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Gestão de Finanças Públicas

Prof. Rafael Eduardo Inácio do Nascimento


• Competência da Orçamento Público; Responsabilidade Fiscal.
Unidade de Ensino:

• Resumo: Compreender os aspetos gerais das informações


orçamentárias no setor público e as bases
orçamentárias.

• Palavras – chave: PPL; LDO; LOA; Receitas orçamentárias;


Despesas orçamentárias.

• Título da aula: Planejamento Governamental

• Aula 04
ORÇAMENTO PÚBLICO
PPA; LDO; LOA; Classificação de despesa e de receita;
Contextualização
Contextualização
1. Plano Plurianual - PPA
O plano plurianual é um instrumento de planejamento que compõe as
transparências públicas. Sua elaboração é prevista no artigo 165, inciso
I, da Constituição Federal de 1988.
O Plano Plurianual (PPA) é o instrumento chamado de planejamento a
médio prazo da administração pública, no qual procura-se ordenar as
ações de governo que levem ao atingimento de metas fixadas para
um período de quatro anos, período de sua vigência (KOHAMA, 2010).
 Despesas de capital e outros despesas delas decorrentes;
 Programas de duração continuada.
1. Plano Plurianual - PPA
A constituição federal em seu artigo 165, § 1º, apresenta o que deve
estabelecer esse instrumento, como apresentamos a seguir:
1.2 Plano Plurianual - PPA
Nenhum investimento que ultrapasse um exercício financeiro poderá
ser iniciado sem prévia inserção no PPA, ou na lei que autorize tal
realização, sob pena de crime de responsabilidade (KOHAMA, 2010).
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
O segundo instrumento de planejamento citado e introduzido no
processo de planejamento e orçamentação pela Constituição Federal
de 1988 é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) (SLOMSKI, 2013).
Esta lei deve instruir a elaboração e execução do orçamento e discorrer
diversos temas, como alterações tributárias, gastos com pessoal,
política fiscal e transferências da União.
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
Desta forma, toma-se conhecimento que a LDO liga o planejamento inserido
no PPA a Lei de Orçamento Anual (LOA). A LDO é uma lei com vigência de
um ano e também é de iniciativa do Poder Executivo conforme mencionado
no artigo 165. Assim, deve o Poder Executivo provocar o Poder Legislativo
por meio do envio de um projeto de lei para estudo e aprovação dos
parlamentares. Aprovando, com emendas ou não, retorna ao Executivo para
que o seu chefe (Presidente, Governador ou Prefeito) sancione (assine) e
publique a lei. Como chefe do Poder Executivo em âmbito Federal está a
União, sendo o seu representante o Presidente da República; nos Estados e
no Distrito Federal estão os Governadores e no município, onde há as
Prefeituras que são representadas pelos Prefeitos.
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
Compreende as metas e prioridades da administração pública,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente;
 Representa o elo entre o PPA e a LOA;
 Orienta a elaboração da LOA e a sua execução;
 Dispõe sobre as mudanças na legislação tributária;
Estabelece a política de aplicação das agências oficiais de fomento
(agência financiadora).
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
Conforme descrito no artigo 35, § 2°, inciso II, dos Atos das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), o projeto da LDO deverá ser
encaminhado ao Legislativo até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro (meio do mês de abril) e
devolvido para a sanção ao Poder Executivo até o encerramento da
sessão legislativa (até meados de dezembro).
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
Sobre o instrumento de planejamento LDO, a LRF também se manifesta
em seu art. 4º, como transcrito a seguir:
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
1.3 Lei de Diretrizes orçamentárias - LDO
Aqui, o legislador ampliou o conteúdo do texto da LDO, acrescentando
assuntos relativos a equilíbrio financeiro, limitação de despesa e
normas para controle de custos e avaliação de resultados. Assim, o que
se pretende com essa ampliação de assunto é eliminar a ocorrência de
déficit na gestão fiscal, por meio da inserção de critérios para avaliar os
resultados da entidade, e os Anexos de Riscos Fiscais passaram a ser
uma exigência com a LRF. Além disto, ocorreu também a determinação
de controle dos custos na administração pública brasileira.
1.4 Lei orçamentária Anual - LOA
A LOA, prevista no artigo 165, § 5º da Constituição Federal e no
entendimento de diversos doutrinadores, abre o mais importante
instrumento de gestão no aspecto orçamentário e financeiro da
administração pública brasileira. Onde possui por objetivo, administrar
o equilíbrio entre receitas e despesas públicas, que também é um dos
pilares da elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e dos
princípios orçamentários.
1.4 Lei orçamentária Anual - LOA
Com periodicidade anual, a lei delimita os recursos para as atividades
na LDO, em atendimento à legislação, e estabelece normas gerais para
a elaboração, execução e o controle orçamentário.
 Obedece a orientação da LDO e compreende os orçamentos fiscal,
de investimentos das empresas estatais e de seguridade social;
 Serve para estimar as receitas e fixar as despesas para um
determinado exercício;
 Expressa a aplicação dos recursos que se espera arrecadar.
1.4 Lei orçamentária Anual - LOA
1.4 Lei orçamentária Anual - LOA
1.4 Lei orçamentária Anual - LOA
Na Constituição Federal, por meio do artigo citado, temos a clara
percepção do princípio da unidade que iremos estudar na próxima
seção. Princípio este que possui o significado que todo o orçamento
(receitas e despesas) de qualquer ente federado estará abrangido e
autorizado em um único documento orçamentário.
A LOA visa estabelecer políticas públicas para o exercício financeiro,
tendo por base o que fora estabelecido no PPA e na LDO, aprovados
pelo Poder Legislativo (SLOMSKI, 2013).
1.4 Lei orçamentária Anual - LOA
Pertinente a prazos da LOA, ainda no foco constitucional, no artigo 35,
§ 2°, inciso III, ADCT, o projeto de LOA da União será encaminhado ao
Legislativo até quatro meses antes do encerramento do exercício
financeiro (final de agosto) e devolvido para a sanção até o
encerramento da sessão legislativa (até meados de dezembro),
conforme transcrição do artigo a seguir:
1.4 Lei orçamentária Anual - LOA
Questão para reflexão

Qual o porquê desses instrumentos


assumirem sua importância no contexto das
finanças públicas.
Receita e Despesa Pública
Receitas; Despesas;
2.1 Receitas Orçamentárias
Como vimos, o ciclo orçamentário, representado pelo conjunto dos
instrumentos de planejamento e controle o PPA, a LDO e a LOA, têm
por objetivo assegurar o equilíbrio nas contas públicas, de forma que
o total das despesas fixadas não excedam o valor estimado para a
arrecadação das receitas.
2.1 Receitas Orçamentárias
A subestimação da arrecadação de determinada administração pública
pode ensejar na limitação indevida dos gastos públicos. Por outro lado,
superestimar a arrecadação do ente público pode gerar problemas
ainda mais graves, pois fixam-se as despesas baseadas nessa base
superestimada e, não arrecadando as receitas, a administração não
terá condições de arcar com os compromissos assumidos.
Desta feita, o desafio na previsão da receita é se aproximar o máximo
possível daquilo que seria considerado ideal ou real.
2.1 Receitas Orçamentárias
Receita Pública: todo e qualquer recolhimento feito aos cofres
públicos. É a variação ativa, proveniente do registro do direito a
receber no momento da ocorrência do fato gerador.
Receita orçamentária: aquela prevista na LOA e que tenha sido objeto
de lei que a estabeleça.
2.1.1 Classificação Econômica das Receitas
Receitas Correntes - destinadas a atender as Despesas Correntes, e que
se esgotam dentro do período anual. Ex: casos das receitas e impostos
que se extinguem no decurso da execução orçamentária.
2.1.1 Classificação Econômica das Receitas
Receitas de Capital - destinados a atender Despesas de Capital, e
alteram o patrimônio duradouro do Estado, como os produtos de
empréstimo contraídos pelo Estado a longo prazo.
2.1.3 Etapas da Receita Orçamentária
2.2.1 Despesas Públicas e Orçamentárias
Despesa pública: todo o desembolso (e consumo de recursos)
efetuado pelo Estado no atendimento dos serviços em prol do
interesse geral da população, nos termos da legislação, ou em
decorrência de contratos.
Despesa orçamentária: integra o orçamento como despesa
discriminada e fixada no orçamento público. Sua realização depende de
autorização legislativa. Não pode se realizar sem crédito orçamentário
equivalente.
2.2.2 Classificação das Despesas
Orçamentárias
Despesas Correntes: não contribuem diretamente para a formação ou
aquisição de um bem de capital. São os gastos de natureza operacional
para a manutenção e o funcionamento dos seus órgãos.
Despesas de Capital: contribuem diretamente para a formação ou
aquisição de um bem de capital. São os gastos realizados, cujo
propósito é o de criar novos bens de capital ou mesmo adquirir bens de
capital já em uso.
2.2.3 Dotação Orçamentária
2.2.4 Categoria Econômica e Grupo de
Despesas
Exemplo 01
Classifique as contas abaixo em contas de capital ou contas de receita
corrente:
Exemplo 01
Exemplo 01
2.2.5 Etapas da Despesa Orçamentária
2.2.5.1 Fixação
A fixação insere-se no processo de planejamento e compreende a
adoção de medidas voltadas para o cumprimento das ações definidas
para os programas, projetos e atividades governamentais.

O estágio da fixação da despesa orçamentária é concluído com a


autorização dada pelo Poder Legislativo por meio da LOA.
2.2.5.2 Empenho
Segundo o Artigo 58 da Lei nº. 4.320/64: “O empenho de despesa é o
ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição.”
A condição é cumprida com a entrega do material, a medição da obra
ou a prestação dos serviços. O empenho é prévio:
a) precede à realização da despesa, e;
b) tem que respeitar o limite do crédito orçamentário.
2.2.5.2 Empenho
Segundo o Artigo 60 da Lei nº. 4.320/64 “É vedada a realização de
despesa sem prévio empenho.”
 Em casos especiais previstos na legislação específica é dispensada a
emissão da nota de empenho.
 Pode ser por estimativa, cujo montante não se possa determinar.
 É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras,
sujeitas a parcelamento.
2.2.5.3 Liquidação
Segundo o Art. 60 da Lei nº. 4.320/64: “A liquidação da despesa
consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base
os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.”

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:


I. A origem e o objeto do que se deve pagar;
II. A importância exata a pagar;
III. A quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
2.2.5.4 Pagamento
Segundo os Artigo 62 e 64 da Lei nº. 4.320/64.
O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua
regular liquidação;
A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade
competente, determinando que a despesa seja paga.
2.3 Restos a Pagar
RP são as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31/12.
RP processadas: são aqueles cujo empenho foi entregue ao credor, que
forneceu o material ou prestou o serviço, tendo sido processada até a
liquidação, e depende da fase de pagamento.
RP não processadas: são aquelas cujo empenho foi legalmente emitido
e depende da fase da liquidação.
Os “RP” não pagos durante o exercício deverão ser objeto de
cancelamento, após o devido levantamento e verificada essa
possibilidade.
2.3 Restos a Pagar
2.4 Créditos Adicionais
São valores que se adicionam ou acrescem ao orçamento, quer como
reforço de dotações existentes, quer como dotações destinadas a
cobertura de encargos provenientes da criação de novos serviços, ou,
ainda, para atender a despesas imprevisíveis e urgentes.
Segundo o Art. 40 da Lei nº. 4.320/64:
2.4 Créditos Adicionais
2.4 Créditos Adicionais
2.4 Créditos Adicionais
Prazos de vigência (art. 45, Lei nº 4.320/64):
Os CA terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos, salvo expressa disposição legal em contrário.

Abertura (art. 42 e 44, Lei nº 4.320/64).


Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e
abertos por decreto executivo;
Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder
Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo
Considerações Finais
Considerações Finais
Questão para reflexão

Em sua opinião, do ponto de


vista da gestão, qual a utilidade
do planejamento das ações
governamentais?
Revisão
Plano Plurianual – PPA
Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO
Lei Orçamentária Anual – LOA
Recita orçamentária;
Despesa Orçamentária;
Restos a pagar;
Créditos adicionais.

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