentais. Portanto, corresponde a devolução dos
valores entregues à administração pública através de Cauções, Fianças, Depósitos de
Terceiros e outras.

A Despesa Extra-orçamentais não precisa percorrer os estágios da despesa da


orçamentária, tendo em vista que se constitui apenas na devolução pura e simples de recursos
financeiros.

4.13.Despesas orçamentárias
As despesas orçamentárias são as que necessitam de autorização legislativa para poder
ser realizada, ou seja, devem figurar no orçamento público, para que se possa efectivamente
realizar o gasto.

4.14.Classificação por Esfera Orçamentária


A classificação da despesa por esfera orçamentária identifica o tipo de orçamento que está
sendo utilizado. Esta classificação é composta por dois dígitos conforme segue: Orçamento
Fiscal; Orçamento da Seguridade Social; Orçamento de Investimento.

Unidade V

5.Dotações e alterações orçamentais

5.1.Dotação orçamentária

Toda e qualquer verba prevista como despesa em orçamentos públicos e destinada a


fins específicos. Qualquer tipo de pagamento que não tenha dotação específica só pode ser
realizado se for criada uma verba nova ou dotação nova para suprir a despesa.
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Dotação orçamental – é o montante inscrito em cada rubrica orçamental, acrescido dos


reforços e deduzidos das anulações, constituindo o limite máximo de despesa a realizar no
respectivo ano económica.

5.2.Dotação utilizável 

A dotação utilizável significa a dotação total inscrita no orçamento ou a percentagem


de que se pode dispor. A cativação de dotações de despesa consiste na "retenção de verbas"
que se traduz numa "redução da dotação utilizável pelos serviços totais das receitas.

5.3.Dotação disponível

Dotação disponível – é a diferença entre o montante da dotação orçamental e o do


cativo obrigatório.

Dotação disponível de despesa é a quantia que, em cada momento, se encontra liberta


para iniciar novos processos de despesa, designadamente para cabimentação. Dito de outra
forma, é a dotação corrigida, considerando cativos/descativos, cabimentos e reposições
abatidas aos pagamentos.

Equivalentes de caixa são investimentos a curto prazo de elevada liquidez, facilmente


convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estão sujeitos a um risco
insignificante de alterações no valor.

5.4.Dotação provisional
A dotação provisional corresponde à dotação orçamental que é inscrita num capítulo
específico do orçamento de despesa do Ministério das Finanças (capítulo 60 do Orçamento do
Estado) e que constitui uma provisão para fazer face a despesas não previstas e inadiáveis.

5.5.Alteração orçamental
A alteração orçamental consiste no reforço e/ou anulação de uma dotação orçamental
de despesa ou da previsão de receita, destinando-se a ajustar o orçamento à execução
orçamental. Não resulta necessariamente numa alteração à lei do Orçamento do Estado (OE).
A competência para a sua autorização depende do tipo de alteração orçamental, podendo ser
do Governo, da Assembleia da República ou dos serviços (gestão flexível). A lei de
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enquadramento orçamental determina a divulgação trimestral das alterações orçamentais e dos


mapas da lei do OE modificados pelas referidas alterações.

Alteração orçamental modificativa é aquela que procede à inscrição de uma nova


natureza de receita ou de despesa ou da qual resulta o aumento do montante global de receita,
de despesa ou de ambas, face ao orçamento que esteja em vigor.

Alteração orçamental de anulação ou diminuição consubstancia a extinção de uma


natureza de receita ou despesa prevista no orçamento que não terá execução orçamental ou a
redução de uma previsão de receita ou dotação de despesa.

Alteração orçamental por crédito especial corresponde a um incremento do orçamento


de despesa com compensação no aumento da receita cobrada.

5.6.Dotação reforçada
Reforço de dotações – constitui no aumento efectivo de recursos anteriormente
aprovados para fazer face a situações de carência orçamental ou não previstas; Reposição – é
a recuperação de uma quantia paga a mais ou indevidamente, por qualquer serviço ou unidade
orgânica do sector público a particulares ou entre si.

5.7.Dotação reduzida 
Dividendo: diferença entre a dotação (após o abatimento dos duodécimos dos meses
anteriores) e a importância da anulação; divisores: número de meses que faltaram para o fim
do ano, contados a partir do mês inclusive a qual foi actualizado a alteração orçamental.
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6.Conclusão
Chegado ao final da síntese das cinco unidades conclui-se que antes de realizar o
exercício avaliativo, vamos revisar alguns tópicos que consideramos essenciais. Vimos que,
para cumprir com as suas finalidades de prestar serviços à população, o Estado necessita da
obtenção de recursos (receitas) para realizar as despesas necessárias. Esse processo é
denominado actividade financeira do Estado.

A receita pública é o ingresso de recursos que integra ao património público de forma


permanente, enquanto as receitas orçamentárias são aquelas pertencentes ao ente público,
arrecadadas exclusivamente para aplicação em programas e acções governamentais. A
credibilidade do orçamento depende do critério com que se elabora a estimativa de receita
para o ano seguinte. Esse processo é relativamente complicado, porque envolve variáveis,
como desempenho da economia, possibilidade de mudanças na legislação tributária e a
actuação directa do poder público tanto na fiscalização como na negociação de recursos, que
estão sujeitos a diversos tipos de influência.

Abordamos também o conceito e diferentes classificações sobre despesa pública, a


qual está estruturada e agrupada em determinados critérios, definidos com o objectivo de
atender às necessidades de informação demandadas pelos agentes públicos, ou por qualquer
cidadão que participe do processo orçamentário, bem como pela sociedade organizada. Com
detalhes, estudamos que o modelo brasileiro de classificação da despesa orçamentária observa
quatro critérios: classificação institucional; estrutura programática; classificação por natureza
de despesa; e classificação funcional. Além disso, tratamos também de dois outros conceitos
de despesa bastante utilizados no governo: despesas obrigatórias e despesas discricionárias.

As despesas obrigatórias são aquelas nas quais o gestor público não possui
discricionariedade quanto à determinação do seu montante, bem como ao momento de sua
realização, por determinação legal ou constitucional.
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Bibliografia
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Orçamento. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/ orçamento
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