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de Gastos
Orçamento e Finanças
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Conteudista/s
Gabriel Wanderlei (Conteudista, 2023).
Enap, 2023
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Módulo 1 – Noções de Finanças Públicas
Unidade 1 – Manual Técnico de Orçamento (MTO) 2023 e
Classificações Orçamentárias................................................................................. 5
1.1 O Manual Técnico de Orçamento - MTO.................................................................. 5
1.2 Histórico e Evolução do MTO..................................................................................... 5
1.3 Alterações Anuais do MTO......................................................................................... 6
1.4 Princípios Orçamentários........................................................................................... 7
1.5 Classificações Orçamentárias.................................................................................... 8
Referências.............................................................................................................. 28
Ao final deste curso, espera-se que servidores públicos que atuam ou tenham
interesse na temática sejam capazes de:
+ Legalidade
O princípio da legalidade determina que todas as receitas e despesas
públicas devem estar previstas em lei, ou seja, somente podem ser
executadas se houver autorização legal específica.
+ Anterioridade
O princípio da anterioridade estabelece que as leis orçamentárias devem
ser aprovadas antes do início do exercício financeiro correspondente.
Isso garante a previsibilidade e a transparência dos gastos públicos.
+ Universalidade
O princípio da universalidade determina que o Orçamento Público deve
abranger todas as receitas e despesas da Administração Pública, de forma
a englobar todas as unidades gestoras, fundos e entidades vinculadas ao
setor público.
+ Unidade
O princípio da unidade estabelece que o Orçamento Público deve ser
apresentado de forma consolidada, ou seja, todas as receitas e despesas
devem ser apresentadas em um único documento, sem fragmentação.
+ Orçamento Bruto
O princípio do orçamento bruto determina que todas as receitas e
despesas devem ser apresentadas sem qualquer tipo de dedução,
permitindo uma visão completa e transparente dos recursos públicos.
+ Publicidade
O princípio da publicidade estabelece que o Orçamento Público deve ser
divulgado amplamente para a sociedade, garantindo a transparência e o
controle social sobre os gastos públicos.
+ Equilíbrio
O princípio do equilíbrio orçamentário determina que as despesas devem
ser compatíveis com as receitas, buscando evitar déficits orçamentários
excessivos e a necessidade de endividamento público.
+ Natureza da despesa
Classifica as despesas de acordo com sua natureza econômica, como
pessoal, custeio, investimento, transferências, entre outras.
+ Função
Agrupa as despesas de acordo com as áreas de atuação governamental,
como saúde, educação, segurança, meio ambiente, entre outras.
+ Subfunção
Complementa a função, detalhando as áreas de atuação em subcategorias
mais específicas. Por exemplo, dentro da função saúde, pode-se ter
subfunções como atenção básica, assistência hospitalar, vigilância
sanitária, entre outras.
+ Programa
Representa um conjunto de ações que visam atingir um objetivo comum.
Os programas são voltados para a execução de políticas públicas e
compostos por várias ações.
+ Projeto/Atividade
São subdivisões das ações, representando atividades específicas ou
projetos de investimento. Enquanto as atividades são de caráter mais
rotineiro, os projetos geralmente envolvem a construção ou aquisição de
bens, ou serviços.
+ Órgão/Entidade
Identifica o órgão ou entidade responsável pela execução das ações e
projetos orçamentários.
Essas classificações permitem uma análise mais detalhada dos gastos públicos,
facilitando o planejamento, a execução e o controle do Orçamento Público.
Assim, a NFGC indica, a partir do cálculo das receitas totais menos as despesas
totais, um resultado de superávit ou déficit primário, no conceito “acima da linha”.
2 Regras Fiscais
Unidade 1 – Regras Fiscais no Brasil
Regra de Ouro:
A Regra de Ouro é um princípio constitucional que estabelece que o governo não
pode realizar operações de crédito (endividamento) para cobrir despesas correntes,
como pagamento de salários e custeio da máquina pública. Em outras palavras, o
governo só pode contrair dívidas para financiar investimentos ou amortizar dívidas
já existentes.
Teto de Gastos:
O Teto de Gastos é uma regra fiscal estabelecida pela Emenda Constitucional n.
95/2016, com o objetivo de controlar o crescimento das despesas públicas no Brasil.
Essa emenda limita o aumento dos gastos do governo à variação da inflação do ano
anterior, por um período de 20 anos.
Para conhecer mais sobre o tema, assista ao vídeo A meta fiscal de resultado primário
no Brasil e o “problema” do teto de gastos.
+ Canadá:
O Canadá adotou uma abordagem de regra fiscal chamada “regra do
equilíbrio orçamentário de médio prazo”. Essa regra estabelece metas
para alcançar o equilíbrio orçamentário dentro de um período de tempo
específico, geralmente de cinco anos. Ela visa controlar o déficit e garantir
a sustentabilidade fiscal no longo prazo.
+ Alemanha:
A Alemanha possui uma “regra de equilíbrio orçamentário” (Balanced
Budget Rule). Essa regra exige que o governo mantenha um orçamento
equilibrado no nível federal, evitando o endividamento para financiar
despesas correntes. A regra visa garantir a disciplina fiscal e a estabilidade
econômica.
+ Argentina:
A Argentina enfrentou desafios significativos em termos de controle fiscal,
com altos níveis de déficit e endividamento. O país adotou várias regras
fiscais ao longo do tempo, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, que
busca estabelecer limites para o endividamento e a gestão responsável
das finanças públicas. No entanto, a implementação efetiva dessas regras
tem sido desafiadora devido a questões políticas e econômicas.
+ Inglaterra:
No Reino Unido, foram implementadas várias regras fiscais, incluindo
a “regra do teto de gastos” (Spending Cap Rule) e a “regra de equilíbrio
orçamentário” (Balanced Budget Rule). A regra do teto de gastos limita o
crescimento dos gastos públicos a um determinado percentual do PIB,
enquanto a regra de equilíbrio orçamentário visa alcançar o equilíbrio
entre receitas e despesas no médio prazo.
+ União Europeia:
A União Europeia (UE) adota o Pacto de Estabilidade e Crescimento
(PEC) como um conjunto de regras fiscais para os países membros. O
PEC estabelece limites para o déficit orçamentário e a dívida pública,
visando garantir a estabilidade fiscal e a sustentabilidade da dívida nos
países da UE.
+ Banco Mundial
O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional que oferece
empréstimos e assistência técnica aos países em desenvolvimento.
O Banco Mundial trabalha com os países para melhorar a eficiência e
a transparência das políticas fiscais, fortalecer a gestão das finanças
públicas e promover a responsabilidade fiscal.
1. Metas econômicas:
O Novo Arcabouço estabelece uma meta que funciona como uma banda: deve
flutuar entre — 0,25% a +0,25% do crescimento real da economia no ano anterior.
Pela LDO 2024, as metas para 2024, 2025 e 2026 serão, respectivamente, 0,0%, 0,5%
e 1,0% do PIB, com banda de 0,25%.
Exemplo: Suponha que o crescimento real da receita foi de 2,5%. Caso cumprida a
meta de superávit primário, o aumento real da despesa poderá ser de no máximo
Vale salientar que existem tratamentos distintos para algumas despesas, que não
precisariam obedecer ao referido teto, conforme a seguir:
• Gestores não podem ser punidos pelo não cumprimento das metas
estabelecidas pelo Novo Arcabouço, caso tenham respeitado medidas
de contingenciamento e acionado as medidas automáticas de controle.
Vale salientar que o modelo do novo arcabouço fiscal mostrado aqui continua em
discussão no Congresso, e não há como precisar no exato momento quais serão as
novas regras efetivamente. Mas já podemos ter uma ideia do que está por vir.
GIACOMONI, James. Orçamento Público. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
GIAMBIAGI, F., & ALÉM, A.C. (2017). Finanças públicas: teoria e prática no Brasil.
Editora Atlas.
KOPITS, G., & SYMANSKY, S. Fiscal policy rules. International Monetary Fund, 1998.
SOUZA, M. A.; FERRARI FILHO, F. Manual de Finanças Públicas. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2021.