Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RELATÓRIO
FUNDAMENTAÇÃO
(EXISTÊNCIA DA CONDUTA)
A autoria dos acusados Pedro e João foi igualmente demonstrada pelo reconhecimento pessoal
efetuado pelos ofendidos e testemunhas, cujas constatações foram reforçadas pela confissão
do acusado PEDRO.
(TESES DE ABSOLVIÇÃO...)
O fato da conduta praticada ter afetado patrimônios distintos de quatro ofendidos implica ainda
a ocorrência de concurso formal (ou ideal) próprio (art. 70, caput, primeira parte, do CP).
(CONTINUIDADE DELITIVA)
Estabelecida a premissa de ocorrência de dois crimes de roubo circunstanciado (art. 157, §2°, II
e V do CP), cada qual em concurso formal próprio e ambos em continuidade delitiva, passa-se a
individualização das penas dos acusados Pedro e João de acordo com o procedimento
estabelecidos nos arts. 59 e 68, caput, ambos do Código Penal.
(INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS - DOSIMETRIA)
(PRIMEIRA FASE)
Diante de tais aspectos, dentre os quais um deles é reconhecido negativo (culpabilidade), deve
a pena-base ser elevada de 1/6 acima do mínimo legal, alcançando assim o patamar de 4 anos
e 8 meses de reclusão, bem como 11 dias-multa.
(SEGUNDA FASE)
(TERCEIRA FASE)
(CONCURSO FORMAL)
Em que pese a ocorrência de concurso formal próprio (4 ofendidos), e para evitar bis in idem,
em face da presença concomitante de crime continuado, de acordo com a orientação do STJ.
(SEGUNDA CONDUTA)
Diante de tais aspectos, sendo neutros todas as circunstâncias judiciais, deve a pena base
permanecer no patamar mínimo legal de 4 anos de reclusão e 10 dias multa.
(SEGUNDA FASE)
(TERCEIRA FASE)
Na terceira fase, a presença das causas especiais de aumento de pena, decorrentes do concurso
de agentes e restrição da liberdade das vítimas, determina a majoração das penas em 1/3, pelos
mesmos motivos declinados na fundamentação da conduta anterior, resultando a pena
definitiva em 6 anos de reclusão e 14 dias-multa.
Tendo em vista a ocorrência da continuidade delitiva entre as condutas anteriores (art. 71, p.
único, do CP), deve a pena mais grave (aquela apurada na primeira conduta: 7 anos de reclusão
e 16 dias-multa) ser exasperada em 2/3 resultando a pena global de 11 anos e 8 meses de
reclusão e 26 dias-multa, cabendo salientar a aplicação do sistema de exasperação, inclusive
para a pena de multa, consoante orientação do STJ e a despeito da regra legal contida no art. 72
do Código Penal.
(REGIME INICIAL)
Para efeito de determinação do regime inicial para cumprimento da pena privativa de liberdade
deve ser computado, na pena aplicada, o tempo de prisão provisória (9 meses), de acordo com
a regra estabelecida no art. 387, §2° do Código de Processo Penal, apurando-se assim a
quantidade de 10 anos e 11 meses de reclusão.
Por identidade de motivos, não se cogita de substituição por penas restritivas de direitos (art.
44, I, do CP) nem de sursis (art. 71, caput, do CP).
Tendo em conta a precariedade de situação econômico de acusado (art. 60, caput do CP), deve
o valor unitário dos dias multa ser fixado no patamar mínimo legal de 1/30 do salário mínimo
vigente ao tempo da conduta.
(APLICAÇÃO DAS PENAS DO SEGUNDO ACUSADO “JOÃO”)
(SEMELHANTE AO JÁ REALIZADO...)
DISPOSITIVO
Ante o exposto, julgo PROCEDENTE a pretensão acusatória para condenar o acusado PEDRO
como incurso no art. 157, §2°, incisos II e V, do Código Penal, por quatro vezes em concurso
formal próprio (art. 70, caput, primeira parte do CP) e art. 157, §2°, incisos II e V, do Código
Penal, por três vezes em concurso formal próprio (art. 70, caput, primeira parte do CP), ambas
as condutas em continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP), às penas de 11
anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado, e ao pagamento de 26 dias multa, em valor
unitário de 1/30 do salário mínimo vigente ao tempo da conduta; PARA CONDENAR O ACUSADO
JOÃO, COMO INCURSO...
P.R.I.C.
Local, data.