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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL

Curso Orçamento Público

Módulo IiI
receita ORÇAMENTÁRIa

(ORG) Fernando Cesar Rocha Machado

brasília
2015
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
Nelson Barbosa

Secretário-Executivo
Dyogo Henrique de Oliveira

Secretária de Orçamento Federal


Esther Dweck

Secretários-Adjuntos
Antonio Carlos Paiva Futuro
Franselmo Araújo Costa
George Alberto Aguiar Soares

Diretores
Clayton Luiz Montes
Felipe Daruich Neto
Marcos de Oliveira Ferreira
Zarak de Oliveira Ferreira

Coordenador-Geral de Inovação e
Assuntos Orçamentários e Federativos
Luiz Guilherme Pinto Henriques

Coordenadora de Educação e Difusão Orçamentária


Rosana Lôrdelo de Santana Siqueira

Organização do Conteúdo
Fernando Cesar Rocha Machado

Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho

Revisão Gramatical e Ortográfica


Renata Carlos da Silva Informações:
www.orcamentofederal.gov.br
Projeto Gráfico e Diagramação Secretaria de Orçamento Federal
Tiago Ianuck Chaves SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8,
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
Colaboração escolavirtualsof@planejamento.gov.br
Bruno Rodolfo Cupertino
Karen Evelyn Scaff
Munique Barros Carvalho
Olivia Pereira Paranayba

Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.


Secretaria de Orçamento Federal. Escola Virtual SOF.
Curso Orçamento Público / organização de Fernando
Cesar Rocha Machado. Brasília, 2014.
5 v. ; il.

Conteúdo: Módulo I. Orçamento público: conceitos e


Fundamentos. Módulo II. Instrumentos do processo
Orçamentário. Módulo III. Receita orçamentária. Módulo IV.
Despesa orçamentária. Módulo V. Execução orçamentária.

1. Orçamento público. 2. Finanças públicas. I. Machado,


Fernando Cesar Rocha. II. Título.

CDU: 336.121.3(81)
CDD: 351.722
ObJETIVOS DO MóDuLO

Apresentar os principais conceitos e aspectos da receita orçamentária para uma


melhor compreensão do Orçamento Público.

uNIDADES

I Conceito de Receita Orçamentária


II Classificação da Receita Orçamentária
III Noções Básicas sobre Tributo
IV Etapas da Receita Orçamentária
V Determinações da LRF
Sumário
Apresentação.......................................................................................................................................7

Unidade I - CONCEITO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA............................ 9

Unidade II - CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA...............15


Classificação quanto à Origem...............................................................................................18
Classificação sob a ótica do Resultado Fiscal.....................................................................19
Classificação sob a perspectiva da Constância e Eventualidade............................... 20
Classificação sob a ótica da Obrigatoriedade....................................................................21
Classificação por Natureza da Receita................................................................................ 22
Classificação por Fonte/Destinação de Recursos ........................................................... 29

Unidade III - noções básicas sobre tributos.............................. 35


Impostos....................................................................................................................................... 38
Taxas............................................................................................................................................... 39
Contribuições de Melhoria...................................................................................................... 40
Contribuições Sociais.................................................................................................................41
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico...................................................41
Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas................. 42
Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública................................ 43

Unidade IV - ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA............................ 45


Previsão......................................................................................................................................... 46
Lançamento................................................................................................................................. 46
Arrecadação................................................................................................................................. 47
Recolhimento.............................................................................................................................. 47

Unidade V - determinações da lrf.................................................. 49

CONCLUSÃO.............................................................................................. 55

Revisão do Módulo............................................................................. 57

Gabarito dos Exercícios.................................................................... 58

Referências Bibliográficas............................................................. 59
Apresentação

Caro (a) participante!

Nos módulos anteriores abordamos o conceito de orçamento público; seus


fundamentos legais, funções, técnicas, princípios e os instrumentos que compõem o
processo orçamentário. Assim, reunidas as condições para estudar temas mais específicos,
vamos abordar neste módulo a Receita Orçamentária.

Quando é iniciado o processo de elaboração de um orçamento, o primeiro item


que devemos considerar é a capacidade de captação dos recursos necessários para cobrir
as despesas que serão realizadas. Assim, entender a Receita Orçamentária é um fator
fundamental para a compreensão do Orçamento Público.

Para isso, neste módulo abordaremos tópicos importantes relacionados aos principais
conceitos, classificações da receita orçamentária e noções básicas sobre tributos, tendo
como principal referência as orientações do Manual Técnico de Orçamento. Também
conheceremos as etapas em que se processa a receita orçamentária e destacaremos as
implicações da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF em sua gestão.

A nossa expectativa é de que o conteúdo e os exercícios propostos possibilitem uma


base de conhecimento suficiente para o desenvolvimento de uma visão crítica a respeito
deste relevante tema orçamentário.

Desejamos Bons Estudos!

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Unidade I
CONCEITO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA

C om base no conteúdo já estudado, cabe


lembrar que o orçamento é instrumento
de planejamento de qualquer entidade, seja
pública ou privada, e representa o fluxo pre-
visto de ingressos (receitas) e aplicações de
recursos (despesas) em determinado período.

Nessa direção, a presente unidade tem como objetivo apresentar o conceito de Receita
Orçamentária, abordando alguns aspectos relacionados ao conceito de Receita Pública.
Com relação às receitas, convidamos você a refletir a respeito de algumas questões:

• Você tem o costume de estimar as receitas que terá à disposição nos


meses futuros ou no próximo ano? Com base nessas receitas você define
as despesas que poderão ser realizadas?
• Você consegue acompanhar de forma organizada a movimentação das
receitas que entram na sua conta bancária?

Para contextualizar a importância de uma boa gestão da receita orçamentária, é


importante considerar que enquanto as demandas e possibilidades de gastos são infinitas;

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a capacidade de geração de recursos para financiar esses mesmos gastos encontra limites,
ou seja, tais recursos são escassos.

Assim, no caso da Administração Pública, torna-se fundamental uma gestão eficiente


de suas receitas. Mas o que é receita pública?

Receita pública  é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional,


incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as
necessidades de investimentos públicos.

Em sentido amplo, as receitas públicas possibilitam duas formas de ingressos de


valores nos Cofres Públicos: por meio de ingressos extraorçamentários e através das
receitas orçamentárias.

Figura 1 | Ingresso de Valores nos cofres públicos


Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

Glossário: • Ingressos extraorçamentários: quando represen-


Passivos tam apenas entradas compensatórias, ou seja, são
Exigíveis
recursos financeiros de caráter temporário e não
Obrigações contraídas
com terceiros.
integram a LOA. Nesse caso, o Estado é mero de-
positário desses recursos, que constituem passivos
exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à auto-
rização legislativa. Exemplos: depósitos em caução,
fianças, emissão de moeda e outras entradas com-
pensatórias.

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Para ilustrar melhor como ocorrem estes ingressos, apresentamos um exemplo de


leilão de imóveis públicos:

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) promoveu


leilão de cinco andares de um prédio localizado na Rua
24 de Maio, região central da cidade de São Paulo. Assim,
para participar, os interessados deveriam retirar uma
guia de caução, calculada em 5% do valor de cada imóvel
pertencente ao lote leiloado, e fazer o seu recolhimento
no banco indicado. Tal exigência visou proporcionar
maiores garantias de que os participantes teriam condições de adquirir
os imóveis em leilão. Ao final do processo, aqueles interessados que não
fizeram nenhuma aquisição receberam o valor da caução de volta. Nesse
caso, o depósito não significou um ingresso efetivo de receita nas contas
públicas, uma vez que gerou obrigação para a Administração Pública
devolver as cauções depositadas pelos participantes ao final do leilão.

• Receitas orçamentárias: quando representam disponibilidades de


recursos financeiros para o erário. Portanto, as receitas orçamentárias
pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público,
aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força do princípio
da universalidade, já estudado no módulo I, estão previstas na LOA.

De acordo com o Manual Técnico Orçamentário - Versão 2013, a Receita


Orçamentária é o conjunto de disponibilidades de recursos financeiros que
ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimô-
nio público. Constitui-se como um instrumento por meio do qual se viabi-
liza a execução das políticas públicas, sendo a fonte de recursos utilizada
pelo Estado para o atendimento das necessidades públicas e demandas da
sociedade.
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ESCOLA VIRTuAL SOF

Quase por concluir essa unidade, faça a seguinte reflexão:


Você sabe qual a diferença entre receita pública e receita
orçamentária?

Pois bem, para fins didáticos, a receita pública deve ser entendida em seu sentido
mais amplo, cuja abrangência envolve tanto os ingressos extraorçamentários quanto as
receitas orçamentárias, ou seja, a receita orçamentária é um tipo de receita pública.

Por fim, é importante salientar que iremos abordar neste módulo somente aspectos
relacionados à Receita Orçamentária, ou seja, nas próximas unidades, quando
mencionarmos o termo receita, corresponderá à Receita Orçamentária. Sob essa
perspectiva, vamos, na próxima unidade, apresentar as suas principais classificações.

Com o intuito de promover um conhecimento mais aprofundado sobre a


receita orçamentária, visite o nosso ambiente Virtual de aprendizagem e leia o
material de apoio.

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Exercício 01
Sobre a receita orçamentária julgue em V (verdadeiro) ou F (falso) os itens a seguir:
( ) A capacidade de geração de recursos para financiar os gastos públicos não
encontra limites, ou seja, tais recursos são infinitos.
( ) Em sentido amplo, as receitas públicas são ingressos de recursos financeiros
nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando
representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e
em ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas
compensatórias.
( ) Os ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de caráter
temporário que integram a LOA, tendo como exemplos os depósitos em
caução e as fianças.
( ) A receita orçamentária constitui-se como um instrumento por meio do qual se
viabiliza a execução das políticas públicas, sendo a fonte de recursos utilizada
pelo Estado para o atendimento das necessidades públicas e demandas da
sociedade.
( ) O conjunto de disponibilidades que compõem a receita orçamentária
pertence ao Estado, integra o patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o
saldo financeiro e, via de regra, por força do princípio da universalidade, está
previsto na LOA.

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Unidade II
CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA

A o abordar o tema orçamento público, nos vem em mente seus principais elementos:
as receitas e despesas. Assim, para obter uma melhor compreensão sobre as ques-
tões relacionadas a este tema, é relevante conhecer melhor cada um desses elementos.

Com relação às receitas orçamentárias, já estudamos aspectos relacionados à sua


conceituação, o que nos fornece bases para abordar nesta unidade as suas classificações.
No que se refere às despesas, estudaremos seus principais tópicos no próximo módulo.

Nessa perspectiva, o objetivo da unidade é


apresentar as principais classificações da receita
orçamentária, tendo como referência o modelo
adotado no Brasil. Mas antes de iniciarmos nossos
estudos, considere as seguintes reflexões:

Com relação às contas da sua família, você


observa que as receitas, tais como salários, aluguéis de
imóveis, rendimentos de aplicações, vendas de bens,
etc., estão organizadas, facilitando o planejamento
de gastos futuros?
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ESCOLA VIRTUAL SOF

E quanto ao governo, qual a importância da classificação de suas diversas receitas,


tendo em vista o planejamento das políticas públicas e gestão de suas finanças?

Veja que no caso da União, a origem de receitas é bem diversificada, cuja composição
abrange receitas mais conhecidas, que provavelmente você já tenha ouvido falar, tais como
as decorrentes do imposto de renda; até receitas geradas de atividades mais específicas,
como, por exemplo, as oriundas da cobrança de Taxa de Controle e Fiscalização de
Produtos Químicos.

Assim, as atividades de identificação, ordenamento, agrupamento e estimativa das


receitas orçamentárias são fundamentais para a eficiente gestão governamental.

Para tanto, os governos devem organizar as suas receitas orçamentárias, com base
na classificação padronizada para todos os entes da federação, que estudaremos nessa
unidade.

De acordo com Machado (1967), o conhecimento do mecanismo de funcionamento


e das repercussões de cada categoria de classificação, tanto da receita quanto da despesa,
sob diferentes óticas (econômica, administrativa, jurídica, contábil, etc.), possibilita tornar
o orçamento um instrumento racional de tomada de decisões.

O referido autor ainda afirma que qualquer sistema de classificação de contas


constitui-se como um instrumento de planejamento, de tomada de decisões, de
comunicação e de controle, apresentando as seguintes vantagens:

a) Proporciona o fornecimento de informação para gestores públicos,


analistas e pesquisadores;
b) Permite um melhor conhecimento do assunto estudado;
c) Facilita a uniformização da terminologia técnica;
d) Proporciona a sistematização mais adequada do pensamento; e
e) Sintetiza as diversas informações a grupos homogêneos.

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A classificação orçamentária, no âmbito da União,


é normatizada por meio de Portaria da Secretaria
de Orçamento Federal-SOF. A normatização da
classificação válida para Estados e Municípios é feita
por meio de Portaria Interministerial da SOF e Secretaria
do Tesouro Nacional-STN. Para conhecer essa Portaria,
visite o Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Com base em Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) e no Manual Técnico


Orçamentário (SOF), elaboramos um mapa mental referente às principais classificações
da receita orçamentária. Em seguida, conheça de forma mais detalhada cada uma delas.

Figura 2 | Classificações da Receita Orçamentária.


Fonte: Elaboração Equipe Escola Virtual SOF
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ESCOLA VIRTUAL SOF

Classificação quanto à Origem

• Receitas Originárias: são originadas da cobrança de serviços prestados


pelo Estado ou pela venda de bens ou direitos do patrimônio público, ou
seja, decorrem da exploração de atividades econômicas pela
Administração Pública. São receitas como as da iniciativa privada, que
têm uma origem real num bem ou serviço vendido, faturados sob a forma
de preços públicos ou tarifas, sem nenhuma imposição - paga quem
deseja o serviço ou o bem.

Determinada família construiu uma casa de praia em


terreno da União, mas não é caracterizada como uma fa-
mília de baixa renda. Por isso, eles devem pagar à União
pela ocupação, que corresponde a 2% ou 5% do valor do
terreno. Assim, legalmente, eles poderão usufruir do ter-
reno, enquanto não houver interesse público.

• Receitas Derivadas: são obtidas pelo poder público por meio da soberania
estatal, ou seja, o Estado é investido de autoridade para determinar que os
cidadãos e empresas destinem parte de sua renda para o financiamento
das atividades governamentais. Decorrem de norma constitucional ou
legal e, por isso, são arrecadadas de forma impositiva. São obtidas junto
aos contribuintes sem nenhuma contraprestação específica, como no caso
de impostos, ou com alguma contraprestação, mas de caráter obrigatório,
independentemente do uso do serviço, como no caso das taxas.

18 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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Quando uma empresa adquire um equipamento de fa-


bricação estrangeira para utilizá-lo em suas instalações
no Brasil, deverá pagar imposto de importação. O valor
cobrado no imposto será destinado à União.

Classificação sob a ótica do Resultado Fiscal Glossário

Alienação de
Ativos
• Receita Orçamentária Financeira: são receitas
É a transferência de
decorrentes de aplicações financeiras, operações domínio de bens e
de crédito, alienação de ativos e outras de que direitos a terceiros.

não resultem modificações patrimoniais do ente


respectivo, ou seja, o ente público não tem ganhos
efetivos em seu patrimônio, tendo em vista que
ocorre apenas uma permutação entre contas,
conforme pode ser observado no exemplo a seguir:

A União vendeu edifício pertencente ao seu patrimônio


na cidade de São Luís – MA. Com a venda, houve a en-
trada de recursos financeiros no seu caixa, porém, em
contrapartida, houve redução do seu patrimônio, ou seja,
ocorreu um fato permutativo.

• Receita Orçamentária Não-Financeira (primária): são receitas oriundas


de tributos e contribuições; de receitas patrimoniais, agropecuárias,
industriais, serviços e outras.

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Um médico ao receber os pagamentos oriundos do seu


trabalho, tem a sua renda tributada por meio do imposto
de renda. Nesse exemplo, temos uma receita efetiva que
entra no caixa da União, sem nenhuma contrapartida
para isso.

Classificação sob a perspectiva da Constância e Eventualidade

• Receita Orçamentária Ordinária: são as receitas que ocorrem


regularmente em cada período financeiro:

Para cada exercício, os municípios estimam e arrecadam,


geralmente no primeiro semestre, a receita decorrente do
Imposto predial territorial urbano (IPTU).

• Receita Orçamentária Extraordinária: são aquelas que decorrem de


situações emergenciais ou outras situações de caráter eventual.

No ano de 2010, uma determinada região foi


drasticamente afetada por um terremoto de grandes
proporções. Diante da situação de calamidade
pública decretada, os governos municipais e estaduais
envolvidos e o governo Federal verificaram que não
dispunham de dotações orçamentárias suficientes para a

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resolução do problema enfrentado. PARA SABER MAIS

Empréstimo
Para isso, a União instituiu um Compulsório
empréstimo compulsório, tendo De acordo com o
Art. 15 do Código
em vista o financiamento das Tributário Nacional,
somente a União po-
despesas emergenciais necessárias. derá instituir emprés-
timos compulsórios
nos seguintes casos:
guerra externa, ou sua
iminência; calamidade
Classificação sob a ótica da Obrigatoriedade pública que exija auxí-
lio federal impossível
de atender com os re-
• Receitas Compulsórias: são receitas cujas origens cursos orçamentários
disponíveis; conjuntu-
decorrem de obrigações impostas pela legislação
ra que exija a absorção
aos particulares. temporária de poder
aquisitivo. Ressalta-se
que cabe à lei fixar o
prazo do empréstimo
João tem um sítio localizado na e as condições de seu
resgate.
zona rural do município de Montes
Claros – MG. Em virtude de deter-
Glossário
minação da Lei nº 9.393, de 19 de
Ato jurídico
dezembro de 1996, ele, como pro- bilateral
é aquele que precisa
prietário do imóvel, deverá pagar de duas declarações
de vontades, como por
Imposto sobre a Propriedade Terri- exemplo a compra e
venda.
torial Rural – ITR.

• Receitas Facultativas: as receitas facultativas


possuem sua origem nos atos jurídicos bilaterais,
ou seja, aquelas decorrentes da vontade das
pessoas.

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ESCOLA VIRTUAL SOF

Um cidadão ao decidir comprar uma passagem de ônibus de


uma empresa municipal de transporte público está pagando
por um serviço, ou seja, por meio do pagamento da tarifa
(preço público) ele obtém um serviço, que lhe é facultado
optar.

Para saber mais


Classificação por Natureza da Receita
Preço Público
O valor do serviço
vendido pelo poder
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos
público, mensurado
em uma unidade de os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso
medida (divisível).
segundo o seu fato gerador: acontecimento real que ocasionou o
Em outras palavras, é
a remuneração paga ingresso da receita nos cofres públicos.
pelo usuário, de forma
voluntária, por utilizar Cabe frisar que para cada tributo a legislação estabelece um
um serviço público
divisível e específico. fato gerador específico, caracterizando as condições para que
este ocorra. Vamos entender melhor essa afirmativa? Analise o
Glossário:
exemplo:
Fato gerador
Fato, ou o conjunto de
fatos, ou o estado de
fato, a que o legislador No caso do exemplo da empresa
vincula o nascimento
de obrigações jurídi- que adquire um equipamento de
cas de pagar tributo
determinado. fabricação estrangeira para utilizá-lo
em suas instalações no Brasil, o fato
gerador do imposto de importação
é a entrada da referida mercadoria
estrangeira no território nacional,
com base no Decreto-lei nº 37,
de 18 de novembro de 1966.

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Assim, a natureza da receita representa o menor nível de detalhamento das


informações orçamentárias sobre as receitas públicas; por isso, contém as informações
necessárias para as devidas alocações no orçamento.

NATUREZA DA RECEITA = ORIGEM DO RECURSO

A Lei nº 4.320, de 1964, define que os itens da discriminação da receita, mencionados


em seu art. 11, serão identificados por números de código decimal. Convencionou-se
denominar esse código de natureza da receita.

A fim de possibilitar a identificação detalhada dos recursos que ingressam nos


cofres públicos, esta classificação é formada por um código numérico de 8 dígitos que se
subdivide em 6 níveis:

Dígito 1o 2o 3o 4o 5o e 6o 7o e 8o
Categoria
Níveis Origem Espécie Rubrica Alínea Subalínea
Econômica

Figura 3 | Níveis da Classificação por Natureza da Receita


Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

Iremos agora analisar detalhadamente os níveis: Categoria Econômica e Origem.


Em seguida, estudaremos os níveis Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea.

1o
Categoria
Econômica

• Utilizado para medir o impacto das decisões do Governo na economia


nacional. Classifica as receitas orçamentárias em:

CÓDIGO CATEGORIA ECONÔMICA


1 Receitas Correntes
2 Receitas de Capital

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• Receitas Correntes: são arrecadadas dentro do exercício, ou seja, de 1º de


janeiro a 31 de dezembro e aumentam as disponibilidades financeiras do
Estado. Essas receitas constituem instrumento para financiar os objetivos
definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas.
Os tributos arrecadados pelo Governo Federal, tais como o Imposto
de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), são as principais fontes de
financiamento de suas ações.

• Receitas de Capital: aumentam as disponibilidades financeiras do


Estado. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas
de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido, uma vez
que geram sempre uma contrapartida, por exemplo, quando o governo
de um determinado estado obtém recursos via operação de crédito
(empréstimo) junto a um organismo internacional, terá a sua disposição
os referidos recursos em caixa, porém terá uma obrigação de pagamento
da dívida constituída com o empréstimo.

2o
Origem

• É o detalhamento das categorias econômicas: Receitas Correntes e


Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no
momento em que ingressam nos cofres públicos.

Categoria Econômica (1o Dígito) Origem (2o Dígito)

1. Receita Tributária.
2. Receita de Contribuições
3. Receita Patrimonial
1. RECEITAS CORRENTES 4. Receita Agropecuária
7. Correntes (Intraorçamentárias) 5. Receita Industrial
6. Receita de Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes

1. Operações de Crédito
2. Alienação de Bens
2. RECEITAS DE CAPITAL
3. Amortização de Empréstimos
8. Capital (Intraorçamentárias)
4. Transferências de Capital
5. Outras Receitas de Capital

Figura 4 | Classificação por Natureza da Receita – Origem.


Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

24 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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Para um melhor entendimento, observe o esquema da Para saber mais

Classificação das Receitas Orçamentárias estudadas até o momento, Receitas de


incorporando-se as categorias econômicas e suas respectivas Operações Intra-
orçamentárias
origens:
Operações intraorça-
mentárias são aquelas
realizadas entre ór-
gãos e demais entida-
des da Administração
Pública integrantes
dos Orçamentos Fis-
cal e da Seguridade
Social do mesmo ente
federativo.
Não representam
novas entradas de
recursos nos cofres
públicos do ente, mas
apenas remanejamen-
to de receitas entre
seus órgãos. Dessa
forma, evitam a dupla
contagem na conso-
lidação das contas
governamentais.
Exemplo: Quando o
Departamento Nacio-
nal de Infraestrutura
de Transportes (DNIT)
efetua pagamento à
Imprensa Nacional
para a publicação de
contrato no Diário
Oficial da União, a
receita obtida por
este órgão decorre
de uma operação in-
traorçamentária, uma
Figura 5 | Esquema da Classificação e Códigos das Receitas Orçamentárias vez que este faz parte
Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014) da estrutura da Casa
Civil da Presidência da
República e, portanto,
O esquema demonstra como os ingressos de valores nos cofres pertence também ao
Orçamento da União,
públicos são classificados, tendo como destaque nesse momento
assim como o DNIT.
as classificações da origem identificadas à direita da figura 5. O
quadro a seguir resume as informações de cada classificação da
origem:

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ESCOLA VIRTUAL SOF

Classificação Classificação Origem


Econômica Item Descrição Exemplo
Imposto de Renda, Taxa de Emis-
Englobam os impostos, as taxas e as
são de Passaporte, contribuição de
contribuições de melhoria, previstos
melhoria no caso de valorização
no art. 145 da CF. Dessa forma, é uma
Tributária de imóveis de propriedade privada
receita privativa das entidades investi-
em virtude da execução de obra
das do Poder de Tributar: União, Esta-
pública num determinado muni-
dos, Distrito Federal e Municípios.
cípio.

Contribuições previdenciárias co-


Decorrem da intervenção estatal, bradas de empresas ou entidades
abrangendo contribuições sociais, de equiparadas à empresa pela legis-
intervenção no domínio econômico e lação, que em regra incidem sobre
Contribuições
de interesse das categorias profissio- a folha de pagamento; Cide-Com-
nais ou econômicas, conforme precei- bustíveis, incidente sobre a impor-
tua o art. 149 da CF. tação e a comercialização de gaso-
lina.

São receitas provenientes da fruição


do patrimônio de ente público, como,
Concessões, permissões, aluguéis,
Patrimoniais por exemplo, bens mobiliários e imo-
royalties, etc.
biliários ou, ainda, bens intangíveis e
participações societárias.

Trata-se de receita originária, aufe-


rida pelo Estado quando atua como Venda de produtos agrícolas
empresário, em posição de igualdade (grãos, tecnologias, insumos etc.),
Agropecuárias
com o particular. Decorrem da explo- e pecuários (técnicas em insemi-
Corrente ração econômica, por parte do ente nação, matrizes, etc.).
público, de atividades agropecuárias.

São provenientes de atividades indus- Indústria de extração mineral, de


Industriais
triais exercidas pelo ente público. transformação, de construção, etc.

Decorrem da prestação de serviços Comércio, transporte, comunica-


por parte do ente público. Tais servi- ção, serviços hospitalares, armaze-
Serviços
ços são remunerados mediante preço nagem, serviços recreativos, cultu-
público. rais etc.

Recursos financeiros recebidos de ou-


tras pessoas de direito público ou pri-
vado destinados a atender despesas
de manutenção ou funcionamento, a
fim de cumprir finalidade pública es-
pecífica que não seja contraprestação Fundo de Participação dos Esta-
Transferências
direta em bens e serviços a quem efe- dos, Fundo de Participação dos
Correntes
tuou essa transferência. As transferên- Municípios, etc.
cias ocorrem entre entidades públicas
(seja dentro de um mesmo ente fede-
rado, seja entre diferentes entes) ou
entre entidade pública e instituição
privada.

Registram-se nesta origem outras re-


Multas, juros de mora, indeniza-
Outras Receitas ceitas cujas características não per-
ções, restituições, receitas da dívi-
Correntes mitam o enquadramento nas demais
da ativa, entre outras.
classificações da receita corrente.

26 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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Recursos financeiros oriundos da colo- Contratação de empréstimo exter-


cação de títulos públicos ou da contra- no junto ao Banco Interamericano
Operações de
tação de empréstimos junto a entida- de Desenvolvimento (BID) para fi-
Crédito
des públicas ou privadas, internas ou nanciar ações de programa de mo-
externas. dernização em órgão federal.

Ingressos financeiros provenientes da


Alienação de Venda de edifício público, de
alienação de bens móveis ou imóveis
Bens ações, etc.
de propriedade do ente público.

Receitas obtidas quando o Estado re-


cebe o valor do principal dos emprés-
timos concedidos por ele a entidades Recebimento de receitas decor-
Amortização de públicas ou privadas. Ressalta-se que rentes de pagamento de parcela
Empréstimos os juros recebidos associados ao em- de empréstimo concedido a outro
préstimo são classificados como Recei- país.
tas Correntes (econômica) de Serviços
(origem).
Capital São os recursos financeiros recebidos
de outras pessoas de direito públi-
co ou privado e destinados a atender
despesas com investimentos ou inver-
sões financeiras, a fim de satisfazer fi-
Recursos recebidos por um Esta-
nalidade pública específica que não
Transferências de do, oriundos de convênio firma-
seja contraprestação direta a quem
Capital do com a União, tendo em vista a
efetuou essa transferência. As transfe-
construção de hospitais.
rências ocorrem entre entidades pú-
blicas (seja dentro de um mesmo ente
federado, seja entre diferentes entes)
ou entre entidade pública e instituição
privada.

Resultado do Banco Central, Re-


Registram-se nesta origem receitas
muneração das Disponibilidades
Outras Receitas cuja característica não permita o en-
do Tesouro Nacional, Integraliza-
de Capital quadramento nas demais classifica-
ção do Capital Social de empresas
ções da receita de capital.
estatais, etc.

Quadro 1 | Classificação Origem


Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

3o
Espécie

• Nível de classificação vinculado à origem, que permite qualificar com


maior detalhe o fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da origem
Receita Tributária, identificam-se as seguintes espécies: Impostos, Taxas e
Contribuição de Melhoria, que serão abordadas com maior detalhamento
na próxima unidade.

4o
Rubrica

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ESCOLA VIRTUAL SOF

• Detalha a espécie por meio da identificação dos recursos financeiros


cujas características próprias sejam semelhantes. Por exemplo, a rubrica
Impostos sobre o Patrimônio e a Renda corresponde ao detalhamento da
espécie “Impostos”.

5o e 6o
Alínea

• É o detalhamento da rubrica e identifica o nome da receita que receberá


o registro pela entrada de recursos financeiros. Por exemplo, a alínea
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza corresponde
ao detalhamento da rubrica Impostos sobre o Patrimônio e a Renda.

7o e 8o
Subalínea

• Subalínea: constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando


há necessidade de se detalhar a alínea com maior especificidade. Por
exemplo, a subalínea Pessoas Físicas corresponde ao detalhamento da
alínea Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.

A organização da receita nos níveis mencionados facilita e otimiza a identificação


dos recursos que ingressam nos cofres públicos. Porém, como aplicarmos essa classificação
na prática? Como reconhecê-las?

Quando, o imposto de renda pessoa física é recolhido dos


trabalhadores, aloca-se a receita pública correspondente
na natureza da receita código “1112.04.10”, segundo o
esquema a seguir:

28 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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FIGuRA 6 | Classificação do Imposto de Renda Pessoa Física sob a perspectiva


da natureza da receita. Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

O esquema demonstra como uma receita é detalhada nos 6 níveis da classificação da


natureza da receita. No exemplo, temos o Imposto de Renda Pessoa Física pormenorizado
em cada nível da classificação, partindo da esquerda para a direita. Note que a classificação
em cada nível tem dígitos específicos, que, em conjunto com os demais, forma o código
da receita em questão (11120410). No caso das demais receitas, cada uma tem uma
codificação própria.

Para agregar maiores conhecimentos sobre a classificação da receita por


natureza, sugerimos que você consulte o material de apoio disponível no
ambiente Virtual de aprendizagem.

Classificação por Fonte/Destinação de Recursos

Este mecanismo foi criado para assegurar que receitas vinculadas por lei à finalidade
específica sejam exclusivamente aplicadas em programas e ações que visem à consecução
de despesas ou políticas públicas associadas a esse objetivo legal.

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ESCOLA VIRTUAL SOF

Segundo Giacomoni (2007), por meio dessa classificação demonstram-se as parcelas


de receitas comprometidas com o atendimento de determinadas finalidades e aquelas
que podem ser livremente alocadas a dada elaboração orçamentária.

Assim, as fontes/destinações de recursos agrupam determinadas naturezas de


receita conforme haja necessidade de mapeamento dessas aplicações de recursos no
orçamento público.

Como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de fonte/destinação


de recursos exerce duplo papel no processo orçamentário:

• Na receita: indica o destino de recursos para o financiamento de


determinadas despesas;
• Na despesa: identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.

Figura 7 | Fonte/Destinação de Recursos


Fonte: Elaboração Equipe Escola Virtual SOF

A classificação de fonte/destinação consiste em um código de três dígitos. Seguem


alguns exemplos de fontes/destinação de recursos:

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2o e 3o dígitos (especificação
1o Dígito (Grupo da fonte) fonte
da fonte

12. Recursos Destinados à Manutenção e De-


1. Recursos do Tesouro - Exercício Corrente 112
senvolvimento do Ensino

2. Recursos de Outras Fontes - Exercício Corrente 50. Recursos Próprios Não Financeiros 250

93. Produto da Aplicação dos Recursos à Conta


2. Recursos de Outras Fontes - Exercício Corrente 293
de Salário-Educação

12. Recursos Destinados à Manutenção e De-


3. Recursos do Tesouro - Exercícios Anteriores 312
senvolvimento do Ensino

93. Produto da Aplicação dos Recursos à Conta


6. Recursos de Outras Fontes - Exercícios Anteriores 693
de Salário-Educação

9. Recursos Condicionados 00. Recursos Ordinários 900

Quadro 2 | Exemplos de Classificação Fonte/Destinação de Recursos


Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

Dessa forma, o mesmo código utilizado para controle das destinações da receita
também é utilizado na despesa, para controle das fontes financiadoras.

Observe que enquanto a natureza da receita orçamentária busca identificar


a origem do recurso segundo seu fato gerador, a fonte/destinação de
recursos possui a finalidade precípua de identificar o destino dos recursos
arrecadados.

Quanto à destinação de recursos, pode-se dizer que há destinações vinculadas e não


vinculadas:

• Destinação vinculada: processo de vinculação entre a origem e a aplicação


de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas
pela norma. Cabe frisar que há ingressos de recursos em decorrência de
convênios ou de contratos de empréstimos e de financiamentos. Esses
recursos também são vinculados, pois foram obtidos com finalidade
específica – e à realização dessa finalidade deverão ser direcionados.

• Destinação não vinculada (ou ordinária): é o processo de alocação livre


entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer
finalidades, desde que dentro do âmbito das competências de atuação
do órgão ou entidade.

ead.orcamentofederal.gov.br | 31
ESCOLA VIRTUAL SOF

Para ilustrar a diferença entre os dois tipos de destinações, quando o governo


arrecada as receitas decorrentes do imposto sobre operações financeiras, poderá alocá-las
em diferentes despesas de sua competência, porém, quando recebe receitas oriundas de
contribuições previdenciárias, deverá destiná-las ao financiamento de despesas específicas
do sistema previdenciário, com base em determinação legal.

Saiba que a vinculação de receitas deve ser pautada em


diretrizes legais que regulamentam a aplicação de recursos
e os direcionam para despesas, entes, órgãos, entidades ou
fundos.

Agora que já estudamos as principais classificações da Receita Orçamentária,


propomos que você acompanhe a sua aplicação a partir do exemplo a seguir:

Vamos apresentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre


a fabricação de automóveis, sob as diferentes óticas da classificação da receita estudadas
nesta unidade, demonstrando que uma determinada receita tem diversas classificações,
sob diferentes perspectivas.

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)


Perspectiva Classificação
Quanto à Origem Derivada

Resultado Fiscal Orçamentária Não-Financeira (primária)

Constância e Eventualidade Ordinária

Obrigatoriedade Compulsória

Natureza da Receita Corrente-Tributária-Impostos-Automóveis

Fonte/Destinação de Recursos Recursos do Tesouro - Ordinários

Quadro 3 | IPI sob diferentes perspectivas


Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

Assim, por meio do exemplo do IPI, observa-se que uma mesma receita pode ser
analisada com base em diferentes perspectivas. Esta análise poderia ser proposta para
outros tipos de receitas.

32 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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agora que chegamos ao final desta unidade, caso você tenha interesse em
conhecer de forma mais aprofundada acerca das classificações da Receita
Orçamentária, visite o ambiente Virtual de aprendizagem.

ExERCíCIO 02
sobre a Classificação da Receita Orçamentária é correto afirmar que:
a) Receitas derivadas são originadas da cobrança de serviços prestados pelo
estado ou pela venda de bens ou direitos do patrimônio público, ou seja,
decorrem da exploração de atividades econômicas pela administração
Pública.
b) são exemplos de Receita Orçamentária Financeira: montante recebido pela
concessão de uso de imóvel da União e receita da arrecadação do imposto de
exportação.
c) a classificação da receita por natureza visa identificar a origem do recurso
segundo o fato gerador, sendo subdividida em seis níveis: categoria
econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e subalínea.
d) a espécie é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes
e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no
momento em que ingressam nos cofres públicos.
e) Como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de fonte/
destinação de recursos exerce duplo papel no processo orçamentário: na
despesa, indica o destino de recursos para o financiamento de determinadas
despesas; na receita, identifica a origem dos recursos que estão sendo
utilizados.

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Unidade III
noções básicas sobre tributos

E m seu ambiente de trabalho ou familiar você já deve ter discutido acerca dos tributos,
uma vez que eles estão presentes em nosso cotidiano e influenciam a economia e as
contas de cada um de nós.

A fim de esclarecer melhor as questões relacionadas a este tema, essa unidade


tem como objetivo introduzir noções básicas sobre os tributos, tendo em vista a sua
importância no contexto orçamentário do País.

Para dar início ao nosso estudo, considere a seguinte questão:

Quando você ouve falar ou discute acerca dos tributos, qual o primeiro exemplo de
tributação que vem à sua mente?

Talvez você tenha pensado no imposto de renda, uma vez que esse imposto incide
diretamente sobre os seus rendimentos.

Para se ter uma ideia da incidência tributária no dia a dia dos cidadãos, verifique
no quadro a seguir, de forma aproximada, o percentual dos tributos no preços de alguns
produtos/serviços:

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ESCOLA VIRTUAL SOF

Quadro 4 | Incidência tributária em produtos e serviços.


Fonte: http://www.quantocustaobrasil.com.br

De acordo com os dados apresentados, imaginemos a seguinte situação: caso a sua


conta de telefone tenha custado R$ 100,00 (cem reais), desse valor, aproximadamente
R$ 48,00 (quarenta e oito reais) são relativos à tributação sobre este serviço.

Ressalta-se que a receita decorrente de tributos é a principal fonte de recursos do


Governo Federal, cujo montante é aplicado na viabilização das políticas públicas em prol
do desenvolvimento do País.

Glossário:
Assim, devido a sua importância, faz-se necessário dedicar
algum tempo do seu estudo para compreender noções básicas
Prestação
Pecuniária sobre os tributos. Mas o que são tributos?
Prestação em dinheiro.
De acordo com o art. 3º do Código Tributário Nacional –
CTN, Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

36 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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De forma resumida, tributo é uma obrigação que, preferencialmente, deve ser paga
em dinheiro, no caso da ocorrência de hipótese prevista em lei. Assim, o contribuinte fica
obrigado a pagar o tributo, independente de sua vontade, que deverá ser recolhido pelo
ente governamental competente. 

De acordo com a classificação por natureza da receita, abordada na unidade II deste


módulo, os tributos são origens da receita orçamentária corrente. Trata-se de receita
derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades
que lhe são correlatas.

Para compreender melhor as características dos tributos, observe na figura a seguir


as espécies desta receita. Posteriormente, iremos estudar cada uma delas.

Figura 8 | Espécies de Tributos.


Fonte: Elaboração Equipe Escola Virtual SOF
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Impostos

Os impostos são quantias em dinheiro pagas para a União, Estados, Distrito Federal
e Municípios por pessoas físicas e jurídicas. É um tributo que serve para custear parte
das despesas da administração pública e dos investimentos governamentais em obras de
infraestrutura (estradas, portos, aeroportos, etc) e serviços essenciais à população, como
saúde, segurança, educação, etc. Exemplos: Imposto sobre operações Financeiras - IOF,
Imposto Territorial Rural - ITR e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
(IPVA).

Segundo o art. 16 do CTN, os impostos são espécies tributárias cuja obrigação tem
por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa ao contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou imediata pelo
pagamento. Portanto, o governo não fica obrigado a prestar um serviço ou benefício
específico ao contribuinte para que surja a obrigação de pagamento do imposto.

Quando uma pessoa compra um automóvel tem a obri-


gação legal de pagar o Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA), independente de qualquer
serviço ou benefício específico oferecido pelo Estado
como contrapartida. Dessa forma, o recurso deste im-
posto pode ser alocado em despesas com saúde, cultura,
educação, sem a obrigação de ser destinado, por exem-
plo, para a melhoria de estradas e ruas onde os veículos
trafegam.

O art. 167 da Constituição Federal proíbe, ressalvadas algumas exceções, a vinculação


de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa.

38 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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Taxas

De acordo com o art. 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm
como fato gerador:

• o exercício regular do poder de polícia;


• a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

De acordo com o CTN, os serviços são específicos quando podem ser destacados
em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública; e são
divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários (ALEXANDRE, 2009).

Conforme o art. 77 do CTN: Os serviços públicos têm que


ser específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte, ou
colocados à sua disposição. Para que a taxa seja cobrada,
não há necessidade de o particular fazer uso do serviço,
basta que o Poder Público coloque tal serviço à disposição
do contribuinte.

A taxa está sujeita ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica


orçamentária, classifica-se em:

• Taxas de Fiscalização: também são chamadas de Taxas de Poder de


Polícia; são definidas em lei; e tem como fato gerador o exercício do poder
de polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém
em determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a
segurança.

Exemplos: Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, Taxa de Fiscalização


da Aviação Civil – TFAC e Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária.

• Taxas de Serviço Público: são as que têm como fato gerador a utilização
de determinados serviços públicos. Nesse contexto, o serviço é público
ead.orcamentofederal.gov.br | 39
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quando estabelecido em lei e prestado pela Administração Pública, sob


regime de direito público, de forma direta ou indireta. A relação jurídica,
nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com
supremacia sobre o particular.

A Taxa de Combate a Incêndios, devida, anualmente,


pelos contribuintes que utilizam edificações para exercer
atividades de comércio, indústria e prestação de serviços.
O valor a ser pago varia de acordo com o grau de risco de
incêndio na edificação, em razão da forma de ocupação e
da área construída, e os recursos arrecadados com a taxa
são destinados ao Corpo de Bombeiros Militar.

Contribuição de Melhoria

A contribuição de melhoria é uma espécie de tributo na classificação da receita


orçamentária e tem como fato gerador:

• valorização imobiliária que decorra de obras públicas, contanto que haja


nexo causal entre a melhoria ocorrida e a realização da obra pública.

De acordo com o art. 81 do CTN: a contribuição de melhoria cobrada pela União,


Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Obras realizadas pelo governo de um determinado mu-


nicípio que possam gerar valorização de imóveis próxi-
mos, tais como: pavimentação, iluminação, arborização,
esgotos pluviais, pontes, túneis, viadutos, construção e
ampliação de sistemas de trânsito rápido.

40 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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Quando uma rua é asfaltada, ou uma estação de metrô construída, ha-


vendo valorização dos imóveis que estão próximos, os donos desses imó-
veis são chamados a pagar uma “contribuição de melhoria” para o ente
responsável pelas obras, em função da valorização que o serviço feito
trouxe ao seu imóvel.

Contribuições Sociais Para saber mais

Contribuições
Classificada como espécie de contribuição, por força da Lei Sociais
nº 4.320, de 1964, a contribuição social é tributo vinculado a uma Enquadram-se na
categoria de Contri-
atividade estatal que visa atender aos direitos sociais previstos na buições Sociais as con-
Constituição Federal, tais como a saúde, a previdência, a assistência tribuições que visam
ao custeio dos serviços
social e a educação. Assim, por exemplo, as contribuições referentes sociais autônomos:
à previdência social devem ser destinadas ao financiamento Serviço Social da In-
dústria - SESI, Serviço
de despesas específicas do sistema previdenciário, conforme já Social do Comércio
mencionado. - SESC e Serviço Nacio-
nal de Aprendizagem
Industrial - SENAI.
A competência para instituição das contribuições sociais é da
União, exceto das contribuições dos servidores estatutários dos
GLOSSÁRIo
Estados, Distrito Federal e Municípios, que são instituídas pelos
Servidor
respectivos entes. Estatutário
Ocupantes de cargos
As contribuições sociais estão sujeitas ao princípio da públicos providos
anterioridade nonagesimal, ou seja, somente poderão ser cobradas por concurso públi-
co, nos moldes do
noventa dias após a publicação da lei que as instituiu ou as majorou. artigo 37, inciso II, da
Constituição Federal,
e que são regidos por
Contribuições de Intervenção no Domínio regime jurídico que
estabelece direitos e
Econômico obrigações, sendo, no
caso da União, a lei nº
A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE 8.112, de 1990.
é o tributo classificado no orçamento público como uma espécie de
contribuição que atinge um determinado setor da economia, com
finalidade qualificada na Constituição, instituída mediante um
motivo específico.

ead.orcamentofederal.gov.br | 41
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Essa intervenção se dá pela fiscalização e por atividades de fomento, como, por


exemplo, desenvolvimento de pesquisas para crescimento do setor e oferecimento de
linhas de crédito para expansão da produção. Um exemplo de CIDE é o Adicional sobre
Tarifas de Passagens Aéreas Domésticas, voltado à suplementação tarifária de linhas
aéreas regionais de passageiros, de baixo e médio potencial de tráfego.

Contribuição de Interesse das Categorias


Profissionais ou Econômicas

Esta espécie de contribuição se caracteriza por atender a determinadas categorias


profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as instituíram.
Não transita pelo orçamento da União.

Essas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de


grupos profissionais, como, por exemplo, Ordem dos Advogados do Brasil - OAB,
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, Conselho Regional de Medicina
- CRM, entre outros.

É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições aludidas no


texto e as contribuições confederativas. Conforme o art. 8º da CF:

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

[...]
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei.

As contribuições confederativas não são tributos, pois serão instituídas pela


assembléia geral e não por lei. A Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais
ou Econômicas é instituída por lei, portanto compulsória, e encontra sua regra no art. 149
da CF, possuindo assim natureza de tributo.

42 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


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Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública

Instituída pela Emenda Constitucional nº 39, de 19 de dezembro de 2002, que


acrescentou o art. 149-A à CF, possui a finalidade de custear o serviço de iluminação
pública. A competência para instituição é dos Municípios e do Distrito Federal.

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição,


na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública,
observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput,
na fatura de consumo de energia elétrica.

Sob a ótica da classificação orçamentária, a Contribuição para o Custeio de Serviço de


Iluminação Pública é espécie da origem Contribuições, que integra a categoria econômica
Receitas Correntes.

Ao concluir esta unidade, o conteúdo abordado buscou esclarecer questões


relacionadas aos tributos, destacando as principais informações relativas a cada uma de
suas espécies. Dessa forma, entendemos que a temática apresentada pode ser útil no seu
cotidiano, auxiliando a compreender melhor aspectos que exercem influência na sua vida
e da sociedade como um todo.

Na próxima unidade, vamos conhecer as etapas nas quais são processadas as receitas
orçamentárias.

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Exercício 3
Relacione os tributos abaixo:
( 1 ) Imposto
( 2 ) Taxa
( 3 ) Contribuição de Melhoria

( ) Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,


efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
( ) É espécie tributária cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte,
o qual não recebe contraprestação direta ou imediata pelo pagamento.
( ) Tem como fato gerador valorização imobiliária que decorra de obras públicas,
contanto que haja nexo causal entre a melhoria ocorrida e a realização da
obra pública.

44 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


Unidade IV
etapas da receita orçamentária

V ocê já refletiu a respeito de como o governo viabiliza as suas receitas orçamentárias?


Para reuni-las, com vistas a aplicar nas despesas orçamentárias, é preciso adotar
procedimentos específicos.

Portanto, o objetivo desta unidade é apresentar as etapas da receita orçamentária,


que podem ser entendidas como cada passo identificado para demonstrar o ingresso da
receita no caixa do governo.

O processamento da Receita segue a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos,


levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a
ordem sistemática das etapas é apresentada a seguir:

Figura 9 | Etapas da Receita Orçamentária.


Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2014)

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Previsão

Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constarão
na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas
técnicas e legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF.

No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas busca assimilar o


comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de
projetá-la para o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos.

A busca do modelo dependerá do comportamento da série histórica de arrecadação


e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras
envolvidos no processo.

A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas


que irá constar nas leis orçamentárias, além de ser base para se estimar as necessidades
de financiamento do governo.

Glossário:
Lançamento
Sujeito passivo
É a pessoa obrigada
ao pagamento do O art. 53 da Lei nº 4.320, de 1964, define o lançamento como
imposto.
ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito
fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
Crédito Tributário
Obrigação tributária; Por sua vez, conforme o art. 142 do CTN, lançamento é o
vínculo jurídico que
exige do contribuin- procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato
te (sujeito passivo) gerador da obrigação correspondente, determina a matéria
o pagamento do tri-
buto ao ente público tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o
competente (sujeito sujeito passivo e, sendo o caso, pode ainda propor a aplicação da
ativo). 
penalidade cabível.

Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do


CTN, a etapa de lançamento situa-se no contexto de constituição
do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e
contribuições de melhoria.

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Arrecadação

Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes


ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas
pelo ente.

Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei nº 4.320, de 1964, as receitas pertencem
ao exercício financeiro em que foram arrecadadas, o que representa a adoção do regime
de caixa para o ingresso das receitas públicas.

Recolhimento

Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro


Nacional, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela programação
financeira da União, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa,
conforme determina o art. 56 da Lei n° 4.320, de 1964, a seguir transcrito:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância


ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para
criação de caixas especiais.

Por fim, cabe frisar que nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos
de receitas orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação não só das receitas que não foram
previstas (não tendo, naturalmente, passado pela etapa da previsão), mas também das
que não foram “lançadas”, como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes
públicos.

Agora para finalizar o nosso módulo, torna-se relevante conhecer as principais


determinações da LRF no que concerne à Receita Orçamentária. Esse será o assunto da
próxima unidade.

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Exercício 4

Marque a sequência correta das etapas da Receita Orçamentária:

a) Lançamento-Previsão-Arrecadação-Recolhimento.
b) Lançamento-Previsão-Recolhimento-Arrecadação.
c) Previsão-Lançamento-Arrecadação-Recolhimento.
d) Previsão-Lançamento-Recolhimento-Arrecadação.

48 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


Unidade V
Determinações da lrf

E ssa última unidade do módulo tem como objetivo


destacar quais são as regras e restrições estabeleci-
das na LRF, para a gestão das Receitas Públicas, tendo
em vista garantir o equilíbrio orçamentário dos entes da
Federação.

Para discutir esses assuntos, convidamos você


inicialmente a refletir sobre a seguinte questão: Qual a
relação entre a LRF e a Receita Orçamentária?

Conforme já visto, a LRF busca garantir o equilíbrio orçamentário de todos os entes


da Federação. Para tanto, estabelece uma série de regras, exigências e restrições. Com
relação à receita orçamentária, cabe destacar as seguintes determinações:

a) Planejamento rigoroso em relação à previsão das receitas orçamentárias:

Alguns dos requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal, ressaltada


pela LRF, são a previsão e a arrecadação de todos os tributos.

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Glossário: Para a sua previsão, além de observar as normas técnicas


e legais e a respectiva metodologia de cálculo, as estimativas
Sonegação Fiscal
da receita devem estar acompanhadas de demonstrativo da sua
Não pagamento do tri-
buto devido à Fazenda evolução, nos três anos anteriores e nos dois seguintes àquele a
Pública, por meio que se referirem.
de uso de fraude, ou
qualquer outro artifí-
Permanece também o mandamento constitucional que
cio, tais como prestar
declaração falsa; inse- somente admite-se reestimativa de receita, pelo Poder Legislativo,
rir elementos inexatos
nos casos de erro ou omissão, de ordem técnica ou legal.
ou omitir informações
devidas; alterar faturas
e quaisquer documen- Nesse sentido, o art. 13 da LRF determina que o Poder
tos. Executivo deverá, até trinta dias após a publicação do orçamento
anual, efetuar o desdobramento das receitas em metas bimestrais
Dívida ativa
de arrecadação, informando quais medidas serão adotadas para
Dívida constituída pe-
los créditos do Estado, o combate a sonegação fiscal, a cobrança da dívida ativa e os
devido ao não paga-
créditos executáveis pela via administrativa.
mento pelos contri-
buintes, dos tributos,
dentro dos exercícios Ressalta-se a importância dessa medida, uma vez que tais
em que foram lança- metas bimestrais de receita servirão de parâmetro para a gestão
dos. 
das despesas orçamentárias.
Créditos
executáveis b) Emprego de toda a capacidade de arrecadação dos entes

Decorrem da incorpo- da Federação:


ração de uma receita
em favor de ente pú- A LRF impõe um parâmetro comportamental no estilo
blico.
gerencial da receita dos entes públicos. Assim, quando a lei exige
a “efetiva arrecadação de todos os tributos”, pode-se interpretar
que não basta dispor de toda uma estrutura de normatização legal,
previsão e planejamento para todos os tributos da competência
de cada ente, sendo necessária a sua arrecadação de fato. (CRUZ,
2006).

50 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Dessa forma, o ente público que deixar de criar ou disciplinar Para saber mais

um tributo para o qual a Constituição lhe confere competência, Transferências


ficará impedido de receber transferências voluntárias. Voluntárias
A entrega de recursos
c) Restrição quanto às possibilidades de renúncias de receitas correntes ou de ca-
pital a outro ente da
públicas: Federação, a título de
cooperação, auxílio ou
Segundo a LRF, a renúncia de receitas compreende anistia assistência financeira,
que não decorra de
(perdão de multas), remissão (perdão da dívida), subsídio, crédito
determinação consti-
presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de tucional, legal ou os
destinados ao Siste-
alíquota ou modificação de base de cálculo que implique na redução
ma Único de Saúde.
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que Exemplo: transferên-
cia de recursos, por
correspondam a tratamento diferenciado.
meio de convênio, do
Ministério da Cultura
Os chamados “incentivos fiscais”, concedidos de forma para a Prefeitura do
indiscriminada, podem configurar-se como uma prática danosa Município de Pirenó-
polis - GO, com vistas
às finanças públicas. Assim, com vistas a fornecer meios para à implantação de bi-
a sua prudente aplicação, tal mecanismo fica sujeito a regras blioteca.

disciplinadoras.
Conforme detalhado no art. 14 da LRF, “A concessão ou ampliação de incentivo
ou benefício de natureza tributária, da qual decorra renúncia de receita, deverá estar
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que
deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes
orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada


na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e
de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo
próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período


mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente
da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração
ou criação de tributo ou contribuição.”

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GLOSSÁRIO: d) Definição da Receita Corrente Líquida (RCL) como limite

Liquidez de dispêndios públicos.


Grau de agilidade
na conversão de um Tal medida revela uma preocupação do legislador com a
investimento em identificação daquelas receitas realmente disponíveis (líquidas),
dinheiro, sem perda
significativa de valor. desoneradas de quaisquer vinculações, fortalecendo o conceito
Um investimento de liquidez nas contas públicas. Tendo em vista que as ações
tem maior liquidez,
quando mais fácil for a governamentais devem fixar suas despesas de acordo com
conversão em dinheiro disponibilidade real das receitas.
e quanto menor for a
perda de valor.
Dessa forma, a RCL pode ser caracterizada como um
instrumento medidor da realidade no sentido de balancear o até
então frequentemente hiato existente entre a receita e a despesa
orçamentária.

Seu principal objetivo é servir de parâmetro para o montante da reserva de


contingência e para os limites da despesa total com pessoal, da dívida consolidada líquida,
das operações de crédito, do serviço da dívida, das operações de crédito por antecipação
da receita orçamentária e das garantias de cada ente da Federação.

Seu cálculo é realizado a partir do somatório das receitas tributárias, de contribuições,


patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras
receitas também correntes, deduzidos, principalmente, os valores transferidos, por
determinação constitucional ou legal, aos Estados e Municípios, no caso da União, e aos
Municípios, no caso dos Estados, consideradas ainda as demais deduções previstas na
Lei.

Portanto, o conhecimento e respeito a essas regras, exigências e restrições,


estabelecidas pela LRF, são fundamentais para uma gestão mais eficiente e responsável
dos recursos arrecadados junto aos contribuintes.

Para conhecer um pouco mais sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, visite


o ambiente Virtual de aprendizagem e analise o material de apoio que trata
desse tema.

52 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO III - RECEITA ORÇAMENTÁRIA


Exercício 5
Sobre as determinações da LRF com relação à Receita Orçamentária é incorreto afirmar
que:
a) Alguns dos requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal
ressaltada pela LRF são a previsão e a arrecadação de todos os tributos.
b) O ente público que deixar de criar ou disciplinar um tributo para o qual
a Constituição lhe confere competência, ficará impedido de receber
transferências obrigatórias.
c) A renúncia de receitas  compreende anistia, remissão, subsídio, crédito
presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota
ou modificação de base de cálculo que implique na redução discriminada de
tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.
d) A definição da Receita Corrente Líquida (RCL) como limite de dispêndios
públicos revela uma preocupação do legislador com a identificação daquelas
receitas realmente disponíveis (líquidas), desoneradas de quaisquer
vinculações e fortalecendo o conceito de liquidez nas contas públicas.
CONCLUSÃO

E ste módulo teve como objetivo abordar tópicos importantes relacionados aos princi-
pais conceitos e classificações da Receita Orçamentária. Também estudamos as suas
etapas e as implicações das determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal em sua
gestão.

Diante dessa perspectiva, buscamos por meio de reflexões, exemplos e exercícios


trabalhar o conteúdo do módulo de forma a facilitar o processo de aprendizagem. Assim,
esperamos que você tenha compreendido as principais informações acerca da Receita
Orçamentária.

Para complementar os conhecimentos estudados, sugerimos a leitura dos materiais


indicados no ambiente virtual de aprendizagem. Finalmente, com o intuito de facilitar
a fixação dos conhecimentos estudados, convidamos você a fazer uma breve revisão do
módulo a seguir.

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Revisão do Módulo

N este módulo você aprendeu que a receita orçamentária é o conjunto de disponibili-


dades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem ele-
mento novo para o patrimônio público.

Viu que a receita orçamentária se constitui como um instrumento por meio do qual
se viabiliza a execução das políticas públicas, sendo a fonte de recursos utilizada pelo
Estado para o atendimento das necessidades públicas e demandas da sociedade.

Pôde conhecer as principais classificações relativas à receita orçamentária:

• Quanto à Origem: receitas Originárias e Derivadas;


• Sob a ótica do Resultado Primário: Receita Orçamentária Financeira e
Receita Orçamentária Não-Financeira (primária);
• Sob a perspectiva da Constância e Eventualidade: Receita Orçamentária
Ordinária e Receita Orçamentária Extraordinária;
• Sob a ótica da Obrigatoriedade: Receitas Compulsórias e Facultativas;
• Natureza da Receita: categoria econômica, origem, espécie, rubrica,
alínea e subalínea;
• Fonte/Destinação de Recursos: classificação utilizada como mecanismo
integrador entre a receita e a despesa.
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Em seguida, teve a oportunidade de aprender noções básicas sobre tributo, o qual é


toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

Conheceu as espécies de tributos: impostos, taxas, contribuição de melhoria. Além


das seguintes contribuições: Sociais, de Intervenção no Domínio Econômico, de Interesse
das Categorias Profissionais ou Econômicas e para o Custeio de Serviço de Iluminação
Pública.

Também pôde verificar quais são as etapas da Receita Orçamentária: Previsão;


Lançamento; Arrecadação e Recolhimento.

Por fim, conheceu as determinações estabelecidas pela LRF em relação à Receita


Orçamentária:

• Planejamento rigoroso em relação à previsão das receitas orçamentárias;


• Emprego de toda a capacidade de arrecadação dos entes da Federação;
• Restrição quanto às possibilidades de renúncias de receitas públicas;
• Definição da Receita Corrente Líquida (RCL) como limite de dispêndios
públicos.

Após rever todo o conteúdo, o foco de estudo do próximo módulo será a Despesa
Orçamentária. Av@nte!

Gabarito dos Exercícios


1. F V F V V (A capacidade de geração de recursos para financiar os gastos públicos é limitada, uma vez que tais recursos são
escassos. Os ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de caráter temporário que não integram a LOA).

2. C (Alternativa a: conceito de receitas originárias. Alternativa b: exemplos de Receita Orçamentária Não-Financeira


(Primária). Alternativa d: conceito de origem. Alternativa e: há inversão dos termos “despesa” e “receita”).

3. 2,1,3

4. C

5. B (o correto seria transferências voluntárias).

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Referências
Bibliográficas

ALBUQUERQUE, C. M.; MEDEIROS, M. B.; SILVA, P. H. F. Gestão de Finanças Públicas.


2ª edição. Brasília, 2008.

ALEXANDRE, R. Direito Tributário Esquematizado. 3º ed. Rio de Janeiro: Método, 2009.

CRUZ, F. Lei de Responsabilidade Fiscal Comentada: lei complementar nº 101, de 4 de


maio de 2000. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2006.

MACHADO JR., J.T. Classificação das contas públicas. 1ª Ed.Rio de Janeiro: FGV,1967.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF, Senado, 1998.

BRASIL. Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças


públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

­­_______. Lei no 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito


Financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal.

_______. Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966. Define o crime de sonegação fiscal e dá


outras providências.

_______. Lei no 4.729, de 14 de julho de 1965. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional
e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.

ead.orcamentofederal.gov.br | 59
ESCOLA VIRTUAL SOF

_______. Decreto-lei nº 37, de 18 de novembro de 1966. Dispõe sobre o imposto de


importação, reorganiza os serviços aduaneiros e dá outras providências.

_______. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento


Federal. Manual técnico de orçamento: Versão 2013.

_______. Ministério da Fazenda. Glossário Econômico. Disponível em: http://www.


fazenda.gov.br/portugues/glossario/glossario-a.asp. Acesso em 06 de julho de 2013.

_______. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Patrimônio da


União. Tudo o que você precisa saber sobre laudêmio, taxa de ocupação e foro. Brasília,
2002.

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