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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL

Curso Orçamento Público

Módulo V
execução ORÇAMENTÁRIa

(ORG) Fernando Cesar Rocha Machado

brasília
2015
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
Nelson Barbosa

Secretário-Executivo
Dyogo Henrique de Oliveira

Secretária de Orçamento Federal


Esther Dweck

Secretários-Adjuntos
Antonio Carlos Paiva Futuro
Franselmo Araújo Costa
George Alberto Aguiar Soares

Diretores
Clayton Luiz Montes
Felipe Daruich Neto
Marcos de Oliveira Ferreira
Zarak de Oliveira Ferreira

Coordenador-Geral de Inovação e
Assuntos Orçamentários e Federativos
Luiz Guilherme Pinto Henriques

Coordenadora de Educação e Difusão Orçamentária


Rosana Lôrdelo de Santana Siqueira

Organização do Conteúdo
Fernando Cesar Rocha Machado

Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho

Revisão Gramatical e Ortográfica


Renata Carlos da Silva Informações:
www.orcamentofederal.gov.br
Projeto Gráfico e Diagramação Secretaria de Orçamento Federal
Tiago Ianuck Chaves SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8,
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
Colaboração escolavirtualsof@planejamento.gov.br
Bruno Rodolfo Cupertino
Karen Evelyn Scaff
Munique Barros Carvalho
Olivia Pereira Paranayba

Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.


Secretaria de Orçamento Federal. Escola Virtual SOF.
Curso Orçamento Público / organização de Fernando
Cesar Rocha Machado. Brasília, 2014.
5 v. ; il.

Conteúdo: Módulo I. Orçamento público: conceitos e


Fundamentos. Módulo II. Instrumentos do processo
Orçamentário. Módulo III. Receita orçamentária. Módulo IV.
Despesa orçamentária. Módulo V. Execução orçamentária.

1. Orçamento público. 2. Finanças públicas. I. Machado,


Fernando Cesar Rocha. II. Título.

CDU: 336.121.3(81)
CDD: 351.722
Objetivo do Módulo

Apresentar informações relevantes sobre a execução orçamentária e o seu controle.


e avaliação.

UnidadeS ABORDADAS

I Alterações Orçamentárias
II Programação e Limitação Orçamentária e Financeira
III Execução Orçamentária: elementos básicos
IV Controle e Avaliação da Execução Orçamentária
Sumário
Apresentação.......................................................................................................................................7

Unidade I - alterações orçamentárias.......................................... 9


Créditos Adicionais.....................................................................................................................11
Fontes de Financiamento dos Créditos Adicionais..........................................................15
Outras Alterações Orçamentárias..........................................................................................17

Unidade II - Programação e Limitação Orçamentária e


Financeira............................................................................................... 19
Programação e Execução Financeira................................................................................... 26

Unidade III - execução ORÇAMENTÁRIA: elementos básicos.... 29


Restos a Pagar............................................................................................................................. 30
Despesas de Exercícios Anteriores....................................................................................... 34
Suprimentos de Fundos........................................................................................................... 36

Unidade IV - controle e avaliação da execução


orçamentária........................................................................................ 41
Controle Institucional............................................................................................................... 42
Controle Interno......................................................................................................................... 43
Controle Externo........................................................................................................................ 44
Controle Social............................................................................................................................ 47
Avaliação da Execução Orçamentária................................................................................. 49

conclusão.............................................................................................. 53

REVISÃO DO Módulo............................................................................. 55

Gabarito Exercícios............................................................................ 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................. 59
Apresentação

Caro (a) participante!

Chegamos ao módulo V do curso Orçamento Público! Até aqui estudamos conteúdos


relevantes sobre o tema orçamentário: conceitos, fundamentos, instrumentos, receitas e
despesas. Agora vamos concluir nossos estudos, abordando informações sobre alterações
orçamentárias, programação orçamentária e financeira, e controle e avaliação da execução
orçamentária , tendo como referência o contexto orçamentário da União.

Temos a expectativa de que o conteúdo do módulo possibilite a aquisição de


conhecimentos, reflexões e aprendizado, de forma que possam ser feitas relações com os
conteúdos já estudados nos demais módulos do curso.

Desejamos Bons Estudos!

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Unidade I
ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

P ara compreender o que será abordado a respeito das alterações orçamentárias, convi-
damos você a considerar as seguintes reflexões:

As contas mensais do seu orçamento doméstico


já apresentaram comportamento e valores diferentes
dos previstos, em função de algum acontecimento
inesperado? Como por exemplo: a compra de um
remédio para curar uma gripe? Ou a contratação de
um mecânico para consertar o motor do seu carro que
apresentou um problema de última hora?

• Você acredita que é importante ter flexibilidade para mudar algumas


decisões que tomamos anteriormente nas nossas vidas?

Na medida em que você vai refletindo, analisaremos o que estas questões iniciais
têm a ver com o orçamento público. Portanto, assim como em sua vida podem ocorrer
situações inesperadas, o orçamento público também pode ser modificado, mesmo durante
a sua execução.

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Assim, esta unidade tem como objetivo abordar as principais informações sobre as
alterações orçamentárias.

Após o orçamento ser aprovado pelo Poder


Legislativo e sancionado pelo chefe do Poder Executivo,
conforme foi visto no módulo II, o ciclo orçamentário
tem continuidade com a fase de execução.

Dessa forma, o orçamento anual é produto de


um processo de planejamento e de decisões tomadas
de forma antecipada. Entretanto, é possível que
durante a execução orçamentária ocorram situações,
fatos novos ou mesmo problemas não previstos nas
Figura 1 | Ciclo orçamentário etapas de sua elaboração.

Diante desse contexto, surge a necessidade de adoção de mecanismos que venham


a corrigir estas falhas de previsão e que retifiquem o orçamento. (ALBUQUERQUE,
MEDEIROS E FEIJÓ, 2008).

Assim, as alterações orçamentárias são formas de modificar a Lei Orçamentária


originalmente aprovada, a fim de adequá-la à real necessidade de execução dos programas
de governo, bem como de corrigir eventuais distorções.

A sua base legal é fundamentada pela Constituição Federal de 1988, Lei nº 4.320/1964,
Lei Complementar nº101/2000, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária
Anual em vigor. Tais alterações se dividem em: Créditos Adicionais e Outras Alterações
Orçamentárias.

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Créditos Adicionais

Durante a execução do orçamento, as dotações


inicialmente aprovadas na LOA podem revelar-
se insuficientes para realização dos programas
de trabalho, ou podem ocorrer necessidades de
realização de despesas não autorizadas inicialmente,
como, por exemplo, o aumento da demanda por
determinados medicamentos acima das quantidades
previstas inicialmente, ou a compra de mantimentos
para desabrigados de uma região afetada por uma
enchente.

Diante de tais situações, a LOA poderá ser alterada no decorrer de sua execução


por meio de créditos adicionais, que são autorizações de despesa não computadas
ou insuficientemente dotadas na lei do orçamento em vigência.

Os créditos adicionais são classificados em:

Figura 2 | Tipos de créditos adicionais

Os Créditos Suplementares são destinados ao reforço de dotação orçamentária com


valores alocados de forma insuficiente. A LOA poderá conter autorização para abertura
de créditos suplementares até determinada importância ou percentual, sem a necessidade
de submissão do crédito ao Poder Legislativo.

Mas como isso ocorre na prática? Vejamos, por exemplo, a LOA-2013, cujas programações
orçamentárias contempladas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) poderão

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ser suplementadas (complementadas) em até 30% em relação ao valor autorizado na


referida lei, sem a necessidade de outra autorização legal.

Por outro lado, caso o montante proposto ultrapasse o valor autorizado na LOA,
a aprovação do crédito fica condicionada à autorização legal específica, ou seja, será
necessário o encaminhamento de Projeto de Lei ao Poder Legislativo com vistas à obtenção
de autorização legal para a execução das despesas suplementares, cuja finalidade deverá
ser devidamente justificada.

Cabe observar que os créditos suplementares terão vigência limitada ao exercício


em que forem abertos. Para entender as características deste tipo de crédito adicional,
vamos analisar uma situação hipotética:

Existe, na Lei Orçamentária Anual (LOA) do seu município,


uma autorização de dotações destinadas para a aquisição
de materiais médicos. Porém, acaba ocorrendo um fato
inesperado: uma súbita valorização do dólar, fazendo com
que o preço dos medicamentos necessários se eleve. Assim,
para garantir a quantidade prevista inicialmente para o
pleno atendimento da população da cidade, será necessário
reforçar ou suplementar o valor de tais dotações, para que
sejam suficientes para cobrir o referido aumento. Essas do-
tações terão o mesmo prazo de vigência da LOA, ou seja, só
valem até o final do ano.

Os Créditos Especiais são os destinados a despesas para as quais não haja dotação
orçamentária específica, devendo ser autorizados por lei. Cabe frisar que sua abertura
depende da existência de recursos disponíveis e de exposição que a justifique.

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Os créditos especiais não poderão ter vigência além do exercício em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que, reaberto nos limites dos seus saldos, poderão viger até o
término do exercício financeiro subsequente. Ressalta-se que tais créditos devem estar
em consonância com o PPA. Para auxiliar no entendimento sobre a utilização dos créditos
especiais, observe o exemplo a seguir:

De acordo com o planejamento de um determinado es-


tado, havia a previsão de construção de um trecho rodo-
viário entre duas cidades. Porém, as dotações necessárias
para a realização da referida despesa não foram incluí-
das na elaboração da proposta orçamentária estadual,
tendo em vista que o projeto desta obra apresentava pro-
blemas para a obtenção de licença ambiental. No entanto, com a Lei Or-
çamentária já aprovada e em plena execução, os problemas relacionados
ao referido projeto foram sanados e o mesmo obteve a licença ambiental
necessária. Diante disso, o governo estadual, ao considerar a importância
dos impactos econômicos e sociais decorrentes da construção do trecho
em questão, decidiu encaminhar projeto de lei para a autorização desta
despesa, não prevista na lei orçamentária vigente. Por fim, o Poder Le-
gislativo estadual, por meio de um crédito especial, aprovou, no mês de
outubro, as dotações orçamentárias necessárias para custear essa nova
despesa, viabilizando a execução do projeto. Tendo em vista que o referi-
do crédito foi promulgado dentro do período dos últimos quatro meses do
ano, poderá ser reaberto, nos limites dos seus saldos, no ano seguinte.

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Os Créditos Extraordinários são os destinados a despesas urgentes e imprevisíveis,


abertos por Medida Provisória, no caso federal, e por decreto do Poder Executivo para os
demais entes, dando imediato conhecimento deles ao Poder Legislativo.

Os créditos extraordinários não podem ter vigência além do exercício em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão viger até o
término do exercício financeiro subsequente.

Imaginemos a ocorrência de situações de calamidade


pública ou comoção interna, tais como enchentes com
prejuízos e danos a uma cidade ou região, que ensejam
a rápida atuação do Estado. Essas despesas são urgentes
e vitais para a população! Nesses casos, são utilizados os
créditos extraordinários, conforme estabelece o art.167 da
Constituição Federal.

Para ajudá-lo(a) a compreender melhor as principais características dos Créditos


Adicionais, observe o quadro a seguir:

Crédito Adicional
Suplementares Especiais Extraordinários
Atender a programas
Atender a despesas  imprevisí-
I - Finalidade Reforço do orçamento. não contemplados no orça-
veis e urgentes.
mento.

Prévia, podendo ser incluí- Aberto por Medida Provisória


Prévia, por meio de lei espe-
II - Autorização    da na própria lei de orçamen- submetida ao Congresso Na-
cífica. 
to ou em lei específica. cional.

 Indicação obrigatória (supe- Indicação obrigatória (superá- Indicação não obrigatória


rávit financeiro, excesso de ar- vit financeiro, excesso de arre- (no entanto, recomenda-se a uti-
III - Recursos 
recadação, anulação de dota- cadação, anulação de dotação lização da reserva de  contin-
ção ou operações de crédito).  ou operações de crédito).  gência).

No exercício em que foi auto- No exercício em que foi auto- No exercício em que foi autori-


IV - Vigência
rizado. rizado. zado.

 Só para o exercício seguin-


Só para o exercício seguinte,
te, se autorizado nos últi-
V - Prorrogação Não permitida. se autorizado em um dos qua-
mos quatro meses do exer-
tro últimos meses do exercício.
cício.

Quadro 1 | Resumo das características dos Créditos Adicionais


Fonte: Elaboração Equipe Escola Virtual SOF
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O quadro sintetiza os tipos de créditos orçamentários e as PARA SABER MAIS

situações em que devem ser utilizados. Superávit


financeiro
Até aqui, você já havia pensado como são custeados os Diferença positiva en-
tre o ativo financeiro
créditos adicionais? Pois bem, é importante que você saiba como
e o passivo financeiro,
ocorre tal financiamento, destacando os recursos que viabilizam a conjugando-se, ainda,
os saldos dos créditos
sua execução.
adicionais e as opera-
ções de créditos a eles
vinculados. De acordo
Fontes de Financiamento dos Créditos Adicionais com Albuquerque, Me-
deiros e Feijó (2008) o
ativo financeiro com-
Segundo a Lei nº 4.320/64, a abertura dos créditos preende os créditos
e valores realizáveis
suplementares e especiais depende da existência de recursos independentemente
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição de autorização orça-
mentária. Da mesma
justificada. Ainda, segundo a referida lei, consideram-se recursos forma, o passivo finan-
para abertura dos créditos adicionais: ceiro compreende os
compromissos exigí-
veis cujo pagamento
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial seja independente de
do exercício anterior. autorização orçamen-
tária.

GLOSSÁRIO
Ao final do exercício x, ao elaborar o seu ba-
Balanço
lanço patrimonial, a União apurou um saldo patrimonial
Demonstrativo con-
financeiro positivo. Os recursos oriundos deste
tábil que apresenta,
num dado momento,
saldo poderão ser utilizados para a abertura de
a situação estática do
créditos adicionais no exercício X + 1. patrimônio da entida-
de em termos de ativo,
passivo e patrimônio
líquido.

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PARA SABER MAIS II – o excesso de arrecadação.


Excesso de
arrecadação
O montante da receita arrecadada com
É o saldo positivo das
diferenças acumula- os tributos da União pode ser maior do
das, mês a mês, entre a
arrecadação da receita que o montante estimado na lei orça-
prevista e a realiza-
da, considerando-se, mentária do exercício vigente, resultan-
ainda, a tendência do
exercício, segundo a do em saldo superavitário que poderá
definição do art. 43, §
3º, da Lei Federal nº. ser gasto com a realização de despesas
4.320, de 17 de março
de 1964. a serem autorizadas por meio de crédi-
tos adicionais.

III – os recursos resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias


ou de créditos adicionais autorizados em lei.

Na lei orçamentária de determinado município foi autori-


zado montante de despesa (dotação orçamentária) para
a reforma de calçadas no centro da cidade. Porém, verifi-
cou-se que o único equipamento de raio-x do hospital mu-
nicipal está danificado, sendo necessária a aquisição de
um novo equipamento. A gestão municipal constatou que
não havia recursos orçamentários disponíveis para a com-
pra de um novo equipamento. Tendo em vista a relevância
do problema, a gestão optou por propor uma solução
por meio do remanejamento de dotações orçamentárias:
transferir os recursos autorizados para a reforma das cal-
çadas para viabilizar a compra de um novo equipamento
de raio-x. Para isso, deverá providenciar a abertura de cré-
dito adicional com a utilização de tais recursos.
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IV – o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que, juridicamente,


possibilite ao Poder Executivo realizá-las.

Após a aprovação da Lei Orçamentária, a União firmou contrato


de empréstimo junto a um determinado organismo internacio-
nal, tendo em vista a modernização administrativa de um dos
seus Ministérios.

Para poder executar as despesas financiadas pelas receitas que ingressaram via
empréstimo, faz-se necessária a autorização via crédito adicional. Cumpre informar que
a mesma regra se aplica aos contratos de doações.

Outras Alterações Orçamentárias

Conforme estudado, sabemos que a peça orçamentária especifica as receitas e


despesas que um determinado governo está autorizado a realizar.

Além das alterações promovidas pelos créditos adicionais, PARA SABER MAIS

há possibilidade de promover modificações em classificações DE/PARA


institucional
orçamentárias, sem necessariamente alterar os montantes das
dotações autorizadas no orçamento: fonte de recursos, modalidade Transposição de do-
de aplicação, identificador de resultado primário, identificador de tações orçamentárias
de uma unidade orça-
uso, identificador de doações e operações de crédito e DE/PARA mentária para outra
institucional. (DE/PARA), no caso de
reestruturação orga-
nizacional do Poder
No âmbito da União, todos os anos, após a publicação da Lei Executivo ou de trans-
Orçamentária Anual, são estabelecidos procedimentos e prazos para ferência de atribuições
de unidade, órgão
solicitação de alterações orçamentárias, que são regulamentados ou entidade, extinto,
por meio de Portaria da Secretaria de Orçamento Federal (SOF). transformado, transfe-
rido, incorporado ou
desmembrado.

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Por fim, reiteramos que as alterações orçamentárias são mecanismos que conferem
maior flexibilidade à gestão orçamentária, contribuindo para uma execução mais eficiente
das políticas públicas.

Para obter mais informações acerca das alterações orçamentárias,


sugerimos que você visite o ambiente virtual de aprendizagem e veja o
material de apoio complementar sobre esse assunto.

ExERCíCIO 01
Com relação às alterações orçamentárias, marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmativas
abaixo:
( ) as alterações orçamentárias são formas de modificar a Lei Orçamentária
originalmente aprovada, a fim de adequá-la à real necessidade de execução
dos programas de governo, bem como de corrigir eventuais distorções.
( ) Os créditos suplementares são os destinados a despesas para as quais não
haja dotação orçamentária específica, devendo ser autorizados por lei.
( ) a LOa poderá conter autorização para abertura de créditos suplementares até
determinada importância ou percentual, sem a necessidade de submissão do
crédito ao Poder Legislativo.
( ) Os créditos extraordinários são os destinados a despesas urgentes e
imprevisíveis, serão  abertos por Medida Provisória, no âmbito federal, e
por decreto do Poder executivo para os demais entes, os quais deverão dar
imediato conhecimento deles ao Poder Legislativo.
( ) são fontes de financiamento dos créditos adicionais: o déficit financeiro, o
excesso de arrecadação, a anulação parcial ou total de dotações orçamentárias
e o produto de operações de crédito autorizadas.

18 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


Unidade II
programação e limitação
orçamentária e financeira

N o módulo II você aprendeu que um governo deve priorizar os seus gastos com vistas
a atender as principais necessidades da população e cumprir com o pagamento de
suas dívidas, uma vez que os recursos disponíveis são escassos e que a garantia do equi-
líbrio fiscal é fundamental.

Diante dessa perspectiva, o objetivo dessa unidade é discutir a importância do


Decreto de Programação e Limitação Orçamentária e Financeira, tendo em vista ser um
instrumento relevante para a execução orçamentária e, consequentemente, à gestão fiscal
da União.

Mas o que é este Decreto?

Este Decreto é um documento publicado pela


Presidência da República, no qual são adotados parâmetros
para as receitas e despesas aprovadas na Lei Orçamentária
Anual, tendo em vista ajustar as contas públicas à realidade
econômica e fiscal do País. Além disso, esse instrumento tem
como função estabelecer uma programação para as entradas
e saídas financeiras do caixa da União.

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Para melhor compreender a aplicação deste decreto, faz-se necessário discutir


aspectos da gestão fiscal que contextualizam a sua importância.

Entre outras atribuições, estudamos que a LDO define metas anuais, para o exercício
a que se refere e para os dois subsequentes, relativas às receitas, despesas, resultados
nominal e primário (superávit ou déficit).

Portanto, a LDO caracteriza-se como um instrumento primordial para uma gestão


fiscal prudente, que estabelece parâmetros fiscais a serem alcançados, dentre eles o
superávit primário.

Você já aprendeu que o resultado primário demonstra se os gastos orçamentários do


ente estão compatíveis com sua arrecadação. É a diferença entre as receitas e despesas não
financeiras do setor público (ou seja, as receitas e despesas primárias), não computadas
desta forma as receitas e despesas com “rolagem da dívida” e operações de crédito
(receitas e despesas financeiras).

Quando essa diferença é positiva (as receitas são maiores que as despesas) temos
um “superávit”, o qual reflete o esforço fiscal do governo. O “superávit primário” é uma
indicação de quanto o governo economizou ao longo de um período de tempo (geralmente
um ano), com vistas ao pagamento de suas dívidas.

Essa economia visa à contínua redução da dívida dos entes públicos, possibilitando
um maior espaço fiscal para a realização das políticas públicas necessárias e maior
sustentabilidade orçamentária.

Para ilustrar a importância da prudência e sustentabilidade na gestão das contas


públicas, podemos pensar, guardadas as devidas proporções, nas nossas contas pessoais.

Se, por exemplo, gastamos mais do que recebemos, no médio prazo estaríamos com
as nossas contas comprometidas apenas com o pagamento de empréstimos e de seus juros,
sem margem para arcar com despesas básicas, tais como plano de saúde, supermercado,
água, luz e etc., bem como com despesas imprevisíveis e urgentes: conserto de veículo,
remédios.

Analise a situação de uma família que tem uma renda mensal de R$ 5.000,00, que
financia as seguintes despesas:

20 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

RECEITAS DESPESAS
Salários R$ 5.000 Saúde R$ 1.000,00

Educação R$ 1.500,00

Alimentação R$ 500,00

Lazer R$ 400,00

Dívidas R$ 1.000,00

Total R$ 5.000,00 Total R$ 4.400,00

Cabe informar que as dívidas da família são relativas a financiamento imobiliário e


à aquisição de veículo. Ressalta-se que a dívida foi necessária para garantir uma melhor
qualidade de vida à família, que não dispunha de recursos suficientes no momento da
aquisição dos bens, decorrendo em parcelas mensais de R$ 1.000,00.

Observa-se, então, que o total das receitas é maior do que o das despesas. Dessa
forma, temos como resultado um superávit de R$ 600,00. Cabe destacar que para o cálculo
do resultado primário não são contabilizadas as despesas com dívidas (R$ 1.000,00).

Portanto, neste caso, foi obtido um superávit primário de R$ 1.600,00. Com este
resultado, dentre as possíveis destinações, a família pode decidir amortizar e reduzir as
suas dívidas, de forma a promover maior sustentabilidade de suas contas.

Por outro lado, caso a condução das contas da família fosse feita de forma não
planejada, poderíamos ter a seguinte situação:

RECEITAS DESPESAS
Salários R$ 5.000 Saúde R$ 1.500,00

Educação R$ 2.200,00

Alimentação R$ 800,00

Lazer R$ 700,00

Dívidas R$ 1.300,00

Total R$ 5.000,00 Total R$ 6.500,00

Deste modo, as contas familiares resultariam em déficit, uma vez que as despesas
são maiores que as receitas em R$ 1.500,00. Excluindo as dívidas, no montante de R$
1.300,00, temos como resultado um déficit primário no valor de R$ 200,00.

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Assim, considerando que não haja o devido aumento das receitas de seus salários,
o resultado primário deficitário demonstra que a família recorreria à elevação do seu
nível de endividamento para poder arcar com esse montante de despesas excedente (R$
200,00), o que no longo prazo prejudicaria o orçamento desta família, tendo em vista que
o montante das dívidas cresceria de forma contínua.

Quanto ao governo, ele deve estabelecer uma gestão prudente e equilibrada de suas
contas, incluindo o nível de endividamento público sob a sua responsabilidade. De acordo
com a LRF, o governo deve primar em manter níveis sustentáveis do seu endividamento.
Assim, a garantia do alcance do superávit primário contribui de forma relevante para tal
objetivo.

Em síntese, o cálculo do resultado primário é uma forma de avaliar se o Go-


verno está ou não operando dentro de seus limites orçamentários, ou seja,
se está ocorrendo redução ou elevação do endividamento do setor público,
o que justifica a importância do seu monitoramento contínuo.

Agora reflita: com base no conteúdo abordado até aqui,


você já consegue responder qual a relação entre a LDO, LOA
e o Decreto de Programação e Limitação Orçamentária e
Financeira?

Em decorrência da necessidade de garantir o cumprimento dos resultados fiscais


estabelecidos na LDO e de obter maior controle sobre os gastos, a Administração Pública,
em atendimento aos arts. 8º, 9º e 13 da LRF, faz a programação orçamentária e financeira
da execução das despesas públicas, autorizadas na lei orçamentária vigente, bem como o
monitoramento do cumprimento das metas de superávit primário.

A preocupação de manter o equilíbrio entre receitas e despesas, no momento da


execução orçamentária, já constava na Lei nº 4.320, de 1964, prevendo a necessidade de
estipular cotas trimestrais das despesas que cada Unidade Orçamentária ficava autorizada
a utilizar.

22 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Esse mecanismo foi aperfeiçoado na LRF, que determina a elaboração da


programação financeira e do cronograma mensal de desembolso, bem como a fixação das
metas bimestrais de arrecadação, no prazo de 30 dias após a publicação dos orçamentos.

Verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou o aumento das despesas


obrigatórias, que venham a comprometer o alcance das metas fiscais, torna-se necessária
a adoção de mecanismos de ajuste entre receita e despesa.

Nessa direção, a limitação dos gastos públicos é feita por meio de Decreto do Poder
Executivo e por ato próprio dos demais Poderes, de acordo com as regras fixadas na LDO
de cada exercício.

No âmbito do Poder Executivo, esse decreto ficou conhecido como Decreto de


Contingenciamento, que, normalmente, é detalhado por Portaria Interministerial
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e Ministério da Fazenda), evidenciados
os valores autorizados para movimentação e empenho e para pagamentos no decorrer do
exercício. Em resumo, os objetivos desse mecanismo são:

a) estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira


para o exercício;
b) estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação
(pagamento) dos recursos financeiros para o Governo;
c) cumprir a legislação orçamentária (LRF, LDO etc.); e
d) assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício
financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

Desse modo, a utilização desse mecanismo visa adequar os valores autorizados na


Lei Orçamentária à realidade fiscal do exercício, uma vez que o cenário econômico sofre
alterações que impactam as contas públicas.

Portanto, atuando concomitantemente com as políticas PARA SABER MAIS

monetária, creditícia e cambial, o governo procura criar as Dívida Pública


condições necessárias para a queda gradual do endividamento Dívida contraída pelo
governo com o objeti-
público líquido em relação ao PIB, a redução das taxas de juros e a vo de financiar gastos
melhora do perfil da dívida pública. não cobertos com a ar-
recadação de tributos.
O Decreto de Contingenciamento é constituído de anexos, que
contêm limites orçamentários para a movimentação e o empenho
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de despesas, bem como limites financeiros que orientam e ajustam o pagamento de


despesas empenhadas e inscritas em restos a pagar, inclusive de anos anteriores. Conheça
alguns destes anexos:

Anexo I - Programação de Movimentação e Empenho: informa quais os limites


orçamentários disponíveis para cada órgão do Poder Executivo Federal.

FIGuRA 3 | anexo de programação de movimentação e empenho.

Para compreender melhor como ocorre o contingenciamento orçamentário, cabe


utilizar o exemplo do órgão 41000 – Ministério das Comunicações constante no Anexo I.
Conforme pode ser observado, o referido órgão tem um montante de R$ 803,8 milhões
autorizado na LOA, porém o total da dotação disponível até agosto do ano de sua
publicação é de R$ 788,0 milhões, resultando num contingenciamento de R$ 15,8 milhões.

É importante mencionar que o contingenciamento foi realizado no âmbito das


despesas discricionárias do órgão, identificadas na coluna “Demais”, e que o seu montante
pode ser revisto com base em novas avaliações fiscais.

24 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Dessa forma, o contingenciamento consiste no retardamento ou, ainda, na


inexecução de parte da programação de despesa prevista na Lei Orçamentária em função
da insuficiência de receitas. Normalmente, no início de cada ano, o Governo Federal emite
um Decreto limitando os valores autorizados na LOA, relativos às despesas discricionárias
ou não legalmente obrigatórias (investimentos e custeio em geral).

Anexo VII - Arrecadação/previsão das Receitas Federais: detalha os valores


arrecadados no 1º bimestre e apresenta os valores previstos para os demais bimestres.

Figura 4 | Anexo de arrecadação/previsão das receitas federais.

Anexo X - Resultado Primário dos orçamentos fiscal, da seguridade social e das


empresas estatais: apresenta as projeções da receita, da despesa e do resultado primário
para cada orçamento. Cabe lembrar que as três esferas orçamentárias constituem apenas
um orçamento da União, respeitando o princípio da unidade orçamentária.

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Figura 5 | Anexo do resultado primário dos orçamentos fiscal,


da seguridade social e das empresas estatais.

Após conhecer alguns dos anexos do decreto, agora será abordado outro aspecto
importante do decreto: Programação e Execução Financeira.

Programação e Execução Financeira

De acordo com Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008), adequar o ritmo de pagamentos


ao ritmo dos ingressos de recursos financeiros do caixa (tesouraria) é problema que se
apresenta aos administradores de qualquer organização, seja no setor público ou no setor
privado.

Assim, afirmam que a realização de um “orçamento de caixa”, ou programação


financeira, permite ao gestor financeiro antecipar providências para garantir que sejam
realizados, nos prazos estabelecidos, os pagamentos aos fornecedores, aos credores e aos
trabalhadores da instituição.
26 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Para entender melhor o funcionamento deste mecanismo, devemos pontuar algumas


características relacionadas à execução orçamentária e financeira:

Características Crédito (orçamento) Recurso (financeiro)


Recolhimento de tributos e demais
receitas para pagamentos de despesas
Execução Utilização dos créditos autorizados na LOA
autorizadas na LOA. Esse fluxo ocorre
no âmbito da conta única da União

Etapas da Despesa Empenho e Liquidação Pagamento

Sistema de tecnologia da
SIOP SIAFI
informação

Órgão Responsável Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministério da Fazenda

Quadro 2 | Características crédito e recurso.

É importante destacar que, embora com características diferentes, os elementos das


programações orçamentárias e financeiras se complementam para viabilizar a gestão
fiscal e a execução das políticas públicas. Assim, o Decreto possibilita harmonizar essas
duas dimensões da gestão fiscal.

Ainda, segundo Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008), um bom planejamento do


fluxo de caixa deve ser estabelecido para que:
a) Eventuais insuficiências de caixa deixem de ocorrer; Glossário

b) Os recursos disponíveis não se mantenham ociosos; Fluxo de Caixa


c) Se possível, uma reserva mínima de caixa se É o fluxo efetivo de
entradas e saídas de
mantenha disponível, para atendimento de eventuais dinheiro do caixa de
contingências; uma organização pú-
blica ou privada.
d) Programas em andamento não sejam paralisados por
falta de recursos;
e) A execução dos programas se mantenha em ritmo
regular, em conformidade com o planejamento
pertinente, com elevado grau de eficiência;
f) Recursos de terceiros a serem utilizados sejam
previamente negociados, para que se obtenham as
melhores condições de crédito;
g) O mercado de crédito não seja negativamente afetado
pelo não cumprimento das obrigações;
h) Problemas sociais não sejam causados por atrasos nos
pagamentos de salários.

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Diante do conteúdo apresentado, podemos verificar a importância do Decreto de


Programação Orçamentária e Financeira e de Limitação de Empenho e Movimentação
Financeira para as finanças públicas do País.

Para obter mais informações acerca do decreto de Programação Orçamentária


e Financeira e de Limitação de empenho e Movimentação Financeira, indicamos
consultar o material disponível no ambiente virtual de aprendizagem.

A seguir iremos estudar elementos básicos da execução orçamentária.

ExERCíCIO 02

Com relação ao decreto de Programação Orçamentária e Financeira e de Limitação de


empenho e Movimentação Financeira, marque a opção incorreta:
a) O resultado primário demonstra se os gastos orçamentários do ente estão
compatíveis com sua arrecadação. É a diferença entre as receitas e despesas
não financeiras do setor público (ou seja, as receitas e despesas primárias), não
computadas desta forma as despesas com “rolagem da dívida” e operações de
crédito.
b) administração Pública, em atendimento aos arts. 8º, 9º e 13 da LRF, faz a
programação orçamentária e financeira da execução das despesas públicas,
autorizadas na lei orçamentária vigente, bem como o monitoramento do
cumprimento das metas de superávit primário.
c) Verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou o aumento das
despesas obrigatórias, que venham a comprometer o alcance das metas
fiscais, torna-se necessária a adoção de mecanismos de ajuste entre receita e
despesa.
d) a limitação dos gastos públicos é feita por meio de decreto do Poder executivo
e por ato próprio dos demais Poderes, de acordo com as regras fixadas no
PPa.
e) O objetivo primordial da política fiscal do governo é promover a gestão
equilibrada dos recursos públicos, de forma a assegurar a manutenção da
estabilidade econômica e o crescimento sustentado.

28 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


Unidade III
execução ORÇAMENTÁRIA:
elementos básicos

D e acordo com Giacomoni (2007), na execução orçamentária, terceira etapa do ciclo


orçamentário, as decisões e as escolhas expressas na lei orçamentária assumem na-
tureza financeira na forma de fluxos de recursos que entram e saem do Tesouro.

É nessa fase que os órgãos colocam


em prática a política pública plane-
jada, que é viabilizada com a execu-
ção das despesas por meio de com-
pras, licitações, contratações, entre
outros mecanismos regulamentados
por lei.

A execução orçamentária envolve uma série de conceitos, normas, procedimentos e


mecanismos. Assim, o objetivo dessa unidade é abordar elementos básicos que compõem
a execução orçamentária, de modo a possibilitar uma visão geral sobre esta etapa do ciclo
orçamentário.

Ressalta-se que, tendo como base os objetivos pedagógicos do curso, nesta unidade
não serão abordados todos os tópicos que o tema abrange, uma vez que seria necessário

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um curso específico para tanto. Desse modo, os assuntos que serão tratados agora são:
Restos a Pagar, Despesas de Exercícios Anteriores e Suprimentos de Fundos.

Vamos começar!

Restos a Pagar

Tendo em vista um melhor enten-


dimento do que são os restos a pagar e
de sua ocorrência, deve ser compreen-
dido que uma vez que um gestor públi-
co executa uma despesa, ele percorrerá
as seguintes etapas: empenho, liquida-
ção e pagamento.

O empenho e a liquidação da despesa ocorrem antes do pagamento. A definição do


que representam estas etapas da despesa, você já pôde conhecer no nosso curso. Aliando
esses conceitos já assimilados, é importante observar qual a sua relação com os restos a
pagar.

Restos a pagar, também conhecido como resíduos passivos, são as despesas


empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro, ou seja, até 31 de dezembro
(arts. 36 da Lei nº 4.320/64 e 67 do Decreto nº 93.872/86), distinguindo-se as processadas
das não processadas.

Assim, os Restos a Pagar (RAP) correspondem às despesas que foram empenhadas


e/ou liquidadas em um determinado ano, mas que não foram pagas até o final dele.

Existem dois tipos de restos a pagar:

Restos a pagar processados: ocorre quando a despesa é empenhada, liquidada e


só falta ser paga, mas o ano termina antes do seu pagamento. Dessa forma, o credor já
cumpriu as suas obrigações, isto é, entregou o material, prestou os serviços ou executou
a etapa da obra, dentro do exercício, tendo, portanto, direito líquido e certo, faltando
apenas, o pagamento.

30 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Restos a pagar não processados: ocorre quando a despesa Para saber mais:

é empenhada, e o ano termina antes que ela seja liquidada e, Contabilidade


Pública
consequentemente, paga. Dessa forma, são despesas que dependem
No Brasil é adotado
da prestação do serviço ou do fornecimento do material, ou seja, o regime misto de
cujo direito do credor não foi apurado. Representam, portanto, contabilidade pública.
Essa modalidade foi
despesas ainda não liquidadas. estabelecida pela Lei
nº. 4.320/64, na qual
O regime de competência exige que as despesas sejam as receitas devem ser
reconhecidas no mo-
contabilizadas conforme o exercício a que pertençam, ou seja,
mento de seu efetivo
aquele em que foram geradas. Se uma despesa foi empenhada recebimento (caixa)
e as despesas no mo-
em um exercício e somente foi paga no seguinte, ela deve ser
mento em que são
contabilizada como pertencente ao exercício do empenho. Vamos incorridas, indepen-
dentemente de seu
entender com um exemplo hipotético essa situação:
pagamento (compe-
tência).

No ano de 2010 foi realizada uma licitação para a aquisição


de viaturas, tendo em vista viabilizar os objetivos da política
de segurança pública do Estado de Santa Catarina. Porém, o
processo licitatório foi concluído no final do ano, tendo sido
realizado apenas o empenho da referida despesa. Portanto,
a empresa só entregou os veículos no ano seguinte. Assim,
a referida despesa, após 31/12/2010, se constituiu em resto
a pagar não processado, que ainda deveria ser liquidado e
pago no ano seguinte (2011), sendo contabilizada no ano de
2010.

Portanto, os empenhos não anulados, bem como os referentes a despesas já liquidadas


e não pagas, serão automaticamente inscritos em restos a pagar, no encerramento do
exercício, pelo valor devido, ou caso seja este desconhecido, pelo valor estimado para a
valorização do compromisso.

Para melhor compreender esse mecanismo, observe o quadro a seguir:

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Despesa Orçamentária
Situação Exercício X Exercício X + 1
1 Empenho + Liquidação + Pagamento -

2 Empenho + Liquidação Restos a Pagar Processados

3 Empenho Restos a Pagar não Processados

Quadro 3 | Despesa orçamentária e restos a pagar

Na situação de número 1, a despesa cumpriu todas as suas etapas no exercício em


que foi autorizada na LOA (X), não gerando restos a pagar para o próximo exercício (X
+ 1). Já na situação de número 2, a despesa foi empenhada e liquidada no exercício em
que foi autorizada (X), faltando apenas o seu pagamento para o próximo exercício (X + 1).
Portanto, foi inscrita como restos a pagar processados. Por fim, na situação de número 3,
a despesa foi apenas empenhada no exercício de sua autorização (X), sendo inscrita como
restos a pagar não processados para o exercício subsequente (X + 1), no qual ainda deverá
ser liquidada e paga.

Cabe frisar que os recursos deverão ser priorizados para o pagamento de restos a
pagar processados, tendo em vista que nestes está caracterizado o direito dos credores
junto à Administração Pública.

Também é vedada a reinscrição de empenhos em restos a pagar. O reconhecimento


de eventual direito do credor se dará por meio de emissão de nova nota de empenho, no
exercício de recognição, à conta de despesas de exercícios anteriores, item a ser estudado
a seguir.

Os restos a pagar com prescrição interrompida, assim considerada a despesa cuja


inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor,
poderão ser pagos à conta de despesas de exercícios anteriores. Vamos analisar uma
situação hipotética:

32 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


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Uma empresa, após o devido certame licitatório, assinou


contrato para a prestação de serviço de pintura em uma
escola de ensino fundamental, no exercício de 2012, com
o respectivo valor empenhado pela Administração Pública
do Município de Dourados – MS. O serviço foi concluído
pela empresa ainda em 2012, ou seja, a referida despesa
foi empenhada e liquidada. Porém, a Prefeitura não efetuou o seu paga-
mento em 2012, inscrevendo esta despesa como restos a pagar processa-
dos, tendo em vista realizar o seu pagamento em 2013. Em 2013 a referi-
da despesa não foi paga, e os restos a pagar acabaram sendo cancelados
em função do término do prazo de vigência. Desse modo, a empresa tinha
o direito de receber, já que cumpriu com a sua obrigação na prestação do
serviço de pintura, obtendo direito líquido e certo. Assim, em 2014, a Pre-
feitura, reconhecendo o direito da referida empresa, efetuou o pagamento
devido, com créditos da Lei Orçamentária Municipal de 2014, à conta de
Despesas de Exercícios Anteriores. Ressalta-se que a despesa em questão
foi empenhada, liquidada e paga no exercício de 2014, apesar de ter sido
gerada em 2012.

O pagamento de despesas inscritas em “restos a pagar” é realizado tal como ocorre


com o pagamento de qualquer outra despesa pública, exigindo apenas a observância
das formalidades legais (empenho e liquidação), independentemente de requerimento
do credor.

Os valores inscritos em restos a pagar deverão ser pagos dentro do exercício do ano
subsequente. Após essa data, os saldos remanescentes serão automaticamente cancelados,
permanecendo, no entanto, em vigor o direito do credor pelo período de cinco (5) anos,
contados a partir da inscrição.
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Após o cancelamento da inscrição da despesa, o pagamento que vier a ser reclamado


deverá ser atendido pela conta de dotação destinada à despesa de exercícios anteriores
(art. 69 do Decreto nº 93.872/86).

É vedada, nos termos do artigo 42 da Lei de


Responsabilidade Fiscal, a inscrição de restos a pagar
processados e não processados sem que haja a suficiente
disponibilidade de caixa assegurada para este fim, nas
fontes próprias. Na determinação da disponibilidade
de caixa, serão considerados os encargos e despesas
compromissadas a pagar até o final do exercício.

Ressalta-se que os restos a pagar deverão ser contabilizados como uma despesa
extraorçamentária, tendo em vista que seu pagamento se dará ao exercício seguinte ao
da emissão da nota de empenho, ou seja, o empenho foi efetuado dentro do exercício
anterior.

Despesas de Exercícios Anteriores

Perceba que como o próprio nome diz, as despesas de exercícios anteriores são
dotações orçamentárias, autorizadas na LOA, destinadas a despesas que ocorreram
em exercícios anteriores, mas que não têm sua situação definida. Assim, decorrem do
cumprimento do disposto no art. 37 da Lei nº 4.320/1964, que assim estabelece:

“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo


consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida
e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente,
poderão ser pagas à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada
por elemento, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica”.

34 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


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O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme os


exercícios a que pertençam, ou seja, em que foram geradas. Se uma determinada despesa
tiver origem, por exemplo, em 2012 e só foi reconhecida, empenhada e paga em 2013,
a sua contabilização deverá ser feita à conta de dotação de “Despesas de Exercícios
Anteriores”, tendo em vista evidenciar que a despesa em questão pertence ao exercício
de 2012, mas foi contabilizada em 2013.

Dessa forma, poderão ser pagas à conta de Despesas de Exercícios Anteriores,


despesas decorrentes das seguintes situações:

Figura 6 | Situações das despesas de exercícios anteriores.

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Cumpre informar que as dívidas de exercícios anteriores, que dependam de


requerimento do favorecido, prescrevem em cinco anos, contados da data do ato ou fato
que tiver dado origem ao respectivo direito.

O início de contagem do período para fim de prescrição da dívida corresponde à data


constante do fato gerador do direito, não devendo ser considerado, para fins de prescrição
quinquenal, o tempo de tramitação burocrática e o de providências administrativas a que
se estiver sujeito o processo.

Por fim, destaca-se que, de forma diversa dos restos a pagar, que é uma operação
extraorçamentária, o pagamento de despesas de exercícios anteriores é uma operação
orçamentária.

Suprimentos de Fundos

Estudamos sobre a importância de planejar a utilização dos recursos públicos,


porém, não se pode imaginar todas as possibilidades de gastos, uma vez que podem
ocorrer situações excepcionais que terão de ser atendidas, tendo em vista que o seu não
atendimento poderá ocasionar prejuízos à gestão pública.

Quando ocorre uma eventualidade, sendo


necessária a execução de despesa de forma rápida,
uma das possibilidades de atendê-la é por meio de
um procedimento chamado concessão de suprimento
de fundos.

A finalidade do suprimento de fundos é de viabilizar a execução de despesas que


não possam aguardar o procedimento normal, ou seja, é exceção. Portanto, trata-se de
adiantamento concedido a servidor, a critério e sob a responsabilidade do Ordenador de
Despesas, com prazo certo para aplicação e comprovação dos gastos.

Dessa forma, o Suprimento de Fundos é uma autorização de execução orçamentária


e financeira por uma forma diferente da normal, sempre precedido de empenho na
dotação orçamentária específica, com a finalidade de efetuar despesas que, pela sua
excepcionalidade, não possam se subordinar ao processo normal de aplicação, isto é, não

36 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

seja possível o empenho direto ao fornecedor ou prestador, na forma da Lei nº 4.320/64,


precedido de licitação ou sua dispensa, em conformidade com a Lei nº 8.666/93.

O que diferencia a execução da despesa por Suprimento


de Fundos das demais formas de execução de despesa é
o empenho feito em nome do servidor, o adiantamento
da quantia a ele e a inexistência de obrigatoriedade de
licitação. O Suprimento de Fundos não é a regra e sim a
exceção.

As despesas com Suprimento de Fundos devem ser realizadas nas seguintes


condições:

a) com serviços que exigem pronto pagamento em espécie;


b) em caráter sigiloso, adotando-se o mesmo grau de sigilo, conforme se
classificar em regulamento;
c) de pequeno vulto, assim entendida aquela cujo valor não ultrapasse os
limites estabelecidos pela legislação.

Praticamente todos os serviços de pequeno vulto são passíveis de execução por


meio de Suprimento de Fundos, desde que caracterizada a inexistência de cobertura
contratual, a eventualidade da contratação e a inocorrência de fracionamento da despesa,
tais como: reparo, conservação, adaptação, melhoramento ou recuperação de bens móveis
ou imóveis, serviços gráficos, fotográficos, confecção de carimbos, confecção de chaves,
etc.

O suprimento de fundos também pode ser concedido para atender as despesas com
diligências especiais e as de caráter secreto ou reservado, como, por exemplo, gastos com
alimentação de um agente do governo durante um trabalho de investigação.

O prazo de aplicação do Suprimento de Fundos é de até 90 (noventa)dias, contados


da assinatura do ato de concessão. Para a prestação de contas do Suprimento de Fundos,
o prazo é de até 30 (trinta) dias, contados a partir do término do prazo de aplicação. Isto

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é, dispõe de até 90 (noventa) dias para aplicar e mais 30 (trinta) dias para prestar contas,
totalizando assim até 120 (cento e vinte) dias. Para ajudar você a compreender como pode
ser utilizado o Suprimento de Fundos, analise o exemplo a seguir:

A Justiça Eleitoral enviou um servidor para o Estado da


Bahia, com a finalidade de realizar capacitação técnica
de outros servidores. Para tanto, disponibilizou veículo
oficial para o deslocamento do referido servidor. Ten-
do em vista a possibilidade da ocorrência de alguma
situação que possa comprometer a viagem, tal como
um pneu furado ou outro problema no veículo, a admi-
nistração concedeu suprimento de fundos ao servidor,
caso seja necessária contratação emergencial de serviços
desta natureza.

No Governo Federal, o Suprimento de Fundos é pago por meio do Cartão de


Pagamento, que traz uma série de vantagens, destacando-se: a celeridade da execução e
agilidade nas compras e facilidade para gerenciar os gastos. Também ganha-se
transparência, confiabilidade e segurança, simplificação no processo de prestação de
contas dos gastos realizados e facilidade no controle por parte dos órgãos responsáveis e
pela sociedade.

Para obter mais informações acerca do conteúdo desta unidade, indicamos


consultar o material disponível no ambiente virtual de aprendizagem.

Nesta unidade, estudamos itens fundamentais sobre a execução orçamentária.


Agora vamos conhecer a última etapa do ciclo orçamentário, o controle e avaliação.

38 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Exercício 3
Relacione os conceitos abaixo:
(1) Restos a Pagar
(2) Despesas de Exercícios Anteriores
(3) Suprimento de Fundos

( ) As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo


consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que
não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente.
( ) São as despesas empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro,
ou seja, até 31 de dezembro, sendo classificados em processados e não
processados.
( ) Trata-se de adiantamento concedido a servidor, a critério e sob a
responsabilidade do Ordenador de Despesas, com prazo certo para aplicação
e comprovação dos gastos.

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Unidade IV
controle e avaliação da
execução orçamentária

E m nossa última unidade do curso, iremos estudar o controle e avaliação da execução


orçamentária, que é a última etapa que completa o ciclo orçamentário. Para recordar
como funciona o ciclo, cumpre destacar que temos o planejamento das políticas públicas,
materializadas no PPA, as quais orientam a elaboração da LDO e LOA pelo Poder Execu-
tivo e a sua aprovação pelo Poder Legislativo. Em seguida, quando as receitas e despesas
são autorizadas no orçamento, sua execução concretiza as políticas planejadas.

Conforme já estudamos, o orçamento é


constituído dos recursos que o governo arreca-
da junto à sociedade, envolvendo valores finan-
ceiros significativos que devem ser aplicados
para o alcance de resultados que têm impactos
relevantes para a economia e a qualidade de
vida da população. Assim, cabe questionar:

Em sua opinião, por que é importante


controlar e avaliar a gestão dos recursos orça-
mentários? Figura 7 | Ciclo orçamentário

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No caso da União, as dotações aprovadas na lei orçamentária alcançam valores que


atingem o patamar de trilhões de reais, tornando fundamental o acompanhamento da
gestão orçamentária e financeira dos recursos públicos.

Posto isso, o objetivo desta unidade é abordar informações básicas sobre o controle e
avaliação da execução orçamentária, tendo como referência o modelo adotado no âmbito
do orçamento federal. Para isso, o conteúdo será desenvolvido em três partes: controle
institucional (interno e externo), controle social e avaliação da execução orçamentária.

Controle Institucional

A forma de controle exercida pela própria Administração Pública é chamada de


controle institucional. No Governo Federal, é exercida por órgãos que têm a competência
legal para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos.

A lei nº 4.320/64 estabelece dois sistemas de controle da execução orçamentária:


interno e externo. A Constituição Federal de 1988 manteve essa concepção e deu-lhe um
sentido mais amplo. Especificamente no plano orçamentário, as áreas centrais de atenção
do controle estão definidas no art. 75 da Lei nº 4.320/64.

Os artigos 70, 71 e 74 da Constituição Federal brasileira estabelecem que o controle


institucional cabe essencialmente ao Congresso Nacional, responsável pelo controle
externo, realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União, e a cada Poder, por
meio de um sistema integrado de controle interno (BRASIL, 2010).

Com relação à execução orçamentária, é necessário verificar e assegurar que a


Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo
ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade,
motivação e impessoalidade. Assim, é importante tratar de conceitos relacionados aos
controles interno e externo.

42 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Controle Interno

As atividades de controle encontram-se disseminadas em toda a estrutura da


Administração Pública Federal, devendo ser exercidas em todos os níveis e por meio não
só de um órgão específico, mas também das chefias competentes e dos próprios órgãos
de cada sistema, conforme determina o art. 13 do Decreto-Lei nº 200/67.

A coordenação dessas atividades, entretanto, está


legalmente atribuída à Controladoria-Geral da União (CGU),
como órgão central do sistema de controle interno do Poder
Executivo Federal, que tem o papel de desempenhar as
funções operacionais de competência do Órgão Central do
Sistema, conforme previsto no Decreto nº 4.304, de 2002.

O sistema de controle interno, de acordo com o art. 2º, do Decreto nº 3.591 de 2000,
tem as seguintes finalidades:

• Avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA, a execução dos


programas de governo e dos Orçamentos da União;
• Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à
eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
nas entidades da Administração Pública Federal, bem como da aplicação
dos recursos públicos por entidades de direito privado;
• Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
• Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Constata-se desde logo que, além de serviço de suporte às atividades de controle


externo, ao controle interno cabem as importantes tarefas de avaliação do cumprimento
das metas previstas no PPA e da execução dos programas de governo e dos Orçamentos
da União, consoante o disposto no art. 74 da Constituição Federal.

A lei nº 4.320, em seu art. 77, prevê que a verificação da legalidade dos atos de
execução será prévia ou a priori (a cargo da própria unidade gestora), concomitante ou

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simultâneo (a cargo dos órgãos de contabilidade) e subsequente ou a posteriori (a cargo


dos órgãos de auditoria).

No exercício de sua função de controle interno, a Controladoria-Geral da União


(CGU), por meio de sua Secretaria Federal de Controle (SFC), avalia a execução das
despesas da União; fiscaliza a implementação e execução dos programas de governo;
comprova a legalidade e avalia os resultados quanto à eficácia e à eficiência da gestão dos
administradores públicos federais; exerce o controle das operações de crédito e, também,
exerce atividades de apoio ao controle externo.

Para o exercício de suas funções, a SFC utiliza como principais estratégias de


atuação a interação com os gestores federais e a realização de auditorias e fiscalizações
sobre variados aspectos da gestão pública. Dentre os trabalhos realizados, podem ser
destacados:

• Avaliação de Execução de Programas de Governo (AEPG);


• Auditorias Investigativas;
• Auditorias de Controle nos Gastos com Pessoal da Administração Pública
Federal;
• Auditorias Anuais de Contas dos Gestores Públicos Federais (AAC);
• Auditorias das Tomadas de Contas Especiais;
• Auditorias de Recursos Externos;
• Análise de Demandas Externas (oriundas de outros órgãos);
• Fiscalização mediante sorteios públicos.

Ressalta-se que a CGU busca promover a melhoria da gestão de recursos públicos


por meio da oferta contínua de orientações e capacitações a gestores federais em assuntos
relacionadas à área de atuação do Controle Interno.

Controle Externo

O controle externo, consoante o art. 71 da Carta Magna,


é exercido pelo Congresso Nacional com o auxilio do
Tribunal de Contas da União (TCU), compreendendo, dentre
outras atividades: a apreciação das contas do Presidente da
República; o julgamento das contas dos administradores e

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demais responsáveis por bens e valores públicos; bem como a legalidade dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título.

Além disso, segundo o referido artigo, o TCU tem como atribuições:

• Realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial;
• Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital
social a União participe, de forma direta ou indireta;
• Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
• Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei;
• Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; e
sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado.

O TCU é responsável, portanto, pelas funções de controle externo, apresentando


relatório e parecer prévio sobre as contas do Presidente da República e julgando a
regularidade das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores
públicos, por meio de levantamentos contábeis, relatórios e certificados de auditoria.

O Presidente da República deverá remeter ao Congresso Nacional, dentro de


sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao ano anterior,
consoante determina o art. 84, inciso XXIV, da CF.

Essas contas, acompanhadas de relatórios elaborados da Secretaria do Tesouro


Nacional (STN), são encaminhadas pelo Congresso Nacional ao TCU para a elaboração
de um relatório e parecer prévio.

Dessa forma, o TCU é responsável em elaborar parecer prévio no prazo de sessenta


dias de seu recebimento, devolvendo-o ao Congresso, para fins de julgamento.

O Congresso aprecia as contas dos três Poderes da União, valendo-se,


fundamentalmente, dos seguintes documentos:

• Balanço Geral da União;

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• Relatório e parecer prévio do TCU;


• Relatório e voto da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização do Congresso Nacional.

A Constituição de 1988 define as atribuições do Tribunal de Contas da União. Os


dispositivos constitucionais, amplamente assentados nos aspectos adjetivos da gestão
pública, consagram o estabelecido pela Lei nº 4.320/64, em seu art. 81.

Assim, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da União teve a sua


jurisdição e competência substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio
ao Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade, e a fiscalização da aplicação das
subvenções e da renúncia de receitas.

Cabe destacar que qualquer pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie
ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária tem o dever de prestar
contas ao TCU.

Ressalta-se que outros órgãos públicos também atuam na prevenção, controle,


investigação e repressão da corrupção no que se refere à gestão dos recursos públicos: o
Ministério Público Federal, os Ministérios Públicos Estaduais, os Tribunais de Contas dos
Estados e dos Municípios, as Controladorias dos Estados, a Polícia Federal, as Polícias
Estaduais, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, apenas para citar os órgãos mais
evidentes. (BRASIL, 2010).

Para ajudar na compreensão de como está estruturado o controle institucional no


País, observe a figura a seguir:

46 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


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Figura 8 | Estrutura do controle institucional no Brasil.

Entretanto, tendo em vista a complexidade das estruturas político-sociais de um


país e do próprio fenômeno da corrupção, o controle da Administração Pública não se
deve restringir ao controle institucional, sendo necessário o chamado “Controle Social”.

Controle Social

É fundamental para toda a coletividade


que ocorra a participação dos cidadãos e da
sociedade organizada no controle do gasto
público, monitorando permanentemente
as ações governamentais e exigindo o uso
adequado dos recursos arrecadados. A isto se
denomina “controle social”.

Em outras palavras, o controle social pode ser entendido como a participação do


cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da
Administração Pública. Trata-se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e
de fortalecimento da cidadania. (BRASIL, 2010)

No Brasil, a preocupação em se estabelecer um controle social forte e atuante torna-


se ainda maior, em razão da extensão territorial do País e da descentralização geográfica
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dos órgãos públicos integrantes dos diversos níveis federativos – União, Estados, Distrito
Federal e Municípios. No caso destes últimos, há que considerar, ainda, o seu grande
número. Por isso, a fiscalização da aplicação dos recursos públicos precisa ser feita com
o apoio da sociedade.

De acordo com informações do site Ministério do Desenvolvimento Social


e Combate à Fome, o controle social do Bolsa Família é realizado por meio
das Instâncias de Controle Social (ICS), instituídas formalmente pelos mu-
nicípios no ato de adesão ao Programa, garantindo aos cidadãos espaço
para o seu acompanhamento e buscando assegurar os interesses da socie-
dade. É uma parceria entre Estado e sociedade que possibilita compartilhar
responsabilidades e proporciona transparência às ações do poder público,
buscando garantir o acesso das famílias mais pobres à política de transfe-
rência de renda.

Segundo o Portal da Transparência, as ideias de participação e controle social estão


intimamente relacionadas: por meio da participação na gestão pública, os cidadãos
podem intervir na tomada da decisão administrativa, orientando a Administração para
que adote medidas que realmente atendam ao interesse público e, ao mesmo tempo,
podem exercer controle sobre a ação do Estado, exigindo que o gestor público preste
contas de sua atuação.

A participação contínua da sociedade na gestão pública é um direito assegurado


pela Constituição Federal, permitindo que os cidadãos não só participem da formulação
das políticas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente a aplicação dos
recursos públicos.

Assim, o cidadão tem o direito não só de escolher, de quatro em quatro anos seus
representantes, mas também de acompanhar de perto, durante todo o mandato, como
esse poder delegado está sendo exercido, supervisionando e avaliando a tomada das
decisões administrativas.

Ainda conforme o Portal da Transparência, é de fundamental importância que cada


cidadão assuma essa tarefa de participar de gestão pública e de exercer o controle social

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do gasto do dinheiro público. Com a ajuda da sociedade, fica mais fácil controlar os gastos
dos Governos em todo Brasil e garantir, assim, a correta aplicação dos recursos públicos.

Outras leis também contribuem para o exercício desse direito, como, por exemplo, a
Lei de Acesso à Informação, cujos procedimentos que estabelece destinam-se a assegurar
o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade
com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:

• observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;


• divulgação de informações de interesse público, independentemente de
solicitações;
• utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da
informação;
• fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração
pública; e
• desenvolvimento do controle social da administração pública.

O controle social é um complemento indispensável ao controle institucional realizado


pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos. Essa participação é importante porque
contribui para a boa e correta aplicação dos recursos públicos.

Avaliação da Execução Orçamentária

É importante mencionar que o controle da execução orçamentária envolve a


prática de avaliação de programas, que tem por finalidade apurar a efetividade dos
programas e ações governamentais. Dessa forma, busca apurar em que medida as ações
executadas produziram os resultados pretendidos, sendo uma forma de auditoria mais
ambiciosa, porque mede o impacto na realidade produzido pelas ações governamentais
(GIACOMONI, 2007).

Giacomoni (2007) menciona o exemplo da realização de uma auditoria de


desempenho operacional em um programa de nutrição infantil, que procurará verificar
o alcance das metas propostas, sugerindo, eventualmente, o aumento da eficiência do
programa mediante uma seleção mais adequada dos beneficiários e uma melhoria dos
sistemas de aquisição, distribuição e oferta de alimentos. Por outro lado, menciona

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que uma avaliação de programa procurará estabelecer em que medida a sua execução
consegue melhorar a situação nutricional da população-alvo.

Assim, para cada ação governamental priorizada, desenvolve-se estudo acerca de


suas formas de execução e definem-se as questões estratégicas que serão respondidas ao
longo da avaliação.

Após o detalhamento da abordagem de avaliação, as verificações in loco são


realizadas e ocorre a consolidação e a análise das verificações, viabilizando a elaboração
e a apresentação aos gestores federais de relatórios de acompanhamento que contêm
recomendações discutidas em conjunto com os responsáveis pela execução das ações de
governo avaliadas. Por fim, inicia-se o ciclo de monitoramento das providências adotadas.
(BRASIL, CGU, 2013)

Cabe destacar que a avaliação das ações governamentais caracteriza-se como o


exame independente e objetivo da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de
organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de promover o
aperfeiçoamento da gestão pública (BRASIL, CGU, 2013).

Para conhecer informações a respeito do controle institucional sobre as


formas de participação social na gestão dos recursos públicos e avaliação
de programas governamentais, convidamos você a acessar o nosso
ambiente virtual de aprendizagem.

50 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


Exercício 04:
Relacione os conceitos abaixo:
(1) Controle Interno
(2) Controle Externo
(3) Controle Social
(4) Avaliação de Programas

( ) Além de serviço de suporte às atividades de controle externo, é responsável


por importantes tarefas de avaliação do cumprimento das metas previstas no
PPA e da execução dos programas de governo e dos Orçamentos da União.
( ) Pode ser entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na
fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Administração
Pública. Trata-se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de
fortalecimento da cidadania.
( ) É exercido pelo Congresso Nacional com o auxilio do Tribunal de Contas
da União (TCU), compreendendo, dentre outras atividades: a apreciação
das contas do Presidente da República; o julgamento das contas dos
administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos; bem
como a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título.
( ) Busca apurar em que medida as ações governamentais produziram os
resultados pretendidos e verificar o seu impacto na realidade.
conclusão

N este módulo abordamos relevantes informações sobre a execução orçamentária,


relacionadas às alterações orçamentárias, programação orçamentária e financeira,
bem como elementos básicos: restos a pagar, despesas dos exercícios anteriores e supri-
mento de fundos.

Também tivemos a oportunidade de conhecer conteúdos sobre o controle


orçamentário, no que diz respeito ao controle institucional (interno e externo) e social e
avaliação da execução orçamentária.

Ressalta-se que em alguns tópicos, tais como restos a pagar, suprimento de fundos,
controle interno e externo, entre outros, caso o seu interesse seja o aprofundamento dos
conteúdos, faz-se necessário uma complementação dos estudos.

Assim, ao encerrar este módulo, concluímos o conteúdo do Curso Orçamento


Público. Esperamos que você tenha compreendido a estrutura, legislação, instrumentos,
fundamentos e os principais conceitos envolvidos na gestão orçamentária, tendo em vista

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atuar de uma forma mais eficiente, tanto no campo profissional quanto como um cidadão
participativo.

Por fim, lembramos que para concluir o curso será necessário que você realize a
Avaliação Final da Aprendizagem prevista. Dessa forma, sugerimos que você faça uma
boa revisão do conteúdo antes de iniciá-la.

Boa Sorte!

Equipe Escola Virtual SOF

54 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


REVISÃO DO Módulo

• Você aprendeu que as alterações orçamentárias são formas de modificar


a Lei Orçamentária originalmente aprovada, a fim de adequá-la à real
necessidade de execução dos programas de governo, bem como de
corrigir eventuais distorções, sendo divididas em: Créditos Adicionais e
Outras Alterações Orçamentárias.
• Os créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas
ou insuficientemente dotadas na lei do Orçamento em vigência, sendo
classificados em Suplementares, Especiais e Extraordinários.
• As Outras Alterações Orçamentárias são modificações em classificações,
sem necessariamente alterar os montantes das dotações autorizadas no
orçamento: fonte de recursos, modalidade de aplicação, identificador
de resultado primário, identificador de uso, identificador de doações e
operações de crédito e DE/PARA institucional.
• Estudou que, em decorrência da necessidade de garantir o cumprimento
dos resultados fiscais estabelecidos na LDO e de obter maior controle
sobre os gastos, em conformidade com a LRF, a Administração Pública
faz a programação orçamentária e financeira da execução das despesas

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públicas, autorizadas na lei orçamentária, bem como o monitoramento


do cumprimento das metas de superávit primário.
• Assim, verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou
o aumento das despesas obrigatórias, que venham a comprometer o
alcance das metas fiscais, torna-se necessária a adoção de mecanismos de
ajuste entre receita e despesa. Dessa forma, o contingenciamento consiste
no retardamento ou, ainda, na inexecução de parte da programação de
despesa prevista na Lei Orçamentária em função da insuficiência de
receitas.
• Aprendeu que a limitação dos gastos públicos é feita por meio de Decreto
do Poder Executivo e por ato próprio dos demais Poderes, de acordo
com as regras fixadas na LDO de cada exercício.
• Também pôde compreender que a realização de um “orçamento de
caixa”, ou programação financeira, permite ao gestor financeiro antecipar
providências para garantir que sejam realizados, nos prazos estabelecidos,
os pagamentos aos fornecedores, aos credores e aos trabalhadores da
instituição.
• Viu que restos a pagar, ou resíduos passivos, são as despesas empenhadas,
mas não pagas dentro do exercício financeiro, ou seja, até 31 de
dezembro, sendo divididas em: processadas (empenho + liquidação) e
não processadas (empenho).
• Verificou que as despesas de exercícios anteriores são despesas de
exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava
crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição
interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício correspondente.
• Estudou que os Suprimentos de Fundos são adiantamentos concedidos a
servidor, a critério e sob a responsabilidade do Ordenador de Despesas,
com prazo certo para aplicação e comprovação dos gastos.
• Teve a oportunidade de saber que a forma de controle exercida pela
própria Administração Pública e por organizações privadas é chamada
de controle institucional e que no Governo Federal é exercida por órgãos

56 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO V - EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

que têm a competência legal para fiscalizar a aplicação dos recursos


públicos (controles interno e externo).
• Assim, o controle interno, além de serviço de suporte às atividades de
controle externo, é responsável por importantes tarefas de avaliação do
cumprimento das metas previstas no PPA e da execução dos programas
de governo e dos Orçamentos da União.
• Quanto ao controle externo, é exercido pelo Congresso Nacional com o
auxilio do Tribunal de Contas da União (TCU), compreendendo, dentre
outras atividades: a apreciação das contas do Presidente da República; o
julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis por
bens e valores públicos; bem como a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título.
• Também aprendeu sobre o Controle Social, que pode ser entendido
como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no
monitoramento e no controle das ações da Administração Pública. Trata-
se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de
fortalecimento da cidadania.
• Por fim, estudou que o controle e a avaliação da execução orçamentária
envolve a prática de avaliação de programas, que tem por finalidade
apurar a efetividade dos programas e ações governamentais. Dessa
forma, busca apurar em que medida as ações executadas produziram os
resultados pretendidos.

Gabarito Exercícios
1. V F V V F (No segundo item a definição refere-se a créditos especiais. No último item o correto é “superávit financeiro”).

2. D (As regras são fixadas pela LDO)

3. 2,1,3

4. 1,3,2, 4

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Referências
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