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CURSO ON-LINE – ANALISTA E TÉCNICO LEGISLATIVO - SENADO

AFO – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS


PROFESSOR: SÉRGIO MENDES

Aula 7
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Olá amigos! Como é bom estar aqui!

No âmbito dos concursos públicos, é fácil ver como há pessoas que se


sobressaem pela sua perseverança e dedicação ao estudo, e isso faz com que
superem outros colegas que aparentemente possuem uma capacidade
intelectual mais elevada. Por que isso acontece? Por que uns conseguem
manter esse esforço durante anos e outros não, ainda que o desejem?
Quase todas as pessoas desejariam chegar a uma situação profissional mais
elevada, e a maioria delas tem talento pessoal de sobra para o conseguir.
Porque é que uns conseguem transformar esse desejo numa motivação diária
que os faz vencer a inércia da vida, e outros, pelo contrário, não?
Parece claro que estamos falando de algo que não é questão de coeficiente
intelectual. É fácil verificar que as pessoas mais esforçadas e motivadas muitas
vezes não coincidem com as que aparentam maior coeficiente intelectual.

O importante é a motivação! Para ser capaz de superar as dificuldades e os


cansaços próprios da vida, é preciso ver cada meta como algo de grande e
positivo que podemos e devemos conseguir. Por isso, nas pessoas motivadas
sempre há “alguma coisa” que lhes permite obter satisfação onde os outros não
a encontram; ou alguma coisa que lhes permite adiar essa satisfação. A
maioria das vezes a motivação implica um adiamento, pois supõe sacrificar-se
agora com o fim de conseguir mais tarde algo que consideramos mais valioso.
(trecho adaptado de um texto de Alfonso Aguilló)

“Merecem louvor os homens que em si mesmos encontraram o impulso, e


subiram nos seus próprios ombros” (Sêneca)

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Vamos lá! Nesta aula trataremos de temas relacionados à execução


orçamentária e financeira. Ao final, destacaremos os Restos a Pagar, as
Despesas de Exercícios Anteriores e o Suprimento de Fundos.

As execuções orçamentária e financeira ocorrem concomitantemente. Estão


atreladas uma à outra, pois havendo orçamento e não existindo o financeiro,
não poderá ocorrer a despesa. Por outro lado, pode haver recurso financeiro,
mas não se poderá gastá-lo se não houver a disponibilidade orçamentária.

A execução orçamentária pode ser definida, em resumo, como sendo a


utilização dos créditos consignados na Lei Orçamentária Anual – LOA. Já a
execução financeira, por sua vez, representa a utilização de recursos
financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades
atribuídas às Unidades Orçamentárias pelo Orçamento. Na técnica
orçamentária inclusive é habitual se fazer a distinção entre as palavras crédito
e recurso. Reserva-se o termo crédito para designar o lado orçamentário e
recurso para o lado financeiro. Crédito e recurso são duas faces de uma
mesma moeda. O crédito é orçamentário, dotação ou autorização de gasto ou
sua descentralização; e recurso é financeiro, portanto, dinheiro ou saldo de
disponibilidade bancária.

As execuções orçamentária e financeira devem estar em compasso com o


desempenho da meta física. Entretanto, a apresentação de resultados da meta
física pode ser inferior à execução financeira, ocasionando um descompasso, o
qual pode ocorrer por problemas em licitações, convênios ou contratos, por
pendências ambientais, ou até mesmo por deficiências no planejamento ou em
virtude do contingenciamento orçamentário.

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1. SIAFI

1.1 Objetivos

O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI


é o principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da
execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal. É um
sistema informatizado que processa e controla, por meio de terminais
instalados em todo o território nacional, a execução orçamentária, financeira,
patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública direta federal, das
autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de
economia mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no
Orçamento da Seguridade Social da União.

Os principais objetivos do SIAFI são:


a) prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária,
financeira e patrimonial aos órgãos da Administração Pública;
b) fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a
utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação dos
recursos de caixa do Governo Federal;
c) permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de
informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública
Federal;
d) padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos
públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele
permanece sob total controle do ordenador de despesa de cada unidade
gestora;
e) permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de
suas supervisionadas;
f) permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das
transferências negociadas;
g) integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal;
h) permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos; e

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i) proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal.

Muitas são as facilidades que o SIAFI oferece a toda Administração Pública que
dele faz uso, mas podemos dizer, a título de simplificação, que essas facilidades
foram desenvolvidas para registrar as informações pertinentes às três tarefas
básicas da gestão pública federal dos recursos arrecadados legalmente da
sociedade: execução orçamentária; execução financeira; e elaboração das
demonstrações contábeis, consolidadas na Prestação de Contas Anual do
Presidente da República (antigo Balanço Geral da União).
Pelo SIAFI é que se faz o controle dos saldos e a transferência de recursos
entre as unidades gestoras (UGs). A UG é uma unidade orçamentária ou
administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e
financeiros, próprios ou sob descentralização.
No caso de pagamento de despesas entre unidades gestoras o sistema efetua
instantaneamente o crédito de recursos à Unidade Gestora favorecida e o
débito à Unidade Gestora emitente, por meio de Ordens Bancárias – OB –
intra-SIAFI. As OB emitidas para outros favorecidos que não são Unidades
Gestoras on-line são consolidadas diariamente até o fechamento do SIAFI num
arquivo magnético que é enviado ao Banco do Brasil para processamento e
realização dos créditos aos respectivos favorecidos.

1.2 Documentos do SIAFI

Estes são os documentos do SIAFI relacionados à execução orçamentária:


Nota de Dotação (ND): é o documento utilizado para registro das informações
orçamentárias elaboradas pela Secretaria de Orçamento Federal, ou seja, dos
créditos previstos no Orçamento Geral da União. Também se presta à inclusão
de créditos no Orçamento não previstos inicialmente e ao registro do
desdobramento do Plano Interno e do detalhamento da fonte de recursos. O
Plano Interno é um instrumento de planejamento e de acompanhamento da
ação planejada, usado como forma de detalhamento do projeto/atividade, de
uso exclusivo de cada Ministério/Órgão.

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Nota de Movimentação de Crédito (NC): é o documento utilizado para


registrar a movimentação interna e externa de créditos e suas anulações.
Nota de Empenho (NE): é o documento utilizado para registrar as operações
que envolvem despesas orçamentárias realizadas pela Administração Pública
federal, ou seja, o comprometimento de despesa, seu reforço ou anulação,
indicando o nome do credor, a especificação e o valor da despesa, bem como
a dedução desse valor do saldo da dotação própria.
Nota de Lançamento por Evento (NL): é o documento utilizado para registrar
a apropriação/liquidação de receitas e despesas, bem como outros atos e fatos
administrativos, inclusive os relativos a entidades supervisionadas, associados
a eventos contábeis não vinculados a documentos específicos.

Estes são os documentos do SIAFI relacionados à execução financeira:


Nota de Lançamento por Evento (NL): é considerada relacionada tanto à
execução orçamentária como à execução financeira.
DARF Eletrônico: DARF é a sigla para Documento de Arrecadação de
Receitas Federais. Por meio desse documento se registra a arrecadação de
tributos e demais receitas diretamente na Conta Única do Tesouro Nacional,
sem trânsito pela rede bancária, ou seja, por meio de transferências de
recursos intra-SIAFI. O DARF eletrônico nada mais é do que o instrumento de
registro dessas informações no SIAFI.
GPS Eletrônica: GPS é a sigla para Guia da Previdência Social. Esse
documento permite registrar o recolhimento das contribuições para a
Seguridade Social por meio de transferências de recursos intra-SIAFI entre a
UG recolhedora e a Conta Única do Tesouro Nacional.
Ordem Bancária (OB): é o documento utilizado para o pagamento de
compromissos, bem como para a liberação de recursos para fins de suprimento
de fundos.

Ainda, destacam-se os seguintes documentos:


GSE Eletrônica: GSE é a sigla para Guia do Salário-Educação. A GSE é o
documento que registra o recolhimento do salário-educação destinado aos
seus beneficiários e do valor que lhes é pago, mediante transferências intra-

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SIAFI de recursos entre a Unidade Gestora recolhedora e o Fundo Nacional de


Desenvolvimento da Educação – FNDE.
Nota de Programação Financeira (NPF): é o documento que permite registrar
os valores constantes da Proposta de Programação Financeira (PPF) e da
Programação Financeira Aprovada (PFA), envolvendo a Coordenação-Geral de
Programação Financeira da Secretaria do Tesouro Nacional – COFIN/STN e os
Órgãos Setoriais de Programação Financeira – OSPF.

Caiu na prova
1) (CESPE – Analista – SERPRO – 2008) A nota de dotação é um documento
utilizado para registro das informações orçamentárias elaboradas pela
Secretaria de Orçamento Federal.

A Nota de Dotação (ND) é o documento utilizado para registro das informações


orçamentárias elaboradas pela Secretaria de Orçamento Federal, ou seja, dos
créditos previstos no Orçamento Geral da União.
Resposta: Certa

1.3 Sistemas

O SIAFI é um sistema de informações centralizado em Brasília, ligado por


teleprocessamento aos Órgãos do Governo Federal distribuídos no País e no
exterior. Essa ligação, que é feita pela rede de telecomunicações do SERPRO
e também pela conexão a outras inúmeras redes externas, é que garante o
acesso ao sistema às milhares de unidades gestoras ativas no SIAFI.
Para facilitar o trabalho de todas essas unidades gestoras, o SIAFI foi
concebido para se estruturar por exercícios: cada ano equivale a um sistema
diferente, ou seja, a regra de formação do nome do sistema é a sigla SIAFI
acrescida de quatro dígitos referentes ao ano do sistema que se deseja
acessar: SIAFI2009, SIAFI2010, SIAFI2011, etc.
Por sua vez, cada sistema está organizado por subsistemas – atualmente
são 21 – e estes, por módulos. Dentro de cada módulo estão agregadas
inúmeras transações, que guardam entre si características em comum. Nesse

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nível de transação é que são efetivamente executadas as diversas operações


do SIAFI, desde entrada de dados até consultas.

O Subsistema mais cobrado em provas, por ser considerado um dos mais


importantes, é o subsistema Contas a pagar e a receber – CPR.
O CPR permite otimizar o processo de programação financeira dos órgãos e
entidades ligadas ao Sistema, proporcionando informações em nível analítico e
gerencial do fluxo de caixa. Ele permite o cadastramento de contratos, notas
fiscais, recibos e outros documentos, cuja contabilização é efetuada por
eventos de sistema. Tais documentos geram compromissos de pagamento e
de recebimento que compõem o fluxo de caixa montado pelo SIAFI.
Documentos do SIAFI, como a Nota de Empenho (NE) e a Nota de
Programação Financeira (NPF), também dão origem a compromissos para as
UGs dos órgãos que utilizam o CPR.

1.4 Registros contábeis

O SIAFI promove, de forma automática, os lançamentos contábeis


correspondentes aos registros dos atos e fatos praticados pelos gestores
públicos quando do exercício de suas atividades. Assim, é possível utilizar a
contabilidade como fonte de informações confiáveis e instantâneas, pois os
registros são lançados no mesmo momento em que os fatos ocorrem e não é
necessária a existência de um contador em cada UG para efetuar a
classificação contábil de cada ato ou fato realizado. Como nem todos dominam
a contabilidade, foi criado o evento, que é um código associado a cada tipo de
ato ou fato que deva ser registrado contabilmente pelo sistema e ao qual se
associa, por sua vez, um roteiro contábil, ou seja, uma lista das contas de
débito e crédito que devam ser afetadas, de forma a que todos os operadores
do SIAFI possam efetuar lançamentos contábeis, mesmo que absolutamente
nada saibam sobre contabilidade.

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A execução contábil relativa aos atos e fatos de gestão financeira,


orçamentária e patrimonial da União obedece ao Plano de Contas elaborado e
mantido de acordo com os padrões estabelecidos, tendo como partes
integrantes a relação das contas agrupadas segundo suas funções, a tabela de
eventos (conjunto de todos os eventos existentes) e a indicação do mecanismo
de débito e crédito de cada conta.
Trata-se, portanto, de um conjunto das contas utilizáveis em toda a
Administração Pública federal, organizadas e codificadas com o propósito de
sistematizar e uniformizar o registro contábil dos atos e fatos de gestão, e
permitir a qualquer momento, com precisão e clareza, a obtenção dos dados
relativos ao patrimônio da União.

A tabela de eventos é o instrumento utilizado pelas unidades gestoras no


preenchimento das telas e/ou documentos de entrada no SIAFI para
transformar os atos e fatos administrativos rotineiros em registros contábeis
automáticos. A Coordenação-Geral de Contabilidade da Secretaria do Tesouro
Nacional - STN é o Órgão Responsável pela administração da tabela de
eventos.

O código do evento é composto de seis números estruturados da seguinte


forma:

CÓDIGO DO EVENTO

XX Y ZZZ

Classe do Evento Tipo de utilização Código sequencial

As unidades gestoras deverão utilizar, para registro de suas transações diárias,


os códigos dessa tabela de eventos. A classe identifica o conjunto de eventos
de uma mesma natureza de registro:

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XX.Y.ZZZ CLASSE
10.0.000 Previsão da receita
20.0.000 Dotação da despesa
30.0.000 Movimentação de credito
40.0.000 Empenho da despesa
50.0.000 Apropriações de retenções, liquidações e outros
51.0.000 Apropriações de despesas
52.0.000 Retenções de obrigações
53.0.000 Liquidações de obrigações
54.0.000 Registros diversos
55.0.000 Apropriações de direitos
56.0.000 Liquidações de direitos
60.0.000 Restos a pagar
61.0.000 Liquidação de restos a pagar
70.0.000 Transferências financeiras
80.0.000 Receita

Caso não seja encontrado nesta tabela o evento que expresse com bastante
clareza a transação a ser processada, deverá ser contactado o órgão de
contabilidade para os esclarecimentos necessários. Somente aos órgãos de
contabilidade compete realizar os registros contábeis, sem a indicação de
eventos. Neste caso, o tratamento a ser dado a esses órgãos será por meio de
débito (D) e crédito (C), desde que não se trate de receitas e/ou despesas.
Portanto, pode existir registro contábil sem a indicação de evento.
A tabela de eventos é parte integrante do plano de contas da administração
pública federal. Ela veio substituir a forma usual de apresentação de um plano
de contas no que tange à correspondência entre as contas (digrafograma). No
entanto, o SIAFI somente validará os documentos de entrada de dados, em
termos contábeis, se eles se apresentarem com os eventos que, no todo,
completem partidas dobradas (total dos débitos igual ao total dos créditos).

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Os Fundamentos Lógicos são:


• Os eventos mantêm correlação com os documentos de entrada do
SIAFI, a exceção dos eventos de classe 50, 60, 70 e 80, que podem
aparecer indistintamente na NL, OB e GR;
• Os eventos 10.0.xxx são preenchidos de forma individual na NL e se
destinam a registrar a provisão da receita;
• Os eventos 20.0.xxx são indicados na ND e objetivam registrar a
dotação da despesa. Tais eventos são preenchidos de forma individual,
com algumas exceções de utilização conjugada, porém com eventos da
mesma classe;
• Os eventos 30.0.xxx são indicados de forma individual na NC e se
destinam a registrar a movimentação de créditos orçamentários;
• Os eventos 40.0.xxx são preenchidos na NE ou PE, de forma individual,
e objetivam registrar a emissão de empenhos ou pré-empenhos;
• Os eventos 50.0.xxx, quando preenchidos na NL, não podem se
apresentar de forma individual, exceto os de classe 54. Isto porque são
eventos representativos de partida contábil de débitos (classes 51, 53 e
55) e de créditos (52 e 56).

Caiu na prova:
2) (CESPE – Consultor do Executivo – SEFAZ/ES – 2010) Na estrutura do
código do evento, a classe identifica o conjunto de eventos de uma mesma
natureza.

As unidades gestoras deverão utilizar, para registro de suas transações diárias,


os códigos da tabela de eventos. A classe identifica o conjunto de eventos de
uma mesma natureza de registro.
Resposta: Certa

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2. CONTA ÚNICA

A Conta Única, implantada em setembro de 1988, representou uma mudança


radical no controle de caixa do Tesouro Nacional, em virtude da racionalização
na movimentação dos recursos financeiros no âmbito do Governo Federal.
Com ela, todas as unidades gestoras on-line do SIAFI passaram a ter os seus
saldos bancários registrados e controlados pelo sistema, sem contas escriturais
no Banco do Brasil. Assim, a Conta Única é uma conta mantida junto ao Banco
Central do Brasil, operacionalizada via SIAFI pelo Banco do Brasil ou,
excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério
da Fazenda. É destinada a acolher, em conformidade com o disposto no art.
164 da CF/1988, as disponibilidades financeiras da União que se encontram à
disposição das UGs on-line, nos limites financeiros previamente definidos. O
referido artigo determina que as disponibilidades de caixa da União serão
depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por
ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstos em lei.

Portanto, a Conta Única do Tesouro não é mantida no Banco do Brasil e sim


no Banco Central do Brasil. O Banco do Brasil S.A. (BB) é uma instituição
financeira constituída na forma de sociedade de economia mista. Já o Banco
Central do Brasil (BACEN), criado pela Lei 4.595, de 31.12.1964, é uma
autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem por missão
assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema
financeiro sólido e eficiente.

A LRF determina que as disponibilidades de caixa dos regimes de


previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que
vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da
CF/1988, ficarão depositadas em conta separada das demais
disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com
observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.

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A Conta Única é movimentada pelas UGs da Administração Pública federal,


inclusive fundos, autarquias, fundações, e outras entidades integrantes do
SIAFI, na modalidade on-line. A movimentação de recursos da Conta Única
será efetuada por meio de Ordem Bancária – OB, Documento de Arrecadação
de Receitas Federais – DARF, Guia da Previdência Social – GPS, Documento
de Receita de Estados e/ou Municípios – DAR, Guia do Salário-Educação –
GSE, Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social
– GFIP, Nota de Sistema – NS ou Nota de Lançamento – NL, de acordo com
as respectivas finalidades.

O SIAFI consolidará, diariamente, as Ordens Bancárias emitidas, de acordo


com a respectiva finalidade, gerando a “Relação de Ordens Bancárias Intra-
SIAFI-RT” e a “Relação de Ordens Bancárias Externas – RE”. Destaca-se a
Ordem Bancária de Cartão, a qual é utilizada para registro de saque, efetuado
pelo portador do Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF ou
também chamado Cartão Corporativo), em moeda corrente, observado o
limite estipulado pelo Ordenador de Despesas; e a Ordem Bancária de
Sistema – OBS, utilizada para cancelamento de Ordem Bancária pelo agente
financeiro com devolução dos recursos correspondentes, bem como pela STN
para regularização das remessas não efetivadas.
A Guia de Recolhimento de Receitas da União – GRU é o documento
padronizado para registrar os ingressos de valores na Conta Única. Deverão
ser recolhidas por GRU as taxas (custas judiciais, emissão de passaporte etc.),
aluguéis de imóveis públicos, serviços administrativos e educacionais (inscrição
de vestibular/concursos, expedição de certificados), receitas de multas (da
Polícia Rodoviária Federal, do Código Eleitoral, do Serviço Militar etc.) e outras.
Excetuam-se do recolhimento por meio da GRU as receitas do Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS, recolhidas mediante a Guia de Previdência
Social – GPS, e as receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal
do Brasil – RFB e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN,
recolhidas por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais –
DARF.

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Segundo o art. 17 da Instrução Normativa STN 4, de 30 de agosto de 2004,


ficam instituídas as seguintes modalidades de aplicação financeira na Conta
Única do Tesouro Nacional, mediante registro específico no SIAFI: aplicação
financeira diária e aplicação financeira a prazo fixo, sendo esta efetuada
mediante entendimentos prévios e a critério do órgão central de programação
financeira.

Ainda consoante a Instrução Normativa, art. 18, I e II, e parágrafo único:


Art. 18. As aplicações financeiras definidas no art. 17 poderão ser efetuadas:
I – no caso de aplicações financeiras diárias, pelas autarquias, fundos e
fundações públicas que contarem com autorização legislativa específica,
não se admitindo aplicações por parte de entidades não integrantes do
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social; e
II – no caso de aplicações financeiras a prazo fixo, pelas autarquias, fundos,
fundações públicas e os órgãos da Administração Pública Federal direta,
integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.
Parágrafo único. Somente poderão ser aplicadas na modalidade de prazo fixo
as disponibilidades financeiras decorrentes de arrecadação própria,
considerando classificação efetuada pela Secretaria de Orçamento Federal –
SOF.

Caiu na prova:
3) (ESAF – Analista Administrativo – ANA – 2009) Sobre o tema ‘Conta Única
do Tesouro Nacional’, assinale a opção correta.
a) É mantida no Banco Central do Brasil e tem por finalidade acolher as
disponibilidades financeiras da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
b) Sua operacionalização é efetuada, exclusivamente, por intermédio do Banco
do Brasil S/A.
c) É movimentada pelas Unidades Gestoras da Administração Pública Federal
integrantes do SIAFI, inclusive na modalidade “off-line”.
d) As Ordens Bancárias contra ela emitidas são consolidadas diariamente no
âmbito do SIDOR, de acordo com a respectiva finalidade.

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e) A movimentação de seus recursos é efetuada, entre outros, por meio da


Guia da Previdência Social (GPS) e da Guia de Recolhimento do FGTS e de
Informações da Previdência Social (GFIP).

a) Errada. A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no Banco Central do


Brasil, tem por finalidade acolher as disponibilidades financeiras da União.
b) Errada. A operacionalização da Conta Única do Tesouro Nacional será
efetuada por intermédio do Banco do Brasil S/A, ou por outros agentes
financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda.
c) Errada. É movimentada pelas Unidades Gestoras - UG da Administração
Pública Federal, inclusive Fundos, Autarquias, Fundações, e outras entidades
integrantes do SIAFI, na modalidade “on-line”.
d) Errada. O SIAFI consolidará, diariamente, as Ordens Bancárias emitidas, de
acordo com a respectiva finalidade, gerando a “Relação de Ordens Bancárias
Intra-SIAFI-RT” e a “Relação de Ordens Bancárias Externas – RE”.
e) Correta. A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por
meio de Ordem Bancária - OB, Documento de Arrecadação de Receitas
Federais - DARF, Guia da Previdência Social - GPS, Documento de Receita de
Estados e/ou Municípios - DAR, Guia do Salário Educação - GSE, Guia de
Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social - GFIP, Nota
de Sistema - NS ou Nota de Lançamento - NL, de acordo com as respectivas
finalidades.
Resposta: Letra E

3. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

3.1 Competências

A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo


dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando o ajuste da despesa
fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação.
Compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de
execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros,

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assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por


meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação
vigente.

A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos: Secretaria do


Tesouro Nacional, o órgão central; Subsecretarias de Planejamento,
Orçamento e Administração (ou equivalentes, os chamados órgãos setoriais de
programação financeira – OSPF); e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e


formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção
dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais
competem a consolidação das propostas de programação financeira dos
órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros
recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras cabe a
realização da despesa pública, ou seja: o empenho, a liquidação e o
pagamento.

3.2 Decreto de Programação Orçamentária e Financeira

Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso


Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em até trinta dias a
programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos,
observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

De acordo com o art. 8.º da LRF:


Art. 8.º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do
inciso I do art. 4.º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e
o cronograma de execução mensal de desembolso.

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O mecanismo utilizado para limitação dos gastos do Governo Federal é o


Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, mais conhecido como
“Decreto de Contingenciamento”, juntamente com a Portaria Interministerial
que detalha os valores autorizados para movimentação e empenho e para
pagamentos no decorrer do exercício.

A base legal do Decreto decorre da Lei 4.320/1964 e da LRF, complementada


pelas LDOs a cada ano. A Lei 4.320/1964 trata da necessidade de estipular
cotas trimestrais para a execução da despesa, evidenciando a preocupação
com oscilações de arrecadação que acontecem no decorrer do exercício
financeiro. A LRF traz as metas de resultado fiscal, a busca do equilíbrio e a
necessidade de transparência. Já a LDO completa os dispositivos legais,
informando, entre outros parâmetros, qual será a base contingenciável, as
despesas que não são passíveis de contingenciamento, bem como o
estabelecimento de demonstrativos das metas de resultado primário e sua
periodicidade.

São objetivos do Decreto de Programação Orçamentária e Financeira:


• estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira
para o exercício;
• estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de
liberação (pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal;
• cumprir a Legislação Orçamentária (Lei 4.320/1964 e LRF); e
• assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício
financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

Caiu na prova:
4) (ESAF – Analista Tributário – Receita Federal do Brasil – 2009) Assinale a
opção que indica uma exceção aos objetivos do decreto de programação
financeira, no âmbito federal.
a) Cumprir a Legislação Orçamentária.
b) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para
o exercício.

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c) Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à


disposição das unidades orçamentárias.
d) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação
(pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal.
e) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício
financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à


disposição das unidades orçamentárias não é objetivo do decreto de
programação financeira.
Resposta: Letra C

4. LIMITAÇÃO DE EMPENHO E DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA

É o previsto de maneira explícita no caput do art. 9.º da LRF, o qual dispõe


que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá
não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

A limitação de empenho também será promovida pelo ente que ultrapassar o


limite para a dívida consolidada, para que obtenha o resultado primário
necessário à recondução da dívida ao limite.
Se houver frustração da receita estimada no orçamento, deverá ser
estabelecida limitação de empenho e movimentação financeira, com o objetivo
de atingir os resultados previstos na LDO e impedir a assunção de
compromissos sem respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca de
socorro no mercado financeiro, situação que implica em encargos elevados.

Analisando o art. 9.°, não há a possibilidade de limitação de empenho por


excesso de despesa. O gestor público só tem permissão legal para proceder à

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limitação de empenho quando a realização da receita (e não a execução da


despesa) comprometer as metas fiscais, como o superávit primário. Outra
observação é que além do Poder Executivo, há a extensão da limitação de
empenho aos Poderes Legislativo e Judiciário e ao Ministério Público.

Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações


constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento
do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a
recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de
forma proporcional às reduções efetivadas.

Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo


demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada
quadrimestre, em audiência pública na comissão mista referida na
Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

Consoante o art. 65 da LRF, no caso de estado de defesa e/ou de sítio,


decretado na forma da Constituição, ou na ocorrência de calamidade pública
reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas
Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto
perdurar a situação serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e
a limitação de empenho prevista no art. 9.o.

Cabe ressaltar que, em relação ao § 3.° do art. 9.°, foi proposta uma Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) perante o Supremo Tribunal Federal, o
qual suspendeu liminarmente a eficácia deste dispositivo:
§ 3.o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não
promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo
autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei
de diretrizes orçamentárias.

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Atenção: atualmente, devido à ADIN, o Poder Executivo não é autorizado a


limitar os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público caso estes não
promovam a limitação no prazo estabelecido no caput do art. 9.°. Há a
extensão da limitação de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e
Ministério Público, mas ela deve ser efetuada por ato próprio.

Caiu na prova:
5) (CESGRANRIO – Analista em Ciência e Tecnologia – CAPES – 2008) O
artigo 9.° da Lei de Responsabilidade Fiscal reza o seguinte:
Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não
comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes,............segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes
orçamentárias.
O trecho que completa e dá sentido ao texto do artigo 9.° é:
a) redução nos gastos da folha de pagamentos.
b) limitação de empenho e movimentação financeira.
c) suspensão dos pagamentos de contratos de fornecedores externos.
d) suspensão dos pagamentos a pessoas físicas.
e) sustação dos 10 últimos empenhos realizados antes da identificação.

O caput do art. 9.º da LRF dispõe que se verificado, ao final de um bimestre,


que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes
necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e
movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes
orçamentárias.
Resposta: Letra B

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5. DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

5.1 Descentralização de créditos

Com a publicação da Lei Orçamentária Anual – LOA, o seu consequente


lançamento no SIAFI e o detalhamento dos créditos autorizados, inicia-se a sua
movimentação entre as unidades gestoras, para que se viabilize a execução
orçamentária propriamente dita, já que só após o recebimento do crédito é que
as UGs estarão em condições de efetuar a realização das despesas públicas.
As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada
movimentação de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional,
funcional, programática e econômica, para que outras unidades administrativas
possam executar a despesa orçamentária.

As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com


transferências e transposição, pois não modificam o valor da programação ou
de suas dotações orçamentárias (créditos adicionais); tampouco alteram a
unidade orçamentária (classificação institucional) detentora do crédito
orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais.
Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão
tem-se a descentralização interna, também chamada de provisão. Se,
porventura, ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de
estrutura diferente, ter-se-á uma descentralização externa, também
denominada de destaque.

Na descentralização, as dotações serão empregadas obrigatória e


integralmente na consecução do objetivo previsto pelo programa de trabalho
pertinente, respeitadas fielmente a classificação funcional e a estrutura
programática. Portanto, a única diferença é que a execução da despesa
orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade.
A descentralização de crédito externa dependerá de celebração de convênio ou
instrumento congênere, disciplinando a consecução do objetivo colimado e as
relações e obrigações das partes.

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Assim, a movimentação de créditos, a que chamamos habitualmente de


descentralização de créditos, consiste na transferência, de uma unidade
gestora para outra, do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham
sido consignados no Orçamento ou lhe venham a ser transferidos
posteriormente. A descentralização pode ser interna, se realizada entre UGs do
mesmo órgão (provisão); ou externa, se efetuada entre órgãos distintos
(destaque).

5.2 Movimentação de recursos

A movimentação de recursos financeiros oriundos do Orçamento da União,


entre as UGs que compõem o Sistema de Programação Financeira, se dá sob
a forma de liberação de cotas, repasses e sub-repasses para o pagamento de
despesas, bem como por meio de concessão de limite de saque à Conta Única
do Tesouro.
A primeira fase da movimentação dos recursos é a liberação de cota e deve
ser realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado
pela Secretaria do Tesouro Nacional. Assim, cota é o montante de recursos
colocados à disposição dos Órgãos Setoriais de Programação Financeira –
OSPF pela Coordenação-Geral de Programação Financeira – COFIN/STN
mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro
Nacional.

A segunda fase é a liberação de repasse ou sub-repasse.


Repasse é a movimentação de recursos realizada pelos OSPF para as
unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração
Indireta, bem como entre estes; e sub-repasse é a liberação de recursos dos
OSPF para as unidades sob sua jurisdição e entre as unidades de um mesmo
órgão, ministério ou entidade.
A descentralização de recursos é realizada no SIAFI por meio da Nota de
Programação Financeira (NPF), que é o documento utilizado para registrar e
contabilizar as etapas da programação financeira. Assim, a NPF é o documento
que permite registrar os valores constantes da Proposta de Programação

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Financeira (PPF) e da Programação Financeira Aprovada (PFA), envolvendo a


COFIN/STN e os OSPF. A partir daí, com recursos em caixa, ou seja, com
disponibilidades financeiras, as unidades podem dar início à fase de
pagamento de suas despesas.

Atenção: a UG que recebe créditos descentralizados por destaque, receberá


recursos por repasse. A UG que recebe créditos descentralizados por
provisão, receberá recursos por sub-repasse.

Fonte: site STN

Caiu na prova:
6) (CESPE – Contador – DPU – 2010) O repasse ocorre quando a liberação de
recursos se efetua entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidade.

Repasse é a movimentação de recursos realizada pelos OSPF para as


unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração
Indireta, bem como entre estes; e sub-repasse é a liberação de recursos dos
OSPF para as unidades sob sua jurisdição e entre as unidades de um
mesmo órgão, ministério ou entidade.
Resposta: Errada

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6. RESTOS A PAGAR

Depois que é feito o empenho tendo como base a dotação orçamentária à


respectiva despesa, tem-se o início do cumprimento do contrato, convênio ou
determinação legal.
O próximo passo é a liquidação da despesa, a qual consiste na verificação do
direito do credor com base nos títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito, tendo por finalidade apurar a origem e o objeto do que se
deve pagar, a importância exata, e a quem se deve pagar para extinguir a
obrigação.

No entanto, se a despesa não for paga até o término do exercício financeiro,


dia 31 de dezembro, o crédito poderá ser inscrito em “restos a pagar”, com o
pagamento a realizar-se no exercício subsequente.
Consideram-se Restos a Pagar (RAP) ou resíduos passivos as despesas
empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro, logo, até o dia 31
de dezembro.

Consoante o art. 92 da Lei 4.320/1964, os Restos a Pagar, excluídos os


serviços da dívida, constituem-se em modalidade de dívida pública flutuante e
são registradas por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas
processadas das não processadas.
O entendimento dos estágios da despesa é importante porque o art. 36 da
Lei 4.320/1964 distingue as despesas em processadas e não processadas. As
despesas processadas referem-se a empenhos executados e liquidados,
prontos para o pagamento; as despesas não processadas são os empenhos
de contratos e convênios em plena execução, logo não existe ainda direito
líquido e certo do credor. Por exemplo, caso a administração pública assine
contrato com um laboratório para o fornecimento de vacinas contra a paralisia
infantil e, ao final do exercício, ainda não se saiba o número exato de crianças
que serão vacinadas, tal despesa não poderá ser liquidada e será considerada
não processada, pois ficará pendente a verificação do direito líquido e certo do
credor e da importância exata a pagar. Enquanto não ocorrer a verificação do

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implemento da condição prevista, não haverá o reconhecimento da liquidez do


direito do credor, não podendo o empenho ser considerado liquidado. Assim,
para pagamento no ano subsequente, a despesa será inscrita em restos a
pagar não processados.

Ressalto que a despesa pública deve passar pelos estágios da execução:


empenho, liquidação e pagamento. Assim, o pagamento dos restos a pagar
não processados, o qual passou apenas pelo estágio do empenho, também só
poderá ocorrer após a sua regular liquidação.
Os empenhos referentes a despesas já liquidadas e não pagas, assim como os
empenhos não anulados, serão automaticamente inscritos em Restos a Pagar
no encerramento do exercício pelo valor devido ou, se não conhecido, pelo
valor estimado, desde que satisfaça às condições estabelecidas para empenho
e liquidação da despesa, pois se referem a encargos incorridos no próprio
exercício. Isso ocorre devido ao regime de competência das despesas, já que
devem ser contabilizadas no exercício em que foram geradas.

No caso de estimativa, são possíveis duas situações:


• Valor real > valor inscrito em RAP: a diferença será empenhada à
conta de despesas de exercícios anteriores.
• Valor real < valor inscrito em RAP: o saldo existente será cancelado.

Os valores inscritos em Restos a Pagar deverão ser pagos durante o exercício


financeiro subsequente, ou seja, até 31 de dezembro do ano seguinte à
realização do empenho.

Após esta data, os saldos remanescentes serão automaticamente cancelados,


pois a reinscrição de empenhos em Restos a Pagar é vedada. Os Restos a
Pagar com prescrição interrompida, os quais são aqueles cuja inscrição tenha
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor, poderão ser pagos à
conta de despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria própria.
Segundo o art. 70 do Decreto 93.872/1986, o qual é baseado na legislação
civil, prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar.

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Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurianual, que não
tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último
ano de vigência do crédito. Ou seja, durante os outros anos só serão inscritos
em restos a pagar os créditos plurianuais liquidados.
Exemplo: determinado crédito adicional especial com vigência plurianual teve
no 1.° ano:
Empenhados: R$ 100 mil;
Liquidados: R$ 80 mil;
Pagos: R$ 50 mil.

Assim, apenas R$ 30 mil (liquidados e não pagos) serão inscritos em restos a


pagar no 1.° ano, porque os empenhos que sorvem a conta de créditos com
vigência plurianual, que não tenham sido liquidados, só serão computados
como restos a pagar no último ano de vigência do crédito.

Relembrando o Decreto 93.872/1986, em seu art. 35, I a IV:


Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31
de dezembro, para todos os fins, salvo quando:
I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele
estabelecida;
II – vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em curso a
liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o
cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;
IV – corresponder a compromissos assumidos no exterior.

Se a anulação ocorrer no próprio exercício, reverte-se à dotação a importância


de despesa anulada. Quando a anulação ocorrer após o encerramento deste,
considerar-se-á receita orçamentária do ano em que se efetivar.

Atenção: conforme Parecer 401/2000 da Procuradoria-Geral da Fazenda


Nacional, o cancelamento de restos a pagar processados (aqueles
empenhados e liquidados) caracteriza forma de enriquecimento ilícito, tendo

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em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer


e a administração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar sob
pena de estar descumprindo o princípio da moralidade que rege a
Administração Pública, previsto no art. 37 da CF/1988. Assim, os restos a
pagar processados não podem ser cancelados.

Caiu na prova:
7) (FCC – Analista Judiciário – Administrativo – TRT 5.ª Região – 2008) Restos
a pagar de despesas processadas são aqueles cujo empenho foi entregue ao
credor mediante o fornecimento do material, serviço ou obra e a despesa foi
considerada:
a) liquidada.
b) paga.
c) subempenhada.
d) fixada.
e) estimada.

As despesas processadas referem-se a empenhos executados e liquidados,


prontos para o pagamento; as despesas não processadas são os empenhos de
contratos e convênios em plena execução, logo não existe ainda direito líquido
e certo do credor.
Resposta: Letra A

Vamos elaborar um quadro sobre os empenhos inscritos em Restos a Pagar:

QUADRO: INSCRIÇÃO EM RESTOS A PAGAR

Os empenhos referentes a despesas já liquidadas e não pagas, assim como os empenhos


não anulados, serão automaticamente inscritos em Restos a Pagar no encerramento do
exercício pelo valor devido ou, se não conhecido, pelo valor estimado.

O empenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro,


para todos os fins, salvo quando:

Vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;

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Vencido o prazo do item anterior, mas esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja
de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

Se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

Corresponder a compromissos assumidos no exterior.

Ainda consoante o art. 15 do Decreto 93.872/1986:


Art. 15. Os restos a pagar constituirão item específico da programação
financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de saques
fixado.

As despesas extraorçamentárias são aquelas que não constam da Lei


Orçamentária e decorrem da contrapartida da receita extraorçamentária.
Provêm da obrigação de devolver o valor arrecadado transitoriamente, como os
valores de depósitos e cauções, de pagamentos de restos a pagar e de
resgate de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária.
Se uma despesa foi empenhada em um exercício e somente foi paga no
exercício seguinte, ela deve ser contabilizada como pertencente ao exercício
do empenho. Assim, os Restos a Pagar serão contabilizados como despesas
extraorçamentárias, já que o empenho foi efetuado dentro do orçamento do
exercício anterior.

Importante: na Contabilidade Pública, na estrutura do balanço financeiro, os


Restos a Pagar são classificados como receitas extraorçamentárias, para que
na contrapartida, quando forem pagos, sejam classificados como despesas
extraorçamentárias.

Logo, os Restos a Pagar são constituídos por recursos correspondentes a


exercícios financeiros já encerrados. No entanto, integram a programação
financeira do exercício em curso.

Atenção: Restos a Pagar são despesas extraorçamentárias e integram a


programação financeira do exercício em curso.

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De acordo com o art. 71 da CF/1988, o Tribunal de Contas da União tem o


dever de elaborar relatório e emitir parecer prévio sobre as contas prestadas
anualmente pelo Presidente da República, cabendo, exclusivamente, ao
Congresso Nacional, julgar as contas prestadas e apreciar os relatórios sobre a
execução dos planos de governo, conforme o inciso IX do art. 49 da CF/1988.
Os Restos a Pagar têm tido uma atenção crescente e relevante nos relatórios
apresentados pelo TCU, conforme se comprova no relatório apresentado sobre
contas do governo da república, relativas ao exercício de 2008. O TCU
ressalva a manutenção de volume expressivo de restos a pagar não
processados, inscritos ou revalidados no exercício de 2007, o que
compromete a programação financeira e o planejamento governamental nos
exercícios seguintes. O TCU tem mostrado preocupação com o
acompanhamento e o controle das contas referentes a restos a pagar, em
virtude do expressivo volume de recursos do governo federal inscritos nessa
rubrica nos últimos exercícios financeiros, devido ao contingenciamento de
dotações orçamentárias, promovendo sua descompressão quase ao final do
exercício.
No entanto, como a descompressão ocorre no final do exercício financeiro,
grande parte das despesas ainda não terá passado pelo estágio da liquidação
ao término do exercício, devendo ser inscritas em restos a pagar não
processados.
O importante é o estudante ter o conhecimento de que há um número
excessivo de despesas inscritas em Restos a Pagar a cada ano, principalmente
em Restos a Pagar não processados.

E para evitar abusos em fim de mandato, a LRF, em seu art. 42, parágrafo
único, determina:
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem
pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão

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considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do


exercício.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público observa que, embora a


Lei de Responsabilidade Fiscal não aborde o mérito do que pode ou não ser
inscrito em restos a pagar, veda contrair obrigação no último ano do mandato
do governante sem que exista a respectiva cobertura financeira, desta forma,
eliminando as heranças fiscais.

Caiu na prova:
8) (CESPE – Gestão de orçamento e finanças – IPEA – 2008) Tendo em vista
que são constituídos por recursos correspondentes a exercícios financeiros já
encerrados, os restos a pagar não integram a programação financeira do
exercício em curso.

Segundo o Decreto 93.872/86:


Art. 15. Os restos a pagar constituirão item específico da programação
financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de saques
fixado.

Atenção: Restos a Pagar são despesas extraorçamentárias e integram a


programação financeira do exercício em curso.
Resposta: Errada.

7. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

As Despesas de Exercícios Anteriores são dívidas resultantes de


compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que
ocorrerão os pagamentos.
Segundo o art. 37 da Lei 4.320/1964, as Despesas de Exercícios Anteriores
são as despesas relativas a exercícios encerrados, para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,
que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a

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Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o


encerramento do exercício correspondente. Poderão ser pagos à conta de
dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Vamos destrinchar o art. 37 da Lei 4.320/1964:


• Despesas relativas a exercícios encerrados, para as quais o
orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo
suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época
própria: ao final de um exercício, determinada despesa pode não ter
sido processada, porque o empenho pode ter sido considerado
insubsistente e anulado. No entanto, o credor havia, dentro do prazo
estabelecido, cumprido sua obrigação. Nesse caso, quando o
pagamento vier a ser reclamado, a despesa poderá ser empenhada
novamente em Despesas de Exercícios Anteriores.
• Restos a Pagar com prescrição interrompida: os valores inscritos em
Restos a Pagar deverão ser pagos durante o exercício financeiro
subsequente, ou seja, até 31 de dezembro do ano seguinte à realização
do empenho. Após essa data, os saldos remanescentes serão
automaticamente cancelados, pois a reinscrição de empenhos em
Restos a Pagar é vedada. Porém o direito do credor prescreve apenas
em cinco anos. Os Restos a Pagar com prescrição interrompida, os
quais são aqueles cuja inscrição tenha sido cancelada, mas ainda está
vigente o direito do credor, poderão ser pagos à conta de despesas de
exercícios anteriores, respeitada a categoria própria.
• Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente: alguns compromissos podem ser reconhecidos pela
autoridade competente após o fim do exercício financeiro em que foram
gerados, ainda que não tenha saldo na dotação própria ou que a
dotação não tenha sido prevista. Como exemplo, é o que ocorrerá se a
administração pública reconhecer dívida correspondente a vários anos
de diferenças em gratificações de servidores públicos em atividade. As
despesas decorrentes da decisão referentes aos anos anteriores

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deverão ir à conta de despesas de exercícios anteriores, classificadas


como despesas correntes; as dos meses do exercício financeiro corrente
serão pagas no elemento de despesa próprio.

Para o pagamento das despesas de exercícios anteriores, a despesa deve ser


empenhada novamente, comprometendo, desse modo, o orçamento vigente à
época do efetivo pagamento. Assim, há necessidade de nova autorização
orçamentária.

Importante: as Despesas de Exercícios Anteriores são despesas


orçamentárias, pois seu pagamento ocorre à custa do Orçamento vigente.

As dívidas de exercícios anteriores, que dependam de requerimento do


favorecido, prescrevem em cinco anos, contados da data do ato ou fato que
tiver dado origem ao respectivo direito.

Ainda, segundo o § 1.º do art. 22 do Decreto 93.872/1986, o reconhecimento


da obrigação de pagamento de despesas de exercícios anteriores cabe à
autoridade competente para empenhar a despesa.

Atenção: as despesas de exercícios anteriores não se confundem com restos a


pagar, já que sequer foram empenhadas ou, se foram, tiveram seus empenhos
anulados ou cancelados.

Caiu na prova:
9) (CESPE – Analista Administrativo – ANEEL – 2010) Relativamente aos
restos a pagar e às despesas de exercícios anteriores, julgue o próximo item.
A despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, não
estando mais vigente o direito do credor, poderá ser paga à conta de dotação
destinada a atender despesas de exercícios anteriores.

Os Restos a Pagar com prescrição interrompida, os quais são aqueles cuja


inscrição tenha sido cancelada, mas ainda está vigente o direito do credor,

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poderão ser pagos à conta de despesas de exercícios anteriores, respeitada a


categoria própria.
Resposta: Errada

8. SUPRIMENTO DE FUNDOS

A finalidade do suprimento de fundos é atender a despesas que não possam


aguardar o processo normal, ou seja, é exceção à realização de procedimento
licitatório.

O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos casos de


despesas expressamente definidas em lei e consiste na entrega de numerário
a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fim de
realizar despesas que pela excepcionalidade, a critério do Ordenador de
Despesa e sob sua inteira responsabilidade, não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação, nos seguintes casos:
• para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços
especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;
• quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se
classificar em regulamento; e
• para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas
cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em
Portaria do Ministro da Fazenda.

Os valores de um suprimento de fundos entregues ao suprido poderão


relacionar-se a mais de uma natureza de despesa, desde que precedidos dos
empenhos nas dotações respectivas, respeitados os valores de cada
natureza.
A concessão de suprimento de fundos deverá respeitar os estágios da
execução da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento. É vedada a
realização de despesa sem prévio empenho. Não se esqueça!
Cuidado: é vedada a aquisição de material permanente por meio de
suprimento de fundos.

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Não se concederá suprimento de fundos:


• a responsável por dois suprimentos, ou seja, é permitida a concessão de
até dois suprimentos com prazo de aplicação não vencido;
• a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a
adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;
• a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não
tenha prestado contas de sua aplicação; e
• a servidor declarado em alcance.

Entende-se por servidor declarado em alcance aquele que não tenha prestado
contas do suprimento no prazo regulamentar ou cujas contas tenham sido
impugnadas, total ou parcialmente.

Segundo o art. 45 do Decreto 93.872/1986, excepcionalmente, a critério do


ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser
concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na
dotação própria às despesas a realizar, e que não possa subordinar-se ao
processo normal de aplicação. Ainda, o suprimento de fundos será
contabilizado e incluído nas contas do ordenador como despesa realizada;
as restituições, por falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação indevida,
constituirão anulação de despesa, ou receita orçamentária, se recolhidas após
o encerramento do exercício.

O servidor que receber Suprimento de Fundos é obrigado a prestar contas de


sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à tomada de contas se não o
fizer no prazo assinalado pelo Ordenador de Despesa, sem prejuízo das
providências administrativas para apuração das responsabilidades.
A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro
seguinte.
A responsabilidade pela aplicação do suprimento de fundos, após sua
aprovação na respectiva prestação de contas, é da autoridade que o concedeu.

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A concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer por meio do Cartão de


Pagamento do Governo Federal (CPGF), conhecido como Cartão Corporativo,
utilizando as contas de suprimento de fundos somente em caráter excepcional,
em que comprovadamente não seja possível utilizar o cartão.
O CPGF é instrumento de pagamento, emitido em nome da unidade gestora e
operacionalizado por instituição financeira autorizada, utilizado exclusivamente
pelo portador nele identificado, nos casos indicados em ato próprio da
autoridade competente. Ele permite o acompanhamento das despesas
realizadas com os recursos do Governo, facilita a prestação de contas e
oferece maior segurança às operações.
O Decreto 5.355/2005 dispõe sobre a utilização do CPGF pelos órgãos e
entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional,
para pagamento de despesas realizadas nos termos da legislação vigente, e dá
outras providências.
Segundo o art. 2.°, a utilização do CPGF para pagamento de despesas poderá
ocorrer na aquisição de materiais e contratação de serviços enquadrados como
suprimento de fundos, sem prejuízo dos demais instrumentos de pagamento
previstos na legislação. No entanto, ato conjunto dos Ministros de Estado do
Planejamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda poderá autorizar a utilização
do CPGF como forma de pagamento de outras despesas.

Segundo o § 6.° do art. 45 do Decreto 93.872/1986, é vedada a utilização do


CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às despesas:
I – de que trata o art. 47;
II – decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do
autorizado em portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a
30% do total da despesa anual do órgão ou entidade efetuada com suprimento
de fundos;
III – decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos
do autorizado em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a 30%
do total da despesa anual da Agência efetuada com suprimento de fundos.

Este é o art. 47 citado pelo inciso I acima:

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Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos,


para atender a peculiaridades dos órgãos essenciais da Presidência da
República, da Vice-Presidência da República, do Ministério da Fazenda, do
Ministério da Saúde, do Departamento de Polícia Federal do Ministério da
Justiça, das repartições do Ministério das Relações Exteriores no exterior, bem
assim de militares e de inteligência, obedecerão ao Regime Especial de
Execução estabelecido em instruções aprovadas pelos respectivos Ministros de
Estado, vedada a delegação de competência.
Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que
trata o caput, com relação ao Ministério da Saúde, restringe-se a atender às
especificidades decorrentes da assistência à saúde indígena.

O CPGF é uma modalidade de pagamento, ou seja, não altera em nada os


procedimentos existentes para a utilização do suprimento de fundos e sua
prestação de contas. Se o Ordenador de Despesa impugnar as contas do
suprido, este deverá devolver, por meio do documento Guia de Recolhimento
da União – GRU, os valores das despesas não elegíveis, ou seja, aquelas que
não foram aceitas pelo Ordenador de Despesa da UG, por estar em desacordo
com o objeto do suprimento. Cabe ressaltar que a rotina de devolução vale
tanto para a conta bancária, quanto para o Cartão.

Caiu na prova:
10) (CESGRANRIO - Analista – Banco Central do Brasil – 2010) Para realizar
determinada atividade, um analista necessita obter um adiantamento de
numerário, denominado suprimento de fundos. É certo que a realização de
despesas, nessa modalidade, pressupõe o(a):
(A) pagamento de restos a pagar não processados.
(B) alocação de recursos em garantia.
(C) caracterização de situações atípicas que exijam pronto pagamento em
espécie.
(D) adoção de reserva de contingência em fonte orçamentária própria.
(E) dispensa de empenho.

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A finalidade do suprimento de fundos é atender a despesas que não possam


aguardar o processo normal, ou seja, é exceção à realização de procedimento
licitatório.
O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos casos de
despesas expressamente definidas em lei e consiste na entrega de numerário
a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fim de
realizar despesas que pela excepcionalidade, a critério do Ordenador de
Despesa e sob sua inteira responsabilidade, não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação.
Logo, para realizar determinada atividade, se um servidor necessita obter um
adiantamento de numerário, denominado suprimento de fundos, é certo que a
realização de despesas, nessa modalidade, pressupõe caracterização de
situações atípicas que exijam pronto pagamento em espécie.
Resposta: Letra C

MAIS QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES

(CESPE – Analista Judiciário – Administração - TRE/BA – 2010) Julgue o


seguinte item, relativo aos documentos utilizados pelo sistema integrado de
administração financeira (SIAFI).
11) A guia de recolhimento da união (GRU) eletrônica permite registrar a
arrecadação de receitas federais efetivadas pelos órgãos e pelas entidades,
por meio de transferências de recursos intra-SIAFI entre a unidade gestora
recolhedora e a conta única do tesouro nacional.

Por meio do DARF é que se registra a arrecadação de tributos e demais


receitas diretamente na Conta Única do Tesouro Nacional, sem trânsito pela
rede bancária, ou seja, por meio de transferências de recursos intra-SIAFI. O
DARF eletrônico nada mais é do que o instrumento de registro dessas
informações no SIAFI.
Resposta: Errada

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12) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Quando do pagamento de


Restos a Pagar referente a uma despesa qualquer, empenhada pelo valor
estimado, verificou-se que o valor real a ser pago era superior ao valor inscrito.
Nesse caso, a diferença a maior deverá ser:
a) empenhada à conta do orçamento vigente, para ser paga no exercício
subsequente.
b) inscrita em Restos a Pagar do exercício vigente.
c) empenhada à conta de Despesas de Exercícios Anteriores.
d) inscrita em Restos a Pagar do exercício da inscrição original.
e) empenhada e paga à conta do orçamento do exercício da inscrição original.

No caso de estimativa, são possíveis duas situações:


• Valor real > valor inscrito em RAP: a diferença será empenhada à
conta de despesas de exercícios anteriores.
• Valor real < valor inscrito em RAP: o saldo existente será cancelado.

Logo, caso se verifique que o valor real a ser pago seja superior ao valor
inscrito, a diferença será empenhada à conta de despesas de exercícios
anteriores.
Resposta: Letra C

13) (CESPE – Contador – DPU – 2010) A provisão é também chamada de


descentralização interna, por efetuar-se entre unidades gestoras de um mesmo
órgão.

Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão


tem-se a descentralização interna, também chamada de provisão.
Resposta: Certa

14) (ESAF – AFC/CGU - 2008) A Administração Pública necessita, em


determinadas situações, utilizar-se de sistemática especial, conhecida como
Suprimento de Fundos, para realizar despesas que, por sua natureza ou
urgência, não possam aguardar o processamento normal da execução

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orçamentária. No que diz respeito a esse assunto, julgue os itens que se


seguem e marque, com V para os verdadeiros e F para os falsos, a opção que
corresponde à sequência correta.
I. O servidor que receber suprimento de fundos fica obrigado a prestar contas
de sua aplicação procedendo-se, automaticamente, a tomada de contas se não
o fizer no prazo assinalado.
II. Poderá ser concedido suprimento de fundos nos casos em que a despesa
deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento.
III. Não é permitida a concessão de suprimento de fundos para servidor que
tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir, salvo quando
não houver na repartição outro servidor.
IV. A autorização para concessão de suprimento de fundos cabe ao Ministro de
Estado ou autoridade equivalente.
V. Na execução da despesa por meio de suprimento de fundos, o empenho é
emitido após a prestação de contas do suprido, pois nesse momento tem-se a
identificação da despesa realizada.
a) F, F, V, F, V
b) V, V, V, F, V
c) F, V, F, V, F
d) V, V, V, F, F
e) V, F, F, V, V

I) Correto. De acordo com o § 2º do art. 45 do Decreto 93.872/86, o servidor


que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a prestar
contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à tomada de
contas se não o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da despesa, sem
prejuízo das providências administrativas para a apuração das
responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis.
II) Correto. Uma das situações previstas para concessão de suprimento de
fundos ocorre quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme
se classificar em regulamento.

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III) Correto. Uma das restrições à concessão de suprimento de fundos ocorre


quando o servidor tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a
adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor.
IV) Errado. Segundo o art. 45 do referido Decreto, excepcionalmente, a critério
do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser
concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na
dotação própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação.
V) Errado. Segundo o mesmo artigo: “poderá ser concedido suprimento de
fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria às
despesas a realizar”. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

Logo, a sequência é V, V, V, F, F.
Resposta: Letra D

15) (CESPE – Contador – DPU – 2010) A descentralização de créditos


orçamentários transfere a programação para outra unidade orçamentária.

As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com


transferências e transposição, pois não modificam o valor da programação ou
de suas dotações orçamentárias (créditos adicionais); tampouco alteram a
unidade orçamentária (classificação institucional) detentora do crédito
orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais.
Na descentralização, as dotações serão empregadas obrigatória e
integralmente na consecução do objetivo previsto pelo programa de trabalho
pertinente, respeitadas fielmente a classificação funcional e a estrutura
programática. Portanto, a única diferença é que a execução da despesa
orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade.
Resposta: Errada

16) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Sobre o tema ‘Suprimento de


Fundos’, inovado nos últimos anos pelo uso do chamado ‘Cartão Corporativo’
(Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF), assinale a opção correta.

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a) As despesas com suprimento de fundos são efetivadas pela abertura de


conta bancária destinada à sua movimentação.
b) Apenas as despesas com suprimento de fundos de caráter sigiloso (sob
Regime Especial de Execução), são efetivadas por meio do CPGF.
c) O suprimento de fundos pode ser concedido a servidor responsável por dois
suprimentos.
d) Em princípio, ainda que com algumas exceções, é vedada a utilização do
CPGF na modalidade de saque.
e) Devido ao uso em larga escala do CPGF, do servidor que recebe suprimento
de fundos, não mais se exige a prestação de contas de sua aplicação.

a) Errada. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de


suprimentos de fundos.
b) Errada. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou
adiantamentos, para atender a peculiaridades dos órgãos que obedecerão ao
Regime Especial de Execução serão estabelecidas em instruções aprovadas
pelos respectivos Ministros de Estado, vedada a delegação de competência. As
demais despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do
Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF.
c) Errada. É vedada a concessão de suprimento de fundos a responsável por
dois suprimentos.
d) Correta. Segundo o § 6° do art. 45 do Decreto 93.872/86, é vedada a
utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às despesas:
I - de que trata o art. 47.
II - decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do
autorizado em portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a
30% do total da despesa anual do órgão ou entidade efetuada com suprimento
de fundos.
III - decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos
do autorizado em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a 30%
do total da despesa anual da Agência efetuada com suprimento de fundos.
e) Errada. O servidor que receber suprimento de fundos é obrigado a prestar
contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à tomada de

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AFO – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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contas se não o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da despesa, sem


prejuízo das providências administrativas para a apuração das
responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis.
Resposta: Letra D

17) (CESPE – Contador – DPU – 2010) A cota corresponde à movimentação


de recursos entre as unidades do sistema de programação orçamentária e se
efetua mediante destaque.

Cota e destaque não se confundem. A cota é o montante de recursos


colocados à disposição dos Órgãos Setoriais de Programação Financeira –
OSPF pela Coordenação-Geral de Programação Financeira – COFIN/STN
mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro
Nacional. O destaque é a descentralização externa de créditos, ou seja,
efetuada entre órgãos distintos.
Resposta: Errada

(CESPE – Analista Administrativo – ANEEL – 2010) Julgue o item subsequente


acerca da execução orçamentária e do cumprimento de metas.
18) Se for verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita no
Poder Executivo não comportará o cumprimento de metas e não for promovida
a limitação de empenho e movimentação financeira no prazo estabelecido, o
Poder Legislativo está autorizado a limitar os valores financeiros relativos aos
poderes e órgãos segundo critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não


comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
O Poder legislativo não pode limitar os valores financeiros do Poder Executivo.
Resposta: Errada.

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19) (CESGRANRIO – Contador – INEA – 2008) O SIAFI – Sistema Integrado


de Administração Financeira foi implantado pelo Governo Federal com o intuito
de promover a modernização e integração dos sistemas contábeis e de
programação financeira da União. O SIAFI está estruturado em sistemas; cada
sistema está organizado em subsistemas e estes, organizados por:
a) Módulos
b) Capítulos
c) Subprojetos
d) Subprogramas
e) Sub-subsistema

O SIAFI foi concebido para se estruturar por exercícios: cada ano equivale a
um sistema diferente, ou seja, a regra de formação do nome do sistema é a
sigla SIAFI acrescida de quatro dígitos referentes ao ano do sistema que se
deseja acessar: SIAFI2009, SIAFI2010, SIAFI2011, etc.
Por sua vez, cada sistema está organizado por subsistemas – atualmente são
21 – e estes, por módulos.
Resposta: Letra A

Acerca da movimentação da conta única do tesouro nacional, julgue o item a


seguir.
20) (CESPE – Analista Administrativo – ANEEL – 2010) É efetuada por
intermédio das unidades gestoras integrantes do SIAFI, sob a forma de acesso
online e offline, utilizando como agente financeiro, para efetuar os pagamentos
e recebimentos, o Banco Central do Brasil.

Com a conta única, todas as unidades gestoras on-line do SIAFI passaram a


ter os seus saldos bancários registrados e controlados pelo sistema, sem
contas escriturais no Banco do Brasil.
Resposta: Errada

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E assim terminamos a aula 7.

Na próxima aula trataremos de tópicos selecionados da Lei de


Responsabilidade Fiscal.

Forte abraço!

Sérgio Mendes

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MEMENTO VII
SIAFI

O SIAFI é um sistema informatizado que processa e controla, por meio de terminais instalados em todo
o território nacional, a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da
Administração Pública direta federal, das autarquias, fundações e empresas públicas federais e das
sociedades de economia mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da
Seguridade Social da União.

O subsistema CPR permite otimizar o processo de programação financeira dos órgãos e entidades
ligadas ao Sistema, proporcionando informações em nível analítico e gerencial do fluxo de caixa. Ele
permite o cadastramento de contratos, notas fiscais, recibos e outros documentos, cuja contabilização é
efetuada por eventos de sistema.

A tabela de eventos é parte integrante do plano de contas da administração pública federal. Ela veio
substituir a forma usual de apresentação de um plano de contas no que tange à correspondência entre as
contas (digrafograma). No entanto, o SIAFI somente validará os documentos de entrada de dados, em
termos contábeis, se eles se apresentarem com os eventos que, no todo, completem partidas dobradas
(total dos débitos igual ao total dos créditos).

Principais objetivos do SIAFI

Prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, financeira e patrimonial


aos órgãos da administração pública;

Fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do tesouro
nacional, por meio da unificação dos recursos de caixa do governo federal;

Permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais
destinadas a todos os níveis da administração pública federal;

Padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez
ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador de despesa de
cada UG;

Permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de suas supervisionadas;

Permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências negociadas;

Integrar e compatibilizar as informações no âmbito do governo federal;

Permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos; e

Proporcionar a transparência dos gastos do governo federal.

Documentos do SIAFI

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Relacionados à execução orçamentária: Relacionados à execução financeira:

• Nota de Dotação (ND); • Nota de Lançamento por Evento (NL);


• Nota de Movimentação de Crédito (NC); • DARF Eletrônico;
• Nota de empenho (NE); • GPS Eletrônica;
• Nota de Lançamento por Evento (NL). • Ordem Bancária (OB).

Ainda, destacam-se os seguintes documentos:

• GSE Eletrônica;
• Nota de Programação Financeira (NPF).

CONTA ÚNICA

A Conta Única do Tesouro Nacional é mantida junto ao Banco Central do Brasil e sua
operacionalização será efetuada por intermédio do Banco do Brasil via SIAFI, ou, excepcionalmente,
por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda.

As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

As disponibilidades de caixa relativas à Previdência Social deverão ser separadas das demais
disponibilidades do ente público.

É movimentada pelas UGs da Administração Pública Federal, inclusive Fundos, Autarquias,


Fundações, e outras entidades integrantes do SIAFI, na modalidade “on-line”.

Com a Conta Única, todas as Unidades Gestoras on-line do SIAFI passaram a ter os seus saldos
bancários registrados e controlados pelo sistema, sem contas escriturais no Banco do Brasil. Pelo SIAFI
é que se faz o controle desses saldos e a transferência de recursos entre as UGs.

A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por meio de OB, DARF, GPS, DAR, GSE,
GFIP, NS ou NL, de acordo com as respectivas finalidades.

PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando o
ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação.

Logo após a sanção presidencial à LOA aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo
mediante decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de
desembolso mensal por órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na LDO.

A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a STN o órgão central, contando
ainda com a participação das Subsecretarias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou
equivalentes, os chamados OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da


programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua

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execução. Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira
dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão
central. Às Unidades Gestoras Executoras cabe a realização da despesa pública, ou seja: o empenho,
a liquidação e o pagamento.

Limitação de empenho não corresponde a contingenciamento. Na limitação de empenho anula-se


parcela da dotação orçamentária, sendo que a recomposição será proporcional às reduções
efetivadas. Já o contingenciamento equivale a um congelamento, pois se deixa de efetuar o
empenho, mas permanece a dotação.

São objetivos do Decreto de Programação Orçamentária e Financeira:

Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o exercício;

Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos


financeiros para o Governo Federal;

Cumprir a Legislação Orçamentária (Lei 4.320/1964 e LRF); e

Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro e proporcionar o


cumprimento da meta de resultado primário.

LIMITAÇÃO DE EMPENHO E MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA

Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o


cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios da LDO.

A limitação de empenho também será promovida pelo ente que ultrapassar o limite para a dívida
consolidada, para que obtenha o resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite.

Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do
ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela
LDO.

No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Descentralização de Créditos

Transferência de uma UG para outra do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido
consignados no Orçamento ou lhe venham a ser transferidos posteriormente.

Destaque: Descentralização externa de créditos, pois é efetuada entre órgãos distintos.


Provisão: Descentralização interna de créditos, pois é realizada entre UGs do mesmo órgão.

Movimentação de Recursos

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Cota: é o montante de recursos colocados à disposição dos OSPF pela COFIN/STN mediante
movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional.

Repasse: é a movimentação “externa” de recursos realizada pelos OSPF para as unidades de


outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre estes.

Sub-repasse: é a liberação “interna” de recursos dos OSPF para as unidades sob sua jurisdição e
entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade.

RESTOS A PAGAR

Consideram-se Restos a Pagar ou resíduos passivos as despesas empenhadas, mas não pagas dentro
do exercício financeiro.

São despesas extraorçamentárias e integram a programação financeira do exercício em curso.

Os Restos a Pagar, excluídos os serviços da dívida, constituem-se em modalidade de dívida pública


flutuante e são registradas por exercício e por credor, distinguindo-se:
• Despesas processadas: referem-se a empenhos executados e liquidados, prontos para o
pagamento;
• Despesas não processadas: empenhos em plena execução, logo não existe ainda direito
líquido e certo do credor.

Na Contabilidade Pública, na estrutura do balanço financeiro, os Restos a Pagar são classificados


como receitas extraorçamentárias, para que na contrapartida, quando forem pagos, sejam
classificados como despesas extraorçamentárias.

Os valores inscritos em Restos a Pagar deverão ser pagos durante o exercício financeiro subsequente,
ou seja, até 31.12 do ano seguinte à realização do empenho. Após essa data, os saldos remanescentes
serão automaticamente cancelados, pois a reinscrição de empenhos em Restos a pagar é vedada.

Segundo a LRF, é vedado ao titular de Poder ou órgão, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e
despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

Os empenhos referentes a despesas já liquidadas e não pagas, assim como os empenhos não
anulados, serão automaticamente inscritos em Restos a Pagar no encerramento do exercício pelo

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valor devido ou, se não conhecido, pelo valor estimado.

Os Restos a Pagar processados não podem ser cancelados.

O empenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31.12 salvo quando:

Vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;

Vencido o prazo do item anterior, mas esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja de interesse
da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

Se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

Corresponder a compromissos assumidos no exterior.

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

As Despesas de Exercícios Anteriores são dívidas resultantes de compromissos gerados em


exercícios financeiros anteriores àqueles em que ocorrerão os pagamentos.

Poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por
elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

São despesas orçamentárias, pois seu pagamento ocorre à custa do Orçamento vigente.

São as despesas relativas a:


• Exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com
saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria,
• Restos a Pagar com prescrição interrompida;
• Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente.

As dívidas de exercícios anteriores, que dependam de requerimento do favorecido, prescrevem em


cinco anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo direito.

SUPRIMENTO DE FUNDOS

O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos casos de despesas expressamente


definidas em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na
dotação própria, para o fim de realizar despesas que, pela excepcionalidade, a critério do Ordenador
de Despesa e sob sua inteira responsabilidade, não possam subordinar-se ao processo normal de

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aplicação, nos seguintes casos:


• para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que exijam
pronto pagamento em espécie;
• quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em
regulamento; e
• para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso,
não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

Os valores de um suprimento de fundos entregues ao suprido poderão relacionar-se a mais de uma


natureza de despesa, desde que precedidos dos empenhos nas dotações respectivas, respeitados os
valores de cada natureza.

É vedada a aquisição de material permanente por meio de suprimento de fundos.

A concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer por meio do CPGF, utilizando as contas de
suprimento de fundos somente em caráter excepcional, em que comprovadamente não seja possível
utilizar o cartão.

Não se concederá suprimento de fundos:


• a responsável por dois suprimentos, ou seja, é permitida a concessão de até dois suprimentos
com prazo de aplicação não vencido;
• a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando
não houver na repartição outro servidor;
• a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de
sua aplicação; e
• a servidor declarado em alcance.

O CPGF é instrumento de pagamento, emitido em nome da unidade gestora e operacionalizado por


instituição financeira autorizada, utilizado exclusivamente pelo portador nele identificado, nos casos
indicados em ato próprio da autoridade competente.

A utilização do CPGF para pagamento de despesas poderá ocorrer na aquisição de materiais e


contratação de serviços enquadrados como suprimento de fundos, sem prejuízo dos demais
instrumentos de pagamento previstos na legislação. No entanto, ato conjunto dos Ministros de
Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda poderá autorizar a utilização do CPGF

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como forma de pagamento de outras despesas.

A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para atender a peculiaridades


dos órgãos essenciais da Presidência da República, da Vice-Presidência da República, do Ministério
da Fazenda, do Ministério da Saúde, do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça,
das repartições do Ministério das Relações Exteriores no exterior, bem assim de militares e de
inteligência, obedecerão ao Regime Especial de Execução estabelecido em instruções aprovadas
pelos respectivos Ministros de Estado, vedada a delegação de competência.

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1) (CESPE – Analista – SERPRO – 2008) A nota de dotação é um documento


utilizado para registro das informações orçamentárias elaboradas pela
Secretaria de Orçamento Federal.

2) (CESPE – Consultor do Executivo – SEFAZ/ES – 2010) Na estrutura do


código do evento, a classe identifica o conjunto de eventos de uma mesma
natureza.

3) (ESAF – Analista Administrativo – ANA – 2009) Sobre o tema ‘Conta Única


do Tesouro Nacional’, assinale a opção correta.
a) É mantida no Banco Central do Brasil e tem por finalidade acolher as
disponibilidades financeiras da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
b) Sua operacionalização é efetuada, exclusivamente, por intermédio do Banco
do Brasil S/A.
c) É movimentada pelas Unidades Gestoras da Administração Pública Federal
integrantes do SIAFI, inclusive na modalidade “off-line”.
d) As Ordens Bancárias contra ela emitidas são consolidadas diariamente no
âmbito do SIDOR, de acordo com a respectiva finalidade.
e) A movimentação de seus recursos é efetuada, entre outros, por meio da
Guia da Previdência Social (GPS) e da Guia de Recolhimento do FGTS e de
Informações da Previdência Social (GFIP).

4) (ESAF – Analista Tributário – Receita Federal do Brasil – 2009) Assinale a


opção que indica uma exceção aos objetivos do decreto de programação
financeira, no âmbito federal.
a) Cumprir a Legislação Orçamentária.
b) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para
o exercício.
c) Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à
disposição das unidades orçamentárias.

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d) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação


(pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal.
e) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício
financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

5) (CESGRANRIO – Analista em Ciência e Tecnologia – CAPES – 2008) O


artigo 9.° da Lei de Responsabilidade Fiscal reza o seguinte:
Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não
comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes,............segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes
orçamentárias.
O trecho que completa e dá sentido ao texto do artigo 9.° é:
a) redução nos gastos da folha de pagamentos.
b) limitação de empenho e movimentação financeira.
c) suspensão dos pagamentos de contratos de fornecedores externos.
d) suspensão dos pagamentos a pessoas físicas.
e) sustação dos 10 últimos empenhos realizados antes da identificação.

6) (CESPE – Contador – DPU – 2010) O repasse ocorre quando a liberação de


recursos se efetua entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidade.

7) (FCC – Analista Judiciário – Administrativo – TRT 5.ª Região – 2008) Restos


a pagar de despesas processadas são aqueles cujo empenho foi entregue ao
credor mediante o fornecimento do material, serviço ou obra e a despesa foi
considerada:
a) liquidada.
b) paga.
c) subempenhada.
d) fixada.
e) estimada.

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8) (CESPE – Gestão de orçamento e finanças – IPEA – 2008) Tendo em vista


que são constituídos por recursos correspondentes a exercícios financeiros já
encerrados, os restos a pagar não integram a programação financeira do
exercício em curso.

9) (CESPE – Analista Administrativo – ANEEL – 2010) Relativamente aos


restos a pagar e às despesas de exercícios anteriores, julgue o próximo item.
A despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, não
estando mais vigente o direito do credor, poderá ser paga à conta de dotação
destinada a atender despesas de exercícios anteriores.

10) (CESGRANRIO - Analista – Banco Central do Brasil – 2010) Para realizar


determinada atividade, um analista necessita obter um adiantamento de
numerário, denominado suprimento de fundos. É certo que a realização de
despesas, nessa modalidade, pressupõe o(a):
(A) pagamento de restos a pagar não processados.
(B) alocação de recursos em garantia.
(C) caracterização de situações atípicas que exijam pronto pagamento em
espécie.
(D) adoção de reserva de contingência em fonte orçamentária própria.
(E) dispensa de empenho.

(CESPE – Analista Judiciário – Administração - TRE/BA – 2010) Julgue o


seguinte item, relativo aos documentos utilizados pelo sistema integrado de
administração financeira (SIAFI).
11) A guia de recolhimento da união (GRU) eletrônica permite registrar a
arrecadação de receitas federais efetivadas pelos órgãos e pelas entidades,
por meio de transferências de recursos intra-SIAFI entre a unidade gestora
recolhedora e a conta única do tesouro nacional.

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12) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Quando do pagamento de


Restos a Pagar referente a uma despesa qualquer, empenhada pelo valor
estimado, verificou-se que o valor real a ser pago era superior ao valor inscrito.
Nesse caso, a diferença a maior deverá ser:
a) empenhada à conta do orçamento vigente, para ser paga no exercício
subsequente.
b) inscrita em Restos a Pagar do exercício vigente.
c) empenhada à conta de Despesas de Exercícios Anteriores.
d) inscrita em Restos a Pagar do exercício da inscrição original.
e) empenhada e paga à conta do orçamento do exercício da inscrição original.

13) (CESPE – Contador – DPU – 2010) A provisão é também chamada de


descentralização interna, por efetuar-se entre unidades gestoras de um mesmo
órgão.

14) (ESAF – AFC/CGU - 2008) A Administração Pública necessita, em


determinadas situações, utilizar-se de sistemática especial, conhecida como
Suprimento de Fundos, para realizar despesas que, por sua natureza ou
urgência, não possam aguardar o processamento normal da execução
orçamentária. No que diz respeito a esse assunto, julgue os itens que se
seguem e marque, com V para os verdadeiros e F para os falsos, a opção que
corresponde à sequência correta.
I. O servidor que receber suprimento de fundos fica obrigado a prestar contas
de sua aplicação procedendo-se, automaticamente, a tomada de contas se não
o fizer no prazo assinalado.
II. Poderá ser concedido suprimento de fundos nos casos em que a despesa
deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento.
III. Não é permitida a concessão de suprimento de fundos para servidor que
tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir, salvo quando
não houver na repartição outro servidor.
IV. A autorização para concessão de suprimento de fundos cabe ao Ministro de
Estado ou autoridade equivalente.

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V. Na execução da despesa por meio de suprimento de fundos, o empenho é


emitido após a prestação de contas do suprido, pois nesse momento tem-se a
identificação da despesa realizada.
a) F, F, V, F, V
b) V, V, V, F, V
c) F, V, F, V, F
d) V, V, V, F, F
e) V, F, F, V, V

15) (CESPE – Contador – DPU – 2010) A descentralização de créditos


orçamentários transfere a programação para outra unidade orçamentária.

16) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Sobre o tema ‘Suprimento de


Fundos’, inovado nos últimos anos pelo uso do chamado ‘Cartão Corporativo’
(Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF), assinale a opção correta.
a) As despesas com suprimento de fundos são efetivadas pela abertura de
conta bancária destinada à sua movimentação.
b) Apenas as despesas com suprimento de fundos de caráter sigiloso (sob
Regime Especial de Execução), são efetivadas por meio do CPGF.
c) O suprimento de fundos pode ser concedido a servidor responsável por dois
suprimentos.
d) Em princípio, ainda que com algumas exceções, é vedada a utilização do
CPGF na modalidade de saque.
e) Devido ao uso em larga escala do CPGF, do servidor que recebe suprimento
de fundos, não mais se exige a prestação de contas de sua aplicação.

17) (CESPE – Contador – DPU – 2010) A cota corresponde à movimentação


de recursos entre as unidades do sistema de programação orçamentária e se
efetua mediante destaque.

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(CESPE – Analista Administrativo – ANEEL – 2010) Julgue o item subsequente


acerca da execução orçamentária e do cumprimento de metas.
18) Se for verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita no
Poder Executivo não comportará o cumprimento de metas e não for promovida
a limitação de empenho e movimentação financeira no prazo estabelecido, o
Poder Legislativo está autorizado a limitar os valores financeiros relativos aos
poderes e órgãos segundo critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

19) (CESGRANRIO – Contador – INEA – 2008) O SIAFI – Sistema Integrado


de Administração Financeira foi implantado pelo Governo Federal com o intuito
de promover a modernização e integração dos sistemas contábeis e de
programação financeira da União. O SIAFI está estruturado em sistemas; cada
sistema está organizado em subsistemas e estes, organizados por:
a) Módulos
b) Capítulos
c) Subprojetos
d) Subprogramas
e) Sub-subsistema

Acerca da movimentação da conta única do tesouro nacional, julgue o item a


seguir.
20) (CESPE – Analista Administrativo – ANEEL – 2010) É efetuada por
intermédio das unidades gestoras integrantes do SIAFI, sob a forma de acesso
online e offline, utilizando como agente financeiro, para efetuar os pagamentos
e recebimentos, o Banco Central do Brasil.

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GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C E C B E A E E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C C D E D E E A E

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