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Disciplina: DIREITO ECONÔMICO.

NOMES: André Samenezes, Lehan Trovão, Maria Eduarda, Júlio Lemos, Camila
Rocha, Thales Vieira, Celso Henrique, Waydsonjone Alves, Gabriel Castro, Railane
Câmara.

1. Novas formas de controle contábil e financeiro

No contexto federal, novas formas de contabilidade e gestão financeira também estão


sendo introduzidas para aumentar a transparência, eficiência e responsabilidade na
gestão dos recursos públicos. Esses métodos incluem:

Contabilidade de custos: O governo federal está adaptando a contabilidade de custos


para entender melhor os custos e despesas associados a programas e atividades. Isso
permite uma melhor análise e tomada de decisão com base em informações precisos
sobre alocação e utilização de recursos.

Padronização e integração de sistemas. Para melhorar a gestão contábil e financeira, o


governo federal busca padronizar e consolidar sistemas e processos. Isso inclui a
implementação de um sistema integrado de gestão financeira. troca de informações
entre departamentos e adopção de normas gerais de contabilidade e relatórios.

Transparência e Prestação de contas: O governo federal investe em iniciativas de


transparência e prestação de contas para garantir que as informações financeiros e
contábeis estejam disponíveis ao público e às partes interessadas. É disponibilizado um
portal de transparência para divulgação de dados sobre despesas, receitas e resultados
financeiros, promovendo a transparência e o combate à corrupção.

O Portal da Transparência é uma plataforma online que provê informações detalhadas


sobre o orçamento finanças e gestão patrimonial do governo. Nela, o cidadão pode
acessar dados sobre gastos públicos, repasses de recursos, licitações e contratos, entre
outros, para promover a transparência e o controle social.

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Sistema de controle interno: O controle interno é a área responsável por avaliar e
monitorar as atividades e operações do Estado, visando garantir a legalidade, eficiência,
eficácia e economia na gestão dos recursos públicos. Os órgãos de controle interno,
como a Controladoria Geral da ligação (CGU) e os órgãos de controle estaduais e
municipais, têm papel fundamental nesse sentido.

Auditoria governamental: A auditoria governamental consiste na avaliação e análise


dos processos internos, funcionamento e controle dos órgãos e organizações
governamentais, no cumprimento de leis, normas e regulamentos e na eficácia e
eficiência no uso dos recursos públicos. A auditoria governamental é realizada pelos
órgãos de controle interno e externo, como os Tribunais de Contas.

Tecnologia da informação: A tecnologia da informação desempenha um papel


fundamental no controle contábil e financeiro do governo federal. A implementação de
sistemas de informação financeira, como o SIAFI (Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal), e o uso de ferramentas de análise de dados e business
intelligence auxiliam na gestão eficiente dos recursos e no monitoramento dos
resultados financeiros.

Monitoramento e avaliação: O governo federal está cada vez mais adotando práticas
de monitoramento e avaliação para acompanhar o desempenho financeiro de seus
programas e políticas. Isso envolve a definição de indicadores de desempenho, a coleta
e análise de dados financeiros e a realização de avaliações periódicas para identificar
áreas de melhoria e eficiência na gestão dos recursos.

2. Mecanismos de controle e limitação de gastos

O governo federal utiliza diversos mecanismos para controlar e limitar seus gastos.
Esses mecanismos são implementados com o objetivo de garantir a sustentabilidade das
finanças públicas e o cumprimento das metas fiscais estabelecidas. Alguns dos
principais mecanismos de controle e limitação de gastos do governo federal são:

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Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF): A LRF estabelece diretrizes e limites para o
controle dos gastos públicos. Ela impõe restrições aos gastos com pessoal, limites para
endividamento e determina regras para a elaboração e execução do orçamento.

Regra de Ouro: A Regra de Ouro é um dispositivo constitucional que proíbe o governo


de contrair dívidas para pagar despesas correntes, ou seja, não é permitido financiar
despesas de custeio com operações de crédito. Essa regra busca evitar o endividamento
excessivo e preservar a saúde das contas públicas.

Lei Orçamentária Anual (LOA): A LOA é a lei que estabelece o orçamento anual do
governo federal. Ela define os limites de gastos para cada órgão e programa
governamental, com base nas receitas estimadas. O cumprimento desses limites é
monitorado ao longo do ano fiscal.

Teto de Gastos: O Teto de Gastos foi instituído pela Emenda Constitucional nº 95/2016
e estabelece um limite para o crescimento das despesas públicas. Esse limite é
determinado com base na variação da inflação do ano anterior. Com o Teto de Gastos, as
despesas não podem crescer acima desse limite, o que exige uma maior eficiência na
gestão dos recursos públicos e a revisão de prioridades de gastos.

Metas Fiscais: As metas fiscais são estabelecidas anualmente no Plano Plurianual


(PPA) e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e representam os resultados fiscais
que o governo pretende alcançar. Elas estabelecem limites para o déficit primário ou
superávit primário, a dívida pública, entre outros indicadores financeiros. O
cumprimento das metas fiscais é acompanhado pelos órgãos de controle e é fundamental
para o equilíbrio das contas públicas.

Controle Orçamentário: O governo brasileiro adota um sistema de controle


orçamentário que envolve a elaboração, a execução e o acompanhamento do orçamento
público. Esse controle é feito por meio de diversos mecanismos, como a elaboração de
leis orçamentárias, a execução dos gastos de acordo com o que foi previsto no
orçamento, a análise e aprovação dos gastos pelos órgãos de controle interno e externo,
entre outros.

Programa de Revisão de Despesas (PDR): O PDR é um mecanismo de controle de


gastos que visa revisar e otimizar as despesas do governo federal. Por meio desse

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programa, são identificadas oportunidades de redução de custos, corte de desperdícios e
melhoria da eficiência na utilização dos recursos públicos.

Monitoramento e auditoria: O governo federal realiza monitoramento constante dos


gastos por meio de sistemas de controle interno, auditorias e avaliações. Essas
atividades têm o objetivo de identificar possíveis irregularidades, desperdícios ou
desvios de recursos, garantindo a conformidade e efetividade na utilização dos recursos
públicos.

Restrições legais e constitucionais: Além dos mecanismos mencionados, existem


restrições legais e constitucionais que limitam certos tipos de gastos do governo federal.
Por exemplo, a destinação de recursos para áreas específicas, como saúde e educação, é
determinada por dispositivos constitucionais.

3. Planejamento e acompanhamento de resultados na elaboração e execução


orçamentaria criados pela lei de responsabilidade fiscal.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece diretrizes para o planejamento,


elaboração e execução do orçamento público, visando a transparência, o controle dos
gastos e a responsabilidade fiscal. No contexto do planejamento e acompanhamento de
resultados na elaboração e execução orçamentária, a LRF estabelece as seguintes
medidas:

Plano Plurianual (PPA): O PPA é um instrumento de planejamento de médio prazo que


estabelece as diretrizes, objetivos e metas do governo para um período de quatro anos.
Ele define as políticas públicas prioritárias e os programas de governo, servindo como
base para a elaboração dos orçamentos anuais.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): A LDO é elaborada anualmente e estabelece


as metas e prioridades do governo para o próximo exercício financeiro. Ela orienta a
elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) e estabelece limites de gastos, metas
fiscais e regras para a execução do orçamento.

Lei Orçamentária Anual (LOA): A LOA é o instrumento legal que estabelece as


despesas e receitas do governo para o ano seguinte. Ela detalha a alocação dos recursos

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para cada órgão, programa e ação governamental. A LOA deve ser compatível com o
PPA e a LDO, respeitando os limites e metas estabelecidos.

Metas fiscais: A LRF exige que o governo estabeleça metas fiscais para os resultados
primário e nominal, que são indicadores de resultado das contas públicas. As metas
fiscais devem ser definidas com base na capacidade de pagamento do governo e devem
ser compatíveis com a obtenção do equilíbrio fiscal ao longo do tempo.

Transparência e controle: A LRF prevê a divulgação ampla e transparente das


informações orçamentárias e fiscais. O governo deve disponibilizar dados sobre
arrecadação, gastos, endividamento, resultados fiscais e demais informações relevantes.
Além disso, a LRF estabelece a realização de auditorias e controles internos para
garantir a conformidade e efetividade na gestão dos recursos públicos.

Execução Orçamentária e Financeira: A LRF estabelece regras para a execução


orçamentária e financeira, como a obrigatoriedade de empenho prévio das despesas, o
controle de limites de gastos e a vedação de realização de despesas sem prévia dotação
orçamentária. A execução orçamentária e financeira é acompanhada pelos órgãos de
controle interno e externo, como a Controladoria-Geral da União e os Tribunais de
Contas.

Essas medidas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal visam promover a


transparência, o planejamento responsável e o controle dos gastos públicos. Ao seguir
essas diretrizes, o governo busca garantir a eficiência e a sustentabilidade das finanças
públicas, bem como o alcance dos objetivos e metas estabelecidos no planejamento
orçamentário.

4. Emenda Constitucional 95/2016: A “Emenda do Teto de Gastos”.

A Emenda Constitucional 95/2016, também conhecida como "Emenda do Teto dos


Gastos", foi promulgada no Brasil em 15 de dezembro de 2016. Essa emenda alterou o
texto da Constituição Federal e estabeleceu um novo regime fiscal para os próximos 20
anos, com o objetivo de controlar o crescimento das despesas públicas.

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A principal disposição da Emenda 95/2016 é a instituição de um limite para os gastos
públicos federais, que é estabelecido com base no valor do ano anterior, corrigido pela
inflação. Durante os primeiros 10 anos de vigência da emenda, as despesas não podem
ultrapassar o limite do ano anterior, ajustado pela variação do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA). A partir do décimo primeiro ano, o limite será o valor do
ano anterior corrigido apenas pela inflação.

Essa medida tem como objetivo controlar as despesas públicas, especialmente as


relacionadas a áreas como saúde, educação e assistência social, de forma a equilibrar as
contas públicas e reduzir o déficit fiscal. No entanto, críticos da emenda argumentam
que ela pode impactar negativamente os investimentos nessas áreas, prejudicando a
qualidade e o acesso aos serviços públicos.

Seus principais pontos de abordagem são:

I. Limite de gastos: A emenda estabelece um limite para o crescimento das


despesas públicas federais pelos próximos 20 anos. Esse limite é calculado com
base no valor do ano anterior, corrigido pela inflação. Durante os primeiros 10
anos, as despesas não podem ultrapassar o limite do ano anterior mais a variação
do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A partir do décimo
primeiro ano, o limite será o valor do ano anterior corrigido apenas pela
inflação.
II. Áreas afetadas: A emenda tem impacto em diversas áreas, como saúde,
educação, assistência social, segurança pública, infraestrutura, entre outras. O
objetivo é controlar o crescimento dessas despesas e promover um ajuste fiscal.
III. Revisão periódica: A partir do décimo ano de vigência da emenda, é prevista a
revisão das regras de limitação dos gastos, mediante proposta do Presidente da
República, que será avaliada pelo Congresso Nacional.
IV. Exceções: Alguns gastos são excluídos do limite estabelecido pela emenda,
como transferências constitucionais a estados e municípios, créditos
extraordinários decorrentes de situações de guerra, calamidade pública ou estado
de defesa, despesas com eleições, entre outros.

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V. Debate público: A emenda estabelece a obrigatoriedade de realização de
audiências públicas para discutir os limites de gastos com saúde e educação nos
primeiros 10 anos de vigência da emenda.

Esses são os principais pontos de abordagem da Emenda Constitucional 95/2016. É


importante ressaltar que os impactos e a interpretação dessa emenda são objeto de
debate e análise por especialistas em economia, direito e políticas públicas.

5. Limitar o Teto de gastos é a melhor solução?

A proposta de implementação do teto para os gastos públicos federais, objeto das PEC's
241/55, foi aprovada em 16 de dezembro de 2016, consolidando-se na Emenda
Constitucional de número 95, que instituiu um novo regime fiscal para vigorar nos
próximos 20 (vinte) anos, valendo, portanto, até 2036. Referida proposta foi alvo de
intensos protestos pela sociedade civil, sendo a causa de greves e ocupações estudantis
que ocorreram nas escolas e universidades públicas de todo o país, o que não impediu,
contudo, sua aprovação, eis que não se tratou de medida de iniciativa de um governo
preocupado com sua popularidade e legitimidade. Além da ausência de diálogo com a
sociedade civil, os protestos foram motivados pela oposição a um discurso oficial
falacioso da necessidade de um novo regime fiscal, por meio da limitação de gastos e
investimentos públicos, especialmente nos serviços de natureza social, como única
medida capaz de retomar o crescimento da economia, que teria sucumbido diante de um
suposto comportamento fiscal irresponsável do governo anterior.

A questão sobre se a inclusão do teto de gastos é a melhor opção é objeto de debate e


opiniões divergentes. Existem diferentes perspectivas e argumentos a serem
considerados ao avaliar os efeitos dessa medida. Alguns pontos de vista em favor do
teto de gastos incluem:

I. Austeridade fiscal: Defensores argumentam que o teto de gastos é necessário


para promover a disciplina fiscal e controlar o crescimento das despesas
públicas, evitando o agravamento do déficit e da dívida pública.
II. Sustentabilidade econômica: A medida é vista como uma forma de promover a
sustentabilidade econômica a longo prazo, evitando a deterioração das contas
públicas e a consequente instabilidade econômica.

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III. Priorização de gastos: A restrição imposta pelo teto de gastos pode forçar o
governo a priorizar e otimizar o uso dos recursos públicos, buscando maior
eficiência na alocação dos recursos.

No entanto, existem críticas e preocupações em relação ao teto de gastos, tais como:

I. Impacto em áreas sociais: Algumas críticas apontam que o teto de gastos pode
resultar em cortes de investimentos em áreas essenciais, como saúde e educação,
prejudicando a qualidade e o acesso aos serviços públicos.
II. Rigidez orçamentária: A rigidez imposta pelo teto de gastos pode limitar a
capacidade de o governo responder a crises e emergências, como recessões
econômicas, desastres naturais ou pandemias.
III. Desigualdades sociais: Argumenta-se que o teto de gastos pode aprofundar as
desigualdades sociais, uma vez que as áreas sociais mais vulneráveis podem ser
mais afetadas pelos cortes de investimentos.

É importante considerar que o tema envolve complexidades econômicas, políticas e


sociais, e não há um consenso absoluto sobre a melhor opção. A avaliação do teto de
gastos deve levar em conta a realidade e os desafios específicos de cada país.

6. REFERÊNCIAS:
 Emenda Constitucional 95/2016;
 https://www.scielo.br/j/rinc/a/wJb3fZFMmZh65KfmrcWkDrp/?lang=pt
 Emenda constitucional 95/2016 e o teto dos gastos públicos: Brasil de volta
ao estado de exceção econômico e ao capitalismo do desastre – Cynara
Monteiro Mariano;
 https://sites.tcu.gov.br/contas-do-governo-2020/12-teto-de-gastos.html;
 https://www.infomoney.com.br/guias/teto-de-gastos/;
 https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-12/agencia-brasil-
explica-o-que-e-teto-de-gastos

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